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CÁRCERESEM DIGNIDADEPresídio Central afronta direitos humanos e reproduz violência
Dívida do RS Repactuação dos
pagamentos à União
na ordem do diaPáginas 3 e 4
Entrevista Cláudio Martinewski Bem administrada,
previdência pública é viávelPáginas 5, 6 e 7
JORNAL DA AJURISJORNAL DA AJURISAno XVI Nº 276 | fevereiro a julho de 2012
2 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Institucional
Expediente
Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul
Presidente: Pio Giovani Dresch
Vice-presidente Administrativo: Eugênio Couto Terra
Vice-presidente de Patrimônio e Finanças: André Luís de Moraes Pinto
Vice-presidente Cultural: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch Rodrigues
Vice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores
Jornal da AJURIS
Diretora de Comunicação: Rute dos Santos Rossato
Subdiretora de Comunicação: Elisabete Maria Kirschke
Conselho de Comunicação: Túlio de Oliveira Martins, João Armando Bezerra
Campos, Leoberto Narciso Brancher, Maria Cláudia Mercio Cachapuz,
Carlos Alberto Ectheverry
Jornalista-chefe: Ivana Ritter
Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Alexandre Volkweis e Maurício Macedo
Revisão: Irene Katter Hack Tavares
Editoração eletrônica: Maurício Machado Teixeira
Tiragem: 2.000 exemplares
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Comunicação entre aMAGISTRATURA e a SOCIEDADE
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O ato de julgar é uma manifestação de vontade estatal.
O juiz que julga é um agente de Poder do Estado, um agente
político, do mesmo modo como o são os ocupantes de cargos
eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo.
Nessa condição, diuturnamente o magistrado
defronta-se com as potencialidades e também com os limites do
Estado. Os limites, em particular, vêm contingenciando de modo
muito intenso as condições em que julga as matérias que lhe são
trazidas à apreciação e mesmo o modo como suas decisões são
cumpridas.
Há muitos anos, o Rio Grande do Sul enfrenta dificulda-
des econômicas que o afetam profundamente. Trata-se do
estado brasileiro com menor capacidade de investimento, fato
que tem um efeito direto na atuação do Judiciário.
De modo mais claro, isso se percebe nas dificuldades
materiais para a prestação do serviço. Já em muito limitado pela
restrição à contratação de pessoal que lhe é imposta pela Lei de
Responsabilidade Fiscal, o Judiciário do nosso Estado vê sua
capacidade de ação ainda mais limitada pelas contrações orça-
mentárias: se o bolo é pequeno, a fatia destinada a este Poder é
ínfima.
Tal circunstância lhe impõe a tarefa hercúlea de julgar
mais, visto que temos o maior índice de litigiosidade do país,
com um orçamento mais enxuto. Embora, segundo dados colhi-
dos pelo Conselho Nacional de Justiça em 2011, nosso Tribunal
de Justiça lidere o ranking da carga de trabalho por magistrado
no 2º Grau, com 4.365 recursos por desembargador, e estejamos
em terceiro lugar no 1º Grau e Juizados Especiais, com 6.381
processos por juiz, nossa taxa de congestionamento foi de 24,1%
no 2º Grau, diante da média nacional de 48,2%, e de 58% no 1º
Grau, para uma média nacional de 78%. Já no que se refere a
custos, os dados comparativos mais recentes de que se dispõe,
de 2009, informam um custo médio de R$ 471,80 por processo
no Rio Grande do Sul, para uma média nacional das justiças
estaduais de R$ 1.022,50.
Por outro lado, se o empobrecimento do Estado con-
duz a um sucateamento do serviço público, isso se reflete tamb-
ém nas matérias postas à apreciação do juiz. Caso emblemático
são as demandas por medicamentos e internações hospitalares,
em que o Judiciário atua como ordenador de ações das quais o
Poder Público se demite.
E outras tantas vezes, quando a fragilidade do Estado
não é a motivadora da ação judicial, ela se encontra no modo
absolutamente precário como cumpre as decisões judiciais.
Exemplo disso está na legisla-ção penal: hoje o juiz sabe que, ao
condenar a uma pena
privativa de liberdade,
está, na verdade, con-
denando o réu a sub-
meter-se a condições
degradantes sob a tu-
tela estatal.
Uma associação de juízes não pode quedar-se inerte
diante de tal quadro. Interessa-lhe, como fez em 2011, discutir as
desonerações fiscais. Interessa-lhe saber como se resolverá a
dívida do Estado para com a União, que lhe consome anualmente
muito mais do que tem para investir. Interessa-lhe ainda enfrentar
as graves violações de direitos humanos, como as que se
manifestam no cumprimento das sentenças penais
condenatórias. Interessa-lhe da mesma forma descobrir
caminhos para que o próprio Judiciário não sucumba, e isso passa
também por soluções processuais, como as ações coletivas para
tratar de matérias repetitivas.
Todos esses temas nos têm preocupado, e a presente
edição do Jornal da AJURIS busca trazer um relato das nossas
ações mais recentes.
Pio Giovani Dresch - Presidente
Frente à omissão do Estado e limitaçõesao Judiciário, AJURIS propõe ação política
Dívida pública
Um ato público para alertar a população para o
problema da dívida do Estado com a União será realizado
no dia 14 de agosto, na Assembleia Legislativa. A iniciativa
da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul e outras
entidades civis tem o objetivo de mobilizar a sociedade
gaúcha em torno do tema, pois a concentração de recur-
sos na esfera federal, além de reduzir investimentos nas
áreas sociais, tem reflexos diretos nas atividades do Poder
Judiciário, dificultando eventual ampliação de sua estru-
tura material e de pessoal. “Temos todas as condições para
caminharmos juntos”, afirmou o presidente da AJURIS, Pio
Giovani Dresch, no primeiro encontro, que reuniu 14
entidades no fim do mês de maio. O movimento ganha
força e já conta com a adesão de mais de 30 organizações
de classe.
Na mesma reunião, o vice-presidente da União
Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública e do
Sindicato dos Servidores Públicos da Administração
Tributária do RS (Sindifisco-RS), Celso Malhani, lembrou
que o acordo da dívida foi assinado em 1998. “Está debu-
tando. Depois de quase 15 anos, todos concordamos que
o Brasil mudou. O sistema financeiro mudou. É hora de
mudarmos esta situação. O contrato firmado não está
mais adequado à realidade atual”.
A importância da discussão sobre a dívida reúne,
do mesmo lado, trabalhadores e empresários. Neste
sentido, a convergência de pontos de vista expostos du-
rante o encontro na AJURIS foi o que mais chamou a
atenção do vice-presidente da Federação das Indústrias
do Rio Grande do Sul (Fiergs), Humberto Busnello. Já o
presidente da Central Única dos Trabalhadores no Estado
(CUT/RS), Claudir Nespolo, destacou que a grande soma
de recursos transferida para o sistema financeiro impede o
desenvolvimento dos gaúchos.
O debate sobre o tema também ocorreu no
Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-
RS). Em março deste ano, o assunto começou a ser
discutido numa reunião que contou com a participação
do chefe do Executivo, Tarso Genro, e dos ex-governa-
dores Olívio Dutra, Germano Rigotto, Alceu Collares e Jair
Soares. Os conselheiros destacaram a urgência e a impor-
tância de rever as bases do acordo firmado com a União na
segunda metade da década de 90. É consenso que os
padrões do contrato são considerados injustos e insusten-
táveis nos dias atuais.
No encontro do Conselhão, no Palácio Piratini, a
AJURIS reforçou a necessidade de uma ação política forte.
“Ao longo dos anos, contraditoriamente ao que diz a
Constituição de 1988, houve uma concentração cada vez
maior de poder na União em detrimento dos estados. E
esses acordos da dívida quebram de fato o Pacto
Federativo, deixando os estados amarrados, sem qual-
quer condição de resolver os graves problemas econô-
micos e sociais”, ressaltou Pio Dresch.
Repactuação da dívida com a União:AJURIS e outras entidades mobilizadas
Presidente da AJURIS participou do seminário A Renegociação da Dívida dos Estados com a União, na Assembleia Legislativa
Mauríc
io M
acedo
3 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Dívida pública
Já naquela oportunidade, o presidente sugeriu a
criação de um amplo movimento da sociedade na busca
pela revisão do contrato da dívida. “Parece-me que a
questão central é política, e devemos considerar que o
mundo mudou nesses 14 anos, o Brasil mudou. Hoje, o
Governo faz esforços enormes para reduzir a taxa Selic
rapidamente e, no entanto, estamos amarrados a um
contrato de 40 anos, que mantém os juros em um patamar
que não condiz com a realidade financeira atual”, afirmou
o magistrado, que representa a AJURIS no Conselhão. O
contrato assinado em 1998 entre Estado e União fixou
prazo de 30 anos para a amortização da dívida, mais dez
Por conta da reestruturação empreendida em
1997, que transformou a dívida mobiliária das unidades
federativas em dívida contratual com a União, o paga-
mento dos serviços do débito (amortizações mais juros)
estrangula as finanças públicas estaduais com o com-
prometimento de até 13% da receita líquida corrente.
Na formalização do contrato do Estado com a
União, firmado em 1998, a dívida do RS era de R$ 11,013
bilhões. Mesmo com o pagamento ao longo dos anos, a
soma atual é de R$ 43,2 bilhões, ou seja, R$ 29,6 bilhões a
mais. O prazo estipulado no contrato é de 30 anos, mais
dez para quitação do saldo residual.
Atualmente, o Estado transfere R$ 2,5 bilhões por
ano à União no parcelamento da dívida, o que equivale a
duas vezes e meio a capacidade de investimento do go-
verno gaúcho, que é de cerca de R$ 1 bilhão anual. Para
efeito de comparação, o valor é igual à soma orçada para a
construção da linha 2 do trem urbano em Porto Alegre
(estimada em R$ 2,5 bilhões).
Esses pagamentos correspondem somente aos
juros contratuais, e não à amortização do capital. Por isso,
a estimativa é de que, ao final do prazo de pagamento, em
2028, haja um valor residual muito alto a ser totalmente
pago nos dez anos seguintes.
para o pagamento do saldo residual.
Desde a gestão passada, o tema da dívida do
Estado com o Governo Federal integra as lutas sociais da
AJURIS. Essa questão, aliada à discussão sobre a razoabi-
lidade da aplicação da Lei de Responsabilidade Fiscal (e a
forma como a regra constitucional engessa as gestões dos
três poderes), mais o impacto da política de isenções
fiscais nas contas públicas são matérias sobre as quais a
entidade tem se manifestado. “São temas que vem ao
encontro da preocupação da AJURIS com a transparência
do Estado e a sua capacidade de administração.”
AJURIS participa de seminários
O presidente Pio Dresch foi painelista de um se-
minário sobre dívida pública realizado na Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), em abril. O magistrado
lembrou que o pagamento retira recursos que poderiam
melhorar a prestação de serviços públicos à sociedade. “O
volume chega a 13% da receita líquida orçamentária. Por
isso, precisamos acompanhar o cenário econômico do
País, pois a forma como o pagamento é feito resulta numa
concentração de recursos na esfera federal, de um lado, e
no congelamento dos investimentos no Rio Grande do
Sul, de outro.”
Pio Dresch também representou a AJURIS no se-
minário nacional promovido pela Assembleia Legislativa
do RS, que reuniu autoridades, técnicos, lideranças
políticas e representantes de entidades de várias partes do
Brasil. Na ocasião, o presidente do Parlamento gaúcho,
deputado Alexandre Postal, ressaltou: “Hoje, os Estados
estão pagando mais a dívida com a União do que inves-
tindo na sua população”.
