desassossego crise e devir1
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
INSTITUTO DE LETRAS DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS
Proposta de projeto de pesquisa
para o triênio 2016-2018.
DESASSOSSEGO, CRISE E DEVIR.
PROPONENTE: Prof. Dr. Sandro Santos Ornellas (adjunto IV).
LOTAÇÃO: Departamento de Letras Vernáculas (DLV) e Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura (PpgLitCult).
Novembro/2015
SALVADOR-BA
2
DESASSOSSEGO, CRISE E DEVIR.
RESUMO: O projeto pretende mapear em textos e discursos produzidos por diferentes escritores de língua portuguesa a partir do pós-guerra, o desassossego enquanto noção ativada no Livro do desassossego, de Fernando Pessoa. Em abordagem comparatista e transdisciplinar, levanta-se como problema do projeto a pergunta: podemos ler a lógica do desassossego no LdoD como indecidível, na medida em que o entendemos como um laboratório-limite de crises e de devires presentes em toda a obra de Fernando Pessoa e, principalmente, no contexto por vir do pós-guerra? É dessa pergunta que se deduz como hipótese de trabalho a existência em Pessoa de dois paradigmas de leitura atualizáveis desde a nossa contemporaneidade, e de que esses paradigmas estão intimamente ligados a um dos impasses do início do século XXI: vidas em crise e/ou vidas em devir. O projeto caminhará, portanto e de forma geral, por três tópicos: 1) Entender a lógica do desassossego como crise e/ou como devir, articulando-a a outros pontos do discurso pessoano, 2) Mapear autores e textos que agenciam enunciados articuláveis a um desses dois paradigmas, 3) Somar a essa reflexão aspectos político-culturais dos séculos XX e XXI em países de língua portuguesa, em perspectiva global.
PALAVRAS-CHAVE: Desassossego; Crise; Devir; Fernando Pessoa; Crítica da Cultura; Literaturas de Língua Portuguesa.
3
1. APRESENTAÇÃO
a. Introdução
Este projeto deseja ser um prolongamento e verticalização do anterior ao
explorar outras perspectivas da ideia do poeta como um crítico da cultura1. Desta
vez, pretende se valer da noção de desassossego, a partir de um escritor localizado
na sua fronteira do nosso tempo, Fernando Pessoa (1888-1935), como operador
para a leitura de textos e discursos produzidos a partir do pós-guerra em poéticas de
língua portuguesa. Nem tão distante a ponto de se colocar como uma espécie de
alteridade histórica radical, nem tão próximo a ponto de se confundir com nosso
presente, Pessoa viveu e escreveu no período em que o filósofo italiano Giorgio
Agamben vai encontrar inúmeros paradigmas para o discurso da
governamentalidade nas sociedades do espetáculo: “estado de exceção”,
“muçulmano”, “campo de concentração”, “tempo messiânico”, “vida póstuma”,
“soberania” e “inoperosidade” são alguns (cf. 2004, 2008, 2010a, 2011b, 2013,
2014a, 2015a, 2015b). Se fosse nosso contemporâneo, Pessoa correria o risco de
não conseguir iluminar questões ainda obscuras do nosso tempo; se pertencesse a
uma realidade histórica radicalmente diversa, o ato de leitura seria obrigado a uma
espécie de esforço arqueológico que pouco ajudaria na constituição de paradigmas
fortes, pois que seriam então fragilmente especulativos e certamente escapariam
aos objetivos deste projeto. Daí que o período de Pessoa – o alto modernismo –
pode ser considerado com relação ao nosso como um período de fronteira, um limiar
de passagem, uma zona de vizinhança, um limite de uma atmosfera discursiva e
entrada em uma outra, conforme atestam inúmeros estudiosos (cf. Santiago, 1989;
Burger, 1993; Benjamin, 1994; Jameson, 1995; Huyssen, 1997).
O Livro do desassossego praticamente já está convencionalizado como um texto-
chave de toda a “obra” pessoana, e por diversas razões. O seu inacabamento
enquanto livro – o que hoje resulta em pelo menos quatro edições “definitivas” que
reivindicam propostas diferentes para ele2 –, a gênese do texto como pura
1 O projeto de pesquisa executado no triênio 2013-2015 se chamou O poeta como crítico da cultura: processos
de subjetivação nas literaturas de língua portuguesa. 2 Além das edições paradigmáticas de Richard Zenith (2001), Teresa Sobral Cunha (2013a), Jerónimo Pizarro
(2014) e a recentíssima de Teresa Rita Lopes (2015b), há ainda as antologias de Antonio Quadros, Maria Alzira Seixas e Leyla Perrone-Moisés (cf. Cunha, 2005).
4
linguagem (Babo, 2011), a tematização sobre o conceito de livro presente na sua
escrita e na própria obra de Pessoa (Sepúlveda, 2013; Ornellas, 2015b), a poética
do fragmento do texto modernista ali presente de modo concentrado (Perrone-
Moisés, 2001), o texto-das-diferenças heteronímicas (Lourenço, 1986), a elaboração
de uma reflexão filosófica sobre a interioridade e a alma humana (Gil, 1993), o
esboço de tratado das paixões afetivas (Gil, 2010), a sua condição de espaço
laboratorial do escritor para muitos dos mistérios de criação literária presentes na
sua obra (Prado Coelho, 1984), sua poética tipicamente interruptiva (Santos, 2007) e
seu caráter de notações com vistas ao sossego e ao silêncio (Osakabe, 2005). A
possível noção de desassossego formulada nesse livro pode ser expandida para
explorar vários recantos da obra de Pessoa: o desassossego urbano-sexual-
metafísico de Álvaro de Campos, o desassossego nacional-messiânico em
Mensagem, o discreto desassossego diante do tempo e da morte em Ricardo Reis, a
aparente ausência de desassossego no mestre Alberto Caeiro, o desassossego
metafísico do Fausto e o desassossego ocultista do ortônimo. Ao mesmo tempo, por
um lado, no “drama em gente” da heteronímia de Fernando Pessoa, o desassossego
pode agenciar potências que o transformam em pensamento do devir – este é um
mote permanente dos estudos de José Gil (cf. 1986, 1993, 2000, 2010, 2013). Mas
também há aqueles que, por outro lado, leem o desassossego como sinal da crise
do trágico moderno, entendido como discurso da crise português com Eduardo
Lourenço (cf. 1983, 1999) ou da crise ocidental contemporânea, como Lucia Helena
(cf. 2010). São esses dois lados do Livro do desassossego, em tensão paradoxal,
que interessa entender num primeiro momento: o desassossego como um
pensamento da decadência, da crise, do mal-estar e do caos paralisante, como
fragmentos residuais diante da catástrofe do tempo histórico, gerando uma infinita
melancolia, e um pensamento do devir em criativa linha de fuga em direção à
multiplicidade de sensações através de devir-outros como movimento característico
da vida na obra pessoana.
