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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL COM ENFASE EM EDUCAÇÃO ESPECIAL A IMPORTANCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Rosangela Topanotti Orientador: Profº. Ilso Fernandes do Carmo BRASNORTE/2013

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL COM ENFASE EM EDUCAÇÃO

ESPECIAL

A IMPORTANCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO

Rosangela Topanotti

Orientador: Profº. Ilso Fernandes do Carmo

BRASNORTE/2013

AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO INFANTIL COM ENFASE EM EDUCAÇÃO

ESPECIAL

A IMPORTANCIA DA LITERATURA INFANTIL NO PROCESSO DE

ALFABETIZAÇÃO

Rosangela Topanotti

Orientador: Profº. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Educação Infantil com Ênfase em Educação Especial.”

BRASNORTE/2013

AGRADECIMENTO

Agradeço primeira mente a DEUS, e a minha família pelo apoio, que oportunizou no meu crescimento; pessoal e profissional; aos mestres pela paciência e incentivo. Aos amigos que sempre me incentivaram a não desistir.

DEDICATÓRIA

A minha família, aos meus amigos e professores, e aos

mestres, que não mediram esforços no meu aprendizado.

Dedico com amor e carinho este trabalho.

“A educação modela as almas e recria os corações. Ela é alavanca

das mudanças sociais.”

Paulo Freire

RESUMO

O motivo pelo qual optei pela escolha do tema A importância da leitura no

processo da alfabetização foi meu grande desafio durante o longo período em que

atuo nas séries iniciais como professora alfabetizadora. Durante as observações

percebo as necessidades que os alunos apresentam na leitura e escrita.

Sabe-se que um dos principais problemas na educação no momento atual é

a defasagem e dificuldade que os alunos tem de ler, interpretar e produzir texto.

Compreender a aquisição do conhecimento sem o domínio da leitura é uma tarefa

praticamente impossível, visando aperfeiçoar o desenvolvimento ensino

aprendizagem valorizando e estimulando o cidadão o gosto de ler e escrever através

da linguagem artística literária e histórica, sendo este um ponto de partida para a

construção do pensamento lógico que possibilitará o educando a construir relações

diante do mundo.

O trabalho foi desenvolvido através de pesquisa bibliográfica e leitura de

vários autores que me proporcionaram caminhos variados de fácil compreensão,

desenvolvendo diferentes aspetos do conhecimento curricular de forma lúdica e

criativa favorecendo o interesse e a formação do habito e a importância de ler e

escrever no futuro e melhorar o nível de qualidade da aprendizagem dos alunos.

O objetivo deste estudo foi de propor uma reflexão, uma busca, reconstrução

e inovações de práticas, métodos sobre o fazer pedagógico. Tendo em vista essas

discussões perpassam pelo âmbito escolar onde se analisa o processo da leitura e

escrita que ocorre durante processo de desenvolvimento da aprendizagem do

educando. Processo esse necessário que a leitura e a escrita se faça presente, não

somente nos livros didáticos, mas a leitura de mundo, dos mais diversos símbolos.

É preciso que ocorram desafios nas buscas de soluções para as dificuldades

relacionas nas teorias do conhecimento educacional e real, possibilitando caminhos

e mudanças necessárias aos direitos de nossas crianças, sendo um processo

contínuo e necessário com significados de formar cidadãos de bem, perante a

sociedade, na vida pessoal e profissional.

Palavras chaves: Leitura e escrita, alfabetização, aprendizagem, aluno.

SUMARIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 07

CAPITULO I

A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA VIDA DO SER HUMANO ..............................09

CAPITULO II

UMA REFLEXÃO SOBRE A LEITURA E A ESCRITA............................................16

CAPITULO III

LEITURA, UM MEIO PARA A REALIZAÇÃO DE CONHECIMENTO......................24

CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................33

REFERÊNCIAS..........................................................................................................34

INTRODUÇÃO

Este trabalho refere-se à conclusão do curso de Especialização em

Educação Infantil com ênfase em Educação especial, Instituto de Educação Vale do

Juruena Ajes, Brasnorte- MT.

A importância da leitura para o processo de autoconhecimento da criança e

de sua inserção no real, bem como para seu desenvolvimento de seu senso critico

diante da linguagem. A leitura na escola durante o processo de alfabetização, tem

um papel importante para a formação do aluno-leitor pois a leitura é a arte que tem

como matéria a palavra, o pensamento, as idéias, a imaginação e tudo isso é próprio

do ser humano, já desde muito pequeno, por este motivo domínio da leitura

atualmente e entendida não mais como mero processo de alfabetização ou mera

habilidade mecânica e sim como um mergulho mais profundo da cultura que vive em

constante mudança.

O ser humano em todas as fases de sua vida está sempre aprendendo

coisas novas e descobrindo suas semelhanças no meio em que vive. A leitura

mostra caminhos e contribui para a formação de um leitor critico e participativo

contribuindo historicamente na sociedade. O mesmo apropria-se dos

conhecimentos, reais como um todo, utilizando dos desafios que garantem a

sobrevivência e a integração no meio em que vive.

Diante disso percebe-se que, o domínio da leitura é necessário para garantir

ao aluno autonomia no contato com o texto como fonte de lazer e enriquecimento.

Este tema de pesquisa foi escolhido devido à falta de interesse e

necessidade da leitura no cotidiano do educando, tendo em vista a realidade com

grande índice de leitores que lêem por obrigação e não por prazer, por gostar.

Acredito que a leitura é importante para a interação do meio social em que o

indivíduo encontra-se inserido. Devido isso a mensagem do leitor muitas vezes não

é compreendida ou entendida pelo leitor causando grande prejuízo ao

desenvolvimento intelectual do individuo.

Apresento no Capitulo I - A Importância da Leitura na Vida do Ser

Humano. A leitura e a troca de experiência de leitura de vida do ser humano, que

fazem parte dos encontros familiares. Nas fabulas e encontro lendas narrativas

fantásticas ou realistas, historias de vida. A leitura é uma ferramenta utilizada para

suprir as necessidades impostas pela sobrevivência, seja ele cultural e

socioeconômico, alem de garantir seu conhecimento, e desafios de interação no

meio em que vive.

Oferece no Capitulo II – Uma Reflexão sobre a Leitura e a Escrita

São aspectos relacionados ás práticas de leitura em nossa sociedade, e as

maneiras como essas práticas se relaciona com aquelas desenvolvidas na escola.

As concepções de leitura, um conhecimento necessário ao leitor para que

compreenda um determinado texto, também as práticas de leitura em relações com

aspectos materiais envolvidos na produção do texto escrito.

No capitulo III – Leitura, um meio para a realização de conhecimento.

Consideramos que a leitura é um dos meios mais importantes na escola

para a consecução de novas aprendizagens. Tendo em vista que os desafios

ocorrem, é preciso muitas vezes dar voltas para realizar a compreensão, e

decodificação da aprendizagem significativa.

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CAPÍTULO I A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA VIDA DO SER HUMANO

A leitura é a troca de experiência de leitura de vida do ser humano, que

fazem parte dos relacionamentos familiares perante a sociedade. Nas fábulas e

encontro lendas narrativas fantásticas ou realistas, histórias de vida. A leitura é uma

ferramenta indispensável sendo utilizada para suprir as necessidades impostas pela

sobrevivência, seja ele cultural e socioeconômico, além de garantir seu

conhecimento, e desafios de interação no meio em que vive.

Segundo SILVA (2009, p. 33), para falar em literatura na escola, há que se

falar primeiro em leitura e em quem a promove. Que é a leitura? Como deve atuar o

individuo- seja ele professor ou não – que se propõe formar novos leitores?

Aparentemente, são ociosas essas perguntas, cujas respostas todas conhecemos.

