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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO INFANTIL 8.5 A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA E DRAMATIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A FAIXA ETÁRIA DE QUATRO E CINCO ANOS. Luzinéia Borges de Jesus Rocha [email protected] Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo PRIMAVERA DO LESTE/2012

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO

INFANTIL

8.5

A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA E DRAMATIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS

NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A FAIXA ETÁRIA DE QUATRO E CINCO

ANOS.

Luzinéia Borges de Jesus Rocha

[email protected]

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

PRIMAVERA DO LESTE/2012

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AJES - INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA

ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇÃO

INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DA HISTÓRIA E DRAMATIZAÇÃO DOS CONTOS DE FADAS

NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A FAIXA ETÁRIA DE QUATRO E CINCO

ANOS.

Luzinéia Borges de Jesus Rocha

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo

“Trabalho apresentado como exigência Parcial para a obtenção do título de Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Infantil.”

PRIMAVERA DO LESTE/2012

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que me deu o privilégio de viver e com

sua bondade sempre me acompanhou, dando-me esperança e forças para

prosseguir.

Este curso não seria realizado aqui em Primavera do Leste se não fosse o

tamanho esforço de nossa querida Professora e Coordenadora Lisiane Fortino

Castelli.

Ao AJES - Instituto Superior de Educação do Vale do Juruena

Especialização em Psicopedagogia com Ênfase em Educação Infantil e os

professores que mesmo vindo de outras cidades não mediram esforços para passar

seus conhecimentos dando condições de aprimorarmos os nossos. Assim tive

oportunidades de amadurecer minhas idéias e valores.

A minha família que me deu todo apoio, sempre, principalmente nas horas

mais precisas.

Enfim, a todas as pessoas que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização de meu sonho, especializando-me em Psicopedagogia e Educação

Infantil, fica aqui registrado o meu respeito e homenagem.

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus, pela iluminação, sabedoria e força concebida. A meus pais,

José Gonçalves Borges e Terezinha de Jesus, pela credibilidade que me deram

desde a infância. A meu esposo Joacy Vicente Rocha, por demonstrar seu amor,

afeto e compreensão. Aos meus filhos Rodrigo Borges Rocha e Lucas Borges

Rocha,que souberam entender e apoiar-me ao longo desta caminhada.Aos meus

amigos,colegas e companheiros,pela credibilidade,flexibilidade,possibilitando o meu

crescimento pessoal,profissional e intelectual.

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Um gênio se faz com 99% de esforço e apenas 1% de inteligência. (Frase atribuída a Einsten).

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RESUMO

O motivo da escolha deste tema é por notar que a leitura das histórias dos

livros infantis é muito importante, pois vem enriquecer o vocabulário dos pequenos,

permitindo com que eles viagem por histórias fantásticas e vivenciem alguns

personagens através de dramatizações e até mesmo sonhos. Notamos que a

criança desde cedo ao ouvir e dramatizar histórias desenvolve uma imaginação

incrível e quando é incentivada ela também é capaz de criar, opinar sem medo de

errar, nos surpreendendo a cada dia. Há inúmeras maneiras de fazer isso, desde

que o material escrito apresentado aos pequenos seja interessante e desperte a

curiosidade dos mesmos.

Esta monografia caracteriza-se por um estudo bibliográfico, envolvendo a

Educação Infantil entre a faixa etária de 4 e 5 anos, tendo como foco o estudo sobre

a importância da história e dramatização dos contos de fadas. A mesma será

apresentada para a conclusão do Curso de pós-graduação em Psicopedagogia com

ênfase em Educação Infantil. Pois diante da temática tem se percebido a

importância da formação do docente para a sua prática pedagógica adquirindo

conhecimentos relacionados à importância da história e dramatização dos contos de

fadas na Educação Infantil entre a faixa etária de 4 e 5 anos.

Esta pesquisa nos resulta em contribuir no desenvolvimento cognitivo, físico

e social da criança, pois a fantasia lhe proporciona um bem estar necessário,

podendo assim ver que as crianças irão ter um envolvimento tanto criança/criança

quanto professor/criança, no intuito de aprimorar diferentes formas de aprendizagem

em relação à história e dramatização dos contos de fadas na Educação Infantil entre

esta faixa etária, desenvolvendo assim a contação de histórias e dramatização.

