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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
CURSO: PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO
PAMELA DIAS DA SILVA
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
PRIMAVERA DO LESTE/2013
AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
CURSO: PSICOPEDAGOGIA E EDUCAÇÃO INFANTIL
A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E ESCRITA NA EDUCAÇÃO
PAMELA DIAS DA SILVA
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
“Trabalho apresentado como exigência parcial
para a obtenção do título de Especialização em
Psicopedagogia e Educação Infantil.”
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus, minha familia e pricipalmente minha
avò, que me ajudou e colaborou para que
meu sonho se tornace realidade.
Ao meu marido pela compreenção de
noites em claro e amigos e tutores que
comtribuiram para que tudo isso
acontece-se. Muito obrigado.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela força, sabedoria e pasciencia. Aos meus amigos e familiares pela compreenção desde o começo desta faculdade que vai se tornar um sonho realizado. Agradeço também o meu orientador o professor Ilso Fernandes do Carmo pelas orientações que me fizeram crescer. A coordenadora do Curso Lisiane Fortini pelo empenho.
“Ler não é caminhar e nem voar sobre as
palavras”. “Ler é reescrever o que
estamos lendo, é perceber a conexão
entre o texto e o contexto e como vincula
com o meu contexto” (Paulo Freire)
RESUMO
O presente estudo caracteriza-se como “A importância da leitura e escrita na
educação da criança”. É uma pesquisa bibliográfica, em revistas, livros, internet e
dicionário para obter informações sobre o assunto pesquisado. Os motivos que
levaram a escolher esse tema foi perceber a dificuldade que a criança encontra de
gostar de leitura, ou seja, a falta de interesse. Este estudo procura mostrar qual a
visão, que se tem sobre a leitura e escrita na formação da criança. Também saber
quais são os benefícios de se iniciar a leitura desde a Educação Infantil. Por isso é
de suma importância valorizar desde muito cedo o mundo da leitura, mostrar a ela
que a leitura faz parte de nossa vida que a mesma é fundamental, que a leitura é a
ponte para adquirir conhecimentos. Falar sobre a significação da leitura nas
crianças, nos leva a refletir sobre a atuação do professor, a grande
responsabilidade, uma vez que é ele um dos mediadores entre a criança e a leitura,
influenciando de maneira decisiva a formação do sujeito leitor. Diante de muitas
leituras de vários autores foi possível entender a grande importância da leitura na
vida das crianças e sua formação como leitora. Para tanto, é necessário que as
práticas pedagógicas satisfaçam as reais necessidades das crianças. Assim, a
escola deve prioridade a atividades e projetos relacionados à leitura, de forma que
esta proporcione o bom desempenho de atividades futuras em todas as áreas de
conhecimento.
Palavras-chave: Criança. Leitura. Escrita. Educação.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 07
1 A LEITURA NO BRASIL........................................................................................ 08
2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E LITERATURA INFANTIL ............................... 10
3 O TRABALHO COM LEITURA NAS SÉRIES INICIAIS ........................................ 13
4 A LEITURA E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO .............. 15
5 A REALIDADE DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES .............................................. 18
6 A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA LIDA E CONTADA PARA A
APRENDIZAGEM DA CRIANÇA .............................................................................. 23
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 26
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28
INTRODUÇÃO
Na busca pela exploração deste assunto, o presente trabalho traz como
tema “A Importância da leitura e escrita na Educação.” Para tanto se levantou a
problemática: As dificuldades enfrentadas no ensino/aprendizagem da leitura e da
escrita nas séries iniciais do Ensino Fundamental poderão ser combatidos através
de uma metodologia diferenciada que estimule mais o gosto pela leitura e pela
escrita?
Assim, a presente pesquisa se justifica por entender que é preciso que as
crianças tenham acesso aos livros infantis, independente de serem poucos os que já
leem e escrevem. A leitura e a escrita não deixaram de ser o meio ideal para a
transmissão das ideias e, para a expressão dos sentimentos, possibilitando a
extensão e profundidade por parte de quem escreve despertando o gosto pela
leitura e pela produção de textos, pois é tarefa de todos os que se preocupam com a
aprendizagem, com a cultura em geral.
A leitura não é apenas um meio de decifrar, silabar e oralizar palavras, mas
deve sim ser uma forma de desenvolver seu hábito, transformando as crianças em
leitoras assíduas, que gostam e saibam ler, pois o aprendizado não é regido através
de imposições.
Esta pesquisa bibliográfica está dividida em sete capítulos.
O primeiro capítulo nos mostra a Leitura no Brasil.
O segundo capítulo vem mostrando a Importância da Leitura e Literatura
Infantil.
O terceiro capítulo vem apresentando o Trabalho com leitura nas Séries
Iniciais.
Quarto capítulo nos mostra a Leitura e a sua importância na formação do
cidadão.
O quinto capítulo nos mostra a realidade das Bibliotecas escolares.
O sexto capítulo enfoca a Importância da História Lida e Contada para a
aprendizagem da Criança.
1 A LEITURA NO BRASIL
Sobre a leitura no Brasil, podemos perceber a necessidade de uma
mudança no ensino referente esta prática devido ao grande número de analfabetos
funcionais que há no atual contexto, ou seja, pessoas que sabem ler e escrever,
mas, que não conseguem exercer em seu dia a dia o uso social da escrita e da
leitura. Sendo isto, uma das consequências do ensino pautado na decodificação, por
meio de textos descontextualizados que não permitiram aos sujeitos a aquisição da
competência leitora, e nem tão pouco, o hábito e o gosto por tal prática.
Nesse sentido, KLEIMAN (2004, p.30), cita que:
[...] O contexto escolar não favorece a delineação de objetivos específicos em relação a essa atividade. Nele a atividade de leitura é difusa e confusa, muitas vezes se constituindo apenas em um pretexto para cópias, resumos, análises sintáticas, e em outras tarefas do ensino da língua.