Contudo, com relação á leitura, podemos afirmar com certeza: há leituras e leituras.

Alias, podemos distinguir pelo menos três formas de leitura, ou três atitudes do leitor

durante o ato de ler. Vejamos.

Inicialmente, temos a leitura mecânica, que consiste na habilidade de

decifrar códigos e sinais. Até pouco tempo, pensávamos que a alfabetização

resumia-se a isso: transformar os sinais pretos sobre a folha branca em sons

constituidores de palavras. Habilidades semelhantes é a de” saber ler” outras

linguagens que do alfabeto, Como Códigos Morse, o Braille, as partituras musicais.

Isso é leitura? Sem duvida, mas é seu nível mais ementar, e não é esse tipo de

leitura que temos em mente quando pensamos em leitura na escola.

SILVA (2009 p.33,34), citado por Paulo Freire (1986), outra forma de leitura

é a que, denominou leitura de mundo. Diferentemente da leitura mecânica, na qual

nos iniciamos na escola, a leitura de mundo é um processo continuado. Que começa

no berço e só se encerra no leito de morte. Desse aprendizado ninguém é excluído,

para a escola da vida não há limitação de verbas, nelas não se tiram férias nem se

promovem greves. A leitura de mundo nos ensina a ler mais do que os sinais pretos

sobre a folha branca, ela nos ensina o significado das nuvens no céu, a promessa

de um sorriso, revela-os a impaciência atrás de um gesto, um “um sim na boca de

quem diz ”não”. É a leitura tomada em seu sentido mais amplo. Essa leitura

metodológica, ao agricultor; ao medico, fornece dados para o diagnostico, ás vezes

mais seguro e confiáveis do que os laboratórios; ao navegante, ensina o sentido das

rotas e dos ventos; e a todos os homens, ensina lição de convivência. Com essa

habilidade de ler o mundo, marcada pela subjetividade de cada um, o leitor

aproxima-se do texto, tentando decifrar seus códigos e sinais. A leitura de mundo,

portanto, como bem ressaltou Paulo Freire, precede a leitura mecânica, e a ela

deve somar-se. Essa habilidade de decodificar múltiplos sinais e códigos

diversificados permite-nos, por exemplo, identificar significados nas modulações de

voz de contadores de historias ou perceber intenções no traço e no colorido das

ilustrações dos livros, fazer leituras de extratos sonoros e visuais que ultrapassam e

reforçam as palavras de um texto.

Emilia Ferreiro (2001, p. 66), Afirma que:

Finalmente, o ato de leitura não pode ser concebido como uma adição de informações (informação visual +informação não visual). O ato da leitura de ser concebido como um processo de coordenação de informações de procedência diversificada com todos os aspectos inferenciais que isso supõe, e cujo objetivo final é a obtenção de significados expresso linguisticamente.

Conforme a citação acima pode-se dizer o quanto a leitura é importante na

vida do ser humano,ela trás muitas informações, alem de ser essencial e progredir

numa longa travessia em direção a uma participação maior na política, sócio

econômico,e cultural, e proporcionar capacidades de construir e reconstruir

coletivamente outro fatores que gera oportunidades e a melhoria na qualidade de

vida.

Ainda citado por SILVA (2009, p. 34), a terceira forma de leitura é o que se

poderia chamar de leitura critica. É a que ali a leitura mecânica a de mundo, numa

postura avaliativa, perspicaz, tentando descobrir intenções comparando leitura

daqueles momentos com outras já feitas, questionando, tirando conclusões. Este é

um patamar de leitura que não se atinge de imediato, ou seja, que requer um

percurso por parte do leitor. Para ser capaz de fazer uma tal leitura, é preciso estar

com todo o conhecimento- a bagagem cultural- a postos, estar com a mente alerta e

ser capaz de relacionar, confrontar, chegara sínteses e conclusões. Ser um leitor

crítico não é resultado de dom, mas de aprendizagem. Por isso esta no alcance de

todos nós.

Segundo CAGLIARI (1998, p. 175, 176), os alunos precisam ser

incentivados a ler todo tipo de material, quer com relação á forma gramática, quer

com relação aos variados tipos de textos. Devem ler coisas impressas e coisas

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manuscritas, devem ler propagandas ou outros materiais semelhantes. O professor

precisa mostrar aos alunos material escrito com os mais variados tipos de letras.

Uso artísticos da escrita merecem um destaque. Uso especiais em propagandas

também são interessantes, como palavras decoradas com desenhos que ilustram

seu significado. Por exemplo, a palavra “incêndio” escrita com letra apagando fogo.

È preciso ler histórias (muitas), noticias reportagens que falem de assuntos

científicos, técnicos, curiosos, da vida de pessoas famosas, etc. É preciso ler jornal,

revistas receitas culinárias, instruções do uso de equipamentos, de montagem ou de

concerto, ler de tudo. E ler nunca é demais.

Encontrado na REVISTA Nova Escola (2010, p. 91), Emilia Ferreiro conduz

o leitor a uma reflexão sobre as práticas de leitura e escrita e a importância da

diversidade no processo de alfabetização. O livro reúne trabalhos apresentados em

congresso pela autora, psicolingüística que se doutorou na Universidade de

Genebra sob a orientação de Jean Piaget (1896-1980), a cujo trabalho ela deu

continuidade. No primeiro texto, Emilia Ferreiro faz um breve panorama da leitura e

da escrita na historia da humanidade e analisa os efeitos das circunstâncias

históricas e temporais na construção novos significados para os verbos citados no

título da obra.

No segundo sentido, ela aborda ploblematizações sobre o futuro da leitura

tendo como base a compreensão do passado. Nesse sentido, a autora coloca em

discussão a construção de leitores e produtores de texto num mundo em constante

transformação, que conta cada vez mais com as novas tecnologias de comunicação.

Essas mudanças traçam novos cenários para a educação e os profissionais

envolvidos com as praticas da leitura e escrita devem se questionar sobre isso.

FERREIRO in: Revista Nova Escola (2010, p. 91).

A leitura é uma viagem pelo tempo dos verbos ler e escrever e um convite á reflexão, já que a obra abre caminhos para a qualidade da aprendizagem e para a atuação reflexiva daqueles que se comprometem em transformar as praticas de leitura e escrita.

Conforme a citação acima, espera-se que realmente nos comprometemos

com os futuros leitores mostrando a eles caminhos que possam garantir um

aprendizado de qualidade, e que os mesmos possam mudar seu modo de ser no

mundo.Ter uma visão diferenciada sobre o que a leitura proporciona para o

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conhecimento no cotidiano,e que o mesmo considera o ato de ler como ato de

solucionar os problemas.

Ainda citado por FERREIRO (2001), afinal, evoluções como essa nem

sempre dialogam com as práticas dos educadores. Nessa relação entre passado e

futuro, o leitor é convidado a refletir sobre a história da leitura a partir da idade media

e sobre a importância de envolver as crianças desde cedo com vários tipos de

textos. Alguns exemplos de escritores em potencial mostram como eles são capazes

de enfrentar desafios quando tem acesso á diversidade de textos e são colocados

no papel de produtores de cultura.

O ultimo texto do livro tem como focos de reflexão a diversidade no processo

de alfabetização e o papel da escola no enfrentamento das diferenças e no respeito

a elas. Essas heterogeneidades, que muitos educadores encaram como uma

dificuldade é tratada pela autora como uma vantagem pedagógica se for

compreendida pela escola, que deve investir em instrumentos didáticos para

trabalhá-la.

Para ALMEIDA (2010 p, 37 e 38), conforme observado, é possível fazer uma

longa enumeração de sentidos que se pode atribuir á própria noção de leitura.

Contudo, é evidente que nem todos os sentidos poderão ser contemplados neste

recorte. O que delimita esses sentidos é a idéia de interpretação e compreensão. È

esse recorte que será feito na perspectiva discursiva que norteara a reflexão acerca

da leitura.