Palavras chaves: Histórias, dramatizações, contos de fadas, educação Infantil,

crianças.

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SUMÁRIO

Introdução.................................................................................................................07

Capítulo I - A importância de contar e dramatizar histórias.......................................08

1.1 A linguagem falada e a linguagem escrita dentro da história..............................09

1.2 A maneira que as histórias são apresentadas.....................................................10

Capítulo II - As primeiras leituras começam na infância...........................................13

2.1 Como contar histórias para crianças..............................................................14

Capítulo III - Recontando histórias............................................................................19

3.1 As histórias dos contos de fadas para a faixa etária de 4 e 5 anos................21

3.2 A contação de histórias....................................................................................22

Conclusão............................................................................................................ .....27

Referências Bibliográficas......................................................................................28

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INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo, refletir sobre o tema “A importância da

história e dramatização dos contos de fadas na Educação Infantil para a faixa

etária de quatro e cinco anos” e as vantagens que lhe são proporcionadas.

Através desta monografia espero poder contribuir para a discussão deste

tema, na crença de que um dia entenda a escola como fonte de alegria e prazer,

onde seja possível aprender a optar e a expressar o ser, dando assim ao profissional

da educação infantil embasamento teórico para o ponto de partida de seu trabalho.

Fundamentada em pesquisas bibliográficas, fui despertada para a questão

das histórias e dramatizações na escola e a maneira com a qual estas costumam ser

trabalhadas.

Por este motivo escolhi o tema no qual está divido em quatro capítulos. O

capítulo I, intitulado “ Á importância de contar e dramatizar histórias”, o capítulo II “As

primeiras leituras começam na infância” e o Capítulo III Recontando histórias. Todos

terão um desenvolvimento teórico diante do tema gerador.

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CAPÍTULO 1

A IMPORTÂNCIA DE CONTAR E DRAMATIZAR HISTÓRIAS

É muito importante desde cedo contar histórias, porque as crianças

começam a ter uma visão de mundo diferente sobre o que está à sua volta. Quando

contamos histórias para nossos pequenos estamos levando-os a imaginação e até

mesmo, a saber, comunicar através de recontos sobre o que entenderam das

histórias.

Contar histórias, portanto é, acima de tudo, parte do nosso cotidiano, como

afirma GOTILIB (2000):

Sob o signo da convivência, a história sempre reuniu pessoas que contam e que ouvem: em sociedades primitivas, sacerdotes e seus discípulos, para a transmissão de mitos e ritos da tribo; nos nossos tempos, em volta da mesa, à hora das refeições, pessoas trazem notícias trocam ideias e... Contam casos (p.5).

GOTILIB (2000), também menciona em sua fala acima, que a criança ao

ouvir muitas histórias pelos familiares, amigos, professores acaba adquirindo o

hábito pela leitura e a curiosidade de novas descobertas que as próprias leituras

trazem. Como podemos ver sobre os contos de fadas, aventuras, lendas, histórias

inventadas e até mesmo relatos de fatos corriqueiros.

Atualmente por vivermos em um mundo globalizado onde nossas crianças

tem acesso a inúmeros recursos para contar histórias e até mesmo dramatizá-las,

isto acaba levando-os a ter facilidade em expressar sem timidez o que sente. Desde

nossa época a criança já ouvia histórias fossem elas contadas pelos nossos avós,

tios e pelos nossos próprios pais. Hoje se vê que muito dos responsáveis acaba

deixando este papel para a escola, por saber que lá o professor irá falar da

importância da história na vida de cada um, como destaca a citação abaixo.

Ah, como é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas e muitas histórias... Escutá-las é o início da aprendizagem para ser um bom leitor, e ser um leitor é ter um caminho absolutamente infinito de descoberta e de compreensão do mundo... (ABRAMOVICH, 1989, p.16).

