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Núcleo de Pós-Graduação Pitágoras

Escola Satélite

Curso de Especialização em Engenharia de Segurança do

Trabalho

Núcleo de Pós-Graduação Pitágoras

Escola Satélite

ETHEL VALDEZ

DISCIPLINA

O Ambiente e as Doenças do

Trabalho II

PART 1 – Aula 26

FUNDAMENTOS DE TOXICOLOGIA

O QUE É TOXICOLOGIA ?

A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos das substâncias químicas nos organismos vivos.

A toxicologia estuda os mecanismos e processamento de entrada, distribuição, acúmulo e a excreção de agentes tóxicas e o mecanismo de processos moleculares e celulares que produzem o dano.

TOXICOLOGIA Ciência multidisciplinar, com interface com a biologia, fisiologia, farmacologia, histologia, patologia, epidemiologia, bioquímica, entre outras áreas.

Áreas de aplicação - ambiental,ocupacional,alimentar - medicamentos, social (drogas,

alcoolismo), agrotóxicos, entre outras.

ELEMENTOS BÁSICOS DA TOXICOLOGIA - Existência de um agente capaz de produzir

determinada resposta em organismo vivo.

- Identificação do organismo sobre o qual a substância poderá interagir.

- Necessidade de que a resposta (efeito) seja

nociva ao sistema com o qual interage.

PROPRIEDADE DA TOXICIDADE - Propriedade potencial que as substâncias

químicas possuem, em maior ou menor grau, de instalar um estado patológico em consequência de sua introdução e interação com o organismo

ELEMENTOS BÁSICOS DOS EFEITOS TOXICOLÓGICOS

A - FATORES RELACIONADOS COM A SUBSTÂNCIA

QUÍMICA (AGENTE TÓXICO)

SOLUBILIDADE – a passagem dos agentes químicos, através das membranas celulares, de constituição proteica e lipídica, será influenciada pela sua maior ou menor lipossolubilidade.

Fina e FRAGIL composta, por lipídios, glicídios e protídios

Permeáveis à água , oxigênio, substâncias nutritivas

Impermeáveis a íons (Na, K, H,...) e à mol polares , carreadas (glicídios).

São permeáveis à substâncias liposolúveis

SOLUBILIDADE

ELEMENTOS BÁSICOS DOS EFEITOS TOXICOLÓGICOS

A - FATORES RELACIONADOS COM A SUBSTÂNCIA

QUÍMICA (AGENTE TÓXICO)

Grau de Ionização – a maioria dos agentes tóxicos são ácidos fracos ou bases fracas e possuem um ou mais grupos funcionais capazes de se ionizarem.

Soma da eletronegatividade

= 0 apolar

≠ 0 polar

ELEMENTOS BÁSICOS DOS EFEITOS TOXICOLÓGICOS

B - FATORES DA ABSORÇÃO, RELACIONADOS COM O SISTEMA (ORGANISMO)

Efeitos no organismo são mais complexos e compreendem fatores toxicinéticos e os fatores toxidinâmicos.

TOXICOCINÉTICA

ABSORÇÃO

RESPIRATÓRIA CUTÂNEA MUCOSA ENTERAL PARENTERAL OUTRAS

TOXICOCINÉTICA

DISTRIBUIÇÃO

COMPARTIMENTAL SANGUÍNEO ARMAZENAMENTO MEIO CELULAR EXTRA-CELULAR

TOXICOCINÉTICA

BIOTRANSFORMAÇÃO

CELULAR HEPÁTICA SISTEMA MICROSSOMAL SISTEMA EXTRA-MICROSSOMAL DETOXIFICAÇÃO BIOTIVAÇÃO POLARIZAÇÃO

TOXICOCINÉTICA

ELIMINAÇÃO

METABÓLITOS FLUIDO CELULAR GASES SÓLIDO CELULAR

RESPIRATÓRIA SALIVA LÁGRIMA SUOR PELO UNHA LEITE MATERNO

RESUMO DAS FASES DA TOXICOCINÉTICA

TOXICOCINÉTICA

A

B

S

O

R

Ç

Ã

O

Respiratória

Enteral

Parenteral D

I

S

T

R

I

B

U

I

Ç

Ã

O

Compartimental

Sanguíneo

Armazenamento

Meio Celular

Extracelular

B

I

O

T

R

A

N

S

F

O

R

M

A

Ç

Ã

o

Celular

Hepática

SISTEMAS

Microssomal

Extramicrossomal

Detoxificação

Bioativação

Polarização

E

L

I

M

I

N

A

Ç

Ã

O

Metabólitos

Fluido celular

Gases

Sólido Celular

Renal

Resp

Sour

Saliva

Lagrima

Suor

Pelo

Unha

Leite mat

Mucosa

Outras

Cutânea

ELEMENTOS BÁSICOS DOS EFEITOS TOXICOLÓGICOS

B - FATORES DA ABSORÇÃO, RELACIONADOS COM O SISTEMA (ORGANISMO)

