empresarial aula 1

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Empresarial aula 1. Teoria Geral. - PowerPoint PPT Presentation

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Teoria GeralConceito: “O Direito Empresarial é o ramo

do Direito que tem por objetivo a regulamentação da atividade econômica daqueles que atuam na circulação ou produção de bens, assim como na prestação de serviços”. (conceito de empresário) regula atividade empresarial.

Autonomia: existem duas correntes:

1ª Corrente (mi): Muito se falou que o Direito Empresarial é ramos do Direito Civil, já que o C.C. detém um capítulo do Direito Comercial, logo, não é autônomo.

2ª Corrente (Ma): é ramo autônomo por três fundamentos:

1- O Direito empresarial tem autonomia didática com doutrina, estudos e princípios próprios.

2- À forma de se organizar o texto legislativo não é motivo para decretar a autonomia da matéria, pois o D. Civil não se restringe ao C.C. ( Napoleão e o c.c. como CF do direito privado).

3- O art. 22 I da CF “Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: I - direito civil, comercial...”A constituição elenca D. Civil e D. Comercial separadamente.

Objetivos: O D. empresarial cuida do exercício da atividade econômica organizada de fornecimento de bens ou serviços denominada empresa, logo, seu objetivo é a solução dos conflitos de interesses envolvendo empresários.

Questão: As relações entre empresário e trabalhador ou empresário e consumidor são regidas pelo direito empresarial?

 O D. Empresarial se preocupa com questões

dos empresários ou empresas na sua estrutura, produção e negociação de bens e serviços.

Evolução históricaSe divide em três momentos:

1° momento: Tem início na idade média com as primeiras regras empresariais. Todavia ganha força na Baixa idade média, com fiz do feudalismo e início da renascença, quando temos o ressurgimento da burguesia comercial.

Com as grandes navegações e o mercantilismo, surgem as corporações de ofício (corporação de comerciantes ou artesões que trabalhavam em conjunto para otimizar ganhos).

Nesse período, o D. Comercial não era positivado, mas proveniente de contratos particulares e costumes, sendo que as decisões dos conflitos cabiam à uma arbitragem dentro da corporação de ofício.

2° momento: fase absolutista com concentração de poder no rei. O estado começa a positivar o D. comercial. O código Francês de 1808 trouxe a teoria dos atos de comercio.

3° momento: Temos a mudança do estado liberal e o C.C. italiano de 1942 que trouxe várias evoluções no sentido de mitigar a positivação, todavia, para o D. Comercial, sua principal contribuição foi a teoria da empresa.

Prólogo das TeoriasAs duas teorias tratam de definir a quais

relações e pessoas são regidas pelo Direito empresarial.

Obs.: Antigamente, eram normas internas das corporações, mas evoluirão para regras do estado.

1) O Sistema Francês e a Teoria dos atos de comércio:

A teoria dos atos de comércio restringia a aplicação das normas do código comercial a quem praticasse os atos de comércio.

Logo, a lei trazia um rol taxativo de atividades intituladas atos de comércio, e essas seriam regidas pela lei de D. Comercial, todavia, se não entrasse nesse rol, seria ato civil regido pelo Código Civil.

Essa teoria se difundiu fortemente no mundo ocidental latino, inclusive no Brasil.

 Críticas à teoria: Apesar dessa teoria trazer

grande evolução ao D. Comercial, pois o tirou da informalidade e a entregou ao estado, esta detinha alguns defeitos, vejamos:

A) Nunca se conseguiu definir de forma satisfatória o termo “Atos de Comércio”;

 B) O rol taxativo que definia os atos de comércio

deixava de fora várias atividades importantes, como serviços;

 C) A Produção legislativa não conseguia

acompanhar o dinamismo da economia.

Conclusão: Era um sistema que não acompanhava o ritmo de mudança da economia somada à exclusão de áreas com serviço e agricultura. 

2) Sistema italiano e a teoria da empresa:

O código civil italiano de 1942 trouxe a teoria da empresa.

Será regulado pelo direito comercial, o empresário ou empresa, definido como aquele que exerce profissionalmente atividade econômica e destina a produzir ou fazer circular bem ou serviços.

Quem se encaixa em empresário será regulado pelo direito empresarial.

Logo, o D. empresarial não se limita a relações elencadas em lei, mas agora recai sobre todos que se encaixam na regra.

Exemplo: Antes, as empresas de prestação de serviço não eram reguladas pelo direito comercial, logo, não tinham falência, nome empresarial e etc. com nova teoria se torna empresa.

Conclusão: A teoria dos atos de comércio era restrita à positivação, já a teoria da empresa é ampla, incluindo qualquer um que adentre em seus requisitos.

Obs.: Com o C.C. de 2002, o direito comercial brasileiro adotou o sistema italiano previsto no art. 966 C.C.

D. Comercial X D. EmpresarialProblemática: Os livros acadêmicos usam por

hora D. Comercial e em outras D. empresarial, então qual a diferença?

Direito Comercial: Esse termo provém da idéia que as leis desse ramo do direito estariam adstritas às relações de compra e venda de produto (comércio).

Tal nomenclatura vem sofrendo grandes críticas após o C.C. de 2002, pois esse ramo do direito não cuida somente das relações de comércio, mas de toda relação empresarial.

Logo, se esse ramo cuida de relações empresariais, o termo mais correto seria Direito Empresarial.

Atividade EmpresáriaConceito de empresário ou empresa: Como

vimos o direito brasileiro adotou a teoria da empresa, logo, não temos mais um rol taxativo de atos de comércio, mas um sistema aberto em que a lei define empresário e todos que se enquadram neste conceito são regulado pelo direito empresarial.

O conceito de empresa está no art. 966 do C.C. que traz:

“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.”

Podemos destacar 7 elementos:

Profissionalismo;

Atividade;

Econômica;

Organizada;

Produção;

Circulação;

Bens e serviços.

Para uma real compreensão do conceito de empresário, devemos estudar todos os sete elementos.

Elementos 1- Profissionalismo: Não é profissional aquele

que realiza de forma esporádica ou casual a produção ou serviço de bem ou produto.

Exemplo: O sujeito que está com problemas financeiros e começa um negócio só para supri-los e depois para. (não é empresário)

Cuidado! Uma atividade pode ser habitual e não continua. A continuidade está ligada a seqüência (sucessividade), já habitualidade está ligada a perdurar no espaço tempo.

Exemplo: Empresa natalina que exerce atividade próxima ao natal é empresa, pois tem habitualidade, mas não é contínua.

2- Atividade: É da própria natureza da empresa a atividade, pois toda empresa visa produzir ou circular bens ou serviços. Logo, atividade é exercer algo.