Diante de tal situação, é imprescindível que a escola se adapte às novas
exigências sociais, e passe a formar um cidadão alfabetizado/ letrado, que busque
por meio da unificação destas duas práticas acerca do ensino da Língua
Portuguesa, a superação da formação dos analfabetos funcionais, para que os
alunos de hoje não se tornem cidadãos alienados ao desenvolvimento social. Sobre
isso, SOARES (2004, p.14), aponta que:
Dissociar alfabetização e letramento é um equivoco porque, no quadro das atuais concepções psicológicas, linguísticas, e psicolinguísticas de leitura e escrita, a entrada da criança (e também do adulto analfabeto) no mundo da escrita ocorre simultaneamente por esses dois processos: pela aquisição do sistema convencional de escrita – alfabetização - e pelo desenvolvimento de habilidades de uso desse sistema em atividade de leitura e escrita, nas práticas sociais que envolvem a língua escrita – o letramento.
No entanto, constatamos acerca das avaliações da Provinha Brasil (PB) e do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que a formação de
alunos letrados e de fato alfabetizados, é algo ainda a ser conquistado pelo ensino
brasileiro, uma vez que os resultados de tais avaliações apontam que há um grande
número de alunos que chegam ao final da quarta série do ensino fundamental,
apresentando grande dificuldade na escrita e sobre a compreensão da leitura,
resultando na formação de sujeitos que não conseguem exercer o uso de tais
práticas socialmente, ficando assim, a margem do desenvolvimento da sociedade.
Deste modo, as Diretrizes Curriculares do ensino da Língua Portuguesa do
PARANÁ (2008), apontam que é necessária uma nova perspectiva do ensino da
Língua Portuguesa, que objetiva-se por um ensino pautado do seguinte modo:
[...] No Ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa que visa aprimorar os conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam compreender os discursos que o cercam e terem condições de interagir com esses discursos. Para isso, é relevante que a língua seja percebida como uma arena em que diversas vozes sociais se defrontam, manifestando diferentes opiniões [...] (PARANÁ, 2008, p. 50).
Assim, é importante que a escola seja um espaço que passe o saber
sistematizado ao aluno, para que ele possa se apropriar do conhecimento da leitura
e da escrita, e consequentemente, consiga se transformar em um cidadão crítico, ou
seja, que sua formação não fique restrita, a saber, ler e escrever, mas que consiga
fazer uso socialmente destas práticas, demarcando assim, a sua voz ativa no atual
contexto histórico social.
09
2 A IMPORTÂNCIA DA LEITURA E LITERATURA INFANTIL
Toda forma de conhecimento humano tem sido considerada, pela concepção
semiológica, como linguagem. Assim, cada vez mais a importância das práticas de
leitura é reconhecida em nossa sociedade, pois o meio de os seres humanos
entrarem em contato com esses conhecimentos só pode se dar pela leitura, que é a
interação entre sujeitos.
A crise de leitura pela qual vem passando o Brasil nas últimas décadas pode
revelar um perfil de professor marcado pelo pouco envolvimento com a leitura.
Segundo MACHADO, (1999, p. 32-33).
A ideia de infância parece sempre estar associada à ideia da educação e porque essa tendência se mantém ainda nos dias de hoje, com a leitura na Educação Infantil não poderia ser diferente. "Daí a resposta para alguns livros infantis que não passam de uma simples desculpa para o autor dar suas aulinhas ou transmitir mensagens ideológicas"
Falar sobre a significação da leitura nas crianças da Educação Infantil nos
leva a refletir sobre a atuação do professor, uma vez que é ele um dos mediadores
entre a criança e a leitura, influenciando de maneira decisiva a formação do sujeito
leitor.
A mudança paradigmática no ensino de leitura precisa urgentemente
ultrapassar os muros acadêmicos e chegar às escolas.
Ezequiel SILVA (1993, p.38 e 39) afirma que:
Faz-se necessária uma reformulação radical nas formas de encaminhamento da leitura escolar em termos de pedagogia de leitura. Principalmente porque os professores não estudaram elementos da teoria da leitura em sua formação, e, por isso, têm baseado suas práticas em imitações de experiências de outros professores, desconsiderando as características e necessidades específicas da turma em que estão desempenhando o papel de mediadores de leitura.
A escola, além de contribuir para a aproximação da leitura, pode exercer um
papel crucial na formação do não leitor. O professor, nesse contexto, precisa
revolucionar sua prática pedagógica, questionar-se, refletir criticamente sobre seu
papel e valor na sociedade, para fazer de seus alunos cidadãos mais críticos e
participativos. A escola precisa ser formada por diretores, pedagogos, bibliotecários
e professores que tenham uma formação em leitura.
Uma aprendizagem significativa da língua, por meio de um trabalho com a linguagem oral e escrita, desenvolverá gradativamente as capacidades
associadas às quatro competências linguísticas básicas: falar, escutar, ler e escrever, possibilitando o acesso da criança ao mundo letrado (BRASIL, 1998, p. 117).
Porém os alunos só aprenderão a ter cuidado com os materiais, se tiveram
em contato com os mesmos. A criança só construirá conhecimento a cerca da leitura
se estiver inserida em um ambiente favorável ao letramento que a possibilite
presenciar e participar de situações de iniciação a leitura.
Segundo ROSANA BECKER, apud MARICATO (2005, p. 22)
Para trabalhar literatura com as crianças é preciso possibilitar a elas o contato com os dois materiais: aquele que é para ser lido (livros, revistas, jornais, entre outros) e, aquele que é para ser rabiscado (folha sulfite, caderno de desenho, lousa, chão).