Fontes: Secretaria da Fazenda do Estado (Sefaz) / Comissão Especial para a Repactuação da Dívida do RS da Assembleia Legislativa
A dívida
O governador Tarso Genro, que participou do
evento, salientou que as condições econômico-financei-
ras para uma renegociação são mais favoráveis hoje do
que em 1998. “Na época, os juros eram elevados, o pres-
tígio internacional do Brasil era muito baixo e os títulos
brasileiros tinham pouco valor. Os estados estavam endi-
vidados e necessitavam lançar títulos para financiar sua
dívida. E havia uma baixa capacidade de investimento por
parte do Governo Federal.”
Tarso também advertiu que o percentual da dívi-
da a ser pago não deveria incidir sobre o percentual cons-
titucional reservado a investimentos em saúde. “Trata-se
de uma norma prévia, vinculativa, sob pena de o gover-
nador ser responsabilizado. Mas que não é cumprida
porque não há condições de fazê-lo.”
Presidente da Comissão Especial para a Repac-
tuação da Dívida do RS com a União na Assembleia
gaúcha, o deputado Giovani Feltes (PMDB) considera “es-
corchante” a taxa de juros atual, de 6%. “O momento é
propício para que façamos essa discussão. O Governo
Federal parece estar disposto a debater”.
4 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Gestão eficiente garante futuro da PREVIDÊNCIA PÚBLICA
Entrevista
Jornal da AJURIS - Como o senhor avalia a previdência
pública no RS?
Martinewski - Em relação ao servidor de cargo efetivo,
nós temos um regime próprio que está segmentado. Uma
parte com um financiamento lastreado em um fundo pre-
videnciário, o Fundoprev, que afeta somente os novos,
que ingressaram a partir da aprovação da lei que o criou.
Esse regime é o que vai resolver o problema da previdên-
cia daqui para frente. Em relação ao segmento anterior ao
Fundoprev, que ainda é regido pelo sistema de custeio
que a gente chama de repartição simples, ou regime de
caixa, esse, sim, tem alguns complicadores.
Até 1998, não havia contribuição para aposentadoria do
servidor público por opção do próprio Estado. Porque o
regime de previdência, lato sensu, sempre se baseou em
um cálculo em que o beneficiário contribui com uma parte
e o seu empregador, com duas.
Jornal da AJURIS - É o que ocorre no regime geral de
previdência.
Martinewski - Sim. E deveria ocorrer, também, no Estado.
Porque, se tu fizeres um cálculo de cumulação de três
terços, ou 33%, ao longo de 30, 35 anos, isso dá um lastro
suficiente para a aposentadoria desse servidor e o pensio-
namento dos seus dependentes. Só que o Estado, lá atrás,
em vez de depositar os 22% que lhe cabia para lastrear
esse fundo, resolveu não depositar o valor, porque consi-
derou que seria melhor, em termos de custos, pagar a
aposentadoria integral do que depositar esse percentual.
O cálculo que ele fez foi esse, estimando que sempre ha-
veria ingresso de novos servidores, e esses iriam financiar
os inativos.
Então, o Estado entendeu que não teria por que formar
um fundo, quando poderia destinar esses recursos para
investimentos em estradas, em saúde. O sistema, por-
tanto, não foi contributivo. E agora, se quer, até de forma
perversa, atribuir todo o caos financeiro do Estado ao
déficit em razão do pagamento aos aposentados de hoje.
“Até 1998, não havia contribuição para aposentadoria do servidor público por opção do
próprio Estado”
Jornal da AJURIS - Foi falta de previsão?
Martinewski - E de opção política do Estado, que agora
não quer mais honrar esses compromissos. Isso é cruel,
porque se está passando a exigir algo, hoje, que não foi
exigido lá atrás e que, se fosse honesto, deveria ter sido
exigido antes. E mais: houve duas reformas (no regime de
caixa), com as emendas 20 e 41, que, de certa maneira, já
alteraram todo esse sistema que gerou esse déficit. Entre
elas, por exemplo: a pensão deixou de ser integral e pas-
sou a ser só de 70%. Hoje, o aposentado ou o servidor da
ativa que morrer deixa, se tiver dependente, não mais a
integralidade do que recebia, mas só 70%. Isso já é um
ganho para o sistema e que, a longo prazo, vai reduzir o
déficit.
Já a emenda 41 instituiu contribuição para os já aposenta-
dos, ou seja, criou receita em cima dos atuais aposentados
e pensionistas, o que é uma forma também de diminuir o
déficit. A União, por exemplo, não fala em déficit. Consi-
derando essa realidade, quando aprovou sua lei de regime
próprio, a União determinou que este seria pago pelas
contribuições, mas teria que ter receitas adicionais, para
justamente cobrir esse passivo que não tinha cobertura
quando foi instituído (o regime próprio de previdência). E
isso não é reconhecido no Estado. Aqui, se vende a ideia
de déficit como se fosse algo que só seria responsabili-
dade do servidor aposentado, quando não é. É respon-
sabilidade do próprio Estado.
Jornal da AJURIS - E do sistema?
Martinewski - Sim. Do sistema que não era contributivo e
passou a ser a partir de 1998, com a emenda 20.
“Estado, lá atrás, em vez de depositar os 22% que lhe cabia para lastrear esse fundo, resolveu não depositar o valor, porque considerou que seria melhor, em termos de custos, pagar a aposen-
tadoria integral do que depositar esse percentual”
Estudioso do assunto, o juiz de Direito Cláudio Luís Martinewski defende que, com regime contributivo - inclusive do Estado - e administração compartilhada, previdência pública gaúcha é viável. O integrante da Comissão de Previdência do TJRS e ex-diretor do Departamento de Previdência da AJURIS vê no Fundoprev uma alternativa correta para a sustentabilidade do sistema e critica o modelo de seguridade complementar aprovado no Congresso, que, se introduzido no RS, pode sobrecarregar com riscos o servidor público.
Para Martinewski, Fundoprev é mecanismo correto
5 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Ale
xandre
Volk
weis
Entrevista
Jornal da AJURIS - O Fundoprev, embora reúna por
enquanto cerca de 500 beneficiários, é a solução para via-
bilizar a previdência pública gaúcha?
Martinewski - Sim. Porque mantém, em primeiro lugar, a
previdência pública e estatal. Esse é um ponto importante
que, para nós, é regra de ouro. Achamos que, se bem
administrado, se houver os aportes do Estado e dos servi-
dores e com cálculo atuarial sempre atualizado, vai resol-
ver o problema da previdência. Isso deveria ter sido feito
há muito tempo e infelizmente só está sendo feito agora.
Jornal da AJURIS - Essa questão parece ser consensual
entre Governo e entidades que defendem a previdência
pública. O embate, então, está no aumento das alíquotas
de contribuição, aprovado recentemente pela Assembleia.
Martinewski - O aumento de alíquota tem de ser analisa-
do sob duplo enfoque. O primeiro deles é se está baseado
em um cálculo atuarial, que parece que não existe. Esse
cálculo, se abranger esse período que não era contribu-
tivo, certamente será muito mais que 13,25% (o reajuste).
Enfim, será alto, porque, se pegar um sistema que durante
mais de 30 anos não foi contributivo e se quiser aplicar um
cálculo atual em relação aos benefícios atuais, é impossí-
vel, não tem cálculo que suporte, uma vez que essas obri-
gações dos benefícios de aposentadoria são do Estado, e
não dos beneficiários. São dos beneficiários hoje, mas não
eram até há pouco tempo.
O segundo ponto se refere à questão do confisco, porque,
no caso do Estado, além da contribuição à previdência,
tem o desconto do Imposto de Renda e ainda tem a con-
tribuição para o FAS (Fundo de Assistência em Saúde), o
IPE Saúde, que é de 3,1%. Tudo isso somado beira os 50%
da renda de qualquer servidor.
Jornal da AJURIS - A AJURIS e a União Gaúcha em Defesa
da Previdência Social e Pública acusam o Governo de
apresentar projetos de caráter arrecadatório. Mas, se o
Piratini pretende que o regime contributivo dê sustentabi-
lidade à previdência e criou o Fundoprev, não há uma cer-
ta justiça nesse processo?
Martinewski - Mas, veja o que aconteceu com o
Fundoprev, que nasceu com alíquota de 11% para o
servidor e 11% para o Estado, sem cálculo atuarial. Agora,
passados sete meses, vem um novo projeto que diz o
seguinte: não, a alíquota não é mais de 11%, é de 13,25%.
Jornal da AJURIS - Parece que os números são
“inventados”...
Martinewski - São inventados para arrecadar. Na
verdade, a previdência é um sistema fechado. A
contribuição tem uma finalidade, não é para cobrir caixa, é
para cobrir os benefícios. Tu só poderias, em tese, aumen-
tar a contribuição para fazer frente a um benefício novo, o
que não está ocorrendo. Então, sete meses depois, com
cerca de 500 servidores que não têm praticamente
nenhum benefício, aumenta em 2,25%. Qual é a base
disso? Não se pode brincar com a previdência porque ela
tem repercussão durante mais de 40, 50 anos; atinge a
vida ativa, inativa e os dependentes do servidor. Então,
tem que ser uma coisa séria: não pode ser ao sabor (das
necessidades) do caixa do Estado. Esse cálculo atuarial,
por exemplo, não houve nem para a criação (do
Fundoprev) nem para o aumento da alíquota.
Jornal da AJURIS - Com a criação do Fundoprev, o
Governo do Estado garante que os recursos da
previdência não serão sacados para cobrir outras despe-
sas. Mas como fiscalizar? As entidades que integram a
União Gaúcha têm algum controle ou acesso às contas?
Martinewski - O problema é esse. Quem tem a obrigação
de fazer isso é o gestor. E hoje existe um gestor único que
não apresenta os dados.
“Não se pode brincar com a previdência porque ela tem repercussão durante mais de
40, 50 anos; atinge a vida ativa, inativa e os dependentes do servidor. Então, tem que ser
uma coisa séria: não pode ser ao sabor do caixado Estado”
Jornal da AJURIS - Ou seja, a gestão não é compar-
tilhada.
Martinewski - E há uma certa negativa de compartilhar.
Foi criada a figura do gestor único pela emenda 20, só que
os poderes e órgãos autônomos têm autonomia adminis-
trativa e financeira, o que inclui a própria questão da pre-
vidência. A lei também determina a gestão compar-
tilhada. Mas o Executivo tem sido dúbio e tímido quanto à
possibilidade de a gente compartilhar a gestão única de
forma integrada e autônoma.
Jornal da AJURIS - Qual o futuro da previdência pública
no RS? O atual modelo pode ser sustentável?
Martinewski - Ele tem que ser sustentável. E acho que
isso passa por uma melhor gestão das receitas públicas.
Porque o valor que o Estado gasta com o pagamento de
juros da dívida pública é duas vezes maior que o que ele
diz que gasta com previdência, o tal déficit da previdência.
Então é questão de escolha, às vezes. Por que se pode
mexer em relação à previdência, para aumentar (a alíquo-
ta) e não se pode diminuir, por exemplo, os juros da dívida,
para onde vai parte dos recursos públicos?
Parece que, em relação ao servidor, tudo é sempre pos-
sível, em termos de expropriação. Agora, a diminuição das
renúncias fiscais, a renegociação da dívida, que beneficia a
União e os bancos privados, isso não se questiona.
6 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
“A lei também determina a gestão compartilhada. Mas o Executivo não tem aberto a possibilidade de a
gente compartilhar a gestão única de forma integrada e autônoma”
Jornal da AJURIS - O Fundoprev é um mecanismo
correto?
Martinewski - Em termos de política de previdência do
servidor público, a medida é completamente acertada.
