aula 03 - extra
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Curso Terico de Direito Administrativo para AFT
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Oi Pessoal,
O Professor Sandro est comentando outras provas de 2013. Porm, como estava de frias, aproveitei para comentar muitos outros itens
de 2013.
Montei, l no TECCONCURSOS, um mdulo, em exerccios, para o AFT, e de acordo com o Edital.
Seguinte. No tive o trabalho de separar o que cai ou no cai pra vocs. As questes esto postadas na ntegra. Logo, pulem tudo aquilo que no est no Edital de vocs, ok?
Lembrem-se de que o contedo programtico de vocs bem minsculo.
Forte abrao a todos,
Cyonil Borges.
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Questo 1: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto: Desapropriao
A respeito do direito de propriedade e de sua funo social e de
desapropriao, assinale a opo correta.
a) A caracterizao de esbulho possessrio no imvel desapropriando no se mostra capaz de suspender o processo expropriatrio para fins
de reforma agrria.
b) Em ao de desapropriao, direta ou indireta, a taxa dos juros
compensatrios incidentes , atualmente, de 12% ao ano.
c) Visando a criao de reservas, o Estado pode negar o pagamento de indenizao ao particular dono de imvel cuja explorao
econmica tenha sido afetada pela finalidade florestal.
d) Restries administrativas preexistentes aquisio do terreno justificam, em favor do proprietrio, o direito indenizao em face
da fazenda pblica.
e) Na desapropriao para fins de reforma agrria, proibido indenizar computando-se o valor da cobertura vegetal, j que tal bem
no passvel de explorao econmica.
A resposta letra B.
Os juros compensatrios destinam-se a compensar o que o
desapropriado deixou de ganhar com a perda antecipada do
imvel, ressarcir o impedimento do uso e gozo econmico do bem, ou
o que deixou de lucrar, motivo pelo qual incidem a partir da imisso
na posse do imvel expropriado (Smula 69 do STJ).
De acordo com a Smula 618 do STF, prevalece, hoje, a taxa de 12%
a.a. para os juros compensatrios. Houve uma tentativa de alterao
do percentual, por Medida Provisria, para 6% a.a., mas o STF
levantou, cautelarmente, sua aplicabilidade.
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
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Na letra A, infelizmente, no Brasil, bem comum o esbulho
possessrio (uso da violncia), sobretudo em terras rurais. Na viso do STJ, o esbulho possessrio pode impedir a desapropriao para
fins de Reforma Agrria, se significativo e anterior vistoria do
imvel, a ponto de alterar os graus de utilizao da terra e de eficincia em sua explorao, comprometendo os ndices fixados em
lei.
Na letra C, a criao de reservas uma tpica limitao
administrativa, e, enquanto tal, dotada de generalidade, e, bem por isso, no seria a rigor indenizvel. Porm, na viso do STF,
demonstrada a afetao na explorao econmica (dano econmico, e no apenas jurdico), o Estado no poder negar o pagamento de
indenizao. Sobre o tema, transcrevo trecho de Recurso
Extraordinrio:
RECURSO EXTRAORDINRIO - ESTAO ECOLOGICA -
RESERVA FLORESTAL NA SERRA DO MAR - PATRIMNIO
NACIONAL (CF, ART. 225, PAR.4.) - LIMITAO
ADMINISTRATIVA QUE AFETA O CONTEUDO ECONOMICODO
DIREITO DE PROPRIEDADE - DIREITO DO PROPRIETARIO A
INDENIZAO - DEVER ESTATAL DE RESSARCIR OS
PREJUIZOS DE ORDEM PATRIMONIAL SOFRIDOS PELO
PARTICULAR - RE NO CONHECIDO. - Incumbe ao Poder
Pblico o dever constitucional de proteger a flora e de adotar as
necessrias medidas que visem a coibir praticas lesivas ao
equilbrio ambiental. Esse encargo, contudo, no exonera o
Estado da obrigao de indenizar os proprietrios cujos imveis
venham a ser afetados, em sua potencialidade econmica,
pelas limitaes impostas pela Administrao Pblica. - A
proteo jurdica dispensada as coberturas vegetais que
revestem as propriedades imobilirias no impede que o
dominus venha a promover, dentro dos limites autorizados pelo
Cdigo Florestal, o adequado e racional aproveitamento
econmico das arvores nelas existentes. A jurisprudncia do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais em geral, tendo
presente a garantia constitucional que protege o direito de
propriedade, firmou-se no sentido de proclamar a plena
indenizabilidade das matas e revestimentos florestais que
recobrem reas dominiais privadas objeto de apossamento
estatal ou sujeitas a restries administrativas impostas pelo
Poder Pblico. Precedentes. - A circunstancia de o Estado dispor
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de competncia para criar reservas florestais no lhe confere,
s por si - considerando-se os princpios que tutelam, em nosso
sistema normativo, o direito de propriedade -, a prerrogativa de
subtrair-se ao pagamento de indenizao compensatria ao
particular, quando a atividade pblica, decorrente do exerccio
de atribuies em tema de direito florestal, impedir ou afetar a
valida explorao econmica do imvel por seu proprietrio. - A
norma inscrita no ART.225, PAR.4., da Constituio deve ser
interpretada de modo harmonioso com o sistema jurdico
consagrado pelo ordenamento fundamental, notadamente com
a clusula que, proclamada pelo art. 5., XXII, da Carta Politica,
garante e assegura o direito de propriedade em todas as suas
projees, inclusive aquela concernente a compensao
financeira devida pelo Poder Pblico ao proprietrio atingido por
atos imputveis a atividade estatal. O preceito consubstanciado
no ART.225, PAR. 4., da Carta da Republica, alm de no haver
convertido em bens pblicos os imveis particulares abrangidos
pelas florestas e pelas matas nele referidas (Mata Atlntica,
Serra do Mar, Floresta Amaznica brasileira), tambm no
impede a utilizao, pelos prprios particulares, dos recursos
naturais existentes naquelas reas que estejam sujeitas ao
domnio privado, desde que observadas as prescries legais e
respeitadas as condies necessrias a preservao ambiental.
- A ordem constitucional dispensa tutela efetiva ao direito de
propriedade (CF/88, art. 5., XXII). Essa proteo outorgada
pela Lei Fundamental da Republica estende-se, na abrangncia
normativa de sua incidncia tutelar, ao reconhecimento, em
favor do dominus, da garantia de compensao financeira,
sempre que o Estado, mediante atividade que lhe seja
juridicamente imputvel, atingir o direito de propriedade em
seu contedo econmico, ainda que o imvel particular afetado
pela ao do Poder Pblico esteja localizado em qualquer das
reas referidas no art. 225, PAR. 4., da Constituio. - Direito
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado: a consagrao
constitucional de um tipico direito de terceira gerao (CF, art.
225, caput) (RE n 134.297/SP, Primeira Turma, Relator o
Ministro Celso de Mello, DJ de 22/9/95).
Na letra D, esse item mais de raciocnio lgico. Aquele que adquire
propriedade alheia deve se inteirar sobre as limitaes incidentes sobre as terras. Portanto, no cabe alega a prpria torpeza para ver o
Estado cumprir o dever de indenizar. Restries administrativas
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preexistentes aquisio do terreno no justificam, em favor do
proprietrio, o direito indenizao em face da Fazenda Pblica.
Na letra E, como sobredito (Recurso Extraordinrio 134.297), a jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal, tendo presente a
garantia constitucional que protege o direito de propriedade, firmou-se no sentido de proclamar a plena indenizabilidade das matas e
revestimentos florestais que recobrem reas dominiais privadas objeto de apossamento estatal ou sujeitas a restries
administrativas impostas pelo Poder Pblico.
Questo 2: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto: Terceiro Setor (OSs, OSCIPs, Sistema S e Fundaes de
Apoio)
Assinale a opo correta, considerando a execuo de servios pblicos por OSs e OSCIPs, em regime de parceria com o poder
pblico.
a) Denomina-se contrato de gesto o instrumento passvel de ser firmado entre o poder pblico e as OSCIPs destinado formao de
vnculo de cooperao para o fomento e a execuo de atividades de interesse pblico.
b) As empresas que tenham interesse em obter o qualificativo de OSs
devem estar em funcionamento a pelo menos dois anos e dedicar-se a uma das seguintes atividades: ensino, pesquisa cientfica,
desenvolvimento tecnolgico, proteo e preservao do meio ambiente, cultura e sade.
c) Para se qualificarem como OSCIPs, as pessoas jurdicas
interessadas devem ser regidas por estatutos cujas normas disponham expressamente sobre a observncia dos princpios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, eficincia e universalizao do servio.
d) Uma OS pode qualificar-se como OSCIP, desde que no tenha fins
lucrativos, ao passo que uma OSCIP no passvel de qualificao como OS.
e) Para serem consideradas OSs ou OSCIPs, as instituies no
devem ter fins lucrativos, ou seja, no podem distribuir entre os seus scios, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais
excedentes operacionais, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu patrimnio, auferidos mediante o exerccio de suas
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atividades, os quais devem ser aplicados integralmente na
consecuo de seu objeto social.
A resposta letra E.
As OSs e OSCIPs so entidades privadas, sem fins lucrativos,
situadas no Terceiro Setor do Estado. E, para gozarem de favores fiscais, no podem distribuir entre os seus scios, conselheiros,
diretores, empregados ou doadores, eventuais excedentes
operacionais, dividendos, bonificaes, participaes ou parcelas do seu patrimnio, auferidos mediante o exerccio de suas atividades, os
quais devem ser aplicados integralmente na consecuo de seu objeto social.
