alteraÇÕes teciduais decorrentes da … · movimentação dentária. 3. remodelação óssea. 4....

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Fernando Antonio Lima Habib ALTERAÇÕES TECIDUAIS DECORRENTES DA FOTOBIOMODULAÇÃO LASER NO MOVIMENTO DENTÁRIO INDUZIDO EM RATOS PROGRAMA INTEGRADO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA Área de Concentração: Laser em Odontologia SALVADOR 2008

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Fernando Antonio Lima Habib

ALTERAES TECIDUAIS DECORRENTES DA

FOTOBIOMODULAO LASER NO MOVIMENTO

DENTRIO INDUZIDO EM RATOS

PROGRAMA INTEGRADO DE PS-GRADUAO EM ODONTOLOGIA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

rea de Concentrao:

Laser em Odontologia

SALVADOR

2008

Fernando Antonio Lima Habib

ALTERAES TECIDUAIS DECORRENTES DA

FOTOBIOMODULAO LASER NO MOVIMENTO

DENTRIO INDUZIDO EM RATOS

Tese apresentada ao Programa Integrado de Ps-Graduao em Odontologia da Universidade Federal da Paraba e Universidade Federal da Bahia em cumprimento s exigncias para obteno do ttulo de Doutor em Odontologia. rea de concentrao: Laser em Odontologia.

Orientadores:

Prof. Dr. Antnio Luiz Barbosa Pinheiro

Profa. Dra. Telma Martins de Arajo

Ficha Catalogrfica

H116 Habib, Fernando Antonio Lima. Alteraes teciduais decorrentes da fotobiomodulao laser no movimento dentrio induzido em ratos / Fernando Antonio Lima Habib. Salvador, 2008. 95 p. : il.

Orientador: Prof. Dr. Antnio Luiz Barbosa Pinheiro. Co-orientador: Prof Dr Telma Martins de Arajo. Tese (doutorado) Universidade Federal da Bahia / Universidade Federal da Paraba, 2008.

1. Lasers. 2. Movimentao dentria. 3. Remodelao ssea. 4. Histologia. 5. Odontologia. I. Universidade Federal da Bahia. II. Universidade Federal da Paraba. III. Pinheiro, Antnio Luiz Barbosa. IV. Arajo, Telma Martins de. V. Ttulo.

CDU 616.314: 621.375.826

Dedico este trabalho ao esforo e empenho que meus pais, Darcy Lima Habib e Jos Baracat Habib (in memorian), sempre tiveram para a

minha formao profissional. A eles, a minha eterna gratido e amor.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por ser o esteio maior da minha vida, ajudando-me a enfrentar

todas as tarefas da minha existncia, inclusive esta.

Profa. Dra. Telma Martins de Arajo, pelo incentivo, apoio, ajuda e

orientao dispensados, no s na elaborao deste trabalho, mas, ao longo

da minha vida profissional. A seriedade e dignidade com que a senhora conduz

a vida acadmica, motivo de orgulho para toda a classe odontolgica.

Ao Prof. Dr. Antnio Luiz Barbosa Pinheiro, pela orientao segura e

incentivo constante para enfrentar as dificuldades que um trabalho de pesquisa

apresenta, ao longo da sua elaborao. Reconheo que atravs da sua

conduta tica, cientfica e pedaggica, contribui sobremaneira, para o

crescimento e reconhecimento da FOUFBA como centro de referncia

acadmica e de pesquisa.

Ao Prof. Dr. Jos dimo Soares Martins, pela contribuio cientfica e

moral que deu a Ortodontia brasileira. Eu, mesmo no tendo conhecido-o

pessoalmente, agradeo-lhe (in memorian) por ter formado os mestres que me

ensinaram a Ortodontia que hoje pratico.

Ao Prof. Dr. Alderico Artese, pela dedicao espontnea demonstrada

desde o incio do meu curso de Ps-graduao em Ortodontia na UFRJ,

reconhecendo as minhas dificuldades e acreditando, como poucos, em meu

potencial. A minha gratido to grande que se estende toda sua famlia, ao

ponto de sentir-me como membro dela, pelo carinho e amor que todos me

dedicam.

Ao Prof. Dr. Carlos Jorge Vogel, pela forma de ensinar criando futuros

amigos e no s ex-alunos. O incentivo que recebi para a realizao deste

curso de Doutorado, fosse atravs de presentes em forma de livros sobre laser,

ou atravs de palavras de estmulo, quando demonstrava cansao para

enfrentar esta dura jornada, me valeram bastante.

Ao Dr. Elias Ferreira de Freitas, pelo carinho e desprendimento

demonstrados ao me receber em seu consultrio de Ortodontia, como

estagirio, ainda na Graduao, e depois pela acolhida que me dera quando no

incio da minha vida profissional, tratando-me como filho, desde ento.

Profa. Dra. Aparecida Maria Cordeiro Marques, pelo incentivo e apoio

constantes e humildade em dividir os seus conhecimentos, participando,

efetivamente, das conquistas individuais de cada aluno.

Profa. Dra. Luciana Ramalho, pela disponibilidade de ter acrescentado

esta pesquisa s mltiplas atividades que possui. Atravs dos seus olhos,

aprendi ver coisas que imaginava conhecer. Obrigado pela orientao segura e

valiosa.

Profa. Dra. Maria Cristina Teixeira Canguss, pela disposio em

ajudar aos que lhe procuram, fazendo com que dados estatsticos sejam muito

mais do que expresso numrica de um trabalho.

Aos Professores do Programa Integrado de Ps-Graduao em

Odontologia UFPB UFBA, rea de Concentrao-Laser, Doutores Aldo

Brugnera Jnior, Andr Carlos de Freitas, Chukuka Enwemeka, Cludia

Roberta Leite de Figueiredo, Cristina Pacheco Soares, Ftima Zanin, Jean

Nunes dos Santos, Lino Joo da Costa, Maria Carmli Correia Sampaio, Maria

Isabel Pereira Viana, Maria Jos P. Ramalho, Marlia G. de Oliveira, Newton

Soares da Silva, Ricardo Cavalcanti Duarte, Slvia Regina de A. Reis e Viviane

de Almeida Sarmento, pela disponibilidade e interesse em contribuir para

existncia, nesta Faculdade, de um Curso de Doutorado deste nvel. Devemos

a nossa formao ao empenho e dedicao que vocs tiveram como

educadores.

Ao Prof. Mrcio Costa Sobral, pela sugesto e orientao na confeco

do aparelho ortodntico utilizado nesta pesquisa, assim como, pela realizao

de vrias das fotografias que a mesma contm.

Ao Prof. Dr. Marcos Alan Vieira Bittencourt, pela disponibilidade em

colaborar, sempre que necessrio, com sugestes que vieram enriquecer,

bastante, este trabalho.

Ao Prof. Rogrio Frederico Alves Ferreira, pelo incentivo que me deu

para a realizao deste trabalho, e que mesmo reconhecendo o seu valor e

grande capacidade profissional, parece querer demonstrar, sempre, que um

eterno aprendiz.

Aos Profs. Marcelo Castellucci e Mrcio Costa Sobral, pela

demonstrao de carinho e amizade, associada a uma colaborao extrema no

sentido de assumirem as minhas tarefas especficas dentro do Curso de

Especializao em Ortodontia e Ortopedia Facial da FOUFBA. Durante a minha

ausncia, por conta das atividades do Doutorado, encararam esta misso com

profissionalismo e fraternidade. Lhes serei eternamente grato.

Aos Profs. Fernanda Catharino Menezes Franco, Lucianna Gomes,

Andr Machado, Rivail Almeida Brando e Myrela Cardoso, membros do corpo

docente da Orto-UFBA, Graduao e Especializao, por me apoiarem durante

a realizao do Curso de Doutorado, suprindo, sempre, sem queixas as minhas

longas ausncias, neste perodo.

colega e amiga Dra. Sabrina Kvia Correia Gama, pela oportunidade

que me deu de poder reconhecer que, muitas vezes, temos mais a aprender

com quele que ensinamos do que apenas transmitir informaes tcnicas. A

amizade que criamos ao longo do curso de Doutorado algo especial que

ficar, para sempre, na minha vida.

Aos colegas de turma Mrcio Marchionni, Carolina Montagn, Ana Paula

Cavalcanti, Cristina Nascimento, Lvia Prates Soares, Mrcio Lisboa, Nicole

Ribeiro e Priscila Chagas, pela convivncia harmoniosa que tivemos, desde o

incio do curso, ao me receberem como um parceiro e amigo. O Doutorado

acabou me dando nove novos grandes amigos.

Aos colegas e especiais amigos Ana Maria Telles Pinheiro, Andr

Pinheiro e Edmlia Barreto pela valiosa orientao inicial no desenvolvimento

desta pesquisa, no laboratrio de experimentao animal da FOUFBA.

Aos estagirios e ex-estagirios do Centro de Laser da FOUFBA,

especialmente, Eliane Pires, Fernando Presdio, Gardnia Matos, Juliana

Lacerda e Juliana Monteiro, pela seriedade, dedicao e amor que todos vocs

demonstraram na participao desta pesquisa. A ajuda de vocs foi

fundamental para realizao deste trabalho.

Disciplina de Ortodontia da FOUFBA, por fornecer toda a sua rica

estrutura, disponibilizando seus recursos fsicos e humanos, de maneira

especial, para a realizao deste trabalho.

Aos funcionrios do Centro de Ortodontia e Ortopedia Facial Prof. Jos

dimo Soares Martins, Andr Nascimento, Damio Santana e Lcia Rivas, pela

dedicao e ajuda demonstrada durante o perodo em que me tornei muito

mais estudante do que professor. Obrigado pela colaborao diria.

Sra. Cintia Maria Oliveira de SantAna Magalhes, amiga e funcionria,

pela compreenso, apoio e ajuda demonstrada no perodo da realizao do

curso, tornando mais leve a minha difcil tarefa de associar vida profissional e

vida acadmica.

Sra. Maria de Lourdes Silva Santos, tcnica em histopatologia da

UFBA, pela dedicao e seriedade no processamento histolgico do material

coletado, durante a fase experimental.

SUMRIO

LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS 09

LISTA DE FIGURAS E TABELAS 11

RESUMO 16

ABSTRACT 18

1 INTRODUO 19

2 REVISO DA LITERATURA 21

3 PROPOSIO 42

4 MATERIAIS E MTODOS 43

4.1 Condies Ambientais 44

4.2 Caracterizao e Manipulao da Amostra 44

4.3 Configurao e Montagem do Aparelho 45

4.4 Aplicao do Laser 49

4.5 Morte dos Animais e Processamento Histolgico 51

4.6 Coleta de Dados e Anlise das Lminas 52

5 RESULTADOS 55

6 DISCUSSO 74

7 CONCLUSO 80

SUGESTO 81

REFERNCIAS 82

ANEXOS 91

ANEXO A - Aprovao da pesquisa na Comisso de tica do

Laboratrio de Pesquisa Experimental da FOUFBA

92

ANEXO B - Distribuio do percentual de animais, cortes

histolgicos do Grupo Controle (HABIB, 2008).