Porque, daqui para a frente, para os servidores que
ingressaram a partir dessa lei (que instituiu o Fundoprev),
dando continuidade a uma gestão paritária e transparente
e com investimentos bem alicerçados, acho que vai resol-
ver o problema.
Jornal da AJURIS - O governo gaúcho pode sinalizar com
uma proposta de previdência complementar?
Martinewski - Existem dois modelos de previdência
complementar privada: a aberta e a fechada. Essa que foi
votada pelo Congresso é a previdência complementar
fechada. A privada aberta é a que os bancos fornecem, os
planos estão à disposição no mercado e qualquer um
pode optar, inclusive o servidor público. Agora, a previ-
dência complementar fechada que é essa que foi apro-
vada para os servidores públicos da União, nós somos
contra. Ele representa o início da bancarrota do Estado.
Colocará em xeque a independência das carreiras de Esta-
do. Em relação ao Judiciário, passará a haver desconfiança
quanto à sua imparcialidade nos processos em que uma
das partes seja uma empresa cujas ações façam parte da
carteira de investimentos.
“O valor que o Estado gasta com o pagamento de juros da dívida pública é duas vezes maior que o
que ele diz que gasta com previdência, o tal déficit da previdência. Então é questão de escolha”
Jornal da AJURIS - Por quê?
Martinewski - Porque ela se caracteriza pelo binômio
contribuição definida e benefício indefinido. Ou seja: eu
sei o quanto vou contribuir, mas não sei o quanto vou
ganhar. E, se acontecerem problemas como as experiên-
cias no Chile e na Argentina demonstraram... Por exemplo:
se a empresa ou a fundação que estiver administrando
pagar um real, a rigor ela vai estar se desincumbindo com
sua obrigação previdenciária e ninguém poderá reclamar.
Ou seja, o risco do benefício previdenciário é atribuído uni-
camente ao servidor.
Traçando um paralelo, por exemplo, com a denominada
PPA (Parceria Público Privada) desnuda-se o nítido caráter
mercantil-especulativo da “previdência” complementar.
Na PPA, na qual o setor público se associa ao privado, o
sistema normativo garante cláusula em que o risco da “par-
ceria” é transferido sempre e exclusivamente ao público.
“Que lógica é essa que diz que a previdência do servidor público é deficitária, que é um problema,
mas que leva os bancos a desejá-la?”
Jornal da AJURIS - Modelos semelhantes foram
implantados nesses países que o senhor citou?
Martinewski - Sim, incentivados pelo Banco Mundial.
Depois, foram investigar para saber por que não deu certo
aquele modelo, que era para ser referência para o mundo e
que começou no Chile, e constataram que 48,5% das
contribuições definidas tinham sido apropriadas pelo
mercado financeiro, mediante taxas de administração,
taxas de performance e outras. E o que aconteceu no
Chile? O Estado quis se ver livre da questão previdenciária,
garantindo que o mercado iria regular, e chegou a um
ponto em que veio a bancarrota e quem é que teve que
cobrir o rombo? O próprio Estado. Então, que lógica é essa
que diz que a previdência do servidor público é deficitária,
que é um problema, mas que leva os bancos a desejá-la?
FISIOTERAPIA
PROCEDIMENTOS HOSPITALARES
REEMBOLSO
Para o reembolso de fisioterapia, o associado deverá encaminhar o laudo médico com a indi-cação da necessidade fisioterápica, bem como o número de sessões a serem realizadas. No recibo do fisioterapeuta, é obrigatório ter o número de sessões e valor correspondente ao trata-mento. A assessoria médica analisará o laudo para identificar a patologia, classificando assim o código para pagamento.
O DAS possui clínicas credenciadas para fisioterapia, ou seja, o associado não necessitará pagar as sessões (até o limite de 90 sessões anuais). Para utilização, é suficiente apresentar laudo médico indicando o tipo e o número de sessões a serem realizadas.
Quando o associado necessitar de internação hospitalar, deverá anteriormente solicitar CARTA FIANÇA, bastando para isso encaminhar ao DAS laudo médico indicando a patologia a ser tratada (salvo nos casos de emergência). Lembramos ainda ser mais vantajosa a utilização concomitante do DAS e IPE, possibilitando assim maior tranquilidade em casos de eventuais diferenças não cobertas.
O DAS tem como rotina o reembolso de processos, nas quintas-feiras de cada semana. Para tanto, as despesas médicas, internações ou cirurgias deverão ser entregues no departamento até terça-feira, sendo postergadas para a próxima semana as remetidas fora desse prazo.
7 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Crise carcerária
Maior prisão brasileira acumula problemas como superlotação e condições subumanas. Com base em proposta da AJURIS, Fórum da Questão Penitenciária mobiliza entidades civis em busca de soluções para o caos no sistema prisional gaúcho
rincipal entrave do sistema carcerário gaúcho, o
Presídio Central está abarrotado com cerca de 4,6 Pmil presos, quando a capacidade é para cerca de
dois mil. A superlotação já foi mais grave: em novembro
de 2010, por exemplo, a população carcerária chegou a
5.300 pessoas. O quadro caótico, que se agrava com
problemas de estrutura, de saneamento e de higiene,
além da falta de comando no interior das galerias, se
arrasta por quase duas décadas sem que o Governo
estadual tome providências concretas, embora já tenha
sido obrigado a isso judicialmente.
Na avaliação do juiz Sidinei Brzuska, subdiretor
de Direitos Humanos da AJURIS, as irregularidades no
maior presídio do Brasil (e o pior, se consideradas as
condições sanitárias) são recorrentes e históricas. Mesmo
assim, os problemas ainda não foram resolvidos. Já em
1995, o Tribunal de Justiça (TJRS) determinou que a cadeia
recebesse apenas presos provisórios. A decisão até hoje
não foi cumprida, o que motivou a Vara de Execuções
Criminais (VEC) de Porto Alegre e Região Metropolitana a
adotar medidas pontuais para limitar a entrada e tentar
reduzir o número de detentos.
Quinze anos mais tarde, em agosto de 2011, a
VEC obrigou a direção do Presídio a recusar o ingresso de
novos condenados, permitindo apenas a entrada de pre-
sos em flagrante e limitando a população carcerária em
4.650 pessoas. Em maio deste ano, nova decisão ampliou
a proibição para todos os presos condenados. “Essas
determinações têm a finalidade de fazer cumprir a
decisão de 1995 e fazer com que o Central volte a sua
atribuição original, que é a de abrigar somente presos
provisórios”, explica Brzuska, que também é coordenador
do projeto Fiscalização de Presídios da Região
Metropolitana.
Segundo o magistrado, até agora a única solução
apresentada pelos governos que se sucedem no RS tem
sido repassar a administração do Central para os presos,
já que sistematicamente negligenciam a assistência que
deveria ser assegurada aos apenados e se omitem em
relação ao controle da cadeia, compartilhando a gestão
com os detentos. “Essa transferência foi se dando aos
poucos. Quando isso acontece, é o preso que detém mais
poder que fornece bens e serviços que o Estado não
supre. E, assim, estabelece-se uma dívida entre o forne-
cedor e o beneficiário, que será cobrada depois. Porque o
Estado não fornece para ele (o detento) uma esponja,
uma escova de dentes, uma barra de sabão sequer”.
No cotidiano da prisão, o descaso é evidente:
esgoto escorrendo devido à deterioração e aos entu-
pimentos na rede de saneamento; estrutura predial
degradada e corroída; instalações elétrica e hidráulica
comprometidas; presos amontoados nas celas; e facções
impondo as regras dentro das galerias, facilitadas pela
falta de controle do poder público, entre outras mazelas.
Relatórios feitos a partir de inspeção realizada
por dirigentes e técnicos da Ordem dos Advogados do
Brasil e dos conselhos Regional de Medicina e Regional
de Engenharia e Agronomia revela o quadro dramático
da cadeia. O laudo elaborado pelo Cremers aponta que
há apenas um médico para atender a imensa população
carcerária, somente um ambulatório com quatro salas,
apenados doentes em confinamento com os sadios,
presos com sífilis, AIDS, tuberculose, hepatite, dermatites
e dermatoses.
Em seu parecer, o CREA/RS também relacionou
uma série de inconformidades: estruturas com armaduras
expostas; instalações elétricas aparentes com fios desen-
capados, os chamados “gatos”; esgotos cloacal e pluvial
com canalizações rompidas escoando “a céu aberto” e
causando odores insuportáveis; cozinha com caixa de
gordura aberta, onde proliferam baratas e ratos e
escoamento de resíduos junto com alimentos; alojamen-
tos superlotados e imundos, com infiltrações e goteja-
mentos de banheiros e vasos sanitários sobre os colchões
no amontoado de beliches.
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Presídio Central: terra de ninguém
8 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Presídio
Além da precariedade das instalações e das más
condições proporcionadas aos apenados, o desmando
no interior das galerias e a institucionalização de uma
perversa relação de comprometimento entre os detentos
faz do Presídio Central um reprodutor de criminalidade,
quando deveria apenas cumprir sua função fundamental,
que é segregar criminosos. Dados divulgados pelo Con-
selho da Comunidade de Porto Alegre revelam que o
índice de reincidência criminal dos presos do Presídio
Central chega a 73%.
Segundo o juiz Sidinei Brzuska, esse mecanismo
amplificador de violência está alicerçado em uma rede
informal que envolve a recompensa por serviços presta-
dos dentro da prisão. “Dentro das galerias, que são
reproduz violência
con-
troladas pelos presos, muitos se tornam dependentes de
outros, que prestam assistência material. E o pagamento
ocorre, quando esse preso que recebeu a ajuda alcança a
liberdade. Uma situação simples ocorre, por exemplo,
quando um preso recebe artigos de higiene de outro, que
é fornecedor, e paga pelos produtos praticando crimes ou
apoiando atos criminosos na rua.”
Também há casos de apenados que, ao recebe-
rem o benefício da progressão de pena e serem transferi-
dos para o regime semiaberto, voltam a cometer atos
criminosos motivados pela mesma obrigação. “Mas
quando o sujeito não cumpre o acordo, acaba foragido
para não ter que acertar contas na cadeia.”
O magistrado destaca que o próprio ambiente
prisional, dominado pelas facções, é propício para a proli-
feração do crime. “Muitas vezes, crimes como roubo de
veículos e tráfico de armas são gerenciados de dentro do
Presídio Central, por comando via telefone celular.”
Cremers e CREA/RS apontam várias incorfomidades no presídio
9 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Quadro caótico
Ÿ Superlotação: com capacidade para cerca de dois mil presos, o Presídio Central é ocupado por 4,6 mil detentos.
Ÿ Riscos de incêndio e cortes no fornecimento de energia em função da rede elétrica precária. Além disso, a falta de luz
encoraja os presos à desordem e aos motins, o que, além de comprometer a segurança, ocasiona ainda mais
destruição ao prédio.
Ÿ Cortes constantes no fornecimento de água e rede de água deteriorada.
Ÿ Rede de esgotos cloacal e pluvial com canos rompidos. Os dejetos são lançados pelas paredes e pelos pátios,
expondo apenados, servidores e visitantes aos detritos.
Ÿ Dentro das galerias, o controle é feito pelos presos. O Estado controla apenas a entrada e os corredores. A disciplina
interna é determinada por facções, muito atuantes e cujo poder é mantido pelo dinheiro e poderio do tráfico de
drogas.
Ÿ Há apenas um médico e somente um ambulatório para atender a população carcerária. Além disso, apenados
doentes vivem em confinamento com os sadios, e outros sofrem com doenças como sífilis, AIDS, tuberculose, hepatite,
dermatites e dermatoses.
