trabalhando com aforismos: um meio de … · trabalhando com aforismos: um meio de aprimorar a...
TRANSCRIPT
TRABALHANDO COM AFORISMOS: UM MEIO DE APRIMORAR A LEITURA E A
COMPREENSÃO DE TEXTOS.
Autora: Gianna Valeria Mortella¹
Orientador: Bruno B. A. Dallari²
RESUMO
O Ensino de Língua Portuguesa é de primordial importância, pois é a base para que
o aluno consiga se expressar de maneira clara e objetiva, no espaço público onde
circula. Mas o que se observa é que os alunos trazem dificuldades imensas no que
diz respeito à leitura, compreensão e produção de textos. Através deste artigo vimos
mostrar o resultado obtido com a aplicação do projeto de intervenção com os alunos
do 1º ano dos cursos profissionalizantes modalidade Subsequente para que
desenvolvessem melhor as práticas discursivas. Este aluno ao voltar aos bancos
escolares se depara com as mesmas dificuldades que tinha no Ensino Médio, isto é,
não consegue ler, refletir, argumentar, produzir textos. O grande desafio foi motivar
esse aluno a se sentir capaz de desenvolver as práticas discursivas de maneira
simples e objetiva, levando-o a aprimorar seus conhecimentos e assim se tornar um
sujeito capaz de se expressar e expor suas ideias com clareza. O gênero aforismo
tem como principal característica ser um texto sucinto com sentido poético, filosófico
e mnemônico. Mostrando assim ao aluno que pode desenvolver sua oralidade e o
ato de comunicação, fazê-lo perceber que é um sujeito que reflete, questiona,
argumenta e sabe se expressar.No projeto foram trabalhados também itens sobre os
discursos existentes na produção escrita, elementos que compõem a comunicação,
seja ela oral ou escrita.
Palavras-chave: Motivação; aforismos; leitura; compreensão e produção de textos.
______________________________________________________________
1 Gianna Valeria Mortella – Professora da Rede Estadual de Ensino do Paraná no C.E.Pres.Lamenha
Lins, Graduação em Letras Português- Inglês,PUC – Especialização em Gestão escolar.
2 Bruno B. A. Dallari – Graduação em Linguística, Unicamp, Brasil. Especialização em Artificial
Inteligente Natural Language Processing, University Of Edinburgh. Mestrado em Linguística,
Unicamp, Brasil. Doutorado em Linguística, Unicamp Brasil.
INTRODUÇÃO
O presente artigo apresenta o resultado da implementação do projeto de intervenção
pedagógica realizado com alunos do 1º semestre do curso de Técnico em
administração noturno do Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins. Este aluno,
depois de concluir o Ensino Médio, vai para o mercado de trabalho e começa a ser
cobrado continuamente sobre seus conhecimentos sejam eles culturais ou
específicos.
O mercado de trabalho, atualmente é muito competitivo, levando o indivíduo a se
capacitar cada vez mais. O Governo Estadual oferece a este cidadão a oportunidade
de se aprimorar na área escolhida, através dos cursos chamados Subsequentes.
Esses cursos têm a duração de dois ou três semestres. Este aluno então volta aos
bancos escolares e se depara com as mesmas dificuldades que tinha anteriormente,
ou seja, não consegue ler, refletir, argumentar, produzir textos. Esta situação o deixa
angustiado, desanimado, levando-o muitas vezes a desistir do curso.
Por isso, o projeto foi elaborado para mostrar ao aluno que ele é capaz de
desenvolver as práticas discursivas de maneira simples e objetiva, levando-o a
aprimorar seus conhecimentos e assim se tornar um sujeito capaz de se expressar e
expor suas ideias com clareza.
A escola tem um papel importante no desenvolvimento de um cidadão, pois é nela
que pode construir o seu conhecimento, tornando-se assim um sujeito em
condições de participar no desenvolvimento da sociedade em que está inserido.
Este conhecimento só pode ser construído através de dois processos básicos, que
são a escrita e a leitura.
A atividade da escrita, segundo Irandé Antunes ( p.45)
“... é, então uma atividade interativa de expressão, ( ex, “ para fora”),
de manifestação verbal das ideias, informações, intenções, crenças
ou dos sentimentos que queremos partilhar com alguém, para, de
algum modo interagir com ele.Ter o que dizer é, portanto uma
condição prévia para o êxito da atividade de escrever.”
Desta maneira, pode-se incentivar o aluno a escrever, mostrando-lhe o quanto é
capaz de desenvolver esta habilidade, sem medo de se expressar, pois o
conhecimento que tem deve ser levado em conta na comunicação.
Levá-lo a perceber que existem diferentes formas de se produzir um texto e, que, o
que deve ser levado em consideração são as diferentes finalidades.
Ensinar-lhe que escrever, não é só colocar palavras soltas no papel, que a escrita
para ser bem elaborada, deve seguir algumas etapas, que são: primeiro deve-se
planejar, isto é, estruturar as ideias, escolher o gênero a ser trabalhado, a linguagem
a ser usada e para quem irá escrever.