B.1 - Fatores toxicinéticos – incluem todos os processos envolvidos na relação entre a disponibilidade química e a concentração do agente tóxico absorvido, alcançando os diversos compartimentos do organismo.

Fatores toxicinéticos

A quantidade da substância química distribuída pela circulação sanguínea representa a disponibilidade biológica desta substância. Esta biodisponibilidade está relacionada com:

BIODISPONIBILIDADE BIOLÓGICA

MECANISMOS UTILIZADOS PELOS AGENTES TÓXICOS

PARA ATRAVESSAR AS MEMBRANAS - Difusão Simples ou Passiva

- Filtração

- Transporte Especial ou Ativo

- Pinocitose e Fagocitose

DIFUSÃO PASSAGEM POR CANAL

BIODISPONIBILIDADE BIOLÓGICA Vias de Introdução do agente tóxico - Via respiratória Nasofaringe Traqueobrônquica Alveolar - Via cutânea - Via digestiva

Narinas 30

Bronquíos 10

Bronquíolos 5

Alvéolo 3

Capilar 1

T

A

M

A

N

H

O

Químico – Orgânicas ou Inorgânicas

Físico

Temperatura Muco, Cílios vibráteis Estado físico : gases, vapores e/ou partículas sólidas Freqüência Respiratória ou Troca Gasosa Extensão de área de absorção Vascularizada, permite rápida e eficiente absorção Retenção de agentes químicos nas vias superiores Permite a acesso do agente a corrente sanguínea

Agente

Fatores que alteram a absorção

ESTOMAGO DOUDENOS

Jejuno - Ileo

Superfície de absorção

Espessura das Membranas

Tempo de absorção

Circulação Sistêmica

Intestino Grosso

ABSORÇÃO SGI

ABSORÇÃO SGI

Menor importância na intoxicação ocupacional. Quando em condições de higiene adequadas, Não beba , coma ou fume no ambiente de trabalho

Agentes químicos - podem provocar efeitos locais sobre o tecido. Os absorvidos atuam sobre os sistemas. Absorve produtos ácidos no estômago (pH 1 a 3). Absorve produtos alcalinos no doudeno (pH 9,0) Absorve produtos neutros no jejuno-íleo (pH 7,0). A baixa concentração ocorre também por diluição Biotransformação hepática modifica a solubilidade

Vascularização

I. Delgado

ABSORÇÃO

SGI

S. Porta

TECIDO

CUTÂNEO

Recobre o corpo, mucosas e semimucosas (lábios, conjuntiva, canal auditivo externo), gengiva e boca, reto e da vagina, além dos pelos e unhas. É constituída fundamentalmente de epiderme e derme

A região mais externa Cobertura hidrolipídica, água e eletrólitos, suor e gordura É formada por vários estratos (córneo, granuloso, espinhoso e germinativo

EPIDERME

TECIDO

CUTÂNEO

CAMADA CÓRNEA

- barreira à penetração de agentes químicos. - formada por proteínas, principalmente pela queratina, muito rica em cisteína, com ligações dissulfeto, -S-S-, (oxidação de duas moléculas de cisteína). - a proteção que esta camada oferece pode ser alterada por agentes químicos que interferem nesse mecanismo de formação das ligações dissulfetos.

TECIDO

CUTÂNEO

DERME

CONSTITUÍDA PELO TECIDO CONJUNTIVO

SUDORÍPARAS SEBÁCEAS FOLÍCULOS PILOSOS VASOS SANGUÍNEOS VASOS LINFÁTICOS

GLÂNDULAS

D

I

S

T

R

I

B

U

I

Ç

Ã

O

INTRODUÇÃO

Sistemas

Sanguíneo

Compartimental

Lipossolubilidade

Gr. Ionização

Afinidade Química

Local de Contato

Outras Áreas

Contato

Gordura

Integridade

Biotransform

FATORES

CONTROLE

Agentes

Órgão

SÍTIOS DE ACÚMULO

- Agentes transportados por proteínas plasmáticas.