Segundo EDMIR PERROTTI, apud MARICATO (2005, p.25), “quanto mais
cedo às crianças tiverem contato com histórias orais e escritas, maiores serão as
chances de gostarem de ler”.
“Ao folhear um livro, tocá-lo e observar suas figuras, mesmo que ainda não
decodifique a língua escrita, a 1/6 criança está ao seu modo praticando a leitura e,
esta prática de leitura é denominada de ‘Letramento’.” (MAGDA SOARES, apud
MARICATO 2005 p. 18).
O Letramento consiste em fazer uso social da leitura e da escrita e, isso
ocorre quando a criança desde cedo explora e vivencia práticas de leitura e escrita.
Diante disso, cabe ao professor possibilitar este contato do aluno com a literatura
orientando – sobre como fazer uso deste material escrito. Como podemos perceber
a concepção de criança nem sempre existiu da forma que conhecemos hoje.
O ato de ouvir e contar histórias está, quase sempre, presente nas nossas vidas: desde que nascemos, aprendemos por meios das experiências concretas das quais participamos, mas também através daquelas experiências das quais tomamos conhecimento através do que os outros contam. Todos temos necessidade de contar aquilo que vivenciamos, sentimos, pensamos e sonhamos. Dessa necessidade humana surgiu a literatura: do desejo de ouvir e contar para através dessa prática, compartilhar. (GRAIDY e KAERCHER, 2001, p. 81).
Pode-se utilizar além do livro, fantoche, filme, peças de teatro produzidas
pelas próprias crianças, músicas e revistas.
A literatura é arte. Arte que se utiliza da palavra como meio de expressão para, de algum modo, dar sentido a nossa existência. Se nós na nossa prática cotidiana, deixarmos um espaço para que essa forma de manifestação artística nos conquiste seremos, com certeza mais plenos de sentidos, mais enriquecidos e felizes. (GRAIDY e KAERCHER, 2001, p.81).
11
A definição "arte de ler" (HOUAISS, 2001, p. 1739) nos remete a
antiguidade, mais precisamente na Grécia, onde a história entre leitura e escrita
começa a ser traçada.
De acordo com CAVALLO e CHARTIER (1998),
Estes veículos de comunicação estavam presentes na estrutura funcional da democracia ateniense, sendo produzidos textos voltados para a leitura pública, ou seja, pela oratória. Começam a surgir os primeiros traços da leitura como a conhecemos hoje, um ato íntimo e silencioso, mostrando a mudança de pensamento da sociedade, que nesse momento estava no período helenístico, representando a transformação do olhar sobre o ato de ler para um "dobrar-se sobre si mesmo. (p. 15).
De acordo com CAVALLO E CHARTIER (1998), no século XIX surge um
novo grupo de leitores, que compreende mulheres, crianças e operários,
completando assim a expansão da produção escrita. Nesse momento, todos os
indivíduos da sociedade tinham a oportunidade de acesso a livros pensados para
cada tipo de leitor, e também disseminando uma linguagem carregada de um
pensamento do papel de cada um na sociedade.
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3 O TRABALHO COM LEITURA NAS SÉRIES INICIAIS
De acordo com ROJO (2002), com o aprimoramento da sociedade ocorrido
nos últimos anos, é indispensável à formação de um cidadão letrado. No entanto, a
autora relata que diante de tais mudanças, a escola continua a preconizar o ensino
da leitura sob os moldes antigos, ou seja, por meio da decodificação, sendo que:
(...) as práticas didáticas de leitura no letramento escolar não desenvolvem senão uma pequena parcela das capacidades envolvidas nas práticas letradas exigidas pela sociedade abrangente: aquelas que interessam à leitura para o estudo na escola, entendido como um processo de repetir, de revozear falas e textos do autor (idade) – escolar, cientifica - que devem ser entendidos e memorizados para que o currículo se cumpra. Isto é feito, em geral em todas as disciplinas, por meio de práticas de leituras lineares e literais, principalmente de localização de informação em textos e de sua repetição ou cópia em respostas de questionários, orais ou escritos (ROJO, 2002. p.1).
A autora relata ainda, que “ser letrado e ler na vida e na cidadania é muito
mais que isso” (ROJO, 2002, p.1), ou seja, é ler além do texto escrito, significa fazer
analogia entre o texto e a realidade social, interpretar e extrapolar a mensagem do
autor, e além de tudo, ler o que está implícito nas entrelinhas.
Posteriormente, passou a perceber a leitura como uma interação entre o
leitor e o autor, no qual o leitor podia decifrar a mensagem do texto seguindo as
pistas deixadas pelo autor. No entanto, recentemente, a leitura passa a ser vista
como um:
[...] ato de se colocar em relação um discurso (texto) com outros discursos anteriores a ele, emaranhados nele e posteriores a ele, como possibilidades infinitas de réplica, gerando novos discursos/textos. O discurso do texto é visto como conjunto de sentidos apreciações de valor das pessoas e coisas do mundo, dependentes do lugar social do autor e do leitor e da situação de interação entre eles – finalidades da leitura e da produção do texto, esfera social de comunicação em que o ato da leitura se dá. Nesta vertente teórica, capacidades discursivas e linguísticas estão crucialmente envolvidas (ROJO, 2002, p.3).
ROJO (2002), ressalta ainda que:
Se perguntarmos a nossos alunos o que é ler na escola, possivelmente estes dirão que é ler em voz alta, sozinho ou em jogral (para avaliação de fluência entendida como compreensão) e, em seguida, responder um questionário onde se deve localizar e copiar informações do texto (para avaliação e compreensão). Ou seja, somente poucas e as mais básicas das capacidades leitoras têm sido ensinadas, avaliadas e cobradas pela escola. Todas as outras têm sido ignoradas (ROJO, 2002, p.4).