São esses dois paradigmas que queremos verificar em Fernando Pessoa, para
depois articulá-los com poéticas culturais de língua portuguesa que se desenvolvem
a partir do pós-guerra pelo menos. Fernando Pessoa, portanto, será o ponto de
articulação desta pesquisa, que na verdade é sobre a nossa contemporaneidade, na
medida em que nele pensamos poder flagrar essa – digamos – “estrutura” em que
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desassossegos geram repetições de crises e traumas e em que desassossegos
geram diferenças em devires que tangenciam até o inumano. Pessoa é dono de uma
assinatura forte, formuladora de radicais indecidibilidades, aporias e paradoxos que
sempre são atravessadas pela poesia como linguagem transversal por excelência,
mesmo quando se trata de seus fragmentos filosóficos, autobiográficos, de
autoanálise, correspondência, crítica literária, reflexão e intervenção político-cultural,
prosa literária ou os inúmeros textos e híbridos textuais inclassificáveis. No escritor
português, percebe-se o desassossego na série de reflexões feitas sob diversos
signos: o neopaganismo, o drama (ou ficção) da heteronímia, o ocultismo gnóstico, o
nacionalismo sebastianista, o discurso conservador, quando não reacionário,
entrelaçado a perspectivas de vanguarda. Em todos eles, rebate-se alguma sorte de
reflexão sobre o funcionamento e os caminhos da cultura, da história, das
subjetividades, dos corpos, dos afetos, da comunidade, tendo sempre como linha de
força a cortar todos esses discursos a poesia – trabalhando como núcleo ético da
linguagem (cf. Klinger, 2014; Badiou, 1993).
Daí que a pesquisa desenvolver-se-á em dois momentos. Em um primeiro,
buscar-se-á estudar a obra pessoana a partir justamente dessa assinatura do
desassossego como crise e como devir. Em um secundo momento, com um
possível mapa esboçado, pretende-se articular os dois paradigmas do
desassossego a outros textos e contextos discursos, sem transformar Pessoa em
ponto de influência para os demais, mas como um tipo de intercessor – um “fato
teórico” (cf. Prado Coelho, 1988, 70) – que permita ativar leituras de escritores tais
como Herberto Helder, Ruy Duarte de Carvalho, Vicente Franz Cecim, Edimilson de
Almeida Pereira, Roberto Piva, Paula Tavares, Al Berto, Hilda Hilst, Luis Miguel
Nava, Isabel de Sá, Adília Lopes, Nuno Ramos, Antonio Vieira, Antonio Brasileiro,
Gonçalo M. Tavares, Manuel de Freitas.
b. Problemática e hipótese
Se tomarmos o segundo momento do projeto, ele deseja descrever poéticas
culturais de língua portuguesa que trafegam a partir do pós-guerra para o século XXI
em articulação com uma pesquisa extemporânea – baseada na primeira fase em
Pessoa – sobre possíveis paradigmas discursivos desde o modernismo. O
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pensamento pessoano se construirá na passagem do século XIX para o XX3, há 100
anos, e terá enorme visibilidade desde o pós-guerra. Uma tese de José Gil é de que
a criação heteronímica processar-se-ia na passagem de uma diferença ontológica
para uma metafísica negativa (cf. 2000). São esses dois pontos do processo que
interessa retomar, entendendo a diferença como a potência em fazer o
desassossego avançar criativamente em direção ao outro – seja ele humano, seja
inumano –, enquanto a negação seria a impotência do desassossego em avançar e
recolher múltiplos signos culturais, acreditando na verdade dos sentidos já dados.
Em termos aristotélicos retomados por Agamben (cf. 2015b, 243-54), há o
desassossego que não passa ao ato, permanecendo como potência que não se
resolve em poder, mas desativa a força do trabalho da máquina produtiva capitalista,
através de uma linguagem inoperante – que em Álvaro de Campos podemos
identificar com o gozo onomatopeico presente em sua “Ode marítima” – e há o
desassossego que passa ao ato e com isso faz par com o poder – como podemos
perceber em inúmeros enunciados das Odes de Álvaro de Campos em que há o
típico culto futurista-fascista da força masculina da máquina.
O pensamento de Pessoa é fundamentado exclusivamente por sua prática
escrita, atravessada por figuras que a assombram como uma ampla crítica da
cultura moderna, da qual ela, paradoxalmente, faz parte. Por exemplo: para Pessoa,
por um lado, assim como para Nietzsche, o cristianismo é definidor da modernidade
como decadência, e isso reverberará em sua prática heteronímica, bem como na
sua teorização do neopaganismo e do sensacionismo. Por outro lado, no entanto,
esse mesmo cristianismo – que é o fundamento cultural da expansão marítima e
imperial quinhentista de Portugal – chegará ao início do século XX ligado a uma
moribunda identidade portuguesa, a reboque da política colonialista dos países
centrais. Isso faz com que Pessoa invista no que chamará de “nacionalismo místico”,
no qual mobilizará diversos discursos gnósticos para um nacionalismo de matriz
sebastianista extremamente ambíguo. Tanto a sensibilidade trágica do
neopaganismo quanto a sensibilidade messiânica do milenarismo cristão, na prática
poética de Fernando Pessoa, servem de fermento para sua linguagem, pois que
interrompem e suspendem o discurso da modernidade com seu logos teológico-
político e sua ratio epistemológica (cf. Agamben, 2011b, 2013), mas com resultados
3 Este é o ponto de partida do livro de Haquira Osakabe, Fernando Pessoa, Resposta a decadência (2004).
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que podem ser bem diferentes se os tomarmos pelos paradigmas do desassossego
– devir e crise – no contexto do pós-guerra.