- Equilíbrio entre o agente na forma livre e ligada a proteína. - Fração livre vai para os tecidos.

Proteínas Plasmáticas

FIGADO E RINS - Acumulam agentes tóxicos, também biotransformam e/ou eliminam.

SÍTIOS DE ACÚMULO

LIPÍDEOS - Permitem a rápida absorção e distribuição, confere também a capacidade de acumular produtos solúveis neles.

OSSO - São capazes de acumular alguns agentes como metais e anions.

BIODISPONIBILIDADE BIOLÓGICA

Barreiras de exclusão Os compostos podem se acumular em um lugar,

mas também podem ser excluídos em outros.

A barreira hemato-encefálica protege o sistema

nervoso central (SNC) da exposição a vários produtos químicos.

BIODISPONIBILIDADE BIOLÓGICA

Barreiras de exclusão A barreira hemato-encefálica é composta por três

mecanismos de exclusão:

Barreiras de exclusão

• células epiteliais dos capilares do SNC.

• capilares do sistema nervoso central (SNC).

• concentração de proteínas, no líquido intersticial

do SNC.

Biotransformação do agente tóxico Os agentes tóxicos lipossolúveis, para serem facilmente excretados pelas vias renais, devem ser transformados em compostos mais polares, isto é, solúveis em água.

Biotransformação: conjunto de

vias metabólicas, através do

qual o agente tóxico aumenta a

sua polaridade (solubilidade em água).

BIODISPONIBILIDADE BIOLÓGICA Biotransformação do agente tóxico

Órgão = FÍGADO

Sistema Microssomal

Extramicrossomal

Biliar

BIOTRANSFORMAÇÃO

Detoxificação

Bioativação

Indução

Inibição

Vascularização

Sanguínea

Tolerância

Cinética

Fase I

Agentes 1ºProduto 2ºProdutos

Oxidação Conjugação

Hidrólise

Redução

Eliminação

BIODISPONIBILIDADE BIOLÓGICA Eliminação do agente tóxico

Os agentes químicos absorvidos pelo

organismo são eliminados por diversas vias,

dependendo das propriedades fisico -

químicas, da concentração e afinidade nos

vários locais.

ELIMINAÇÃO DO AGENTE TÓXICO

As principais vias de eliminação são : Renal Pulmonar Biliar Suor e Saliva Leite

Fatores toxicodinâmicos

Compreendem a interação dos xenobióticos

nos seus sítios específicos de ação.

os xenobióticos são biologicamente

ativos em consequência de sua

interação com os sistemas essenciais à

fisiologia normal do organismo.

Fatores toxicodinâmicos

Exemplos de agentes tóxicos que interagem

com os sistemas essenciais do organismo:

Fatores toxicodinâmicos

Ex:

- O envenenamento por compostos

trivalentes de arsênico pode ser entendido

por um ataque ao sistema responsável pela

descarboxilação oxidativa dos ácidos

cetônicos, especialmente o ácido pirúvico.

Fatores toxicodinâmicos

Ex:

- A cocaína impede a recaptação da

norepinefrina nas terminações nervosas e

também previne a captura da epinefrina

exógena.

- Aumento dos níveis de catecolaminas na

fenda sináptica e consequentemente uma

exarcebação de seus efeitos.

INTOXICAÇÃO

Intoxicação é um conjunto de efeitos nocivos representado pelos sinais e sintomas que revelam o desequilíbrio orgânico produzido pela interação do agente químico com o sistema biológico. Corresponde ao estado patológico provocado pelo agente tóxico, em decorrência de sua interação com o organismo.

INTOXICAÇÃO

Pode-se dividir a intoxicação em 4 fases distintas: Fase de Exposição: corresponde ao contato do agente tóxico com o organismo. Representa a disponibilidade química das substâncias químicas e passíveis de serem introduzidas no organismo.

INTOXICAÇÃO Fase Toxicocinética: consiste no movimento do agente tóxico dentro do organismo. É formada pelos processos de absorção, distribuição, armazenamento e eliminação (biotransformação e excreção).

4 – INTOXICAÇÃO

Fase Toxicodinâmica: corresponde à ação do agente tóxico no organismo. Toxicodinâmica é o estudo dos mecanismos de ação tóxica das substâncias químicas, bem como do dano, da lesão ou doença que eles produzem após a interação com o organismo.