A segunda etapa é a da escrita propriamente dita, nesta etapa se escolhe o
vocabulário a ser usado, a escolha das estruturas das frases. Tomando cuidado
para que o texto tenha sentido e coerência.
A terceira etapa seria a da revisão, onde irá verificar se o que foi escrito está de
acordo com o que foi planejado, analisar, refletir e, se for necessário reescrever.
Certamente, o aluno achará muito trabalhoso, mas deve-se sempre mostrar a melhor
maneira de se desenvolver um bom texto e, que com a prática será cada vez mais
fácil de ser elaborada.
Outra habilidade que deve ser desenvolvida no aluno é a da leitura. E, para que isso
ocorra, ele deve saber que ler não é somente decodificar sinais, é muito mais. Ler é
compreender, interpretar o que o autor quer passar e que interpretar um texto requer
outros conhecimentos além do conhecimento da língua. É fazê-lo perceber que a
leitura não deve ser vista apenas como um dever,mas que ela pode ser acima de
tudo prazerosa.
Começa assim um grande desafio para os professores, pois, atualmente, estes
concorrem com vários fatores que são muito mais prazerosos. Com o advento da
internet , a vida passou a ser mais prática, rápida e menos trabalhosa. E o ato de ler
requer comprometimento, disposição e tempo.
Deve-se mostrar ao aluno que para se compreender um texto, deve-se levar em
conta vários fatores. Fatores além da escrita, como por exemplo, os sinais gráficos
que funcionam como indicadores de sentido. Que tipo de gênero (carta, jornal,
receita, e-mail, etc.) está sendo utilizado. Que seu conhecimento de mundo, que as
estruturas lingüísticas, fatos, crenças, podem ser aplicados.
Marcuschi ( p.256) define claramente o que é compreensão: “ Compreensão é uma
atividade de seleção, reordenação, e reconstrução, em que certa margem de
criatividade é permitida. De resto, a compreensão é uma atividade dialógica que se
dá na relação com o outro.” e complementa dizendo que :” a noção de compreensão
como simples codificação só será superada quando admitirmos que a compreensão
é um processo criador, ativo e construtivo que vai além da informação estritamente
textual .”
Os alunos do curso subsequente são pessoas que trabalham durante o dia e
buscam aprimorar seus conhecimentos no período noturno. Têm como hábito de
leitura somente textos direcionados a sua área de atuação.
O espaço onde este aluno atua, na sua grande maioria, é o da internet, pois
atualmente, é o meio mais rápido de comunicação. Através do mundo midiático ele
consegue dialogar com diferentes classes e categorias, desenvolvendo a habilidade
de se comunicar de maneira rápida e objetiva.
Entretanto, este aluno acaba desenvolvendo uma idéia falsa de que sabe se
expressar e escrever e quando tem que se manifestar de maneira mais elaborada e
clara sente que lhe falta algo.
Assim sendo, o professor, ao trabalhar com este aluno, tem como desafio, mostrar-
lhe que a comunicação se dá de diferentes formas, em diferentes espaços públicos
e que ele está rodeado de vários elementos que o levarão a uma melhor
compreensão de mundo. Fazendo com que ele perceba que a comunicação se dá
através de vários tipos textuais que estão presentes no seu dia a dia.
Deve-se então, motivá-lo a não ser somente receptor e sim emissor , desenvolvendo
assim a sua oralidade e o ato de comunicação,fazê-lo perceber que é um sujeito que
reflete, questiona, argumenta e sabe se expressar. Pois, segundo Bakhtin: “Não há
nenhum objeto que não apareça cercado, envolto, embebido em discursos. Por isso,
todo discurso que fale de qualquer objeto não está voltado para a realidade em si,
mas para os discursos que a circundam. Por conseguinte, toda palavra dialoga com
outras palavras, constitui-se a partir de outras palavras, está rodeada de outras
palavras” (apud: Introdução ao pensamento de Bakhtin, p.19) e que não são as
unidades da língua que são dialógicas, mas os enunciados”. Mostrando que cada
enunciado é único, pois jamais se repetirá com a mesma entonação, com o mesmo
acento, com o mesmo sentimento.
E, para que este aluno possa desenvolver a habilidade de compreensão, nada mais
objetivo do que ler e se expressar através de aforismos, pois estão presentes em
várias áreas do conhecimento e são enunciados que levam o leitor à ação,podendo
assim trabalhar com o sentido poético, musical e mnemônico, presentes no espaço
público. Levando-se em conta também o fator tempo, que no mundo atual é de
grande importância.
Aforismos são enunciados diferentes de provérbios, axiomas, máximas, adágio,
citações, pois devem seguir cinco leis para que ele realmente atinja o seu objetivo.
Que são:
1- O aforismo deve ser breve, pois ele tem que dizer muito em poucas palavras ou
frases.
2- Deve ser definitivo, isto é, quem cria um aforismo é uma pessoa que está
convencida do que escreve, está certa do que pensa, pois a origem do termo é
derivado das palavras gregas apo( de onde, origem) e horos( fronteira ou horizonte)
portanto, um aforismo é algo que delimita ou separa – ou seja, uma definição.