Somente o conhecimento pleno da língua que a escrita representa é capaz

de oferecer ao leitor condições adequadas para uma leitura que englobe a

decifração e a compreensão. Ou seja, para que o aluno leia um texto e compreenda

o que está escrito, não basta decifrar os sons da escrita, nem suficiente descobrir os

significados individuais das palavras. Um texto é composto das relações entre as

palavras e as frases em todos os níveis lingüísticos.

O adequado é uma leitura no qual o leitor decifra o que está escrito,

apropria-se das idéias que descobriu no texto, elabora todos esses conhecimentos

como se fossem seus e, seguindo a lei da fidelidade ao literal do texto, passa dizer o

que leu, em uma fala que traduz o texto e releva seu modo de interpretá-lo.

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A leitura é ponto vital para a interpretação. Interpretar é antes de mais nada,

compreender. Em se tratando de um texto, interpretar significa ir às estrelinhas, aos

detalhes, ás sutilezas da mensagem. Interpretar é ir além da superfície penetrar

fundo no texto, sentir todas as emoções que ele pode despertar. A interpretação

bem feita envolve uma leitura criteriosa.

SORDI (1991, p. 20), encontrado em ALMEIDA (2010, p. 38). A

interpretação segundo ele é o ponto culminante do ensino da língua, portanto exige

bons textos, isso é aqueles que atinjam, principalmente, os interesses da criança, ou

que se enquadrem aos objetivos que se deseja alcançar.

A adequação do texto á turma outro fator de grande importância. Não

adianta o professor apresentar belos textos, mas de conteúdo abstrato para uma

turma de segunda série, por exemplo. Considera-se que a exploração do texto deve

ser principalmente oral, porque desperta e desenvolve a atenção, o diálogo e o

senso critico. Nesse sentido, devem ser evitadas as perguntas que fazem da

resposta uma cópia mecânica.

Cabe o professor além da família, incentivar as crianças pelo gosto da

leitura, visando a desenvolver tal hábito. Deve-se indicar os livros aos alunos,

oferecendo-lhes um repertório de títulos em que possam se movimentar, segundo

suas preferências e interesses.

Encontrado no Caderno formação do professor alfabetizador (BRASIL, 2012,

p. 16).

A relação da escola com outros espaços sociais também é uma questão que pode ser enfocado nos projetos pedagógicos das escolas. Promover o conhecimento dos equipamentos culturais da cidade é uma maneira de aproximar a realidade escolar e extra-escolar. Organizar passeios, projetos de pesquisa, orientar o lazer das famílias, indicando os eventos sociais, são tarefas que auxiliam as famílias, as meninas e os meninos a desenvolver o sentimento de pertencimento á cidade, ao bairro, á rua. Estimulam, na verdade, práticas culturais que muitas vezes ainda não são vivenciadas por muitas crianças, como, por exemplo, a ida ao cinema, teatro, aos museus, ás praças, ás associações de moradores, ás organizações não governamentais, aos pontos de cultura, dentre outros espaços de convivência importantes na sociedade.

Pode-se perceber o quanto é importante a participação da família, na vida da

criança durante o processo de ensino aprendizagem e seu desenvolvimento. Pois

não é só da escola a responsabilidade da aprendizagem do mesmo, a família tem

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um papel importante a cumprir com sua participação na escola, nas atividades,

reuniões, e projetos que beneficie melhor o conhecimento e o gosto pela

aprendizagem, além de proporcionar e despertar o hábito da leitura, sem que o

educando tenha que fazer isso apenas por obrigação, mas como um dever de

cidadão, critico capaz de defender seus direitos quando for necessário durante toda

sua vida.

Lembrando que a criança desde cedo deve ser ensinada pelos pais, ainda

quando esta no ventre da mãe, é importante que a mãe faça leituras de histórias,

cante, converse com a criança, é uma prática que estimula, provoca o prazer pela

leitura tornando-se um leitor apaixonado e de fácil entendimento quando se trata de

aprendizagem.Com esse conhecimento e habilidades favorece a criança por meios

de textos orais e escritos circularem no meio da sociedade.

Para SARAIVA (2001, p. 82), conseqüentemente, a aprendizagem da leitura

deve propiciar á criança à sensação de que, por meio dela, um mundo insólito se

abre para sua mente. Por isso, exige-se dos educadores a seleção de obras

potencialmente significativas que enriquecem o mundo interior da criança e que se

harmonizem com suas aspirações: obras que se afiguram ao leitor infantil como

reais, visto que verbalizam aquilo que é especificamente humano e até

primitivo,como os sentimentos de raiva, inveja, ciúme, ambição, mas que,

paralelamente, apontem para um mundo melhor, onde o mais importante são as

riquezas abstrata da beleza, da justiça, do perdão e do amor. (MELLO e

LEONHARDT,1991, p. 3).

A criança deixa-se fascinar por essas narrativas, porque elas materializam

seu desejo de crescer, de se transformar e de transformar o mundo. Projetando-se

nos heróis, ela libera suas emoções e conflitos interiores, saindo fortalecida da

experiência proporcionada pela leitura.

Para ALMEIDA (2010, p. 45), escrever é expressar idéias. Em se tratando de

alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental, a expressão escrita deve associar-

se também ao desenho, a criança gosta, desde cedo, de desenhar e é como

expressa seus sentimentos e emoções. Mesmo depois de alfabetizada, o desenho

deve ser uma constante em suas atividades, pois é nele que ela poderá apoiar-se

para expressar suas idéias. A criança não pode escrever sobre aquilo que não

conhece. O professor deve, então, ampliar seus horizontes, fornecendo os

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elementos necessários que a levara ao processo de criação. Nesse sentido, o

professor não deve colocar no mesmo nível redação e aprendizado da escrita, isto é,

deve valorizar as idéias do aluno ao invés de cobrar somente a ortografia. Alias isso

costuma confundi-los. O fato de escrever corretamente, apesar de muito importante,

é apenas um dos aspectos da redação.

Para SOLÉ (1998, p. 32 e 33), um dos múltiplos desafios a ser enfrentado

pela escola é o de fazer com que os alunos aprendam a ler corretamente. Isto é

lógico, pois a aquisição da leitura é imprescindível para agir com autonomia nas

sociedades letradas, e ela provoca uma desvantagem profunda nas pessoas que

não conseguiram realizar essa aprendizagem.

Poderíamos pensar que atualmente, quando o sistema educacional é

acessivo para todos os cidadãos, não caberia falar de cidadãos de analfabetismo

maciço, como podia ocorrer há algumas décadas.

Deste modo, é possível assistir com certa regularidade à reedição do eterno

debate sobre os métodos através dos quais se ensina as crianças a ler, à discussão

em torno da idade em que se deve ser iniciada a instrução formal em leitura ou

sobre os aspectos indicadores de uma leitura eficaz.

Embora todos os debates e discussões sejam válidos, pois promovem o

contraste de opiniões e a revisão de práticas de ensino e de pesquisa devo

confessar meu ceticismo sobre usa utilidade quando são gerados em um contexto

desprovido de justificativa teórica ou quando os pressupostos teóricos em que se

baseia a defesa de diversos métodos são claramente opostos e contraditórios entre

si. A meu ver, quando isso ocorre, cria-se um conflito geralmente sem solução e se

desperdiça uma excelente oportunidade de transformar tal conflito em controvérsia

construtiva.

Considero que o problema do ensino da leitura na escola não se situa no

nível do método, mas na própria conceitualização do que é a leitura, da forma em

que é avaliada pela equipe de professores, do papel que ocupa no Projeto Curricular

da Escola, dos meios que se arbitram para favorecê-la e, naturalmente, das

propostas metodológicas que se adotam para ensiná-la. Estas propostas não

representam o único nem o primeiro aspecto; considerá-las de forma exclusiva

equivaleria, em minha opinião, a começar a construção de uma casa pelo telhado.