INTOXICAÇÃO

Fase Clínica: corresponde à manifestação clínica dos efeitos resultantes da ação tóxica. É o aparecimento de sinais e sintomas que caracterizam o efeito tóxico e evidenciam a presença do fenômeno da intoxicação

Efeitos adversos e não adversos O efeito adverso ou “anormal” é definido em relação à medição que está fora da amplitude “normal”. A amplitude “normal” se define com base nos valores médios que se tem observado num grupo de indivíduos presumivelmente sãos.

Efeitos adversos são alterações biológicas que: Ocorrem com uma exposição intermitente ou continuada e que dão lugar à diminuição da capacidade funcional (determinada por parâmetros anatômicos, fisiológicos e bioquímicos ou de comportamento) ou a uma diminuição da capacidade para compensar tensões adicionais.

Conceitos básicos

Efeitos tóxicos

São os efeitos adversos causados por substâncias

químicas.

Assim, todo o efeito tóxico é indesejável e nocivo.

Mas nem todos efeitos indesejáveis são tóxicos.

AGENTE TÓXICO

PROPRIEDADES

FÍSICAS

Estado Físico

Tamanho

Densidade

Solubilidade

QUÍMICOS

Gr de Ionizç

Composição

Reatividade

AÇÃO

Local

Sistêmica

Reversível

Irreversível

Nefrotóx

Neurotóx

Mutagên

Carcxin

OCORRÊNCIA

Acidental

Intencional

Incidental

ORIGEM

Biológico

Físico

Químico

Sintética

Semi-Sint

DISTRIBUIÇÃO

Irrigação

Lip/Água

Sist.Enz

Sup Abs

Transporte

Receptor

Transmissor

Via de

Absorção

INTOXICAÇÃO

SISTEMA

Concentração

Sensibilidade Tempo de Exposição

EFEITOS

FATORES QUE ALTERAM

Idade Sexo Peso Estado Nutricional Estado Patológico Estilo de Vida Exposição a agentes Polimorfismo Genético

Grupo de Risco Agente Frequência

Deficiência da G6PD Oxidantes NO2, O3 1- 165

Talassemia Chumbo, Benzeno 2 a 5%

Deficiencia de MetHb Meteglobinizantes 1%

Variante Paraoxonase Paration 20 a 30%

Efeito idiossincrático

As reações idiossincráticas correspondem às

respostas quantitativamente anormais a certos

agentes tóxicos, provocados por alterações

genéticas.

O indivíduo pode ter uma resposta adversa com

doses baixas (não-tóxicas) ou então ter uma

resposta extremamente intensa com doses mais

elevadas.

Efeito idiossincrático

Exemplo: sensibilidade anormal aos nitritos e outros agentes metemoglobinizantes, devido à deficiência, de origem genética, na NADH-metamoglobina redutase.

Efeito alérgico Reações alérgicas são reações adversas que ocorrem somente após uma prévia sensibilização do organismo ao agente tóxico, ou a um produto quimicamente semelhante.

Efeito alérgico Alguns autores não concordam que as alergias químicas sejam efeitos tóxicos, já que elas não obedecem ou apresentam uma relação dose-resposta (elas não são dose-dependente).

• Medir concentrações ambientais da substância alvo • Identificar o comportamento ambiental da substância • Estabelecer a duração e freqüência do contato humano com o meio contaminado • Conhecer a taxa de absorção da via de exposição • Conhecer a faixa etária dos grupos expostos

• Conhecer os hábitos da população

CÁLCULO DA EXPOSIÇÃO

Toxicidade Aguda é a capacidade de um produto causar um efeito prejudicial após uma única exposição (por qualquer que seja a rota), em um período de tempo curto (p. exemplo, menos de 1 dia). A toxicidade aguda é quantificada primariamente através de dados de letalidade, como, por exemplo, os níveis de exposição (LC50) ou a dose (LD50) necessária para matar 50% de uma população específica de animais, sob condições controladas de experimentação e de forma dependente da dose (relação dose/mortalidade).

• Uma curva dose-resposta hipotética:

Considerando exposição homogênea da população a um único poluente por um período de tempo específico.

Dose (concentração de poluente no ar)

Fonte: Nevus, N. (1995)

A Função Dose-Resposta

LDLO - A mais baixa dose do material introduzido

por qualquer rota, exceto inalação, por qualquer

período de tempo e em uma ou mais porções

individuais com registro de óbito em humanos ou

animais.

LCLO A mais baixa concentração de um material no

ar, que tenha causado a morte em humanos ou

animais.

