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Noam Chomsky

História e Métodos Experimentais em Linguística e Neurociência da LinguagemThiago O. Motta Sampaio (UFRJ) & Marília U.C.L.M. Costa (UFRJ)

mottakun@gmail.com marilialott@gmail.com

Burrhus Skynner

Onde nos encontrar:www.acesin.letras.ufrj.br

Até os anos 50 muitos est udos e m Antropol ogia com o os de Fra nz Boas, e emPsicologia como os de Edwa rd Sapir, i nfluencia dos pelo Behavioris mo aca bavam portratar a ling uage m hu mana de form a an timent alista, m ostran do q ue ocomport amen to ling uístico seria result ado do meio em que o indivídu o se enco ntra.Essa visão a mbient alista d a ling uage m co meça a se r co mbatid a n o início dos anos60 por Noam Chos mky, especialmen te em uma r esenh a do livro Verbal Behaviour(SKINNER, 1959), onde Cho msky argu ment a contun dente ment e que a lingu agemnão poderia ser vista como resultado de fatores ambientais.

O divisor de ág uas que fez os estudos linguís ticos co meça rem a se distanciardas abo rdage ns estr utur alista e b ehaviorist a e qu e os lide raria j unto àRevolução C ognitiva, foi a p ublicação de Syntactic Structu res (CHOMSKY,1957). A i deia de Chomsky era a de uma a borda gem mentalis ta dosestudos em lingua gem, que se basearia na postul açã o de um a paratomental predis pos to à a qui siçã o e que cont raria o métod o de induç ão erepetição com o arg umen to de que a lingua gem humana, através do princí pioda recursiv ida de e de um conjunt o fi nit ode peças, ser ia c apaz de produzirsente nça s in fini tas. Este ser á o p onto que, ainda hoje, melho r con ecta alinguística aos estud os e m Psicologia e em Biologia. A pa rtir d e ent ão, osestudos es trutu ralistas q ue visava m desc rever as lín guas d o mu ndo p or m eio desuas difer enças, d era m luga r aos est udos e m Gr amática Gerativ a, quebuscavam supe rar a a dequ ação descritiva atingin do a ad equaçã o explica tiva, eestabelecer o que há de i gual nas lí nguas do mundo na busc a pelosprincípi os da lingua gem, a Gramática Uni versal, que represe ntar ia oaparato inato da linguagem humana (RAPOSO, 1992; HAEGEMAN, 1991).

- Gerativ ismo x Behaviorismo

Psicolinguística e a Crise do DTCA Teoria da Complexidad e Derivacional (D TC) nasceu co m Geor ge Miller no início dos a nos 1960, se ndopraticam ente ir mã da então recen te Gra mática Transf orm acional ( antiga G ram ática Ger ativa - CHOMSKY, 1 957 ,1965). As duas disciplinas era m compl ement ares: e nquanto uma teorizav a e aprese nta va evi dências s obre acomplexi dade derivaci ona l da l ingua gem humana, a outra se encarrega va de apres ent ar ex perimentalme ntepara omundoa realida de psic ológica de tai s c omput açõe s, p rovand o at ravés dos te mpos de respost a (RTs) dostestes linguístic os, qu e qua nto m aior a compl exidade c ompu tacional, maio r seria o esfo rço co gnitivo p ara process á-la .Infelizment e, a e vidê ncia de diss ocia ções en tre a c omplexi dade computa cional e os tempos de res postaculminaram na crise do DTC que afas tou a L inguís tica da Psic olinguí stic a por pelo menos 20 a nos (c f.FRANÇA, 2007). A muda nça de pens amen to n a teo ria d e Noa m Cho msky, em que as t ransfo rmaçõ es de ram luga r aestrutu ras sintáticas ger adas na me nte do falant e, as duas disciplinas voltar am a se comunicar , e essa união vemresultand o em gran des ava nços ta nto na psicolinguís tica qua nto n os estud os em gra mática g erativa. Além disso, essarenovada parceria abriuas portas da Linguística para as Neurociências.

Lenneberg (19 67) a ponta rá alg umas co rrelaç ões en tre operíod o de aquisiçã o d e lingu agem e o pe ríod o dedesenvolvime nto c ereb ral da crianç a. Seus estudosmostra m que o pe ríodo entr e o n ascimento e os 2-3 a nos deidade é ca racteriz ado por um acele rado cresci mentocerebr al qu e pass ará de c erca de 30% pa ra quase 80% dotamanh o do cér ebro ad ulto. Esse mes mo p erío do éconsidera do o melho r mo mento par a aq uisição delinguagem. O período entre 3 e 4 anos de idade marca uma

Teste de Priming

Experimento comEye Tracker

Neurociência da Linguagem

ERPs Estudados

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Exames neurofisiológicos não invasivos

“ERPs refletem mudanças naativ idade elétrica que ocorrem emresposta a um evento de origemsensorial, cognitiva ou motora. Elesrefletem ativ idade póssinápticasomada que ocorre nos dendritosapicais de neurônios piramidais naregião do neocórtex.” Lee Osterhout