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CAPÍTULO II UMA REFLEXÃO SOBRE A LEITURA E A ESCRITA

São aspectos relacionados ás práticas de leituras em nossa sociedade, e as

maneiras como essas práticas se relaciona com aquelas desenvolvidas na escola.

As concepções de leitura, um conhecimento necessário ao leitor para que

compreenda um determinado texto, também as práticas de leitura em relações com

aspectos materiais envolvidos na produção do texto escrito.

Para REVISTA Nova Escola (2009 p. 91), o que leva um leitor mais

cuidadosamente um texto? O que o faz preferir a leitura de um descarte de outro? O

que se espera encontrar naquele material escolhido? O que está previsto ser

encontrado se confirma á medida que as páginas são percorridas? É com objetivo

de explicar o que ocorre quando lemos e contribuir para o debate conceitual e

prático sobre o ensino da leitura.

Nessa busca, a autora interage o tempo todo com o texto, utilizando seu

conhecimento prévio sobre o tema, fazendo inferências, elaborando hipóteses e

checando suas previsões. O resultado disso leva a interpretações e a compreensões

feitas sem a interferência direta de um leitor mais experiente.

Como esse processo de leitura não é natural, automático ou muito menos

simples, ele precisa ser construído pelo aprendiz. È pensando nisso que o livro faz

uma ponte com a realidade da escola, alertando os professores da educação infantil

e do ensino fundamental para o fato de que os alunos não aprendem isso sozinho.

Cabe ao educador oferecer ás crianças os segredos que utilizam quando

eles próprios lêem. Isso deve ser feito da mesma forma como ocorre com os outros

conteúdos de ensino ou quando mostra como utilizar adequadamente um caderno

ou traçar de forma correta as letras. O professor funciona como um especialista em

leitura explicitando seu processo pessoal á turma, o que leva á compreensão do que

esta escrito: qual seu objetivo com aquela determinada leitura, que duvida surgem,

que elementos toma do texto para tentar resolver sua questão ...Vendo o que o

professor faz para elaborar uma interpretação do texto, os estudantes entendem

chamadas estratégias de compreensão leitora e passam adotá-las.

Encontrado Revista Nova Escola, (2009 p. 92).

Ler é compreender e compreender é sobre tudo um processo de construção de significados sobre o texto que pretendemos compreender. È um processo que envolve ativamente o leitor, á medida que a compreensão que realiza não deriva da recitação do conteúdo em questão. Por isso é imprescindível o leitor encontrar sentido no fato de efetuar o esforço cognitivo que pressupõe a leitura, e para isso tem que conhecer o que o que vai ler e para que fará isso; também deve dispor de recursos conhecimento prévio relevante, confiança nas próprias possibilidades como leitor, disponibilidade de ajuda necessária etc.- que permitam abordar a tarefa com garantias de êxito; exija também que ela se sinta motivado e que seu interesse seja mantido ao longo da leitura. Quando essas condições se encontram presente em algum grau, e se o texto o permitir , podemos afirmar que também em algum grau, o leitor poderá compreendê-lo . Com essas idéias, podemos dizer que enfocamos nossa atenção nos resultados de aprender a ler.

Considerando que o processo de leitura e escrita é primordial no

desenvolvimento do educando, sendo que as relações se estabelecem entre o

interlocutor e o texto, precisam ser analisar conforme visto que o processo de

aquisição da leitura meramente na codificação desses textos, pois são eles

responsáveis pela autonomia e senso critico- reflexivo do educando.

Devem-se levar em consideração os meios pedagógicos que são utilizados

em sala de aula, para que possa compreender o processo de ensino aprendizagem,

assim se faz necessário conhecer os métodos de ensino que implicam na formação

do educando, para isso é fundamental identificar as metodologias e gêneros que os

professores utilizam para trabalhar a leitura e escrita. O professor deve oferecer e

mostrar caminhos que levam significados a leitura e escrita quanto o que lêem e

escrevem, assim o educando começa tomar gosto e praticar o ato de ler, com prazer

e não somente por obrigação.

A leitura deve alimentar a imaginação de nossos alunos, compartilhar

leituras com eles e oferecer-lhes experiências fruição, para que descubram os

encantos da literatura como uma forma de arte que possibilita conhecer melhor , ao

mundo e também a si próprio , pra que se tornem pessoas sensíveis, criticas e

criativas.

Para ALMEIDA (2010, p. 39), essa leitura de formação de leitor tem por

objetivo desenvolver no aluno a familiaridade com a língua escrita mediante a leitura

de vários gêneros textuais, numa quantidade tal que o faça gostar de ler e de

perceber a importância da leitura para sua vida pessoal e social, transformando-a

num habito capaz de satisfazer o gosto e a necessidade. A inserção do aluno no

universo da cultura letrada por meio da leitura desenvolve sua habilidade de dialogar

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com os textos lidos, auxiliando-o na formação de sua cidadania, cultura e

sensibilidade. Ensinar a ler é levar o aluno a reconhecer a necessidade de aprender

a ler tudo que já foi escrito, desde o leitor do ônibus aos nomes das ruas, dos

bancos e casas comerciais- leituras fundamentais para a sobrevivência e uma

orientação em uma civilização construída da língua escrita. Ler jornal que vai

relacioná-lo minimamente com o mundo lá fora: Ler poemas que vão dar concretude,

qualificar e expandir de seus sentimentos; ler narrativas que vão organizar sua

relação com a complexidade da sua vida social; ler as leis e os regulamentos que

regem a sua cidadania; ler os ensaios que apelam sua racionalidade e a

desenvolvem.

Ensinar a ler é também dar acesso aos meios expressivos necessários para

que o aluno leia não apenas textos contemporâneos, dialogando com eles dentro de

um universo comum de questões, problemas e descobertas, mas também textos

antigos, para que ele possa perceber que a língua portuguesa que ele Lê é produto

do trabalho de pessoas como ele, que a tornam capaz de expressar o que for

necessário.

Segundo ALMEIDA (2010, p. 40), também, portanto, uma leitura se apóia

em duas fontes de informações bem diferentes. Uma é fornecida pelo autor, que é

chamada de informação visual. A outra fonte de informação não visuais, disponíveis

e presente mesmo quando os olhos estão fechados. Quanto mais utiliza informação

não visual, disponível em sua estrutura cognitiva, menos ele necessita da

informação visual.

Para ALMEIDA (2010, p. 40), a compreensão de texto é um processo em

que interagem diversos fatores, como conhecimentos lingüísticos, conhecimento

prévio a respeito do assunto do texto, conhecimento geral a respeito do mundo,

motivação e interesse na leitura, entre outros.

Ainda em ALMEIDA (2010, p.42), uma leitura profícua é que envolve a

decodificação e a compreensão. Ou seja, para que o aluno leia um texto e

compreenda o que está escrito não basta decifrar os sons da escrita, nem é

suficiente descobrir os significados individuais das palavras. Um texto é formado a

partir das relações que se estabelecem entre as palavras e as frases em todos os

níveis lingüísticos.

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O leitor deve apropriar-se das e déias que descobriu no texto, elaborar todos

esses conhecimentos como se fossem seus e, e seguindo a lei da fidelidade ao

literal do texto, passar a dizer o que leu numa fala que traduz o texto e revela seu

modo de interpretá-lo.

Para ALMEIDA (2010, p. 69), para adquirir as habilidades comunicacionais

básicas - ouvir, falar, ler e escrever - com domínio absoluto e resultando numa

verdadeira apropriação, só mediante um trabalho paciente, constante e o mais

abrangente possível, pontilhado de atenta reflexão. Ou seja, o aluno deve ser levado

a atuar e observar conscientemente a língua, a partir do que ele já sabe. De falante

que é, deve transformar-se em observador de sua própria linguagem e da linguagem

de outras pessoas.