Conclui-se “que os aforismos e as definições afirmam em vez de discutir, proclamam
em vez de persuadir, declaram em vez de sugerir.”
3-Deve ser pessoal, pois ao lê-lo podemos saber o que passa na cabeça de quem o
escreveu. Pois,são declarações que levam o leitor a provocação e assim levando-o
a uma reação.
4- Deve ter uma guinada. Segundo François Auguste René de Chateaubriand,
escritor aventureiro, político do sec.XVIII, diz que “ler um aforismo é como assistir a
um truque de mágica; primeiro vem a surpresa, depois vem o encantamento, depois
começamos a nos perguntar como o mágico fez aquilo”.
5- Deve ser filosófico, pois é um enunciado que usa a Filosofia de maneira simples
em poucas palavras ou frases.
Por isso qualquer pessoa pode escrever um aforismo. E o nosso aluno poderá desta
maneira colocar no papel ou mesmo dialogar, expressando suas ideias sem medo.
Os aforismos são enunciados usados há milênios, não tem origem exata. Segundo
pesquisa feita no livro “O mundo em uma frase” ele tem origem na “obra de
sabedoria” que é composta de afirmações proféticas e concisas que prescrevem o
comportamento e dão conselhos morais, práticos e espirituais. No mundo antigo,
estes textos eram extremamente populares e circulavam amplamente desde o
segundo e o terceiro milênio A.C. O primeiro livro de sabedoria e talvez o mais
antigo livro existente é o I Ching, o livro das mutações chinês. É com este texto
secular que começa a história do aforismo.
O aforismo foi usado por vários sábios, pregadores e profetas antigos como Lao Tse
( c. 604- 531 a.C ), por Buda ( c.563-483 a.c), Confúcio ( 551-479 a. C ), Jesus (
c.6a.C-30 ),Maomé ( 570 – 632), os mestres zen ( c.90-1279).
Os estóicos gregos e romanos como Diógenes ( 404-323 a.C), Epicuro ( c.341-270
a.C.), Sêneca( c4a.C.-65), Epicteto(c.55-c.135), Marco Aurélio( 121-180).
Pelos moralistas franceses e espanhóis como Michel de Montaigne (1533-1592),
Baltasar Grácian ( 1601-1658),François, duque de La Rochefoucauld ( 1613-1680),
Luc d Clapiers,marquês de Vauvenargues ( 1715- 1747), Sébastien- Roch
NicolasChamfort( 1741- 1794), Joseph Joubert ( 1754- 1824).
Pelos hereges, dissidentes e céticos que também usavam aforismos para colocar
suas idéias, entre eles: Georg Christoph Lichtenberg, o aforista do Iluminismo( 1742-
1799),Arthur Schopenhauer considerado o Buda de Frankfurt ( 1788-1860),Friedrich
Nietzsche( 1844-1900),Ludwig Wittgenstein( 1889-1951), E.M.Cioran o cavaleiro dos
mortos vivos ( 1911-1995.
Em 1732, com a primeira edição do “ Almanaque do Pobre Richard, Benjamin
Franklin se tornou o primeiro aforista nativo da América, iniciando a ascensão do
fraseador americano, seguido por Ralph Waldo Emerson, o profeta do
inconformismo ( 1803-1882), Henry David Thoreau, o Colombo de Concord( 1817 -
1862), Mark Twain , o misantropo alegre ( 1835-1910), Ambrose Bierce, o
lexicógrafo de Lúcifer ( 1842- 1914?), Edward FitzGerald, o diletante e botânico
amador inglês do sec. XIX,Alexander Pope o aforista épico,( 1688-1744), Willian
Blake, poeta, pintor, impressor profeta ( 1757- 1827), Emily Dickinson, a eremita de
Amherst ( 1830- 1886), Samuel Hoffenstein ( 1890- 1947), Dorothy Parker, a mulher
mais espirituosa de Nova York ( 1893-1967), Dr. Seuss( 1904- 1991).
Certa vez o Dr. Samuel Johnson observou que a “humanidade poderia chegar, com
o tempo, a escrever tudo aforisticamente , exceto na narrativa; cansar-se da
preparação , conexão, ilustração e todas aquelas artes pelas quais um grande livro
é feito”.Dr. Johnson não estava de todo errado, pois as formas de escrita
atualmente são breves , improvisadas, textos curtos como e-mails e blogs, só que
não podem ser considerados aforismos pois não contemplam as cinco leis do
aforismo.
Karl Kraus ( 1874- 1936) e um aforista que atacava com violência o jornalismo , a
literatura, a política e os costumes sociais da Europa do séc. XX. Seus aforismos
são tão atuais como o foram na época.
Antonio Porchia( 1886- 1968) escreveu alguns dos mais lúcidos e tocantes
aforismos sobre a vida espiritual desde Lao Tse.Seus aforismos expressam uma
aceitação quase budista do desapego como a resposta esclarecida à transitoriedade
da vida.
Malcolm de Chazal (1902- 1981) escreveu aforismos” como se fossem elegantes
pinturas com palavras que tornam surpreendentemente visíveis as correspondências
antes ocultas entre as coisas”.