3. Econômica: A atividade empresarial é econômica, pois sempre busca o lucro como: meio ou fim de sua atividade, logo empresa sempre tem lucro, mas nem sempre tem lucratividade.

 Empresa sem fins lucrativos: não restara

valores de lucro a um proprietário, ou seja, o lucro é meio de exercer e não fim, logo, há lucro, mas não lucratividade.

Obs.: Ser instituição sem fins lucrativos não significa que tenha exercício gratuito, pois é necessário manter a instituição com professores, instalações e etc.

4. Organizada: A empresa tem atividade organizada no sentido de que nela se encontram articulados quatro fatores de produção:

Capital;Mão-de-obra;Insumos (matéria-prima);Tecnologia.

O empresário investe e controla capital, contrata e organiza mão-de-obra, compra e transforma insumos, por meio de uma tecnologia. (exemplo do médico)

5. Produção de bens ou serviços

A) Produção de bens: É a fabricação de produtos ou mercadorias, nesse temos algo concreto, físico e real.

Exemplo: Montadora de veículos e fábrica de TV.

B)Produção de serviço: É a prestação de serviços, nessa não há um produto final, mas atividade imaterial.

Exemplo: Bancos, seguradoras, hospitais, escolas e etc. 

6. Circulação de bens ou serviços

A) Circulação de bens: É o mais antigo das formas empresariais: o comércio. Simples comprar e revender produtos para retirar lucro.

Exemplo: Supermercados, concessionárias e etc.

B) Circulação de serviços: É intermediar a prestação de serviços, ou seja, aquele que liga o consumidor ao prestador de serviço.

Exemplo: Agência de turismo não presta o serviço de viagem aérea, mas intermédia.

7) Bens ou serviços: Sua diferença é clara:

A) Bens: São corpóreos e materiais, logo se concretiza com a entrega, é obrigação de dar.

 B) Serviço: São incorpóreos e imateriais, se

concretiza com ato de fazer, logo, é obrigação de fazer.

Problemática moderna: Os bens vendidos via internet (Exemplo: Jornal eletrônico) é serviço (informação) ou bem (arquivo). (Não há resposta certa).

Conclusão: É regulado pelo direito empresarial o

empresário, ou seja aquele que tem os sete requisitos, ou exerce:

Profissionalismo;

Atividade;

Econômica;

Organizada;

Produção;

Circulação;

Bens e serviços

Atividades econômicas civis ou não empresariais

São determinadas atividades econômicas não reguladas pelo D. Empresarial, seja por falta dos requisitos ou por exclusão da lei.

Nesses casos, aqueles que realizam atividades econômicas civis não serão regulados pelo D. empresarial.

Por isso, não tem vários direitos como requerer a recuperação de empresa, falência, nome empresarial e etc.

São regulados pelo direito civil ou outros ramos.

Temos 4 tipos: I) Não enquadradas: São aqueles grupos de

atividades que não se enquadram no conceito de empresa do art. 966 do C.C. Logo, falta alguns dos requisitos.

Ex.: sujeito que vende produto quando está apertado.

Obs.: Os outros três casos são excluídos pelo C.C., ou seja, não são tratados como empresa porque a lei os exclui.

II) Profissional intelectual: De acordo com Parágrafo Único do 966, esse não é empresário.

“Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores”

O profissional liberal mesmo contratando empregado não é empresário, não sendo regido pelo D. Empresarial.

Exemplo: Advogados, médicos, escritores, músicos e artistas em geral.

Exceção: O próprio artigo destaca que “salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”.

Imaginemos um caso: Um médico abre um consultório com uma secretária, sendo que os clientes são atraídos pela competência como médico.

Esse médico ganha fama e transforma o consultório em clínica com vários funcionários e médicos, todavia a clientela continua a ir pela fama pessoal do médico e o mesmo tem por função exercer a medicina (não é empresa).

Posteriormente, a clínica se torna hospital com muitos médicos, enfermeiras, advogados, administradores, marqueteiros e etc.

E os clientes não procuram o médico, mas o hospital, sendo que o medico se dedica a organizar o hospital em suas áreas diversas, nesse caso há o elemento de empresa.

Conclusão: Quando deixa de existir o caráter pessoal do profissional liberal (criando necessidade de organização empresarial) essa se torna empresa.

III. Empresário rural: Temos dois tipos de empresários rurais.

O art. 971 do C.C. preconiza: “O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.”

A) Agroindústria ou agronegócio: Nessa emprega-se:

- Tecnologia avançada;- Mão-de-obra; - Grandes áreas de cultivo

Ou seja, a plantação ou trato de animais é feito em larga escala com grandes produções, como nas indústrias.

Esse terá a opção de se registrar ou não, via de regra escolherá a primeira opção, para ter os encargos e direitos das normas de Empresarial. 

Agronegócio = Empresa

B) Agricultura familiar: Trabalham o dono da terra e seus parentes, um ou outro empregado, em pequenas áreas. Esse terá a opção de se registrar ou não, via de regra escolherá a segunda opção e não estará sujeito às regras de Direito Empresarial.

Obs.: A opção do registro é óbvia, já que para o agronegócio é importante o registro para negociar em bolsa, ter títulos de crédito, volume de empregados. Todavia, para o pequeno ruralista familiar não vale a pena ter tal registro, pois seus negócios de venda são diretos com o público, tendo que só poderá ter poucos empregados.

IV. Cooperativas: Via de regra, as cooperativas tem os requisitos legais para ser considerado empresa, pois tem as características como: Profissionalismo, atividade econômica organizada e produção ou circulação de bens ou serviços.

Todavia, essa não é empresa por força de disposição legal, logo, não se submetem ao regime jurídico-empresarial. (artigo 1.093 )

“Art. 1.093. A sociedade cooperativa reger-se-á pelo disposto no presente Capítulo, ressalvada a legislação especial.”

Essa não pode sofrer falência, nem requere recuperação judicial, logo seu estudo cabe ao D. Civil.

Empresário Individual:O empresário pode ser pessoa jurídica quando é

uma sociedade empresária ou uma pessoa física quando é empresário individual.

 Diferenças Sócio e empresário:

Apesar de usados como sinônimos, esse são diferentes.

 Quando várias pessoas formam uma sociedade

surge uma pessoa jurídica autônoma, e essa responde pela empresa, sendo seus membros os sócios.

O patrimônio pessoal dos sócios não responde.

Já empresário individual, é pessoa física, que responde com seu patrimônio e dedica-se a atividades menores, como por exemplo: Confecção de bijuteria, bancas de frutas e etc.