LD50 - Dose letal para 50 % de uma população (de

animais em laboratório).

Quantidade de substância, em mg/kg do peso

corporal (dose), que mata metade dos animais nos

quais foi administrado o produto.

Amplamente usado como índice de toxicidade.

Quanto menor o valor de LD50, tanto maior a

toxicidade da substância.

LC50 - Concentração letal para 50% de uma

população (de animais no laboratório).

É a concentração de produto no ar, que matará

metade da população de organismos em estudo.

Usada como índice de toxicidade.

Quanto mais baixa LC50, mais tóxica a substância.

Classe Toxicidade

Dose (massa/kg peso corpóreo)

Dose Letal Oral Provável -pessoa 70kg

Exemplos LD50 (ratos, via oral)

Praticamente não tóxico

> 15 g/kg Mais > 4 xícaras de chá Sucrose

29,7 g/kg

Levemente tóxico

5 a 15 g/kg De 2 a 4 xícaras etanol 14 g/kg

Moderada-mente tóxico

0,5 a 5 g/kg Entre 6 colheres chá e 2 xícaras

Cloreto de sódio

3 g/kg

Muito tóxico 50-500 mg/kg 1 a 2 colheres de chá cafeína 192 mg/kg

Extremamente tóxico

5-50 mg/kg Entre 7 gotas e uma colher de chá

Cianeto de Sódio

6,4 mg/kg

Supertóxico < 5 mg/kg Menos que 7 gotas Estricnina 2,5 mg/kg

Tabela - Classes de Toxicidade Aguda

Toxicidade crônica é o efeito tóxico resultante de repetidas exposições diárias de uma pessoa ou um animal a doses baixas de um composto químico durante um longo período da vida. Estes efeitos crônicos podem resultar de danos cumulativos ao tecido, causados por cada pequena dose aplicada, ou são resultado de acúmulo de produtos químicos durante um longo período de exposição (ex. mercúrio, chumbo).

Origem do efeito crônico

(a) Acúmulo do Agente Tóxico no Organismo:

a velocidade de eliminação é menor que a de absorção, assim ao longo da exposição o agente vai sendo somado no organismo, até alcançar um nível tóxico.

Origem do efeito crônico (b) Somatória de Efeitos Ocorre quando o dano causado é irreversível e, portanto, vai sendo aumentado a cada exposição, até atingir um nível detectável. ou, então, quando o dano é reversível, mas o tempo entre cada exposição é insuficiente para que o organismo se recupere totalmente.

Efeitos retardados são aqueles que só ocorrem

após um período de latência, mesmo quando já não

mais existe a exposição.

Exemplo: efeitos carcinogênicos que têm uma

latência a 20-30 anos.

Efeitos reversíveis e irreversíveis

A manifestação de um ou outro efeito vai depender,

principalmente, da capacidade do tecido lesado em

se recuperar.

Assim, lesões hepáticas são geralmente

reversíveis, já que este tecido tem grande

capacidade de regeneração, enquanto as lesões no

sistema nervoso central (SNC) são geralmente

irreversíveis, pela baixa renovação das células

nervosas.

Efeitos locais e sistêmicos O efeito local refere-se àquele que ocorre no local do primeiro contato entre o agente tóxico e o organismo. Já o sistêmico exige uma absorção e distribuição da substância, de modo a atingir o sítio de ação, onde se encontra o receptor biológico. Existem substâncias que apresentam os dois tipos de efeitos. (ex.: benzeno, chumbo tetraetila, etc.)

Efeitos da interação de agentes químicos O termo interação entre substâncias químicas é utilizado todas as vezes em que uma substância altera o efeito de outra. A interação pode ocorrer durante a fase de exposição, toxicocinética ou toxicodinâmica.

Efeitos da interação de agentes químicos Adição: É aquele produzido quando o efeito final de 2 ou mais agentes é quantitativamente é igual à soma dos efeitos produzidos individualmente. Ex.: Chumbo e arsênio atuando a nível da biossíntese do heme (aumento da excreção urinária da coproporfirina).

Efeitos da interação de agentes químicos Sinergismo: Ocorre quando o efeito de 2 ou mais agentes químicos combinados, é maior do que a soma dos efeitos individuais. Ex.: A hepatotoxicidade, resultante da interação entre tetracloreto de carbono e álcool é muito maior do que aquela produzida pela soma das duas ações em separado, uma vez que o etanol inibe a biotransformação do solvente clorado.