Stanislau Jerzy Lec (1909-1966) escolheu o aforismo como especialidade pois
pensava que a “ vida é curta demais para escrever coisas longas”.
Barbara Kruger (1945-) se concentra nas atitudes estranhas subjacentes à cultura
de consumo, misturando aforismos com anúncios, pois começou a trabalhar na
década de 1960 como designer gráfica.
Jenny Holzer( 1950-) no final da década de 1970 começou a afixar cartazes com as
suas frases por toda a cidade de Nova York, para driblar e parodiar a cultura de
consumo, satirizando tanto o veículo quanto à mensagem.
Na literatura, assim como na arte em geral muitos escritores, pintores e
compositores usavam e ainda usam os aforismos para se expressar, podemos citar
alguns como: Társila do Amaral, Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade,
Marcelino Freire, John Lennon, Renato Russo, Steve Jobs, entre tantos outros.
Lembrando sempre que os aforismos são enunciados criados diariamente para
atingir leitores, ouvintes e telespectadores.
METODOLOGIA
As atividades elaboradas para a implementação em sala de aula tinha como
principal finalidade, a motivação, para que, através dela pudesse suscitar no aluno o
interesse em participar do processo de aprendizagem.
Na primeira aula foi feita uma sondagem quanto ao tempo que os alunos estavam
fora da sala de aula, pois a maioria tem idade entre 25 e 55 anos e percebi que a
maioria há anos não frequentava a escola, entre 10 e 14 anos. Uma das alunas
inclusive morou por sete anos no Japão e há dois anos está no Brasil, sentindo a
necessidade de se aprimorar para uma melhor colocação no mercado de
trabalho.Todos estavam muito apreensivos quanto ao uso da Língua Portuguesa.
Foi necessário fazer um trabalho de motivação para que não tivessem receio em se
expressar e escrever. Fiz uma atividade diagnóstica através de uma produção de
texto com o título “ Planejamento para 2013”, para poder saber qual o nível da
turma. Os textos não foram muito diferentes, pois o que mais queriam realizar em
2013 era melhorar o desempenho no trabalho, depois de terminado o Curso técnico
em Administração fazer faculdade em Administração e um aluno queria abrir uma
empresa.
Ao apresentar o projeto , expliquei que fazia parte do programa PDE- Programa de
Desenvolvimento Educacional para a formação continuada dos professores da rede
estadual de ensino do Paraná em parceria com as instituições superiores públicas
do Paraná,com o intuito de melhorar o processo ensino – aprendizagem . Mostrando
então as etapas do projeto. Quando este foi apresentado pude perceber estranheza
nos olhares e até um certo temor,pois ninguém jamais tinha ouvido falar em
aforismos. Os alunos me olhavam como se tudo o que estava explicando fosse um
absurdo. Aos poucos e no decorrer do trabalho foram compreendendo e se sentindo
mais seguros.
A primeira atividade foi elaborada para que os alunos se motivassem a pensar sobre
o ato comunicativo, usando a interpretação, a criação de um diálogo e a
apresentação do mesmo. Foi usada a frase “ Viva o lado COKE da miséria” e, a
maior dificuldade encontrada foi o entendimento da palavra COKE, pois não sabiam
o que significava. Depois que a mesma foi traduzida, então puderam realizá-la. Esta
frase gerou uma série de comentários referentes ao uso de palavras estrangeiras e
na implicação da compreensão. Após esta fala os alunos elaboraram o diálogo e o
apresentaram na aula seguinte.Quando iniciaram a atividade estavam tímidos, pois
era a primeira apresentação e eles ainda não se conheciam bem. Foram escolhidos
três para análise.
Aluno A:
“Viva o lado coke da miséria ’’
_ Quando vemos uma frase parecida com essa nas propagandas da TV creio que
eles queiram abordar que vivamos o lado bom da vida, agora quando essa frase é
colocada assim é para que possamos compreender ou até mesmo tentar achar algo
bom na miséria.
_O que é impossível porque aonde podemos ver algum lado bom na miséria?
_ Realmente é complicado achar bom em viver na miséria
_ Até porque essa é a realidade que o nosso governo faz questão de esconder.
_ A grande questão é o uso da “ coca-cola” que é uma bebida somente para alguns
tipos de pessoas associado a palavra miséria.
_ Enfim como ver o lado bom da miséria porque não a lados bons em passar fome,
em muitos casos não ter aonde morar, isso tudo é muito triste.
_ Acho que quando estamos tomando uma coca- cola nem lembramos das pessoas
que não tem se quer água potável pra matar a sede.
_ Triste mesmo.”
Aluno B:
“ Viva o lado COKE da miséria”
_ Olá Paulo, a quanto tempo não nos vemos?
Paulo: Pois é Sergio, já faz uns seis meses, tenho trabalhado muito.
Sergio: Como andam as coisas na sua vida?
Paulo: Não muito boas
Sergio: o que aconteceu? Você não é de reclamar.
Paulo: Você acredita que no dia que eu estava levando minha noiva até um
restaurante para jantarmos, e que ela iria me dar a resposta de pedido de
casamento, no meio do caminho batemos o carro.