93

ANEXO C - Distribuio do percentual de animais, cortes

histolgicos do Grupo Laser (HABIB, 2008).

94

ANEXO D - Distribuio do percentual de animais, cortes

histolgicos dos Grupos Controle e Laser (HABIB,

2008).

95

LISTA DE ABREVIATURAS E SMBOLOS

% Por cento

Dimetro do feixe

-endorfinas Beta-endorfinas

Comprimento de onda

Marca registrada

C Grau centgrado

ATP Adenosina Trifosfato

CO2 Dixido de carbono

F Fora

FBML Fotobiomodulao laser

Fig. Figura

g Grama

g/F Grama/fora

G7 Grupo sete dias

G13 Grupo treze dias

G19 Grupo dezenove dias

GaAlAs Arseneto de glio e alumnio

GdCl3 Cloreto de Gadolnio

h Hora

HE Hematoxilina e Eosina

HeNe Hlio-Nenio

J/cm2 Joule por centmetro quadrado

LBP Laser em baixa potncia

LP Ligamento periodontal

ml Mililitro

mm Milmetro

mW Miliwatt

NiTi Nquel-Titnio

nm Nanmetro

NO Neoformao ssea

no

Nmero

OA Osso alveolar

OB Osteoblastos

OC Osteoclastos

R Raiz

RO Reabsoro ssea

RR Reabsoro radicular

UFBA Universidade Federal da Bahia

UFPB Universidade Federal da Paraba

LISTA DE FIGURAS E TABELAS

Figura 1 Identificao do animal quanto ao grupo pertencente

(HABIB, 2008).

45

Figura 2 Primeiro molar superior esquerdo com fio de amarrilho

tranado na regio cervical (HABIB, 2008).

46

Figura 3 A: dinammetro de preciso antes da aplicao da

fora. B: fora aferida em 40g/F. C: marcao realizada

justo face palatina dos incisivos superiores. D:

apreenso do fio com a pina Mathieu na marcao

(HABIB, 2008).

48

Figura 4 A: posicionamento do fio tranado ao redor dos

incisivos. B e C: fixao com resina fotopolimerizvel. D:

sistema de foras confeccionado (HABIB, 2008).

48

Figura 5 A: desgaste dos incisivos inferiores. B: aspecto dos

incisivos inferiores aps o desgaste (HABIB, 2008).

49

Figura 6 A: aplicao na face mesial por palatino. B: aplicao na

face distal por palatino. C: tricotomia. D: marcao do

ponto de referncia para aplicao extra-oral. E:

aplicao extra-oral do laser (HABIB, 2008).

51

Figura 7 Pea anatmica analisada. A: face oclusal. B: face

vestibular. (HABIB, 2008).

52

Figura 8 Demonstrao grfica da densidade vascular na polpa,

inflamao na polpa, densidade vascular no periodonto

e inflamao no periodonto, no Grupo G7 (HABIB,

2008).

56

Figura 9 Demonstrao grfica da quantidade de hialinizao,

presena de osteoclastos e osteoblastos, no Grupo G7

(HABIB, 2008).

57

Figura 10 Demonstrao grfica da quantidade de colgeno nas

reas de presso, tenso e expresso da reabsoro

dentria, no Grupo G7 (HABIB, 2008).

58

Figura 11 Demonstrao grfica da densidade vascular na polpa,

inflamao na polpa, densidade vascular no periodonto

e inflamao no periodonto, no Grupo G13 (HABIB,

2008).

59

Figura 12 Demonstrao grfica da quantidade de hialinizao,

presena de osteoclastos e osteoblastos, no Grupo G13

(HABIB, 2008).

60

Figura 13. Demonstrao grfica da quantidade de colgeno nas

reas de presso, tenso e expresso da reabsoro

dentria, no Grupo G13 (HABIB, 2008).

61

Figura 14 Demonstrao grfica da densidade vascular na polpa,

inflamao na polpa, densidade vascular no periodonto

e inflamao no periodonto, no Grupo G19 (HABIB,

2008).

62

Figura 15 Demonstrao grfica da quantidade de hialinizao,

presena de osteoclastos e osteoblastos, no Grupo G19

(HABIB, 2008).

63

Figura 16 Demonstrao grfica da quantidade de colgeno nas

reas de presso, tenso e expresso da reabsoro

dentria, no Grupo G19 (HABIB, 2008).

64

Figura 17 Demonstrao grfica da densidade vascular na polpa,

observada nos Grupos G7, G13 e G19 (HABIB, 2008).

65

Figura 18 Demonstrao grfica do nvel de inflamao da polpa,

observada nos Grupos G7, G13 e G19 (HABIB, 2008).

65

Figura 19 Demonstrao grfica da densidade vascular no

periodonto, observada nos Grupos G7, G13 e G19

(HABIB, 2008).

66

Figura 20 Fotomicrografias demonstrando aumento da densidade

vascular no periodonto, quando comparado os Grupos

G7, Controle (A) e Laser (B), conforme indicam as setas

(HABIB, 2008).

67

Figura 21 Demonstrao grfica do nvel de inflamao do

periodonto, observada nos Grupos G7, G13 e G19

(HABIB, 2008).

67

Figura 22 Demonstrao grfica do grau de hialinizao no

periodonto, observada nos Grupos G7, G13 e G19

(HABIB, 2008).

68

Figura 23 Fotomicrografias demonstrando aumento da rea de

hialinizao, quando comparado os Grupos G7,

Controle (A) e Laser (B), conforme indicam as setas

(HABIB, 2008).

69

Figura 24 Demonstrao grfica do grau de expressividade da

presena de osteoclastos, observada nos Grupos G7,

G13 e G19 (HABIB, 2008).

69

Figura 25 Fotomicrografias demonstrando maior presena de

osteoclastos, quando comparado os Grupos G7,

Controle (A) e Laser (B), conforme indicam as setas

(HABIB, 2008).

70

Figura 26 Demonstrao grfica do grau de expressividade da

presena de osteoblastos, observada nos Grupos G7,

G13 e G19 (HABIB, 2008).

70

Figura 27 Demonstrao grfica da quantidade de colgeno na

rea de presso, observada nos Grupos G7, G13 e G19

(HABIB, 2008).

71

Figura 28 Demonstrao grfica da quantidade de colgeno na

rea de tenso, observada nos Grupos G7, G13 e G19

(HABIB, 2008).

72

Figura 29 Fotomicrografias demonstrando maior presena de

colgeno, na rea de tenso, quando comparado os

Grupos G7, Controle (A) e Laser (B), conforme indicam

as setas (HABIB, 2008).

72

Figura 30 Fotomicrografias demonstrando alterao na

quantidade de reabsoro radicular, quando comparado

os Grupos G7, Controle (A) e Laser (B), conforme

indicam as setas (HABIB, 2008).

73

Figura 31 Demonstrao grfica da intensidade de reabsoro

radicular, observada nos Grupos G7, G13 e G19

(HABIB, 2008).

73

Tabela 1 Critrios utilizados para anlise de microscopia ptica

(HABIB, 2008).

54

RESUMO

O laser em baixa potncia considerado fator acelerador da reparao

ssea, uma vez que estimula a microcirculao e aumenta o metabolismo

celular. Sendo assim, pretendeu-se, neste trabalho, verificar as alteraes

histolgicas decorrentes do uso da fotobiomodulao a laser, durante o

movimento dentrio induzido do primeiro molar superior esquerdo com 40g/F,

em Rattus norvegicus, adultos jovens, machos, pesando entre 250 e 300g.

Foram utilizados 30 animais, distribudos, equitativamente, em trs grupos

(n=10), correspondendo ao tempo da morte dos animais, isto , sete, 13 e 19

dias (G7, G13 e G19). Metade dos animais de cada grupo foi submetida

fototerapia laser ( 790nm, 40mW, 20J/cm2 por sesso, a cada 48h, ~2mm)

durante a movimentao ortodntica, a outra metade, no irradiada, serviu

como controle. Aps a morte dos animais, as amostras foram seccionadas,

processadas e coradas por HE e picro-sirius e utilizadas para avaliao semi-

quantitativa por meio da microscopia ptica. Os dados foram coletados e

comparados atravs de anlises intergrupo e intra-grupos pelos testes de

Kruskal-Wallis e exato de Fisher, sendo considerados significantes quando p =

0,05. Os resultados mostraram que a fotobiomodulao a laser influenciou

positivamente aspectos importantes para a movimentao dentria como a

reduo da densidade vascular e da inflamao; aumento da quantidade de

osteoclastos e de colgeno; e tambm modular a reabsoro dentria e a

hialinizao. Conclui-se que a fototerapia laser pode criar condies mais

favorveis para a remodelao ssea no periodonto de Rattus norvegicus em

situaes de movimentao ortodntica induzida.

Palavras-chave: Movimento ortodntico - Remodelao ssea - Histologia

Laser

ABSTRACT

The use of laser phototherapy is considered an enhancement factor for

bone repair as it stimulates microcirculation as well as the cellular metabolism.

Regarding this, the purpose of this research was to assess histologic changes

after the use of laser phototerapy during induced mesial tooth movement with

40g/F of the upper left first molars of young adult male Rattus norvegicus

weighing 250 to 300g. Thirty animals were equally divided into three groups

(n=10), named according to the time of animal death, i.e. seven, 13 and 19

days (G7, G13 e G19). Half of the animals in each group were submitted to

irradiation with infrared laser ( 790nm, 40mW, 20J/cm2 per session, every 48

hours, ~2mm), during orthodontic movement, the other half was used as

controls. After animal death, specimens were sectioned, processed and stained

with HE and Sirius red and were used for semi-quantitative histologic analysis

with optical microscopy. Data was compared by inter and intra-group analysis

using Kruskal-Wallis and Fischer tests, and results were considered significant

for p = 0.05. Results demonstrated that Laser Phototherapy positively affected

some important aspects of dental movement, such as decreased vascular

density and inflammation, increased amount of osteoclasts and collagen and

also modulated dental resorption and hyalinization. These results indicate that

the use of laser phototherapy may create a more favorable condition for bone

turnover in the periodontal ligament of Rattus norvegicus during orthodontic

tooth movement.

Key words: Tooth Movement - Bone Remodeling Histology - Laser

19

1 INTRODUO

De um modo geral, a fototerapia laser (FBML) tem uma srie de

indicaes e pode ser usada isoladamente ou como coadjuvante de outros

tratamentos, sempre que se necessite de um efeito local, uma vez que estimula

a micro-circulao e o trofismo celular, ou quando houver necessidade de um

efeito teraputico geral. Os equipamentos mais utilizados so os diodos

semicondutores como Arseneto de Glio e Alumnio (GaAlAs), tendo como uma

de suas caractersticas principais a no gerao de efeitos trmicos

(BRUGNERA JNIOR; PINHEIRO, 1998).