Desta forma, é imprescindível que o professor repense sobre sua prática
pedagógica, e busque materiais de leitura que fazem parte da realidade dos alunos,
não se restringindo a trabalhar esta prática somente com textos literários ou
narrativos, ou ainda, apenas com fragmentos de textos descontextualizados que são
dispensáveis, uma vez que não modifica em nada a visão de mundo dos alunos. É
necessário e indispensável para a formação da competência leitora do indivíduo,
que a criança tenha o contato com os diversos materiais textuais, como revistas,
jornais, guias turísticos, livros, textos publicitários, para que assim, desde a
alfabetização, adquiram o gosto pela leitura e aprendam que o ato de ler está
presente em sua realidade como afirma FERREIRO (1997, p. 33) sobre os diversos
materiais de leitura:
Quanto mais variado esse material, mais adequado para realizar diversas atividades de exploração, classificação, busca de semelhanças ou diferenças e para que o professor, ao lê-los em voz alta, dê informações sobre “”o que se pode esperar de um texto”” em função da categorização do objeto que o veicula. Insisto: a veracidade de materiais não só é recomendável (melhor dizendo, indispensável) no meio rural, mas em qualquer lugar onde se realize uma ação alfabetizadora.
Assim, por meio de um trabalho significativo com a leitura, a escola poderá
contribuir plenamente para a formação de um leitor competente, e
consequentemente, para a formação do cidadão crítico em um processo contínuo,
que se inicia na escola, ainda na alfabetização, e tem a sua efetivação na
sociedade, uma vez que esse contexto escolar de letramento promove para uma
abertura de possibilidades, um exercício de aprender na escola, ás práticas de
leitura e escrita tal como acontece na vida.
Segundo SMITH (2006, p.36).
(...) A leitura contribui para ampliar a visão de mundo, estimular o desejo de outras leituras, exercitar a fantasia e a imaginação, compreender o funcionamento comunicativo da escrita, compreender a relação fala/ escrita, desenvolver estratégias de leitura, ampliar a familiaridade com os textos, desenvolver a capacidade de aprender, ampliar o repertório textual para a produção dos próprios textos, conhecer as especificidades dos diferentes tipos do texto, favorecer a aprendizagem das convenções da escrita, só para citar algumas possibilidades.
Com isso, podemos constatar a real importância do trabalho com leitura
realizado na escola, por ser esta prática fundamental para a formação de um aluno
letrado, que é essencial no atual contexto globalizado em que vivemos. Assim,
entendemos que para a formação de um leitor ativo, é necessário que haja ainda na
alfabetização, o contato da criança com os diversos materiais textuais, bem como
com os demais signos de linguagem, para que os alunos possam compreender e
aprender o que esta posta na sociedade.
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4 A LEITURA E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DO CIDADÃO
A leitura é uma atividade que faz parte da vida dos cidadãos, mesmo que ela
seja realizada de forma diferente, ela contribui para a formação intelectual e pessoal
das pessoas. Através da leitura a pessoa pode desenvolver sua linguagem,
conhecendo as habilidades de pronúncias corretas de palavras e desenvolver um
bom vocabulário.
Para ALLIENDE e CONDEMARÍN (2005, p. 20):
Há ainda o fato de que a leitura é a grande fonte de incremento do vocabulário. Graças às pistas dadas pelo contexto, o leitor pode incorporar sem dificuldades novas palavras a seu léxico; a imagem gráfica da palavra serve de ajuda eficaz para sua lembrança e explica a correlação positiva que existe entre leitura e ortografia, tal como foi descrito no primeiro item.
Na vida escolar, é onde o leitor consegue aprimorar suas experiências com a
leitura, a escola deve favorecer um ambiente para que o aluno aprimore suas
leituras e ofereça diversas oportunidades de leitura com diversos suportes de
materiais de leitura.
A leitura dá oportunidades para todo o cidadão de se auto realizar na
sociedade, isso de forma justa, as pessoas mais letradas são as que melhor se
destacam nas suas carreiras de trabalho, que conseguem melhores vantagens para
satisfazer suas necessidades financeiras, cultural, de laser etc.
A boa aprendizagem da leitura é fundamental para evitar possíveis
problemas que podem aparecer ao longo da vida do aluno, pois diversos problemas
de leitura podem transparecer quando o adulto entra na universidade e no mercado
de trabalho.
Segundo CAGLIARI (2005, p. 148): “A grande maioria dos problemas que os
alunos encontram ao longo dos anos de estudo, chegando até a pós-graduação, é
decorrente de problemas de leitura.”
Nas escolas aqueles que têm mais habilidades na leitura, são os que mais
têm sucesso, estes conseguem ler de forma rápida, compreensiva e de forma mais
simples, estão mais aptos para ter acesso ao conhecimento verdadeiro,
diferentemente daqueles que além de não conseguir ler de forma satisfatória,
dependem muito da leitura em voz alta para assimilar o conhecimento, e isso o leva
ao fracasso escolar.
Para ALLIENDE e CONDEMARÍN (2005, p.13):
Naturalmente a eficiência na leitura se relaciona de forma íntima com o êxito escolar. O leitor rápido e preciso possui um instrumento precioso para penetrar no amplo mundo do conhecimento que jaz sob as copas dos livros. O leitor deficiente lê de maneira tão lenta que não pode processar diretamente o significado. Deve então depender em grande parte do que aprende por meio da escuta, motivo pelo qual tende a fracassar nas disciplinas que necessitam de leitura.
A importância que a leitura pode oferecer além de formar bons leitores é
também formar bons escritores, pois quem ler bem escreve bem, consegue
exteriorizar seus conhecimentos, pensamentos e emoções, a leitura fornece a
matéria-prima para desenvolver uma boa escrita, por isso quem ler de forma
eficiente consegue desenvolver uma boa escrita sem problemas com erros
ortográficos. (BRASIL, 2000, p. 144).