Ÿ Na cozinha, proliferam ratos e baratas. Nas celas superlotadas e imundas, há infiltrações e gotejamentos de banheiros
e vasos sanitários sobre os colchões.
Fontes: juiz Sidinei Brzuska / Cremers / CREA/RS
Grupo mobiliza entidades civis
Criado com base na proposta da AJURIS, o Fórum
da Questão Penitenciária concentra esforços de diversas
entidades civis para combater a crise carcerária e buscar
soluções para o Presídio Central. Além de magistrados, o
grupo mobiliza representantes da Ordem dos Advogados
do Brasil (OAB/RS), da Pastoral Carcerária, dos conselhos
regionais de Medicina (Cremers) e de Engenharia e
Agronomia (CREA/RS), das associações do Ministério
Público (AMP/RS) e dos Defensores Públicos (Adepergs),
e também do Conselho da Comunidade de Porto Alegre e
das organizações não-governamentais (ONGs) Afructo
Amor Exigente e Themis.
Entre outras ações, o Fórum promoveu vistorias
nas penitenciárias moduladas de Montenegro e
Charqueadas e na Estadual de Arroio dos Ratos. Em maio,
uma comitiva foi conferir as condições das casas prisio-
nais para onde a Secretaria de Segurança Pública do
Estado pretende transferir 1,6 mil apenados do Central.
Em maio, o secretário Airton Michels apresentou a diri-
gentes da AJURIS o plano do Governo para desafogar o
Presídio. No relatório, além da transferência, estava
prevista a construção de novas unidades em Guaíba e
Canoas.
Mas, na avaliação dos magistrados, o deslo-
camento de detentos para as penitenciárias do interior é
insuficiente, pois resolve parcialmente os problemas. Para
a AJURIS, além de causar pequena redução na massa
carcerária do Central, a realocação será feita para prisões
inadequadas. “Charqueadas apresenta graves problemas
de concepção, incluindo o material inadequado empre-
gado na construção e a falta de segurança. Além disso, os
apenados serão transferidos para locais longe de suas
famílias”, alertou o presidente Pio Giovani Dresch.
Na Modulada de Charqueadas, está sendo cons-
truído um quinto módulo para abrigar quinhentos presos.
A penitenciária é dividida em quatro unidades com
capacidade total para 450 detentos, mas a lotação chega
a noventas pessoas. “O novo módulo só vai resolver a
questão local. Não é solução para o Presídio Central”,
assinalou o juiz de Direito Sidinei Brzuska.
Já a penitenciária de Arroio dos Ratos, em fase
final de construção e que contará com 672 novas vagas,
não teria condições de receber detentos com o perfil dos
que serão deslocados. “Poderia receber presos de menor
periculosidade, por exemplo”, observou Brzuska.
As entidades organizam seminário para debater
o caos no sistema prisional e saber qual o modelo
penitenciário que a sociedade gaúcha deseja.
Decisão do Conselho Executivo aponta para ação inédita no RS
A AJURIS entrou de forma efetiva em mais esta
luta social na segunda metade do mês de abril, quando o
Conselho Executivo da entidade decidiu ingressar com
representação na Comissão Interamericana de Direitos
Humanos da OEA (Organização dos Estados
Americanos). Na mesma data, foi estipulado prazo de
noventa dias para a elaboração do documento, que está a
cargo do Departamento de Direitos Humanos. Durante
este período, a Associação tem buscado ações
alternativas para o problema.
Dirigentes da entidade se reuniram, em pelo me-
nos duas ocasiões, com o secretário de Segurança Pública
do Estado, Airton Michels. Em meio à repercussão gerada
pela perspectiva de denúncia à OEA, a AJURIS manifestou
ao Governo gaúcho a preocupação de que a situação
atual do presídio gere ainda mais risco à sociedade.
Crise carcerária
Em maio, comitiva vistoriou penitenciárias do interior do Estado
10 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Ale
xandre
Volk
weis
Para o diretor do Departamento de Assuntos
Constitucionais da AJURIS, Gilberto Schäfer, a prisão e o
cumprimento de pena ideais devem garantir a segurança
de todos. “É por isso que defendemos melhorias no
Central, para que ele abrigue apenas presos provisórios. E
também que todas as comarcas do Estado tenham uma
casa prisional própria, para que o preso cumpra a pena
próximo dos familiares como forma de garantir a rein-
serção social.”
Acompanhada de outras entidades civis, a
AJURIS reafirmou sua posição em encontro realizado em
Porto Alegre com a ministra Maria do Rosário, da
Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da Repú-
blica. Além de reconhecer a gravidade da situação (Maria
do Rosário vistoriou o Presídio Central e penitenciárias do
interior do Estado), a representante do Governo federal se
comprometeu a abrir um canal de diálogo com o Piratini
para estabelecer ações e prazos. A ministra admitiu,
ainda, que o tema virou pauta na agenda política após a
AJURIS e demais representantes da sociedade civil levan-
tarem a questão.
Como medidas concretas para auxiliar na melho-
ria das condições do Presídio Central, a Associação
solicitou ao Tribunal de Justiça (TJRS) a ampliação do
quadro funcional e a reestruturação da Vara de Execuções
Criminais (VEC) da Capital gaúcha.
O objetivo, segundo Sidinei Brzuska, é otimizar
os trabalhos processuais e agilizar o atendimento da
demanda. “Além disso, é uma forma de mostrar que o
Judiciário também pode fazer sua parte”, diz o magis-
trado. Até o final de maio deste ano, tramitavam na VEC
cerca de 11 mil processos, sendo 5.707 no 1º Juizado e
5.439 no 2º. Desse montante, 2.880 estavam pendentes
de alguma diligência do Cartório. “O que buscamos é a
divisão da atual VEC em duas Varas de Execuções Crimi-
nais, cada uma com dois Juizados”, explicou o diretor do
Departamento de Valorização Profissional da AJURIS,
Paulo Irion.
O TJRS acatou o pedido parcialmente anuncian-
do aumento do número de servidores na VEC, por meio
dos projetos Apoio e Reforço Carcerário (que foi prorro-
gado). Como alternativa emergencial, a AJURIS defende a
criação de um Juizado adjunto dentro do Presídio.
Ação pode responsabilizar Estado brasileiro
Uma vez aceita a denúncia na OEA, a AJURIS esti-
ma que o Governo federal seja obrigado a intervir no
Estado para resolver a situação do Presídio Central. “Nós
buscamos um organismo que tenha uma força coatora
maior que vai, em se posicionando, chamar também a
União para responder por essa questão”, observa o presi-
dente Pio Giovani Dresch.
O Brasil é signatário do Sistema Interamericano
de Direitos Humanos, instituído em 1969 pela Convenção
Americana de Direitos Humanos, também chamada de
Pacto de San Jose da Costa Rica. Com base no artigo 5º do
tratado, que garante direito à integridade pessoal dos
detentos, a AJURIS sustentará, no documento, que existe
violação do direito à vida com dignidade. “O artigo 5º
preceitua que os presos devem ser tratados com respeito
e em condições adequadas, para que possam ser resso-
cializados”, explica o diretor de Assuntos Constitucionais
da entidade, Gilberto Schäfer.
A ideia de enviar o caso à Comissão Interame-
ricana de Direitos Humanos foi apresentada às demais
organizações representadas no Fórum da Questão
Penitenciária. As entidades encaminharam debate inter-
no para decidir se apoiarão a proposta.
Outras representaçõessurtiram efeito
O relatório preparado pela AJURIS segue o
exemplo de outras representações já encaminhadas por
entidades civis brasileiras. Ao relatar violações aos direi-
tos dos presos, esses documentos fizeram com que a
União fosse pressionada a intervir nos estados para cum-
prir sanções impostas pela OEA.
É o caso da representação promovida, em 2002,
pela ONG Justiça Global e pela Comissão de Justiça e Paz
da Arquidiocese de Porto Velho (RO) para denunciar
Entre outros aspectos, péssimas condições sanitárias serão relatadasem representação à Comissão de Direitos Humanos da OEA
11 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
irregularidades na Casa de Detenção José Mário Alves,
também conhecida como Presídio Urso Branco.
A ação foi iniciada após uma série de mortes
ocorridas dentro da penitenciária - mais de cem no perío-
do de oito anos - além de ocorrências sistemáticas de
lesões corporais, maus tratos, tortura, abandono, falta de
cuidados médicos e de condições mínimas de sanea-
mento, segundo apontam relatórios divulgados pela
Justiça Global.
Em 2007, o Estado brasileiro foi condenado a
cumprir medidas que garantissem não só a proteção à
vida e à integridade pessoal dos internos do Urso Branco
como a investigação dos fatos e a adequação do presídio
às normas internacionais de proteção dos direitos huma-
nos dos detentos.
O governo brasileiro também já sofreu medidas
cautelares para melhorar as condições da carceragem da
Polinter, no Rio de Janeiro. Em agosto de 2005, o organis-
mo panamericano determinou que o Brasil, e em
particular o Estado fluminense, adotasse entre outras
medidas urgentes: a proteção da vida e da integridade
física dos internos da Polinter; suspendesse a entrada de
novos presos; transferisse os presos condenados e
recapturados para estabelecimentos prisionais; e
reduzisse a superlotação daquela delegacia de polícia.
Recife, Espírito Santo e Carandiru
Os casos do Presídio Aníbal Bruno, em Recife, e
do Complexo Penitenciário do Carandiru, na capital
paulista, palco do extermínio de 111 presos em outubro
de 1992 após rebelião iniciada entre os detentos, também
foram denunciados à OEA.
Dois anos após o massacre em São Paulo,
organizações não-governamentais (ONGs) apresentaram
petição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos
relatando os crimes cometidos pela Polícia Militar no
incidente ocorrido na Casa de Detenção de São Paulo,
mais conhecida como Carandiru, além das condições
subumanas em que viviam os presos.
O órgão condenou o Estado brasileiro pelo
massacre e recomendou uma série de ações para reparar
as famílias dos presidiários e reestruturar a prisão. De
acordo com relatórios de organizações de defesa dos
direitos humanos, poucas intervenções foram realizadas.
Mas, em 2002, o complexo foi desativado, e os prédios
dos pavilhões 6, 8 e 9, implodidos.
Em 2011, a OEA também determinou que o
governo brasileiro adotasse medidas cautelares para
proteger a vida e a integridade dos presos do Presídio
Aníbal Bruno, que registrava problemas como
superlotação, insalubridade, homicídios e tortura. De
acordo com relatórios de organizações de defesa dos
direitos humanos, o presídio abrigava cerca de 4,8 mil
presos num espaço que comportava 1,4 mil.
No Espírito Santo, em 2010, entidades civis de
direitos humanos encaminharam representação à OEA
após terem representantes cerceados em visita feita à
Penitenciária Estadual Feminina de Tucum, em Cariacica.
Além de denunciar as limitações impostas pelo governo
capixaba, as ONGs relataram irregularidades como falta
de atendimento médico e superlotação.
Pressionado, o governo do Espírito Santo passou
a reestruturar o sistema carcerário, ampliando a oferta de
vagas com a inauguração de novos presídios.
Lei Maria da Penha
Instrumento efetivo para garantir a integridade
das mulheres na luta contra a violência, a Lei 11.340, ou
Lei Maria da Penha, também resultou de uma denúncia à
Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA.
Após demorada batalha judicial contra o marido
agressor e contando com a ajuda de ONGs, a biofarma-
cêutica cearense Maria da Penha acionou o organismo
internacional, e o Brasil acabou sendo condenado por
negligência e omissão.
Foi a primeira vez que uma denúncia de violência
doméstica foi aceita naquela instância. Entre as determi-
nações, o Estado brasileiro foi obrigado a criar legislação
adequada para combater esse tipo de crime.
