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1 CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO M2 D2 - PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES II GUIA DE ESTUDO PARTE III – NR 20 – LÍQUIDOS COMBUSTÍVEIS E INFLAMÁVEIS PROFESSOR AUTOR: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI PROFESSOR TELEPRESENCIAL: ENG. RICARDO POTASCHEFF COORDENADOR DE CONTEÚDO: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO OUTUBRO 2011

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA

DE SEGURANÇA DO TRABALHO

M2 D2 - PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM MÁQUINAS,

EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES II

GUIA DE ESTUDO PARTE III – NR 20 – LÍQUIDOS COMBUST ÍVEIS E

INFLAMÁVEIS

PROFESSOR AUTOR: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI

PROFESSOR TELEPRESENCIAL: ENG. RICARDO POTASCHEFF

COORDENADOR DE CONTEÚDO: ENG. JOSEVAN URSINE FUDOLI

DIRETORA PEDAGÓGICA: MARIA UMBELINA CAIAFA SALGADO

OUTUBRO 2011

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA: PREVENÇÃO E CONTROLE DE RISCOS EM

MÁQUINAS, EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES II

Prezado aluno, prezada aluna,

Na disciplina “Prevenção e Controle de Riscos em Máquinas, Equipamentos e Instalações II”, já abordamos a Parte I: Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade (NR10) e a Parte II: Condições de Segurança e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção (PCMAT).

Nesta Parte III focalizaremos os Líquidos Combustíveis e Inflamáveis (NR 20), cujo aprendizado compreende a aula telepresencial, a leitura do Guia de Estudo e do texto complementar obrigatório, para responder às questões do Estudo Individual Orientado (EIO).

O calendário atualizado da disciplina encontra-se no quadro a seguir.

Data aula

Guia de Estudo

Textos Complementares de Leitura Obrigatória No Lista

Exercícios Data

Postagem Data final Resposta

20 set Parte I

Pereira, Joaquim Gomes; Sousa, João José Barrico de. Manual de Auxílio na Interpretação e aplicação da NR-10 - NR-10 Comentada. MTE, 2010. Disponível em: http://www.mte.gov.br/seg_sau/manual_nr10.pdf

15 21 set 08 out 23h59

27 set Parte II BRASIL/MTE Normas Regula-mentadoras: NR-18. Disponível em: www.mte.gov.br 16 01 out

15 out 23h59

04 out Parte III

Brasil/MTE/ Secretaria de Inspeção do Trabalho. Portaria N° 38, de 9 de Dezembro de 2002 (Divulgar para consulta pública a proposta de texto de alteração da Norma Regulamentadora N.º 20 -Segurança no Trabalho com Líquidos Combus-tíveis, Líquidos Infamáveis e Gases Inflamáveis) Texto básico da nova NR 20. Disponível em: http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/port_38_2002_consulta_publ_altera_nr20.html

17 05 out 18 out 23h59

11 out Parte IV A ser definido 18 12 out 25 out 23h59

Prova do Modulo II: 13 de dezembro de 2011

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PARTE III: CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE D E TRABALHO

NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (PCMAT)

CONTEÚDO

NR-20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis. Objetivo. Definição de líquido combustível. Definição de líquidos inflamáveis. Características de projeto dos tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis. Distância dos tanques à propriedade. Distância do tanque às vias públicas. Gases liquefeitos de petróleo e outros gases inflamáveis. Características de projeto para recipientes que armazenam gases liquefeitos. ABNT NBR 6.493 – Emprego de cores para identificação das tubulações. A futura NR-20.

Nesta parte, focalizamos a NR-20 que trata dos líquidos combustíveis e inflamáveis. É importante que você acesse o site do Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br), para obter sempre a NR 20 atualizada.

Os artigos da NR 20 e os assuntos que a eles associados estão transcritos e comentados, no presente texto, de maneira a complementar os assuntos inter-relacionados. Leia todo o texto com atenção, tome notas e organize esquemas que ajudem você a compreender os temas abordados e pesquisar o assunto com a devida profundidade.

ALERTA IMPORTANTE

Procure assistir a todas as aulas telepresenciais e resolver as Listas de Exercícios nos prazos assinalados. Não deixe para a última hora!

Lembre-se de comentar os tópicos do Fórum. Você precisa postar pelo menos um comentário para cada um dos quatro tópicos que serão postados ao longo do Módulo 2, e mais quatro comentários distribuídos pelos tópicos nos quais desejar aprofundar-se. Ou seja, esperamos que você poste oito comentários ao todo para obter a pontuação máxima.

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OBJETIVOS DA PARTE III

Após o estudo da Parte III desta disciplina, esperamos que você seja capaz:

1. Descrever os líquidos combustíveis e os líquidos inflamáveis.

2. Entender os conceitos básicos dos líquidos e gases inflamáveis

3. Identificar os limites de segurança de projeto para construção de tanques

4. Descrever como armazenar líquidos inflamáveis e combustíveis.

5. Conhecer as exigências legais de segurança para construção de tanques

6. Conhecer o projeto de segurança na construção de reservatórios de gases

7. Identificar os tipos de cores como medidas de prevenção de acidentes

8. Descrever os conceitos técnicos relacionados com produtos inflamáveis

9. Descrever a proteção de segurança dos tanques

10. Descrever as mudanças previstas para a nova NR 20

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1. INTRODUÇÃO

A NR-20 trata das definições e dos aspectos de segurança, envolvendo as atividades com líquidos inflamáveis, líquidos combustíveis, Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) e outros gases inflamáveis, devendo ser aplicada em todo e qualquer tipo de Estabelecimento, empresa ou indústria que utiliza os produtos supracitados.