Sergio: mais foi algo grave? Teve feridos?
Paulo: Não só bens materiais.
Sergio: A então é fácil de resolver, mais e a resposta do pedido foi boa?
Paulo: Sim ela aceitou, vamos nos casar no fim do ano.
Sergio: A Paulo então “ Viva o lado coke da miséria”. Por mais que houve um
acidente no final ainda teve uma parte boa na sua vida.”
Aluno C:
Era uma manhã clara de sol ardente. As ruas da Favela da Rocinha já estavam
movimentadas com as pessoas indo trabalhar, crianças indo estudar, quer dizer,
nem todas as crianças. Pedro de apenas 15 anos, sonhava em se tornar o novo “ rei
do morro” sua mãe ia tranquilamente enfrentar mais um dia de trabalho achando que
seu único filho estava seguro na escola, quando na verdade, ele ficava sentado no
alto do morro, pensando em uma forma de se tornar traficante, mas seu pensamento
foi interrompido assim que um pobre mendigo se aproximou:
_ Hei, muleke, você não devia estar na escola?
_ Estou mais ocupado pensando em uma forma de conquistar essa favela!
_ Você não sabe o que diz criança!
_ Olha quem fala, um mendigo, que não tem nem onde cair morto!
_ Dinheiro não é tudo criança, sou mendigo pois um dia pensei como você e agora
sofro as consequências, vai vive o lado coke da miséria
_ Como assim?
_ Vai viver o lado bom da vida!
Depois do mendigo sumir por entre algumas casas o menino refletiu e graças ao
bom Deus e ao pobre mendigo seus pensamentos mudaram.”
Pude perceber que os alunos sabiam o que era um diálogo, porém somente alguns
realmente conseguiram fazê-lo com a estrutura correta. Lembrando que neste
primeiro momento não foram enfatizados esses erros porque a finalidade era que os
alunos se sentissem a vontade para interpretar e escrever.
Ao final mostrei a eles a importância do ato comunicativo, e da necessidade de
estarmos atentos a estrangeirismos que fazem parte do vocabulário cotidiano.
O que foi importante é que eles se sentiram confiantes em fazer colocações sobre a
atividade realizada. Foi pedido então uma pesquisa sobre o Ato comunicativo.
Na aula seguinte, alguns alunos leram a pesquisa feita e começamos a conversar
sobre o que entendiam por diálogo e aos poucos foram elaborando um conceito que
foi comparado com a origem da palavra diálogo.
Para uma melhor compreensão do trabalho foi feita a apresentação de Bakhtin e o
conceito de dialogismo, através de slides. Os alunos se mostraram surpresos, pois
não sabiam que haviam pessoas que estudavam as diversas formas de linguagem (
linguistas) para que a compreensão se tornasse mais fácil e simples.
Nesta etapa do projeto foram trabalhos os discursos existentes na comunicação. Foi
entregue aos alunos uma folha com trechos de discursos como segue:
a) “ Acho melhor a gente sair daqui _ pediu minha amiga.
_ Para onde? Não tem mais lugar. ( Fernando Sabino);
b) “ D. Paula perguntou-lhe se o escritório era ainda o mesmo, e disse-lhe que
descansasse, que não era nada; dali a duas horas tudo estaria acabado” ( Machado
de Assis) ;
c) “ Baleia encostava a cabecinha fatigada na pedra. A pedra estava fria, certamente
Sinhá Vitória tinha deixado o fogo apagar-se muito cedo.
Baleia queria dormir. E lamberia as mãos de Fabiano, um Fabiano enorme. As
crianças se espojariam com ela, rolariam com ela num pátio enorme, num chiqueiro
enorme. O mundo ficaria todo cheio de preás, gordos, enormes. ( Graciliano
Ramos); e foi solicitado que encontrassem as diferenças entre os discursos.Foi feito
no quadro uma tabela com as distinções encontradas e posteriormente foram
mostrados slides com a definição e as características de cada discurso.Foram
aplicados exercícios de fixação e corrigidos ao final. Foram necessárias duas aulas
para a elaboração desses exercícios, pois os alunos tiveram muita dificuldade na
compreensão dos mesmos. Mas, como temos um prazo determinado para a
realização da implementação, não foi possível trabalhar mais com os tipos de
discursos.
Para verificação do entendimento dos diferentes discursos foi aplicada a atividade a
seguir: os alunos se organizaram em grupos e cada um recebeu um tipo de texto
(a letra da música “ Sinal fechado de Paulinho da Viola”; o texto narrativo “ A
entrevista” Revista Veja, n.567,p.5.; uma charge do MST – “Culpa do latifúndio” e a
poesia “ Tecendo a manhã” de João Cabral de Mello Neto; devendo transformá-los
em um discurso diferente do original. Os textos a seguir foi o resultado desta
atividade:
Grupo A:
“ Médico paulista Geraldo Medeiros,
Endocrinologista vive em São Paulo
É rico e tem muitos clientes.
Mas é com a doença da tireoide que
Se tornou mestre.
Veja como ele prestigiado.”
Grupo B:
“ Como hoje a luta pela terra faz parte da polítca, trabalhadores falam:
Pedro: O que vamos fazer?