Diante dessa problemática, enuncio a pergunta que resulta como o problema do
projeto: podemos pensar a lógica do desassossego no Livro do desassossego
como dotada de uma indecidibilidade discursiva, na medida em que o lemos como
um laboratório-limite de normas e transgressões, de conservadorismos e
radicalidades, de crises e devires presentes em toda a obra de Pessoa e no contexto
a partir do pós-guerra? Dessa pergunta, outras se desdobram, abrindo mais a
problemática deste projeto: é possível na lógica do desassossego pessoano
enquanto “tratado das paixões afetivas” discernir claramente quando essa lógica
produz os afetos tristes da crise e quando produz os afetos alegres do devir?
Podemos relacionar o paradigma da crise à “modernidade do norte” e sua lógica de
decadência e permanência de formas de sacralização sob a religião do capital (cf.
Agamben, 2007b), enquanto os afetos alegres ligar-se-iam ao paradigma do devir
que podemos também entender como pertencente a certas “epistemologias do sul”
(cf. Santos, Meneses, 2010), enquanto formas de deslocamento da “máquina
antropocêntrica” ocidental (cf. Agamben, 2007c), presentes embrionariamente nos
devir-outros de Pessoa?
O pós-guerra do espaço de língua portuguesa teria tornado mais clara essa
“cultura de fronteira” (cf. Santos, 1997, 135-57; 2000, 347-55) que é discurso de
Fernando Pessoa, cultura de uma forma-de-vida contemporânea que não se
submete à separação, pela máquina espetacularizada, entre a vida (zoé) e a forma
como ela é vivida (bios) (cf. Agamben, 2010a). Os discursos de Pessoa estão
repletos de enunciados experimentais que remetem diretamente a uma série de
conflitos, dilemas e impasses presentes na literatura, na cultura e na política
contemporânea: a autenticidade/fingimento discursivo na teatralidade performativa
do sujeito autoral; o perspectivismo dos afetos e suas intensidades; as subjetivações
pela potência/impotência; a presença/ausência dos corpos diante do complexo
doença/saúde, governo dos outros/governo de si, feminino/masculino,
sagrado/profano, exterior/interior, espírito/corpo, outro/eu, inumano/humano; uma
crítica cultural à moral cristã como decadente e angustiada; uma sacralização da
vida por parâmetros heréticos; uma relação conflituosa entre gêneros e
sexualidades; um tentame de ética ante situações extremas; projetos de
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comunidades que recaem em políticas e realizações autoritárias etc. Justamente por
essa abrangência, ele funciona como assinatura articuladora de possíveis
paradigmas para uma leitura da contemporaneidade. Mas resta uma última, mas não
menos importante, pergunta: pode a linguagem de Pessoa ser usada para
suspender a espetacularização do próprio Pessoa e de sua poesia? Mas como fazer
isso usando o próprio autor? Essa aporia – intrínseca ao próprio projeto – será
melhor discutida nas Perspectivas Teórico-Metodológicas.
É a partir – portanto – dessas perguntas que derivamos como hipótese geral de
trabalho a existência em Fernando Pessoa de dois paradigmas de leitura
atualizáveis da nossa contemporaneidade, e de que essas potências estão
intimamente ligadas a um dos grandes impasses do início do século XXI: vidas em
crise ou vidas em devir. Pelas formas-de-vida inscritas em tantos devir-outros de
Pessoa, percebemos poder sublinhar poderosas formas-de-vida do nosso próprio
presente, na medida em que a leitura de Fernando Pessoa será feita a partir do
nosso horizonte de recepção no início do século XXI (cf. Jauss, 198-), ou seja, a
partir dos nossos mais atualizados processos de subjetivação. Da “vida nua” da
“exceção como regra” político-cultural, em nossa sociedade de consumo
espetacular, tornada inoperosa pela linguagem da arte, até formas-de-vida de
escritores contemporâneos que assumem a potência do não ante o cálculo
produtivista e o funcionalismo utilitário dos discursos; das reterritorializações
fascistas em discursos reacionários, racistas e nacionalistas até o devir-inumano do
perspectivismo ameríndio em relação sustentável com o meio ambiente biótico; da
memória ressentida em discurso de empoderamento à ancestralidade como forma
de pensamento africano que toma o devir como processo de expansão do corpo e
da vida. Tencionamos ler enunciados-fórmulas capazes de articular alguma dessas
formas-de-vida em sociedades que entendem qualquer fala e escrita como
performances produtoras de sentido com valor de troca. Isto é, em uma sociedade
em que todos são vestidos por alguma forma de roupagem produzida pret-à-porter
(cf. Rolnik apud Lins, 1997), cuja discursividade a poesia pode ser capaz de
suspender4 pela nudez da sua linguagem como “medialidade pura” ao assumir-se
4 É justamente a discussão que Agamben empreende no seu comentário sobre o conto Bartleby, o escrivão, de
Herman Melville, em que a fórmula do personagem (“I would prefer not to”) é entendida como declaração suspensiva, ao mesmo tempo/nem afirmativa e/nem negativa; ou seja, a potência do “poder não fazer” (cf. 2015c, 28-35).
9
como fórmula/forma-de-vida soberana de comunicação nas fronteiras da in-
comunicabilidade e da comunidade, potencialmente o único gesto capaz de
“profanar o improfanável” fetiche do capital (cf. Agamben, 2007b, 2014c).
c. Justificativas
Compreendo este projeto como uma convergência e ajuste dos projetos
anteriores por mim desenvolvidos, num momento em que eles começam a vir a
público sob a forma de livros5. Se o livro recém-publicado (cf. Ornellas, 2015a)
investiga justamente possíveis interseções entre escrita e corpo como formas de
subjetivação nas literaturas de língua portuguesa, sua pesquisa ainda não havia
organizado mais explicitamente a crítica da “máquina antropocêntrica” ocidental (cf.
Agamben, 2007c) sob o pensamento do devir, aqui esboçado desde o
desassossego até o devir-inumano do perspectivismo ameríndio (cf. Viveiros de
Castro, 2002) e do paradigma Exu da ancestralidade africana (cf. Oliveira, 2007). Já
o livro em fase final de redação trata muito precisamente das transformações da
escrita poética ao desde o pós-guerra até início do XXI. Por isso, aqui, a escolha de
Fernando Pessoa como ponto de articulação deste projeto pode se afigurar para
alguns como uma escolha validadora do cânone, mas para o projeto tal escolha se
justifica a partir das palavras de Roberto Corrêa dos Santos quando ele fala da
necessidade de “dirigir-se a obras que são ao mesmo tempo pesquisa sobre valores
que regem a existência e experimento de processos que constituem o criar, o sentir,
o pensar e o conhecer. Obras que se tornam forças por serem expressas de modo
concentrado. E sem temor.” (Santos, 1998, 08). É muito precisamente isso que
percebemos na “obra” pessoana: um espaço discursivo amplo e concentrado o
suficiente para nos permitir abrir o leque da pesquisa, ao invés de fechá-lo em
caminhos já controlados e conhecidos de antemão.