2. Conceitos e definições

Quando se utilizam líquidos combustíveis, líquidos inflamáveis, gases liquefeitos de petróleo (GLP) ou outros tipos de gases inflamáveis é importante conhecer os seguintes conceitos técnicos:

• combustível – todo material ou substância que possui a propriedade de

queimar ou inflamar-se;

• comburente – todo elemento químico que se combina com o combustível,

possibilitando a inflamação de vapores;

• combustão – resultado de uma reação química de oxidação completa ou

parcial. A combustão pode ser controlada (soldador que controla a mistura

entre do oxigênio com o acetileno, no bico do maçarico) ou incontrolada

(incêndio).

• Explosão – é uma reação química em que a energia é liberada de forma

rápida, incontrolada e fora de controle. A explosão ocorre quando o

combustível (gás ou vapor) se encontra dentro da faixa de inflamabilidade e

na presença de uma fonte de ignição.

• fonte de ignição – qualquer dispositivo capaz de provocar a reação na

mistura inflamável;

• mistura inflamável – mistura proporcionada do comburente com o

combustível para iniciar a inflamabilidade dos vapores;

• faixa de inflamabilidade - faixa delimitada pelo limite inferior de

inflamabilidade (LII) e o limite superior de inflamabilidade (LSI). A faixa de

inflamabilidade é específica para uma determinada substância.

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• Mistura pobre: mistura de gás ou vapor inflamável com o teor de oxigênio

abaixo do LII.

• Mistura rica: mistura de gás ou vapor inflamável com o teor de oxigênio

acima do LSI.

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• outros gases inflamáveis – aplicam-se a outros gases inflamáveis, os

itens relativos a gases liquefeitos de petróleo (GLP);

• ponto de combustão – é a temperatura, poucos graus acima do ponto de

fulgor, na qual os vapores desprendidos, na presença de uma fonte externa

de calor, se inflamam, mantendo a chama;

• Ponto de fulgor - É a temperatura na qual um líquido, quando aquecido

em um aparelho com condições padronizadas, emite vapores suficientes

para formar com o ar uma mistura inflamável quando em presença de

chama.

• reação em cadeia : envolve a troca de energia e a realimentação da

chama; parte da energia é dissipada no ambiente, provocando os efeitos

térmicos derivados do incêndio, enquanto o restante continua a aquecer o

combustível, fornecendo a energia para o processo seguir.

• Gás – estado físico normal na temperatura e pressão ambiente

• Vapor – fase gasosa de uma substância ou composto que seja líquida ou

sólida na temperatura e pressão ambiente

• Densidade - A densidade dos gases e vapores está referenciada a

densidade do ar, considerada igual a 1, a 20ºC.

Os gases e vapores mais leves que o ar têm movimento ascendente

e rápida dispersão em local com ventilação natural. Os mais pesados ,

têm movimento descendente e dispersão mais lenta.

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3. Líquidos inflamáveis

A NR-20 define líquido inflamável como aquelesque possui ponto de fulgor inferior a 70ºC e pressão de vapor que não exceda 2,8 kg/cm2 absoluta a 37,7ºC.

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A NR 20 traz duas definições curiosas:

1 - “quando o líquido inflamável tem ponto de fulgor abaixo de 37,7 ºC, ele se classifica como líquido combustível de classe I” (subitem 20.2.1.1);

1 - “quando o líquido inflamável tem ponto de fulgor a 37,7 ºC e inferior a 70ºC, ele se classifica como líquido combustível da classe II” (subitem 20.2.1.2).

Ponto de fulgor é a temperatura na qual os vapores se inflamam na presença de uma fonte de ignição, mas sem manter a chama. Ocorre um "flash".

Pressão de vapor é a pressão relacionada a uma temperatura, na qual um líquido que ocupa parcialmente um recipiente fechado, tem interrompida a passagem de suas moléculas para a fase de vapor.

O ponto de fulgor de uma substância é uma característica indicativa de sua volatilidade e está associada à pressão de vapor da substância. Conhecer o ponto de fulgor das substâncias é importante para se tomar as medidas de prevençao contra riscos de fogo, incêndio e explosão, nas atividades operacionais, manuseio, armazenamento, transporte e movimentação dos produtos. O ponto de fulgor é a referência principal para determinar se classificar se um líquido é inflamável ou combustível.

Em outras palavras, a pressão de vapor é aquela exercida pelas moléculas na fase de vapor sobre seu líquido, de modo a não haver mais evaporação, como mostra a figura 1 abaixo.

Figura 1 – Esquem a da pressão de vapor

.

É oportuno destacar que existem outras definições de líquido inflamável, além da NR 20 do Ministério do Trabalho e Emprego que apresenta requisitos de segurança aplicados às empresas, com relação aos projetos de armazenamento de

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produtos combustíveis e inflamáveis em suas instalações industriais, visando a prevenção contra incêndio e explosões.

A norma NBR 17.505 da ABNT – Associação Brasileira de Norma Técnica - trata do Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis e define líquido inflamável como uma substância com ponto de fulgor < 37,8 ºC à pressão de vapor absoluta igual ou menor que 2,8 kgf/cm² (a 37,7ºC).

