amiloidose secundária dr. lúcio r. requião moura residente de nefrologia – unifesp profa. dra....
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Amiloidose Secundária
Dr. Lúcio R. Requião MouraResidente de Nefrologia – UNIFESP
Profa. Dra. Gianna M. KirsztajnCoordenadora do Setor de Glomerulonefrites da
UNIFESP
• Amiloidose: depósito extracelular de fibrilas compostas de subunidades (de baixo peso) de grande variedade de proteínas séricas.
• Componentes de todas as formas do amilóide:– SAP: componente P do amilóide
sérico– Glicosaminoglicanos– Apolipoproteínas
Fibrilas de Amilóide
Diferentes precursores: em destaque AA (Amilóide Secundário)
Patogênese:
Amiloidose Sistêmica Secundária: ocorre pelo depósito da proteína sérica AA (SAA).
SAA – proteína de fase aguda.
Função: da afinidade para HDL por macrófagos, durante a resposta sistêmica aguda. Tem como propriedades: ligação com matriz extracelular, quimioatração de macrófagos, neutrófilos e plaquetas.
SAA sofre proteólise intracelular (macrófagos) com a formação das fibrilas
da produção de SAA vs. patogênese: sobrecarga, demonstrada pela relação do nível sérico com o curso da doença.
Proteínas de fase aguda
Amiloidose Secundária ou Amiloidose Reacional
Ocorre no contexto de processo inflamatório crônico
Causas:
•Artrite reumatóide, Artrite reumatóide juvenil
•Artrite psoriática
•Febre familiar do Mediterrâneo
•Doença de Crohn
•Osteomielite crônica
•Tuberculose
•Uso de drogas (relato isolado)
Artrite reumatóide:
10-25% (entre idosos: 60%)
Acometimento renal, cardíaco ou gastrintestinal varia de 40-59%
Média de diagnóstico: após 15,4 anos de doença.
Artrite Reumatóide Juvenil:
Prevalência de 1-10%.
Still em 4-6% com acompanhamento de 10 anos.
AA foi responsável por mortalidade de 43-47% dos pacientes com ARJ.
Espondilite Anquilosante:
Incidência de 6%
Mais comum quando associada à doença inflamatória intestinal.
Idiopática:
Ocorre em 6,8%
Doença Renal:
Proteinúria assintomática ou Síndrome Nefrótica
Pode ocorrer depósito no vaso (hematúria) ou túbulos (proteinúria de baixo peso).
Miocardiopatia:
Disfunção sistólica ou diastólica.
Arritmias, com síncope, bloqueios de condução.
Angina ou infarto: amilóide na coronária.
Manifestações Clínicas:
Manifestações Clínicas:
Doença Gastrintestinal:
Hepatoesplenomegalia é o sinal mais comum de Amiloidose
Gastroparesia, constipação, sangramento.
Neurológico:
Neuropatia periférica mista
Músculo-esquelético:
Pseudo-hipertrofia
Diagnóstico:• Biópsia tissular
– Orientada com base nos dados clínicos
• Sítios clinicamente não-envolvidos (para Bx):– Gordura subcutânea
– Glândula salivar
– Mucosa retal
• Exame pela Microscopia Óptica:– Depósito amilóide como material hialino amorfo
• Vermelho congo, sob luz polarizada:– Birrefringência verde
• Microscopia Eletrônica:– Depósitos filamentosos, retos, de 8-10nm de largura.
• Imunohistoquímica:– Diferenciar AL (primária) de AA (secundária).
Expansão mesangial e destruição de alças capilares por depósito amorfo.
Infiltração da membrana basal glomerular pelo material amilóide, apresentando-se como espículas.
Padrão ouro: vermelho congo, demonstrando birrefringência à luz polarizada
Infiltração por material amilóide na membrana basal glomerular.
• Positividade na Biópsia Tecidual:– Rim e fígado: 90%.
– Gordura abdominal: 60-80%
– Retal: 50-70%
– Medula óssea: 50-55%
– Pele: 50%
• Cintilografia com radioisótopo marcado com componente sérico P (SAP): pode ser positivo mesmo com biópsia negativa. Tem mais sensibilidade nos casos de AA (secundária). Especificidade:– Esplênica:100%
– Renal: 80%
– Adrenal: 50%
– Hepática: 25-50%
Cintilografia - SAP
• Distinção entre AL e AA (primária vs. secundária)• História clínica de doença inflamatória crônica• Diferencial incerto em 10% dos casos
– IF para depósito monoclonal de cadeias kappa e lâmbda (AL)
– IF específica com anticorpo anti-AA
– Incubação com permanganato causa lise da fibrila na forma secundária.
• Tratamento da Amiloidose Secundária:– Tratamento da doença de base
– Colchicina
– Ciclofosfamida: estudo francês mostra que a sobrevida renal é maior, mesmo com poucos pacientes.
– Terapia anticitocinas
• Prognóstico:– Sobrevida em 4 anos: 58%.
– Contribuição da IRC na mortalidade: 39%
– Estudo holandês: sobrevida em 5 anos de 50%. Mortalidade atribuída à amiloidose em 98% dos casos.
Relatos Anedóticos
Usuário de cocaína e heroínaJASN 1995;5:1653
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Referências Consultadas