a organização de currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio....

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A organização de currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio.

FERNANDO HERNANDEZ

Aula de 16/05/2012.Profª Julia Pimenta

Intenções... Repensar currículo

Pretende-se uma adaptação constante da escola no mundo;

Teorizar sobre a prática; Ser responsável pelas decisões.

Fernando HernándezDoutor em Psicologia e professor de

História da Educação Artística e Psicologia da Arte na

Universidade de Barcelona.Tem 60 anos e há 30 se dedica a lutar pela inserção dos projetos de trabalho na escola

Concepção de Projeto segundo HERNANDEZ e VENTURA:

Para os autores, projeto é uma forma de organizar a atividade de ensino e aprendizagem ou os conhecimentos escolares, adotando como aspectos essenciais o conhecimento globalizado e a aprendizagem significativa.

A função do projeto é favorecer a criação de estratégias de organização dos conhecimentos escolares em relação ao tratamento de informação e à relação entre os diferentes conteúdos em torno de problemas ou hipóteses, facilitando aos alunos a transformação da informação procedente dos diferentes saberes disciplinares em conhecimento próprio.

PROCESSO DE INTRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO CAMPO DO CURRÍCULO NA ESCOLA POMPEU FABRA.

O livro apresenta uma experiência educativa da Escola Pompeu Fabra, de Barcelona;

Numa ação de acompanhamento, colaboração e compartilhando com os professores das salas de aula.

Necessidade de inovação. Globalização dos contextos escolares.

PROJETOS DE TRABALHO...

...conseqüência de uma insatisfação dos professores que estabeleceram a necessidade de entrar num processo de reflexão e análise da própria prática profissional. Os professores expressavam suas dúvidas cm a seguinte questão "Os projetos são uma forma de organizar a globalização do ensino para que os alunos aprendam mais?”

Projetos de trabalho requerem:

Vontade de mudança na maneira de fazer;

Assumir o risco; Adotar uma postura de inovação; Mudança na atitude profissional.

•Inovação um processo que surge da própria escola.•A inovação apareceu como consequência de um contexto reflexivo. •Globalização aqui entendida como uma maneira de tratamento global dos conhecimentos escolares.

As referências conceituais que serviram como contrapondo a prática executada foram:

O sentido de significatividade do ensino e da aprendizagem e a função que essa concepção outorga à atuação dos professores e dos alunos;

Reflexão e discussão de diferentes experiências na sala de ala para analisar algumas das teorias implícitas usadas como guia e fundamento na tomada de decisões da prática;

A aprendizagem de descoberta considerada o ótimo para os alunos;

A rigidez dos estágios piagetianos sobre o desenvolvimento da inteligência e da lógica, para avaliar e classificar o momento evolutivo dos alunos;

Descobrir na prática a maneira pessoal de agir, que tem seu reflexo tanto no docente e na tarefa de ensinar como no discente e na sua atividade de aprender.

O sentido da relação entre ensino e aprendizagem.

O aluno aprende (melhor) quando torna significativa a informação ou os conhecimentos que se apresentam na sala de aula.

A noção de zona de desenvolvimento proximal favorece as interações na sala de aula e fundamenta uma proposta de educação para a diversidade.

IMPORTANTE:

A perspectiva de GLOBALIZAÇÃO que se reflete nos Projetos de trabalho, trata de ensinar o aluno a aprender, a encontrar o nexo, a estrutura, o problema que vincula a informação e que permite aprender.

A globalização: um caminho entre a teoria e a prática

A intenção que o aluno globalize os conteúdos e as aprendizagens é uma preocupação pela adequação necessária a educação tendo em vista a realidade social e cultural contemporânea. Essa perspectiva gerou novas necessidade como: explicitar à classe o que se quer ensinar e como se vai fazê-lo, considerar a globalização em seu justo valor e refletir sobre como aprende cada aluno.

Geralmente a organização curricular que se apresenta nas escolas é o resultado de um processo de compartimentação do saber, devido a sua acumulação ao longo dos anos.

Nesse sentido a globalização do conhecimento é uma questão que vai além da escola, recebendo um novo sentido, centrando-se na forma de RELACIONAR OS DIFERENTES SABERES, em vez de preocupar-se em como levar adiante sua acumulação.

Aspectos relevantes na organização

do desenvolvimento de um projeto:

A escolha do tema

Atividade do docente

após a escolha do

projeto

Atividade dos alunos

após a escolha do

projeto

Tratamentoda

informação

A busca das fontes

de informação

A ESCOLHA DO TEMA:

É o ponto de partida para a definição de um projeto.