A leitura não serve apenas para ter êxito na escola ou no trabalho, mas
também como uma opção de diversão, por meio dela podemos praticar atividades
de laser, de forma individual ou coletiva, pode-se escolher o livro de acordo com o
gosto pessoal para se distrair ou para relaxamento, por isso que no início da
aprendizagem da leitura é necessário praticar atividades que proporcionam diversão.
De acordo com ALLIENDE e CONDEMARÍN (2005, p. 20):
A leitura é também uma grande fonte de diversão. O adulto que desenvolveu o gosto pela leitura “se diverte” lendo tudo àquilo que proporcione informação que lhe interesse; certos materiais de leitura, como piadas, anedotas, artigos humorísticos, são fontes específicas de entretenimento.
Através da leitura conseguimos manter a nossa cultura presente na
sociedade, pois ela resgata e preserva nossa aprendizagem que foram adquiridas
ao longo dos anos da vida, ela não deixa que nossos conhecimentos ser percam
com o passar do tempo, pois sabemos que a nossa cultura pode ser preservada não
apenas nas cabeças das pessoas, mas também nos livros.
YUNES e PONDE (1988, p. 58-59), também contribuíram para nossa
discussão quando afirmaram: “[...] ler é – além da “atribuição de significados à
imagem gráfica segundo o sentido que o escritor lhe atribui – a relação que o leitor
estabelece com a própria experiência, através do texto”
Segundo LEFFA (1996, p. 10)
(…) ler é, na sua essência, olhar para uma coisa e ver outra.” Neste processo ler, compreender textos da forma “correta”, implica em auxiliar no
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desenvolvimento das capacidades de apropriação e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas. Emocionais, estéticas, éticas e sociais na perspectiva de contribuir para a formação de crianças/cidadãos mais saudáveis, pois as literaturas relatam sobre o homem e de como ele se porta em seus meios, “ser educado não é saber informações, não é saber falar as coisas.
“Educar-se é passar por uma transformação da própria pessoa, atingir um
nível mais alto de poder”, (TEIXEIRA,1954, p.3-20), é estar à frente de seus
questionamentos e saber atribuir-lhes respostas consideráveis, mudar o constante
ciclo de evolução para um patamar mais justo onde possa se ter um nível cultural,
social realmente interessado no bem-estar comum, sabendo-se que a escola, a
família e o convívio entre os seus, é fundamental, é o farol que ilumina e guia os
desbravadores destes novos intentos.
A proposição que guiou o trabalho é que a concepção do leitor é um método
que se inicia bem antes da alfabetização e que atividades de estímulo à leitura
podem ser aplicadas durante o desenvolvimento da linguagem.
MARTINS (1994, p. 30), que afirma:
Seria preciso, então, considerar a leitura como um processo de compreensão de expressões formais e simbólicas, não importando por meio de que linguagem. Assim, o ato de ler se refere tanto a algo escrito quanto a outros tipos de expressão do fazer humano, caracterizando-se também como acontecimento histórico e estabelecendo uma relação igualmente histórica entre o leitor e o que é lido.
Segundo a fala de MARTINS (1994), ler é, antes de qualquer diagnóstico do
conteúdo, uma intervenção mental, de percepção. A compreensão é o desígnio da
leitura. Não se trata, no então, de pura e simplesmente entender completa ou
incompletamente um texto escrito para que haja a significação do mesmo, ou seja,
para que a compreensão ocorra. Existem inúmeros motivos envolvidos nesse
processo, de entender e compreender.
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5 A REALIDADE DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES
Desde a criação de bibliotecas em 1930, o MEC vem desenvolvendo ações
de incentivo e acesso à leitura, mas, apenas a partir de 1980, a questão de
formação de leitores foi inserida na pauta das políticas públicas, como mostra
SOARES, apud SOUZA (2009, p. 143):
Algumas ações foram iniciadas com foco nas bibliotecas escolares e no incentivo à leitura e à formação de leitores literários. Essas ações, no entanto, tiveram um caráter assistemático e restrito, pois atendiam a escolas com determinadas faixas de matrícula e esse parâmetro era definido ano após ano. Desse modo, apenas algumas escolas eram atendidas e o atendimento em um ano não garantia o do ano seguinte.
A leitura enquanto conceito ultrapassa a concepção estruturalista da
linguagem e se apodera das condições sociais do homem, produto e produtor da
cultura letrada. Dessa forma, ler vai além da decodificação dos signos escritos e se
transforma em produto da interação entre o sujeito leitor e o texto.
A escola tem papel fundamental nesse contexto. É ela, o primeiro espaço
legitimado de produção da leitura e da escrita de forma consciente. E é dela, a
responsabilidade de promover estratégias e condições para que ocorra o
crescimento individual do leitor despertando-lhe interesse, aptidão e competência.
Nesse sentido, a escola deverá contar com uma forte aliada: a biblioteca.
Uma biblioteca escolar bem estruturada e um profissional bibliotecário
capacitado a direcionar o trabalho de disseminação da informação, de forma
dinâmica e criativa, certamente favorecerão a obtenção de resultados satisfatórios
quanto aos objetivos almejados para o desenvolvimento das práticas leitoras.
Afastando de vez com isso pensamentos como o descrito por AMATO e
GARCIA (1998, p. 13):
A biblioteca é vista muitas vezes como um lugar em que são armazenados livros para leitura; um lugar destinado a alunos considerados indisciplinados, ou ainda, de disseminação da informação. Por sua vez, o bibliotecário é visto como um elemento que executa tarefas meramente técnicas e a sua formação pedagógica, cultural e social é deixada de lado.
O conceito moderno de biblioteca e de bibliotecário insere esses dois em
consonância com os objetivos de ambos em universos pautados na disseminação
da informação e da cultura, uma vez que não se concebe um sem o outro e vice-
versa.