 Conclusão: As regras das sociedades não se

aplicam aos empresários individuais. (ex.: tipos societários)

Atenção! Apesar de não ser sociedade, ele se encaixa no conceito de empresa. Logo, é regulado pelo D. Empresarial, todavia, não está sujeito às regras societárias.

Conceito: “Empresário individual é o profissional que exerce a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou serviços e não se confunde com os sócios de uma sociedade empresária”.

Resumindo: é aquele que detém todos os requisitos do art. 966 do C.C., mas não é membro (sócio) de uma sociedade.

Requisitos para ser empresárioDevemos observar que essas regras são para

ser sócio e empresário individual. Temos dois tipos de requisitos: 1 De capacidade e 2 de proibição do exercício de empresa.

Da capacidade para ser empresário:

Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.

Logo, pode exercer aquele com capacidade civil, sendo excluídos por tanto:

Os menores de 18 anos, não emancipados;

Os incapacitados, a partir da interdição.

Atenção! O menor emancipado tem plena capacidade, logo, pode ser empresário.

 Tarefa: Sobre capacidade civil, estudar artigos

3 a 5 do C.C.

Casos excepcionais de incapaz empresário:

Só poderá em situação especial e se autorizado pelo juiz por meio de alvará. O magistrado só poderá conceder o alvará em dois casos:

1- Para incapaz continuar exercendo empresa que ele mesmo constituiu antes da incapacidade.

Exemplo: Era empresário, mas surgem problemas mentais, sendo decretada a intervenção.

2- Empresa constituída por seus pais ou por pessoa de que era sucessor.

Exemplo: Pai morre e deixa para filho menor de idade.

Atenção! O juiz não pode autorizar que o incapaz inicie uma nova empresa.

Regras importantes:1- O exercício do incapaz autorizado é feito

mediante representação (absolutamente incapaz) ou assistência (se relativamente). Logo, só pode exercer se assistido ou representado, mesmo com alvará.

2- Se o representante ou assistente estiver proibido de exercer a empresa, ou se o magistrado considerar conflito de interesse, deve indicar um gerente em seu lugar.

3- A autorização pode ser revogada pelo juiz a qualquer tempo, ouvindo os pais, tutores ou representantes legais do menor ou interdito.

Requisitos da proibição ao exercício da empresa

São casos que a pessoa tem plena capacidade de ser empresário, todavia, o sistema jurídico proíbe de forma positiva o exercício.

Diferenças: A incapacidade visa proteger o próprio incapaz dos riscos da atividade econômica. A proibição está ligada a tutela de interesse público, logo, o objetivo é resguardar o interesse da coletividade.

Os casos de proibição:

1) Falidos (art. 158, lei 11.101/02): O empresário que teve decretada sua falência só poderá retomar em outra atividade após a reabilitação decretada pelo juiz.

- Reabilitação: Essa pode ocorrer de duas formas: Falido sem crime falimentar: Basta a declaração

de extinção das obrigações que estará reabilitado.

Falido com crime falimentar: Deve obter declaração da extinção do crédito e sua reabilitação penal.

2) Por aplicação de pena: Os crimes contra a ordem econômica e financeira que geram a vedação à atividade empresarial, logo, esse não poderão exercer quando tem sentença penal condenatória, até que concedida a reabilitação.

3) Os leiloeiros: É vedada a prática de empresário (Decreto 21981/32 art. 36 § 1).

Obs.: Existem outros casos que são estudados em D. Constitucional (Juízes e deputados), Família (cônjuges) e previdenciário (devedor do INSS).

Obs.: Art. 973. A pessoa legalmente impedida de exercer atividade própria de empresário, se a exercer, responderá pelas obrigações contraídas.

Se proibido exerce, ele responde.

Obrigações comuns dos empresários

Temos determinados atos que são obrigatórios a todos os empresários, sendo que seu não cumprimento gera determinadas punições e ilegalidades.

Atenção! Essas regras se aplicam a empresários individuais e sociedade empresária.

São três obrigações:

 Registrar a empresa antes de iniciar a

atividade; Escriturar os livros obrigatórios;

Levantar balanços patrimoniais a cada ano.

Registro da empresaRegistro da empresa é obrigatório, sendo feita

antes da sua atividade. Esse registro depende de dois órgãos:

Órgãos de registro de empresa: Temos dois órgãos:

A) Departamento Nacional de Registro de Comércio (DNRC): Esse órgão é ligado ao ministério de desenvolvimento, indústria e comércio, logo, ligado ao âmbito federal. Esse detém várias atribuições como:

Coordenar a execução de registros de empresa nas juntas;

Criar as normas e instruções para o registro;Orientar e fiscalizar as juntas;Organizar e atualizar o cadastro nacional.

Conclusão: É órgão sem função executiva; esse não registra a empresa, esse visa trazer regras gerais e fiscalizar as juntas comerciais.

B) As juntas comerciais: É órgão da administração estadual, logo, ligado a estado.

Atribuições principais:

Arquivamento de atos constitutivos do empresário;

Arquivamento de alteração ou dissolução das atividades empresariais;

Habilitação e nomeação de tradutores públicos e intérpretes comerciais;

Expedição de carteira profissional de empresário.

Obs.: Existem várias atribuições das juntas, todavia, por agora a mais importante é o registro da empresa e sociedade empresariais.

Conclusão: Esse é órgão estadual que registra as empresas.

Questão: Esse órgão é subordinado a quem? Lembrando:

A junta tem subordinação híbrida, pois é subordinada ao estado e ao DNRC ao mesmo tempo, sendo este ente federal.

1) Subordinação ao Estado: Esse tem subordinação administrativa ao estado, logo, suas contas, finanças, pessoal e etc. são ligados ao estado.

Atenção! Qualquer ação referente a sua administração é na justiça estadual.

2) Subordinação ao DNRC: Essa tem subordinação de matéria técnica de registro de empresa, logo, as questões referentes ao registro de empresa e regras de direito comercial são ligados ao DNRC.

Atenção! Qualquer ação referente a registro de empresa e atos técnicos da junta devem ser argüidas na justiça federal. (Ver decisão STJ CC 43225/PR).

Conclusão: sua subordinação varia por matéria, em temas administrativos (atividade interna) é estadual, já em temas empresarias (atividade externa) é federal.

Exemplo: Não pode o governador expedir decreto referente a registro na junta, assim como o DNRC não pode interferir nas finanças da junta.

Os atos de registroO ato que gera o registro é chamado de

arquivamento, logo, cabe ao empresário individual ou a sociedade empresária inscrever a constituição por meio do arquivamento na junta.

Obs. Da prática: O registro de documentos tem certa variabilidade de acordo com a junta.