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, as OSs e OSCIPs costumam firmar acordos com o Estado, e, por meio de fomento deste, prestarem para a populao
servios de utilidade pblica, como, por exemplo, sade e educao. No entanto, o lao entre tais entidades e o Estado diverso. As
Organizaes Sociais firmam contratos de gesto com o Ministrio ou Secretria Supervisor. J as OSCIPs, termos de parceria. A banca,
portanto, s fez inverter os acordos.
Na letra B, o primeiro mais evidente erro que empresas no podem ser Organizaes Sociais. As empresas, atualmente, contam
com finalidade lucrativa, e, como sobredito, as OSs so entidades sem fins lucrativos. A parte final da questo est perfeita, afinal o
pargrafo nico do art. 1 da Lei 9.637, de 1998, traz, em seu rol exaustivo, as reas indicadas. O segundo erro que no h um
prazo mnimo de funcionamento para que a entidade seja qualificada, discricionariamente, como Organizao Social.
Na letra C, no um item cara de Cespe, por exigir a literalidade da norma. Nos termos do inc. I do art. 4 da Lei 9.790, de 1999 (Lei das OSCIPs), alm do princpio da universalizao dos servios, para
qualificarem-se como Organizaes da Sociedade Civil de Interesse Pblico, as pessoas jurdicas interessadas devem ser regidas por
estatutos cujas normas expressamente disponham sobre a
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observncia dos princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade, economicidade e da eficincia. O erro que o princpio da universalizao previsto no art. 3 da Lei, no havendo meno
previso no Estatuto.
Na letra D, a Lei 9.790, de 1999, veda que determinadas pessoas jurdicas sejam qualificadas como OSCIPs, como, por exemplo:
sindicatos, partidos polticos, fundaes pblicas, entidades religiosas e Organizaes Sociais. O inverso, no entanto, no vedado,
enfim, as OSCIPs podem ser qualificadas como OSs.
Questo 3: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto: Bens Pblicos (Direito Administrativo)
No que se refere classificao e ao regime jurdico dos bens
pblicos, s terras devolutas e aos terrenos de marinha, assinale a opo correta.
a) A CF garante a todos o direito de reunir-se pacificamente sem
armas, em locais abertos ao pblico, mediante autorizao do poder pblico, exigida para evitar frustrar reunio anteriormente convocada
para o mesmo local.
b) Consoante o disposto na CF, os bens pblicos so passveis de aquisio por meio de usucapio.
c) Em regra, as terras devolutas pertencem Unio e so
consideradas bens dominicais ou dominiais.
d) A locao de imveis da Unio realiza-se mediante contrato, no estando sujeita s disposies de outras leis concernentes locao,
razo por que, em caso de no pagamento dos aluguis nos prazos estipulados, a resciso ocorre de pleno direito, podendo a Unio
imitir-se sumariamente na posse da coisa locada, sem que o locatrio tenha direito de purgar a mora.
e) A Unio pode lavrar auto de demarcao nos seus imveis nos
casos de regularizao fundiria de interesse social e interesse pblico, com base no levantamento da situao da rea a ser
regularizada.
A resposta letra D.
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A banca aqui se apoiou no vetusto Decreto-Lei 9.760, de 1946. Vejamos:
Art. 87. A locao de imveis da Unio se far mediante contrato, no ficando sujeita a disposies de outras leis
concernentes locao.
Art. 89. O contrato de locao poder ser rescindido:
I quando ocorrer infrao do disposto no artigo anterior;
II quando os alugueis no forem pagos nos prazos estipulados;
(...)
1 Nos casos previstos nos itens I e II, a resciso dar-se- de pleno direito, imitindo-se a Unio sumariamente na posse da
coisa locada.
Os demais itens esto incorretos. Abaixo:
Na letra A, o consagrado direito de reunio, pacificamente
organizado, independe de autorizao do Poder Pblico. No caso, suficiente que haja mera comunicao, para que a autoridade
possa garantir o pleno exerccio do direito constitucional. Acrescento que, para o STF, o fato de poucos manifestantes portarem armas de
fogo no fator decisivo para dissoluo da reunio. Nesse caso, entende a Corte Mxima do Judicirio que compete s autoridades
afastar os manifestantes bandidos, e permitir o direito de reunio.
Na letra B, entre as caractersticas dos bens pblicos (de qualquer categoria: de uso comum a dominical), destaca-se a
imprescritibilidade. Essa caracterstica probe que os particulares adquiram a propriedade pblica pelo decorrer dos anos. Probe-se,
expressamente, usucapio de bens pblicos.
Na letra C, a regra que as terras devolutas pertenam aos Estados.
No entanto, se as terras devolutas tiverem destinaes especficas,
como, por exemplo, necessrias defesa das fronteiras, a
propriedade da Unio. Por curiosidade, alerta-se que a CF/1988 no
previu terras devolutas para os Municpios, o que no significa,
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sobremaneira, que no possam det-las, isso porque as Constituies
Estaduais ficam autorizadas a, por exemplo, efetuar doaes aos
Municpios.
Na letra E, nos termos do art. 18-A da Lei 11.481, de 2007, a Unio
poder lavrar auto de demarcao nos seus imveis, nos casos de regularizao fundiria de interesse social, com base no
levantamento da situao da rea a ser regularizada. Perceba que o quesito fala, ainda, em interesse pblico. Todo interesse social interesse pblico, mas nem todo interesse pblico interesse social. Pode, por exemplo, ser utilidade pblica ou necessidade pblica.
Inclusive, nos termos da Lei, considera-se regularizao fundiria de interesse social aquela destinada a atender a famlias com renda
familiar mensal no superior a 5 salrios mnimos.
Questo 4: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto: Interveno do Estado na Propriedade Privada
Assinale a opo correta no que se refere a desapropriao.
a) A pessoa cujo bem for prejudicado em sua destinao econmica
pela desapropriao de reas contguas ter direito a reclamar perdas e danos do expropriante.
b) Os concessionrios de servios pblicos podero promover
desapropriaes sempre que tal procedimento for necessrio garantia da continuidade da prestao do servio pblico.
c) No sero devidos juros compensatrios caso o imvel
desapropriado possua grau de utilizao da terra e de eficincia na explorao igual a zero.
d) Constitui hiptese de desapropriao para fins de utilidade pblica
a construo ou ampliao de distritos industriais, o que inclui o loteamento das reas necessrias instalao de indstrias e
atividades correlatas, bem como a revenda ou locao dos respectivos lotes a empresas previamente qualificadas.
e) Nos casos de imvel desapropriado para implantao de
parcelamento popular, destinado s classes de menor renda, permite-se a tredestinao lcita, para a construo de um hospital, por
exemplo, mas no se admite a reverso.
A resposta letra D.
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Questo extrada do Decreto-Lei 3.365, de 1941. Vejamos:
Art. 5o Consideram-se casos de utilidade pblica:
(...)
i) a abertura, conservao e melhoramento de vias ou logradouros pblicos; a execuo de planos de urbanizao; o
parcelamento do solo, com ou sem edificao, para sua melhor utilizao econmica, higinica ou esttica; a construo ou
ampliao de distritos industriais; (Redao dada pela Lei n
9.785, de 1999)
(...)
1 - A construo ou ampliao de distritos industriais, de que
trata a alnea i do caput deste artigo, inclui o loteamento das reas necessrias instalao de indstrias e atividades
correlatas, bem como a revenda ou locao dos respectivos lotes a empresas previamente qualificadas. (Includo pela Lei n
6.602, de 1978)
2 - A efetivao da desapropriao para fins de criao ou ampliao de distritos industriais depende de aprovao, prvia
e expressa, pelo Poder Pblico competente, do respectivo projeto de implantao". (Includo pela Lei n 6.602, de 1978)
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, nos termos do art. 35 do Decreto-Lei, em estudo, s caber a reclamao por perdas e danos ao expropriante se ficar
demonstrado prejuzo extraordinrio. Vejamos:
Art. 37. Aquele cujo bem for prejudicado extraordinariamente em sua destinao econmica pela
desapropriao de reas contguas ter direito a reclamar perdas e danos do expropriante.
Na letra B, de fato, no h impedimento de as concessionrias
promoverem a desapropriao de terrenos particulares. No entanto, imperioso que haja previso expressa em lei ou no contrato de
concesso (no sempre, portanto). Acrescento que a promoo
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no se confunde com a declarao de desapropriao. A promoo
tocar o procedimento de indenizao propriamente dito. A declarao o ato de imprio, indelegvel aos particulares, e de
competncia dos entes polticos, e, atualmente, excepcionalmente,
por algumas Agncias Reguladoras.
Na letra C, no Recurso Especial 974.150, o STJ fixou o entendimento
de que, havendo imisso provisria na posse, os juros
compensatrios so devidos ainda que o imvel seja
improdutivo, mas suscetvel de produo.
AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL.
ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAO PARA FINS DE REFORMA
AGRRIA. RECURSO ESPECIAL. FATOR ANCIANIDADE.
DEPRECIAO DO VALOR. JUROS COMPENSATRIOS.
IMPRODUTIVIDADE DO IMVEL. IRRELEVNCIA. PERCENTUAL.