Concordo com a citação acima, pois desde muito cedo ouvi muitas histórias

tanto pelos meus avós, pais e professores e isto só veio a facilitar para meu estudo,

com isto me senti desinibida para falar em público, expressar o que sentia, enfim

senti gosto pela leitura. É necessário incentivar sim nossos pequenos desde seu

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início de escolarização tomar gosto pelas histórias e dramatizações, porque só

assim tornarão futuros leitores. Enquanto SAMUEL (1985), afirma que

A literatura oral é mais velha que a escrita. Entretanto, uma cultura cristalizada pelos letrados tende a classificar o cordel, as expressões estéticas e da sabedoria do povo, como algo que faria parte de um mundo “ingênuo”, “pitoresco”, “típico”, “anônimo”, “Folclórico” (p.172).

Se a linguagem falada precede a linguagem escrita, é bem mais fácil

concluir que a linguagem escrita surgiu através da linguagem falada e tornando

assim seu ponto de apoio. A história contada é fundamentada tanto na formação

educativa quanto na formação cultural da criança porque a mesma é que tem

acesso à leitura seja através de imagens ou escrita. Observa-se também que as

crianças que ouvem constantemente histórias sobressaem bem melhor nos estudos

e até mesmo na maneira de se expressar, pois ao ler, a mente está captando no

subconsciente o despertar do mundo da leitura.

... é destas práticas de ouvir e contar histórias, que surge nossa relação com a leitura e literatura. Portanto, quanto mais acentuarmos no dia-a-dia da Educação Infantil estes momentos, mais estaremos contribuindo para formar crianças que gostem de ler e vejam no livro, na leitura e na literatura uma fonte de prazer e divertimento. (KAERCHER, 1998, p.70).

Pensando em como a literatura contribui para o desenvolvimento da criança,

podemos dizer que a interação é o que nos proporcionará um começo com esse

trabalho, pois a escolha da história funciona com a chave mágica e tem influência no

universo infantil, unindo uns aos outros.

1.1 A LINGUAGEM FALADA E A LINGUAGEM ESCRITA DENTRO DA HISTÓRIA.

Tanto a linguagem falada, quanto a linguagem escrita dentro da história é

superimportante, principalmente quando falamos em contos de fadas, por exemplo,

neste momento a uma necessidade, curiosidade e descoberta. Tanto que os livros

ilustrados e com pequenos textos ao ser ouvidos e vistos pelas crianças levam as

mesmas a entrar em mundos diferentes ao da sua realidade, como afirma o

Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil (BRASIL,1998), volume três:

A criança que ainda não sabe ler convencionalmente pode fazê-lo por meio da escuta da leitura do professor, ainda que não possa decifrar todas e cada uma das palavras. Ouvir um texto já é uma forma de leitura. (p. 141).

A narração do professor é o meio pelo qual a criança pré-escolar interage

com o mundo da fantasia proposto pelo livro. É muito comum nas salas de

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Educação Infantil utilizar as rodas de conversa para apresentar os livros aos

pequenos, pois assim, as mesmas aprenderão a narrar o que ouviram através de

dramatizações e até mesmo recontando as histórias que ouviram,reproduzindo

através de desenhos onde os professores tornaram escriba dos mesmos produzindo

então seus recontos de histórias já ouvidas, criando assim diferentes textos. Nota-se

também que a criança tem seu jeito próprio de ler e contar histórias, pois a leitura

leva-os a decodificar letras e sílabas, implicando em um conjunto de ações como a

interpretação de desenhos e figuras. Nesta fase, a criança ao ter acesso a materiais

de leitura e um professor que conta histórias de forma prazerosa, desenvolverá

apreciação pela literatura e terá o professor como um modelo. Conforme, ANDRÉ

menciona:

A relação com o livro antes de aprender a ler auxilia a criança a torna-lo significativo como um objeto que proporciona satisfação. Isto ocorre porque, ao tocar, manusear, olhar, alisar o livro e brincar com suas folhas e gravuras, a criança sente um prazer similar ao proporcionado por um brinquedo. (2004, p.18).