Cuidado! Existe uma espécie de registro chamado de averbação, que visa registrar modificações na empresa ou sociedade.

Obs.: Existem outras entidades (não empresarias) que se matriculam na junta como as cooperativas, enquanto outras pessoas são no cartório (fundação e associação) e até mesmo na OAB, a sociedade de advogados, isso depende de cada caso.

Trâmites de registro: O empresário ou sociedade deve entregar as documentações necessárias à junta de comércio do estado onde pretende exercer suas funções e ter sede ou filial.

Regras da filial: 1) filial no mesmo estado da sede: deve averbar o

registro na junta do estado;

2) filial em estado distinto da sede: A) averbar na junta da sede;

+B) escriturar na junta do estado que faz o registro;

3) Registro de filial em outro país:

A) Sede no Brasil: registra na junta da sede;B) Filial no Brasil: registra na junta da filial;

Somado ao registro no país ou internacional.

Resposta da junta: Quando a junta recebe os documentos essa pode tomar 4 tipos de decisão:

Sem vício faz arquivamento (faz o registro normal);

Se apresentar vício sanável abre-se 30 dias para saná-lo (Exemplo: Faltou foto);

Se houver vício insanável, recusa o arquivamento (Exemplo: Incapaz ou falido).

PRAZO: A junta terá prazo para responder a tentativa de registro sendo essa:

De 2 dias quando a decisão é singular ou

De 5 dias quando a decisão é colegiada.

Obs.: Essa decisão cabe recurso na seguinte ordem:

1) Primeiro para própria junta; 2) Depois para DNRC;

3) Por fim ao judiciário. 

Conseqüências da falta de registro: O registro na junta não é elemento constitutivo da empresa, ou seja, mesmo sem registrar a empresa existe.

O registro é elemento de validade, logo, a atividade sem registro responde por suas obrigações normalmente, todavia, é empresa irregular.

A empresa irregular gera vários efeitos proibitivos e perde vários benefícios.

Atenção! A empresa irregular segue as normas de D. Empresarial, pois é empresa.

Efeitos práticos à falta de registro:

1- Não poderá pedir falência de empresa que lhe deve.

Obs.: Mas pode falir por pedido de outra ou dela mesma.

2- Não poderá pedir a recuperação judicial (Uma UTI empresarial);

3- Se decretada sua falência, essa será fraudulenta e o empresário ou sócios responderão por crime falimentar;

4- Não poderá participar das licitações.

Concluindo: A falta de registro prejudica muito a empresa.

2 ) Escriturar os livros empresarias:Cuidado: matéria mais importante para contador

que para advogado.

Obrigação: todo empresário individual ou sociedade empresaria tem que escriturar os livros obrigatórios.

O que é escriturar: escrituração é lançar dados contábeis em fichas ou sistema eletrônico e depois autenticar na junta para ter validade probatória jurídica. (Finalidade de prova e fiscalizatória)

Exceção: o microempresário ou empresário de pequeno porte não terá que escriturar os livros se optar pelo simples nacional (sistemas de arrecadação unificada dos tributos e contribuições devidos pelas micro e pequenas empresas brasileiras, nos âmbitos dos governos federal, estaduais e municipais)

Espécies de livros: temos dois grupos

Facultativos: são livros de controle interno e opcionais.

Obrigatórios: são livros que a escrituração obrigatória por ordem legal e de controle público.

Os livros obrigatórios se dividem em:

A) Especiais: são livros obrigatórios para alguns tipos societários e empresas individuais.

Ex.: livro de duplicata é obrigatório para quem usa duplicata.

B) Comuns: são obrigatórios a todos os empresários indistintamente. Temos dois livro obrigatórios comuns:

1) livro diário (Art. 1.180 do C.C.): registra as operações da empresa, no seu dia-a-dia deverão ser lançados os atos ou operações da atividade mercantil.

3) Fazer balanços anuaisI- Obrigação: todos os empresários individuais ou

sociedade empresária tem de fazer dois balanços anuais:

“Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a (...) levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico.”

- Balanço de resultado econômico (perdas e ganhos);

- Balanço patrimonial (ativo e passivo).

Exceção: as microempresas e empresas de pequeno porte.

Cuidado: falta de balanço gera as mesmas conseqüências levantadas na escrituração dos livros.

Conclusão: o registro da empresa, a autenticação dos livros somado ao balanço anuais devem ser registrados na junta sob pena de caráter criminal, civil e empresarial.

Estabelecimento (azienda)“Art. 1.142. Considera-se estabelecimento

todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.”

O estabelecimento empresarial é a reunião dos bens necessários ao desenvolvimento da atividade econômica.

Quando reúne bens de variada natureza como: mercadorias, maquinas, instalações, tecnologia e etc.

Todavia não é mera reunião de bens desconexos que caracteriza o estabelecimento, mas a organização racional destes feita pelo empresário que lhes dará valor.

Conclusão: o valor do estabelecimento não é igual a soma dos bens que compõe, mas vai além. Ex: qual o valor da Mcdonalds?

Estabelecimento:

1- Soma de de bens 2- Para exercício da atividade

3- Organizada

O estabelecimento empresarial é composto por bens corpóreos (Ex.: mercadorias, equipamentos, utensílios, veículos e etc) e bens incorpóreos (marcas, patentes e ponto).

Cuidado: temos atributos que aumentam seu valor, mas não fazem parte do estabelecimento, como:

A) Aviamento: é a aptidão de um estabelecimento para produzir resultados.

.

B) Clientela: é o grupo de pessoas que realizam negócios com o estabelecimento de forma continua.

Obs.: o mero cliente é aquele que só adentra no estabelecimento por conveniência ou de forma esporádica

Conclusão: o aviamento e a clientela não são parte do estabelecimento, todavia influem em seu valor na alienação.

Alienação do estabelecimento empresarial:

O estabelecimento integra o patrimônio do empresário, logo pode ser vendido. O ato de comercializar um estabelecimento é chamado de trepasse.

Obs: Uma das finalidades do patrimônio empresarial é garantir seus credores. O estabelecimento empresarial é uma garantia de credito empresarial, logo sua venda não pode prejudicar os credores.

Por essa razão, a alienação do estabelecimento empresarial está sujeita à observância de cautelas específicas da lei.

Ex.: o trepasse só pode ser realizado por escrito.

Limitações ao trespasse:

“Art. 1.145. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.”

De sua leitura temos dois casos:

A) Sem limitação: se ao alienante mesmo após a venda do estabelecimento restar bens suficientes para solvência do passivo.

Conclusão: Quando resta patrimônio para garantir seus débitos perante seus credores.