Efeitos da interação de agentes químicos Potenciação: ocorre quando um agente tóxico tem seu efeito aumentado por atuar simultaneamente, com um agente “não tóxico”. Ex.: O isopropanol, que não é hepatotóxico, aumenta excessivamente a hepatotoxicidade do tetracloreto de carbono.

Efeitos da interação de agentes químicos Antagonismo: ocorre quando dois agentes químicos interferem um com a ação do outro, diminuindo o efeito final. É, geralmente, um efeito desejável em toxicologia, já que o dano resultante (se houver) é menor que aquele causado pelas substâncias separadamente.

Efeitos da interação de agentes químicos (a) Antagonismo químico: ocorre quando o antagonista

reage quimicamente com o agonista, inativando-o. Este tipo de antagonismo tem um papel muito importante no tratamento das intoxicações. Ex.: agentes quelantes como o EDTA, BAL e penicilamina, que seqüestram metais (As, Hg, Pb, etc.), diminuindo suas ações tóxicas.

Efeitos da interação de agentes químicos (b) Antagonismo funcional: ocorre quando dois agentes produzem efeitos contrários em um mesmo sistema biológico atuando em receptores diferentes. Ex.: barbitúricos que diminuem a pressão sangüínea, interagindo com a norepinefrina, que produz hipertensão.

Efeitos da interação de agentes químicos (c) Antagonismo não-competitivo, metabólico ou farmacocinético: Quando um fármaco altera a cinética do outro no organismo, de modo que menos agente tóxico alcance o sítio de ação ou permaneça menos tempo agindo. Ex.: bicarbonato de sódio que aumenta a secreção urinária dos barbitúricos.

Efeitos da interação de agentes químicos (d) Antagonismo competitivo, não-metabólico ou farmacodinâmico. Quando os dois fármacos atuam sobre o mesmo receptor biológico, um antagonizando o efeito do outro. São os chamados bloqueadores e este conceito é usado, com vantagens, no tratamento clínico das intoxicações. Ex.: atropina no tratamento da intoxicação por organofosforado.

MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA Ferramenta para avaliar a exposição dos trabalhadores a agentes químicos Consiste na ava­liação da exposição (por via respiratória) a agentes químicos pela medida da concentração destes agentes no local de trabalho e comparação de tais valores com seus respectivos indicadores biológicos de exposição (BEI´s).

MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA

Os Indices Biológicos de Exposição (BEI´s) são valores de referência tidos como guias para avaliação do risco potencial à saúde na prática da Higiene Industrial. Os BEI´s não indicam distinção clara entre uma exposição perigosa ou não. Devido a variabilidade biológica, é possível uma avaliação individual exceder o BEI, sem ocorrência de um aumento de risco à saúde.

MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA

ATENÇÃO !

Os Indicadores Biológicos não são indicados para uso como medida de efeitos adversos ou para diagnóstico de doença ocupacional.

LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS

LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS

A American Conference of Governmental Industrial Hygienists – ACGIH – estipula três categorias de limites de exposição ocupacional, a seguir especificadas:

LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS

Limite de exposição – média ponderada (TLV-TWA) TLV –TWA = Threshold Limit Values – Time Weighted Average.

Limite de exposição – exposição de curta duração (TLV-STEL) TLV – STEL = Threshold Limit Values – Short-Term Exposure Limit

Limite de Exposição – valor teto (TLV-C) TLV – C = Threshold Limit Values – Ceiling

LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS

Limite de exposição – média ponderada (TLV-TWA) = Concentração média ponderada pelo tempo para uma jornada normal de 8 horas diárias e 40 semanais, para a qual a maioria dos trabalhadores pode estar repetidamente exposta, dia após dia, sem sofrer efeitos adversos à sua saúde.

LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS

Limite de exposição – exposição de curta duração (TLV-STEL) o STEL é definido como uma exposição média ponderada pelo tempo durante 15 minutos que não pode ser excedida em nenhum momento da jornada de trabalho, mesmo que a concentração média ponderada, para 8 horas, esteja dentro dos limites de exposição – média ponderada (TLV-TWA).

LIMITES DE EXPOSIÇÃO PARA AGENTES QUÍMICOS

Limite de Exposição – valor teto (TLV-C) É a concentração que não pode ser excedida durante nenhum momento da exposição do trabalhador. O Anexo 11 da NR 15 possui alguns agentes com Valor Teto.

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Escola Satélite

É UMA ALEGRIA ESTAR COM VOCÊS

MUITO OBRIGADO

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