De acordo com CARVALHO (1975), por exemplo, o conto infantil é como se

fosse uma varinha mágica que ao tocar abre as portas da inteligência e da

sensibilidade da criança, para sua formação integral. Por mais que a criança tem os

familiares, amigos que sempre contam histórias, mesmo assim a escola não deixa

de ser um lugar propício para articular a arte de contar as mesmas, pois os

professores usam como critérios em seu planejamento, onde os pequenos apreciam

com gosto participando ativamente como personagens do contexto. Então

perguntamos como será que a história se transforma em arte?Muito simples, ao

contar a história, a criança pode imaginar e viver o mundo da fantasia, buscar na

imaginação aquilo que para ela pode ser real levando-a para outro mundo. Diz-nos

COELHO (1998):

A história é um alimento da imaginação da criança e precisa ser dosada conforme sua estrutura cerebral. Sabemos que o leite é um alimento indispensável ao crescimento sadio. No entanto, se oferecermos ao lactente leite deteriorado ou em quantidade excessiva, poderão ocorrer vômitos, diarréia e prejuízo da saúde. Feijão é excelente fonte de ferro, mas nem por isso irá dar feijão a um bebê, pois fará mal a ele. Esperamos que cresça e seu organismo possa assimilar o alimento. A história também é assimilada de acordo com o desenvolvimento da criança e por um sistema muito mais delicado e especial. (p.14).

1.2 A MANEIRA QUE AS HISTÓRIAS SÃO APRESENTADAS.

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As histórias podem ser apresentadas, não apenas pela leitura de livros, mas,

de diversas maneiras, contudo, deve-se levar em conta a disponibilidade de tempo

do educador e a faixa etária a ser trabalhada. Deve-se procurar diversificar as

dinâmicas utilizadas para contar histórias, para que a cada dia haja mais interesse

por este momento, momento este que às vezes é único. Pode-se explorar a leitura

oral utilizando-se de gravuras de apoio, da leitura simples, da história espontânea,

das dramatizações com as crianças através de fantoches, dedoches, através de

discos infantis, história sem texto e muitos outros recursos. Segundo COELHO

(1985): “Pode-se dizer que é nesse momento que a criança entra como um valor a

ser levado em consideração no processo social e no contexto humano.” (p.108).

Com a valorização da infância no decorrer dos séculos, segundo COELHO

(1985), gerou-se meios de controlar o desenvolvimento intelectual da criança, e com

isso, a manipulação de suas emoções, inventando-se a literatura e reformando-se a

escola.

Por estes motivos o professor deverá ficar atento com suas crianças, pois

atualmente elas estão cada vez mais curiosas em explorar o mundo da leitura,seja

através de desenhos, da mídia, revistas, livros paradidáticos, enfim tem um grande

campo de busca, facilitando assim o despertar pela leitura. Muitas vezes se vê

comentar que a tecnologia leva os pequenos a não dar tanta importância para a

leitura,focando apenas em jogos eletrônicos e online,mas não é tão verdade assim,

pois o que se nota é que a própria humanidade em si está deixando alguns valores a

desejar.Como notamos, as pessoas não sentam mais para fazer rodas de conversas

como antigamente,ouvir e ser ouvido,está acabando a cada dia esse vinculo e isto

dificulta cada vez mais, até para o professor quanto transmissor do conhecimento.

Nota-se que as crianças têm sim a curiosidade em ouvir as histórias, mas a

ansiedade é tanta que acaba despertando o desinteresse em ouvir, a não ser que

seja algo que realmente chame a atenção por isso, que o professor quanto narrador

da história deverá usar meios que desperte atenção e curiosidade desses pequenos,

transformando assim o ambiente para torná-las seguras, propiciando um contato

mais próximo com suas crianças, usando a entonação adequada, deixando

transparecer a emoção do personagem. ANDRÉ (2004) menciona que: “É papel de

a Escola auxiliar na formação de leitores que produzam sentido por meio de diálogo

com diversos gêneros literários.” (p. 19).

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Concordo com a citação de ANDRÉ (2004), pois se a escola não der

importância para esta diversidade de gêneros literários, não tem como cobrar de

seus educando desde sua infância a busca pela leitura e isto depende muito do

convívio da criança, pois o pequeno que vive num meio onde seus pais, familiares e

amigos leem muito, ela sempre vai ter este despertar para o mundo da leitura,

despertando assim o lúdico na aprendizagem, proporcionando um prazeroso contato

com a linguagem escrita, facilitando o seu conhecimento de mundo e seu

autoconhecimento, tornando assim uma importante ferramenta para a alfabetização.