João: Temo que nos uni pra não perde a terra e o nosso ganha pão.
Pedro: Então vamo chama o pessoal e fazemo piquete em frente ao escritório da
empresa.
Todos: Se tivesse terra pra plantar não haveria esse desemprego todo!!!
Grupo C:
“ Era uma vez a guerra entre dois galos pela criação da manhã.
O primeiro galo diz: Eu consigo tece uma manhã.
O segundo responde: Mas você é muito exibido, não vê que todos os galos é que
fazem a manhã.
Ficaram uma manhã toda brigando e o dia foi passando sem que eles percebessem.
Quando o primeiro galo viu disse: - Acho que você tem razão, pois enquanto
nós discutíamos o dia passou e nos não cantamos, é sinal que não fizemos falta.
O segundo galo então responde: - Viu, eu tinha razão. Então vamos durmir e
amanhã vamos ajudar os outros galos a fazer a manhã.
Grupo D:
Dois amigos estavam conversando sobre a vida e não viram que um homem num
banco estava olhando para eles.O primeiro dizia que estava tudo bem e que ia pegar
o lugar no futuro. O homem no banco pensava : Que futuro será esse? Esperou o
outro falar.Eu também estou correndo atrás do meu futuro porisso não posso ficar
aqui falando com você, porque o tempo passa e os negócios não podem esperar.
O homem pensou de novo: - Que gente que não sabe curtir a vida e resolveu então
se meter na conversa. Disse: - Com licença, pode falar uma coisa para vocês? Os
dois se olharam e disseram que sim.
Então o senhor convidou eles para tomarem uma cerveja e descansar um pouco
porque o estresse não pode tomar conta da nossa vida. Depois de baterem um papo
os três foram embora e cada um continuou com a sua vida.
Esta atividade quando elaborada era para ser realizada em uma aula, mas foi
realizada em três aulas devido às dificuldades apresentadas, pois os grupos
deveriam trocar entre si as atividades e corrigi-las. Estas foram corrigidas também
pelo professor que posteriormente fez os devidos comentários sobre as correções.
Novamente os alunos se reuniram e fizeram os ajustes necessários para apresentá-
los logo após. Através desta atividade puderam trabalhar também a oralidade , a
criatividade e técnicas de apresentação.
Como este projeto tem por base a motivação, foi realizada uma atividade para que
desenvolvessem uma maior reflexão sobre vários assuntos , devendo interpretar,
refletir e criar textos. Foi aplicada a dinâmica das frases criativas, que tem como
objetivo provocar a imaginação e a criatividade, privilegiar a socialização de sonhos
e de esperança a partir de frases sugestivas. Cada aluno recebeu a fotocópia do
texto “ Levantar voo ” devendo lê-lo, refletindo sobre cada frase, e em seguida
escolher cinco frases com as quais mais se identificasse no momento atual de sua
vida; assinalar três frases que considerasse como sendo desafios para a vida daqui
para a frente, acrescentando à lista outras frases que são importantes em sua vida.
Para que a atividade fosse feita em um ambiente tranquilo,coloquei uma música
ambiente para que pudessem relaxar e se concentrar para a realização da dinâmica.
A segunda etapa, denominada : Trabalhando em grupo, é composta por dois
momentos, o primeiro chamado de momento da partilha,onde os alunos deveriam
formar grupos com os quais cada participante se identificasse mais; para que essas
equipes se formassem foi feita a leitura individual das escolhas.No segundo
momento denominado, momento da criação, os alunos deveriam criar algo sugestivo
e interessante, para ser apresentado aos demais. Esta etapa foi muito prazerosa e
agradável , pois os alunos mostraram suas habilidades artísticas, elaborando
cartazes, teatro e um vídeo.
Como a maioria são pessoas casadas dois grupos fizeram cartazes com o desenho
da família e representaram os seguintes dizeres:
“ A vida é cheia de altos e baixos mas, sempre encontramos forças para vencer”
“ A vida sempre nos ensina, muito mais quando não ouvimos nossos pais”
“ A maior riqueza da vida de uma pessoa são seus amigos e familiares.”
Outro grupo desenhou a Terra com os símbolos Amor, Paz e Amor e escreveu:
“ Porque eu sei que é amor./ A verdade acima de tudo / Deus ajuda quem cedo
madruga/ Deus escreve por linhas tortas.”
Outro desenhou uma árvore, nuvens e o sol e colocou a seguinte frase: “ Tudo se
resolve no final. Se ainda não está resolvido seu problema, significa que ainda não
chegou ao fim.”
Outro colocou a figura de um caderno e um livro com os dizeres: “ Independente do
que for fazer, você precisa ser bom, então tudo o que for fazer faça bem feito”.
“ Tu és responsável por aquilo que cativas.”/ “Acredite nos seus sonhos.”
A etapa seguinte foi realizada no laboratório de informática, onde cada equipe
deveria realizar uma pesquisa com cinco autores escolhidos por mim, das frases do
texto: “Levantar voo” , e posteriormente apresentá-las aos demais.