É oportuno esclarecer que a ABNT é uma Instituição privada que gera normas técnicas, que não legalmente obrigatórias, exceto se citadas em dispositivos legais, convenções coletivas, contratos ou documentos de cunho jurídico similar.

Também existe uma definição de líquidos inflamáveis, no item 2.3.1.2 da Resolução 420/2004 do ANTT – Agência Nacional dos Transportes Terrestres – que estabelece instruções complementares à Regulamentação do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos criado pelo Decreto 96.044/88 do Ministério do Transporte, segundo a qual:

“líquidos inflamáveis são líquidos, misturas de líquidos ou líquidos que contenham sólidos em solução ou suspensão (p.e: tintas, vernizes, lacas,etc, excluídas as substâncias que tenham sido classificadas de forma diferente em função de suas características perigosas) que produzam vapor inflamável a temperaturas de até 60,5ºC, em ensaio de vaso fechado, ou até 65,6ºC, em ensaio de vaso aberto, normalmente referido como ponto de fulgor”

Em resumo, a Resolução ANTT 420/2004 classifica os líquidos inflamáveis em 3 grupos:

a) Líquido inflamável: ponto de fulgor maior que 60,5ºC (Classe 3, Nº Risco 30)

b) Muito inflamável: Ponto de fulgor < 23 ºC (Classe 3, Nº Risco 33)

c) Pirofórico: (classe 3 – Número de Risco 333)

Nota: substância pirófica é aquela entra em ignição, em contato com o oxigênio do meio ambiente, sem a presença de fonte de ignição direta (Ex: fosgênio).

É importante conhecer as regulamentações do Ministério do Trabalho, do Ministério do Transporte e da ABNT, para aplica-las no momento e nas situações certas. A título de exemplo, para fins de caracterização do adicional de periculosidade, por atividade ou área que armazena líquido inflamável, deve-se aplicar somente o conceito da NR 20.

4. Características de projeto dos tanques para arma zenamento de líquidos inflamáveis

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O subitem 20.2.2 da NR 20 estabelece que os “tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis serão constituídos de aço ou concreto, a menos que a característica do líquido requeira material especial, segundo normas técnicas oficiais vigentes no País.

Comentário: Os tanques devem ser construídos conforme normas técnicas nacionais ou internacionais (ABNT, ISSO, ASME, entre outras), devendo-se destacar a norma ABNT NBR 15.461 (Construção de tanques em aço carbono) como uma referência importante construção de tanques de aço carbono, com volume até 190.000 litros, destinados ao armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis, à pressão atomosférica.

Os tanques de armazenamento de produtos derivados do petróleo são dispositivos destinados a estocar fluidos à pressão atmosférica ou levemente superiores à pressão atmosférica e são construídos, na maior parte das vezes, de acordo com os requisitos da norma americana API 650 (American Petroleum Institute).

Esses tanques variam de diâmetros, desde 3 metros a mais de 45 metros, e são instalados dentro de bacias (diques) de segurança, cuja finalidade é reter o produto, em caso de vazamento do produto, em situação anormal. O dique deve ser projetado para conter 1,5 o volume do produto contido no tanque, não pode haver aberturas laterais e o revestimento do piso do dique deve resistir á ação química do produto.

O teto dos tanques pode ser de teto fixo ou teto flutuante, dependendo do tipo de produto a estocar.

5. Distância dos tanques à propriedade e vias públi cas

Todos os tanques de superfície (subitem 20.2.3) usados para armazenamento de líquidos inflamáveis ou equipados com respiradouros de emergência deverão ser localizados de acordo com a Tabela A e a Tabela B a seguir descrita:

Tabela A -- Localização dos tanques de armazenament o de líquidos com-bustíveis de superfície ou equipados com respiradou ros de emergência

CAPACIDADE DO TANQUE (LITROS)

DISTÂNCIA DO TANQUE À LINHA DE DIVISA DA

PROPRIEDADE ADJACENTE

DISTÂNCIA MÍNIMA DO

TANQUE ÀS VIAS PÚBLICAS

Acima de 250 até 1.000 1,5 m 1,5 m

Acima de 1.001 até 2.800 3 m 1,5 m

Acima de 2.801 até 45.000 4,5 m 1,5 m

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Acima de 45.001 até 110.000 6 m 1,5 m

Acima de 110.001 até 200.000 6 m 3 m

Acima de 200.001 até 400.000 15 m 4,5 m

Acima de 400.001 até 2.000.000 25 m 7,5 m

Acima de 2.000.001 até 4.000.000 30 m 10,5 m

Acima de 4.000.001 até 7.500.000 30 m 13,5 m

Acima de 7.500.001 até 10.000.000 50 m 16,5 m

Acima de 10.000.001 ou mais 52,5 m 18 m

TABELA B

TIPO DE TANQUE

PROTEÇÃO DISTÂNCIA MÍNIMA DO TANQUE À LINHA DE

DIVISA DA PROPRIEDADE

ADJACENTE

DISTÂNCIA MÍNIMA DO TANQUE ÀS VIAS

PÚBLICAS

Qualquer tipo

Contra exposição Uma e meia vezes as distâncias da Tabela "A", mas nunca inferior a 7,5m

Uma e meia vezes as distâncias da Tabela "A", mas nunca inferior a 7,5m

Nenhuma Uma e meia vezes as distâncias da Tabela "A", mas nunca inferior a 7,5m

Três vezes as distâncias da Tabela "A", mas nunca inferior a 15m

Comentário: os tanques devem possuir respiradores ou válvulas de alivio/vácuo, de acordo com norma internacional ou brasileira, devidamente calculadas para funcionamento adequado, em casos de liberação de vapor, em caso de enchimento do tanque ou de entrada de ar, em caso de retirada de produto do tanque.

