ambiÊncia e genÉtica

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29/01/14 AMBIÊNCIA E GENÉTICA www.webartigos.com/artigos/ambiencia-e-genetica/69895/print/ 1/2 Webartigos.com - Publicação de artigos e monografias Título: AMBIÊNCIA E GENÉTICA Autor(a): José Renato Silva Endereço da publicação: http://www.webartigos.com/artigos/ambiencia-e-genetica/69895/ Publicado em 27 de junho de 2011, às 00h00min em Sociedade e Cultura AMBIÊNCIA E GENÉTICA AMBIÊNCIA E GENÉTICA Jamil F. H. Guedes; José Renato Silva; Roberto R. Sobreira; Jean Gualberto R. S.; A visão da sociedade com relação ao bem-estar animal está mudando, e isso tem ocorrido, principalmente, devido à rápida urbanização durante o último meio século, que, combinada com o aumento do poder aquisitivo, demanda ações específicas com relação ao ambiente e às condições dos criatórios dos animais alojados para consumo; dentre essas, destaca-se o bem-estar animal. Ainda é universalmente aceita como medida de bem-estar animal, segundo DAWKINS (2003), a sua saúde física. Com a produção brasileira de carne de frango, em 2006, atingiu cerca de nove milhões de toneladas, com o crescimento de 4,1% acima da produção de 2005 e ainda, além de movimentar uma receita anual de cerca de 30 milhões de dólares, a cadeia de produção de frangos de corte cria aproximadamente cinco milhões de empregos fixos e representa em torno de 6% do comércio exterior brasileiro, com um total de exportação da ordem de três milhões de toneladas, incluindo produtos in natura, industrializados e cortes Dentre os destinos da carne de frango brasileira, encontram-se países da União Européia (14%) e Japão (18%), que possuem legislação restrita de condições de alojamento com relação ao bem-estar das aves (OWADA, et al 2007). Entretanto, o que ainda é considerado controverso é se somente essa medida seria suficiente, já que indicadores fisiológicos de bem-estar podem, eventualmente, ser uma resposta natural a atividades ou excitações naturais do animal, ao invés de indicar, especificamente, o seu bem-estar. Recente literatura sobre as questões de bem-estar na produção de aves indica que os temas relacionados à ambiência térmica e aérea, bem como à quantidade e intensidade de luz dos galpões, são abordados nas pesquisas isoladamente, sendo, entretanto, mais influentes na resposta das aves quando os extremos ocorrem simultaneamente ( LIMA, et al 2003). A qualidade do ar em ambientes de produção animal vem sendo referenciada como ponto de interesse em estudos de sistema de controle ambiental, focando tanto a saúde dos animais que vivem em total confinamento, quanto a dos trabalhadores que permanecem de 4 a 8 horas por dia nesse ambiente de trabalho. Dentro do contexto da avicultura moderna, pesquisas mostram a influência direta do ambiente inadequado de criação como um dos fatores que predispõem a Ambiência aérea em alojamento de frangos de corte: poeira e gases (NÄÄS, et al 2007). Um dos poluentes aéreos freqüentemente encontrados em altas concentrações nos aviários, principalmente em ambientes fechados, é a amônia. O maior problema nas áreas tropicais quentes e úmidas é o excesso de umidade relativa do ar. Esse excesso impossibilita que a ave elimine calor através da respiração. Quando a temperatura ambiental alcança 25 °C, essa temperatura acarreta um maior ofego pela ave. A temperatura e a umidade relativa altas fazem com que a ave não consiga respirar suficientemente rápido para remover todo calor que precisa dissipar de seu corpo. Conseqüentemente, com a umidade relativa muito alta, a ave não suporta a mesma temperatura ambiental, afetando o intercâmbio térmico, e a temperatura corporal pode elevar-se, ocorrendo a prostração e morte, quando a temperatura ambiental alcançar 47 °C, que é o limite máximo fisiológico vital da ave. Isto é mais preocupante à medida que a ave se desenvolve, especialmente nas linhagens mais pesadas, pois a área superficial necessária para a dissipação de calor diminui proporcionalmente com a idade e com o seu peso corporal (LAGANÁ; 2009) Quando expostas ao estresse por calor, todos os tipos de aves respondem pela diminuição na ingestão de alimentos. A redução de consumo alimentar diminui os substratos metabólicos ou combustíveis disponíveis

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29/01/14 AMBIÊNCIA E GENÉTICA

www.webartigos.com/artigos/ambiencia-e-genetica/69895/print/ 1/2

Webartigos.com - Publicação de artigos e monografias

Título: AMBIÊNCIA E GENÉTICA

Autor(a): José Renato Silva

Endereço da publicação: http://www.webartigos.com/artigos/ambiencia-e-genetica/69895/

Publicado em 27 de junho de 2011, às 00h00min em Sociedade e Cultura

AMBIÊNCIA E GENÉTICA

AMBIÊNCIA E GENÉTICA

Jamil F. H. Guedes; José Renato Silva; Roberto R. Sobreira; Jean Gualberto R. S.;