SMULA 618/STF. MP 1.577/97. ART. 543-C DO CPC. RECURSO
SUBMETIDO AO REGIME DE REPETITIVOS. CORREO
MONETRIA DO VALOR OFERTADO. PREQUESTIONAMENTO.
AUSNCIA.
(...)
6. Os juros compensatrios destinam-se a compensar o que o
desapropriado deixou de ganhar com a perda antecipada do
imvel, ressarcir o impedimento do uso e gozo econmico do
bem, ou o que deixou de lucrar, motivo pelo qual incidem a
partir da imisso na posse do imvel expropriado, consoante o
disposto no verbete sumular n. 69 desta Corte: Na
desapropriao direta, os juros compensatrios so devidos
desde a antecipada imisso na posse e, na
desapropriao indireta, a partir da efetiva ocupao do
imvel.
7. Os juros compensatrios so devidos mesmo quando o
imvel desapropriado for improdutivo, justificando-se a
imposio pela frustrao da expectativa de renda,
considerando a possibilidade do imvel "ser aproveitado a
qualquer momento de forma racional e adequada, ou at ser
vendido com o recebimento do seu valor vista".
8. Os juros compensatrios fundam-se no fato do
desapossamento do imvel e no na sua produtividade,
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consoante o teor das Smulas n.s 12, 69, 113, 114, do STJ e
164 e 345, do STF. Precedentes: EREsp 519365/SP, DJ
27.11.2006; ERESP 453.823/MA, DJ de 17.05.2004, RESP
692773/MG, desta relatoria, DJ de 29.08.2005.
9. Com efeito, os juros compensatrios incidem ainda que o
imvel seja improdutivo, mas suscetvel de produo.
Na letra E, nos termos da Lei 9.785, de 1999, ao imvel desapropriado para implantao de parcelamento popular, destinado
s classes de menor renda, no se dar outra utilizao nem haver retrocesso. Com outras palavras, no caber a tredestinao
(destinao diversa da originria), ainda que lcita, no se admitindo a reverso (retrocesso, ou seja, o retorno para aquele que teve a
propriedade desapropriada).
Questo 5: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto: Licitaes (Lei 8.666/1993)
Considerando as normas gerais para licitao e contratao pela
administrao pblica de servios de publicidade prestados por agncias de propaganda, assinale a opo correta.
a) Nos processos licitatrios para contratao de servios de
publicidade, devem-se adotar obrigatoriamente os critrios de melhor preo e melhor tcnica e preo.
b) As sociedades annimas de capital aberto de que a Unio seja
acionista, mas de que no detenha o controle acionrio, no esto obrigadas a observar as disposies da Lei n.12.232/2010 para a
contratao de servio de publicidade.
c) Servio especializado de pesquisa de mercado necessrio execuo de atividades relativas ao objeto de contrato firmado por
uma agncia de publicidade com determinado rgo pblico somente pode ser fornecido por pessoas fsicas ou jurdicas previamente
cadastradas pelo contratante, a quem o contratado deve apresentar trs oramentos, obtidos entre pessoas que atuem no mercado desse
ramo de servio.
d) obrigatria a concesso de planos de incentivo por veculo de divulgao e sua aceitao por agncia de propaganda, constituindo
os frutos deles resultantes, para todos os fins de direito, receita prpria da agncia.
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e) Incluem-se, nos contratos de servio de publicidade, entre outras
atividades, as de assessoria de imprensa, comunicao e relaes pblicas.
O gabarito preliminar foi letra C. Porm, por haver duas respostas
(B e C), optou-se pela anulao.
Com a Lei 12.232, de 2010, disps-se sobre as normas gerais para
a licitao e contratao de servios de publicidade por intermdio de
agncias de propaganda.
Nos termos do art. 14 da Lei, somente pessoas fsicas ou jurdicas
previamente cadastradas pelo contratante podero fornecer ao contratado bens ou servios especializados relacionados
propaganda e divulgao. E, quando do fornecimento dos servios ou bens, caber ao contratado apresentar trs oramentos obtidos entre
pessoas que autem no mercado do ramo do fornecimento pretendido.
Vejamos os demais itens, para afastar a correo e identificar a outra opo correta.
Na letra A, os tipos de julgamento utilizados so melhor tcnica ou tcnica e preo. No h, nesta Lei, o critrio melhor preo. Este critrio, melhor preo, existe, por exemplo, no Decreto utilizado pela
Petrobras.
Na letra B, o 1 do art. 1 da Lei determina sua aplicao s
pessoas da Administrao Indireta e a todas as entidades controladas direta ou indiretamente pelo Estado. Logo, se a sociedade no
sequer controlada, pelo Estado, no h a necessidade de observar as disposies da Lei. O item, em anlise, est, igualmente,
correto. Da a anulao da questo.
Na letra D, o erro que, nos termos do art. 18 da Lei, facultativa a concesso de planos de incentivo por veculo de divulgao e sua
aceitao por agncia de propaganda, e os frutos deles resultantes constituem, para todos os fins de direito, receita prpria da agncia.
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Na letra E, o erro que a Lei veda a incluso das atividades de
assessoria de imprensa, comunicao, e relaes pblicas, ou as que tenham por finalidade a realizao de eventos festivos de qualquer
natureza. Nesses casos, a contratao ser precedida de procedimentos licitatrios prprios.
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Assunto: Interveno do Estado na Propriedade Privada
Com relao ao SFH, assinale a opo correta, considerando a legislao pertinente e a jurisprudncia do STJ.
a) Para correo monetria do saldo devedor dos contratos de
financiamento imobilirio, deve-se aplicar como ndice de correo o BTNF.
b) No caso de imveis adquiridos pelo SFH, a companhia
securitizadora pode instituir regime fiducirio sobre crditos imobilirios.
c) As associaes civis gozam de legitimidade ativa para representar
muturios do SFH e questionar a incidncia de ndices de inflao.
d) No permitida a pactuao de capitalizao de juros com periodicidade mensal nas operaes realizadas pelas entidades
integrantes do SFH.
e) taxativo o rol de instituies que integram o SHF constante da
Lei n. 4.380/1964.
A resposta letra C.
As Associaes Civis gozam de legitimidade ativa para representar
muturios do Sistema Financeiro da Habitao e questionar a
incidncia de ndices de inflao. A Lei 7.347/85 se aplica a quaisquer interesses difusos e coletivos, tal como definidos nos arts. 81 e 82,
CDC, mesmo que tais interesses no digam respeito a relaes de consumo. Esse o entendimento do STJ (Recurso Especial 971025):
ADMINISTRATIVO SISTEMA FINANCEIRO DE HABITAO AO CIVILPBLICA ASSOCIAO LEGITIMIDADE ATIVA CONFIGURADA INAPLICABILIDADE DAS LEIS 8.004/90 E
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8.100/90 AOS CONTRATOSCELEBRADOS ANTES DE SUAS
EDIES.
1. As associaes civis tem legitimidade para propor ao civil pblica na defesa de interesses individuais homogneos
relativos aos contratos de mtuo vinculados ao Sistema Financeiro de Habitao(art. 81, III, do CDC).
2. No se aplicam as Leis 8.004/90 e 8.100/90 aos contratos
firmado sem data anterior sua vigncia.
3. Recursos especiais no providos.
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, no STJ, h precedentes que sustentam o uso da Taxa Referencial (TR).
Recurso Especial 969129
Ementa: RECURSO ESPECIAL REPETITIVO. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAO. TAXA REFERENCIAL (TR).
LEGALIDADE. SEGURO HABITACIONAL. CONTRATAO OBRIGATRIA COM O AGENTE FINANCEIRO OU POR
SEGURADORA POR ELE INDICADA. VENDA CASADA
CONFIGURADA.
1. Para os efeitos do art. 543-C do CPC:
1.1. No mbito do Sistema Financeiro da Habitao, a partir da
Lei 8.177/91, permitida a utilizao da Taxa Referencial (TR) como ndice de correo monetria do saldo devedor. Ainda que
o contrato tenha sido firmado antes da Lei n. 8.177/91, tambm cabvel a aplicao da TR, desde que haja previso
contratual de correo monetria pela taxa bsica de remunerao dos depsitos em poupana, sem nenhum outro
ndice especfico.
1.2. necessria a contratao do seguro habitacional, no mbito do SFH. Contudo, no h obrigatoriedade de que o
muturio contrate o referido seguro diretamente com o agente
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financeiro, ou por seguradora indicada por este, exigncia esta
que configura "venda casada", vedada pelo art. 39, inciso I, do CDC.
2. Recurso especial parcialmente conhecido e, na extenso,
provido.
Na letra B, admite-se, de regra, que a companhia securitizadora institua regime fiducirio sobre crditos imobilirios, a fim de lastrear
a emisso de Certificados de Recebveis Imobilirios, sendo agente fiducirio uma instituio financeira ou companhia autorizada para
esse fim pelo BACEN e beneficirios os adquirentes dos ttulos lastreados nos recebveis objeto desse regime. Todavia no lhe cabe
instituir regime de fidcia sobre os crditos imobilirios sobre imveis adquiridos pelo SFH.
Na letra D, nos termos da Lei 11.977, de 2009, permitida a
pactuao de capitalizao de juros com periodicidade mensal nas operaes realizadas pelas entidades integrantes do Sistema
Financeiro da Habitao - SFH.
Na letra E, a Lei 4.380, de 1964, previu um rol exemplificativo de
instituies que integram o Sistema Financeiro de Habilitao.