Crise carcerária
12 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Depois de três anos inativo, o Núcleo de Estudos
do Direito Empresarial (NEDE) da Escola Superior da
Magistratura (ESM) retomou os trabalhos, no dia 22 de
maio, discutindo a reforma do Código Comercial. As alte-
rações estão previstas no Projeto de Lei nº 1.572/2011,
que tramita na Câmara dos Deputados. Na reunião, os
colaboradores definiram grupos temáticos de discussão,
que prosseguirão nos próximos encontros. As conclusões
e sugestões serão encaminhadas ao deputado federal
Vicente Cândido (PT/SP), autor da proposta, como con-
tribuições da ESM ao projeto.
Conforme o coordenador do Núcleo, desembar-
gador Ney Wiedemann Neto, a última reunião ordinária
ocorreu em abril de 2009 e, desde então, as atividades fo-
Jornal da AJURIS - Existem estudos, artigos ou ensaios publicados?
Ney Wiedemann - Alguns participantes do NEDE já disponibilizaram
artigos e ensaios, que foram publicados no site da ESM. Além disso, hou-
ve a publicação de um livro de Direito Empresarial pela Editora Juruá, em
2008, intitulado Direito no Século XXI - Em Homenagem ao Professor
Werter Faria, coordenado por Elizabeth Accioly. O desembargador
Werter Faria integrava o NEDE e, após o seu falecimento, houve a pu-
blicação de obra coletiva em sua homenagem, sendo muitos dos artigos
escritos pelos demais participantes do grupo.
Jornal da AJURIS - Desde 2003, quando foi criado, o Núcleo já realizou
37 reuniões, muitas com palestrantes renomados nos meios jurídico e
acadêmico. O senhor pode destacar alguns deles e o que expuseram?
Ney Wiedemann - Destaco as seguintes palestras, e expositores, como
sendo as de maior relevância: Crítica à adoção do sistema italiano no
novo Código Civil, pelo desembargador Werter Faria; O direito de fiscali-
zação do acionista minoritário, desembargador Carlos Alberto Bencke; O
fundo de comércio, do ex-desembargador Sérgio Muller; A sociedade
anônima fechada e a dita dissolução parcial na doutrina e nos tribunais,
do professor doutor Armando José Farah; A governança corporativa,
pela doutora Laís Machado Lucas; Questões tributárias polêmicas, do
desembargador Carlos Roberto Canibal; O plano da recuperação judicial
da empresa, pelo doutor Gilberto Deon Correa; Questões atuais da
propriedade intelectual, doutor Milton Lucídio Leão Barcellos; Os títulos
de crédito em face do novo Código Civil, pelo desembargador Jorge
Perrone; A advocacia empresarial, proferida pelo doutor Ricardo Lupion ;
Direito e Economia, do doutor Luciano Timm; Propriedade industrial,
pelo doutor Fabiano de Bem da Rocha; O exercício disfuncional de
posição jurídica e o direito empresarial, pela professora doutora Judith
Martins-Costa; Panorama atual da insolvência coorporativa, do desem-
bargador Jorge do Canto; Direito, economia e finanças, pelo doutor Jairo
Procianoy; Direito autoral na era digital: confrontos e alternativas, da
professora doutora Ângela Kretschmann; Direito e desenvolvimento,
pela professora doutora Raquel Sztajn; e Teoria econômica da proprie-
dade, do doutor Cesar Santolim.
Jornal da AJURIS - Qual a periodicidade das reuniões e quem participa?
Ney Wiedemann - Podem participar das atividades todos os magis-
trados, servidores do Poder Judiciário, professores e alunos da Escola,
bacharéis em Direito, advogados, membros do Ministério Público,
procuradores do Estado e defensores públicos. Em princípio, as reuniões
têm periodicidade mensal.
Estudos jurídicos
NEDE retoma atividades
ram suspensas. “Depois disso, infelizmente, o núcleo ficou
inativo”, lamenta. Porém, explica o magistrado, a
possibilidade de analisar as alterações do Código foi consi-
derada ótima oportunidade para reativar o NEDE. O Minis-
tério da Justiça lançou, no fim do ano passado, consulta
pública pela internet para recolher subsídios ao PL 1.572,
que ainda pode sofrer alterações no Congresso.
O projeto na íntegra e outras informações sobre a
consulta pública podem ser acessados no endereço
http://participacao.mj.gov.br/codcom. Interessados em
participar das próximas reuniões do Núcleo podem se
inscrever pelo e-mail alessandra.grijo@ajuris.org.br.
Mais informações pelo telefone (51) 3284.9030.
Jornal da AJURIS - O senhor pode explicar melhor que análises são
feitas no NEDE? E como avalia a importância dessa instância para a
Magistratura, para o Judiciário e para a sociedade?
Ney Wiedemann - A Escola Superior da Magistratura (ESM) mantém
o Centro de Pesquisa “Judiciário, Justiça e Sociedade”, destinado à
investigação de campo ou bibliográfica sobre temas jurídicos
relevantes, tendo o ministro Ruy Rosado de Aguiar Júnior como
coordenador-geral. O Núcleo de Estudos de Direito Empresarial
insere-se nesse âmbito, faz parte do Centro de Pesquisa. O objetivo do
NEDE é o estudo do direito empresarial em seus múltiplos aspectos
(doutrina, legislação e jurisprudência), visando ao aperfeiçoamento
intelectual dos participantes e à melhoria da prestação jurisdicional no
trato dos seus institutos jurídicos.
Jornal da AJURIS - Qual a expectativa quanto à retomada dos
trabalhos, uma vez que já esteve à frente dessa iniciativa? Quais os
projetos?
Ney Wiedemann - O atual objeto de estudo do NEDE é o Projeto de
Lei n. 1.572, que visa instituir um novo Código Comercial. Na reunião,
houve a divisão didática em quatro grupos temáticos de estudo, a
saber: formação da empresa, liderado pela professora e doutora
Guiomar Faria; contratos mercantis, liderado pela doutora Miriam
Rosane Telles Pereira; títulos de crédito, liderado pela doutora Ana
Cláudia Redecker; e empresa em crise, liderado pelo desembargador
Jorge do Canto. Os participantes do NEDE integrarão os grupos de
estudo conforme as
suas preferências temáticas para o desenvolvimento das pesquisas e
realização dos próximos encontros. As conclusões, propostas e suges-
tões serão encaminhadas ao deputado federal relator do PL, como
uma contribuição da Escola Superior da Magistratura da AJURIS.
ENTREVISTADesembargador Ney Wiedemann Neto
Coordenador do NEDE
com debate sobre Código Comercial
13 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Ale
xandre
Volk
weis
Memória
Cedo. Demasiadamente cedo. Sílvio nos deixou
cedo demais. É o que temos ouvido de todos que o
conheceram, nos últimos tristes dias. E isso por uma
simples razão: Sílvio encantou e impressionou todos os
que tiveram o privilégio de com ele conviver. Encantou
pelo seu jeito simples, amigo, parceiro, despojado de vai-
dades, cortês, gentil, prestativo, conciliador. Impressio-
nou pela sua vasta cultura geral, pelo seu verdadeiramen-
te notável saber jurídico, pela sua inigualável dedicação
ao trabalho, pela sua invejável capacidade e produtivi-
dade, pela responsabilidade com que encarava todos os
seus compromissos. E essas qualidades faziam do Sílvio
um amigo e colega singular.
Sílvio e eu nos criamos em Passo Fundo. Seu pai
era antigo e conhecido advogado daquela cidade; o meu
era um dos juízes da Comarca. Não convivemos na infân-
cia e adolescência, porém. Fui conhecê-lo na Faculdade
de Direito da UPF. Como comecei a lecionar muito cedo,
Sílvio foi aluno de uma de minhas primeiras turmas. Foi o
melhor aluno que já tive ao longo de mais de trinta anos
de magistério. Embora tenha sempre tirado a nota
máxima, Sílvio era discreto em sala de aula. Desde então
ele não sentia a necessidade de mostrar aos outros o
quanto sabia, característica que manteve ao longo de
toda sua vida.
Mais tarde, já colegas de Magistratura em Passo
Fundo, Sílvio sempre teimava em se esquivar de minhas
tentativas de levá-lo ao magistério. A razão era sempre a
mesma: não queria desviar seu foco do trabalho que
tanto amava – o de julgar. Em determinado semestre, em
que eu fora designado para atender a regime de exceção
e estava com pesada carga de serviço, insisti para que ele
me substituísse. Ele o fez, como especial favor e apenas
por um semestre. Resultado: encantou tanto a turma que
foi escolhido seu paraninfo! Mas nem isso fez com que ele
abrisse mão de se dedicar integralmente à sua real
vocação, a de juiz.
Sílvio era uma daquelas pessoas que tudo o que
fazia, fazia bem. Jogava futebol como poucos. Verdadeiro
craque! Foi fazer ioga e logo conseguia equilibrar-se de
cabeça para baixo, em cima de um muro! Mas essa foi a
única coisa em que ele ficou em cima do muro. Em tudo o
mais, jamais temeu tomar partido, posicionar-se, expor-
se, defender suas ideias – ainda que isso pudesse des-
gostar quem quer fosse.
Na Magistratura, sempre teve um jeito especial
de auxiliar colegas mais jovens, menos experientes – e
foram incontáveis os que o procuravam para tanto. Dava
dicas, trocava ideias, passava modelos de sentenças (e
modelos efetivamente eram elas, tendo incontáveis
sentenças louvadas), mas sempre de uma forma tão
natural e pacienciosa que os colegas nem tinham a
sensação de que estavam sendo orientados por um
magistrado verdadeiramente especial e superior.
Embora rigoroso julgador, a quem nada passava
batido ou despercebido, Sílvio sempre foi gentil com
pessoas – advogados, testemunhas, serventuários. A
todos sempre recebia com um sorriso no rosto. Tinha
autoridade, sem ser autoritário. Rara qualidade, típica dos
grandes homens.
Exemplar na vida profissional, exemplar na vida
privada, exemplar também na vida familiar. Com sua
amada Maria Lúcia, companheira e amiga de toda uma
vida, criou seus dois filhos em ambiente de grande
harmonia e verdadeiro amor. Mais do que nós, seus
amigos e admiradores, são eles que mais sentirão sua
falta. Mas sabem eles o quão privilegiados foram por
terem convivido intimamente com ser tão luminoso. E
essa luz, com certeza, foi tão forte, que de onde quer que
ele esteja agora, continuará a iluminar seus caminhos.
Quanto a nós, fica a saudade, a dor da perda, o
exemplo permanente do significado de um verdadeiro
juiz vocacionado, a lembrança, mas também a sensação
de privilégio de o termos tido como colega. Um colega
que dignificou sobremodo a Magistratura gaúcha.
Exemplo para todos nós. Pena que nos deixou tão cedo.
Demasiadamente cedo.
Tributo a
Sílvio Luís AlgarvePor Eugênio Facchini Neto
14 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Homenagem
O desembargador Vasco Della Giustina recebeu
uma placa em atenção e reconhecimento ao seu trabalho
realizado nos últimos anos na Capital Federal. Com mais
de 40 anos dedicados ao Direito, o magistrado
aposentou-se no dia 16 de maio.
Ao agradecer a distinção, Vasco Della Giustina
lembrou que, em Brasília, procurou agir como represen-
tante das instituições às
quais é vinculado. “Eu pro-
curei ser um cônsul do nos-
so Tribunal e de nossa AJU-
RIS, buscando intermediar
relacionamentos com os
ministros por meio de au-
diências, de conversas.”