Segundo ALMEIDA, citado por POSSENTI (1996 p. 45), nas atividades de

linguagem, tanto orais como escrita, o grande objetivo é a clareza, a precisão e a

adequação. Se aquilo que o aluno disser, ler ou escrever não estiver claro, preciso e

adequando, o professor deve fazer ou sugerir a devida correção, retificando o que

tiver manifestamente errado, cortando o que tiver a mais, substituindo o que estiver

trocado. Nas atividades de linguagem, o ensino-aprendizagem deve acontecer

conforme as ocorrências reais de recepção e produção oral e escrita.

SARAIVA (2001, p.24), vista como “atividade essencial a qualquer área do

conhecimento” citado por SILVA, (1987 p, 43), a leitura está relacionada com o

sucesso, não apenas acadêmico, mas também social e econômico, pois se lhe

atribui a capacidade de promover os indivíduos. É reconhecida, igualmente, a

importância da arte literária por ser capaz de situar o individuo diante de si mesmo e

de seu contexto; por possibilitar-lhe a percepção de variados pontos de vista e por

estimular sua criatividade. Entretanto, a ruptura entre essas manifestações

consensuais e a prática dos agentes que respondem, juntamente com a escola, pela

valorização da literatura permitem identificar fatores alheios á práxis pedagógica,

que, todavia, interferem de modo negativo na formação do leitor.

A leitura é a troca de experiência de leitura e de vida já fazem parte dos

encontros familiares. O encantamento oriundo de fabulas e de lendas, de narrativas

fantásticas ou realistas, das histórias de vida, marcadas por fracassos e sofrimentos

ou por sucessos e alegrias, bem como o ludismo dos jogos poéticos não mais

agregam a família em torno de um circulo solidário e cedem lugar aos programas

19

televisivo ou aos jogos eletrônicos, comprovado a afirmação de procedimentos que

estimulam o individualismo e empobrecem o sujeito em que sua capacidade de

diálogo.

Além da influência dos padrões culturais de comportamento, é preciso

reconhecer outro fator conjuntural que enfraquece os laços familiares e age sobre a

prática da leitura. As condições socioeconômicas da população brasileira inibem o

contato familiar, já que necessidades impostas pela sobrevivência chegam a exigir

dos pais dupla jornada de trabalho e solicitam a participação no orçamento

doméstico até mesmo dos idosos, aqueles que traduziam uma voz do passado, apta

estabelecer o contraponto com a experiência do presente, e revelavam a riqueza da

tradição oral pela recuperação de narrativa, de jogos mnemônicos, de brincos, de

parlendas.

Encontrado em SARAIVA (2001, p, 24)

O fator econômico impede o acesso de alunos á escola ou os obriga a abandoná-la antes mesmo de se terem tornado leitores efetivo, lacuna que, por um lado, denuncia os reflexos nefastos da estrutura social sobre a educação e, por outro, impede os indivíduos de exercerem seu papel como sujeito históricos. Entretanto, embora a urgência do atendimento das necessidades vitais prevaleça sobre a informação e o saber, a importância do domínio dos códigos da lecto-escritura é reconhecida por esses indivíduos. Repete-se, assim no estrato social menos privilegiado, ainda que por razões diversas a mesma posição manifestada diante da leitura pela classe média e alta e que encontra nos procedimentos do núcleo familiar sua expressão mais sintomática.

Percebe-se que a leitura é sem dúvida um conhecimento que leva o leitor a

refletir sobre a realidade, e as práticas de habito sobre os textos narrativos que

contam em duplo sentido as bases no processo do letramento. Uma função de

diferentes sentidos e modalidades literárias que se juntam com o sujeito e o outro

sujeito no mundo em que vive. É de grande importância as famílias que tem o

habito de ler, mas ler com prazer, leitura que você viaja, conhece o mundo, sonha,

imagina tudo isso faz uma relação de pai para filhos fortalecer os laços da linguagem

e a compreensão das relações interpessoais como um todo se tornarem históricas.

Caderno formação do professor alfabetizador (BRASIL, 2012. p.26-27)

Não se lê e se escreve no vazio. É preciso entender as praticas culturais, ser capaz de construir conhecimentos e participar de modo ativo nos diferentes espaços de interlocução, defendendo princípios e valores. Desde cedo, o acesso aos gêneros discursivos contribui para que os estudantes possam a se perceber como sujeito político possuidores de cultura, e, como tais, sejam agentes de intervenção social, responsáveis pela suas ações e

20

dos que compõe seus grupos de referência. Desse modo, o ensino da leitura, da escrita e da oralidade precisa ser realizado de modo integrado aos diferentes componentes curriculares: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, História, Geografia, Matemática, Ciências.

Assim no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (BRASIL, 2012),

quatro princípios centrais serão considerados ao longo do desenvolvimento do

trabalho pedagógico.

1. O sistema da escrita Alfabética é complexo e exige um ensino sistemático e

problematizador;

2. O desenvolvimento das capacidades de leitura e de produção de textos ocorre

durante todo o processo escolarização, mas deve ser iniciado logo no inicio da

Educação Básica, garantindo acesso precoce a gêneros discursivos de

circulação social e a situação de interação em que as crianças se reconheçam

como protagonistas de suas próprias histórias;

3. Conhecimentos oriundos das diferentes áreas de conhecimento podem e

devem ser apropriados pela criança, de modo que elas possam ouvir, falar,

escrever sobre temas diversos e agir na sociedade;

4. A ludicidade e o cuidado com as crianças são condições básicas nos

processos de ensino e de aprendizagem.

Ainda em SARAIVA (2001, p. 84 e 85), a formação do aluno leitor transita,

necessariamente, pela capacitação do professor leitor. A paixão pela leitura não é

algo casual, pois ela se alimenta da exemplaridade que desencadeia o interesse, a

motivação e o encantamento pelo mágico mundo da fantasia. Entretanto, esse

estimulo positivo em face da leitura técnica e pelo domínio conceitual. Espera-se que

o professor conheça o modo com a criança aprende e estabeleça uma relação

comunicativa afável com seus alunos, que aprimore continuamente sua prática

pedagógica, mas sobre tudo, que tenha assimilado conceitos fundamentais que lhe

possibilitem apreender seu objeto- a literatura. O saber teórico, conjugado a atitude

e habilidades, sustenta e tríade sobre o qual toda a situação de ensino e

aprendizagem é consolidada: o aluno, o professor e o conteúdo que se quer

transmitir, o qual abrange nesse coso, o comprometimento com o ato de ler.

Ao centrar-se na seleção de textos literários para o trabalho com a leitura

nas series iniciais, a proposta, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), enfatiza a

prerrogativa essencial da literatura, qual seja, a explorar as potencialidades

expressivas de sua matéria, a palavra, e a de representar mimeticamente o real,

21

constituindo-se em via de acesso á interioridade do sujeito e a do mundo que a

circunda. Sendo resposta a indagações humanas, a literatura exerce função de

reconhecimento, pois impede o leitor a situar-se criticamente diante do mundo

representado e do processo de sua representação. N a posição de intérprete, o

receptor interliga, ainda que intuitivamente, o universo ficcional ao de sua

experiência cotidiana, deixando-se seduzir pela evidência de que as palavras são

peças lúdicas, cujo dinamismo ele mesmo impulsiona.

A importância da literatura para o processo de autoconhecimento da criança

e de sua inserção no real, bem como para o desenvolvimento de seu senso critico

diante da linguagem, orienta, pois, a seleção dos textos literários.

