anatomia digestiva
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE CUIABÁ
NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL
Fabiana Ramos dos Santos
Roberta Martin Gomes da Silva
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SUMÁRIO
UNIDADE I – NUTRIÇÃO ANIMAL......................................................................................3
INTRODUÇÃO .....................................................................................................................3
2. CLASSIFICAÇÃO DOS ANIMAIS DE ACORDO COM A ALIMENTAÇÃO ....................4
3. SISTEMA DIGESTÓRIO DOS ANIMAIS .........................................................................4
3. SISTEMA DIGESTÓRIO DOS MONOGÁSTRICOS ........................................................5 3.1.1 Sistema digestório dos suínos .................................................................................5 3.1.2 Sistema digestório das aves ....................................................................................7 3.1.3 Particularidades do sistema digestório dos eqüinos e coelhos ................................8
4. SISTEMA DIGESTIVO DOS RUMINANTES....................................................................9
5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................12
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UNIDADE I – NUTRIÇÃO ANIMAL
INTRODUÇÃO
A nutrição animal adequada visa atender a todos os nutrientes que os animais
exigem para que estes expressem todo o seu potencial produtivo. Atualmente, a
aplicação da nutrição animal deve obedecer regras bem definidas e baseadas em fatores
como: a ecologia (sustentabilidade ambiental), a qualidade (aceitabilidade e segurança
alimentar) e a responsabilidade (proteção humana, animal e ética).
Isso porque na alimentação animal intensiva, é cada dia mais comum a utilização
de aditivos na dieta dos animais que quando consumidos, podem causar efeitos deletérios
à saúde humana, como o aparecimento de doenças e de infecções com microorganismos
resistentes aos antimicrobianos. Portanto, a sociedade está cada dia mais preocupada
com a segurança dos alimentos que ingere e também com o bem estar animal. Por estes
motivos, os sistemas de criação e alimentação tem evoluído para atender as necessidades
dos animais e dos consumidores.
No sistema de produção agroecológico é constante a busca por alimentos
alternativos, isentos de contaminantes e que possam trazer um bom desempenho aos
animais e saúde ao consumidor de carnes e ovos. No entanto, cada espécie animal tem
características digestivas peculiares e para saber como o fornecimento de um alimento
poderá atuar sobre o desempenho do animal é necessário conhecer o funcionamento do
sistema digestivo de cada espécie.
Nesta apostila pretende-se apresentar de forma simples o sistema e o processo
digestivo de monogástricos e ruminantes com o objetivo de tornar os alunos capazes de
distinguir as diferenças digestivas entre as espécies e assim saber como alimentá-las
eficientemente.
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2. CLASSIFICAÇÃO DOS ANIMAIS DE ACORDO COM A ALIMENTAÇÃO De acordo com o tipo de alimentação, os animais classificam-se em :
A) Carnívoros.
São aqueles animais cuja alimentação é de origem animal. O cão e o gato são
carnívoros por excelência. O trato gastrointestinal é proporcionalmente curto em relação
ao comprimento do corpo (relação 1:5), sua alimentação consiste basicamente de
alimentos ricos em nutrientes de alta digestibilidade.
B) Herbívoros.
São aqueles animais cuja alimentação é de origem vegetal. Dentre estes,
destacam-se o cavalo, bovino, ovinos, caprinos e o coelho. Os herbívoros apresentam no
tubo digestivo segmentos ampliados (estômago, intestino grosso), que são particularmente
importantes para a decomposição dos componentes da parede celular (celulose,
hemicelulose, etc.)
C ) Onívoros
Os onívoros são colocados em posição intermediária, pois sua alimentação pode
ser tanto de origem vegetal quanto animal. O homem e o suíno são considerados
representantes desta classe. O trato gastrointestinal dos onívoros é consideravelmente
mais longo do que o dos carnívoros.
Nos animais carnívoros e onívoros, a digestão é basicamente química (enzimática).
O suíno adulto, em condições de campo, pode ter um pouco de digestão microbiana. Nos
herbívoros a digestão é microbiana e enzimática.
3. SISTEMA DIGESTÓRIO DOS ANIMAIS
Compreende o aparelho digestório (também chamado de trato gastrointestinal),
todos os órgãos, desde a boca até o ânus e algumas glândulas acessórias como as
glândulas salivares, fígado e pâncreas.
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De uma forma geral o trato gastrointestinal e suas glândulas acessórias tem três
funções fundamentais, nas quais os alimentos são transformadas em substâncias simples.