Por isso, que o professor deverá ficar atento no espaço de tempo no qual se

contará a história, para que a criança mantenha seu interesse evitando projetar sua

atenção a outras situações. De acordo com COELHO (1998), a duração da narrativa

em si depende da faixa etária e do interesse que suscita. Mas como fala o texto de

BUSATTO (2003):

...quantas crianças tem esse prazer satisfeito dentro da sua própria casa, ou melhor, quantos pais se dispõem a essa tarefa. Concordo que chega em casa depois de um dia exaustivo tira o ânimo de qualquer um,então como encontrar energias para ainda contar histórias?Mas quem disse que criar filhos é uma tarefa fácil? (p.46).

Pelo que fala BUSATTO (2003), em seu texto acima, quanto educador

devemos agir com serenidade, mas não interromper a narrativa. Se a criança

completou a história, pode-se balançar a cabeça como uma confirmação do que foi

dito, se for algo que nada tenha a ver com a narrativa, o contador pode, por

exemplo, dar um sorriso e fazer um gesto de espera com as mãos. Ao término da

narrativa, o contador imediatamente procura saber sobre o assunto abordado pela

criança. O importante é fazê-la compreender que naquele momento o mais

importante é voltar sua atenção para a história que a professora está contando, mas

que a professora tem interesse em saber sobre aquilo que ela expressa e que cada

coisa tem o seu tempo certo para acontecer. Ao fazermos referência ao jargão:

“cada coisa ao seu tempo”, conferimos à situação de se ouvir e contar histórias um

caráter de formação de hábitos e atitudes, objetivo presente nos planos de curso das

instituições de ensino que ministram o curso de educação infantil.

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CAPÍTULO 2

AS PRIMEIRAS LEITURAS COMEÇAM NA INFÂNCIA

A criança tem seu primeiro contato com o texto oralmente, quando o pai, a

mãe, os avós ou outra pessoa conta-lhe os mais diversos tipos de histórias. A

preferida, nesta fase, é a história da sua vida. A criança adora ouvir como foi que ela

nasceu, ou fatos que aconteceram com ela ou com pessoas da sua família. À

medida que cresce, já é capaz de escolher a história que quer ouvir, ou a parte da

história que mais lhe agrada. É nesta fase, que as histórias vão tornando-se aos

poucos mais extensas, mais detalhadas conforme afirma ABRAMOVICH (1997):

“quando a criança sabe ler é diferente sua relação com as histórias, porém, continua

sentindo enorme prazer em ouvi-las” (p.23).

Ao contar histórias na Educação Infantil para a faixa etária de quatro e cinco

anos principalmente, os pequenos são propiciados, seu primeiro contato com a

linguagem escrita padrão, que é diferente da linguagem oral que utilizamos para

conversar, além de aumentar o vocabulário da criança, já que muitas das palavras

que não conhecem, escutam-nas pela primeira vez ao narrar uma história, e ao

praticar esta atividade, o professor estará promovendo o desenvolvimento de

estratégias de processamento e linguagem, importante para o sucesso posterior na

escola. Como afirma o Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil:

A ampliação do universo discursivo da criança também se dá por meio do conhecimento da variedade de textos e manifestações culturais que expressam modos e formas próprias de ver o mundo, de viver, de pensar [...] músicas, poemas e histórias são um rico material para isso. (BRASIL, 1998, p. 139).

Esta é uma atividade de escuta, que propõe a interação da criança com o

texto, alimentando a imaginação do educando, possibilitando assim o trabalho de

inúmeros conteúdos e de diversos tipos de texto, tanto que é um momento em que

elas ficam ansiosas para ver como será feito o processo da interpretação de história.