Conseqüentemente, ela incide sobre narrativas e poemas que, sendo adequados

aos estágios de desenvolvimento da criança, traduzem situações problemáticas,

como, por exemplo, conforme SARAIVA (2001, p. 84 e 85), o medo injustificado,

expresso em O barulho fantasma, de Sônia Junqueira; a carência afetiva, tratada em

“Beija-Flor’’, de Roseana Murray; o desejo de auto-afirmarão da identidade,

representado em Maria vai com as outras de Sylvia Orthof, e em Gato que pulava

em sapato, de Fernanda Lopes de Almeida; a imperiosidade da obediência a regras,

concebida no poema ‘’Uma palmada bem dada’’, de Cecília Meireles. A par disso, a

seleção privilegia textos cuja natureza lúdica e criativa convoca a adesão do

receptor, promovendo o prazer e a inventividade por sua participação como coautor

textual. Essa característica recobre todos os textos selecionados, sendo

particularmente enfatizada nas narrativas Peru de peruca, de Sônia Junquira, A vaca

Mimosa e a mosca Zenilda, de Sulvia Orthof e nos poemas “O rato Roque” e” O galo

aluado”, de Sergio Caparelli,” Coisas Esquesitas” de Elias José, “Boa-noite”, de

Sidonio Muralha.

A seleção considerada ainda, o aspecto formal dos textos, atendendo para a

estrutura das narrativas e dos poemas, para seus aspectos morfossintáticos,

semânticos, fonológicos e fonéticos e para sua concepção visual.

Para atender ás características do público-leitor, as narrativas e os poemas

escolhidos, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), são de curta dimensão,

obedecendo á sequencialidade causal e temporal. Essa simplicidade se repete nas

estruturas sintáticas, com orações predominentemente coordenadas, em que só

termos seguem, em regra, a ordem direta, havendo uma substituição lexical pouco

expressiva. O apelo à reiteração está presente tanto nos aspectos morfológicos e

22

sintáticos quanto nos fonéticos e fonológicos, expressos nos jogos sonoros, isto é,

nas rimas, nas assonâncias, nas aliterações, revelando-se também nas recorrências

ao paralelismo de situações cujas semelhanças e contrastes a ilustração

freqüentemente ajuda a salientar.

Portanto, a proposta da articulação entre a literatura e alfabetização,

segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), enfatiza a função formadora da arte literária e,

valendo-se da exploração dos recursos significativos da linguagem presentes nos

textos, faz deles um modelar recuso para o desenvolvimento do processo de

alfabetização, entendido como leitura compreensiva e produção textual.

A proposição de atividade de atividades de leitura e de produção textual

centra-se, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), em roteiros como forma de

organização e sistematização do trabalho de leitura e de escrita com os

alfabetizando. Entretanto, a palavra roteiro não deve ser confundida com exercícios

rotineiros, marcado pela repetibilidade e pelo automatismo, embora nas tarefas

sejam pressupostas repetições, pratica requerida pela criança durante a

aprendizagem. O roteiro também não significa um caminho acabado: ele não diz

tudo. Ele promove aberturas, explora caminhos. É uma demonstração preliminar

daquilo que pode vir a ser feito.

A idéia do roteiro, segundo SARAIVA (2001, p. 84 e 85), pode ser melhor

aprendida quando relacionada á produção cinematográfica. O roteiro é o texto sobre

o qual se realiza o filme; toda via quando acabado, o discurso fílmico é muito mais

rico do que o roteiro que orientou sua execução. É nesse sentido que se emprega a

palavra roteiro; como fio condutor de uma ação produtiva, resultados transcendem

aquilo que lhe deu origem.

23

CAPÍTULO III LEITURA, UM MEIO PARA A REALIZAÇÃO DE CONHECIMENTO.

Consideramos que a leitura é um dos meios mais importantes na escola

para a consecução de novas aprendizagens. Tendo em vista que os desafios

ocorrem, é preciso muitas vezes dar voltas para realizar a compreensão, e

decodificação da aprendizagem significativa.

Segundo BRASIL (1997, p. 53 e 54), a leitura é um processo no qual o leito

realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir do seus

objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que se

sabe sobre a língua: características do gênero, do portador , do sistema da escrita,

etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando –a

letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica,

necessariamente, compreensão na qual os sentidos começam a ser constituídos

antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que conseguir analisar

sua própria leitura constatará a decodificação é apenas um dos procedimentos que

utiliza quando lê: a leitura fluente envolve uma serie de outras estratégias como

seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível rapidez e

proficiência. È o uso desses procedimentos que permite controlar o que vai sendo

lido, tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, ariscar-se diante do

conhecimento, buscar no texto a comprovação das suposições feitas, etc.

Um leitor competente, segundo BRASIL (1997, p. 53 e 54), é alguém que,

por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam

socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue

utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de forma a atender a essa

necessidade.

Formar um leitor competente, segundo BRASIL (1997, p. 53 e 54), supõe

formar alguém que compreende o que lê; que possa aprender a ler também o que

não esta escrito, identificando elementos implícitos; que estabeleça relações entre o

texto e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a

um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de

elementos discursivos.

Um leitor competente, conforme BRASIL (1997, p. 53 e 54), só pode

constituir-se mediante uma prática constante de leitura de textos de fato, a partir de

trabalho deve se organizar em torno da diversidade de textos que circulam

socialmente. Esse trabalho pode envolver todos os alunos, inclusive aqueles que

ainda não sabem ler convencionalmente.

A leitura na escola tem sido fundamentalmente, um objeto de ensino. Para

que possa contribuir também objeto de aprendizagem, é necessário, segundo

BRASIL (1997, p. 53 e 54), que faça sentido para o aluno, isso é, a atividade de

leitura deve responder, do seu ponto de vista,a objetivos de realização imediata.

Como se trata de uma prática social complexa, se a escola pretende converter a

leitura em objeto de aprendizagem deve preservar a natureza e sua complexidade,

sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar com diversidade de textos e de

combinações entre eles. Significa trabalhar com diversidades de objetivos e

moralidades que caracterizam a leitura, ou seja, os diferentes “para quês”-resolver

um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar, escrever ou revisar o próprio

texto – e com as diferentes formas de leitura em função de diferentes objetivos e

gêneros: ler buscando informações relevantes, ou o significado implícito nas

estrelinhas, ou dados para solução de um problema.

CAGLIARI (1998 p. 36) relata que.

Ensinar é um ato coletivo: pode-se ensinar a um grande numero de pessoas presentes numa aula ou uma conferência, etc. Quem ensina procura transmitir informações que julga relevantes, organizadas do modo que lhe parece mais razoável, para que seus ouvintes aprendam algo que deseja transmitir.

Conforme a citação acima, ensinar é um ato de dedicação e amor, cada ser

humano tem um modo de aprender alguns mais rápido, outros mais lentos, mas

todos aprendem da sua forma. A aprendizagem é sempre um processo continuo que

vai ao longo da vida das pessoas. Aprender não é repetir algo que foi ensinado, mas

conseguir realizar algo de acordo com as expectativas que possibilita

transformar,construir sua história. O professor deve sempre apontar caminhos para

que o aluno possa buscar meios de atingir seus objetivos de acordo com o que Le e

escreve. Pois a aprendizagem deve partir de uma opção individual, aprender

depende muito da história de vida de cada aprendiz.

25

Segundo CAGLIARI (1998 p. 37), aprender é um ato individual: cada um

aprende segundo seu próprio metabolismo intelectual. A aprendizagem não se

processa paralelamente ao ensino. O que é importante para quem ensina, pode não

parecer tão importante para quem aprende. A ordem da aprendizagem é criada pelo

individuo, de acordo com sua história de vida e, raramente, acompanha passo a

passo a ordem do ensino.