Este tipo de laser pode agir diretamente na clula, produzindo um efeito

primrio ou imediato, aumentando o metabolismo celular ou, por exemplo, a

sntese de -endorfinas, e diminuindo a liberao de transmissores

nociceptivos, como a bradicinina e a serotonina (MATERA et al., 2003). um

tipo de terapia no-invasiva, indolor, no-trmica e assptica, sem efeitos

colaterais, com boa relao custo-benefcio (LIM et al., 1995).

Encontram-se, na literatura, inmeras pesquisas abordando as

alteraes histolgicas que ocorrem no periodonto de sustentao, cemento,

osso alveolar e ligamento periodontal, decorrentes da movimentao dentria

(BENAFE-OLIVEIRA et al., 2003; GIANELLY; GOLDMAN, 1971; HAMAYA et

al., 2002; KOHNO et al., 2002; LOW et al., 2005; RODY JR. et al., 2001;

SILVEIRA, 2006; TOMIZUKA et al., 2007; VON BHL et al., 2004).

Uma importante caracterstica do osso alveolar sua capacidade de

sofrer remodelao contnua em resposta s demandas funcionais e aplicao

de fora, durante o movimento ortodntico. As superfcies submetidas

20

remodelao exibem caractersticas histolgicas especficas. (TEN CATE,

1994).

Cruz et al. (2004) concluram que a FBML com GaAlAs aumenta a

velocidade de movimentao ortodntica devido a um incremento da

proliferao de clulas do ligamento periodontal, melhora da circulao local,

aumento da quantidade de osteoclastos e da formao de osso mineralizado. A

fotobiomodulao com laser de 830nm, pode acelerar o movimento dentrio

acompanhado de remodelao ssea alveolar devido maior atividade

osteoblstica e osteoclstica (AIHARA et al., 2006; KAWASAKI; SHIMIZU,

2000; RODY JR. et al., 2001).

Considerando tais aspectos, este trabalho experimental foi desenvolvido

com o objetivo de avaliar histologicamente as reaes no osso alveolar,

decorrentes da aplicao de fora associada fototerapia laser, em ratos da

espcie Rattus norvegicus.

21

2 REVISO DA LITERATURA

2.1 Movimento Dentrio

A movimentao dentria regida por fatores biolgicos e mecnicos,

caracterizada por reaes seqenciais do tecido periodontal em resposta s

foras aplicadas (PROFFIT; FIELDS JR., 2002). A movimentao ortodntica

depende da capacidade das clulas periodontais em responderem a estes

estmulos mecnicos (MISAWA-KAGEYAMA et al., 2007), os quais geram

alteraes teciduais que, em conjunto com a ativao de mediadores qumicos,

como citocinas e prostaglandinas, sintetizadas e secretadas por clulas locais,

resultam na remodelao ssea (MERMUT et al., 2007; SILVEIRA, 2006;

TAWEECHAISUPAPONG et al., 2005). Neste contexto, a procura por meios

que possam facilitar ou potencializar a movimentao ortodntica uma

realidade atual. Essa acelerao pode ser alcanada com a utilizao de

osteocalcina (HASHIMOTO et al., 2001) ou atravs da aplicao local de

prostaglandinas (YAMASAKI et al., 1984) ou vitamina D (COLLINS &

SINCLAIR, 1988; YAMAMOTO et al., 1992). Porm, a dor e o desconforto

durante a aplicao so os principais fatores inviabilizadores da utilizao

destas substncias.

A remodelao ssea pode ser explicada pela teoria da presso-tenso,

na qual uma alterao no fluxo sangneo do ligamento periodontal produzida

pela movimentao do dente no alvolo (GOTZ et al., 2006; PROFFIT, 2002).

22

Assim como as demais estruturas sseas do organismo, o tecido que

forma o osso alveolar constitui-se de trs fases: matriz orgnica, fase mineral e

gua. As clulas do osso alveolar, associadas a diferentes funes,

compreendem os osteoblastos, relacionados com a formao ssea, os

ostecitos, includos na matriz mineralizada e responsveis pela manuteno

do osso e os osteoclastos, envolvidos com a absoro ssea (WHITSON,

1994).

Segundo a teoria de que mensageiros qumicos so importantes na

remodelao ssea alveolar e conseqente movimento dentrio, uma alterao

no fluxo sangneo do ligamento periodontal produzida por uma fora

aplicada, o que causaria mudanas de posio do dente no espao periodontal,

comprimindo o ligamento em algumas reas e tencionando em outras. O fluxo

sangneo diminui onde o ligamento comprimido, enquanto freqentemente

mantido ou aumentado, onde o ligamento est sob tenso (NOJIMA;

GONALVES, 1996; PROFFIT, 1995).

O ligamento periodontal um tecido mole e interposto entre o dente e o

osso alveolar e mede, freqentemente 0,25mm de espessura, ou menos

(REITAN, 1960; 1985). responsvel pela transmisso de foras in vivo e sua

compresso induz estmulos geradores de inflamao local, favorecendo o

surgimento de um micro-ambiente susceptvel absoro ssea

(CONSOLARO, 2002; WAGLE et al., 2005).

A compresso promover o desaparecimento das clulas do ligamento

periodontal, resultando em uma parada do movimento dentrio (REITAN, 1960;

1985). Uma necrose estril produzida na rea e por causa da aparncia

23

histolgica, essa regio avascular tradicionalmente chamada de hialinizada.

Nesse caso, a remodelao do osso, prximo ao local necrtico, deve ser

efetuada por clulas derivadas de regies adjacentes no danificadas. Como

os osteoclastos iniciam um ataque imediatamente abaixo da rea necrtica,

esse processo descrito como uma absoro solapante (PROFFIT, 2002). O

dente no se mover at que o osso subjacente ao tecido hialinizado tenha

sido eliminado. Por ser a durao desta absoro aproximadamente

proporcional extenso da zona hialinizada, de fundamental importncia

aplicar foras leves iniciais de forma que previna-se a formao de reas

acelulares excessivamente extensas (REITAN, 1960; 1985). A quantidade de

hialinizao depende do grau de hipxia gerado, o qual, por sua vez,

dependente da quantidade de fora aplicada (CONSOLARO, 2002). Portanto, a

absoro ssea direta ou indireta percebida como uma reao tecidual

fora aplicada (MELSEN, 2001).

Analisando esta situao, pode-se concluir que a durao do movimento

dentrio pode ser dividida em perodo inicial e secundrio. A absoro ssea

direta, tambm chamada de absoro frontal, formada sobre todo o perodo

secundrio, quando o tecido hialinizado desaparece aps a absoro ssea

solapante (REITAN, 1960; 1985).

A aposio ssea pelos osteoblastos ocorre na rea de tenso (GOTZ et

al., 2006). No caso de regies do ligamento periodontal super-destendidas, o

fluxo sangneo pode ser diminudo transitoriamente. As alteraes no fluxo

sangneo geram, rapidamente, mudanas no ambiente qumico. Por

conseguinte, o nvel de oxignio certamente pode diminuir na rea comprimida,

24

mas aumenta no lado de tenso e a proporo relativa de outros metablitos,

tambm, pode mudar em questo de minutos. Estas mudanas qumicas,

agindo diretamente ou por estmulo da liberao de outros agentes ativos

biologicamente, poderiam provocar, ento, a diferenciao e atividade celular

(MORAES et al., 2002; NOJIMA; GONALVES, 1996).

Onde existe distenso dos ligamentos, o estmulo promover a

diferenciao de clulas mesenquimais em osteoblastos e fibroblastos. Em

torno de dois dias aps a aplicao da fora, as modificaes locais iro

permitir que os osteoclastos e os osteoblastos iniciem o processo de

remodelao ssea, com aposio no lado onde h trao e absoro na face

em compresso (FERREIRA, 2002).

Podemos observar que, durante o tratamento ortodntico, o osso

seletivamente removido em algumas reas e adicionado em outras, enquanto o

dente se move carregando os tecidos de sustentao (PROFFIT, 2002).

Contudo, quando a quantidade de movimentao ortodntica inicial, em

adultos, analisada, observa-se que esta menor que em jovens, uma vez

que ocorre diminuio da atividade de remodelao ssea alveolar, em

resposta s foras mecnicas, com o aumento da idade (BRIDGES et al., 1988;

MISAWA-KAGEYAMA et al., 2007). Porm, esta taxa em fases posteriores do

tratamento a mesma para ambos os grupos (REN et al., 2005).

Na zona de presso, o tecido de sustentao fibroso reconstitudo

atravs da substituio quase completa das fibras velhas por novos elementos

fibrosos (KOHNO et al., 2003; SHIRAZI et al., 2002). Alm disto, a matriz extra

celular, componente do ligamento periodontal e colgeno so degenerados,

25

degradados e reestruturados (BILDT et al., 2007). Existe um aumento da

atividade vascular e extensa presena de colgeno na rea de presso, reas

com reabsoro frontal e em reas de tenso, com concomitante invaso

vascular (RYGH et al., 1986).

Pesquisas revelam, ainda, que existe alterao na camada de

odontoblastos, decorrente de um processo inflamatrio e alterao vascular

com acmulo de eritrcitos e leuccitos no interior dos vasos, especialmente,

na rea mesial da polpa e na raiz mesial do dente que foi movimentado,

quando este deslocado mesialmente. Essas alteraes so reversveis, se a

agresso no for mais intensa que o limite fisiolgico de tolerncia tecidual

(SANTAMARIA JR et al., 2007). O movimento do dente atravs do osso

depende da reao inflamatria local do tecido dento-alveolar (MILLER et al.,

2007).

Para melhor compreenso, podemos imaginar as unidades de absoro

ou sseo-remodelao como um conjunto caracterizado pelos osteoclastos,

sob o comando de osteoblastos e auxiliados pelos macrfagos. Nessas

unidades, ressalta-se o micro-ambiente cido, totalmente isolado do meio

tecidual e proporcionado pela interface de borda ativa ou em escova dos

osteoclastos e a superfcie ssea em reabsoro (STAINS; CIVITELLI, 2005;

MORAES et al., 2002). Esta regulao mediada, indiretamente, pelo receptor

ativador do fator nuclear (RANKL), um membro do fator de necrose tumoral

(TNF) (DUNN et al., 2007).

26

Em estudo realizado para determinar os efeitos do oxignio hiperbrico

sobre a remodelao ssea alveolar, durante o movimento ortodntico,

concluiu-se que existe um reforo na formao ssea nestas condies. Ainda,

sugere-se que as atividades osteoblsticas podem ser moduladas por

mudanas da tenso do oxignio ambiental (GOKCE et al., 2008).