Após estas atividades de reflexão, interpretação e criação, foi apresentado aos
alunos o artigo intitulado “ A sabedoria em 30 palavras ou menos” de Jerônimo
Teixeira,que leram e interpretaram. Depois, foram mostrados aforismos de jornais,
revistas, propagandas para que pudessem perceber que podem existir diferentes
compreensões para um mesmo aforismo. A partir desta análise foram relacionadas
as características elaboradas pelos alunos com as que apresentei , e contando em
seguida a origem dos mesmos.
Para praticar o conhecimento adquirido, levei revistas, jornais, e os alunos em
duplas selecionaram três aforismos e fizeram a interpretação dos mesmos
apresentando-os aos demais e destacando suas características.
Como os alunos escolheram mais do que três aforismos optei por colocar os
seguintes:
“ Descobrir certas doenças é como aprender a nadar” ( consideramos aforismo visto
que a natação exige muito esforço, força de vontade e muita dificuldade em
aprender)
“ As pessoas mudam, não porque querem, mas sim porque precisam” ( quando a
necessidade bate, é onde vemos que precisamos mudar.)os problemas eles foram
feitos exatamente para serem resolvidos”
“ Não esqueça dos problemas eles foram feitos exatamente para serem
solucionados”. ( entendemos que devemos tirar proveito das situações ruins e
solucioná-las)
“ Somos mais fortes quando estamos todos juntos, como um feixe de gravetos”
( entendemos que quando nos unimos nos tornamos mais fortes.)
“ Ser bondoso demais traz muitas frustrações, difícil de esquecer, mas nos faz
enriquecer”. ( aprendemos que se somos bons demais as pessoas se aproveitam,
ma lição disso, sabendo dizer não de vez em quando.)
“ Pensamento gera sentimento que gera atitude. Não deixe o negativismo das
pessoas te contaminar. Pensando positivo é o primeiro passo para o sucesso”.
( suas palavras nos fazem refletir, não é considerado ditado popular e é filosófico.)
Como complemento da atividade anterior foi pedido aos alunos que criassem
aforismos direcionados para diferentes áreas do conhecimento, que foram:
“ Eu sei que não é certo. Mas faço assim mesmo”/ “ Buscar novas formas de ver o
mundo é estar conectado com quem cria o futuro”/ “Não há medo quando há
diversão”/ “ Será que também existe vida imbecil em outros planetas”/
Esta etapa deveria ter sido a mais criativa, só que os alunos se basearam em outros
aforismos e quando questionados o porquê de não serem originais, alegaram que
não se sentiam capazes de criar, pois era muito difícil elaborar um aforismo.
Para que pudessem se sentir mais seguros pedi uma pesquisa sobre os aforismos
encontrados no local de trabalho deles. Os alunos apresentaram os seguintes
aforismos:
“ Viver mais leve é tudo de bom, é ter condições físicas e mentais de aproveitar o
melhor da vida” ( empresa de seguros )
“ Conversar é a melhor forma de educar. Acerte o tom do diálogo seguro! ” (
empresa de seguros)
Deixe a segurança de seus funcionários nas nuvens e sua tranquilidade com os pés
no chão” ( empresa de seguros)
“ A segurança faz parte da esperança de um futuro melhor. Prevenir acidentes é
caminhar rumo ao futuro.” ( empresa de saúde)
“ O trabalho em equipe é muito importante, pois cada um precisa da ajuda do outro.”
Domingos Monteiro de Souza. ( setor administrativo da empresa)
“ Enquanto o poço não seca, não sabemos dar valor a água ” ( distribuidora de
bebidas)
“Uma consciência forte e ativa, é elemento vital para a construção da cidadania”
( Defensoria Pública do Paraná)
“ Ser cidadão é participar, é fiscalizar, é reivindicar os direitos, é cumprir os seus
direitos”. ( Defensoria Pública do Paraná)
Não foram colocados os nomes dos locais por solicitação dos alunos. Como
finalização desta atividade foi feito um mural na própria sala.
Como conclusão do projeto foi pedido aos alunos que elaborassem um texto,
escrevendo suas considerações sobre o tema estudado e as atividades realizadas.
Todos escreveram e escolhi um que resume os demais.
“ No início do semestre quando a professora Gianna comentou que tinha um projeto
e que iria traballhar conosco, fiquei surpresa pois ainda não tinha visto nenhuma
professora trabalhar desta forma. No começo achei loucura porque ela veio com
umas palavras estranhas e que eu nunca tinha ouvido falar como: ‘Viva o lado coke
da vida” e também ‘Aforismo”. Mas quando começamos a trabalhar, achei muito
interessante.Porque aprendemos que convivemos com isso muito mais do que
podemos imaginar. Trabalhamos muitas vezes em grupo, discutimos os assuntos,
aprendendo a respeitar a opinião das outras pessoas. E em cada discussão o grupo
acabava se divertindo pelo fato da imaginação aflorar com palavras engraçadas.
Outras vezes trabalhávamos sózinhos , pois ela queria saber a opinião de cada um e
o que tínhamos aprendido com tudo que nos foi passado. Aprendemos também, que
juntos somos muito fortes, pois é com a união que conseguimos seguir e aprender
cada vez mais.