O desembargador destacou, ainda, que as re-
lações consolidadas no âmbito jurídico da Capital Federal
contribuíram para a eleição de outro gaúcho ao STJ, o
ministro Paulo de Tarso Vieira Sanseverino, nomeado em
agosto de 2010.
A homenagem foi prestada durante reunião do
Conselho Executivo da AJURIS.
Trajetória de sucesso
Integrante da 7ª Câmara Cível do TJRS, o desembargador Vasco Della Giustina atuava, desde janeiro de 2009, como ministro convocado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na Segunda Seção e na Terceira Turma da Corte .
Natural de Caxias do Sul, formouse em Ciências Jurídicas e Sociais pela PUCRS, em 1964. Nome-ado promotor de Justiça, em maio de 1966, atuou nas comarcas de Arroio Grande, Estrela, Erechim, Caxias do Sul e Porto Alegre. Assumiu o cargo de procurador de justiça
em 1983. Em maio de 1991, foi nomeado juiz do Tribunal de Alçada, representando a classe do Ministério Público.
Foi promovido a desembargador do TJRS em julho de 1996, onde atuou na 3ª Câmara Criminal, como juiz convocado em 1991, e como desembargador nas 7ª e 8ª Câmaras Cíveis. Em 1º de fevereiro de 2006, assumiu a 3ª Vice-Presidência do Tribunal para o biênio 2006/2007.
Contribuição associativa foi destacada pelo
presidente Pio Dresch ao entregar a
distinção ao desembargador
“A AJURIS - Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul
homenageia o Des. Vasco Della Giustina pela excelência
do trabalho desenvolvido junto ao Superior Tribunal
de Justiça e agradece a atenção sempre dispensada
aos representantes da Magistratura gaúcha,
destacando seu engajamento nas lutas associativas.”*
Vasco Della Giustina tem trabalho reconhecido
*Reprodução da inscrição contida na placa entregue ao magistrado
15 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Ivana R
itter
Vice Cultural da AJURIS, Maria Lucia Rodrigues, e a presidente do Conselho Deliberativo, Jane Vidal, participaram da assinatura do convênio, junto com os associados Victor Faccioni e Glacy Cruz
Cultural
Símbolo da cultura no Sul do Brasil e palco de
grandes espetáculos, o Theatro São Pedro vive novo
período de dificuldades financeiras. Para continuar apre-
sentando o melhor da música e das artes cênicas e con-
cretizar o projeto Multipalco, o Theatro São Pedro precisa
do apoio da sociedade.
Respondendo à recente campanha para conquis-
tar novos sócios lançada por Eva Sopher, diretora da
Fundação Amigos do Theatro São Pedro, o Departa-
mento Cultural da AJURIS vem mobilizando associados
para que apoiem a causa. Mediante convênio firmado
entre a entidade e a Associação dos Amigos do Theatro
São Pedro (AATSP), no dia 14 de junho, mais de 40 magis-
trados passaram a integrar o quadro associativo da insti-
tuição mantenedora do teatro. “Mas isso é apenas o
início. Temos certeza de que conseguiremos sensibilizar
um número bem maior de magistrados e pensionistas da
AJURIS”, destacou a vice-presidente Cultural, Maria Lucia
Buchain Zoch Rodrigues.
Os amigos do Theatro São Pedro recebem um
cartão personalizado e, nas estreias dos espetáculos,
podem obter descontos de até 50% no valor do ingresso
para titular e acompanhante. Para se associar, o magis-
trado pode entrar em contato com o Departamento
Cultural, pelo telefone (51) 3284-9119 ou pelo e-mail
cultural@ajuris.org.br. Mais informações podem ser
obtidas pelo e-mail aatsp1@teatrosaopedro.com.br ou
pelo telefone: (51) 3226.7595.
Cultura e história
Inaugurado em 1858, o Theatro São Pedro é palco para
espetáculos de renomados artistas nacionais e estrangeiros.
Depois de estar ameaçado de demolição, o prédio, situado no
Centro de Porto Alegre, foi reconstruído graças ao trabalho e
empenho de Eva Sopher, diretora da Fundação desde 1975.
Magistrados se tornam amigos do
THEATRO SÃO PEDRO
Aos 90 anos de idade, dona Eva arca com os custos de
manutenção e o pagamento da maioria do pessoal por meio do
apoio da comunidade gaúcha, que contribui com a Associação.
“As dificuldades são muitas e o apoio por parte do Estado ainda
é pouco”. Para manter o São Pedro sempre em atividade, ela
conta com as mensalidades pagas pelos mais de mil amigos.
Obra do Multipalco está incompleta
Projetado para ser o maior complexo cultural do
Estado, reunindo teatros, lojas e salas para cursos, ensaios, reu-
niões e palestras, o Multipalco ainda não foi concluído por falta
de verbas. A estimativa do coordenador do empreendimento,
José Roberto Moraes, é de que seja necessário investir cerca de
R$ 18 milhões para concluir as obras.
O espaço, que está sendo construído ao lado do
Theatro São Pedro, já conta com restaurante e estacionamento
fechado para 230 veículos. “Seria a realização de um sonho
vermos toda essa área sendo ocupada por artistas para ensaios,
produções de espetáculos, leituras e outras atividades”, comen-
tou a presidente do Conselho Deliberativo da Associação, Jane
Maria Vidal.
Acompanhadas de dona Eva Sopher, as duas magis-
tradas conheceram de perto as obras do Multipalco, na ocasião
da assinatura do convênio. Também participaram da visita a
magistrada aposentada Glacy Cruz e o associado Victor
Faccioni, ex-deputado e conselheiro aposentado do Tribunal de
Contas do Estado.
O projeto Café Cultural, uma das novidades desta gestão, tem como proposta promover palestras seguidas de bate-papos com
pensadores de diversas áreas, com destaque para Comunicação, Filosofia, Artes, Sociologia e História. Os encontros bimestrais ocorrem na
ESM e na Sede Administrativa da AJURIS.
A primeira edição teve a jornalista mineira Dad Squarisi. A editora do Correio Brasiliense falou sobre as mudanças na leitura e
escrita após o surgimento da internet. A palestra aconteceu no final de abril, na Escola Superior da Magistratura.
Outras ações também estão em andamento. Uma parceria foi fechada com a Casa de Ideias, novo empreendimento coordenado
pelos professores Cláudio Moreno e Pedro Gonzaga, no Shopping Total, dedicado à difusão do pensamento e das artes.
O convênio firmado com o Studio Clio na gestão anterior, prevendo a divulgação dos cursos e shows promovidos pelo espaço de
arte e cultura, foi mantido. Pelo acordo, a AJURIS pode também utilizar aquela estrutura para sediar seus eventos e divulgá-los aos clientes
da casa. A parceria foi iniciada em maio de 2010. Desde então, quatro edições do Almoço Cultural foram realizadas no Studio Clio.
16 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
CAFÉ CULTURAL e outras iniciativas
Maurí
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A poesia e a música gaúchas foram exaltadas na
Tertúlia Nativista, realizada no fim de junho. O evento
organizado pelo Departamento de Cultura Gaúcha reuniu
cerca de cinquenta pessoas, entre magistrados e convi-
dados, no Rancho Crioulo da Sede Campestre da AJURIS.
A atividade cultural, inspirada nas peñas criollas,
teve o comando do cantor João de Almeida Neto. O con-
sagrado intérprete gaúcho atuou como mestre de ceri-
mônias, convidando os artistas presentes a cantar ou a
declamar. As peñas são tradicionais encontros musicais
realizados na Argentina e Uruguai que têm como carac-
terística principal a interatividade - os participantes vão se
revezando nas apresentações artísticas.
Além de João de Almeida Neto, que deu uma
“canja” com várias canções do repertório gauchesco, a
noite teve interpretações de Nelson Rassier, Reinaldo
Rammé e João Carlos Brum, magistrados que integram o
CD AJURIS Canta o Rio Grande – Volume 2, e das cantoras
Fátima Gimenes e Clari Marcon Costa (mãe do violonista
TERTÚLIA NATIVISTA relembra peñas criollas
Magistrados cantam o Rio Grande
O segundo volume do CD AJURIS Canta o Rio Grande registra a música do Pampa nas
vozes de magistrados. Organizado pelo Departamento de Cultura Gaúcha, com
produção de Chico Saratt e direção musical de Erlon Péricles, o novo álbum reúne 13
canções.
O lançamento ocorreu no dia 26 de abril, no tradicional happy hour realizado na Escola
Superior da Magistratura durante o curso de atualização de magistrados. O encontro
teve a presença de associados ligados à cena musical, além de declamadores, gaiteiros,
violonistas e outros instrumentistas.
“Foi uma verdadeira noite nativista, quando se apresentaram, além de intérpretes
magistrados, alguns dos maiores músicos do gênero”, comenta o diretor do
Departamento, Nelson Rassier. Nomes consagrados da música do Sul como Chico Saratt, Zulmar Benitez, Daniel Torres,
Leo Almeida, Arthur Bonilla, Renato Borghetti, Érlon Péricles, Matheus Alves, Guilherme Goulart e Jairo Lambari Fernandes
abrilhantaram a noite com seus shows.
Yamandú Costa). As declamações ficaram a cargo de
Dorval Bráulio Marques e do vice-presidente social da
AJURIS, José Antônio Azambuja Flores, acompanhados
pelo acordeonista João Alberto Motta.
Entre outros casais, o presidente da AJURIS, Pio
Giovani Dresch, e a juíza Jocelaine Teixeira prestigiaram a
reunião festiva. Do alto dos seus 98 anos, o desembar-
gador aposentado Garibaldi Almeida Wedy participou
com entusiasmo do encontro. “O evento teve o mesmo
sucesso de outros realizados anteriormente. Foi um dos
bons momentos da entidade no âmbito da cultura gaú-
cha”, definiu Nelson Rassier, diretor de Cultura Gaúcha.
O Departamento está organizando mais ativida-
des. Para este ano, estão programados o Curso de Culi-
nária Campeira, o Piquete da Semana Farroupilha (no
Acampamento Farroupilha montado no Parque Maurício
Sirotsky Sobrinho), a segunda edição da Tertúlia Nativista,
palestras sobre a História do Rio Grande do Sul e da
Revolução Farroupilha e a Cavalgada para Magistrados e
Magistradas, em comemoração ao Dia da Justiça.
Dorval Bráulio Marques foi um dos declamadores da noite
Público assiste à interpretação gauchesca de Nelson Rassier
17 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Departamento de Eventos da AJURIS
Social
Duas grandes festas realizadas no primeiro
semestre deste ano coloriram a Sede Campestre da
AJURIS. A primeira delas foi a comemoração do Dia das
Mães, que reuniu cerca de 130 pessoas, que, indepen-
dente da idade, participaram das atividades recreativas.
A outra foi a da Páscoa, com cerca de 50 crianças
e muitas atrações. Entre elas, o show de mágicas com a
palhaça Polenta. Estavam, também, à disposição das
crianças brinquedos infláveis, piquenique, caça ao ninho
e um espaço para usar a criatividade com desenhos. O
momento mais esperado, claro, foi a chegada do coelho,
acompanhado do mascote da AJURIS, o Ajuizadinho, que
distribuiu cestas de doces aos convidados.
Todos foram convidados a doar caixas de
bombons. Os chocolates arrecadados foram entregues,
posterior-mente, pela diretora do Departamento Social,
Dulce Oppitz, e pelo mascote Ajuizadinho para as
crianças da Casa de Apoio do Instituto do Câncer Infantil e
do Lar Santo Antônio dos Excepcionais.
Eneida Barbosa recebe homenagem aos 80 anos
Magistrados e pensionistas prestaram homenagens à diretora do
Departamento de Pensionistas da AJURIS, Eneida Barbosa, que completou 80
anos no dia 10 de maio. A data foi celebrada em uma festa oferecida pela
aniversariante no Salão de Eventos do Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre.