Frmacos tm sido utilizados no sentido de observar o envolvimento

destes no aumento da movimentao ortodntica (DREVENSEK et al., 2006;

SPROGAR et al., 2007). Nesse sentido, Pinheiro (2006) avaliou a influncia do

clodronato na taxa de movimentao dentria induzida ortodonticamente.

Assim, 18 ratos foram submetidos movimentao dentria ortodntica, F=

45g/F e sacrificados no stimo dia do experimento. Os achados histolgicos

sugerem que o uso do clodronato no quinto dia do experimento pode diminuir a

reabsoro radicular e apresenta pouca influncia na movimentao dentria

induzida ortodonticamente.

Pinho (2007) avaliou a influncia do cloreto de gadolnio (GdCl3) sobre a

movimentao ortodntica em ratos da raa Wistar. Para tanto, 20 animais

foram divididos aleatoriamente em dois grupos submetidos movimentao

dentria induzida: controle, livre da influncia de frmacos, e experimental, com

aplicao de 10mg/kg de GdCl3 no primeiro dia do experimento. A fora

utilizada para a movimentao do primeiro molar superior esquerdo, com mola

de nquel-titnio, foi de 45g durante sete dias. Concluiu-se, ao final da

pesquisa, que o GdCl3, foi capaz de diminuir a taxa de movimentao dentria

induzida ortodonticamente e estimular alteraes teciduais compatveis com a

reduo da atividade de reabsoro ssea e radicular.

27

O novo tecido sseo, depositado durante a migrao do dente, seja por

questo fisiolgica ou ortodntica, pode ser visto radiogrfica e

histologicamente, apresentando os seguintes estgios de evoluo: (1)

osteide; (2) osso fasciculado; (3) osso lamelar. O osteide produzido pelos

osteoblastos. encontrado em todas as superfcies sseas onde est havendo

nova deposio. Como no apresenta sinais de calcificao, o tecido osteide

no sofre absoro. A partir do instante em que surgem os primeiros sinais de

calcificao, o tecido recebe a denominao de osso fasciculado. Quando este

alcana certa espessura e maturidade, as partes deste osso fasciculado

reorganizam-se e formam o osso lamelado. Esta seqncia , em princpio, a

mesma que se observa na formao ssea durante o movimento ortodntico. A

mecnica empregada pelo ortodontista e as reaes biolgicas decorrentes

deste procedimento, esto inter-relacionadas (NOJIMA; GONALVES, 1996).

Os ostecitos presentes no osso alveolar sofrem mudanas

morfolgicas durante o movimento dentrio. Entre o segundo e o quarto dias,

vrios exibem caractersticas de necrose e imagem destruda ao redor da

matriz ssea. evidente que aqueles presentes no osso alveolar, adjacentes

hialinizao do ligamento periodontal, sofrem morte celular via apoptose e

necrose secundria durante o movimento ortodntico do dente, o qual pode ser

associado com absoro ssea subseqente (HAMAYA et al., 2002).

Apesar do osso renovar-se a cada instante, os dentes no participam

desse processo de remodelao constante. Na superfcie do cemento esto os

cementoblastos, mas essas clulas no tm receptores para os mediadores

28

qumicos indutores de reabsoro ssea e lhes conferida o papel de

guardies da raiz dentria (CONSOLARO, 2002).

Sendo assim, o processo inflamatrio induzido, ortodonticamente, pode

causar reabsoro radicular, a qual considerada uma complicao comum no

tratamento ortodntico (FOO et al., 2007), mas esta, tambm, pode ser uma

seqela de doenas como inflamao periodontal ou iatrogenia (GOTZ et al.,

2006). Nos casos onde o movimento ortodntico est ocorrendo pode-se

afirmar que a reabsoro radicular acontece, geralmente, adjacente zona de

hialinizao, devendo o profissional estar atento para este tipo de complicao

(HARRIS, 2000).

2.2 Fotobiomodulao Laser - FBML

A luz uma energia radiante produzida por todos os estados fsicos da

matria (slido, lquido e gasoso). Esta energia contida em todas as estruturas

atmicas forma um espectro eletromagntico, que por sua vez

metodicamente organizado, sendo denominado de comprimento de onda.

Dessa forma, a energia radiante possui um espectro de comprimento de onda,

visvel ao olho humano, entre 385 e 760nm. Abaixo de 385nm, a luz

denominada de ultravioleta e acima de 760nm de infravermelha, ambas no

visveis pelo homem (MISERENDINO, 1995).

29

O laser considerado uma fonte luminosa que utiliza a luz emitida por

um tomo ou molcula para estimular a emisso de mais luz por outros tomos

ou molculas e, neste processo, amplificar a luz original (BRUGNERA JNIOR;

PINHEIRO, 1998).

O termo laser procede da lngua inglesa e o acrnimo de Light

Amplification by Stimulated Emission of Radiation (Amplificao de Luz por

Emisso Estimulada de Radiao). Esta radiao eletromagntica, no

ionizante, sendo um tipo de fonte luminosa com caractersticas bastante

distintas de uma fonte de luz fluorescente ou de uma lmpada comum. So

justamente as caractersticas especiais desse tipo de luz que a faz ter

propriedades teraputicas importantes, uma vez que otimiza a micro-circulao

(WALSH, 2003).

Graas s suas propriedades, utilizado em vrias aplicaes dentro da

Medicina e da Odontologia. O tipo mais usado nos tratamentos clnicos

odontolgicos o laser em baixa potncia, pois tem ao analgsica,

antiinflamatria e bioestimulante, contribuindo para regenerao dos tecidos

(BRUGNERA JNIOR; PINHEIRO, 1998).

A interao entre o raio laser e o tecido pode gerar efeitos biomodulador

ou ablativo, os quais dependem do comprimento de onda e de sua afinidade

pelo tecido irradiado, bem como da densidade de potncia e o tempo de

irradiao. A radiao laser bem tolerada pelos tecidos e pode ser usada sem

riscos para o paciente no apresentando contra-indicao para gestantes, nem

portadores de marca-passo (PINHEIRO, 1998). Pode-se afirmar que o

tratamento com laser em baixa potncia um tipo de terapia no-invasiva,

30

indolor, no-trmica e assptica, sem efeitos colaterais, com boa relao custo-

benefcio (LIM et al., 1995).

Embora a radiao laser no tenha capacidade ionizante, isto , no

rompa ligaes qumicas, sua propriedade de induo fotobiolgica capaz de

provocar alteraes bioqumicas, bioeltricas e bioenergticas nas clulas

(KARU, 1999).

A monocromaticidade indica que cada meio que gera laser corresponde

a um nico comprimento de onda. Esta caracterstica considerada o atributo

mais importante da luz laser, porque determina quais biomolculas absorvero

a radiao incidente e, portanto, a interao fotobiolgica e os efeitos

teraputicos especficos (KARU, 1989).

O comprimento de onda da luz laser est diretamente relacionado ao

meio ativo onde est ocorrendo a emisso estimulada, podendo este ser de

natureza slida, lquida, gasosa ou semicondutores (componentes eletrnicos).

Estes meios ativos podem ser estimulados por descargas eltricas, fontes

luminosas como lmpadas de flash ou por outro laser (PINHEIRO, 1998).

Devido ao tipo de emisso de energia obtido na cavidade tica de

aparelhos de laser emisso estimulada todos os ftons so coerentes, ou

seja, suas energias se somam, deslocando-se na mesma regio, movendo-se

em fases iguais no tempo e no espao. Por fim, a colimao a propriedade

pela qual o laser apresenta feixes paralelos e unidirecionais. Um sistema de

lentes permite concentrar toda a energia do laser em um nico ponto focal

(GENOVESE, 2000).

31

Os laseres situados na regio do vermelho e do infravermelho prximo,

do espectro eletromagntico, agem na biorregulao ou normalizao das

funes celulares dos tecidos irradiados. Os equipamentos mais utilizados com

esta finalidade so os de Hlio-Nenio (He-Ne), com emisso em 632,8nm, e

os diodos semicondutores como Arseneto de Glio (GaAs) e Arseneto de Glio

e Alumnio (GaAIAs), com comprimentos de onda de 650nm e 830nm,

respectivamente (FERREIRA, 2002; DAMANTE et al., 2004).

Os laseres de diodo so os emissores de menores dimenses existentes

e podem ser produzidos em grande escala. Graas sua eficincia e pequeno

tamanho so especialmente adequados para a utilizao em clnica

odontolgica. Normalmente, os encontrados no mercado so do tipo de

heterojuno, ou seja, formados pela unio de dois ou mais materiais distintos

(LOPES, 2004). O mais utilizado em Odontologia o de Arseneto de Glio e

Alumnio (DAMANTE et al., 2004; NICOLAU et al., 2003). As vantagens

geradas pela facilidade de aquisio, por ser um equipamento mais simples em

relao aos de alta potncia, como baixo custo, objetividade, praticidade

proporcionada pelo sistema de transmisso, simplicidade na realizao dos

procedimentos e obteno de bons resultados, tornaram este tipo de aparelho

mais popular (BRUGNERA JNIOR; PINHEIRO, 1998; TUNR; HODE, 2002).

Pode-se afirmar que os laseres de diodo, includo a o de GaAlAs,

devido a suas propriedades peculiares, pode produzir um efeito biolgico em

nvel celular que consiste, fundamentalmente, na estimulao seletiva das

mitocndrias, o que determinar significativo aumento na produo de ATP.

Este processo chamado fotobioestimulao. Assim sendo, so utilizados para

32

aliviar a dor, controlar a inflamao e o edema estimulando o reparo tecidual

(TUNR; HODE, 2002).

O laser de GaAlAs ocasiona fotobiomodulao atravs de efeitos

fotoqumicos, fotoeltricos ou fotofsicos. O aumento da temperatura local no

excede a 1C (BRUGNERA JNIOR; PINHEIRO, 1998). Portanto, os efeitos

biolgicos no podem ser atribudos ao aumento de calor. A intensidade destes

depende do metabolismo celular ou da condio clnica tecidual antes da

irradiao (CASALECHI et al., 2007).

A energia laser proporciona s clulas e tecidos um aumento no

trofismo, normalizando as deficincias e equilibrando as desigualdades

(GENOVESE, 2000). Dentro do grupo de efeitos fotoqumicos do Laser em

Baixa Potncia, podemos incluir a ao biomoduladora, estimulando ou

inibindo atividades enzimticas e reaes fotoqumicas (BRUGNERA JNIOR;

PINHEIRO, 1998).

Os parmetros fundamentais para uma apropriada comparao de

dados de um protocolo de irradiao da luz laser so os seguintes:

comprimento de onda, freqncia, potncia, dimetro do raio, tempo de

irradiao, densidade de potncia, dose e intervalos de tratamento (TUNR;

HODE, 2002).