Como este projeto envolveu muitas apresentações, isso fez com que
desenvolvessemos nosso poder de apresentação em público, nos deixando com
maior confiança em nós mesmos e com poder de persuasão e assim desinibidos.
As aulas foram muito produtivas, pois aprendemos a pensar, discutir e a fazer
aforismos.
Obrigado, professora pelo desempenho e dedicação para conosco.”
AVALIAÇÃO
A intervenção pedagógica foi muito proveitosa, pois a prática foi realmente
surpreendente, alunos que num primeiro momento se mostraram apáticos e
temerosos, ao final perceberam o quanto são capazes e desenvolveram muito bem
o trabalho proposto. Aprendi com eles que, apesar de estarem tanto tempo longe
dos bancos escolares, estando motivados e trabalhando de maneira mais criativa os
saberes se complementam.
O aproveitamento dos alunos não foi 100% porque existiam dificuldades em relação
à escrita, devendo muitas vezes, deixar algumas atividades que deveriam ser feitas
em sala para que fizessem em casa. Os alunos relataram que a atividade mais difícil
foi a dos tipos de discursos, mesmo tendo feito uma bateria de exercícios de fixação.
Como temos um prazo determinado para a realização da implementação, não foi
possível trabalhar mais com os tipos de discursos.
Ao trabalhar com os professores GTR ( Grupo de Trabalho em Rede ) fiquei feliz
pois os comentários em relação às atividades trabalhadas por eles foi satisfatório.
Percebi que infelizmente, o maior problema para os professores continua sendo a
leitura e a interpretação. Independente do nível escolar a maior dificuldade está na
interpretação e consequentemente na elaboração de textos. Por isso o projeto
apresentado pode ajudar os colegas a minimizar essas dificuldades. Vários
professores aplicaram em suas salas de aula as atividades e obtiveram bons
resultados. A atividade mais trabalhada foi a dos aforismos, alguns colegas
relataram que por serem textos curtos e objetivos, os alunos se identificaram como “
aforistas”, pois como o vocabulário que possuem é muito escasso pouco sabem
escrever. Também ressaltando a dinâmica da atividade que foi bem aceita por eles.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O professor de Língua Portuguesa é desafiado diariamente, principalmente no
quesito motivação, trabalhando-se então para que o aluno sinta-se capaz de
interpretar e principalmente produzir textos de maneira clara e objetiva.
Na docência em sala de aula deve-se ter consciência da imensa diversidade dos
níveis de conhecimentos dos discentes e buscar um meio termo para que todos
possam ser atingidos.
Pensando nesta dificuldade desenvolveu-se um projeto que pudesse ao mesmo
tempo ser motivador e que levasse de maneira agradável e simples o aluno a
conseguir ler, refletir,argumentar e produzir textos.
Ao final, todos, cada um de acordo com seu nível de compreensão, conseguiram
produzir textos e passaram a ler de maneira diferente, observando itens que antes
passavam em branco. Conseguem reconhecer os diversos discursos existentes no
espaço público.
Ressalta-se que o Projeto PDE foi de grande valia porque proporcionou aos
professores participantes estudarem, refletirem, debaterem, produzir material
didático e desta maneira melhorarem a prática em sala de aula.
REFERÊNCIAS:
ANTUNES, Irandé. Aula de Português. 7 ed. São Paulo. 2009.
BAKHTIN, Michael ( Volochínov). Marxismo e Filosofia da Linguagem. 14 ed. São
Paulo: Hucitec, 2010.
CARNEIRO, Agostinho Dias, Texto em construção – Interpretação de texto. São
Paulo: Modena,1996
CASTRO, Maria da Conceição. Língua & Literatura1. São Paulo: Saraiva,1998
FIORIN, José L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2008.
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam.
51. ed.São Paulo: Cortez, 2011- ( Coleção questões da nossa época; v.22)
GEARY, James. O mundo em uma frase: uma breve história do aforismo. Rio de
Janeiro: Objetiva, 2007
MAYER, Canísio. Dinâmicas de Grupo e Textos Criativos. Petrópolis: Vozes, 2011
MARCUSCHI, Luiz A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São
Paulo: Parábola Editorial, 2008
NICOLA, José de. Língua, Literatura & Redação. São Paulo: Scipione,1998
RIGONI, Mario. Teoria e storia Dell’ aforisma nella tradizione europea. 13 de set
de 2012, palestra
SAVIOLI. Francisco Platão; Fiorin, José Luiz. Para entender o texto- Leitura e
redação. São Paulo: Ática, 2003
TEIXEIRA, Jerônimo. A sabedoria em 30 palavras ou menos. Veja. São Paulo.
25ago. 2010
SOARES, Magda. Linguagem e Escola: Uma perspectiva social. 9.ed. São Paulo:
Ática,1992
Disponível em:
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/search.php?query=charges&inst-bar-
pesquisar-submit=&action=results. acesso em 27/11/12
http://veja.abril.com.br/acervodigital/ acesso em 27/11/12
http://letras.mus.br/paulinho -da-viola/48064/ acesso em 27/11/12