Para isso AMATO e GARCIA (1998, p. 14) ressaltam que,
A biblioteca escolar deve existir como um órgão de ação dinamizadora e não cair na passividade que, às vezes, nos leva a não efetuar um trabalho difusor de informações por não nos sentirmos estimulados e respaldados por aqueles que seriam, em primeira instância, beneficiados pelo trabalho da biblioteca.
Esse pensamento exige atitudes do bibliotecário que possibilitem a biblioteca
e ao leitor atuarem diretamente neste contexto dinâmico da leitura.
Para BORBA (2000, p. 18), a biblioteca escolar é, no sistema educativo:
“indispensável para o desenvolvimento curricular e como tal deve responder de
forma satisfatória e eficiente os seus serviços à comunidade na qual está inserida”,
mas muitas vezes a encontramos dissociada deste ideal, pelo motivo de não se ter
um profissional adequado que guie o processo de organização nas funções
educacionais e culturais.
O profissional bibliotecário inserido na biblioteca escolar deverá trabalhar em
consonância com a gestão pedagógica, buscando formas e métodos que
estabeleçam mudanças desde os primeiros anos do aluno na escola, transmitindo
lhes a importância da leitura no inicio de sua formação enquanto leitor.
RIBEIRO (1994, p.61),
Diz que a biblioteca escolar: Possui as funções educativa e cultural. A primeira auxilia a ação do aluno e a do professor e, a segunda complementa a educação formal, ao oferecer possibilidades de leitura, colaborando para que os alunos ampliem os conhecimentos e as idéias acerca do mundo, além de incentivar o gosto pela leitura na comunidade escolar.
Quando o termo educação é mencionado com o intuito a despertar uma
cultura que integralize crianças e jovens junto à sociedade trazemos a importância
da família, a escola e a biblioteca que são três fatores essenciais para o crescimento
da leitura em diferentes aspectos.
Para LEITE (1999, p.32)
“[...] a família desempenha papel preponderante no processo de formação de leitores, pois seus membros [...] são os primeiros incentivadores da criança”. Mas se dentro da família não ocorrer tal incentivo, cabe à escola e biblioteca cumprir esse papel de despertar a educação que refletirá no aprendizado.
No ponto de vista de Freire, a leitura da realidade precede a leitura da
palavra. Aprendemos a ler o mundo antes mesmo de decodificar os sinais gráficos
das letras sendo assim, ler o mundo é tão importante quanto ler a palavra, pois um
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não está dissociado do outro. São dois momentos que se comunicam no ato de
pensar, pois existe uma relação mútua entre a leitura do mundo e a leitura da
palavra, entre a linguagem e a realidade, entre o texto e o contexto. (FREIRE,1994).
Segundo ARANHA (1989, p. 51),
O trabalho do educador é estimular e orientar estas crianças e suas experiências que são vividas diariamente em seu cotidiano. “A verdadeira educação deve dissolver a assimetria entre o educador e o educando, pois, se há inicialmente uma desigualdade, esta deve desaparecer à medida que se torna eficaz a ação do agente da educação”.
Apesar da importância que a biblioteca escolar possui para o
desenvolvimento do intelecto do aluno, as bibliotecas escolares apresentam uma
realidade bem distante do ideal, principalmente as bibliotecas escolares públicas
onde a situação é mais alarmante, as condições de uso estão longe da literatura que
relata a sua estrutura e funcionamento. Existem escolas que possuem um espaço
destinado para as bibliotecas, mas pela falta de investimento, de recursos e de
profissionais da área, a biblioteca escolar não passa de um simples local
abandonado sendo utilizado para outros fins, assim como coloca SILVA (2003,
p.15):
De fato, quando existem nas escolas espaços denominados bibliotecas, estes não passam, na maioria dos casos, de verdadeiros depósitos de livros ou, o que é pior, de objetos de natureza variada, que não estão sendo empregados no momento, seja por estarem danificados, seja por terem perdido na sua utilidade. Às vezes, a “biblioteca” é um armário trancado, situado numa sala de aula, ao qual os alunos só tem acesso se algum professor se dispõe a abri-lo... quando a chave é localizada.
Os recursos humanos que atuam nas bibliotecas escolares, não contribuem
muito para desenvolver os objetivos da biblioteca, muitos não tem uma preparação
ou formação para atuar em locais onde se devem realizar atividades que interagem
com os alunos junto com os livros e atividades recreativas para estimular o hábito de
ler.
Para LEAHY (2006, p. 18):
[…] é notório o despreparo dos profissionais que atuam na biblioteca escolar, quase sempre professor em final de carreira, ou afastado de sala de aula por motivos variados; são profissionais nem sempre com formação a fim com a educação pela palavra (Letras, Ciência da Informação, comunicação etc.), que saibam atrair e manter leitores; A biblioteca escolar deveria ser o primeiro local onde as crianças teriam um contato agradável com os livros, isso iniciando desde cedo, ainda na fase de alfabetização, mas essa não é uma realidade comum, geralmente são locais muitos frios e sombrios para as crianças, onde elas são impostas a manter um bom comportamento, devem estar sempre em silêncio e não desorganizar o
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acervo, esses são uns dos problemas que dificultam os caminhos para leitura de forma natural.
Uma realidade muito comum nas bibliotecas escolares é a composição dos
acervos, muitos dos livros que se encontram a disposição, estão desatualizados,
outros mostram uma realidade distante conhecida pelos alunos, o acervo é pobre
em livros de literatura juvenil, e os poucos livros que existem às vezes são livros de
clássicos da literatura internacional, esses livros são importantes, mas devem ter
aspectos do ambiente onde vivem as crianças, não apenas livros que contemplam a
cultura e os costumes de outros países. Muitas bibliotecas escolares apresentam um
acervo pobre em termos de suportes, geralmente os materiais de leitura só se
encontram no formato impresso e geralmente não existem ouros materiais que
auxiliam nas atividades de leitura.