O Eletroencefalograma

Angela Frie der ici div ide o processamento auditivo e m três fasesprincipais, começando da Fase Zero, onde acontece o ProcessamentoFonológico:

N100: Processamento Fonológico;ELAN: Construção da estrutura s intagmatica;N400/LAN: Estabelece relações semânticas;P600: Ajuste Sintático

desaceler ação no c rescime nto cer ebral até atingi r cerca de 95% do t aman hoadulto no início da pube rdad e, ent re 1 2-13 anos. Essa fase coinci de com arelativa estabilida de do sistema ling uístico da crianç a, por volta dos 4 an os deidade, que pod erá ser ela bora do tamb ém até o início da pub erda de, quan do aaquisição de L1 parece se tornar quase impossível.

IntroduçãoA linguagem humana possui um alto grau de complexidade e diversos aspectos passíveis deserem estudados. Ao longo da história, o ser humano aprendeu a se comunicar oralmente r, emseguida, codificou seus sistemas linguísticos em símbolos e depois letras. Durante esse tempo,as línguas do mundo se transformaram, originando milhares de novas línguas.O estudo da linguagem compreende aspectos estruturais (sintáticos,fonológicos), semânticos,históricos, sociais e de registro (falado ou escrito). Mas afinal, qual será de fato “a essência” dalinguagem humana? Apesar de estarmos longe de uma resposta,definitiva para essa questãodiversas mudanças de pensamento ocorreram na história dos estudos da linguagem. Estetrabalho irá revisitar estes pensamentos,,observando a busca pelas bases biológicas dalinguagem humana.

Século XIX: Linguística Histórico Comparativa

Antigamente, os estudos em linguagem possuiam o intuito de criar gramáticas ou de estudar alinguagem para fazer filosofia ou crítica literária.No século XIX estes estudos passaram por uma mudança de caráter, buscando estudar aslínguas por elas mesmas.A descoberta do Sânscrito fez com que Franz Bopp, a partir de um método comparativo,descobrisse regularidades entre a língua indiana e o latim e grego clássico, iniciando o umaaborgadem histórico comparativa dos estudos linguísticos, buscando descrever os processos demudança linguística que originariam tais línguas a partir de línguas mais antigas. Como nãohavia registros sonoros dos falantes da época, essa abordagem se focou em textos escritos.

Século XX: Homogeneização e autonomia dos estudos linguísticos- Estruturalismo

No século XX o Estruturalismo do suíço Ferdinand de Saussure inicia uma nova revolução nosestudos em Linguagem. Para que a Linguística pudesse ser considerada um método científico,seria necessário se focar em um sistema mais estável suficiente para ser estudado por umaabordagem formal. Visando a separação do que é passível a formalização, Saussure cria adicotomia entre Langue e Parole. AParole compreende a semântica, o discurso, a pragmática,dentre outros aspectos da linguagem que seriam muito fluidos para se fazer ciência.Na Langue estaria a estrutura, um sistema estável da língua presente na mente do falante. OEstruturalismo busca descrever o sistema das línguas, se baseando na fala.

Neurociência da Linguagem no Brasil

França, 2002

CONGRUENTE: O homem arrastou as cadeiras.

INCONGRUENTE: A mulher esticou a geladeira.

Replicando o primeiro ERP Linguístico

Composição de palavras: um estudo comparativoFrança et al., 2008

Palavras: Relação Sintáticas na Semântica

Gomes et al., 2009

ConclusãoPodemos observar que o percurso feito pela lingu ística apresentagrandes desafios fu turos, já que os modelos teóricos desenvolv idosencontram eco e m ou tras disciplinas e assim pode-se prof itar deuma profusão de novos estudos que pretende m in tegrar essas áreasde pesquisa. Em relação ao desenvolv imento da neurociência dalinguagem no Brasil, podemos ver que há u m grande esforço dospesquisadores em avançar apesar de haver poucos laboratóriosengajados nesse propósito. Esperamos que com a formação denovos pesquisadores a área se desenvolva por todo o Brasil.

Kutas & Hillyard, 1980Primeiro ERP Linguístico

A pesquisa de Kutas e Hillyarddemonstrou que a simplesconcatenação é marcada com a ondade menor amplitude , já aincongruência é representada pelaamplitude au mentada – de formaintermediária para o complemen tocoke e de forma expressiva paraphone.

Ao contrário de outrascognições,a Linguagemé exclusivamente humana,o que impossibilitou a utilização de modelos animais, o que resultou umatraso nos estudosem NeurociênciasdaLinguagem.Alguns estudiosos desenv olvera m compa rações ent re as fases de dese nvolvimen tocerebral conhecidas e as fases do desenvolvimento linguístico nas crianças.

A solução para testar a realidade das operações da linguagem foi aelaboraçãodeexperimentoscomportamentaisatravésdaPsicolinguística.

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