Ainda como validação da relevância teórico-crítica do projeto, em seus mais de
vinte anos de pesquisas e publicações sobre o projeto denominado “homo sacer”,
Giorgio Agamben articula o pensamento conservador do entreguerras europeu com
uma arqueologia profunda de instituições políticas e jurídicas modernas na
5 O livro Linhas escritas, corpos sujeitos. Processos de subjetivação em literaturas de língua portuguesa (2015) é
resultado tanto da tese de doutoramento, defendida em janeiro de 2006, quanto das pesquisas que a ela se seguiram até 2010, quando do pós-doutoramento na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Há também um segundo livro em fase de redação final, ainda sem título e com pretensões a ser publicado em 2017, divulgando resultados das minhas pesquisas de 2010 a 2015.
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passagem da antiguidade greco-latina e judaica para o cristianismo primitivo e daí
para a hegemônica teologia-política medieval (2010a, 2011a, 2011b, 2013, 2014a).
Para confrontar essa pesquisa com o pensamento conservador de Carl Schimitt e
com nossa época, Agamben faz deslizar e se apropria de outras noções, também
elaboradas no mesmo período entreguerras. Vê-se, por motivos óbvios, inúmeras
afinidades desse pensamento do entreguerras com a obra de Fernando Pessoa, e é
vontade do projeto explorar essas afinidades em todas as suas ambiguidades como
forma de justificar a escolha do poeta português, mostrando a atualidade do seu
pensamento, da mesma forma que Agamben encontra paradigmas político-jurídicos
para a atualidade no mesmo momento. Mas diferentemente do filósofo italiano, será
desde o âmbito de uma periferia político-cultural do ocidente, isto é, em poéticas
culturais de língua portuguesa onde se articulam “epistemologias do sul” (cf. Santos,
Meneses, 2010), que este projeto pretende se instalar em movimento.
Nesse espaço geopolítico, os ataques do capitalismo especulativo global são
evidentes pela lógica de produtividade que tiraniza tanto estados nacionais quanto
subjetividades6 (cf. Guattari, 1997). Nele, desde os modernismos, flagram-se
escritores cuja linguagem opera com várias das contradições e ambivalências dessa
singular periferia, que o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos
caracterizou como produtora de “culturas de fronteira”, exemplificadas por Oswald de
Andrade e Fernando Pessoa (cf. 1997, 135-57; 2000, 347-55). É também de
algumas dessas fronteiras – principalmente a partir do pós-guerra – das quais
achamos poder partir para articular o desassossego a afetos alegres e devir-outros,
e não apenas a crises e decadências da “modernidade do norte”.
Senão vejamos, em primeiro lugar, o “triângulo do Atlântico Sul” (cf. Thomaz,
2002) é um espaço geopolítico construído desde o primeiro humanismo no século
XVI, com seus poderes soberanos e saberes coloniais (cf. Alencastro, 2001;
Mignolo, 2003; Cunha, 2006), mas que têm fortíssimas reemergências nas
discussões contemporâneas sobre memória e a crise do humano (cf. Danowski,
6 Destaco do lado português o boom da economia na entrada na União Europeia no final do século XX/início do
XXI e, em 2008, a crise decorrente do estouro da bolha financeiro-imobiliária; do lado brasileiro, a sangria social do neoliberalismo nos anos 1990 e a alta financeira das commodities no início do século XXI; por fim, em Angola, o crescimento devido ao altíssimo investimento chinês e ao setor primário de petróleo e diamantes. Em todos esses casos, os processos de subjetivação passaram em grande parte a ser soberanamente determinados pela megamáquina do poder financeiro transnacional, que flutua ao sabor do seu interesse especulativo.
11
Viveiros de Castro, 2014); em segundo lugar, porque na contemporaneidade nota-se
o fortalecimento de pontos de vista que trazem em seu bojo justamente aquele traço
de alteridade radical que tanto potencializa o inumano como o Outro do “humano” e
do “humanismo” moderno (cf. Derrida, 2002; Agamben, 2008; Maciel, 2011); em
terceiro lugar, seu espaço abrange desde o imaginário do mais longo império
colonial europeu dos tempos modernos – o português (1415-1974) – (cf. Vecchi,
2010) e o ethos mais destacado pela ecocrítica pós-colonial: a Amazônia (cf.
Ferreira, Walter, 2010).
É muito precisamente por isso que percebemos em Fernando Pessoa um escritor
amplo e concentrado o suficiente para nos permitir abrir o leque da pesquisa a partir
do pós-guerra, ao invés de fechá-lo historicamente. Do ponto de vista dos estudos
literários, a leitura comparada sob o ângulo das literaturas de língua portuguesa já
se encontra bastante institucionalizada, pois é um campo em que existem disciplinas
sendo dadas em universidades como USP, UFF e UFBA, dentre outras, bem como
livros e métodos já devidamente estabelecidos (cf. Abdala, 1989, 2003; Carvalhal,
1999; Nitrini, 2000) e um GT na ANPOLL. A relevância do projeto estaria portanto
em tentar criar teórico-metodologicamente novas possibilidades de articulação
relacional e comparativa em poéticas contemporâneas de língua portuguesa, diante
das reconfigurações político-culturais em curso no planeta. Três exemplos recentes
de estudos poéticos e político-culturais de fôlego transdisciplinar e comparatista que
justificam e interessam diretamente nessa abertura de leque são Poetas do
Atlântico: Fernando Pessoa e o modernismo anglo-americano, de Maria Irene
Ramalho (2007), Excepção atlântica: pensar a literatura da guerra colonial, de
Roberto Vecchi (2010) e Espiral terra: poéticas contemporâneas de língua
portuguesa, de Maurício Salles Vasconcelos (2014).
2. OBJETIVOS E METAS
OBJETIVOS GERAIS
Entender o pensamento do desassossego no Livro do desassossego, de
Fernando Pessoa, de modo a permitir uma reflexão sobre a própria obra
pessoana visando a possível formulação de dois paradigmas: desassossego
como crise e catástrofe e desassossego como devir e criação.