Para os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa (BRASIL,
2000, p. 92):
Na biblioteca escolar é necessário que sejam colocados à disposição dos alunos textos dos mais variados gêneros, respeitados os seus portadores: livros, revistas (infantis, em quadrinhos, de palavras cruzadas e outros jogos) almanaques, revistas de literatura de cordel, textos gravados em áudio e em vídeo, entre outros. Além dos materiais impressos que se pode adquirir no mercado, também aqueles que são produzidos pelos alunos__ produtos dos mais variados projetos de estudo__ podem compor o acervo da biblioteca escolar: coletâneas, de contos, trava-língua, piadas, brincadeiras e jogos infantis, livros de narrativos ficcionais, dossiês sobre assuntos específico, diário de viagens, revistas, jornais etc.
Algumas escolas quando possui uma biblioteca escolar com um bom acervo,
elas guardam os livros como se fossem verdadeiros tesouros, no qual jamais devem
ser tocados e alguns livros ainda são guardados em armários com chave e de nada
adianta ter um excelente acervo e não poder ser utilizado, isso é um desperdício de
recursos e um grande desprezo para os alunos, e assim as bibliotecas escolares
não conseguem realizar sua maior função que é de democratizar a informação nos
materiais de leitura, desse modo à biblioteca é vista como um museu.
Assim como coloca CAGLIARI (2005, p. 177):
Alguns diretores transformam as bibliotecas em museus que os alunos vão visitar uma vez por ano, quando, ao contrário, a biblioteca de uma escola tem que ser o mais dinâmica possível, pois é de fato um complemento necessário, indispensável à formação dos alunos, tanto quanto as aulas e os professores.
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Algo que marca muito a biblioteca na escola é a falta de um horário
disponível para os alunos poderem frequentar a biblioteca para ler, geralmente na
própria escola.
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6 A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA LIDA E CONTADA PARA A APRENDIZAGEM
DA CRIANÇA
A Literatura Infantil, lida ou contada é um vasto caminho no qual as crianças
se envolvem e contribuem para o desenvolvimento afetivo, cognitivo, imaginativo,
fantasioso e escrito. E estas possibilidades, englobam o direito da criança ser
criança, sonhadora e questionadora na sua totalidade.
Conta, conta contador! Conta à história que eu pedi. Quando as crianças tem proximidade com as histórias e os contadores, o pedido vem. E o educador deve receber esses pedidos com alegria, mergulhando na paixão do redescobrir os contos. O jeito de contar será uma consequência do desejo de ler história para as crianças. No início pode ser até tímido, mas depois tende a crescer. (OSTETTO, 2000, p. 97).
Inicialmente o livro é só um brinquedo. É a presença de adultos, no
momento em que a criança tem relacionamento com ele, é que a levará a descobrir
o seu verdadeiro sentido e suas múltiplas possibilidades.
Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas, muitas histórias... Escuta-las é o inicio da aprendizagem para ser um leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e compreensão do mundo. (ABRAMOVICH, 1993, p. 16).
Ao contar uma história deve-se falar com entonação e descrever algumas
características dos personagens e o lugar onde se passa a história, para que as
crianças tenham elementos para usar a sua imaginação. É poder sorrir, rir e
gargalhar com as situações vividas pelos personagens, é também dar lugar ao
imaginário, fantasiar e ter curiosidade saciada sobre as mais diversas questões.
Para que uma história realmente prenda a atenção da criança, essa história deve de fato entretê-la e despertar sua curiosidade. Mas, para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas aspirações. (BETTELHEIN, 1980, p. 94).
O momento da história, não é uma hora de ouvir o professor e sim o
momento prazeroso em que a criança tem oportunidade para fazer comparações da
história narrada com sua convivência.
É por meio de uma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser. Por isso o cotidiano educativo deve contemplar essa prática de contar histórias, aumentando muitos pontos para a vida humana. (OSTETTO, 2000, p. 51).
Portanto, vale a pena valorizar a história lida ou contada.
Devemos mostrar o livro para classe, virando lentamente as páginas com a mão direita, enquanto a esquerda sustenta a parte inferior do livro aberto de frente para o público. Narrar com o livro não é, propriamente, ler a história.
O narrador o conhece, já a estuda e vai contando com suas próprias palavras, sem titubeios, vacilações ou consultas com o texto, o que prejudicaria a integridade da narrativa. (COELHO, 1991, p. 78).
A história sendo lida da maneira como Betty Coelho (1991), relata, satisfaz o
desejo, os olhares e a impaciência das crianças, pois as mesmas ouvindo a história
sem olhar as gravuras do livro agem de forma desassossegada. Assim o mediador
conta a história, que por hora já a conhece, motivando-a com as gravuras da história
e principalmente com a entonação da voz.
A Literatura é arte, e traz uma aprendizagem que deve ser vivenciada pela
criança em formação do seu eu com o mundo. Como uma das artes mais
importante, desperta a imaginação e contribui com a formação em conjunto com as
atividades básicas da criança. É um instrumento ideal no processo educativo,
colaborando na formação de um bom leitor.
Como afirma COELHO (2000, p.15):
Estamos com aqueles que dizem: sim a literatura, e em especial a infantil, tem uma tarefa fundamental a cumprir nesta sociedade em formação: a de servir como agente de formação, seja no espontâneo convívio leitor/ livro, seja no diálogo leitor/ texto estimulado pela escola... É ao livro à palavra escrita, que atribuímos à maior responsabilidade na formação da consciência de mundo das crianças e dos jovens.