Questo 7: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
Acerca do novo regime de previdncia complementar para os
servidores pblicos federais titulares de cargo efetivo, assinale a opo correta.
a) A FUNPRESP-EXE, a FUNPRESP-LEG e a FUNPRESP-JUD devem ser
criadas pela Unio no prazo de cento e oitenta dias, contado da publicao da lei que as instituiu, e iniciar suas atividades em at
duzentos e quarenta dias aps a publicao da autorizao de funcionamento concedida pelo rgo fiscalizador, configurando o
descumprimento injustificado de tais prazos a prtica de ato de improbidade administrativa.
b) A competncia exercida pelo rgo fiscalizador exime os
patrocinadores da responsabilidade pela superviso e fiscalizao
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sistemtica das atividades das entidades fechadas de previdncia
complementar.
c) Competem ao TCU a superviso e a fiscalizao dos planos de benefcios da FUNPRESP-EXE, da FUNPRESP-LEG e da FUNPRESP-
JUD.
d) O regime jurdico de pessoal das entidades fechadas de previdncia complementar o estatutrio.
e) Alm da sujeio s normas de direito pblico que decorram de
sua instituio pela Unio como fundao de direito pblico, integrante da administrao indireta, a natureza pblica das
entidades fechadas de previdncia complementar implica submisso legislao federal sobre licitao e contratos administrativos,
realizao de concurso pblico para a contratao de pessoal, no caso de empregos permanentes, ou de processo seletivo simplificado, em
caso de contrato temporrio, e publicao anual, na imprensa oficial ou em stio oficial da administrao pblica, certificado digitalmente
por autoridade para esse fim credenciada no mbito da Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira (ICP-Brasil), de seus demonstrativos
contbeis, atuariais, financeiros e de benefcios, sem prejuzo do
fornecimento de informaes aos participantes e assistidos dos planos de benefcios e ao rgo fiscalizador.
A resposta letra A.
Esse um tema bem recente, e, provavelmente, vai virar moda nos concursos pblicos.
A previdncia complementar para os servidores estatutrios foi instituda pela Lei 12.618, de 2012.
Nos termos do art. 30 da Lei, a Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a
Funpresp-Jud deveriam ser criadas pela Unio no prazo de 180 dias, contado da publicao da Lei, e iniciar o seu funcionamento em at
245 dias depois da publicao da autorizao de funcionamento concedida pelo rgo fiscalizador. E, nos termos do art. 32, previu-se
como ato de improbidade o descumprimento injustificado dos prazos.
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
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Na letra B, a superviso e a fiscalizao dos Fundos de Previdncia
ficaro a cargo de rgo fiscalizador. Porm, a competncia do rgo fiscalizador no afasta o papel dos patrocinadores de superviso e
fiscalizao. Inclusive, a Lei previu que os resultados dos patrocinadores devem ser enviados ao rgo fiscalizador.
Na letra C, no confundir atividade finalstica com a atividade meio.
Tratando-se do Fundo propriamente dito, a fiscalizao ficar a cargo da PREVIC. Agora, tratando-se de concursos pblicos, licitaes, e
todo o mais interno (no finalstico), competir ao TCU a fiscalizao dos recursos pblicos federais.
Na letra D, os fundos, criados na esfera federal, so fundaes, de
natureza pblica, porm com personalidade jurdica de DIREITO PRIVADO. E, por isso, o regime de pessoal o previsto na Legislao
Trabalhista, ou seja, so celetistas.
Na letra E, a CF, de 1988, no exigiu que as fundaes fossem de
Direito Pblico, mas tivessem a natureza pblica. Sobre o tema, a Lei, inclusive, atribuiu a personalidade jurdica de Direito Privado s
Fundaes. Abaixo, artigo de interesse:
Art. 8o Alm da sujeio s normas de direito pblico que decorram de sua instituio pela Unio como fundao de
direito privado, integrante da sua administrao indireta, a natureza pblica das entidades fechadas a que se refere o 15
do art. 40 da Constituio Federal consistir na:
I - submisso legislao federal sobre licitao e contratos administrativos;
II - realizao de concurso pblico para a contratao de
pessoal, no caso de empregos permanentes, ou de processo seletivo, em se tratando de contrato temporrio, conforme a Lei
no 8.745, de 9 de dezembro de 1993;
III - publicao anual, na imprensa oficial ou em stio oficial da administrao pblica certificado digitalmente por autoridade
para esse fim credenciada no mbito da Infraestrutura de Chaves Pblicas Brasileira (ICP Brasil), de seus demonstrativos
contbeis, atuariais, financeiros e de benefcios, sem prejuzo
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do fornecimento de informaes aos participantes e assistidos
dos planos de benefcios e ao rgo fiscalizador das entidades fechadas de previdncia complementar, na forma das Leis
Complementares ns 108 e 109, de 29 de maio de 2001.
Questo 8: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
No que diz respeito a licitaes e contratos e ao regime diferenciado
de contratao RDC, assinale a opo correta.
a) Segundo a doutrina e jurisprudncia do STJ, os recursos pblicos que iro garantir o pagamento de determinada despesa devem estar
disponveis antes da realizao da licitao, no bastando, simplesmente, a existncia de previso oramentria.
b) O RDC aplicvel exclusivamente a licitaes e contratos
necessrios realizao dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos de 2016; da Copa das Confederaes da Federao Internacional de
Futebol Associado (FIFA), em 2013, e da Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014, especialmente para a contratao de obras de
infraestrutura e de servios para os aeroportos das capitais dos
estados da Federao distantes at 300 km das cidades-sedes desses eventos; das aes integrantes do Programa de Acelerao do
Crescimento; de obras e servios de engenharia no mbito do Sistema nico de Sade e no dos sistemas pblicos de ensino.
c) Nas aquisies sob o RDC, o objeto da licitao deve ser definido
de forma clara e precisa no instrumento convocatrio, vedadas especificaes de marcas e modelos, bem como outras consideradas
excessivas, irrelevantes ou desnecessrias.
d) De acordo com o disposto na lei que institui o RDC, nos casos em
que o objeto da contratao possa ser executado de forma
concorrente e simultnea por mais de um contratado ou em que a mltipla execuo seja conveniente para atender administrao
pblica, esta poder contratar mais de uma empresa ou instituio para executar o mesmo servio, desde que tal procedimento no
implique perda de economia de escala.
e) De acordo com jurisprudncia do STJ, para a caracterizao do crime previsto no art. 89 da Lei n. 8.666/1993, imprescindvel a
comprovao do dolo especfico de fraudar a licitao, bem como de efetivo prejuzo ao errio.
A resposta letra E.
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Apesar de este ser o gabarito, registro que, no STJ, h precedentes
que no exigem o dolo especfico, como, por exemplo, o Recurso
Especial 200801049832 e HC 171152. Vejamos:
RECURSO ESPECIAL. CRIME PREVISTO NA LEI DE LICITAES.
EX-PREFEITO. PRESTAO DE SERVIOS DE RADIODIFUSO.
INEXIGIBILIDADE DE LICITAO. VALOR SUPERIOR AO
PREVISTO NA NORMA REGULADORA. DOLO ESPECFICO.
PRESCINDIBILIDADE. SUPERVENINCIA DA LEI N 9.648/98.
IRRELEVNCIA. RECURSO DESPROVIDO 1. No cabe a
declarao de inexigibilidade do processo licitatrio quando h a
comprovao de que vivel a competio, configurando-se o
crime do art. 89 da Lei n 8.666/93 com a mera declarao do
agente de que o certame seria invivel, sendo irrelevante a
inexistncia de dolo especfico em causar leso ao errio.
HABEAS CORPUS. DISPENSA DE LICITAO FORA DAS
HIPTESES LEGAIS. ART. 89, DA LEI N 8.666/93.
COMPROVAO DE DOLO ESPECFICO OU PREJUZO
ADMINISTRAO. DESNECESSIDADE. 1. Segundo a iterativa
jurisprudncia desta Casa de Justia, o crime previsto no art.
89, da Lei n 8.666/93 de mera conduta, no havendo a
exigncia, para sua caracterizao, da comprovao do
dolo especfico de fraudar o errio ou de causar prejuzo
Administrao. Precedentes.
Esse um precedente de Turma. Esclareo, todavia, que a Corte
Especial se manifestou pela necessidade de dolo especfico, da a
correo da alternativa.
Em idntica trilha, para o STF, existe a necessidade da inteno de
produzir um prejuzo aos cofres pblicos por meio do afastamento
indevido da licitao [dolo especfico]. Vejamos:
Ao Penal. Ex-prefeito municipal. Atualmente, deputado
federal. Dispensa ou inexigibilidade de licitao fora das
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hipteses previstas em lei (Art. 89, da Lei n 8.666/93).
Ausncia do elemento subjetivo do tipo. Pedido julgado
improcedente, com a absolvio do ru com fundamento no art.
386, V, do Cdigo de Processo Penal.
1. Consoante posicionamento jurisprudencial dessa Colenda
Corte Constitucional, a competncia penal originria do STF por
prerrogativa de funo advinda da investidura de sujeito ativo
de um delito, no curso do processo, em uma das funes
descritas no art. 102, I, alneas b e c, da CF/88 no acarreta
a nulidade da denncia oferecida, nem dos atos processuais
praticados anteriormente perante a justia competente poca
dos fatos. Precedentes.