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Articular os dois paradigmas do desassossego à cultura político-literária do
pós-guerra, entendida como o que resta de vivências traumáticas de
governamentalidade ou como processo do desejo e do devir-outro das
subjetividades.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Ler escritores de língua portuguesa – desde o modernismo até a
contemporaneidade – a partir do duplo recorte teórico-crítico acima proposto.
São alguns desses autores, preliminarmente selecionados, mas ainda sujeito
a reformulação: Gilberto Freyre, Oswald de Andrade, Herberto Helder, Hilda
Hilst, Ruy Duarte de Carvalho, Vicente Franz Cecim, Edimilson de Almeida
Pereira, Roberto Piva, Paula Tavares, Al Berto, Ricardo Corona, Luis Miguel
Nava, Isabel de Sá, Adília Lopes, Nuno Ramos, Antonio Brasileiro, Antonio
Vieira, Gonçalo M. Tavares, Manuel de Freitas.
Cartografar, em perspectiva global, aspectos da cultura dos séculos XX e XXI
em países de língua portuguesa a partir do recorte proposto, mapeando
possíveis impasses e potencialidades.
Executar processos de pesquisa-criação, com a elaboração de textos
criativos – escritos e/ou visuais – que funcionem também como comentário
suplementar ao pensamento do desassossego pessoano e à
contemporaneidade.
META
Estudar a criação do GED – GRUPO DE ESTUDOS DO DESASSOSSEGO,
com o desejo de ser formalizado no Diretório de Grupos de Pesquisa do
CNPq através da solicitação de registro à Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e
Inovação da UFBA (PROPCI). Seu objetivo principal será o estudo de um
pensamento do desassossego, concentrado da obra de Fernando Pessoa,
em articulação com escritores, pensadores, o campo literário, outros campos
artísticos e as humanidades em sentido amplo. O Grupo deseja reunir
pesquisadores e estudantes, de mais de uma instituição superior da Bahia,
interessados em possíveis paradigmas elaborados pelo pensamento do poeta
português, fazendo dele ponto de subjetivação articuladora no qual nos
deteremos, mas também do qual derivaremos para outras investigações
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(diálogos teóricos, intertextuais e contextuais, recepção crítica, biográfica,
literária, interartística, política etc.) que sejam articuláveis à cultura
contemporânea. Alguns nomes de professores-pesquisadores de instituições
baianas a serem convidados: Prof. Dr. Adriano Eysen (Universidade do
Estado da Bahia), Profa. Dra. Maria do Carmo Pascoli (Universidade Federal
do Oeste da Bahia), Profa. Dra. Andrea Mascarenhas (Universidade do
Estado da Bahia), Profa. Dra. Tércia Costa Valverde (Universidade Estadual
de Feira de Santana) e, last but not least, Prof. Dr. Marcio Ricardo Coelho
Muniz (Universidade Federal da Bahia). Se possível, pretende-se também
vincular esse Grupo à Cátedra de Estudos Portugueses Fidelino de
Figueiredo, criada há dois anos na Universidade Estadual da Bahia e no
Gabinete Português de Leitura.
Solicitar o ingresso, no período previsto para esta pesquisa, no GT de
Estudos Comparados de Literaturas de Língua Portuguesa, da ANPOLL, de
modo a estabelecer vínculos e trocas com pesquisadores de outras
instituições.
Organizar um estágio de pós-doutoramento em Portugal, no Centro de
Estudos Sociais da Universidade de Coimbra7, criado pelo professor
Boaventura de Sousa Santos, se possível sob supervisão da professora
doutora Margarida Calafate Ribeiro.
3. PERSPECTIVAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS
Em Signatura Rerum: sobre el método (2010), Giorgio Agamben em três
capítulos define “paradigma”, apresenta uma “teoria das assinatura” e organiza o
sentido da sua “arqueologia filosófica”, como sendo seus princípios metodológicos
fundamentais.
Em primeiro lugar, interessa-nos a “teoria das assinaturas” pesquisadas pelo
italiano a partir da sua elaboração pelo médico renascentista Paracelso, até ser
recuperada por Walter Benjamin no enteguerras e de certa forma estar presente em
Émile Benveniste. Essa teoria das assinaturas é na verdade uma teoria semiótica
7 A Universidade de Coimbra possui no momento uma vasta gama de convênios com a Universidade Federal da
Bahia, o que daria respaldo institucional à realização desse estagio.
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baseada na semelhança analógica entre signo assinado e sujeito assinante, entre
marca e marcador, entre sinal e assinalador, fazendo com que a assinatura seja o
gesto interpretativo em uma “zona de indecidibilidade” (cf. Agamben, 2010b, 49 e
74). Ocorre que, segundo Agamben, Paracelso entendia a prosa do mundo como
uma série interminável de assinaturas naturais impressas pelo gesto divino. A língua
– primeiro em Paracelso, depois em Boehme e Benjamin – seria nosso arquivo de
semelhanças imateriais com esses gestos divinos e nos proporcionaria um modelo
compreensível mínimo da lógica das assinaturas (cf. Agamben, 2010b, 47). Mas o
conhecimento só se estabeleceria no ato de assinar-enunciar o signo, o que posto
em uma relação pragmática é eminentemente um gesto interpretativo, pois não
haveria leitura sem escrita e vice-versa. Se Agamben recua arqueologicamente a um
passado histórico profundo para ler a permanência de assinaturas no presente,
nosso projeto escolhe o desassossego pessoano como assinatura a ser lida no seu
momento e como criadora de paradigmas que se prolongam para além da sua
época.
O próprio “Fernando Pessoa” em certo sentido é criação de si mesmo, logo é
uma assinatura que faz as vezes de conceito entre literariamente canônico e o
biograficamente obscuro e instável. Se tudo isso vale para seus heterônimos,
também vale para o desassossego, pois uma assinatura é justamente mais do que
um conceito, isto é, “algo que, em um signo ou conceito, marca-os e excede-os para
remetê-los a determinada interpretação ou determinado âmbito, sem sair, porém, do
semiótico, para constituir um novo significado ou um novo conceito. As assinaturas
transferem e deslocam os conceitos e os signos de uma esfera para outra (nesse
caso, do sagrado para o profano, e vice-versa), sem redefini-los semanticamente.”