A prática de ler e de ouvir histórias na Educação Infantil transforma-se em
um ato de aprendizagem, desenvolve valores, levando o leitor a atingir maturidade
crítica em sua formação, e faz interagir as crianças entre si, estimulando a
capacidade e a percepção. Se observarmos com atenção, podemos perceber que a
prática de contar e ouvir histórias vai formar crianças que gostem de ler e que vejam
a leitura como divertimento.
CRAIDY e KAERCHER (2001, p.82), afirmam que:
Este processo se dá através da interação com o meio: em se tratando de literatura e leitura isso acontece por meio das interações que ocorrem entre as crianças, entre elas e os adultos, entre os adultos. Portanto, acredito que somente iremos formar crianças que gostem de ler e tenha uma relação prazerosa com a literatura se propiciar a elas, desde muito cedo, um contato frequente e agradável com o objeto livro e com o ato de ouvir e contar histórias, em primeiro lugar e, após, com o conteúdo desse objeto, a histórias propriamente dita- com seus textos e ilustrações.
Isto equivale dizer que tornar o livro parte integrante do dia-a-dia das nossas
crianças é o primeiro passo para iniciarmos o processo de sua formação como
leitora.
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Sobre como transformar a leitura em um prazer, Fanny Abramovich (1997),
borda o tema destacando a importância da narrativa oral para a formação do leitor.
Uma das afirmações mais veementes da relação entre a escuta de história e a
iniciação à leitura, encontra-se nesse fragmento:
Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas e muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo... (p.16).
Está claro que ouvir histórias é sem dúvida determinante para que um
mundo se abra para a criança, onde ela irá começar suas descobertas, favorecendo
sua cognição.
Para isso, é necessário que o professor seja, de fato, um leitor e amplie seu
repertório. No entanto, como afirma SILVA (1993, p.38),
O que vemos com frequência atualmente é, em lugar de formar leitores e de incentivar a leitura, a escola, através de seus professores, de seus programas e de seus métodos, agir exatamente em sentido contrário, matando paulatinamente todo o potencial de leitura do mundo e da palavra que as crianças trazem para o contexto escolar. Em verdade, os próprios professores, devido ao processo de opressão que caiu sobre eles, transformaram-se em não leitores, apresentando um baixíssimo repertório literário. Como, então, ensinar leitura através de um professor sem entusiasmo e sem repertório de leitura?
A citação acima nos remete a uma reflexão sobre nossa prática pedagógica.
O professor mal remunerado, muitas vezes, está desmotivado, buscando apenas
cumprir a carga horária estabelecida pelo regime interno da escola na qual atua,
voltado para o cumprimento do plano de ação organizado na semana pedagógica,
sem se preocupar em desenvolver seu repertório através da convivência com os
textos literários, e outros gêneros textuais, e em criar metodologias que conduzam
os alunos à biblioteca escolar em busca de livros que possam complementar os
conhecimentos adquiridos no decorrer das aulas.
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CONCLUSÃO
Depois de tantas leituras bibliográficas sobre a importância da leitura e
escrita na educação, conclui-se que existem diversas maneiras para incentivar o
aluno em adquirir o hábito da leitura, ainda é possível despertá-los através de
atividades de pesquisas para desenvolver conhecimentos no contexto cultural e
educacional.
Que uma boa leitura é sempre a confrontação crítica com o que se está
lendo. É sair do mundo interior e ir ao encontro de outros modos de pensar
situações e personagens. Daí concluir-se que se pode começar a pensar na leitura,
não simplesmente como matéria obrigatória, conforme se leva a crer a escola, mas
como atividade dinâmica e propulsora de prazer. Sabe-se que não há receitas
perfeitas para adquirir o hábito de leitura, no entanto, o mediador de leitura seja ou
não professor, poderá valer-se da criatividade para organizar ações leitoras que,
supere a barreira de ler em práticas espontâneas e prazerosas.
Vale ressaltar a função do mediador de leitura. Como agente incentivador
deve considerar o leitor como construtor e não apenas como mero receptor nesse
processo comunicacional, onde o livro pode oportunizar através da linguagem
escrita, momentos de intensa dialogicidade e troca de experiência entre o leitor e o
texto.
Compreende-se também que a biblioteca escolar enfrenta vários desafios
para exercer seu verdadeiro papel, a falta do bibliotecário neste ambiente tem
proporcionado certo desinteresse no alunado, já que o mesmo possui habilidades
para atuar nesta área construindo métodos no incentivo à leitura e desempenho na
pesquisa.
O descaso do governo em relação às escolas pouco mudou. Para que
ocorram mudanças no ensino é preciso que haja vontade políticas tanto no poder
Executivo quanto no Legislativo Estadual na propagação de novos sistemas
educacionais, sendo alertado para importância da busca de novos conhecimentos
dentro de uma biblioteca bem estruturada a fim de suprir as necessidades dos
alunos e demais usuários.
Assim, para que este processo ocorra, é necessária tanto a instituição
educacional como a família, permitir, incentivar, proporcionar e desenvolver o hábito
da leitura, considerar como uma das atividades mais importantes para o
desenvolvimento da sensibilidade, da memória, da fantasia e da imaginação. É por
meio deste contato que a criança adquire vocabulário e conhecimento para fazer sua
própria leitura do mundo. A leitura nas crianças da Educação Infantil nos leva a
refletir sobre a atuação do professor, uma vez que é ele um dos mediadores entre a
criança e a leitura, influenciando de maneira decisiva a formação do sujeito leitor.
A leitura nos dias de hoje, é a chave para alcançar o sucesso, porque
através da leitura o individuo é capaz de ver outros horizontes. A leitura acontece
quando se organiza os conhecimentos, partindo de situações impostas pela
realidade, quando se estabelece relações entre experiências e procura-se resolver
os problemas apresentados. O leitor então tem impressão de que o mundo está o
seu alcance, que pode compreendê-lo, conviver com ele e até modificá-lo, pois além
da inteligência tem consciência crítica.
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