2. No restou demonstrada a vontade livre e
conscientemente dirigida a superar a necessidade de
realizao da licitao. Pressupe o tipo, alm do
necessrio dolo simples (vontade consciente e livre de
contratar independentemente da realizao de prvio
procedimento licitatrio), a inteno de produzir um
prejuzo aos cofres pblicos por meio do afastamento
indevido da licitao. 3. O simples fato de aparecer o
denunciado, nominalmente, como responsvel pelo convnio,
sem demonstrao de sua cincia de que servios outros
complementares tenham sido contratados sem a devida
observncia do procedimento licitatrio adequado, no conduz
automaticamente tipificao do ilcito que lhe imputado,
hiptese em que se estaria adentrando no campo da
responsabilidade objetiva. 4. Ao penal julgada
improcedente. (AP 527, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI,
Tribunal Pleno, julgado em 16/12/2010, DJe-063 DIVULG 01-
04-2011 PUBLIC 04-04-2011 EMENT VOL-02495-01 PP-00087)
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, a disponibilidade oramentria no se confunde com a financeira (de caixa). Nos termos da Lei 8.666, de 1993, faz-se
necessria a existncia de crdito oramentrio disponvel. Para a execuo das despesas pblicas, h vrias fases a serem cumpridas,
e, s depois da liquidao, que surge para o Estado o dever de
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efetivar o pagamento, quando se exigir a previso de recursos
pblicos.
Na letra B, inicialmente, as regras simplificadas dirigiram-se s
contrataes de bens e servios para a Copa das Confederaes
(2013), Copa do Mundo (2014) e Jogos Olmpicos (2016). Vejamos:
Art. 1o institudo o Regime Diferenciado de Contrataes
Pblicas (RDC), aplicvel exclusivamente s licitaes e
contratos necessrios realizao:
I - dos Jogos Olmpicos e Paraolmpicos de 2016, constantes da
Carteira de Projetos Olmpicos a ser definida pela Autoridade
Pblica Olmpica (APO); e
II - da Copa das Confederaes da Federao Internacional de
Futebol Associao - Fifa 2013 e da Copa do Mundo Fifa 2014,
definidos pelo Grupo Executivo - Gecopa 2014 do Comit
Gestor institudo para definir, aprovar e supervisionar as aes
previstas no Plano Estratgico das Aes do Governo Brasileiro
para a realizao da Copa do Mundo Fifa 2014 - CGCOPA 2014,
restringindo-se, no caso de obras pblicas, s constantes da
matriz de responsabilidades celebrada entre a Unio, Estados,
Distrito Federal e Municpios;
III - de obras de infraestrutura e de contratao de servios
para os aeroportos das capitais dos Estados da Federao
distantes at 350 km (trezentos e cinquenta quilmetros) das
cidades sedes dos mundiais referidos nos incisos I e II.
Observao: a Autoridade Pblica Olmpica consrcio pblico
de Direito Pblico, sob a forma de autarquia em regime
especial. O Protocolo de Intenes firmado entre a Unio,
Estado do RJ e Municpio do RJ foi ratificado, na esfera federal,
pela Lei 12.396, de 2011.
Apesar de a Lei ter sido editada pela Unio, dentro de sua
competncia privativa de legislar sobre normas gerais em matria
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de licitaes e contratos (norma, a priori, vlida para todos os entes
polticos e suas Administraes), o RDC no extensvel, na
matria dos incisos I a III, a todos os entes da Federao.
Perceba, na leitura do inc. III, que a Lei pode alcanar, conforme o
caso, Estados da Federao distantes at 350 km das cidades sedes
dos mundiais.
Ademais, esclarea-se que o RDC no obrigatrio para a
construo de estdios, aeroportos e obras de infraestrutura. Isto ,
a Administrao Pblica pode, por convenincia, utilizar-se da Lei
de Concesses de Servios Pblicos (a Lei 8.987, de 1995), da Lei
8.666, de 1993, ou, ainda, da Lei da Parceria Pblico-Privada.
Acrescenta-se que as particularidades do RDC, por serem
desburocratizantes, notadamente gerenciais (eficientes), foram,
recentemente, estendidas a objetos diversos dos esportes. Vejamos:
Art. 1o institudo o Regime Diferenciado de Contrataes
Pblicas (RDC), aplicvel exclusivamente s licitaes e contratos necessrios realizao:
(...)
IV - das aes integrantes do Programa de Acelerao do Crescimento (PAC)
V - das obras e servios de engenharia no mbito do Sistema
nico de Sade - SUS.
H dois erros, portanto, a distncia de 350 km, e a banca menciona 300 km. E no h meno, perceba, a obras e servios de engenharia
para os sistemas pblicos de ensino.
Na letra C, na elaborao do instrumento convocatrio, a
Administrao poder indicar a Marca ou Modelo (princpio da padronizao). Vejamos:
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Art. 7o No caso de licitao para aquisio de bens, a
administrao pblica poder:
I - indicar marca ou modelo, desde que formalmente justificado, nas seguintes hipteses:
a) em decorrncia da necessidade de padronizao do objeto;
b) quando determinada marca ou modelo comercializado por
mais de um fornecedor for a nica capaz de atender s necessidades da entidade contratante; ou
c) quando a descrio do objeto a ser licitado puder ser melhor
compreendida pela identificao de determinada marca ou modelo aptos a servir como referncia, situao em que ser
obrigatrio o acrscimo da expresso ou similar ou de melhor qualidade;
Na letra D, relativamente s contrataes simultneas, o art. 11 do RDC prev que a Administrao Pblica poder, mediante
justificativa expressa (da a incorreo), contratar mais de uma empresa ou instituio para executar o mesmo servio,
desde que no implique perda de economia de escala, quando:
I - o objeto da contratao puder ser executado de forma
concorrente e simultnea por mais de um contratado; ou
II - a mltipla execuo for conveniente para atender
administrao pblica.
A Lei veda as contrataes simultneas para servios de engenharia.
Na esfera federal, o Decreto 7.581, de 2011, estendeu a vedao
para as obras. Todavia, esse Decreto no se aplica s demais
entidades federativas. Logo, para efeito de prova, voc deve observar
o comando da questo ou contedo do enunciado, e verificar se h ou
no meno ao Decreto, pois, se ausente registro, siga a Lei, a
qual veda apenas para servios de engenharia.
Fica o registro de que as contrataes simultneas so, na
verdade, forma de parcelamento, conforme previsto no art. 15, IV, e
1 e 2 do art. 23 da Lei 8.666, de 1993.
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Questo 9: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
Em relao aos servidores pblicos, considerando a jurisprudncia
dos tribunais superiores e as disposies da Lei n. 8.112/1990, assinale a opo correta.
a) De acordo com jurisprudncia do STJ, no possvel o aproveitamento, para fins de incorporao de quintos, do tempo de
servio cumprido sob o regime celetista por ex-empregado pblico
reintegrado em cargo pblico sob o regime estatutrio em razo da extino da empresa pblica em que trabalhava.
b) Consoante a jurisprudncia do STJ, o pedido de exonerao, de ofcio, por servidor pblico, de um dos cargos que acumule
indevidamente, no curso de processo administrativo disciplinar
instaurado para apurao da acumulao ilegal de cargos, implica a extino do processo por falta do objeto.
c) Segundo a jurisprudncia do STJ, deve-se observar o teto constitucional para a remunerao de servidores pblicos mesmo na
hiptese de acumulao de proventos por servidor aposentado em
decorrncia do exerccio legal de dois cargos privativos de profissionais de sade.
d) Consoante a jurisprudncia do STJ e do STF, os servidores inativos que reingressaram no servio pblico antes da promulgao da
Emenda Constitucional n. 20/1998 podem perceber tanto os
proventos da aposentadoria como os vencimentos do novo cargo pblico, independentemente de os cargos serem ou no acumulveis;
no entanto, o servidor que entrar para inatividade em relao ao novo cargo no poder acumular os dois proventos decorrentes da
aposentadoria, devendo optar por um deles.
e) Servidor demitido ilegalmente deve ser reintegrado ao cargo por ele anteriormente ocupado, e o atual ocupante do cargo, se for
servidor no estvel, dever ser posto em disponibilidade, com direito percepo de vencimentos proporcionais, at que surja novo cargo
em que seja lotado.
A resposta letra D.
O posicionamento dos Tribunais Superiores, na verdade, quanto
vedao de cumulao de proventos, por no serem os cargos
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acumulveis na atividade. que a EC 20, de 1998, em suas regras
transitrias, admitiu que os servidores inativos percebessem os proventos da aposentao com a remunerao do cargo pblico.
Vejamos o teor da Emenda:
Art. 11 - A vedao prevista no art. 37, 10, da Constituio Federal, no se aplica aos membros de poder e aos inativos,
servidores e militares, que, at a publicao desta Emenda, tenham ingressado novamente no servio pblico por concurso
pblico de provas ou de provas e ttulos, e pelas demais formas previstas na Constituio Federal, sendo-lhes proibida a
percepo de mais de uma aposentadoria pelo regime de previdncia a que se refere o art. 40 da Constituio Federal,
aplicando-se-lhes, em qualquer hiptese, o limite de que trata
o 11 deste mesmo artigo.
Os demais itens esto incorretos. Abaixo:
Na letra A, no um item trivial. Para o STJ, o art. 100 da Lei
8.112, de 1990, abre espao interpretativo para o aproveitamento do tempo de servio sob o regime celetista de empresa estatal, para fins
de incorporao de quintos. A incorporao, todavia, ocorrer se houve a converso do regime celetista em estatutrio, ou quando da
extino da empresa em que trabalhava soo o vnculo celetista (Recurso Especial 1.288.380-DF, de 2012).