Os respiradores de tanques subterrâneos, que armazenam líquidos inflamáveis da classe I (ponto de fulgor menor que 37,7ºC) devem ser direcionados acima da edificação, por meio de tubulação e de tal forma que os vapores não entrem pelas aberturas dos edifícios, nem fiquem concentrados em depressões do terreno. O ponto mais alto da tubulação para escape dos vapores deve ser tal que disperse os gases a uma distância segura, a ser calculada, estando longe de fonte de ignição e de zona urbana ou de postos de trabalho.

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De acordo com o item 20.2.6 da NR 20, os tanques que armazenam líquidos inflamáveis, instalados enterrados no solo, deverão obedecer aos seguintes distanciamentos mínimos: (a) 1,00 m de divisas de outras propriedades; (b) 0,30 m de alicerces de paredes, poços ou porão.

Os tanques para armazenamento de líquidos inflamáveis somente poderão ser instalados no interior de edifícios sob a forma de tanques enterrados.

Comentário: As normas ABNT da série NBR 17.505 tratam das distâncias mínimas de segurança e que são:

- ABNT NBR 17505-1 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 1 – Disposições gerais.

- ABNT NBR 17505-2 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 2 – Armazenamento em tanques e em vasos.

- ABNT NBR 17505-3 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 3 – Sistema de tubulações

- ABNT NBR 17505-4 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 4 – Armazenamento em recipientes em tanques portáteis.

- ABNT NBR 17505-5 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 5 – Operações

- ABNT NBR 17505-6 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 6 – Instalações e equipamentos elétricos

- ABNT NBR 17505-7 – Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis – Parte 7 – Proteção contra incêndio para parques de armazenamento com tanques estacionários.

(Fonte: www.abnt.org.br)

Segundo a NBR 17.505, as instalações projetadas e construídas devem obedecer as normas e códigos construtivos de engenharia, procedimentos internos e controle de qualidade dos materiais de construção, devendo a documentação ser composta por: a) projeto completo, englobando todas as disciplinas requeridas; b) Anotação de Responsabilidade Técnica dos projetos pertinentes; c) laudos dos ensaios hidrostáticos dos tanques (tetos e costados) e das tubulações); d) laudos das soldas do fundo e do costado, além da malha de aterramento.

Os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis deverão ser equipados com respiradouros de pressão e vácuo ou corta-chamas. Os respiradouros dos tanques enterrados deverão ser localizados de forma que fiquem fora de edificações e no mínimo a 3,50 m de altura do nível do solo.

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Todos os tanques de superfície deverão ter dispositivos que liberem pressões internas excessivas, causadas pela exposição à fonte de calor.

De acordo com o subitem 20.2.11, “todos os tanques de armazenamento de líquidos inflamáveis deverão ser aterrados segundo recomendações da Norma Regulamentadora – NR 10”,

Já o subitem 20.1.12, complementando o item 20.2.11, exige que ao “efetuar-se o transvasamento de líquidos inflamáveis de um tanque para outro, ou entre um tanque e um carro-tanque, os dois deverão, obrigatoriamente, estar aterrados ou ligados ao mesmo potencial elétrico”.

Comentário : É importante o aterramento devido à eletricidade estática que surge quando os líquidos fluem dentro de uma tubulação ou mangueira. A eletricidade estática é o acúmulo de cargas elétricas em um material condutor, semi-condutor ou isolante, constituindo-se em uma fonte de riscos que pode resultar em incêndio e explosão, durante a transferência de fluído ou de carregamento/descarregamento de produtos inflamáveis. É que os vapores inflamáveis entram facilmente em ignição, mesmo submetidos a pequenas quantidades de energia, como é o caso da eletricidade estática. Uma forma de evitar a eletricidade estática é conectar à terra o recipiente que contém o líquido inflamável em movimentação, de acordo com os procedimentos específicos.

De acordo com o subitem 20.2.13, o armazenamento de líquidos inflamáveis dentro do edifício só poderá ser feito com recipientes cuja capacidade máxima seja de 250 litros por recipiente .

O armazenamento de líquidos inflamáveis da Classe I (ponto de fulgor abaixo de 37,7 ºC), em tambores com capacidade até 250 litros, deverá ser feito em lotes de no máximo 100 (cem) tambores.

Os lotes que possuam no mínimo 30 (trinta) e no máximo 100 (cem) tambores, deverão estar distanciados, no mínimo, 20 m de edifícios ou limites de propriedade.

Quando houver mais de um lote, os lotes existentes deverão estar distanciados entre si, de no mínimo 15 m.