No ensino, conforme CAGLIARI (1998 p. 37), é muito importante o que se

diz; na aprendizagem o que se faz, mesmo quando o fazer significa dizer. Aprender

não é repetir algo que foi ensinado, mas criar algo semelhante, a partir da iniciativa

individual de que apreende. Quando simplesmente se repete um modelo, não ocorre

exatamente uma aprendizagem. Ela vai aparecer somente quando a pessoa, por

ação própria, conseguir realizar algo de acordo com as experiências alheias.

A aprendizagem, para CAGLIARI (1998 p. 37), é sempre um processo

construtivo na mente e nas ações do individuo. O ensino não constrói nada: nenhum

professor pode aprender pelos seus alunos, mas cada aluno devera aprender por si,

seguindo seu próprio caminho e chegando onde sua individualidade o levar. Por

isso, a aprendizagem será sempre um processo heterogêneo, ao contrario do

ensino, que costuma ser tipicamente muito homogêneo.

Escolas que se apegam demais ao processo de ensino, em detrimento do

processo de aprendizagem, gostam de manter classes homogêneas, fazendo

remanejamentos, sempre que oportuno e possível, para facilitar o processo de

ensino, desconsiderando totalmente a natureza do processo de aprendizagem, entre

outros fatores pedagógicos.

CAGLIARI (1998, p. 247), diz,

Para entender a realidade dos alunos, é preciso, ainda, estar convicto de que as crianças não vivem passivamente no mundo, mas estão a todo instante atentas para aprender tudo o que lhes interessa, em todas as circunstâncias.

A leitura do mundo é algo que todo ser humano fazer a todo instante, graças

à racionalidade. Todo ser humano, por mais simples mais rico ou pobre que seja, é

escravo da própria racionalidade. Por isso, tudo que faz é fruto de um pensamento,

de uma reflexão, de uma decisão pensada. Conseqüentemente, toda pessoa precisa

estar constantemente lendo o mundo e procurando entendê-lo. Cada um faz isso

26

segundo seu próprio modo de ser, segundo as características da sua personalidade.

Isso explica por que as pessoas chegam a conclusões deferentes, tentando

interpretar fatos iguais. O que é importante para uma pessoa pode não ter valor para

a outra e vice-versa.

Alguns educadores parece ter descoberto só agora que as crianças pensam,

que tudo o que fazem reflete uma decisão pessoal resultante de uma reflexão.

De acordo com o Caderno formação do professor alfabetizador (BRASIL,

2012 p, 17. 26).

Considerando que o foco central do trabalho na área da língua portuguesa, tal como proposto na maior parte dos documentos curriculares brasileiros, é o desenvolvimento das capacidades de leituras e de escrita, de modo critico, criativo, propósito, suportes variados de textos precisam ser disponibilizados aos professores. Alguns materiais já têm sido garantido em programas do Ministério da Educação: obras literárias (Programa Nacional da Biblioteca da Escola) e livros diversos para além da esfera literária.

Os problemas da alfabetização no Brasil têm sido amplamente discutidos por

diferentes segmentos da sociedade e por pesquisadores de varias áreas. Alguns

consensos já se começam ser delineador. Por exemplo, já se concebe hoje, que um

individuo alfabetizado não é aquele que domina apenas os rudimentos da leitura

/escrita, ou seja, que é capaz de ler/ escrever palavras. Espera-se mesmo na mais

tenra idade, que a pessoa alfabetizada seja capaz de ler e escrever em diferentes

situações sociais, para que possa, então, inserir-se e participar ativamente de um

mundo letrado, frentes as demandas sociais e avanços da tecnologia, que exigem

sujeitos cada vez mais proficientes nas práticas de linguagem diversas.

Desse modo, o papel da escola, quando se trata do processo de

alfabetização, é ensinar o sistema de escrita e propiciar condições de

desenvolvimento das capacidades de compreensão e produção de textos orais e

escritos. Isto é, desde os primeiros anos de escolarização, espera-se que os

docentes planejem situações de escrita que, ao mesmo tempo favoreçam a

aprendizagem do funcionamento da escrita alfabética e possibilitem o acesso aos

textos escritos de modo a garantir a inserção social em diversos ambientes e tipos

de interação.

O acesso a esses diferentes ambientes e tipo de interação, por seu turno,

implica mais do que dominar a base alfabética e ter capacidade para ler e escrever

27

textos. Implica, sim, na ampliação do universo cultural das crianças, por meio do

apropriação de conhecimentos relativos ao mundo social e da natureza.

Segundo BRASIL (1997, p. 55 e 56), è preciso superar algumas concepção

sobre o aprendizado inicial da leitura. A principal delas é que ler é simplesmente

decodificar, converter letras e sons, sendo a compreensão conseqüência natural

dessa ação. Por conta dessa concepção equivocada a escola vem produzindo

grande quantidade de “leitores” capazes de decodificar qualquer texto, mas com

enorme dificuldade para compreender o que tentam ler.

O conhecimento atualmente disponível a respeito do processo de leitura

indica que não se deve ensinar a ler por meio de práticas centradas na

decodificação. Ao contrario, é preciso oferecer aos alunos inúmeras oportunidades

de aprendizagem a de ler usando os procedimentos que os bons leitores utilizam. É

preciso que antecipem que façam inferência a partir do contexto ou do conhecimento

prévio que possuem que verificam suas suposições - tanto a relação à escrita,

propriamente, quanto ao significado. É disso que esta falando quando se diz que é

preciso “aprender a ler, lendo” de adquirir o conhecimento da correspondência

fonográfica, de compreender a natureza e o funcionamento do ensino alfabético,

dentro de uma pratica ampla de leitura. Para aprender a ler, é preciso que o aluno se

defronte com os escritos que utilizaria se soubesse mesmo ler- com os textos de

verdade, portanto. Os materiais exclusivamente para ensinar a ler não são bons

para aprender a ler; têm servido apenas para decodificar, contribuindo para que o

aluno construa uma visão empobrecida da leitura.

BRASIL (1997, p, 56), diz o seguinte:

De certa forma, é preciso agir como se o aluno já soubesse aquilo que deve aprender. Entre a condição do destinatário de textos escritos e a falta de habilidade temporária para ler automaticamente é que reside a possibilidade de, com ajuda dos já leitores, aprender a ler pela prática da leitura. Trata-se de uma situação na qual é necessário que o aluno ponha em jogo tudo que sabe para descobrir o que não sabe, portanto, uma situação de aprendizagem. Essa circunstância requer do aluno uma atividade reflexiva que, por sua vez, favorece a evolução de suas estratégias de revolução das questões apresentadas pelo texto.

De acordo com a citação acima, as atividades devem ser trabalhadas pelo

professor de acordo, ou conforme as situações do grupo, onde os mesmos alunos

possam favorecer informações entre eles, garantindo a heterogeneidade do grupo

sendo um instrumento de aprendizagem. Sendo assim trabalhado será possível

28

28

atender a todos, e o professor não será o único informante da turma. Pois o trabalho

em grupo exige muita concentração para realizar as atividades, e obter bons

resultados.

No cotidiano encontramos alunos com a alta- estima muito baixa, são vários

os fatores que causam o não aprendizado, separação de pais, falta de alimento,

carência afetiva e bebidas entre outros. Esses fatores prejudicam o desenvolvimento

da criança no processo da escolaridade, levando muitas das vezes essa prática

para toda sua vida.O professor deve ser especialista, e tratar por igual até mesmo

oferecer algo a mais para cativar e resgatar a alta-estima dessas crianças, sabemos

que tem diferentes formas de se lidar com essas situações, pois os mesmos devem

e podem ser inserido e auxiliados a participar e conviver perante a sociedade como

cidadão de bem.