São elas:
- DIGESTÃO – consiste na quebra do alimentos para que possam ser aproveitados
pelo animal.
- ABSORÇÃO – após quebrados os alimentos são absorvidos pela parede intestinal
pelas fezes e excreta.
- EXCREÇÃO - e os resíduos não aproveitados eliminados.
De acordo com sistema digestório os animais podem ser considerados como
monogástricos ou ruminantes.
- Monogástricos: são os animais não ruminantes que apresentam um estômago simples
(mono=1 gastrico= digestão), com uma capacidade de armazenamento pequena e
portanto o fornecimento de alimentos deve ser constante. Existem monogástricos
carnívoros como o cão e o gato; herbívoros como o coelho e o cavalo; e onívoros como as
aves e os suínos.
- RUMINANTES: são mamíferos herbívoros que possuem vários compartimentos
gástricos, por isso também denominados de poligástricos. O estômago dos ruminantes
possuem quatro compartimentos o rúmen, retículo, omaso e abomaso.
O termo ruminantes vem do fato destes animais ruminarem, isto é, ingerem
rapidamente o alimento e após um período eles tornam a regurgitar o alimento para a
boca, onde ele é de novo mastigado e deglutido.
3. SISTEMA DIGESTÓRIO DOS MONOGÁSTRICOS
3.1.1 Sistema digestório dos suínos O sistema digestório dos suínos é composto pela boca, esôfago, estômago,
intestino delgado, intestino grosso e ânus. Possui ainda como acessórios os dentes,
glândulas salivares, fígado e pâncreas.
- Boca: contém quatro grupos acessórios:
1. Lábios – são responsáveis pela apreensão do alimento;
2. Língua – é responsável pela apreensão, mistura e deglutição do alimento além do
sentido do gosto;
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3. Dentes - são responsáveis apreensão e mastigação:
4. Glândulas salivares - três pares de glândulas que secretam a saliva que serve para
umedecer o alimento e facilitar o processo digestivo. A saliva também possui a enzima
amilase salivar qua auxilia no processo de digestão de carboidratos.
FIGURA 1. Sistema digestório dos suínos.
- Esôfago: Responsável pelas ondas peristálticas, ou seja, movimento muscular que leva
o alimento até o estômago.
- Estômago: É um órgão digestório oco, em forma de pêra. Estoca por algum tempo e
tritura mediante contrações musculares, o alimento ingerido. Secreta o suco gástrico
também conhecido como ácido clorídrico que auxilia na digestão das proteínas do
alimento.
- Intestino delgado: É um órgão subdivido em três seções: duodeno, jejuno e íleo.
Embora se pense que o processo digestivo ocorre no estômago, a maioria dos nutrientes
serão digeridos e absorvidos nas suas diferentes porções do intestino delgado.
- Intestino grosso: É composto pelo ceco, cólon e reto. O ceco e cólon normalmente será
bem desenvolvido em monogástricos herbívoros como o cavalo e coelho. O intestino
grosso é considerado como câmara de fermentação microbiana, pos nesta porção do
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intestino tem uma grande quantidade de microrganismos que realizam a digestão dos
alimentos fibrosos e síntese de vitaminas K e algumas do complexo B. Também nesta
porção do intestino ocorrerá a reabsorção da água dos alimentos e formação das fezes.
Com relação ás glândulas acessórias temos ainda:
- O fígado contribui para a síntese de bile, necessária à emulsificão das gorduras e
absorção de compostos lipossolúveis. No metabolismo é o órgão que centraliza toda a
utilização dos nutrientes absorvidos no trato digestivo.
- O pâncreas que produz bicarbonato que tem a função de diminuir a acidez dos alimentos
que vem do estômago e enzimas que irão atuar no processo digestivo de proteínas,
lipídeos e carboidratos.
3.1.2 Sistema digestório das aves
FIGURA 2. Sistema digestório das aves.
Apesar de também serem monogástricos, as aves apresentam uma série de
diferenças anatômicas de trato gastrointestinal em relação aos suínos.
As aves possuem bico, ao invés de boca e dentes nos suínos, o que modifica o
hábito alimentar. No esôfago das aves aparece o papo ou inglúvio que tem a função de
armazenamento, já que o estômago tem pequena capacidade de reter alimentos em
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relação aos suínos. Diferente dos demais monogástricos, a aves apresentam dois
estômagos:
- O proventrículo ou estômago glandular que produz ácido clorídrico e faz a
digestão química.