Neste momento o professor poderá também trabalhar a pluralidade cultural que será

abordada através da literatura e também o preconceito por meio dos livros clássicos,

como O Patinho Feio, de Andersen, ou até mesmo por uma história mais atual como

Menina bonita do Laço de Fita de Ana Maria Machado, ambas falam das diferenças

raciais e como podemos lidar com elas na sala de aula, interagindo com a criança de

forma que ela ocupe o lugar da personagem, e reflita como se sentiam na história e

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que isso acontece. Para COELHO: “Pode-se dizer que é nesse momento que a

criança entra como um valor a ser levado em consideração no processo social e no

contexto humano.” (1985, p.108).

A criança ao ter acesso a vários meios de leitura acaba tendo um valor por

saber dialogar no meio social e isto graças ao mundo da leitura que facilita a sua

comunicação. Tanto que o contato da criança com o livro pode acontecer muito

antes do que os adultos imaginam. Muitos pais acreditam que a criança que não

sabe ler não se interessa por livros, portanto não precisa ter contato com eles. O que

se percebe é bem ao contrário. Segundo SANDRONI & MACHADO (2000):

A criança percebe desde muito cedo, que livro é uma coisa boa, que dá prazer. As crianças bem pequenas interessam-se pelas cores, formas e figuras que os livros possuem e que mais tarde, darão significados a elas, identificando-as e nomeando-as. (p.43)

Afirmando o que os autores acima disseram, podemos notar que realmente

nossas crianças dão mais interesse a livros com maiores ilustrações do que aqueles

que as ilustrações são poucas, uma devido a sua faixa etária que não é adequada

para dar importância aos livros com maiores números de letras e sim figuras,

coloridas que chamem realmente vossa atenção.

2.1 COMO CONTAR HISTÓRIAS PARA CRIANÇAS.

Contar história para crianças é poder rir, trabalhar com as situações vividas

pelos personagens, podendo assim também encontrar soluções para os problemas.

Através do contar história as crianças passam a ter novas sensações,

desenvolvendo a sua imaginação e fazendo uma relação entre o mundo da fantasia

e o da sua realidade.

É dever de todo professor, desde a Educação Infantil, incentivar o

desenvolvimento de comportamentos leitores antes mesmo de a turma aprender

formalmente a ler. Comentar ou recomendar algum texto, compartilhar a leitura de

um livro, confrontar idéias e opiniões sobre notícias, tudo isso ajuda a estabelecer

gostos, reconhecer finalidades dos materiais escritos, identificar-se com o autor ou

distanciar-se dele, assumindo uma posição crítica. BETTELHEIM (1980, p. 168),

afirma que:

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O educador não deve salientar, nos contos de fadas, a lição moral e os conteúdos psicológicos que estes pretendem passar, mesmo que subjacentemente, porque os benefícios do conto de fada acontecem no inconsciente.

O educador ao contar e narrar histórias sobre os contos faz as intervenções

necessárias para que as crianças brinquem de teatro sendo os personagens da

história, podendo mudar as cenas, as falas e até o final. Por isso que a

dramatização, além de contribuir para a aprendizagem, tem o papel de socializar

propondo uma interação uns com os outros e uma troca de informações entre os

mesmos, sendo uma prática que colabora para o crescimento cultural, da linguagem

oral e corporal. Segundo OLIVEIRA (2009, p.65), sugere-se que: “comece a resgatar

os contos e histórias conhecidas pelas crianças, tanto eles quanto o professor

poderão contar oralmente os contos e suas histórias para os demais.”.

Assim, o hábito da leitura torna-se a maneira de construção do

conhecimento mesmo antes de saber ler, pois, é de ouvi-las que se treina a relação

com o mundo, fazendo do momento de contar, recontar, inventar e ouvir o estímulo

para manter viva a importância da leitura. OLIVEIRA (2009), acrescenta que a

criança que, desde muito cedo, entrar em contato com a obra literária, terá uma

compreensão muito maior de si e do outro, tendo a oportunidade de desenvolver seu

potencial criativo e ampliar seus horizontes da cultura e do conhecimento, dessa

maneira, sua visão será melhor em relação ao mundo e da realidade que a cerca.