Dona Eneida recebeu os convidados acompanhada do filho, Mário
Aluisio Barbosa, da nora, Maríndia Duarte, e do neto Bernardo Souza Barbosa. Na
ocasião, foi presenteada com uma joia comprada, em conjunto, pelos amigos.
Eneida Barbosa tem mais de duas décadas de serviços prestados à AJURIS, em
especial, na defesa dos direitos das pensionistas do Estado e de todo o Brasil.
Associados festejam datascomemorativas na Sede Campestre
Mães receberam mimos como lembrança
As duas comemorações foram organizadas pelo
Departamento Social da AJURIS, sob a coordenação da
subdiretora Madgeli Frantz Machado.
Palhaça Polenta divertiu as crianças na festa de Páscoa
Fotos: Departamento de Eventos da AJURIS
Chocolates arrecadados foram doados a entidades assistenciais
Dona Eneida, ao lado do presidente Pio Dresch e da juíza Jocelaine Teixeira
18 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
Gilb
ert
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into
Futebol da AJURIS traz bons resultados de Santa Catarina
A AJURIS fez boa campanha no Campeonato
Regional de Futebol da AMB, realizado de 20 a 22 de
abril, em Florianópolis. No certame, as categorias
Sênior, Super Sênior e Master sagraram-se campeãs.
Já os atletas da categoria Livre conquistaram o se-
gundo lugar na competição. Todas as equipes garan-
tiram vaga para o Campeonato Nacional, que será rea-
lizado no segundo semestre.
Além dos atletas da AJURIS, disputaram o
campeonato times da AMAPAR (Associação dos Ma-
gistrados do Paraná) e da AMC (Associação dos Ma-
gistrados Catarinenses).
Segundo o Departamento de Esportes, a edi-
ção 2013 dos Jogos Nacionais da Magistratura (Olim-
píada) está prevista para o período de 17 a 21 de abril,
em São Paulo (SP). As datas poderão sofrer alteração.
O Jantar de Confraternização do Departamento de
Aposentados da AJURIS foi marcado pela elegância e descontração.
Quatro magistrados receberam o Alfinete do Jubilado no encontro
realizado nos salões de Eventos e Amarelo do Plaza São Rafael, no mês de
abril, em Porto Alegre. Os homenageados foram os desembargadores
Luiz Ari Azambuja Ramos e Ricardo Raupp Ruschel; e os juízes de Direito
João Batista Costa Saraiva e João Carlos Bona Garcia.
Distinções no Jantar dos Aposentados
Magistrados homenageiam recém-aposentados durante jantar
19 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012
A equipe Super Sênior, uma das campeãs. Da esq. para a dir.: (em pé) Tasso Caubi Soares Delabary, Ney Alberto da Motta Vieira, Marcelo Bandeira Pereira, Alex Gonzales Custódio e Saulo Brum Leal. Dinarte Alves da Silva, Hélio Lemos de Souza, Domingos dos Santos Bitencourt e Sylvio Antônio de Oliveira Correa (agachados)
Dep
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presencial
Curso de preparação à
Magistratura
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MÓDULOS H/ADIAS DASEMANA PERÍODO
À VISTA
Língua Portuguesa
Direito Penal
Direito do Consumidor
Direito Comercial
Direito Processual Civil
Prática Civil
Direito Público II
Prática Penal
45
160
30
75
140
50
90
50
Sábado
4ª e 6ª
3ª
3ª e 5ª
2ª, 4ª e sáb.
3ª
2ª, 4ª e sáb.
5ª e sábado
1/9 a 1/12
8/8 a 12/12
4/9 a 9/10
16/10 a 20/12
6/8 a 24/10
16/10 a 18/12
22/10 a 12/12
25/10 a 20/12
R$ 570,00
R$ 2.035,00
R$ 380,00
R$ 955,00
R$ 1.780,00
R$ 635,00
R$ 1.145,00
R$ 635,00
Direito Civil 160 2ª e 5ª 6/8 a 17/12 R$ 2.035,00
Direito Processual Penal 120 3ª, 5ª e sáb. 7/8 a 18/10 R$ 1.525,00
JEC I - Teoria e Prática 50 3ª e sábado 7/8 a 28/8 R$ 635,00
Direito Público I 80 6ª 10/8 a 14/12 R$ 1.020,00
Estudos Complementares 48 EAD 12/11a 2/12 R$ 482,00
INVESTIMENTO
PARCELADO
Matrícula de R$ 300,00 + 1x R$ 300,00 – Total (R$ 600,00)
Matrícula de R$ 535,00 + 3x R$ 535,00 – Total (R$ 2.140,00)
Matrícula de R$ 200 + 1x R$ 200,00 – Total (R$ 400,00)
Matrícula de R$ 330,00 + 2x R$ 330,00 – Total (R$ 990,00)
Matrícula de R$ 465,00 + 3x R$ 465,00 – Total (R$ 1.860,00)
Matrícula de R$ 330,00 + 1x R$ 330,00 – Total (R$ 660,00)
Matrícula de R$ 399,00 + 2x R$ 399,00 – Total (R$ 1.197,00)
Matrícula de R$ 330,00 + 1x R$ 330,00 – Total (R$ 660,00)
Matrícula de R$ 535,00 + 3x R$ 535,00 – Total (R$ 2.140,00)
Matrícula de R$ 399,00 + 3x R$ 399,00 – Total (R$ 1.596,00)
Matrícula de R$ 330,00 + 1x R$ 330,00 – Total (R$ 660,00)
Matrícula de R$ 355,00 + 2x R$ 355,00 – Total (R$ 1.065,00)
Matrícula de R$ 255,00 + 1x R$ 255,00 – Total (R$ 510,00)
MATRÍCULAS ABERTAS Início das aulas: 6 de agosto
Prepare-se para grandes desafios
FAÇA A ESCOLA DA AJURIS
No Curso de Preparação à Magistratura a avaliação do seu conhecimento é contínua. Aqui você fará provas que testam seus conhecimentos emcada uma das matérias que compõem os módulos do curso.
.
No último mês julho, o Poder Judiciário
do Rio Grande do Sul divulgou dois editais para
seleção de novos Juízes de Direito, Analistas e
Técnicos Judiciários. A seleção para o cargo de
Juiz de Direito recebe inscrições preliminares até
o dia 6 de setembro e a realização das provas
objetivas está prevista para 14 de outubro. Para
os cargos de Analistas e Técnicos Judiciários as
inscrições são até o dia 6 agosto as provas estão
previstas para os dias 15 e 16 de setembro,
respectivamente.
JUIZ DE DIREITO
A Escola Superior da Ma-
gistratura (ESM), buscando prepa-
rar os candidatos para o certame,
além do tradicional Curso de Pre-
paração a Magistratura, nas moda-
lidades presencial e a distância, dividi-
do em dois blocos de disciplinas,
visando o Concurso para Juiz de Di-
reito, lançou a 2ª Edição do Curso
Intensivo de Preparação para o Con-
curso, na modalidade a distância. No
ensino a distância, o aluno pode
realizar o curso assistindo no dia, ho-
rário e quantas vezes quiser aos víde-
os gravados a partir das aulas do cur-
so presencial, em sua íntegra, no pra-
zo máximo estabelecido por cada
bloco. O Curso foi elaborado com base
na divisão de disciplinas em blocos para
as questões da prova seletiva da justiça
estadual, conforme anexo IV da Resolução
nº 75 do CNJ e as aulas tem enfoque na reso-
lução de questões objetivas.
TÉCNICO JUDICIÁRIO E ANALISTA JUDICIÁRIO –
ÁREA JUDICIÁRIA
2º SEMESTRE
CURSO DE PREPARAÇÃO PARA O CONCURSO DE
JUIZ LEIGO E CONCILIADOR
No mesmo sentido, buscando a preparação dos
candidatos para as vagas desses certames, a ESM está
realizando os Cursos Intensivos de Preparação aos Con-
cursos de Técnico Judiciário e Analista Judiciário - Área
Judiciária, nas modalidades presencial e a distância. Os
cursos são ministrados de acordo com o edital de con-
curso n° 11/2012 - DRH - SELAP - RECSEL do TJRS.
Está previsto para o 2º semestre deste ano, o
Concurso para seleção de Juízes Leigos e Conciliadores
do Tribunal de Justiça do RS. A ESM irá promover, nas mo-
dalidades presencial e a distância, o curso de preparação
para esse concurso.
Mais informações sobre este e os outros cursos,
estão a disposição no site www.escoladaajuris.com.br
ou pelo telefone (51) 3284.9000.
NOTÍCIAS DA ESMNOTÍCIAS DA ESMEscola Superior da Magistratura
ESM prepara candidatospara os concursos do Tribunal de Justiça do RS
Ano XVI Nº 276 | fevereiro a julho de 2012
EDITORIAL
Colegas:
A Escola Superior da Magistratura vem se modernizando. E essa mo-
dernização está diretamente ligada às mudanças que estão ocorrendo na
sociedade e no Poder Judiciário.
Temos um Centro de Pesquisas onde, a cada dia, seus núcleos contri-
buem concretamente para a melhoria do cenário legal e jurídico do país.
Foram apresentadas sugestões para os anteprojetos de reforma do Códi-
go de Processo Civil, do novo Código Penal, este com uma das quatro
audiências públicas do país realizada nas dependências da Escola, e do
novo Código Comercial. Também, o núcleo de Direito do Consumidor se
prepara para contribuir com a reforma desse diploma legal.
No plano estrutural, com a definição do prédio em nome do Tribunal
de Justiça, já foi solicitada ao Presidente do Tribunal a realização de obras,
de maneira a que possa atender com qualidade os alunos e usuários do
Posto do Juizado Especial Cível, assim como os servidores e magistrados
do Poder Judiciário gaúcho, que diuturnamente se utilizam das nossas
instalações, seja para pesquisa, seja para cursos de formação, capacitação
e atualização.
O poder público necessita urgente de melhor qualidade na pres-
tação de seus serviços. Por isso, estamos sendo procurados e estimulan-
do contatos com os demais poderes e instituições públicas, ofertando
nossa experiência e potencial de ensino. Assinamos convênio com a Se-
cretaria de Justiça, para iniciar estudos de aplicação das Penas e Medidas
sócio-educativas aos adolescentes. Qualificar o serviço público é con-
tribuição concreta à sociedade.
No plano acadêmico, foram firmadas parcerias com universidades
locais como a UNIRITER, e de fora do país como a de Alicante, na Espanha,
e Universidade de Lisboa, em Portugal, visando propiciar aos magistrados
opções de cursos em pós graduação. Sem contar os cursos já em
andamento, em convênio com a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, juntamente com a Faculdade de Direito e Economia de Chambéry,
Universidade de Savoie, na França, todo ele ministrado no idioma francês.
Além disso, também em andamento o curso de Especialização em
Responsabilidade Civil, em parceria com a UNISINOS. Também em Direito
Ambiental e na área do Direito do Consumidor, ambos com a UFRGS. Com
a Fundação Getúlio Vargas, na área do direito bancário.
Junto ao Tribunal de Justiça, por meio do Conselho de Adminis-
tração, a oferta de cursos em administração judiciária, nas áreas de orça-
mento e finanças e planejamento estratégico, ministrados pela Escola
Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados – ENFAM, de
maneira a dar capacidade ao nosso juiz na função de autogoverno do
Poder Judiciário, alicerce da independência da magistratura.
Por fim, no início do ano foi contratada empresa de reestruturação
administrativa, em fase final dos trabalhos, com o fito de racionalizar e
melhorar ainda mais os nossos serviços, refletindo nos resultados em
geral.