- A moela ou estômago mecânico que tem a função de triturar os alimentos uma vez
que as aves não possuem dentes.
O intestino delgado e intestino grosso são semelhantes ao dos suínos. No entanto
as aves possuem um ceco bipartido. O cólon suíno tem maior capacidade relativa do que
o das aves e se liga diretamente ao ânus. Nas aves esta ligação é feita no órgão misto
chamado de cloaca.
3.1.3 Particularidades do sistema digestório dos eqüinos e coelhos
Os eqüinos e coelhos são monogástricos herbívoros. Dessa forma, conseguem
fazer uma boa digestão dos alimentos fibrosos como as forragens verdes (capins e
leguminosas) e as forragens secas (fenos) quando comparado ao processo digestivo de
fibras obtido pelas aves e suínos.
Essa melhor digestibilidade das fibras é atribuída ao fato destes animais possuírem
o intestino grosso desenvolvido o que propicia um maior desenvolvimento da flora
microbiana neste órgão. É esta flora que irá atuar sobre as fibras alimentares tornando-as
compostos nutricionais disponíveis aos animais.
Os coelhos apresentam o ceco bem desenvolvido, enquanto que nos eqüinos a
porção do intestino grosso mais desenvolvida é o cólon.
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FIGURA 4. Sistema digestório das coelhos.
FIGURA 5. Sistema digestório das equinos.
4. SISTEMA DIGESTIVO DOS RUMINANTES
Compreendem os animais ruminantes: os bovinos, os carneiros, as cabras, os
veados etc...
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O sistema digestório dos ruminantes, assim como dos monogástricos é composto
pela boca, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, anus e glândulas
acessórias. No entanto, o estomago do ruminantes é dividido em quatro porções: rúmen,
retículo, omaso e abomaso.
FIGURA 6. Estômago dos ruminantes.
Os bovinos possuem limitação no movimento dos lábios e é por isso que estes
animais utilizam-se de movimentos com a língua para apreender os alimentos. Os
carneiros possuem movimentação apenas no lábio superior e isso favorece a apreensão
dos alimentos com os lábios e dentes. Por este motivo estes animais conseguem pastejar
o pasto mais baixo que os bovinos, podendo-se em sistemas agroecológicos de produção
associar as duas espécies em uma mesma área de pastejo, ou em rotação, tendo-se
ainda como vantagem uma redução na infestação por verminoses.
Cada porção do estômago dos ruminantes possuem funções específicas:
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- RÚMEN – RETÍCULO: O rúmen preenche quase que totalmente a metade esquerda da
cavidade abdominal. O rúmen e o retículo são considerados câmaras fermentativas, pois é
nele que vivem milhares de microrganismos que vivem em simbiose com o animal
hospedeiro. Estes microrganismos utilizam os alimentos que ali chegam como substrato
alimentar, tirando deles os nutrientes necessários para sua multiplicação e crescimento e
em troca liberam energia na forma de ácidos graxos voláteis que são absorvidos em
grande quantidade pela parede ruminal. A parede do rúmen é revestida por uma mucosa
coberta de papilas ligeiramente chatas, que lhe conferem o aspecto de “toalha felpuda”.
- OMASO: é um órgão que tem grande capacidade absorção e permite reciclagem de
água e minerais como sódio e potássio e também órgão de passagem para o abomaso
-ABOMASO: O abomaso, conhecido também por coalheira é o único estômago
verdadeiro, ou seja, onde ocorre a secreção de suco gástrico, e onde se processa a
digestão propriamente dita. De forma alongada, está situado à direita do rúmen e repousa
sobre o abdômen, logo atrás do retículo. O coalho, utilizado na fabricação de queijos, nada
mais é que o suco gástrico de cabritos, cordeiros ou bezerros em aleitamento.
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5. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BERTECHINI, A. G. . NUTRIÇÃO DE MONOGÁSTRICOS. 1. ed. LAVRAS: Editora UFLA, 2006. v. 1. 302 p.
COLÉGIO SÃO FRANCISCO. SISTEMA DIGESTIVO DOS RUMINANTES. Disponível em: http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/ruminantes/sistema-digestivo-dos-ruminantes.php. Acessado em: 03/10/2008.
LANA, R.P. NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO ANIMAL (mitos e realidades). Viçosa: UFV, 2005. 344 p.
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