Na letra B, nos termos da Lei 8.112, de 1990, em caso de acumulao ilcita, ser aberto prazo para a opo pelo servidor. Uma
vez optado por um dos cargos, no h razo para a abertura de
processo administrativo disciplinar de rito sumrio ou simplificado. Todavia, uma vez instaurado o PAD, e vencida a etapa da defesa, o
pedido de exonerao no acarreta a perda do objeto do processo administrativo, que poder, conforme o caso, acarretar a demisso
no servio pblico. Acrescento que a banca incorreu em outra impropriedade ao mencionar o pedido de exonerao, de ofcio, por servidor. Ou a exonerao foi a pedido ou de ofcio. A de ofcio por ato da Administrao. No existe exonerao a pedido de ofcio.
Na letra C, no um item trivial. Para o STJ (RMS 38.682), a
acumulao de proventos de servidor aposentado em decorrncia do
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exerccio cumulado de dois cargos de profissionais da rea de sade
legalmente exercidos, nos termos autorizados pela CF, no se
submete ao teto constitucional, devendo os cargos ser
considerados isoladamente para esse fim.
Sabe-se que, depois da EC n. 41/2003, todas as remuneraes dos
servidores pblicos, inclusive os proventos e penses, sujeitam-
se aos limites do art. 37, XI, da CF, de 1988.
Ocorre que a EC, ao dar nova vigncia do art. 17 do ADCT,
assegurou, expressamente, o exerccio cumulativo de dois cargos ou
empregos privativos de profissionais de sade. Logo, o artigo
excepciona o teto remuneratrio nos casos de acumulao de
cargos dos profissionais de sade, devendo tais cargos ser
considerados isoladamente para esse fim. Vejamos:
Art. 17. Os vencimentos, a remunerao, as vantagens e os
adicionais, bem como os proventos de aposentadoria que
estejam sendo percebidos em desacordo com a Constituio
sero imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes,
no se admitindo, neste caso, invocao de direito adquirido ou
percepo de excesso a qualquer ttulo. (Vide Emenda
Constitucional n 41, 19.12.2003)
(...)
2 - assegurado o exerccio cumulativo de dois cargos ou
empregos privativos de profissionais de sade que estejam
sendo exercidos na administrao pblica direta ou indireta.
Na letra E, dispe o 2 do art. 41 da CF:
2 Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor estvel, ser ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga,
se estvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remunerao proporcional ao tempo de
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servio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de
1998)
O gripo no consta do original. Serve-nos para esclarecer que o direito reconduo, disponibilidade, e, eventual, aproveitamento
para servidores ESTVEIS.
Questo 10: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
luz da jurisprudncia dos tribunais superiores, assinale a opo
correta em relao ao controle dos atos da administrao pblica e a servidores pblicos.
a) Segundo jurisprudncia do STF, entidades da administrao
pblica direta podem adotar, para contratao de pessoal, tanto o regime estatutrio quanto o regime celetista, conforme a
complexidade do cargo a ser ocupado.
b) No admitida a acumulao de proventos de duas aposentadorias decorrentes do exerccio de um cargo de professor e
do de um cargo tcnico ou cientfico.
c) Segundo entendimento do STF, o candidato aprovado em concurso pblico tem direito lquido e certo de ser nomeado no apenas em
relao s vagas especificadas no edital de abertura do concurso, mas tambm em relao s que surjam em decorrncia da vacncia
de cargos no perodo de vigncia do certame.
d) Segundo entendimento do STF, no podem os estadosmembros elaborar lei que estabelea normas permissivas de interferncias nas
relaes jurdico-contratuais firmadas entre o poder pblico concedente, federal ou municipal, e as empresas concessionrias de
servios pblicos, ainda que alegadamente no exerccio de sua competncia concorrente subsidiria para legislar sobre consumo e
responsabilidade por dano causado ao consumidor do servio prestado por essas empresas.
e) Segundo entendimento do STF, constitucional o estabelecimento
de limite de idade em concurso para ingresso nas Foras Armadas, desde que tal restrio esteja condicionada edio de lei, conforme
expressa disposio constitucional, admitindo-se, at a edio da referida lei, previso de tal restrio no edital do concurso, de forma
que seu estabelecimento por meio de ato administrativo no configura desrespeito ao princpio constitucional da ampla
acessibilidade aos cargos pblicos.
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A resposta letra D.
Os precedentes do STF sinalizam que os Estados-membros no
podem elaborar normas permissivas de interferncias nas relaes jurdico-contratuais firmadas entre o poder pblico concedente,
federal ou municipal, e as empresas concessionrias de servios pblicos (ADI 3.729).
Por exemplo, a Lei 11.260, de 2002, do Estado de SP, proibia o corte de energia eltrica por falta de pagamento. Nesse caso, no cabe o
argumento de que se defende o consumidor. Usurpa-se a competncia privativa da Unio, nos termos do art. 21, XII, b, e 22, IV, da CF.
Quanto ao fornecimento de gua, h a ADI 2.337, em que se reconheceu a invaso da competncia privativa dos Municpios (art.
30, I e V).
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, na ADI 2135, o STF, cautelarmente, suspendeu a
aplicabilidade do caput do art. 39 da CF, de 1988, o qual garantia a flexibilidade na adoo do regime jurdico. Com a cautelar, revigorou-
se a antiga redao, e, portanto, a adoo do regime jurdico nico. Logo as entidades da Administrao Direta e Indireta (de Direito
Pblico) s podem adotar o regime estatutrio. Obviamente, vista da natureza ex nunc (no retroativo), foram mantidas as
contrataes efetuadas sob o regime celetista.
Na letra B, a CF, de 1988, veda, de regra, a acumulao de dois proventos de aposentadoria, ressalva, no entanto, a acumulao se
os cargos so, na atividade, acumulveis. Portanto, admitida a acumulao de proventos de duas aposentadorias decorrentes do
exerccio de um cargo de professor e do de um cargo tcnico ou cientfico, pois so cargos acumulveis na atividade.
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Na letra C, o recente entendimento do STF reconhece ao candidato
aprovado em concurso pblico direito lquido e certo de ser nomeado, porm em relao s vagas especificadas no edital de abertura do
concurso. As vagas que surjam depois do Edital no foram objeto da
concorrncia, e, por isso, no h direito nomeao.
Na letra E, o STF reconheceu a inconstitucionalidade de limite de
idade em concurso pblico para ingresso nas Foras Armadas. Para o STF, o veculo hbil para restringir o acesso s Foras Armadas a
LEI.
Questo 11: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
Com relao ACP e ao de improbidade administrativa, assinale
a opo correta.
a) Segundo entendimento jurisprudencial do STJ, vedada a propositura de ACP cujo fundamento seja a prtica de ato de
improbidade administrativa, a despeito da natureza difusa do interesse tutelado.
b) Praticado ato de improbidade administrativa que importe
enriquecimento ilcito, o responsvel estar sujeito s seguintes cominaes: perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimnio; ressarcimento integral do dano, quando houver; perda da funo pblica; suspenso dos direitos polticos por perodo de oito a
dez anos; pagamento de multa civil de at trs vezes o valor do acrscimo patrimonial; e proibio de contratar com o poder pblico
ou receber benefcios ou incentivos fiscais ou creditcios, direta ou indiretamente, ainda que por intermdio de pessoa jurdica da qual
seja scio majoritrio, pelo prazo de dez anos, sendo apenas a perda
da funo pblica e a suspenso dos direitos polticos efetivadas s com o trnsito em julgado da sentena condenatria.
c) Uma associao, para propor ACP, deve estar constituda h pelos menos dois anos, devendo o ajuizamento da ao ocorrer no local
onde a entidade esteja regularmente registrada, segundo a regra de
competncia territorial vigente.
d) Decorre de entendimento jurisprudencial do STJ a vedao
propositura de ACP para veicular pretenso contra fundos de natureza institucional cujos beneficirios possam ser individualmente
determinados.
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e) Dada a necessidade de garantir a incolumidade do patrimnio
pblico, a Lei de Improbidade Administrativa autoriza a realizao de transao entre o autor do ato de improbidade e o MP.
A resposta letra B.
Abaixo, um quadro-resumo das consequncias pela prtica de atos de improbidades:
SANES PELA PRTICA DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Enriquecimento
Ilcito
Prejuzo ao
errio
Leso a
princpios
Ressarcimento
ao errio Aplicvel Aplicvel Aplicvel
Perda da
Funo Pblica Aplicvel Aplicvel Aplicvel
Suspenso dos direitos
Polticos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos
Perda dos Bens acrescidos
ilicitamente
Deve ser
aplicada
Pode ser
aplicada
Pode ser
aplicada
Multa civil
At trs vezes o
valor do acrscimo
patrimonial
At duas vezes
o valor do
dano
At 100 vezes
a remunerao
do cargo
Proibio de
contratar com
o Poder Pblico
SIM (por 10
anos)
SIM (por cinco
anos)
SIM (por trs
anos)
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Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, costume o ajuizamento de aes civis pblicas para o
combate da improbidade administrativa.
Na letra C, a Lei da ACP fixa o prazo de constituio em, pelo
menos, um ano. Ademais, no h, na Lei, previso de que a ao seja ajuizada onde a entidade esteja regularmente registrada.