De acordo com o subitem 20.2.17, “nos locais de descarga de líquidos inflamáveis, deverá existir fio terra apropriado, conforme recomendações da Norma Regulamentadora – NR 10, para descarregar a energia estática dos carros transportadores, antes de efetuar a descarga do líquido inflamável. A descarga deve efetuar-se com o carro transportador ligado à terra”

Todo equipamento elétrico para manusear líquidos inflamáveis deverá ser especial, à prova de explosão, conforme recomendações da Norma Regulamentadora – NR 10.

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Comentário: o aterramento elétrico é a ligação intencional com o solo, considerado um condutor através do qual a corrente elétrica pode fluir. Todo dispositivo ou peça condutora que não faça parte dos circuitos elétricos, mas eventualmente possa ficar sobre tensão elétrica, deve ser aterrada, desde que esteja em local sujeito a contato.

Os caminhões-tanques e reboques utilizados para transportar líquidos inflamáveis ou combustíveis devem ser construídos e operados de acordo com as normas técnicas nacionais e/ou internacionais e mantidos em estado de segurança, com inspeções periódicas. É importante também o treinamento para os motoristas de caminhões transportadores de produtos inflamáveis, combustíveis e perigosos, que é realizado pelas Entidades de treinamento, destacando-se o Curso do MOPP – Movimentação de Produtos Perigosos, em que os motoristas são treinados pelas empresas para agir com segurança no dia-a-dia e em situações de emergência.

6. Líquidos combustíveis

Para efeito da Norma Regulamentadora NR-20 “líquido combustível” é definido como todo aquele que possui ponto de fulgor igual ou superior a 70ºC e inferior a 93,3ºC (item 20.1.1).

A NR 20 (subitem 20.1.1.1) define também que o líquido combustível definido no item 20.1.1 é considerado líquido combustível da classe III.

A Norma ABNT NBR 17.505 que trata do Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis define líquido combustível como uma substância com ponto de fulgor maior ou igual a 37,8 ºC. Os líquidos combustíveis se dividem em classe II e classe III:

Classe II: 37,8 ºC menor ou igual a PF < 60 ºC

Classe III A: 60ºC menor ou igual a PF < 93 ºC

Classe III B: PF > 93 ºC

Na prática, os líquidos combustíveis, quando aquecidos, liberam vapores igualmente perigosos e devem ter o mesmo nível de atenção destinado aos vapores dos líquidos inflamáveis.

Os tanques de armazenagem de líquidos combustíveis serão construídos de aço ou de concreto, a menos que a característica do líquido requeira material especial, segundo normas técnicas oficiais vigentes no País.

A distância entre 2 (dois) tanques de armazenamento de líquidos combustíveis não deverá ser inferior a 1,00m (um metro).

O espaçamento mínimo entre 2 (dois) tanques de armazenamento de líquidos combustíveis diferentes, ou de armazenamento de qualquer outro combustível, deverá ser de 6,00 m..

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Todos os tanques de superfície deverão ter dispositivos que liberem pressões internas excessivas, causadas pela exposição à fonte de calor.

7. Gases liquefeitos de petróleo e outros gases inf lamáveis.

7.1 – Gas inflamável segundo a NR 20

O Gás Liquefeito de Petróleo – GLP é o produto constituído, predominantemente, pelo hidrocarboneto propano, propeno, butano e buteno.

Os recipientes estacionários, com mais de 250 (duzentos e cinqüenta) litros de capacidade, para armazenamento de GLP serão construídos segundo normas técnicas oficiais vigentes no País.

A capacidade máxima permitida, para cada recipiente de armazenagem de GLP, será de 115.000 litros, salvo instalações de refinaria, terminais de distribuição ou terminais portuários.

Cada recipiente de armazenagem de GLP deverá ter uma placa metálica, que deverá ficar visível depois de instalada, com os seguintes dados escritos de modo indelével, conforme item 20.3.3 da NR-20:

• todas as válvulas diretamente conectadas ao recipiente de

armazenagem deverão ter uma pressão de trabalho mínima de 18

kg/cm2.

• todas as válvulas e acessórios usados nas instalações de GLP serão

de material e construção apropriados para tal finalidade e não poderão

ser construídos de ferro fundido.

• todas as ligações ao recipiente, com exceção das destinadas às

válvulas de segurança e medidores de nível de líquido, ou as aberturas

tamponadas, deverão ter válvula de fechamento rápido próximo ao

recipiente.

• todos os recipientes de armazenagem de GLP serão equipados com

válvulas de segurança.

As descargas das válvulas de segurança serão afastadas no mínimo 3,00 m da abertura de edificações situadas em nível inferior à descarga.

A descarga será através de tubulação vertical, com o mínimo de 2,50m de altura acima do recipiente, ou do solo, quando o recipiente for enterrado.

Os recipientes de armazenagem de GLP deverão obedecer aos seguintes distanciamentos:

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a. recipientes de 500 (quinhentos) a 8.000 (oito mil) litros deverão estar

distanciados entre si de no mínimo 1,00m (um metro).

b. recipientes acima de 8.000 (oito mil) litros deverão estar distanciados entre

si de no mínimo 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros).

Os recipientes com mais de 500 litros deverão estar separados de edificações e divisas de outras propriedades segundo a Tabela D.