Não será necessário qualquer ato específico, mas apenas o acordo bilateral entre empresário e adquirente.

B) Com limitação: se não houver bens suficientes, a alienação só será eficaz se feita nos moldes previstos na lei.

Só poderá realizar o trespasse de forma lícita, com:

1- Com pagamento de todos os credores;

Ou

2- Com a anuência de todos os credores.

Como funciona a anuência: se dá por meio de notificação ( ex.: carta AR) que declina a venda, sendo que o credor poderá:

1- Concordar de forma:

A) Expressa se der autorização, ou

B) Tácita em caso de silêncio por 30 dias da notificação;

2- Discordar proibindo a venda;

Questão: o que ocorre se o vendedor não observar as regras?

Se o credor não foi notificado ou não concordou, poderá requerer a decretação de falência do vendedor. ( art. 94, II da lei 11101\05)

Obs.: Se a falência for decretada a alienação será ineficaz podendo o estabelecimento empresarial ser devolvido as mãos do adquirente.

Conclusão: A ausência é interesse do adquirente do estabelecimento.

Responsabilidade pelas dividas no trespasse

“Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.”

De sua leitura temos:

I) Do adquirente (comprador): a responsabilidade pelas dividas anteriores ao trepasse transfere-se ao adquirente.

Quem compra fica responsável pelos débitos.

Exceção:1- se a divida não foi contabilizada no balanço

obrigatório;

2- se o credor expressamente renunciou ao direito de cobrar do adquirente.

B) Do alienante (vendedor): O alienante continuará responsável pelo passivo (débito) por um ano contado:

1- da publicação do contrato, quando a obrigação é vencida

Ou

2- do vencimento, quando a obrigação é vincenda (aquela adquirida antes dos

trespasse e que vence depois deste)

Obs.: nesse período a responsabilidade dos dois é solidária.

Atenção: a mera cláusula de não transferência do passivo, não libera o adquirente, todavia só terá direito de regresso se houver cláusula contratual neste sentido.

Sem a cláusula não há direito de regresso o adquirente recebe os débitos.

Cuidado: essa transferência de responsabilidade no trepasse não ocorre na falência e recuperação de empresa. A finalidade é facilitar a venda, beneficiando o próprio credor.

Ex.: o adquirente comprar estabelecimento empresarial mediante lance em leilão em processo de recuperação judicial ou falência.

Cuidado: A constitucionalidade do instituto já foi decretada pelo STF no informativo 548 de 2009.

Obs.: As responsabilidades tributárias e trabalhistas no trespasse serão estudadas nas matérias.

Cláusula de não restabelecimentoEssa é cláusula implícita em qualquer contrato de

alienação de estabelecimento empresarial (trespasse) neste sentido o CC:

“Art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.”

O alienante não poderá, por 5 anos subseqüentes da transferência, restabelecer em ramo idêntico de atividade empresarial.

Exceção: salvo se autorizado em contrato de trespasse.

Cuidado: a leitura do artigo pode gerar duas conclusões uma errada e uma certa:

Errada: quem vende não poderá por 5 anos exercer atividade no mesmo ramo ex.: vendo curso preparatório não poderei abrir escola, pois é ramo da educação.

Correta: o vendedor não pode concorrer com adquirente por 5 anos da venda. Não é impedimento ao exercício, mas restrição a concorrência. Impede ao vendedor exercer a mesma atividade na mesma área de clientela. Ex.: pode até explorar a mesma atividade, desde que faça em outro local.

Conclusão: a finalidade é evitar a concorrência entre o adquirente e alienante.

Nome empresarial Há diferença fundamental entre:

Nome empresarial ≠ Título do estabelecimento

Nome empresarial ≠ Marca

Nome empresarial: identifica o sujeito do D. empresarial, ou seja, é nome civil que identifica a sociedade empresaria ou empresário individual.

Marca: é o termo que identifica o produto.

Título do estabelecimento: também chamado de nome fantasia, é o nome ou expressão utilizada para identificar o local da instalado.

Ex.: Pão de açúcar é o nome fantasia da companhia Brasileira de distribuição de alimentos.

Atenção: todos os três elementos tem proteção em lei, todavia por enquanto iremos estudar apenas o nome empresarial.

Temas de nome empresarial: toda empresa tem nome empresarial, já que nas relações comercias esse nome se apresenta.

Quando for empresário individual, o nome empresarial pode não coincidir com o nome civil, mas se coincidir mesmos assim serão de natureza distinta.

Atenção: o fato de usar nome empresarial, nome fantasia e marca como um só não traz reflexo jurídico.

Espécies de nome empresarialTemos dois tipos:

Firma X Denominação

As duas se distinguem em relação a estrutura e função.

A) Quanto a estrutura:

Firma: deve ter por base o nome civil do empresário ou sócios e poderá ter ramo de atuação.

Ex.: Creado alimentos LTDA ou Creado LTDA

Cuidado: na sociedade empresária leva o nome civil de todos os sócios, alguns sócios ou apenas um sócio, nesses últimos casos deve seguir o termo “ e companhia”.

Denominação: deve sempre designar o objeto da empresa e poderá adotar nome civil do empresários e sócios.

Ex.: deliciosos alimentos LTDA ou Creado alimentos LTDA.

Problemática: como identificar quando é firma ou denominação nos casos que as duas tem o nome do sócio e área de atuação. Ex.: nas duas cabe Creado alimentos LTDA.

Logo necessita de outra forma de diferenciar.

B) Quanto à função:

Firma: Se adotar firma a assinatura de atos realizados pela empresa, deve levar a firma e não o nome da pessoa natural que o faz.

Ex.: Bruno Creado é sócio administrados da firma delicias LTDA ao pagar determinada encomenda com cheque ou fazer um contrato deve se assinas delicias LTDA.

Atenção: o contrato social da empresa indicara quais pessoas podem assinar por essa.

Denominação: O sócio ou empresário quando for agir em nome da empresa deve assinar com seu nome pessoal.

Ex.: a Empresa Creado LTDA ao assinar cheque ou contrato o empresário Bruno assina Bruno Creado.

Cuidado: quando a empresa optar por denominação em seu registro na junta será incluída lista de assinaturas de representantes legais.

Nome do empresário individualFirma individual: só pode usar firma tendo os

seguintes requisitos:

DEVERÁ adotar o seu nome civil, por extenso ou abreviado;

NÃO PODERÁ abreviar o último sobrenome, nem excluir qualquer dos componentes do nome.

Exemplos.: Bruno Prisinzano Pereira Creado; Bruno P. P. Creado - Comércio de Bebidas; B. P. P. Creado - Supermercado.