(Agamben, 2011b, 15-6). Por isso o desassossego atuará neste projeto como uma
assinatura – para além da discussão sobre o nome próprio canônico “Fernando
Pessoa” –, pois o excede sem sair do âmbito semiótico, mas colocando em questão
paradigmas que podem lhe deslocar, além de outras assinaturas, como a do próprio
escritor.
Em segundo lugar, interessa-nos teórico-metodologicamente a noção de
paradigma agambeniano. Depois de discutir se Michel Foucault conhecia ou não a
ideia de paradigma científico de Thomas Kuhn, e se se serviu dela ou não em suas
primeiras obras arqueológicas, Giorgio Agamben tenta formular sua própria
15
definição, baseando-se nos seus predecessores, afirmando que seus conceitos de
“estado de exceção”, “muçulmano”, “homo sacer”, “campo de concentração” e a
“oikonomia trinatária” são exemplos de paradigmas buscados em contextos
históricos diferentes do atual, mas a ele adequados por lerem sentidos insuspeitos.
Agamben diz que Foucault liberou a “historiografia do domínio exclusivo dos
contextos metonímicos (...) para restituir o primado dos contextos metafóricos”, o
que é verdade sob a condição de que para Foucault não se tratava de exatamente
metáforas, mas de paradigmas que “não obedecem à lógica do transporte metafórico
de um significado, se não à analogia do exemplo” (2010b, 23). Esse método
agambeniano pode ser apropriado por nosso projeto na medida em que se lerá o
desassossego a partir de dois paradigmas possíveis – o devir e a crise –, mas desde
a nossa contemporaneidade do século XXI, pensando em nosso contexto, mas ao
mesmo tempo descobrindo no seu discurso ambivalências que sejam exemplos
singulares do seu próprio contexto. Pesquisar-se-á em Pessoa as ambivalências, os
paradoxos e as aporias ligadas ao desassossego do seu contexto, mas que, ao
mesmo tempo, ao serem eleitos exemplos são automaticamente “ilhados” do
contexto, exibindo suas próprias singularidades paradigmáticas.
São várias possibilidades de articulação teórico-críticas que o desassossego
pessoano permite estabelecer e que já foram formulados por estudiosos como
Agostinho da Silva, com sua política cultural sebastianista-terceiro-mundista a partir
de Pessoa (1959), Eduardo Lourenço e sua leitura trágico-moderna da heteronímia
(1983, 1987, 1999, 2000), Leyla Perrone-Moisés e o vazio ontológico do sujeito
pessoano (2001), Eduardo Prado Coelho e o fragmento como espaço literário por
excelência (1984, 1988), Boaventura de Sousa Santos e a heteronímia como
“cultura de fronteira” (1997, 2002), Maria Irene Ramalho e a interrupção pessoana do
discurso infinito da comunicação (2007), Haquira Osakabe (2013) e Luis Felipe B.
Teixeira (1992) com a demiurgia gnóstica pessoana, Pedro Sepúlveda e o lado
editorialista do escritor (2012) e José Gil e a ontologia da diferença (1985, 1993,
2000, 2010, 2013). Selecionamos inicialmente as teses de José Gil como nossas
principais lentes para olhar o desassossego sob o paradigma do devir e da criação
de multiplicidades e alteridades8; mas também há o ensaísta português Eduardo
8 Eduardo Prado Coelho afirma ter José Gil aberto um “terceiro paradigma nos estudos pessoanos” ao ler o
poeta como “um fato teórico [...] que sustenta a existência de um fato textual [...] que explica (...) o enigma da heteronímia” (1988, 70). Sem pretender levar à risca esses paradigmas de Prado Coelho, e sabendo que esse
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Lourenço e a crítica brasileira Lúcia Helena como leitores pelo paradigma da crise e
do trágico. Lucia Helena, por exemplo, desenvolve leituras do desassossego
pessoano através do que chama “ficções da crise” e do sentimento de ruína e
fragmentação em autores variados da passagem do século XX para o XXI, como
João Gilberto Noll, J. M. Coetzee e Phillip Roth (cf. Helena, 2010). A escolha desses
recortes não exclui de forma alguma outros, pois não se pode abrir mão a esta altura
da longa história da recepção pessoana de um diálogo com seu cânone de leitores.
O potencial teórico-crítico do projeto abrange várias possibilidades poéticas,
políticas e histórico-culturais formuladas – apesar da erudição de Agamben tratá-las
arqueologicamente como de longuíssimo alcance – desde o pós-guerra, a exemplo
dos relatos testemunhais do horror nazista. Mas o próprio Agamben acaba por tomá-
los como paradigmas “do que resta”, podendo ser rearticulados às teses de Guy
Debord (1997) e Michel Foucault (2000), para pensarmos os limites e possibilidades
da linguagem na vida das atuais sociedades do espetáculo. Em O que resta de
Auschwitz vemos a noção paulina de “o que resta” ser ativada como vivência de
uma memória catastrófica e definidora da vida cotidiana de todos nós no pós-
Auschwitz. Por isso Agamben fala de uma potência linguageira típica da nossa
sociedade em “Notas sobre a política”: “a época em que estamos vivendo é, de fato,
também aquela na qual se torna pela primeira vez possível para os homens fazer
experiência da sua própria essência linguística – não deste ou daquele conteúdo de
linguagem, desta ou daquela proposição verdadeira, mas do próprio fato de que se
fale” (2015a, 106) no que resta pós-Auschwitz. Se o estado de exceção hoje é a
regra, falar ou não falar é sempre de qualquer modo testemunhar uma sujeição que
nos subjetiva a todos em nossa zoé, mas também é poder profanar a língua franca
da comunicação midiática através de algum experimentum linguae de uma forma-
de-vida. Isso já podia ser percebido nos modernismos, como precisamente destaca
o brasilianista italiano Ettore Finazzi-Agrò, em um artigo sobre Manuel Bandeira
intitulado “O poeta inoperante: uma leitura de Manuel Bandeira” (1998, 236-85). Daí
buscarmos isso também em Fernando Pessoa, autor que fez de si mesmo, de seu
próprio bíos, o experimentum linguae que Agamben reclama para a atualidade como
seu artigo é dos anos 1980, destaco também a recente reunião de ensaios O corpo em Pessoa: corporalidade, género, sexualidade, de 2010, e sintomaticamente editada por pesquisadores anglo-americanos, Anna M. Klobucka e Mark Sabine, trabalhando sob o influxo dos estudos culturais, aos quais eu também somo o trabalho de Lisa Carvalho Vasconcelos, Vertigens do eu: autoria, alteridade e autobiografia na obra de Fernando Pessoa, de 2013.