E tudo isso é feito pela dedicação e participação de vários colegas.
A escola é o nosso local de crescimento e uma forma rica de contri-
buição à sociedade, centralizando e coordenando o potencial intelectual
da nossa magistratura. Seus núcleos e cursos estão abertos, à espera dos
colegas e do prazer da convivência.
Abraços
Alberto Delgado Neto Ronaldo Barão
Diretor da ESM. Vice-Diretor da ESM.
Cursos de Atualização para Magistrados
No primeiro semestre deste ano, a Escola da AJURIS
realizou, em parceria com a Corregedoria-Geral de Justiça do
Estado, três Cursos de Atualização para Magistrados, com os
seguintes temas: Direito Penal e Processo Penal (abril); Juizado da
Infância e Juventude (maio) e Administração Judiciária (junho).
Os cursos contaram com a participação expressiva de
magistrados e a Escola está buscando montar a programação dos
encontros com base nos temas que os próprios magistrados indi-
cam, em consulta realizada pela direção antes de cada curso, vi-
sando assim, atender ao máximo as expectativas dos participan-
tes. Além do destaque dado para questões doutrinárias, os cursos
também estão focados na jurisdição, buscando atender deman-
das do dia-a-dia do juiz.
Confira o calendário e os temas das próximas edições:
23 e 24 de agosto – Processo Civil;
27 e 28 de setembro – Direito Civil;
25 e 26 de outubro – Direito Público;
29 e 30 de novembro – Juizados Especiais.
Escola promove sobre Juros -
Aspectos Econômicos e Jurídicos
Em virtude do grande volume de feitos judiciais
envolvendo juros e temas afins, como por exemplo, planos eco-
nômicos, revisionais de empréstimos e cheque especial, a Escola
Superior da Magistratura em parceria com a FGV - Fundação
Getúlio Vargas está promovendo o curso "Juros - Aspectos Eco-
nômicos e Jurídicos". O curso possui carga horária de 20 horas-
aula e será ministrado no miniauditório da ESM, nas sextas-feiras,
dias 03, 17 e 31 de agosto de 2012, das 9h às 17h.
Expediente
Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul
Presidente: Pio Giovani Dresch
Vice-presidente Administrativo: Eugênio Couto Terra
Vice-presidente de Patrimônio e Finanças: André Luís de Moraes Pinto
Vice-presidente Cultural: Maria Lucia Boutros Buchain Zoch Rodrigues
Vice-presidente Social: José Antônio Azambuja Flores
Diretor da Escola da AJURIS: Alberto Delgado Neto
Vice-diretor da Escola da AJURIS: Ronaldo Barão Castro Silva
Jornal da AJURIS
Diretora de Comunicação: Rute dos Santos Rossato
Subdiretora de Comunicação: Elisabete Maria Kirschke
Conselho de Comunicação: Túlio de Oliveira Martins, João Armando Bezerra
Campos, Leoberto Narciso Brancher, Maria Cláudia Mercio Cachapuz,
Carlos Alberto Ectheverry
Jornalista-chefe: Ivana Ritter
Equipe de jornalismo: Carolina Grigol, Alexandre Volkweis e Maurício Macedo
Edição: 2ml Comunicação Total
Editoração eletrônica: Maurício Machado Teixeira
Tiragem: 2.000 exemplares
Endereço: Rua Celeste Gobbato, nº 229
Praia de Belas – Porto Alegre/RS – CEP 90110-160
Telefone: (51) 3284.9000 Fax: (51)3224.7254
E-mail: esm@ajuris.org.br
Site: www.escoladaajuris.org.br
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2 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012ENCARTE DA ESM -
A Escola Superior da Magis-
tratura (ESM) realizou, no mês de
junho, a quinta edição do Concurso
Simulado. A prova contou com 172
inscritos e com um baixo índice de
abstenção de 12,2%.
Antes do início da prova, a
expectativa dos participantes era in-
tensa. A candidata Milena Leal Por-
chetto, 29 anos, de Porto Alegre,
aguardava ansiosa o começo do Con-
curso, destacando que sua intenção
era testar seus conhecimentos e con-
correr a uma das bolsas concedidas
pela ESM. “Ouvi falar muito bem da
Escola! Desejo realizar o concurso
para a magistratura gaúcha e me es-
pecializar em todas as áreas possí-
veis”, disse Milena.
Os dez primeiros colocados foram
premiados com bolsas de estudos in-
tegrais, para módulos, a livre escolha.
Com o objetivo de conhecer a realidade do Presídio Cen-
tral de Porto Alegre, uma turma de alunos da Escola Superior da
Magistratura (ESM) realizou, no mês de julho, uma visita na casa
prisional.
O grupo foi acompanhado pelo juiz da 11ª Vara Criminal
do Foro Central e professor da ESM, José Luiz John dos Santos, e
recebidos pelo tenente Maurício do Santos, da Brigada Militar
(BM). O tenente apresentou aos alunos a história e dados do
presídio e após a sua explanação, o grupo pode conhecer algumas
galerias e o pátio onde vivem os apenados. Assim, puderam ver de
perto a realidade do sistema prisional.
O grupo saiu de lá considerando a visita indispensável
para os profissionais que lidam com o Direito.
Concurso Simulado: quinta edição foi mais um sucesso na ESM
Alunos visitam Presídio Central de Porto Alegre
O evento foi realizado no auditório da ESM e contou com
a palestra da magistrada Joseline Mirele Pinson de Vargas, ex-
aluna da Escola e classificada em primeiro lugar no último con-
curso para Juiz Substituto do Tribunal de Justiça do RS.
Estiveram presentes também o diretor da instituição,
Alberto Delgado Neto e o vice-diretor, Ronaldo Barão, o presi-
dente do TJRS, Marcelo Bandeira Pereira e o vice-presidente
Administrativo da AJURIS, Eugênio Couto Terra, além dos
familiares dos formandos. Após receberem os certificados, os pre-
sentes confraternizaram em um coquetel oferecido pela Escola.
Foi realizada na Escola Superior da Magistratura (ESM),
no mês de julho, a solenidade de formatura dos alunos que con-
cluíram, no segundo semestre de 2011, o Curso de Preparação à
Magistratura (CPM), nas modalidades presencial e a distância.
Escola realiza formatura para alunos que concluíram o CPM em 2011/2
3 | JORNAL DA AJURIS | FEVEREIRO A JULHO DE 2012ENCARTE DA ESM -
A Escola da AJURIS recebeu um grande número
de pessoas para debater a reforma do Código Penal
brasileiro no mês de maio. Organizado pela Comissão de
Juristas criada pelo Senado para elaborar o anteprojeto
do Novo Código Penal, a audiência pública abriu espaço
para a manifestação da sociedade a respeito do tema.
A mesa de trabalho foi composta pelo diretor da
Escola, Alberto Delgado Neto, o vice-diretor da ESM,
Ronaldo Barão, o presidente do Tribunal de Justiça do RS,
Marcelo Bandeira Pereira, o presidente da AJURIS, Pio
Giovani Dresch, o deputado estadual Miki Breier, o secre-
tário estadual de Segurança Pública do RS, Airton
Michels, o presidente da Comissão de Juristas, ministro
do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Gilson Dipp, o
relator-geral da Comissão, Luiz Gonçalves e repre-
sentado a OAB/RS, o advogado Alexandre Wunderlich.
A AJURIS e a ESM sintetizaram uma série de pro-
postas elaboradas por magistrados e professores que
foram apresentadas pelo desembargador aposentado
José Antônio Paganella Boschi, ex-diretor da
Entidades como a Escola Superior da Advocacia
da OAB/RS, Ministério Público do RS, Conselho Nacional
dos Procuradores Gerais, Conselho Federal dos Defen-
sores Públicos Federais, Defensoria Pública do RS, Nú-
ESM.
Convênios
ESCOLA E UNIRITTERA Escola Superior da Magistratura (ESM) e o Centro Uni-
versitário Ritter dos Reis – UniRitter, assinaram um convênio que
objetiva desenvolver projetos, estudos e serviços técnicos de
forma integrada, permitindo, que cada instituição associada pos-
sa trabalhar em regime de cooperação com cada grupo ou indiví-
duo, que possua interesses afins no estabelecimento de progra-
mas de cooperação entre as instituições. O convênio foi assinado
pelo diretor da ESM, Alberto Delgado Neto e pelo reitor da
UniRitter, Flávio R. D’Almeida Reis.
ESCOLA E SECRETARIA DE JUSTIÇA DO RSFoi assinado, entre a Escola Su-
perior da Magistratura e a Secretaria da
Justiça e Direitos Humanos do Estado,
um convênio prevendo o desenvolvi-
mento de projetos socioeducativos para
adolescentes na Fundação de Atendi-
mento Socioeducativo, em semiliberda-
de, em liberdade assistida e prestação de serviços à comunidade,
além de propor políticas públicas para jovens infratores. Partici-
param da assinatura do termo o diretor da ESM, Alberto Delgado
Neto, o vice-diretor, Ronaldo Barão, o professor da Escola, João
Batista Costa Saraiva, o secretário de Justiça e Direitos Humanos,
Fabiano Pereira, a diretora do Departamento de Justiça, Rúbia Abs,
e o diretor administrativo da Secretaria, Aldo Perez.
Plano de Gestão para Resíduos Sólidos do municípios gaúchos foi discutido na ESM
Dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, nenhum
elaborou seu Plano de Gestão para os Resíduos Sólidos,
conforme determina a Lei 12.305/2010. No país, apenas 10%
dos 5.565 municípios cumpriram a lei e o prazo para fazê-lo
terminará em agosto. Estes e outros pontos referentes a
“Gestão de Resíduos Sólidos”, foram debatidos no seminário
promovido pela Escola Superior da Magistratura em parceria
com o ILADES – Instituto Latino de Desenvolvimento Econô-
mico e Sustentável, no mês de abril.
O seminário recebeu um grande público e os painéis
foram apresentados pelos seguintes especialistas: Marcino
Fernandes Rodrigues, presidente do ILADES; Marta Leiria Leal
Pacheco, procuradora e coordenadora do Centro de Apoio
Operacional de Defesa do Meio Ambiente do Ministério
Público Estadual; Andrea Malmann Couto, arquiteta e auditora
externa do TCE; Mariovani Weis, prefeito de São Borja; Carlos
Fernando Niedersberg, presidente da Fundação Estadual de
Proteção Ambiental; Patrícia Antunes Laydner, magistrada,
Mestre em Direito Ambiental e coordenadora do ECOJUS –
TJRS; Vera Lúcia Fritsch Feijó, magistrada e coordenadora do
Núcleo de Estudos de Direito Ambiental da ESM; Marcelo
Piccoli, especialista em Direito Econômico e Empresarial e ex-
secretário do Meio Ambiente da cidade de Farroupilha.
cleo de Justiça Restaurativa da ESM, Procuradoria Geral
de Justiça, Polícia Civil e Brigada Militar, Sindicato dos Ad-
vogados, Advocacia Geral da União, Movimento de De-
fesa da Vida, Escola da Magistratura Federal, Instituto
Jacques Maritain RS, ONG Brasil Sem Grades, Pastoral da
Criança, Pastoral da Saúde, Movimento Crueldade Nunca
Mais, profesores da ESM, desembargadores do TJRS, a 1ª
Dama de Porto Alegre, também apresentaram propostas
na quarta e última audiência realizada em solo gaúcho. As
outras três ocorreram no Tribunal Superior do Trabalho
(TST), em Brasília, e nos Tribunais de Justiça do Rio de
Janeiro (TJRJ) e de São Paulo (TJSP).
AJURIS e ESM apresentam propostas para o novo Código Penal
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