Questão: Quando usar firma ou denominação?

Dependerá de cada tipo societário, pois ha regras especificas quanto ao nome empresarial.

Por vezes a lei autoriza a escolha de firma ou denominação, logo sendo escolha dos sócios, mas por vezes é obrigado a usar firma ou denominação nos moldes da lei.

Ex.: o empresário individual tem de usar firma, já a sociedade limitada pode escolher entre as duas.

Atenção: iremos diferenciar os nomes quando estudarmos os tipos societários.

Alteração do nome empresarial Essa pode ser alterada de duas formas:

1) Voluntária: é alteração que se dá pela vontade do empresário individual ou sócio empresário. Por meio de registro na junta e mudança de documentação.

2) Obrigatória: essa independe da vontade temos cinco casos:

I- Saída, retirada, exclusão ou morte de sócio cujo nome civil constava na firma;

II- Alteração na categoria do sócio, que muda sua responsabilidade, sendo que seu nome civil integrava o nome de empresarial: era sócio administrador é deixa de administrar.

III- Alienação do estabelecimento inter vivos:Dispõe o art. 1.164. que o nome empresarial não pode ser objeto de alienação.

Entretanto, estabelece parágrafo único que o adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.

Condições para a transferência do nome empresarial :

a) cessão do estabelecimento por ato entre vivos;

b) permissão de utilização expressa no instrumento contratual;

c) Emprego do nome do cedente, precedido do nome do adquirente, com a qualificação de sucessor.

IV- Transformação: quando há mudança no tipo societário, sendo que o modelo de nome é diferente.

Ex.: a sociedade em nome coletivo tem que usar firma, se houver modificação do tipo societário para sociedade anônima que tem de usar denominação.

V- Lesão a outro empresário: quando outro empresário se vê lesionado pela utilização de nome.

Ex.: usa nome empresarial de outrem.

Proteção ao nome empresarialA proteção do nome empresarial deve existir por

causa de dois fatores:

Quando à clientela: se outro usa o nome de empresarial pode causar confusão a clientela.

Quando ao crédito: se a empresa usurpadora sofrer protesto de título, falência e etc. poderá causar confusão no meio empresarial e abalar o crédito da empresa usurpada.

Logo, para tutelar os interesses empresariais temos regras quanto a proteção do nome, como a modificação do nome usurpado e danos pelo uso.

Limites da proteção:

Temos exclusividade na utilização do nome empresarial, sendo vedado o nome idêntico.

Via de regra a exclusividade do nome é restrita ao Estado da juntas em que foi registrada.

Todavia o empresário poderá requerer a extensão da proteção para outras unidades da federação, desde que não exista empresa com mesmo nome no estado.

Regulado por: Princípio da anterioridade e Princípio da exclusividade.

Cuidado: o artigo 1168 denota que:

“Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ha liquidação da sociedade que o inscreveu.”

Pode ocorrer cancelamento do nome empresarial quando houver cessado a atividade, liquidação ou ordem judicial por igualdade.

Direito societário Obs.: mudança da doutrina (estudo das

sociedades clássicas depois da unipessoal).

Conceito de sociedade empresária: É a pessoa jurídica de direito que tem por objetivo a exploração de atividade econômica.

Conceito do C.C.: “Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados.”

Formação das sociedades: “Art. 1.055. § 2º É vedada contribuição que consista em prestação de serviços.”

É obrigatório ao sócios participar com o patrimônio, não poderá contribuir exclusivamente com trabalho.

Características das sociedades:

A) A origem das sociedades se da pelo contrato social ou estatuto social registrado na junta.

Obs.: existem exceções, como: as não registradas e os casos excluídos pela lei.

B) A empresa terá personalidade jurídica distinta dos sócios, quando existir responsabilidades dos sócios essa será subsidiária (art. 1024 do CC):

Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.

C) A responsabilidade administrativa será designada no estatuto ou contrato.

Obs.: apesar de ter vários sócios não são todos que administram a empresa, pode existir a figura do administrador ou sócio administrador.

Espécies societárias Esses são divididos em:

Temos três grandes elementos diferenciadores dos tipos societários:

A) Natureza das sociedades: as sociedades com relação a sua natureza podem ser de dois tipos.

1- De pessoas: nas sociedades de pessoas existe o “affectio societates” é o vínculo de confiança e de cooperação permanente entre os sócios. Ex.: limitada.

Obs.: nesta existe o requisito da confiança para ser sócio, logo os integrantes poderão rejeitar a entrada de determinada pessoa.

2 De capital: existe livre circulação de sócios, ou seja são determinadas empresas que necessitam de grande fluxo de investidores. Ex.: sociedade anônima.

B) A responsabilidade dos sócios: via de regra os sócios não respondem, com seu patrimônio, pelas obrigações da sociedade.

Atenção: enquanto restar bens a sociedade nunca ira recair sobre o patrimônio dos sócios, todavia há responsabilidade subsidiária.

Obs.: pode existir determinadas responsabilidades solidárias entre os sócios.

Tipos de responsabilidade:

1 R. Ilimitada: Todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sócias. Ex.: sociedade em nome coletivo.

2 R. Limitada: Todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais, ou seja nunca respondem com bens particulares. Ex.: sociedade limitada.

3 R. Mista: Parte dos sócios tem responsabilidade ilimitada e outra parte tem responsabilidade limitada. Ex.: cotas de participação.

C) Regime de constituição e dissolução: são de dois tipos:

1 S. Contratuais: são regidas pelo C.C. nas regras de constituição, sendo criadas por meio de contrato social.

Essa são dissolvidas se houver vontade de todos, não basta vontade da maioria. Ex.: limitada.

Essa decorre de mero acerto de vontades tem caráter contratual entre as partes, logo seu surgimento não tem procedimento burocrático.

2 S. Institucionais: são regidas pela lei 6404\76, sendo criadas por meio de Estatuto social.

Essas podem ser dissolvidas pela vontade da maioria. Ex.: anônima.

Surge de um processo democrático por meio de assembléias dos sócios com votação dos tópicos do estatuto, logo tem caráter burocrático.

Estudo específico dos tipos societários

1) Não personificadas: é aquela que não tem personalidade jurídica por não ter sido registrada junta.

Cuidado: essa tem todas as obrigações das sociedades registradas, todavia não tem as suas garantias e benefícios. Lembre-se: ela existe mesmo sem registro.

Existem dois tipos de sociedades não personificadas: sociedade comum e em cotas de participação.

I- Sociedade Comum (irregular ou de fato): essa é sociedade que não possui contrato social ou no mínimo não é registrada na junta.