Vejamos:
Art. 5o Tm legitimidade para propor a ao principal e a ao cautelar: (Redao dada pela Lei n 11.448, de 2007).
(...)
V - a associao que, concomitantemente: (Includo pela Lei n 11.448, de 2007).
a) esteja constituda h pelo menos 1 (um) ano nos termos da
lei civil; (Includo pela Lei n 11.448, de 2007).
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteo ao meio ambiente, ao consumidor, ordem econmica, livre
concorrncia ou ao patrimnio artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico. (Includo pela Lei n 11.448, de 2007).
Na letra D, nos termos do pargrafo nico do art. 1 da Lei da ACP,
no ser cabvel ao civil pblica para veicular pretenses que envolvam tributos, contribuies previdencirias, o Fundo de Garantia
do Tempo de Servio - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficirios podem ser individualmente
determinados.
Na letra E, a Lei de Improbidade veda, expressamente, a celebrao
de transao, haja vista o interesse pblico em jogo, de natureza indisponvel.
Questo 12: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
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Assunto:
De acordo com a CF e a jurisprudncia dos tribunais superiores
quanto ao direito administrativo regulador, ao controle dos atos da administrao, s formas de interveno do Estado na propriedade e
aos servidores pblicos, assinale a opo correta.
a) Seria inconstitucional norma editada por estado da Federao autorizando a contratao de pessoal para atender a necessidade
temporria de excepcional interesse pblico nas reas de sade, educao e assistncia jurdica de competncia especfica de rgos
autnomos, autarquias e fundaes pblicas desprovidos de quadro prprio de pessoal e de tcnicos especializados no mbito de projetos
especiais institudos por ato do chefe do Poder Executivo.
b) Segundo o entendimento do STF, o termo a quo do prazo de cinco anos para que o TCU examine a legalidade dos atos concessivos de
aposentadorias, reformas e penses conta-se a partir do efetivo afastamento do servidor do servio em razo da aposentadoria, em
virtude da necessidade de se garantir a segurana jurdica.
c) De acordo com a CF, o Estado, como agente normativo e regulador da atividade econmica, exerce as funes de fiscalizao, incentivo e
prestao de servio pblico.
d) Em decorrncia da servido administrativa, o poder pblico est autorizado a usar a propriedade imvel para a execuo de obras e
servios pblicos, podendo os municpios instituir servides em imveis estaduais e estes em imveis federais, bem com o inverso,
desde que haja autorizao legislativa.
e) Considere que determinado servidor pblico, demitido administrativamente, tenha, posteriormente, sido reintegrado no
cargo por ele ocupado originariamente, tendo sido instaurado processo administrativo para proceder sua reintegrao, e que o
presidente da Repblica tenha, ento, determinado a imediata reintegrao desse servidor e a exonerao do servidor em estgio
probatrio que estava ocupando seu cargo. Nesse caso, o servidor exonerado pode interpor recurso administrativo contra a deciso que
o exonerou.
A resposta letra A.
a) Seria inconstitucional norma editada por estado da Federao
autorizando a contratao de pessoal para atender a necessidade
temporria de excepcional interesse pblico nas reas de sade, educao e assistncia jurdica de competncia especfica de rgos
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autnomos, autarquias e fundaes pblicas desprovidos de quadro
prprio de pessoal e de tcnicos especializados no mbito de projetos especiais institudos por ato do chefe do Poder Executivo.
Os demais itens esto incorretos. Abaixo:
Na letra B, na Smula Vinculante 3, o STF reconheceu a desnecessidade de o TCU garantir contraditrio e ampla defesa no ato
inicial de registro de aposentadorias, penses e reformas. Porm,
com base no primado da Segurana Jurdica, o STF amenizou essa regra, para determinar a observncia do contraditrio quando entre a
data da aposentao e registro do TCU distar mais de 5 anos. E, mais recentemente, o STF fixou entendimento bem mais interessante. O
contraditrio no TCU deve-se ao fato da inrcia do Tribunal em examinar a legalidade do ato inicial de registro. Por isso, o termo
inicial (a quo) do prazo de 5 anos conta-se a partir da data de chegada do processo administrativo na prpria Corte de Contas. Nada
mais lgico, pois, antes de ingressar no TCU, a inrcia no pode ser imputada Corte de Contas.
Na letra C, a interveno do Estado na ordem econmica d-se de
forma direta ou indireta. A forma direta d-se, por exemplo, por intermdio das entidades empresariais do Estado (CEF, BB, por
exemplo). A forma indireta na qualidade de agente normativo e regulador. Nesse caso, o Estado exerce as funes de fiscalizao,
incentivo e normatizao, no sendo executor direto dos servios pblicos.
Na letra D, a instituio de servides segue o princpio da
preponderncia de interesse. A Unio pode instituir servides administrativas em todos os bens imveis particulares e pblicos,
sejam estes estaduais ou municipais. Os Estados podem instituir sobre os bens de seus municpios. Mas o inverso no verdadeiro,
no pode o municpio instituir servido em bens federais ou estaduais.
Na letra E, dispe o 2 do art. 41 da CF:
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2 Invalidada por sentena judicial a demisso do servidor
estvel, ser ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estvel, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a
indenizao, aproveitado em outro cargo ou posto em
disponibilidade com remunerao proporcional ao tempo de servio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 19, de
1998)
Logo, possvel a exonerao do servidor no estvel. E sendo a
exonerao ato no punitivo, no caber interposio de recurso.
Questo 13: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
luz da jurisprudncia dos tribunais superiores, assinale a opo
correta acerca de bens pblicos, processo administrativo, servios pblicos, controle dos atos da administrao e PPPs.
a) Conforme a jurisprudncia do STJ, plausvel a exigncia de
avaliao psicolgica por meio de instrumento normativo-regulamentar de carter abstrato e geral, se for revestida de carter
objetivo e recorrvel.
b) Tratando-se de PPPs, a norma que regula as competncias do rgo gestor de carter geral, aplicando-se, portanto, Unio, aos
estados, aos municpios e ao DF.
c) De acordo com a jurisprudncia do STF, no so bens da Unio as terras onde se localizavam os aldeamentos indgenas extintos antes
da Constituio de 1891, de domnio dos estados-membros.
d) Como o STF entende ser de cinco anos o prazo decadencial para que a administrao reveja seus atos, consubstancia ilegalidade
rebatvel por meio de mandado de segurana a edio de portaria para a instaurao de procedimento preliminar de reviso,
considerando-se a coisa julgada administrativa.
e) Segundo a jurisprudncia do STJ, quando h corte de energia eltrica por parte da concessionria de servio pblico, o dano moral
presumido, ou seja, in ren ipsa, sendo prescindvel, portanto, a comprovao de prejuzo sua honra objetiva.
A resposta letra C.
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O art. 20, inc. XI, da CF/1988 estabelece que as terras
tradicionalmente ocupadas pelos ndios so de propriedade da
Unio. Dispe o art. 231 da CF/1988:
1 - So terras tradicionalmente ocupadas pelos ndios as por eles habitadas em carter permanente, as utilizadas para suas
atividades produtivas, as imprescindveis preservao dos recursos ambientais necessrios a seu bem-estar e as
necessrias a sua reproduo fsica e cultural, segundo seus
usos, costumes e tradies.
Em tais reas, possvel o aproveitamento de recursos hdricos, bem como a pesquisa e a lavra das riquezas minerais. No entanto, caber
prvia autorizao do Congresso Nacional para que tais atividades sejam desempenhadas, ouvida a comunidade afetada, sendo-lhe
assegurada participao nos resultados.
No entanto, dispe a Smula 650 do STF:
Os incisos I e XI do art. 20 da CF no alcanam terras de
aldeamentos extintos, ainda que ocupadas por indgenas em passado remoto.
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, a jurisprudncia do STF bastante rica sobre o assunto,
por isso parece-nos suficiente a interpretao da Smula 686 do STF:
S por lei se pode sujeitar a exame psicotcnico a
habilitao de candidato a cargo pblico.
No h dvida: s a LEI pode exigir exames psicotcnicos, e no
atos normativo-regulamentares, como, por exemplo, Editais. Para
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o STJ, a exigncia de psicotcnicos demanda a observncia de trs
fatores [RMS 29087]:
- Previso legal: no basta, por exemplo, a simples previso
em Edital;
- Cientificidade e objetividade dos critrios adotados: o que
afasta amadorismos de teste empregados sem qualquer rigor cientfico;
- Possibilidade de reviso do resultado obtido pelo
candidato: o direito de uma segunda opinio inerente natureza humana.
Na letra B, a Lei de PPP de natureza hbrida. Parte dela geral, enfim, aplicvel a todos os entes polticos (U, E, DF, e M). E parte
dela estritamente federal, ou seja, de aplicao restrita Unio.
As disposies alusivas ao rgo Gestor, por exemplo, so especficas para a Unio e no se estendem automaticamente aos demais
entes federados.
Na letra D, a Lei 8.112, de 1990, prev:
Art. 174. O processo disciplinar poder ser revisto, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofcio, quando se aduzirem fatos novos ou circunstncias suscetveis de justificar a inocncia do punido
ou a inadequao da penalidade aplicada.
Perceba que a reviso pode ocorrer a qualquer tempo. Logo no h ilegalidade na edio de Portaria.
Na letra E, dano presumido? E moral? imprescindvel a comprovao de situao vexatria, humilhante, enfim, prejuzo
honra objetiva.