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forma-de-vida (cf. 2014a). Pessoa manipulou seu bíos como linguagem escrita e o
tornou inoperante ao dedicar-se por completo à escrita de poesia, fazendo coincidir
sua vida nua com sua própria vida escrita, onde movimentou sua máxima potência
de devir-outros. Depois de morto, no entanto, sua bio-grafia vai da vida qualquer à
vida excepcional do gênio espetacularizado. Isso faz de seu nome próprio uma
assinatura forte de poeta in/operoso e in/ativo. Cabe ao projeto por um lado tentar
também profaná-lo, destituindo-o de qualquer título de nobreza e devolvendo-o ao
seu lugar por excelência – e historicamente localizado – de sujeito comum,
profissionalmente instável, financeiramente pobre, um escritor inédito em livro por
(quase) toda a sua vida (cf. Ornellas, 2015b).
Mas ao falar assim do poeta e de sua poesia, a pesquisa já está fazendo de certo
modo o contrário do que anuncia. Essa contradição faz da pesquisa um exercício de
crítica trágica que Lourenço descreve (cf. 1993) e na qual o próprio Agamben acaba
por se incluir, e que, por fim, acabaria por ligar o projeto à manutenção de um ponto
de vista excessivamente “do norte”, onde capital financeiro, poder político e
dispositivos de imagem se unem para manter o estado de exceção e o discurso da
crise como modos de controle. Por isso, achamos que o desassossego também
pode ser lido como um ponto de inflexão no “processo do desejo”, que é como
Deleuze e Guattari definem o devir (cf. 1997, 64). O pensamento do devir em
Fernando Pessoa tem sido exaustivamente estudado por José Gil, e o projeto
pretende articulá-lo não como forma de resistência, mas como forma de re-
existência ante os novos poderes e formas de controle da sociedade do espetáculo.
Isso não quer dizer que veremos em todo o processo de heteronímia um devir-outro,
pois muitas vezes insinuam-se reterritorializações conservadores ou reacionárias no
discurso de um Álvaro de Campos ou de um Ricardo Reis, por exemplo. Mas
também há em Pessoa radicalizações que prenunciam devires-inumanos que
descentram a “máquina antropocêntrica” da “modernidade do norte”, se pensarmos
no paganismo de Alberto Caeiro ou em inúmeras passagens do Livro do
desassossego em que devires-paisagem são experimentados. Como afirmam
Deleuze e Guattari, os devires ativam regimes de signos afetivos através de
máquinas artísticas variadas. É essa potência que achamos poder flagrar no
desassossego pessoano e relacionar fortemente ao devir-outro do perspectivismo
ameríndio formulado por Viveiros de Castro (cf. 2002, 2015) e do paradigma Exu,
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formulado por Eduardo Oliveira (cf. 2007), duas “epistemologias do sul”, já que todo
devir é minoritário (cf. Deleuze-Guattari, 2012).
Nosso projeto, portanto, pretende se encaminhar para um diálogo com as
chamadas “epistemologias do sul e do norte” na medida da potência ou impotência
do desassossego, do paradigma do devir ou da crise. Esses paradigmas
configurarão poéticas do norte e poéticas do sul, exemplificadas, estas últimas por 1)
as leituras gnósticas de autores ocidentais como alternativas não-hegemônicas,
como são os estudos recentes de Claudio Willer (2010, 2013), baseados em
historiadores como Frances Yates (198-) e Norman Cohn (1981), 2) a noção de
perspectivismo ameríndio estabelecido por Eduardo Viveiros de Castro (2002, 2015)
e articulável à antropofagia oswaldiana (1995) e aos relatos de Davi Kopenawa
(2015), 3) a atualização filosófica de uma ancestralidade africana, por Eduardo
Oliveira (2007, s/d), repotencializando a ancestralidade angolana, de Laura Padilha
(2002, 2007) e o devir-negro, de Achille Mbembe (2001, 2013). Tanto em Willer,
quanto em Viveiros de Castro ou Oliveira, devir, corpo e linguagem são operadores
fundamentalmente inumanos de uma experiência-limite presente no campo das
poéticas culturais de língua portuguesa.
Nos escritores que movimentarão nossa pesquisa, rebate-se sempre alguma
sorte de potência inumana pelo funcionamento das subjetivações discursivas que
desativam a crise do trágico e a aceleração do capital. O português Herberto Helder,
o angolano Ruy Duarte de Carvalho e o brasileiro Vicente Franz Cecim, como
exemplos dos três vértices do “triângulo do Atlântico Sul”, demonstram isso à
exaustão no modo como acionam em seus textos devir-outros que vão desde
animais em Ruy Duarte a plantas, no paraense Vicente Cecim e no madeirense
Herberto Helder. Por mais que este último seja permanentemente lido sob uma clave
das vanguardas europeias à la Jean-Arthur Rimbaud e Henri Michaux, Helder soube
decifrar nestes e em outros escritores modernos o que há de selvagem e
hereticamente mágico na linguagem poética, como muito bem notou Maria Estela
Guedes em Obra ao rubro (2009) – que identifica a presença cosmológica de mitos
agrários e de ritos mágicos em sua poesia – e evidenciam suas traduções de
poemas ameríndios e de povos extraocidentais. Em Helder de modo flagrante e já
estudado, bem como em Luís Miguel Nava, Isabel de Sá, Antonio Vieira e Gonçalo
M. Tavares, o desassossego permite ser lido como um uso da linguagem como
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patologia transcultural da comunicação (cf. Viveiros de Castro, 2015, 90-1) criadora
de devires. Neles, assim como em Edimilson de Almeida Pereira, Paula Tavares,
Roberto Piva, Eduardo White e Waly Salomão, processam-se alianças intensivas
com o mundo biótico inumano que abandonam o tipo de racionalidade extensiva de
matriz ocidental, deslizando o discurso por linhas de legibilidade pela clave de uma
cosmopolítica não-ocidental (cf. Viveiros de Castro, 2015).