Para que a radiao laser produza algum efeito biolgico, necessrio

que ela seja absorvida de forma a interagir com estruturas moleculares e

celulares dos tecidos vivos. A extenso da interao entre a radiao laser e os

tecidos vivos determinada pelo comprimento de onda e pelas propriedades

pticas de cada tecido (PINHEIRO, 1998).

33

A dosimetria ideal para a terapia laser ainda controversa, dependendo,

portanto, de alguns fatores como distncia entre a pele e o aparelho laser,

sistema ptico do aparelho, tipo de fonte do laser, reflexo, transmisso,

disperso, absoro e profundidade do tecido tratado. Alm desses, h

parmetros, como: comprimento de onda, durao do tratamento, densidade

de energia, nmero de irradiaes e modo de liberao, que deveriam ser

levados em considerao (BJORDAL et al. 2003; LUCAS et al., 2002).

De um modo geral, podemos dizer que a dosimetria varia de acordo com

a indicao do caso. Por exemplo, efeito antilgico, de 2 a 4J/cm2,

antiinflamatrio, de 1 a 3J/cm2, regenerativo, de 3 a 6J/cm2 e circulatrio, de 1 a

3J/cm2 (BRUGNERA JNIOR; PINHEIRO, 1998).

Os incrementos de ATP mitocondrial que se produzem aps a irradiao

com laser favorecem um grande nmero de reaes que interferem no

metabolismo celular (PASSARELLA et al., 1984). Karu et al. (1995), em um

estudo com cultura de clulas, evidenciaram que o ndice de ATP celular no

muda durante os primeiros 15 minutos aps a irradiao e que isto s acontece

20 minutos mais tarde. E posteriormente concluram que em estados

patolgicos, o laser interfere no processo de troca inica, acelerando o

incremento de ATP (KARU et al., 1999).

A radiao do laser de baixa potncia, absorvida pelos tecidos, pode

atuar de duas formas. Primeiro, atravs de efeitos bioqumicos, estimulando a

liberao de substncias, como por exemplo: histamina, serotonina, bradicinina

e heparina. Segundo, modificando reaes enzimticas normais, tanto no

sentido de excitao quanto de inibio. O efeito biolgico do laser consiste,

34

fundamentalmente, em energia luminosa a ser depositada no tecido, que se

transforma em energia vital, produzindo efeitos primrios (diretos), efeitos

secundrios (indiretos) e efeitos teraputicos gerais (AMAT et al., 2006).

A resposta fotobiolgica pode ser devido absoro de comprimento de

onda especfico por algum fotorreceptor molecular desconhecido que participe

nas reaes metablicas da clula, as quais no necessariamente estejam

ligadas diretamente resposta da luz laser por si mesmo (PINHEIRO; GERBI,

2006).

Dessa forma conclui-se que os efeitos biolgicos dos laseres, operando

em baixa potncia, dependem, principalmente, de sua monocromaticidade e

fluncia, assim como da fase de crescimento em que as clulas receberam a

irradiao (KARU et al., 1995). Apesar dos inmeros benefcios descritos

quando da utilizao do laser de diodo, vale salientar que este pode causar

dano radicular se os parmetros de irradiao no forem adequados

(KREISLER et al., 2002)

O efeito da FBML, no est presente, apenas, no domnio dos tecidos

moles, mas, tambm, no que se refere formao ssea, uma vez, que a

irradiao laser provoca um aumento na atividade dos osteoblastos e uma

diminuio no nmero de osteoclastos (NINOMIYA et al., 2007). Alm disso,

pesquisas na literatura tm mostrado resultados positivos em relao ao reparo

do tecido sseo, diminuindo a dor e o perodo de regenerao (CASALECHI et

al., 2007). Sua utilizao pode funcionar como acelerador da reparao ssea,

de maneira que o osso neoformado nessas situaes, apresenta qualidade

superior quele que no sofreu o mesmo procedimento teraputico (SAITO;

35

SHIMIZU, 1997). Como conseqncia, pode ocorrer acelerao do movimento

dentrio, acompanhado de remodelao do osso alveolar (KAWASAKI;

SHIMIZU, 2000).

Avaliando, morfometricamente, a quantidade de osso neo-formado aps

irradiao com laser GaAlAs, 830nm, 40mW, dimetro do feixe 1mm,

4,8J/cm, 12 aplicaes, 7 e 28 dias, em feridas cirrgicas criadas em fmur de

rato, Silva Jr. et al. (2002) concluram que, nessas condies experimentais,

houve aumento no reparo sseo na fase inicial da cicatrizao.

Khadra (2005), investigando a ao do laser GaAlAs, 1,5 e 3J/cm2,

sobre a capacidade de aumentar o potencial de sseo-integrao do implante

de titnio, concluiu que este recurso teraputico pode promover cicatrizao

ssea e mineralizao e, portanto, ser clinicamente benfico na neo-formao

ssea em defeitos cirrgicos. Afirmou, ainda, que este tipo de laser eficaz

quando usado como tratamento adicional para acelerar a sseo-integrao.

Na regenerao de tecido duro, tem sido demonstrado que o efeito da

FBML promove um reparo sseo mais rpido. Estudando um grupo de 48 ratos

(24 no grupo irradiado e 24 no grupo controle), com o laser de GaAlAs de

660nm, dimetro do feixe 0,08cm2, 0,005W, 10J/cm com exposio no 2o, 4o,

6o

e 8o

dias aps a cirurgia, concluiu-se que houve aumento da atividade das

clulas sseas (reabsoro e formao) ao redor do local do reparo, sem

mudanas na estrutura (NICOLAU et al., 2003).

36

2.3 Movimento Dentrio e Fotobiomodulao Laser

possvel que os efeitos da fotobiomodulao sobre a regenerao

ssea no dependa somente da dose total de irradiao mas, tambm, do

tempo e modo de irradiao. Estudos indicam que o osso irradiado com laser

infravermelho mostra aumento de proliferao osteoblstica, deposio de

colgeno e neoformao ssea, quando comparado com osso no irradiado

(PINHEIRO; GERBI, 2006).

Galvo et al. (2006) afirmam que o laser GaAlAs de 780nm, 30mW,

dimetro do feixe 4mm2, 112,5J/cm2, 12 sesses de 2,5 minutos cada, cinco

vezes por semana, acelera, diretamente, o processo de reparo sseo em

osteotomia realizada na tbia de ratos da raa Wistar.

O laser em baixa potncia tem sido usado no tratamento de muitas

condies patolgicas, com vrios efeitos clnicos, incluindo a cicatrizao de

leses de tecidos moles e duros. O efeito do comprimento de onda, densidade

de energia, dosimetria e tempo de exposio so parmetros que necessitam

de melhor compreenso (COOMBE et al., 2001). Contudo, existem trabalhos

demonstrando que os osteoblastos, em meio de cultura especfico, apresentam

maior proliferao, quando irradiado pelo laser de GaAlAs, no modo pulsado,

sugerindo ser este um recurso importante para as respostas biolgicas na

formao ssea (UEDA; SHIMIZU, 2003).

Cruz et al. (2004), selecionaram 11 pacientes, que foram divididos em

dois grupos: controle e irradiados, submetidos retrao dos caninos. No

grupo experimental, o laser de diodo semicondutor de GaAlAs, 780nm, 20mW,

37

5J/cm2, 4mm2, foi aplicado durante dez segundos, em cinco pontos na face

vestibular e cinco na face palatina, ao longo de quatro dias. Os pontos foram

assim distribudos: dois no tero cervical da raiz (mesial e distal), dois no tero

apical (mesial e distal) e um no tero mdio (centro da raiz). Ao final da

pesquisa, todos os pacientes demonstraram significante acelerao da retrao

dos caninos no lado irradiado, quando comparados com o controle.

Youssef et al. (2008), avaliaram o efeito do laser diodo (GaAlAs),

809nm, 100mW, 8J/cm2, na retrao de canino e no nvel de dor durante o

tratamento ortodntico. Para tanto, foi selecionado um grupo de 15 pacientes,

com idade entre 14 e 23 anos. O plano de tratamento incluiu extraes dos

primeiros pr-molares superiores e inferiores, devido ausncia de espaos

para o correto alinhamento dos dentes ou presena de biprotruses. O

tratamento ortodntico foi iniciado 14 dias aps a extrao dos pr-molares. A

retrao dos caninos foi acompanhada do uso de molas pr-fabricadas em

ambos os arcos. O lado direito das arcadas foi irradiado com laser enquanto o

lado oposto foi utilizado como controle. O laser foi aplicado nos dias zero, trs,

sete e 14. A mola de retrao foi reativada no 21, dia em ambos os lados. Os

autores observaram que a velocidade de movimentao do canino foi maior e a

intensidade da dor menor no lado irradiado.

A aplicao do laser GaAlAs, 2J/cm2, em trs pontos, duas a trs vezes

por semana, foi descrito por Neves et al., em 2005, como fator acelerador da

reparao ssea nos casos de expanso rpida da maxila. Corroborando esta

afirmativa, podemos citar Saito e Shimizu (1997), que investigaram em ratos,

os efeitos do laser diodo (GaAlAs), 100mW, aplicado na sutura, ao longo de

38

sete dias (3 a 10min por dia), trs dias (7min por dia, de 0 a 2 ou de 4 a 6 dias)

e um dia (21min ininterruptos no dia zero). A regenerao ssea na sutura

palatina estimada pelo mtodo histomorfomtrico, no grupo laser com sete

dias, mostrou significante acelerao quando comparado com o grupo no

irradiado; este aumento foi dose-dependente. A irradiao durante o perodo de

expanso (0-2 dias) foi mais efetiva que no perodo mais tardio (4-6 dias).

Estes achados sugeriram que o laser pode acelerar a regenerao ssea na

sutura palatina mediana durante a expanso rpida da maxila, e que este efeito

dependente no somente de sua dose total, bem como do tempo e da

freqncia da irradiao. Esta tcnica pode apresentar benefcios na

preveno de recidivas e diminuio do tempo de conteno aps regenerao

ssea da sutura palatina mediana.

O recrutamento de clulas precursoras do tecido hematopoitico est

envolvido no processo de remodelao ssea, aps a ativao ortodntica

(RODY JR. et al., 2001) e, segundo Aihara et al. (2006), o laser em baixa

potncia facilita a diferenciao e ativao de osteoclastos.

Mendes (2005), estudou a influncia do laser GaAlAs, 830nm, 100mW,

dimetro do feixe 0,6mm, 54J, ao longo de 14 dias, na movimentao

ortodntica numa pesquisa experimental em ratos. Os resultados sugeriram

que o laser influenciou, favoravelmente, a absoro ssea alveolar induzida

pelo movimento ortodntico, no lado de presso.