Questo 14: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
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Assinale a opo correta sobre prescrio, bens pblicos, interveno
do Estado no domnio econmico, contratos administrativos e concesso de servios pblicos.
a) A lei de regncia admite a subconcesso, nos termos previstos no
contrato de concesso, bastando, para isso, que o poder concedente seja notificado.
b) Conforme disposto no Decreto n. 20.910/1932, a citao inicial
interrompe a prescrio, quando, por qualquer motivo, o processo tiver sido anulado.
c) Segundo a lei de regncia, a locao de bens imveis da Unio,
sendo de interesse pblico secundrio, deve ser feita mediante contrato, firmado conforme as disposies da Lei de Locaes.
d) Tratando-se de desapropriao por utilidade pblica, alegada a
urgncia, que no pode ser renovada, fica o expropriante obrigado a requerer a imisso provisria dentro do prazo improrrogvel de cento
e oitenta dias.
e) O contratado responsvel pelos danos causados diretamente a terceiros ou administrao decorrentes de sua culpa ou dolo na
execuo do contrato. Essa responsabilidade no se exclui nem se reduz se tiver havido fiscalizao ou acompanhamento pelo rgo
interessado.
A resposta letra E.
Dispe o art. 25 da Lei 8.987, de 1995:
Art. 25. Incumbe concessionria a execuo do servio concedido, cabendo-lhe responder por todos os prejuzos
causados ao poder concedente, aos usurios ou a terceiros,
sem que a fiscalizao exercida pelo rgo competente exclua ou atenue essa responsabilidade.
1o Sem prejuzo da responsabilidade a que se refere este artigo, a concessionria poder contratar com terceiros o
desenvolvimento de atividades inerentes, acessrias ou
complementares ao servio concedido, bem como a implementao de projetos associados.
2o Os contratos celebrados entre a concessionria e os terceiros a que se refere o pargrafo anterior reger-se-o pelo
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direito privado, no se estabelecendo qualquer relao jurdica
entre os terceiros e o poder concedente.
3o A execuo das atividades contratadas com terceiros pressupe o cumprimento das normas regulamentares da
modalidade do servio concedido.
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, a subconcesso parcial admitida, desde que prevista no
Edital, no contrato, e com autorizao do Poder Concedente. Alm disso, caber a realizao de concorrncia para a escolha do
particular. E, para a doutrina, o procedimento de licitao tanto poder ser realizado pelo Poder Concedente como pela
concessionria, a depender, neste caso, de previso contratual.
Na letra B, nos termos do Decreto, a citao inicial no interrompe a prescrio quando, por qualquer motivo, o processo tenha sido
anulado.
Na letra C, a banca aqui se apoiou no vetusto Decreto-Lei 9.760, de 1946. Vejamos:
Art. 87. A locao de imveis da Unio se far mediante contrato, no ficando sujeita a disposies de outras leis
concernentes locao.
Na letra D, vejamos, abaixo, o significado de imisso provisria na posse.
Para Celso Antnio:
a transferncia da posse do bem objeto da expropriao
para o expropriante, j no incio da lide, obrigatoriamente
concedida pelo juiz, se o Poder Pblico declarar urgncia
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e depositar em juzo, em favor do proprietrio,
importncia fixada segundo critrio previsto em lei.
A imisso , induvidosamente, ato de imprio do Estado. Perceba que
o juiz no pode discordar. Isso mesmo. Observados os requisitos da
Lei, haver a transferncia da posse (oi l, posse e no
propriedade).
Segundo o Decreto-lei 3.365/vov-mocinha (1941), so necessrios
os seguintes requisitos:
- alegao de urgncia, seja no prprio ato expropriatrio,
ou, a qualquer momento, no curso do processo judicial. Para o
STF, no cabvel se o processo judicial tiver sido julgado;
- depsito da quantia fixada segundo critrio previsto em lei;
- imisso requerida no prazo de 120 dias da alegao de
urgncia (PERCEBA QUE A BANCA MENCIONOU,
INDEVIDAMENTE, 180 DIAS);
- por fim, h necessidade de a imisso provisria ser
registrada no registro de imveis (Lei 11.977, de 2009).
Questo 15: CESPE - JF TRF5/TRF 5/2013
Assunto:
No que concerne a bens pblicos, atos administrativos, processo administrativo e controle da administrao, assinale a opo correta
com base na doutrina majoritria e na jurisprudncia dos tribunais superiores.
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a) Segundo entendimento doutrinrio no que se refere aos efeitos
atpicos do ato administrativo, so considerados efeitos prodrmicos os que atingem terceiros no objetivados pelo ato administrativo.
b) De acordo com a doutrina, so considerados elementos do ato
administrativo apenas o contedo e a forma os elementos internos formadores do todo , devendo os demais ser designados como requisitos extrnsecos ou pressupostos, os quais se classificam em pressupostos de existncia e de validade.
c) Segundo a jurisprudncia do STF, cargos com atribuies
eminentemente tcnicas podem ser preenchidos por funcionrios pblicos no concursados, ocupantes de cargos em comisso de livre
nomeao e exonerao.
d) Os registros de propriedade particular de imveis situados em terrenos de marinha so oponveis Unio.
e) Se determinada empresa madeireira tiver sido autuada em
4/1/2005 pela prtica de infrao ambiental, a prescrio da pretenso da administrao pblica de promover a execuo da multa
por essa infrao ter ocorrido em 3/1/2010.
O gabarito preliminar foi letra B. No entanto, por divergncia doutrinria, optou-se pela anulao.
Para Celso Antnio Bandeira de Mello, so considerados elementos do ato administrativo apenas o contedo e a forma - os elementos
internos formadores do todo -, devendo os demais ser designados como requisitos extrnsecos ou pressupostos, os quais se classificam
em pressupostos de existncia e de validade.
Ocorre que esse entendimento do autor Celso Antnio. Para Maria Sylvia e Hely Lopes, por exemplo, os elementos do ato administrativo
so: competncia, finalidade, forma, motivo e objeto. Ou seja, no h uniformidade na doutrina sobre os elementos ou requisitos dos atos
administrativos. Por isso, acertadamente, a banca optou pela anulao.
Os demais itens esto incorretos. Vejamos:
Na letra A, so efeitos atpicos: os reflexos e os prodrmicos.
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Os efeitos prodrmicos so aqueles desencadeados durante o
perodo que vai da edio do ato at a deflagrao de seus efeitos
tpicos, existindo enquanto permanecer a situao de pendncia do
ato.
Por exemplo: o servidor pblico to logo aposentado pelo
Ministrio X passa a receber proventos. A aposentadoria tem
o efeito tpico de acarretar a vacncia do cargo e passar o
servidor para a inatividade, quando perceber proventos.
Porm, esse ato de aposentao no est perfeito, no
completou todo o seu ciclo de formao. No caso, sofrer
controle, a posteriori, pelo Tribunal de Contas da Unio (TCU).
Os efeitos reflexos ou indiretos so aqueles que repercutem
perante terceiros no contemplados pelo ato, isto , atingem pessoas
estranhas relao jurdica que se trava entre a Administrao e o
sujeito passivo do ato.
Por exemplo: a Unio desapropria bem imvel de titularidade
do particular X. Esse particular tinha o imvel locado para Y.
Como reflexo da desapropriao, o contrato de locao ser
encerrado. Enfim, no efeito tpico da desapropriao
encerrar o contrato de locao.
Na letra C, a CF, de 1988, dispe que os cargos comissionados so
os de chefia, direo e assessoramento. Na viso do STF, inconstitucional o provimento de cargos tcnicos por comissionados,
por configurar burla ao princpio do concurso pblico.
Na letra D, dispe a Smula 496 do Superior Tribunal de Justia:
Os registros de propriedade particular de imveis situados em
terrenos de marinha no so oponveis Unio.
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Ou seja, ainda que o particular tenha um imvel com propriedade
estabelecida em Registro de Imveis, no ser considerado
proprietrio em oposio Unio, quando se tratar de terreno de
marinha.
Na letra E, dispe o Decreto-Lei 20.910, de 1932:
Art. 1 As dvidas passivas da Unio, dos Estados e dos
Municpios, bem assim todo e qualquer direito ou ao contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua
natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem.
E dispe a Lei 9.873/1999:
Art. 1 Prescreve em cinco anos a ao punitiva da Administrao Pblica Federal, direta e indireta, no exerccio do
poder de polcia, objetivando apurar infrao legislao em vigor, contados da data da prtica do ato ou, no caso de
infrao permanente ou continuada, do dia em que tiver cessado.
Ocorre que, com a autuao, h a interrupo do prazo
prescricional, voltando a correr por inteiro.
Assim, como a madeireira foi autuada em 4/1/2005, a pretenso
executria da Administrao d-se no prazo de 5 anos. O prazo, em
anos, contado de data a data, logo h prescrio em 4/1/2010 e no em 3/1/2010.
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No que se refere ao processo administrativo, aos servios pblicos,
responsabilidade civil, ao SFH e interveno do Estado na propriedade privada, assinale a opo correta.
a) Segundo a jurisprudncia do STJ, legtimo o corte no
fornecimento de servios pblicos essenciais nos casos em que a inadimplncia do consumidor decorra de dbitos pretritos ou
originados de suposta fraude no medidor de consumo de energia apurada unilateralmente pela concessionria.
b) Considere a seguinte situao hipottica.
Jos, policial militar, estava prestando servio, em seu horrio de
folga, como se
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