O tema pode pertencer ao currículo oficial, proceder de uma experiência comum, originar-se de um fato da atualidade, surgir de um problema proposto pela professora, emergir de uma questão que ficou pendente em outro projeto.

Deve ser definido em relação à demanda e interesse dos alunos, considerando-se a necessidade, relevância,interesse ou oportunidade de trabalhar um outro tema.

A escolha de um tema por parte do aluno ou do professor, deve ser argumentada em termos de relevância e de contribuições.

A ATIVIDADE DO DOCENTE APÓS A ESCOLHA DO PROJETO:

Especificar qual será o motor de conhecimento, o fio condutor, o esquema cognoscitivo, que permitirá que o projeto vá além dos aspectos informativos e possa ser aplicado em outros temas ou problemas.

Realizar uma primeira previsão dos conteúdos (conceituais e procedimentais) e das atividades, encontrar algumas fontes de informação para iniciar e desenvolver o projeto. Responder para si: O que pretendo que os alunos aprendam com este projeto?

Estudar e atualizar informações em torno do tema do projeto. Contrastar as suas informações com outras fontes que os estudantes apresentem

Criar um clima de envolvimento e de interesse no grupo e em cada pessoa, sobre o que se está trabalhando.

A ATIVIDADE DO DOCENTE APÓS A ESCOLHA DO PROJETO:

Fazer uma previsão dos recursos necessários Planejar o desenvolvimento do projeto com base em

um sequência de avaliação: Inicial: o que os alunos sabem sobre o tema

(levantar conhecimentos prévios) Formativa: o que estão aprendendo (pesquisar

sobre o tema problematizado aprofundando os conhecimentos prévios)

Final: o que aprenderam em relação as propostas iniciais (ponto de chegada, divulgação das conclusões)

Recapitular o processo que se realizou ao longo do projeto, em forma de programação “a posteriori”, que possa ser utilizada como memória de cada docente.

A ATIVIDADE DOS ALUNOS APÓS A ESCOLHA DO PROJETO:

Depois da escolha do tema, cada estudante realiza um índice no qual especifica os aspectos que vai trabalhar no projeto (com os menores, se realiza coletivamente). Funciona como um instrumento de avaliação e motivação iniciais.

Paralelamente os alunos buscam informações que complementam e ampliam a apresentada na proposta e argumentação inicial do projeto. Esta busca deve ser diversificada: informação escrita, conferencias de convidados, visitas a museus, exposições, vídeos, programas de computador.

TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:

Realizar o tratamento dessa informações é uma das funções básicas dos Projetos. Realiza-se tanto individualmente, como num diálogo conjunto com toda a classe. Nessa fase a ênfase é dada aos seguintes aspectos e princípios:

A confrontação de opiniões contrapostas e as conclusões que disso o aluno pode extrair.

A informação pode ser diferente, segundo como se ordene e se apresente.

•Realiza um dossiê (PRODUTO) de sínteses dos aspectos tratados e dos que ficam em aberto, reelabora-se o índice inicial, planeja-se a “imagem” que conterá essa síntese final e se reescreve o que se aprendeu.

•Avaliação de todo o processo seguido no Projeto, a partir de dois momentos:

* Um de ordem interna (cada criança recapitula o que foi feito e o que foi aprendido)

* Outro de ordem externa ( a partir da apresentação do professor, a informação trabalhada dever ser aplicada em situações diferentes, para realizar outras relações e comparações e abrir novas possibilidades para o tema)

A BUSCA DAS FONTES DE INFORMAÇÃO

Os docentes fornecem a informação, que deve ser complementada com as iniciativas e colaborações dos alunos.

Esse envolvimento dos estudantes tem uma série de efeitos educativos: assumirem como próprio o tema, aprenderem a situar-se diante da informação, envolver outras pessoas na busca da informação, considerando que não se aprende só na escola e que o aprender é um ato comunicativo, descobrem que têm uma responsabilidade na sua própria aprendizagem, que não podem esperar passivamente que o professor tenha todas as respostas e soluções, uma vez que é um facilitador e com frequência, um estudante a mais

A BUSCA DAS FONTES DE INFORMAÇÃO Repensar o que é uma fonte de informação

útil para a escola. Nem tudo passa pelos livros. Informantes válidos podem ser encontrados em todos os tipos de contextos.

A busca das fontes de informação favorece a autonomia dos alunos, mas o diálogo promovido pelo educador para estabelecer comparações, inferências e relações, é que ajuda a dar sentido à forma de ensino e aprendizagem que se pretende com os projetos, visando uma aprendizagem crítica e reflexiva.

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