Porm, os trabalhos nessa rea so bastante controversos. Ninomiya et

al. (2007), observaram que a irradiao a laser Nd:YAG, pulsado, 1064nm,

provocou aumento do volume sseo devido maior atividade osteoblstica e

39

diminuio no nmero de osteoclastos. Goulart et al. (2006) afirmaram que a

fotorradiao com laser de diodo GaAlAs, 780nm, 70mW, 5,25J/cm2, durante

trs segundos, pode acelerar o movimento ortodntico, enquanto a fototerapia

realizada com laser de diodo GaAlAs, 660nm, 70mW, 35J/cm2, durante 20

segundos, pode retard-lo.

A irradiao de clulas fibroblsticas do ligamento periodontal humano

provocou alta proliferao destas, in vitro, donde se conclui que a aplicao do

laser GaAlAs, 809nm, 10mW, 7,84J/cm2, durante 75, 150 e 300 segundos,

revelou uma proliferao, consideravelmente, mais elevada que no grupo

controle. Porm, estudos clnicos so necessrios para avaliar se tal conduta

teraputica pode beneficiar o tratamento que visa a regenerao periodontal

(KREISLER et al., 2003).

Na Ortodontia, temos exemplos, ainda, da utilizao do laser de GaAlAs

790nm, com aplicao pontual 2J/cm no pice e 1J/cm em trs pontos ao

longo da raiz, a uma freqncia de trs vezes por semana, esperando-se o

efeito analgsico antiinflamatrio e bioestimulador para o reparo sseo (NEVES

et al., 2005). Em estudo semelhante, Ferreira Filho (2006), analisando 42

indivduos adultos, de ambos os sexos, aps instalao de elsticos

separadores, onde metade da amostra foi irradiada com laser de diodo

790nm, em duas sesses, cada uma com 2J/cm, e a outra metade utilizada

como grupo controle, verificou que houve reduo da dor, bem como o retardo

de seu incio, nos paciente que sofreram aplicao do laser e que estes ainda

apresentaram melhor resposta da movimentao dentria.

40

Podemos citar pesquisa realizada em coelhos, investigando os efeitos

quantitativos do laser pulstil de 850nm (Optodan) e o laser contnuo 630nm

(KLO3) no movimento dentrio. Os animais receberam molas de nquel titnio,

com fora de 113,4g/F, objetivando a mesializao do primeiro molar inferior.

Ocorreu diminuio, estatisticamente significante, na movimentao dentria

nos grupos onde os laseres foram aplicados. As irradiaes aconteceram

durante nove dias consecutivos e as doses totais de energia nos grupos

infravermelho e vermelho foram de 8,1J e 27J, respectivamente. Aps 16 dias,

os animais foram sacrificados e foram tomadas medidas da distncia da

superfcie distal do primeiro molar inferior mesial do segundo molar inferior,

de forma a apresentar os resultados citados acima (SEIFI et al., 2007).

Um estudo randomizado, duplo cego, para testar a hiptese de que

ocorre aumento na velocidade de movimentao ortodntica, quando

aplicado o laser em baixa potncia, foi realizado em adultos jovens, aps

extrao dos primeiros premolares. Os caninos foram retrados com molas de

ao e os dentes irradiados com o laser de GaAlAs, 860nm, 100mW, dimetro

do feixe 0,09cm2, densidade de potncia 1,11W/cm2, 2,3J por ponto e dose

total de 25J/cm2, nas faces vestibular, distal e palatina. No houve diferena

significante entre o grupo irradiado e o controle. Os autores sugerem que tal

fato pode ter ocorrido devido dose utilizada, a qual foi considerada,

posteriormente, baixa (LIMPANICHKUL et al., 2006).

Considerando que os processos de reabsoro e neo-formao ssea

necessitam de um eficiente sistema vascular (GIANELLY; GOLDMAN, 1971) e

que a aplicao da radiao do laser de GaAlAs otimiza a micro-circulao

41

(WALSH, 2003), pode-se supor que possvel obter melhores resultados,

lanando mo deste recurso teraputico, na clnica ortodntica. Pensando

assim, que este trabalho foi desenvolvido com a finalidade de compreender

melhor questes pertinentes ao movimento dentrio e especialmente, a

possibilidade de acelerar o processo, reduzindo o tempo necessrio para a

resposta biolgica ante a ao da fora ortodntica.

42

3 PROPOSIO

Avaliar as reaes histolgicas, decorrentes do movimento dentrio

induzido ortodonticamente, em ratos da espcie Rattus norvegicus submetidos

fototerapia laser, analisando qualitativamente aspectos como densidade

vascularpolpa, inflamaopolpa, densidade vascularperiodonto,

inflamaoperiodonto, hialinizao, osteoclastos, osteoblastos, colgeno

presso, colgenotenso e reabsoro radicular.

43

4 MATERIAIS E MTODOS

Para a realizao desta pesquisa, foram utilizados 30 ratos saudveis da

espcie Rattus norvegicus. Os animais eram todos machos, adultos jovens,

com trs meses de idade e peso variando entre 250g e 300g, obtidos no

Biotrio da Faculdade de Medicina Veterinria da Universidade Federal da

Bahia - UFBA.

O protocolo de pesquisa foi submetido apreciao do Comit de tica

em Pesquisa do Laboratrio de Experimentao Animal da Faculdade de

Odontologia da UFBA, recebendo o parecer favorvel da comisso (Anexo A).

Foi utilizado o mtodo experimental, com todos os procedimentos,

obedecendo s recomendaes ticas e legais especificadas para a

experimentao animal (CANADIAN COUNCIL ON ANIMAL CARE, 1980;

COLGIO BRASILEIRO DE EXPERIMENTAO ANIMAL, 1991).

Os animais foram distribudos em trs grupos, contendo dez em cada

um, sendo cinco do Grupo Controle e cinco pertencentes ao Grupo Laser, os

quais foram submetidos irradiao com GaAlAs. Os do Grupo Controle foram

utilizados para caracterizar a movimentao ortodntica normal, sem irradiao

laser, servindo de parmetro para comparao com os animais do Grupo

Laser.

44

4.1 Condies Ambientais

Os animais foram mantidos no laboratrio de experimentao animal da

Faculdade de Odontologia da UFBA, em gaiolas coletivas contendo no mximo

cinco animais cada, com temperaturas entre 22C e 26C, e iluminao dia e

noite. Cada gaiola foi forrada com raspas de madeira (maravalha), que foram

substitudas, a cada dois dias, propiciando, assim, condies favorveis de

higiene e preenchendo os requisitos fsico-qumicos necessrios para a sade

e bem-estar dos animais (FINEP, 1996).

A alimentao se constituiu de rao apropriada (Purina Labina Ratos)

e gua ad libitum. A rao foi triturada por um processador de alimentos, a fim

de se evitar eventuais danos aparelhagem ortodntica, durante a mastigao.

Os animais foram pesados no incio da pesquisa, e semanalmente, at

sua concluso, com o objetivo de se observar quaisquer alteraes de peso

relacionadas alimentao e/ou s condies experimentais.

4.2 Caracterizao e Manipulao da Amostra

Considerando que o laser em baixa potncia um recurso de ao

sistmica, para avaliar o efeito do mesmo, foi necessrio estabelecer um grupo

controle distinto de cada grupo irradiado. Desta forma, os grupos foram

constitudos de dez animais cada, denominados de G7, G13 e G19, de acordo

com o tempo experimental de sete, 13 e 19 dias, sendo cinco para controle e

cinco para a movimentao ortodntica associada fototerapia laser.

45

Os animais foram identificados, em sua cauda, com um lpis hidrocor

(Pilot Color 850) nas cores preto (Grupo Controle) e vermelho (Grupo Laser),

fazendo-se a quantidade de crculos correspondente ao seu nmero no

experimento (Fig. 1)

Figura 1 Identificao do animal quanto ao grupo pertencente (HABIB, 2008).

4.3 Configurao e Montagem do Aparelho

A frmula dental do rato, no arco superior, se caracteriza pela presena

de dois incisivos na regio anterior e seis molares (trs de cada lado) na regio

posterior.

Para a realizao da movimentao dentria, foi utilizado um modelo de

aparelho desenvolvido por King et al. (1991), com modificaes sugeridas por

Sobral (1999), e o mesmo instalado no arco dentrio superior dos animais.

O sistema de foras aplicado foi composto de duas seces de fio de

amarrilho 0,010 (Morelli, Sorocaba, SP, Brasil), o qual foi fixado em ambas as

extremidades de uma mola fechada de nquel-titnio (Reflex Closed Coil

Springs, light, 150g, 3mm, TP Orthodontics, Inc., La Porte, IN, United States of

America).

46

Antes dos procedimentos de montagem do aparelho, os animais foram

anestesiados mediante uma associao de 12ml/100g de cloridrato de

cetamina (Vetaset, So Paulo, SP, Brasil), com 6ml/100g de xilazina

(Coopazine - Coopers, So Paulo, SP, Brasil), por via intramuscular. Em

seguida, foi instalado um abridor de boca confeccionado com fio ortodntico de

ao inoxidvel, dimetro 0,09 (Morelli, Sorocaba, SP, Brasil), com a finalidade

de facilitar o acesso cavidade oral do animal durante os procedimentos

operatrios. Com o auxlio de uma pina Mathieu (Zatty, Iacanga, SP, Brasil),

um dos lados do conjunto (mola e fios de amarrilho) foi adaptado na regio

cervical do primeiro molar superior esquerdo, passando abaixo da ameia distal

e tranado o fio ao redor do dente (Fig. 2).

Figura 2 Primeiro molar superior esquerdo com fio de amarrilho tranado na regio cervical (HABIB, 2008).

Com o objetivo de se obter reteno para fixao da outra extremidade

do conjunto na regio anterior, foi realizada uma perfurao entre os incisivos,

prxima papila interdental, com o auxlio de uma broca esfrica no2 (KG

47

Sorensen, So Paulo, SP, Brasil), montada em pea reta (Dabi Atlante,

Ribeiro Preto, SP, Brasil) adaptada a um motor eltrico BLM 600 (Driller,

Jaguar, SP, Brasil). As seces do fio de amarrilho restantes foram tranadas

visando sua fixao na regio anterior. Aps esta etapa, procedeu-se ao

condicionamento do esmalte dos incisivos superiores, com cido fosfrico a

37% (Alpha Acid - DFL, Rio de Janeiro, RJ, Brasil), por 15 segundos,

posteriormente removido com bolinhas de algodo embebidas em soro

fisiolgico e secado com o auxlio de uma pera de ltex sem vlvula.