A visão da sociedade com relação ao bem-estar animal está mudando, e isso tem ocorrido, principalmente,

devido à rápida urbanização durante o último meio século, que, combinada com o aumento do poder

aquisitivo, demanda ações específicas com relação ao ambiente e às condições dos criatórios dos animais

alojados para consumo; dentre essas, destaca-se o bem-estar animal. Ainda é universalmente aceita como

medida de bem-estar animal, segundo DAWKINS (2003), a sua saúde física. Com a produção brasileira de

carne de frango, em 2006, atingiu cerca de nove milhões de toneladas, com o crescimento de 4,1% acima

da produção de 2005 e ainda, além de movimentar uma receita anual de cerca de 30 milhões de dólares, a

cadeia de produção de frangos de corte cria aproximadamente cinco milhões de empregos fixos e representa

em torno de 6% do comércio exterior brasileiro, com um total de exportação da ordem de três milhões de

toneladas, incluindo produtos in natura, industrializados e cortes Dentre os destinos da carne de frango

brasileira, encontram-se países da União Européia (14%) e Japão (18%), que possuem legislação restrita de

condições de alojamento com relação ao bem-estar das aves (OWADA, et al 2007).

Entretanto, o que ainda é considerado controverso é se somente essa medida seria suficiente, já que

indicadores fisiológicos de bem-estar podem, eventualmente, ser uma resposta natural a atividades ou

excitações naturais do animal, ao invés de indicar, especificamente, o seu bem-estar. Recente literatura

sobre as questões de bem-estar na produção de aves indica que os temas relacionados à ambiência térmica

e aérea, bem como à quantidade e intensidade de luz dos galpões, são abordados nas pesquisas

isoladamente, sendo, entretanto, mais influentes na resposta das aves quando os extremos ocorrem

simultaneamente ( LIMA, et al 2003).

A qualidade do ar em ambientes de produção animal vem sendo referenciada como ponto de interesse em

estudos de sistema de controle ambiental, focando tanto a saúde dos animais que vivem em total

confinamento, quanto a dos trabalhadores que permanecem de 4 a 8 horas por dia nesse ambiente de

trabalho. Dentro do contexto da avicultura moderna, pesquisas mostram a influência direta do ambiente

inadequado de criação como um dos fatores que predispõem a Ambiência aérea em alojamento de frangos

de corte: poeira e gases (NÄÄS, et al 2007).

Um dos poluentes aéreos freqüentemente encontrados em altas concentrações nos aviários, principalmente

em ambientes fechados, é a amônia. O maior problema nas áreas tropicais quentes e úmidas é o excesso

de umidade relativa do ar. Esse excesso impossibilita que a ave elimine calor através da respiração. Quando

a temperatura ambiental alcança 25 °C, essa temperatura acarreta um maior ofego pela ave. A temperatura e

a umidade relativa altas fazem com que a ave não consiga respirar suficientemente rápido para remover todo

calor que precisa dissipar de seu corpo. Conseqüentemente, com a umidade relativa muito alta, a ave não

suporta a mesma temperatura ambiental, afetando o intercâmbio térmico, e a temperatura corporal pode

elevar-se, ocorrendo a prostração e morte, quando a temperatura ambiental alcançar 47 °C, que é o limite

máximo fisiológico vital da ave. Isto é mais preocupante à medida que a ave se desenvolve, especialmente

nas linhagens mais pesadas, pois a área superficial necessária para a dissipação de calor diminui

proporcionalmente com a idade e com o seu peso corporal (LAGANÁ; 2009)

Quando expostas ao estresse por calor, todos os tipos de aves respondem pela diminuição na ingestão de

alimentos. A redução de consumo alimentar diminui os substratos metabólicos ou combustíveis disponíveis

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para o metabolismo, reduzindo dessa forma a produção de calor. Drásticas diminuições no consumo de

alimento e no crescimento foram relatadas sob circunstâncias de estresse por calor. A eficiência alimentar

também pode ser reduzida significativamente (OLIVEIRA et al, 2006).

REFERENCIAS TEÓRICAS

LIMA K. R. S. el al; Avaliação do Ambiente Térmico Interno em Galpões de Frango de Corte com Diferentes

Materiais de Cobertura na Mesorregião Metropolitana de Belém. Rev. ciênc. agrár., Belém, n. 51, p.37-50,

jan./jun. 2003.

LAGANÁ C. Influência de altas temperaturas na alimentação de frangos de corte. Agência Paulista de

Tecnologia dos Agronegócios - Apta Regional, 2009.

OLIVEIRA G. A. et al, Efeito da temperatura ambiente sobre o desempenho e as características de carcaça

de frangos de corte dos 22 aos 42 dias. Revista Brasileira de Zootecnia., v.35, n.4, p.1398-1405, 2006

OWADA A. N. et al. Estimativa de bem-estar de frango de corte em função da concentração de amônia e

grau de luminosidade no galpão de produção. Eng. Agríc., Jaboticabal, v.27, n.3, p.611-618, set./dez. 2007

Por José Renato Silva

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