TABELA D

CAPACIDADE DE RECIPIENTE (LITROS)

AFASTAMENTO MÍNIMO (METROS)

500 a 2.000

2.000 a 8.000

acima de 8.000

3,0

7,5

15,0

7.3 - Gas inflamável segundo a Resolução 420/2004 d a ANTT De acordo com o capítulo 2.2 da Resolução 420/2004, gás é uma substância que: a) a 50ºC tem uma pressão de vapor superior a 300kPa; ou b) é completamente gasoso à temperatura de 20ºC, à pressão de 101,3kPa. Os gases são apresentados para transporte sob diferentes aspectos físicos: a) gás comprimido : é um gás que, exceto se em solução, quando acondicionado para transporte, à temperatura de 20ºC é completamente gasoso; b) gás liquefeito : gás parcialmente líquido, quando embalado para transporte, à temperatura de 20ºC; c) gás liquefeito refrigerado : gás que, quando embalado para transporte, é parcialmente líquido devido a sua baixa temperatura; d) gás em solução : gás comprimido, apresentado para transporte dissolvido num solvente. As substâncias da Classe 2 estão divididas em três subclasses, com base no risco principal que os gases apresentam durante o transporte:

a) suclasse 2.1 – gases inflamáveis - gases que a 20ºC e à pressão de 101,3kPa:

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1 - são inflamáveis quando em mistura de 13% ou menos, em volume, com o ar; ou 2) apresentam faixa de inflamabilidade com ar de, no mínimo, doze pontos percentuais, independentemente do limite inferior de inflamabilidade. A inflamabilidade deve ser determinada por ensaios ou através de cálculos, conforme métodos adotados pela ISO (ver Norma ISO 10156-1996). Quando os dados disponíveis forem insuficientes para a utilização desses métodos, podem ser adotados métodos comparáveis, reconhecidos por autoridade nacional competente. Entretanto, essa classificação de gás inflamável é válida para transporte de carga perigosa, na legislação do Ministério dos Transportes.

7.3 – Gas Natural Veicular

O gás natural veicular é um combustível “limpo” à base de metano, não apresenta impurezas e resíduos significativos em sua combustão, não é corrosivo, não produz depósito de carbono nas câmaras de combustão e não aditivos. A mistura de ar-combustível é dosada em qualquer temperatura e sua combustão é mais eficiente do que os demais combustíveis, contribuindo para maior vida útil do motor.

O armazenamento do GNV é feito em cilindros de aço especial, no qual o gás é comprimido sob uma pressão de 250 bar. O GNV é mais leve do que o ar, o que possibilita uma dispersão mais rápida do gás no meio ambiente, mas sua temperatura de auto-ignição atinge 620ºC, bem acima das temperaturas do álcool (300 ºC) e da gasolina (200 ºC)..

As conversões devem ser realizadas em oficinas registradas no INMETRO ou por Organismos Certificadores credenciados por ela e os cilindros devem ser apropriados para acondicionar e resistir à pressão do GNV. Recomenda-se que o cilindro seja adquirido em empresas certificadas pelo INMETRO que vem com um selo verde de garantia, uma numeração sequencial, com número de licença, dados do fabricante e data de fabricação.

O cilindro de GNV deve ser inspecionado após cinco anos de uso, por empresa certificado por um OCP – Organismo de Certificação de Produto e receber o Selo de Conformidade.

8 - Emprego de cores para identificação das tubulaç ões.

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8.1 – Cor e Sinalização pela NR 26 As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.

A NR 26 dispõe sobre “Sinalização de Segurança” e estabelece a padronização

de cores que devem ser usadas como sinalização de segurança nos ambientes de trabalho e visando a prevenção de acidentes, a identificação dos equipamentos, identificação de tubulações de líquidos e gases advertindo contra riscos e visualização de riscos. Comentário – No ambiente de trabalho, a comunicação acontece de diversas formas e diversos tipos de linguagem são utilizadas para estabelecer as maneiras da comunicação. Em se tratando de segurança, essa comunicação deve ser mais planejada, pois requer toda uma sistemática que deve ser entendida por todos, para ações rápidas e com uma forma única de proceder, já que as emergências não dão tempo de pensar. A NR 26 estabeleceu as cores como uma forma de linguagem na comunicação e que vem sendo utilizada há mais de 30 anos pelo Ministério do Trabalho. A Portaria SIT n.º 229, de 24 de maio de 2011alterou a NR 26. Cor Marrom: - O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluído não identificável pelas demais cores. Cor Alumínio: - O alumínio será utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (ex. óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante, etc) Cor Cinza:

- Cinza claro - deverá ser usado para identificar canalizações em vácuo. - Cinza escuro - deverá ser usado para identificar eletrodutos.

Cor Lilás: O lilás deverá ser usado para indicar canalizações que contenham álcalis. As refinarias de petróleo poderão utilizar o lilás para a identificação de lubrificantes.

Confira abaixo a sinalização de cores da NR 26

original

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Cor Vermelha: - tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água; - transporte com equipamentos de combate a incêndio;

- portas de saídas de emergência; - rede de água para incêndio (sprinklers); - mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica). Cor Laranja: O laranja deverá ser empregado para identificar: - canalizações contendo ácidos; - partes móveis de máquinas e equipamentos; Cor Preta: - O preto será empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (ex: óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc.). A Portaria SIT n.º 229, de 24 de maio de 2011alterou a NR 26. 26.1 Cor na segurança do trabalho 26.1.1 Devem ser adotadas cores para segurança em estabelecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. 26.1.2. As cores utilizadas nos locais de trabalho para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos, devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais. 26.1.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. 26.1.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. 26.2 Classificação, Rotulagem Preventiva e Ficha com Dados de Segurança de Produto Químico 26.2.1 O produto químico utilizado no local de trabalho deve ser classificado quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.