Concluda esta fase, o abridor de boca foi removido e o fio de amarrilho,

j tranado, foi passado pelo orifcio interincisal. Com o animal posicionado

sobre a maca cirrgica, horizontalmente, de forma que a linha de ao da fora

estivesse paralela ao solo, a extremidade mesial do fio foi fixada a um

dinammetro de preciso (25-250 dial type HALDA Halmstad, Swenden) e a

fora aferida em 40g/F (Fig. 3 A e B). Aps a aferio, para se garantir a

continuao da fidelidade da medida, o fio foi marcado justo face palatina dos

incisivos superiores e mantido com a pina Mathieu (Zatty, Iacanga, SP,

Brasil) nesta posio (Fig. 3 C e D). E, desta forma, foi posicionado ao redor

dos incisivos e fixado com resina fotopolimerizvel (Fill Magic Ortodntico com

Flor, Vigodent, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) (Fig. 4).

48

Figura 3 A: dinammetro de preciso antes da aplicao da fora. B: fora aferida em 40g/F. C: marcao realizada justo face palatina dos incisivos superiores. D: apreenso do fio com a pina Mathieu na marcao (HABIB, 2008).

Figura 4 A: posicionamento do fio tranado ao redor dos incisivos. B e C: fixao com resina fotopolimerizvel. D: sistema de foras confeccionado (HABIB, 2008).

A

B

C

D

A

B

C

D

49

Os incisivos inferiores foram desgastados com uma ponta diamantada

tipo roda no

3053 (KG Sorensen, So Paulo, SP, Brasil) montada numa pea

reta (Dabi Atlante, Ribeiro Preto, SP, Brasil) adaptada ao motor eltrico BML

600 (Driller), para se evitar danos ao aparelho durante o experimento (Fig. 5).

Com o objetivo de eliminar fatores mecnicos, como a fora mastigatria, que

pudessem impedir a movimentao mesial do primeiro molar superior

esquerdo, foi extrado o antagonista correspondente, utilizando-se uma pina

mosquito (Golgran, So Caetano do Sul, SP, Brasil).

Figura 5 A: desgaste dos incisivos inferiores. B: aspecto dos incisivos inferiores aps o desgaste (HABIB, 2008).

Finalizada a montagem do aparelho, foi procedida a lavagem dos olhos

dos animais, com soro fisiolgico. Este procedimento recomendado para

conforto do animal, evitando o ressecamento da regio ocular.

4.4 Aplicao do Laser

O equipamento utilizado nessa pesquisa foi o laser diodo, modelo Unit

(Kondortech, So Carlos, SP, Brasil) com emisso de radiao infravermelha,

comprimento de onda de 790nm, 40mW de potncia, dimetro do feixe de

A

B

50

2mm, dose total de irradiao de 20J/cm2, sendo 4,5J/cm2 nos pontos mesial e

distal da regio palatina e 11J/cm2 por vestibular, o qual foi aplicado via extra-

oral. Isto se deu devido a impossibilidade de obter-se o perpendicularismo

ideal, para aplicao do laser, intra-oralmente, o que, nos fez aumentar a dose,

neste ponto, em 20% por tratar-se de uma irradiao transcutnea. Para

obteno deste valor, foi levado em considerao que ocorre uma perda da

irradiao entre 8 a 10% graas reflexo da luz e mais 10% para compensar

a barreira mecnica que o tecido representa.

Ao incio de cada sesso de irradiao, os animais foram anestesiados

com a mesma substncia utilizada para a montagem do aparelho, sendo

aplicado um tero da dose recomendada, para aquela situao, uma vez que a

durao do procedimento demandava um tempo bem menor do que o

necessrio para instalao do sistema de foras.

Todas as irradiaes foram realizadas pelo mesmo operador e

ocorreram a cada 48 horas, ao longo de sete, 13 e 19 dias, a depender do

grupo ao qual o animal pertencia. A ponta do laser foi mantida perpendicular e

em contato com a mucosa durante o procedimento, com a finalidade de atingir

as fibras periodontais e o processo alveolar em torno do elemento dental em

questo. Para a aplicao extra-oral, foi necessrio realizar tricotomia prvia da

regio e a marcao de um ponto de referncia imediatamente distal (o laser

foi posicionado mesial a este ponto) ao primeiro molar superior esquerdo (Fig.

6).

51

Figura 6 A: aplicao na face mesial por palatino. B: aplicao na face distal por palatino. C: tricotomia. D: marcao do ponto de referncia para aplicao extra-oral.

E: aplicao extra-oral do laser (HABIB, 2008).

4.5 Morte dos Animais e Processamento Histolgico

A morte dos animais ocorreu ao final de cada perodo experimental

(sete, 13 e 19 dias). Para tanto, foi utilizado overdose anestsica, atravs da

associao de cloridrato de cetamina (Vetaset, So Paulo, SP, Brasil), com

xilazina (Coopazine - Coopers, So Paulo, SP, Brasil), via intramuscular. Aps

a morte, o aparelho ortodntico foi removido com auxlio de alicate de corte de

fio de amarrilho (900-753), da 3M - Unitek (Monrovia, CA, United States of

A

C

D

E

B

52

America) e os ossos maxilares dissecados e osteotomizados para obteno de

seces teciduais das regies dos primeiros molares superiores do lado

esquerdo, englobando estruturas periodontais e dentrias (Fig. 7).

Figura 7 Pea anatmica analisada. A: face oclusal. B: face vestibular (HABIB, 2008).

As peas foram imersas em soluo de formol a 10%, para fixao, por

24h. Aps esse perodo, foram descalcificadas, por mais 24h, em soluo

contendo cido frmico a 5%. Realizada a descalcificao, as peas foram

includas em parafina. Cortes sagitais seriados de 4m, foram usados para

observaes gerais em microscopia ptica e processadas para colorao com

hematoxilina e eosina HE e picro-sirius. As lminas coradas com o picro-

sirius foram realizadas, especificamente, para anlise da presena do

colgeno.

4.6 Coleta de Dados e Anlise das Lminas

A leitura das seces histolgicas foi realizada em Microscpio ZEISS,

binocular - modelo Axiolab (Thornwood, NY, United States of America), do

Laboratrio de Anatomia Patolgica da Faculdade de Odontologia da UFBA.

A

B

53

Os cortes foram fotomicrografados por meio de sistema Digital Color Camera

SCC-131 da Samsung (South Korea), acoplado ao microscpio utilizado.

Atravs dessas observaes, foram realizadas anlises descritiva e

semi-quantitativa dos cortes histolgicos obtidos, por um nico observador,

devidamente calibrado, com experincia na rea, levando em considerao os

seguintes aspectos: densidade vascular; inflamao; hialinizao; osteoclastos;

osteoblastos, colgeno e reabsoro radicular. Assim, foram avaliadas as

reas de presso e tenso do ligamento periodontal na regio da raiz mesial,

distal e zona de furca do primeiro molar superior esquerdo. A padronizao da

anlise semi-quantitativa, usada na anlise microscpica, foi obtida pelos

critrios descritos na Tabela 1, a qual foi criada baseada no trabalho de Soares

(2006).

Concluda a anlise semi-quantitativa, os dados foram tabulados e

receberam tratamento estatstico, por meio do software Analyse-it for Excel

1.68. Os testes de Kruskal-Wallis e exato de Fisher foram utilizados para

determinao das diferenas entre os grupos. Os resultados foram

considerados significantes quando foi encontrado p = 0,05. Inicialmente, foi

feita uma anlise intra-grupo dos dados obtidos nos Grupos Controle e Laser,

avaliando cada parmetro histolgico em relao aos tempos de sete, 13 e 19

dias. Em seguida, foi realizada uma anlise comparativa intergrupos, destes

mesmos aspectos, buscando identificar as alteraes em cada tempo estudado

(Anexo D).

54

Tabela 1

Critrios utilizados para anlise semi-quantitativa de microscopia ptica (HABIB, 2008).

Densidade vascular

Ausente

___

Discreta

Presena de vasos em at 25%

da rea observada

Moderada

Presena de vasos de 25% a 50%

da rea observada

Severa

Presena de vasos em mais de

50% da rea observada

Inflamao ___

Presena de clulas

mononucleares em at 25% da rea observada

Presena de clulas

mononucleares de 25% a 50% da

rea observada

Presena de clulas

mononucleares em mais de 50%

da rea observada

Hialinizao ___ Presena em uma rea associada

zona presso

Presena em duas reas associada

zona presso

Presena em mais de duas

reas associada zona presso

Osteoclastos ___ Presena de

osteoclastos em at 25% da rea

observada

Presena de osteoclastos

de 25% a 50% da rea observada

Presena de osteoclastos

em mais de 50% da rea

observada

Osteoblastos ___ Presena de

osteoblastos em at 25% da rea

observada

Presena de osteoblastos

de 25% a 50% da rea observada

Presena de osteoblastos

em mais de 50% da rea

observada

Colgeno ___ Presena de

colgeno em at 25% da rea observada

Presena de colgeno

de 25% a 50% da rea observada

Presena de colgeno

em mais de 50% da rea

observada

Reabsoro

radicular ___

Presena de pontos de

reabsoro em at 25% da rea observada

Presena de pontos de

reabsoro de 25% a 50% da rea

observada

Presena de pontos de

reabsoro em mais de 50% da rea observada

55

5 RESULTADOS

Anlise Histolgica Descritiva

As seces histolgicas exibiram fragmento de tecido sseo, com

implantao de trs dentes caracterizados como molares superiores, do lado

esquerdo. Estas seces coradas com hematoxilina-eosina (HE) e picro-sirius,

dos Grupos G7, G13 e G19 (Controle e Laser), tiveram como rea de anlise a

regio localizada entre a raiz mesial do primeiro molar superior e a crista ssea

alveolar, situada entre esta unidade e o segundo molar. Assim, foi possvel

observar os aspectos histolgicos de cada lmina e estabelecer um valor

percentual para cada dado analisado (Anexos B e C).

Na regio submucosa gengival, entre o primeiro e o segundo molar

superior esquerdo, observou-se infiltrado inflamatrio, de intensidade varivel

entre discreta e moderada, atribudo presena de artefato ortodntico, em

todos os animais pertencentes ao experimento.

G7 - Controle e Laser

Como pode ser visto na figura 8, no Grupo Controle, a polpa coronria

apresentou hiperemia vascular moderada, em 60% dos casos e discreta, em

40%. Em relao ao tecido periodontal, a densidade vascular foi considerada

discreta, em 80%, e moderada, em 20% dos casos. O tecido conjuntivo

apresentou inflamao, predominantemente, crnica caracterizada pela

supremacia da populao de clulas mononucleares (linfcitos, plasmcitos e

macrfagos), em 100% dos casos, sendo a intensidade considerada moderada,

em 60%, e discreta, em 40%. Apesar do predomnio de quadro proliferativo e

56

inflamao crnica, foi verificada a presena de clulas inflamatrias do tipo

polimorfonucleares, neste tempo experimental, com intensidade moderada, em

60% dos casos e discreta, em 40%. No Grupo Laser, a polpa coronria

tambm apresentou hiperemia vascular moderada, em 60% dos casos e

discreta, em 40%. Em relao ao tecido periodontal, a densidade vascular foi

considerada moderada, em 100% dos casos. O tecido conjuntivo tambm

apresentou inflamao, predominantemente, crnica caracterizada pela

supremacia da populao de clulas mononucleares (linfcitos, plasmcitos e

macrfagos), em 100% dos casos, sendo a intensidade considerada discreta

em todos eles.