Os afectos nos textos desses escritores vibram pré-discursivamente, por
intensidades enunciativas muito mais próximas da voz, enquanto metonímia
imanente ao corpo do sujeito da enunciação (cf. Zumthor, 1997; Ornellas, 2015), do
que enquanto metáfora transcendental de um paradigma estavelmente extensivo –
uma potência que passa ao ato produtivo. Esbocei introdutoriamente isso no artigo
ainda inédito “Farmácia Curare: uma poética do sul” (2015c), leitura do livro Curare,
de Ricardo Corona, em que a tradução criativa do rito de um dos últimos falantes da
língua Xetá, do tronco Guarani, feita pelo autor como “pulsão do poema” desloca a
língua portuguesa em suas variantes verbivocovisuais, por extensão deslocando
também toda uma base ontológica que lhe serve de sustentação. Esse tipo de
“pulsão” criadora, baseada em uma ontologia da diferença, teria em Eduardo
Viveiros de Castro aquilo que alguns chamam de maitre-à-penser de uma “virada
ontológica” contemporânea. Mas não apenas essa “virada” nos interessaria trazer à
baila neste projeto, pois há também uma “virada afetiva” (cf. Gregg, Seigworth, 2010;
Lara, Domingues, 2013; Cronan, 2014), que à primeira me parece poder ser
articulada dentro de certas noções pressupostas em ambas: o devir e o corpo
(Massumi, 1995; Viveiros de Castro, 2002). Tanto no pensamento de Massumi
quanto no de Viveiros de Castro, a presença de Deleuze-Guattari é fundamental
para essa ontologia da diferença, sendo eles o principal horizonte de interseção das
leituras literário-culturais projetadas aqui, seu mito teórico-crítico.
4. EQUIPE
Pesquisas de orientandos
1. Tiago Dias (Iniciação científica, bolsa CNPQ): “A ética afetiva em 1 de Gonçalo M. Tavares”
2. Erivaldo Santos de Sousa (Iniciação científica, bolsa Permanecer de IC): “Perfil de poeta: Al Berto como sujeito contracultural”
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3. Sheyla Susana Nascimento (Iniciação científica, voluntária): “Espaços afetivos na poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen”
4. Gesqua Daiane Café dos Santos (Iniciação científica, voluntária): “Ancestralidade feminina na poesia de Paula Tavares”
5. Alexsandra Cardoso (Mestranda, bolsa FAPESB/CAPES): “Interlocuções entre as poéticas de Ana Cristina César e Luiza Neto Jorge: gênero, corpo e afeto”
6. Patrícia Carla Freitas da Silva (Mestranda, bolsa FAPESB): “Poesia, cinema e insubordinação em Luiza Neto Jorge”
7. Monica Matos Anunciação (Doutoranda): “Preparo um desamor: as relações afetivo-conflituosas na lírica de Caio Fernando Abreu e Al Berto”
8. Clarissa Moreira de Macedo (Doutoranda, bolsa FAPESB): “O imaginário da terra em Juraci Dórea e Miguel Torga”
9. Marcela Rodrigues Soares (Doutoranda): “O pensamento literário em Gonçalo M. Tavares e Mayrant Gallo”
10. Juliana Nogueira (Doutoranda): “Memória e poesia em Sophia de Mello Breyner Andresen e Maria da Conceição Paranhos”
Grupo de estudos Textos discutidos até agosto/2015
1. Friedrich Nietzsche: “O sentido dionisíaco da vida” 2. Friedrich Nietzsche: Genealogia da moral 3. Friedrich Nietzsche: “Sobre verdade e mentira no sentido extramoral” 4. Michel Foucault: “Discurso e verdade” 5. Gilles Deleuze-Félix Guattari: “Afecto, percepto, conceito” 6. Diana Klinger: Literatura e ética: da forma para a força
Textos planejados para 2015/2016 (leitura intercalada do LdoD e de um texto teórico):
1. Fernando Pessoa: Livro do desassossego (30 página/15 encontros, intercalados com os textos abaixo)
2. Eduardo Pardo Coelho: “A lógica do desassossego” 3. Michel Foucault: “A escrita de si” 4. Gilles Deleuze: “A literatura e a vida” 5. Eduardo Lourenço: “Da literatura como interpretação de Portugal” 6. José Gil: “O trágico e os destinos do desassossego“ 7. Leyla Perrone-Moisés: “O LdoD e a decadência do ocidente” 8. José Gil: “Devir-paisagem” 9. Lucia Helena: “Eu e o LdoD: reflexões sobre Augusto dos Anjos e FP” 10. José Gil: “Cansaço, tédio, desassossego”
5. RESULTADOS ESPERADOS
Publicação de um livro de ensaios como resultado da pesquisa anterior – O
poeta como crítico da cultura –, mas que tem neste projeto sua expansão e
aprofundamento.
Publicação de artigos em periódicos acadêmicos, anais de congressos e
simpósios.
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Seleção de orientandos que possam desenvolver pesquisas de graduação e
pós-graduação no recorte teórico-crítico aqui desenvolvido, produzindo
artigos, comunicações, TCC’s, dissertações e teses.
Fortalecimento do Grupo de Pesquisa Estudos Comparados de Literaturas de
Língua Portuguesa, devidamente registrado e atualizado no Diretório do
CNPQ, e que conta atualmente – sob minha liderança – com 5 (cinco)
professores-pesquisadores do Departamento de Letras Vernáculas, tanto de
Literatura Brasileira, quanto Portuguesa e de Africanas de Língua Portuguesa,
assim como com uma Pesquisadora de Pós-doutorado PDND/CNPq,
vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Literatura e Cultura. Dos
membros do grupo, um (a profa. Dra. Maria de Fátima Ribeiro, vice-líder) atua
em dois programas de Pós-Graduação – o PPGLitcult e o Pós-Afro – e outro
(o prof. Dr. Jesiel Oliveira) atua no Pós-Afro.
6. FASES DE DESENVOLVIMENTO E CRONOGRAMA DE TRABALHOS
Fase / Semestre 2016.1 2016.2 2017.1 2017.2 2018.1 2018.2
Leitura vertical do Livro do desassossego (e fortuna crítica) com vistas à pesquisa *
Estudo teórico-crítico do aparato conceitual em uso na pesquisa *
Articulação do LdoD a outros pontos do discurso pessoano
Leitura vertical de autores a serem articulados a Pessoa
Seleção de estudantes para iniciação científica
Grupo de Estudos
Divulgação de resultados *
* Já em andamento.
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