Confira abaixo a revisão da NR 26

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26.2.1.2 A classificação de substâncias perigosas deve ser baseada em lista de classificação harmonizada ou com a realização de ensaios exigidos pelo processo de classificação. 26.2.1.2.1 Na ausência de lista nacional de classificação harmonizada de substâncias perigosas pode ser utilizada lista internacional. 26.2.1.3 Os aspectos relativos à classificação devem atender ao disposto em norma técnica oficial vigente. 26.2.2 A rotulagem preventiva do produto químico classificado como perigoso a segurança e saúde dos trabalhadores deve utilizar procedimentos definidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas. 26.2.2.1 A rotulagem preventiva é um conjunto de elementos com informações escritas, impressas ou gráficas, relativas a um produto químico, que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que contém o produto. 26.2.2.2 A rotulagem preventiva deve conter os seguintes elementos: a)identificação e composição do produto químico; b)pictograma(s) de perigo; c)palavra de advertência; d)frase(s) de perigo; e)frase(s) de precaução; f)informações suplementares. 26.2.2.3 Os aspectos relativos à rotulagem preventiva devem atender ao disposto em norma técnica oficial vigente. 26.2.2.4 O produto químico não classificado como perigoso a segurança e saúde dos trabalhadores conforme o GHS deve dispor de rotulagem preventiva simplificada que contenha, no mínimo, a indicação do nome, a informação de que se trata de produto não classificado como perigoso e recomendações de precaução. 26.2.3 O fabricante ou, no caso de importação, o fornecedor no mercado nacional deve elaborar e tornar disponível ficha com dados de segurança do produto químico para todo produto químico classificado como perigoso. 26.2.3.1 O formato e conteúdo da ficha com dados de segurança do produto químico devem seguir o estabelecido pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas.

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26.2.3.1.1 No caso de mistura deve ser explicitado na ficha com dados de segurança o nome e a concentração, ou faixa de concentração, das substâncias que: a)representam perigo para a saúde dos trabalhadores, se estiverem presentes em concentração igual ou superior aos valores de corte/limites de concentração estabelecidos pelo GHS para cada classe/ categoria de perigo; e b)possuam limite de exposição ocupacional estabelecidos. 26.2.3.2 Os aspectos relativos à ficha com dados de segurança devem atender ao disposto em norma técnica oficial vigente. 26.2.3.3 O disposto no item 26.2.3 se aplica também a produto químico não classificado como perigoso, mas cujos usos previstos ou recomendados derem origem a riscos a segurança e saúde dos trabalhadores. 26.2.3.4 O empregador deve assegurar o acesso dos trabalhadores às fichas com dados de segurança dos produtos químicos que utilizam no local de trabalho. 26.2.4 Os trabalhadores devem receber treinamento: a)para compreender a rotulagem preventiva e a ficha com dados de segurança do produto químico; b)sobre os perigos, riscos, medidas preventivas para o uso seguro e procedimentos para atuação em situações de emergência com o produto químico. 8.2 – Cor e sinalização na ABNT A ABNT, pela NBR 6793/1994, possui também uma norma sobre emprego de cores na identificação das tubulações e as empresas possuem seus procedimentos com baseados nessas normas ou até mesmo mesclando-as, quando não criam normas específicas e mais adequadas para seus ambientes de trabalho. A verdade é que ambas as normas – a NR 26 do Ministério do Trabalho – e a da ABNT – a NBR 6793/1994 – estão ultrapassadas e já não atingem seus objetivos para os quais foram criadas em suas épocas. Está em curso uma proposta de revisão de tais normas, com tendência de fundirem-se em uma só, passando-se a se adotar apenas a do Ministério do Trabalho, revisada, com a contribuição das grandes empresas que já estão adiantadas no desenvolvimento desse assunto. NBR-6493 - / 1994 - Emprego de cores para identificação de tubulações

Confira abaixo a tabela de cores da

Norma ABNT NBR 6493

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As substâncias perigosas devem ter seus recipientes identificadas, contendo o nome técnico do produto, o grau de risco do produto, medidas preventivas, em caso de acidente com o produto, informações especiais para os médicos, em caso de acidente e instruções especiais em caso de fogo, derramamento ou vazamento.

8.2 - ABNT NBR 6.493

A ABNT NBR 6.493, versão outubro/1994, trata da aplicação do emprego de cores para identificação de tubulações e fixa as condições exigíveis para o emprego de cores na identificação de tubulações para a canalização de fluidos e material fragmentado ou condutores elétricos, com a finalidade de facilitar a identificação e evitar acidentes.

A norma ABNT 6.493 aplica-se à identificação de tubulações de maneira geral, podendo ser complementada por normas específicas, indicadas pela necessidade de determinadas atividades.

As indicações relativas à pressão devem ser dadas na unidade Pascal (Pa), do Sistema Internacional de Unidades (SI).

A disposição das faixas de identificação deve ser tal, que torne possível a identificação da tubulação, sem, para isso, ser necessário ao observador percorrê-la em toda as extensão. Quando a identificação se fizer através de faixas, é obrigatória sua existência nos pontos em que haja possibilidade de desconexão, nos pontos de inspeção, junto a válvulas e em qualquer ponto onde seja importante assegurar a

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identificação, como nas proximidades de parede ou outro obstáculo atravessado pela tubulação.