Obs.: as regras do C.C. visão determinar a responsabilidade.

Essa é usada em duas situações:

A) Por opção dos sócios que não querem o registro;

B) Com fim temporário para sociedade que ainda não foi registrada.

Responsabilidade dos sócios A responsabilidade é dividida em:

A) Entre os sócios: as relações entre os sócios somente são provadas por escrito (art. 987 do CC), logo temos:

1. Sociedade sem atos escrito (contrato) os sócios não podem pleitear a existência da sociedade;

2. Se houver ato escrito sem registro na junta haverá prova escrita gerando obrigações entre os sócios.

B) Entre os sócios e terceiros: responsabilidade dos sócios é solidaria e ilimitada.

Cuidado: Isso não significa que vai direto nos bens dos sócios. Os bens dos sócios colocados a disposição da sociedade são patrimônio especial (art. 988 do C.C.)

Apesar da ausência da personalidade jurídica, o patrimônio dos sócios não pode ser atingido diretamente, mas só após esgotamento do patrimônio especial.

Neste sentido o enunciado 210 do STJ: “O patrimônio especial a que se refere o art. 988 é aquele afetado ao exercício da atividade, garantidos de terceiros, e de titularidade dos sócios em comum, em face da ausência de personalidade jurídica.”

II- Sociedade em cotas de participação: é espécie societária que não adquire personalidade jurídica, uma vez que, seu ato constitutivo não é passível de registro em qualquer dos órgãos.Logo não há personalidade ou nome empresarial.

Essa sociedade existe entre os sócios, sendo inexistente perante terceiros. (é acordo entre partes que não aparece para os clientes)

Ex.: artesão confecciona obras de arte e partinha o resultado com um investidor que lhe paga matéria prima.

Obs.: o contrato social pode ser registrado em cartório, mas isso não da personalidade jurídica, mas garante os sócios.

Espécies de sócios: existem dois tipos de sócios:

A) Sócios ostensivo: aquele que administra e realiza a atividade econômica da empresa (o que aparece para terceiros)

Obs.: pode ser mais de um.

B) Sócios participante (oculto): é aquele que faz parte da sociedade com capital, sendo investidor (aquele que não aparece para terceiros)

Obs.: não é necessário segredo perante terceiro.

Responsabilidade: essa muda de acordo com o sócio:

A) S. ostensivo: é quem exerce a atividade em seu nome individual e sob sua responsabilidade esse é o único com responsabilidade ilimitada perante terceiros (art. 991 da C.C.)

“Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes.”

Atenção: nesse caso não há desafetação do patrimônio, o art. 994, logo o terceiro pode ir direto no patrimônio pessoal do sócio ostensivo.

Cuidado: o patrimônio especial (da empresa) tem efeitos jurídicos entre os sócios art. 994, § 1º do C.C.: “A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios.”

B) S. Participante: Esse só participa dos resultados e lucros, sendo que não tem responsabilidade perante terceiro.

Atenção: esse nunca terá que responder com seu patrimônio por atos da empresa.

Música Não personifica, não são registradas.

Podem ser comuns ou cotas de participação

Nessa tem o participante e o S. ostensivo

Que responde por tudo para ele a Resp. é ilimitada

É ilimitada amor!

2) Sociedade Personificadas: é aquela que detém personalidade jurídica própria para adquirir direitos e contrair obrigações. São as sociedades registradas.

As sociedades personificadas podem ser divididas em:

A) S. Simples: que se refere a sociedades não empresarias como os profissionais liberais e cooperativas.

B) S. Empresária: referente a sociedades empresarias com registro na junta e personalidade (iremos estudar essas)

As personificadas

I) S. em nome coletivo: Essa é composta exclusivamente por pessoas físicas, em que se pressupõe uma afinidade entre os sócios.

Obs.: não pode ser composta de pessoa jurídica.

Responsabilidade: todos os sócios respondem de forma solidária e ilimitada pelas obrigações da sociedade.

Atenção: os bens dos sócios só são atingidos após esgotados os bens da empresa.

Nome empresarial: poderá ser firma ou razão social.

Administração: será exercida apenas pelos sócios, logo somente um sócio pode ser administrador.

Obs.: esse tipo societário está caindo em desuso, já que a sua responsabilidade é pessoal, sendo que há outros tipos societários com responsabilidade limitada.

II) S. em Comandita Simples: para que exista a sociedade em comandita simples é necessário, sempre a existência de duas categorias de sócios, que se diferem pela responsabilidade.

Existem dois tipos de sócios os comanditados e comanditários:

A) S. Comandit0ados: (tem três caraqcteristicas) São apenas pessoa físicas e entram com capital e trabalho e assumem a administração da empresa.

B) S. Comanditários: (tem três características)esses podem ser pessoas físicas ou jurídicas entram na sociedade apenas com capital, não participando da gestão da sociedade.

Responsabilidade: essa se diferencia de acordo com cada tipo de sócios.

R. do S. Comanditado: esse tem responsabilidade solidária e ilimitada, esses respondem ilimitadamente perante terceiros.

Atenção: O patrimônio dos S. comanditados só será atingido após executados os bens da empresa.

R. do S. Comanditário: esses tem responsabilidade limitada ao valor de suas cotas não integralizadas (valores que prometeu e não entregou).

Atenção: nunca responderá com o próprio patrimônio.

Nome empresarial: poderá ser firma ou razão social, mas apenas com nome do comanditado.

Atenção: O contrato social deve trazer arrolados quem são os comanditários e comanditados.

III) Sociedade Limitada: o tipo societário mais utilizada no Brasil isso decorre de dois fatores:

- A responsabilidade dos sócios é menor e mais controlada;

- Contratualidade: as relações entre os sócios podem ser negociadas no contrato social da empresa.

Natureza jurídica: tem natureza dúplice, pois poderá ser uma sociedade de pessoas ou de capital.

A) De pessoas: quando o contrato social contemplar cláusulas de controle da entrada de sócios.

Ex.: só pode vender cotas da sociedade com a anuência dos demais.

B) De Capital: quando o contrato social for omisso em relação a entrada de terceiros.

Nome empresarial (art. 1158 do C.C.): poderá usar firma ou denominação:

I) Quando usar firma: basta usar o nome ou sobrenome de um ou mais sócios, seguido de limitada ou abreviatura Ltda.

II) Quando usar denominação: usa o nome inventado ligado ao ramo de atividade , seguido de limitada ou abreviatura Ltda.

Obs.: A falta de terminologia limitada ou Ltda gera responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores e sócios.

Responsabilidade: para compreender devemos estudar a formação da limitada.