Para BRASIL (1997, p, 57); a leitura como prática social é sempre um meio,

nunca um fim. Ler é resposta de um objetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da

escola, não se Lê só para aprender a ler, não se Le uma única forma, se decodifica

palavra, por palavra,não se responde a perguntas de verificação entendimentos

preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenhos sobre o que mais gostou e

raramente se lê em voz alta. Isso não significa que a escola não se possa

eventualmente responder perguntas sobre a leitura, de vês em quando desenhar o

que o texto lido sugere, ou ler em voz alta quando necessário. No entanto, uma

pratica constante de leitura não significa a repetição infindável dessas atividades

escolares.

Uma prática constante de leitura na escola pressupõe, segundo BRASIL

(1997, p, 57), o trabalho com a diversidade de objetivos, modalidades e textos que

caracterizam as praticas de leitura de fato. Diferentes objetivos exigem diferentes

textos e, cada qual, por sua vez, exige uma modalidade de leitura. Há textos que

podem ser lidos apenas por partes, buscando-se a informação necessária; outros

precisam ser lidos exaustivamente e várias vezes. Há textos que se pode ler

rapidamente, outros devem ser lidos devagar. Há leituras em que é necessário

controlar atentamente a compreensão, voltando atrás para certificar-se do

entendimento; outras em que se segue adiante sem dificuldade, entregue apenas ao

prazer de ler. Há leitura que requerem um enorme esforço intelectual e, e a despeito

29

disso, se deseja ler sem parar; outras em que o esforço é mínimo e, mesmo assim, o

desejo é deixá-la para depois.

Segundo SARAIVA (2001, p, 81), a palavra da escrita amedronta e intimida,

desafia e provoca, aprisiona e liberta. Conferindo uma aura de distinção aqueles que

a dominam, ela separa os cidadãos que tem acosso ao conhecimento construído

daqueles que dele ficam privados; ela instala direitos que, simultaneamente, nega

aos analfabetos; ela confere prazer, mas causa hesitação e medo quando guarda,

em seus sinais,o inapreensível. Via de inserção ou de exclusão social, a palavra

escrita interfere na posição hierárquica dos indivíduos, diferenciando também o

mundo dos adultos do mundo das crianças. Ela suscita, pois, o desejo das crianças

de romperem com seu circulo para, através da superação das dificuldades inerentes

á conquista do código escrito, aderir a um espaço de direito mais pleno. O domínio

da leitura é uma experiência tão importante na vida da criança, que determina o

modo como ela ira perceber a escola e a aprendizagem em geral. Em decorrência

disso, o esforço despedindo pela criança no reconhecimento de letras e palavras

precisa aliar-se á certeza de que será compensado pela leitura de textos altamente

estimulantes.

Ainda em SARAIVA (2001, p. 81), citado por BETTELHEIM (1984, p. 49),

quando a aprendizagem da leitura é experienciada não apenas como melhor

caminho, mas como o único para sermos transportados para dentro de um mundo

previamente desconhecido, então a fascinação inconsciente da criança em relação

aos acontecimentos imaginários e seu poder mágico apoiara os seus esforços

conscientes na decodificação, dando-lhe forças para vencer a difícil tarefa de

aprender a ler...

Conforme BETTELHEIM (1984), o acesso ao código escrito confere à

criança o poder de participar do mundo secreto dos adultos. Assim, para ela o ato de

ler é uma aventura fascinante, que lhe garante um novo domínio. A fascinação de

exercê-lo torna-se ainda maior quando a criança descobre que, através da ficção e

da poesia, encontra resposta as suas indagações interiores. Ao defrontar-se com

textos de valor estético e cultural, que traduzem o sentimento da existência por

engendrarem respostas aos seus conflitos e emoções, a criança acrescenta um

novo estimulo á sua vida.

30

Segundo ALMEIDA (2010, p. 27 e 28), a língua portuguesa já é entendida e

falada pela criança que se vai alfabetizar; ela, geralmente com sete anos, demonstra

estar em processo de aquisição da linguagem. Já sabe falar, entendem o que dizem,

tem diversidade de ação dependendo de situações, executa alguns trabalhos e, se é

preciso, devido a circunstância adversas, sobrevive com essa capacidade de

encontrar soluções para atravessar estágios de fome ou miséria.

Encontrado em ALMEIDA e citado por LURIA (1995, p. 13).

muito antes de a criança entrar em contato formal com a escrita na escola já adquiriu um conjunto de pré- requisitos que possibilitam a aquisição da linguagem em um tempo relativamente rápido.

Essa criança demonstra, com essas competências, que tem condições para

que nela se deflagre o processo de aprendizagem sistemática além do

desenvolvimento consciente proporcionado pelo espaço escolar. O processo de

aquisição de linguagem se dá, assim, por meio da linguagem enquanto ação sobre

o outro e sobre o mundo.

Diz-se que ela entrou no mundo da linguagem’’lendo’’ o que estava a sua

volta, fazendo transformações permitidas e exigidas nos espaços em que interagia

antes de chegar á escola.

A diferença do uso dessa linguagem do espaço escolar com a sua

linguagem gerara desconforto, mesmo que a escola procure tornar esse

conhecimento menos traumático. O desconforto é inevitável, pois seu modo de falar

vestir, agir será avaliado não só pelo alfabetizador, mas por colegas de sala. A

criança sentira pressionada a agir, falar, sentar de maneira padronizada e, devido ao

tempo predeterminado que passa na sala de aula, sentir-se á cronometrada.

ALMEIDA (2010, p.28), diz:

O contato anterior com a linguagem diferencia-se de criança para criança. Algumas delas vêem de lares com livros, jornais, pais que contam histórias, mas há aquelas que possuem afinidade apenas com a linguagem usada na TV, isto é, raramente vêem alguém lendo ou escrevendo. A forma como a escola vai processar essa heterogeneidade no contato com as linguagens será fundamental para as posteriores relações, atitudes e crenças da criança com relação ao conhecimento adquirido na escola.

Toda criança que tem pais com hábito de ler em casa, quando inserida na

escola para ser alfabetizada, já tem capacidade de entender e falar a língua

portuguesa, mas ainda não lê, nem escreve. Nesse coso essa criança a criança vai

31

a escola realmente para aprender, pois gosta de ser vista e elogiada perante os

colegas e sociedade em que vive. Essa criança tem mentalidade de compreender,

fazer comparação, buscar maior informações, algo que possa lhe trazer satisfação

com o conhecimento que já possui.

32

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No mundo que nos rodeia posso dizer que a rapidez com que as mudanças

sociais se processando em nosso cotidiano coloca a educação a distância como

possibilidade de interação, propagação do conhecimento individual e coletivo,

objetivando a diversificação do ensino com qualidade, para que os indivíduos

estejam aptos ás constante mudanças de rumo profissional. E dentro deste contexto

esta o papel da linguagem- A pratica da leitura, a reflexão e produção de textos com

ênfase no letramento é reconhecido uma maneira de desenvolver competências ,

para que os indivíduos possam assimilar informações e usá-las em situações

variadas, assim como possibilitar o domínio de habilidades que lhes permitem utilizar

produtivamente recursos da mídia tecnológicas em acelerada transformação. Por

isso é importante diante dessa a reflexão sobre a prática da leitura como habito de

informação oportunizando dessa forma, os processos de interação e acesso ao

conhecimento. A capacidade de cada ser humano é única, basta descobrirem

estratégias que sejam úteis para seu aprendizado. Sabe-se que cada criança

apresenta reação diferente diante dos diversos fatores que interem na sua

aprendizagem, por isso é importante conhecer a criança por sua totalidade. Os

problemas que surgem durante a aprendizagem, e muitas vezes não desaparecem,

pois quanto mais cedo for realizada essa intervenção de suporte a criança poderá

conduzir melhor sua dificuldade de aprender.

BIBLIOGRAFIA

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