Nos casos de tubulações destinadas a água ou espuma para combate a incêndio, a pintura de identificação deve ser feita, obrigatoriamente, em toda a extensão da tubulação.

9- A futura NR-20.

O Ministério do Trabalho colocou em Consulta Pública a proposta de mudança do texto da NR 20, através da Portaria MTE 77, de 27/11/2008, introduzindo mudanças de conceito, rotinas, definições, ferramentas e metodologias, com vistas à melhoria continua. Dentre tais mudanças, constam: introdução da gestão, controle operacional, preparação para emergência, conscientização do risco, treinamento, qualificação prevista na OHSAS 18.001/2007, gestão de SSO pela OIT/2011, Convenção OIT 170 (Prevenção de Acidentes Maiores) e adequações técnicas.

Além disso, estão previstas também a introdução da ferramenta Permissão para Trabalho, Análise Preliminar de Riscos/Perigos, Classificação de áreas, interfaceamento com a NR 10, NR 22, NR 30, NR 29, NR 16, NR 19, entre outras. O campo de aplicação da nova NR 20 abrangerá:

a) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de inflamáveis, nas etapas de projeto, construção, montagem, operação, manutenção, inspeção e desativação da instalação;

b) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de líquidos combustíveis, quando aquecidos;

c) extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de sólidos inflamáveis, no que couber.

A princípio, a nova NR 20 não se aplicará:

a) instalações e atividades marítimas b) edificações residenciais unifamiliares c) instalações com produção, armazenamento e manuseio inferior a 135

quilogramas de gases inflamáveis e a 200 litros de líquidos inflamáveis, não excluindo o cumprimento das outras normas e regulamentações.

A grande novidade esperada e tida como certa será a mudança da definição de líquido inflamável que hoje é aquele que possui ponto de fulgor menor que 70ºC e deverá baixar para 37,7 ºC, seguindo a tradição internacional. A nova NR 20 tende a estabelecer que as instalações para extração, produção, armazenamento, transferência e manuseio de inflamáveis deverão ser precedidas de projeto que contemple os aspectos de segurança, saúde e meio ambiente previstos

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nas normas regulamentadoras, normas técnicas, convenções e acordos coletivos, bem como nas regulamentações federal, estadual e municipal. O item Garantia da Segurança Total é outro que parece que será incluído na nova NR 20, para discutir duas vertentes: a vertente de Operação e a vertente do Processo que são a chave das Organizações. A garantia da segurança da operação envolve a avaliação das atividade e tarefas na relação direta homem x máquina, quando serão aplicadas as metodologias de identificação de perigos, avaliação de riscos e a aplicação de medidas de controle, como forma de assegurar a continuidade operacional, com segurança. O programa de inspeção e manutenção é outro item que está na reta das mudanças, como uma ferramenta de gestão para garantir a segurança e a operação, devendo fazer parte do programa de gerenciamento de risco e incluir as etapas de Levantamento de Aspectos e Impactos, aplicadas á - Situação Normal (realização normal das atividades e operações) - Situação anormal (partidas, paradas planejadas, manutenção preventiva) - Emergência (paradas não planejadas, manutenção corretiva) - Futuras (atividades planejadas a longo prazo). Outra grande novidade será a classificação das Instalações quanto à:

a) Classe 1 1) Quanto à atividade – postos de serviço com inflamáveis 2) Quanto à capacidade de armazenamento de forma permanente ou

transitória (gases inflamáveis de 135 kg até 30 t e líquidos inflamáveis de 200 litros até 60 m³)

b) Classe 2

1) Quanto à atividade – engarrafadoras de gases inflamáveis 2) Quanto à capacidade de armazenamento de forma permanente ou

transitória (gases inflamáveis: acima de 30 ton até 300 t e líquidos inflamáveis de 60 m³ até 2.500 m³)

c) Classe 3

1) Quanto à atividade – Refinarias, Unidade de processamento de gás natural, plantas petroquímicas.

2) Quanto à capacidade de armazenamento de forma permanente ou transitória: gases inflamáveis: acima de 300 t e líquidos inflamáveis acima de 2.500 m³)

O objetivo dessa classificação seria estabelecer requisitos mínimos de atendimento, bem como de prazos de adequação, para execução dos seguintes programas: - elaboração das análises de risco do projeto e adequação das instalações. - adequação do efetivo dos trabalhadores às tarefas em processo contínuo de produção.

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- adequação do plano de inspeção e manutenção - capacitação dos trabalhadores - adequação do plano de emergência - adequação do plano de prevenção e controle das emissões fugitivas, vazamentos, derramamentos, incêndios e explosões.

REFERÊNCIAS

Legislação de Segurança e Saúde no Trabalho – Normas Regulamentadoras Comentadas – Vol. I, II e III – ARAÚJO, Giovanni Moraes, Ed do Autor – 8ª edição – Brasil-RJ – 2011.

Regulamentação do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos Comentada. ARAÚJO, Giovanni Moraes. Ed do Autor – 2ª edição – Brasil-RJ – 2007.

Norma Regulamentadora NR 20 – site: www.mte.gov.br

LEMBRETE

A nova NR 20 está em Consulta Pública e não é

ainda uma NR aprovada.

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