Quando se forma a limitada cada sócio entra com valores ou bens para formar o capital social essa pode ser de dois tipos:

A) Capital subscrito: são valores prometidos pelos sócios no início da sociedade, mas não pagos.

B) Capital integralizado: os valores prometidos e já entregues pelos sócios.

Obs.: o momento de integralizar será definido no contrato social.

Responsabilidade da sociedade: as obrigações da sociedade são ilimitadas.

Ex.: empresa compra imóvel ela tem de pagar de forma ilimitada.

Responsabilidade dos sócios com terceiros: via de regra a responsabilidade é limitada, ou seja mesmo que a empresa não tenha como pagar não se adentra na patrimônio dos sócios.

ATENÇÃO: Exceções a responsabilidade ATENÇÃO: Exceções a responsabilidade limitada: limitada:

1) Quando ha capital subscrito aquele que não integraliza responde ilimitadamente pelo valor. Ex.: prometido 10 mil e integraliza 5 mil responde pessoalmente por 5 mil.

2) Os sócios respondem solidariamente pelo capital não integralizado pelos outros.

Atenção: quando o capital é integralizado por todos os sócios, via de regra a responsabilidade será limitada.

Cuidado: o enunciado 229 do STJ denota que a responsabilidade será ilimitada e subsidiaria dos sócios quando esses deliberarem contra a lei ou contrato social.

Capital Social: é patrimônio inicial da sociedade, esse pode mudar com o passar do tempo aumentado ou diminuindo de acordo com a vontade dos sócios e anuência dos credores.

O capital social é dividido em cotas entre os sócios, que representam a parte deste na sociedade.

Cessão de cotas:

A) Na limitada os sócios podem ceder suas cotas de forma livre entre eles.

B) Na limitada de pessoal a cessão para terceiros só é validas quando não há oposição de 25% das cotas e após averbado no contrato.

IV) Sociedade Anônima:

Características gerais:Características gerais:

- Esse é tipo societário é utilizado em duas situações: grandes empreendimentos ou por ordem legal como em bancos e empresas que negociam em bolsa;

- Regido pela lei 6404 de 1976;

- As sociedades anônimas tem sua divisão de capital em ações, logo a responsabilidade dos sócios se limitam ao valor de suas ações.

- É típica sociedade de capital, pois prevalece o valor investido sobre qualquer relacionamento entre os acionistas.

- Obs.: os integrantes da S. anônima são acionistas e não sócios.

- São sociedades estatutárias, pois são criadas por estatuto social;

Características específicas:

Nome empresarial: há duas disposições sobre o nome empresarial na S\A:

Lei da S\A, Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente.

C.C., Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente.

A sua denominação deve expressar seu objetivo social como o seu ramo de atividade.

Deve conter algumas das expressões: sociedade anônima, companhia, S.A. ou Cia.

Ex.: Metalúrgica Rio Branco S\A.

Responsabilidade: a responsabilidade é limitada, pois se resume apenas ao valor das respectivas ações, logo o acionista só perde o valor que ele investiu na empresa.

Valores mobiliáriosConceito: Valores mobiliários são documentos

emitidos por empresas ou outras entidades (públicas ou privadas), que representam um conjunto de direitos e deveres aos seus titulares e que podem ser comprados e vendidos.

As formas de valores imobiliários podem ser negociados em:

Bolsa de Valores: Somente podem participar as corretoras de valores autorizadas por via de registro administrativo.

Mercado de balcão: São todas os V.M. vendidas fora da bolsa de valores. Exemplo: Bancos.

Tipos de valores mobiliários:

Debêntures: São valores mobiliários ligados a uma operação de empréstimo, logo, quem as adquire não é acionista, mas credor.

Obs.: São usadas para empréstimos a longo prazo.

Bônus de subscrição: São valores que atribuem a seu titular o direito de preferência para comprar novas ações da companhia.

Usados para captação prévia de valores antes de aumento de capital social.

 Partes beneficiárias: Assegura ao seu titular

direito de crédito contra sociedade anônima em relação a participação dos lucros anuais.

Atenção!: É proibido dar qualquer poder de acionistas as partes beneficiárias.

Commercial papers: Consiste em promessa de pagamento emitida pela sociedade que pode ser ofertada publicamente.

Obs.: As debêntures são usadas para empréstimos de curto prazo.

Ações: São valores correspondentes a parcela do capital social, conferindo ao seu titular a condição de acionista (LSA art. 11).

O número de ações será estipulado no estatuto social, mas a propriedade não será enumerada.

Obs.: É proibida emissão de ações ao portador, devem sempre ser nominativas (art. 20).

Espécie de sociedade anônima:

Podem ser de dois tipos

Fechadas: São aquelas cujos valores mobiliários não podem ser negociados em bolsa.

Abertas: São aquelas que os valores mobiliários são negociados em bolsa de valores.

Obs.: Essas procuram captar recursos junto ao público em geral, para tanto, necessitam de registro na comissão de valores mobiliários.

Direito dos Acionistas: Os acionistas gozam de alguns direitos considerados essenciais. Esses não podem ser retirados mesmo pelo estatuto, pois tem previsão legal (art. 109 da LSA).

São eles:

Fiscalização da gestão dos negócios;Direito de retirada;

Preferência na compra de ações;Participação nos lucros;

Participação no patrimônio.

Tipos de acionistas:

Acionista Minoritário: É aquele que não controla a sociedade anônima, mesmo tendo direito ao voto. Isso ocorre pela insuficiência de ações para prevalecer sua vontade.

Obs.: O acionista minoritário tem todos os direitos e garantias.

Acionista Controlador: É aquele que controla a companhia por deter uma quantidade de ações com direito ao voto, fazendo prevalecer sua vontade.

Esse tem poder de controle para gerenciar a empresa ou orientar sua atuação administrativa.

Sociedade em comandita por ações:Tem quase as mesmas regras da sociedade

anônima, mas com alguns elementos da comandita simples. Vejamos as diferenças:

1) Diferenças com a S.A.:

Podem usar firma ou denominação;A gerência e administração da sociedade só é

exercida por sócio;Há duas espécies de sócios e de

responsabilidades:

A) Sócio acionista: Apenas investe e se responsabiliza limitadamente pelos valores das ações;

B) Sócio gerente ou diretor: Que atua diretamente na administração da empresa. Tem responsabilidade solidária e ilimitada.

2) Diferença com a comandita simples:

Seu capital é dividido em ações;Criada por estatuto. Conclusão: Essa é uma sociedade híbrida, já

que em relação a estrutura, captação de valores, é parecida com a S.A., mas na divisão de responsabilidades e espécie de sócio é parecida comandita simples.

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