0

20

40

60

80

100

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seve

ra

dens. vascular polpa inflamao polpa dens. vascularperiodonto

inflamao periodonto

7 dias controle

7 dias laser

Figura 8 Demonstrao grfica da densidade vascular na polpa, inflamao na polpa, densidade vascular no periodonto e inflamao no periodonto, no Grupo G7 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

A figura 9 demonstra que, no Grupo Controle, a hialinizao foi discreta,

em 60% dos casos, moderada, em 20%, e ausente, nos 20% restantes,

localizando-se, principalmente, nas reas apicais das razes mesial e distal.

Quanto presena dos osteoclastos, esta se fez de maneira discreta, em 60%

dos casos e moderada, em 40%, principalmente, no osso adjacente raiz

57

mesial e no septo intra-radicular. J os osteoblastos tiveram presena discreta,

em 60% dos casos e moderada, em 40%, principalmente, no osso alveolar

adjacente raiz distal. No Grupo Laser, observou-se que a hialinizao foi

moderada, em 80% dos casos e ausente, em 20%. A presena dos

osteoclastos foi moderada, em 100% dos casos, associados periferia das

reas de hialinizao, enquanto os osteoblastos tiveram presena discreta, em

60% dos casos, principalmente, no osso alveolar adjacente face distal das

razes mesial e mediana, e estavam ausentes, em 40%.

0

20

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nte

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ra

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disc

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a

seve

rahialinizao osteoclastos osteoblastos

7 dias controle

7 dias laser

Figura 9 Demonstrao grfica da quantidade de hialinizao, presena de osteoclastos e osteoblastos, no Grupo G7 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

Pode ser observado na figura 10, que no Grupo Controle, a presena de

colgeno, ocorreu de forma moderada, em 60% dos casos e severa, em 40%.

Na rea de presso, esta se mostrou moderada, em 80% dos casos e severa,

em 20%; na de tenso, foi considerada moderada, em 60% dos casos e

discreta, em 40%. Quanto reabsoro radicular nos primeiros molares, foi de

forma discreta, em 80% dos casos, restringindo-se s regies das razes

mesial e distal e intensa, em 20%, na raiz distal, envolvendo a face mesial da

58

mesma. No Grupo Laser, a presena de colgeno na rea de presso, foi de

maneira severa, em 60% dos casos e moderada, em 40%; na rea de tenso,

foi severa, em 60% dos casos, e moderada, em 40%. Em 60% dos casos, no

foi observada reabsoro radicular em qualquer das razes dos primeiros

molares. Nos 40% restantes, apareceu de forma discreta, restringindo-se raz

mesial.

0

20

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nte

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ra

colgeno presso colgeno tenso reabsoro dentria

7 dias controle

7 dias laser

Figura 10 Demonstrao grfica da quantidade de colgeno nas reas de presso, tenso e expresso da reabsoro radicular, no Grupo G7 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

G13 Controle e Laser

Conforme pode ser visto na figura 11, no Grupo Controle, a polpa

coronria apresentou hiperemia vascular discreta, em 60% dos casos,

moderada, em 20% e ausente, nos 20% restantes. Em relao ao tecido

periodontal, a densidade vascular foi considerada ausente, em 60% dos casos

e discreta, em 40%. Apesar do predomnio de quadro proliferativo e inflamao

crnica, neste tempo experimental, foi verificada a presena de clulas

inflamatrias do tipo polimorfonucleares com intensidade discreta, em 60% dos

casos, severa, em 20% e ausente, nos 20% restantes. No Grupo Laser,

59

observou-se que a polpa coronria apresentou hiperemia vascular discreta, em

100% dos casos. Em relao ao tecido periodontal, a densidade vascular foi

considerada discreta, em 80% dos casos e ausente, em 20%. O tecido

conjuntivo apresentou inflamao, predominantemente, crnica caracterizada

pela supremacia da populao de clulas mononucleares (linfcitos,

plasmcitos e macrfagos), sendo a intensidade considerada ausente, em 60%

dos casos, moderada, em 20% e discreta, em 20%.

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disc

reta

mod

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seve

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dens. vascular polpa inflamao polpa dens. vascularperiodonto

inflamaoperiodonto

13 dias controle

13 dias laser

Figura 11 Demonstrao grfica da densidade vascular na polpa, inflamao na polpa, densidade vascular no periodonto e inflamao no periodonto, no Grupo G13 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

Pode-se observar na figura 12, que no Grupo Controle, a hianilizao foi

ausente, em 60% dos casos e discreta, em 40%, localizando-se,

principalmente, nas faces mesial da raiz distal e face distal da raiz mesial. A

presena dos osteoclastos se fez de maneira discreta, em 40% dos casos,

moderada, em 40% e ausente em 20%, principalmente, nas regies da face

mesial da raiz mesial e osso interradicular. J os osteoblastos tiveram uma

presena moderada, em 60% dos casos, principalmente, no osso interradicular

e crista ssea intermediria, e discreta, em 40%. No Grupo Laser, em relao

60

hialinizao, observou-se que esta foi discreta, em 40% dos casos, ausente,

em 40% e severa, em 20%. A presena dos osteoclastos se fez de maneira

discreta, em 80% dos casos e moderada, em 20%, associado regio da face

mesial das razes mesial e distal e osso interradicular. J os osteoblastos

tiveram uma presena moderada, em 60% dos casos e severa, em 40%,

principalmente, na rea distal da raiz distal e poro distal do osso

interradicular.

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ause

nte

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nte

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a

seve

ra

hialinizao osteoclastos osteoblastos

13 dias controle

13 dias laser

Figura 12 Demonstrao grfica da quantidade de hialinizao, presena de osteoclastos e osteoblastos, no Grupo G13 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

Na figura 13, pode-se observar que a da presena de colgeno, no

Grupo Controle, na rea de presso, foi de maneira discreta, em 80% dos

casos e moderada, em 20%; na rea de tenso, foi discreta, em 80% dos

casos e severa, em 20%. Quanto anlise da reabsoro radicular dos

primeiros molares, esta demonstrou que foi ausente, em 80% dos casos e

moderada, em 20%, restringindo-se s regies das razes mesial e distal. No

Grupo Laser, a presena de colgeno, na rea de presso, se mostrou severa,

em 40% dos casos, moderada, em 40% e discreta em 20%; na rea de tenso,

61

foi severa, em 60% dos casos, moderada, em 20% e discreta em 20%. Em

60% dos casos, foi observada a reabsoro radicular de maneira discreta, em

60% dos casos, moderada, em 20%, restringindo-se s regies mesiais das

razes mesial e distal, e ausente, em 20%.

0

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ause

nte

disc

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ause

nte

disc

reta

mod

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a

seve

ra

colgeno presso colgeno tenso reabsorodentria

13 dias controle

13 dias laser

Figura 13 Demonstrao grfica da quantidade de colgeno nas reas de presso, tenso e expresso da reabsoro radicular, no Grupo G13 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

G19 Controle e Laser

De acordo com a figura 14, no Grupo Controle, a polpa coronria

apresentou hiperemia vascular discreta em 100% dos casos. Em relao ao

tecido periodontal, a densidade vascular foi considerada ausente, em .60% dos

casos, moderada, em 20% e discreta, nos 20% restantes. O tecido conjuntivo

apresentou inflamao, predominantemente, crnica caracterizada pela

supremacia da populao de clulas mononucleares (linfcitos, plasmcitos e

macrfagos), em todos os casos, sendo a intensidade considerada discreta, em

100% deles. Apesar do predomnio de quadro proliferativo e inflamao

crnica, neste tempo experimental, foi verificada a presena de clulas

inflamatrias do tipo polimorfonucleares com intensidade discreta, em 60% dos

62

casos, moderada, em 20% e severa, em 20%. No Grupo Laser, a polpa

coronria apresentou hiperemia vascular ausente, em 80% dos casos e

discreta, em 20%. Em relao ao tecido periodontal, a densidade vascular foi

considerada ausente, em 80% dos casos e discreta, em 20%. O tecido

conjuntivo apresentou inflamao, predominantemente, crnica caracterizada

pela supremacia da populao de clulas mononucleares (linfcitos,

plasmcitos e macrfagos), sendo a intensidade considerada discreta, em 40%

dos casos, ausente em 40% e moderada, em 20%.

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radens. vascular

polpainf lamao polpa dens. vascular

periodontoinflamaoperiodonto

19 dias controle

19 dias laser

Figura 14 Demonstrao grfica da densidade vascular na polpa, inflamao na polpa, densidade vascular no periodonto e inflamao no periodonto, no Grupo G19 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

Pode-se observar na figura 15, que a hialinizao, no Grupo Controle, foi

ausente, em 80% dos casos e discreta, nos 20% restantes, localizando-se,

principalmente, na rea distal da raiz palatina. A presena dos osteoclastos se

fez de maneira discreta, em 80% dos casos e moderada, em 20%,

principalmente, no osso adjacente raiz mesial e espao interradicular. Os

osteoblastos tiveram uma presena moderada, em 80% dos casos,

principalmente, na rea distal do osso alveolar e espao interradicular, e

63

discreta, em 20%. No Grupo Laser, em relao hialinizao, observou-se que

esta foi moderada, em 40% dos casos, ausente, em 40% e discreta, em 20%. A

presena dos osteoclastos se fez de maneira moderada, em 60% dos casos,

discreta, em 20% e severa, nos 20% restantes, associado periferia das reas

de hialinizao. Os osteoblastos tiveram uma presena moderada, em 80% dos

casos, principalmente, no osso interradicular e distal da raiz mesial e ausente

em 20%.

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hialinizao osteoclastos osteoblastos

19 dias controle

19 dias laser

Figura 15 Demonstrao grfica da quantidade de hialinizao, presena de osteoclastos e osteoblastos, no Grupo G19 Teste Kruskal-Wallis (HABIB, 2008).

Na figura 16, pode-se observar que a presena de colgeno, no Grupo

Controle, na rea de presso, foi de maneira discreta,em 80% dos casos e

moderada, em 20%; na rea de tenso, foi discreta, em 100% dos casos.

Quanto anlise da reabsoro radicular dos primeiros molares superiores,

esta demonstrou que foi ausente, em 60% dos casos e discreta, em 40%,

restringindo-se regio da raiz mesial. No Gr