Dessa forma, a leitura é um recurso que trabalha de dentro para fora, do simples

para o complexo, onde a criança irá fazer escolhas e se informar sobre o mundo que

a cerca. No mundo todo, crianças que vivem em ambientes alfabetizadores têm a

oportunidade de construir esse conhecimento naturalmente ao imitar as ações dos

parentes e amigos. Já os que não vivem cercados de "letras" precisam muito da

ajuda da escola, onde dificulta a intimidade destas crianças com os textos de

histórias. O fato é que essa ainda não é a realidade do nosso país, porque muita de

nossas crianças não tem acesso fácil aos livros paradidáticos, uma que os familiares

não incentivam a leitura e isso acaba afetando os pequenos, pois a responsabilidade

acaba ficando para a escola.

Daí a importância de iniciar esse trabalho ainda na Educação Infantil,

juntamente com todo o corpo docente e também chamando a família para participar.

Além de aproximar as crianças do mundo letrado, a leitura alimenta o imaginário e

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incorpora essa experiência à brincadeira, ao desenho e às histórias que todos os

pequenos gostam de ouvir e contar.

Tanto que ao ler alguns livros encontrei relatos de alguns poetas e escritores

que descobriram no decorrer de sua vida que seu amor à literatura e, mesmo,

muitas de suas poesias e de seus contos tiveram o seu nascedouro já na sua

primeira infância, mas isso porque devido ao acesso da leitura que iniciou ainda

quando criança.

Do mesmo modo, outras pessoas descobriram a origem de sua aversão a

toda e qualquer forma de literatura também na infância. Conforme esclarece

ABRAMOVICH (2003, p.42):

O primeiro contato da criança com um texto é feito, em geral, oralmente. É pela voz da mãe e do pai, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias inventadas tendo a gente como personagem, narrativas de quando eles eram crianças e tanta, tanta coisa mais... Contadas durante o dia, numa tarde de chuva ou à noite, antes de dormir, preparando para o sono gostoso e reparador, embalado por uma voz amada... É poder rir, sorrir, gargalhar com as situações vividas pelos personagens, com a idéia do conto ou com o jeito de escrever de um autor e, então, poder ser um pouco cúmplice desse momento de humor, de gozação.

O professor ao contar uma história, é possível realizar várias atividades,

como já foi dito, entre elas está à motivação da criança em recontar e dramatizar a

história que ouviu. Percebe-se que a criança ao ouvir uma história, acaba

construindo em sua mente um esquema de texto narrativo, e é exatamente em sua

memória que vai refazer este esquema para recontar a mesma.

Ele deve estar atento quando a criança for recontar a história, para que

possa prestar atenção nos elementos importantes do texto, como personagens,

cenário, tempo, início, meio e fim. O educador pode interferir com questões como: O

que aconteceu? Esta tática vem ajudar a criança a recordar a história. Perguntas

gerais, antes de começar a história podem ser feitas, com o objetivo de localizar a

criança sobre o tema abordado no texto, a iniciar a história: Que história vai

contar?Sobre o que fala a história, Quem são os personagens, O que aconteceu?

Como a história termina, Por que, etc.

Assim ele pode, ainda, iniciar uma história e pedir que a criança continue, ou

fazer uma história coletiva, onde cada criança conta um pedaço. Se a criança não se

lembrar, o professor poderá auxiliá-la, dando algumas pistas do fato a seguir. Esta

atividade, se feita com frequência, trará notável bem à criança, que cada vez mais

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se aperfeiçoará em seu esquema textual narrativo e recontará as histórias cada vez

com mais clareza de detalhes, pois estará estimulando e desenvolvendo sua

memória.

Por isso, é necessário sublinhar os livros que devem ser introduzidos na vida

da criança de acordo com o seu nível de compreensão de cada faixa etária para que

desperte seu interesse cada vez mais em ler e folhear os livros. Isso significa que o

livro ideal para a criança é aquele em que ela encontra tanto elementos que ela já

reconhece, como alguns elementos novos, a partir dos quais ela possa alargar seus

horizontes e enriquecer sua experiência de vida.

Existem inúmeros processos de estimular e apresentar histórias, mas sua

eficácia depende de como o contador os utilizará. Não há “fórmulas mágicas” que

substituam o entusiasmo do contador. Para quem aspira ser um bom contador de

histórias, deve, segundo RAMOS (2003), desenvolver alguns passos importantes em

seus preparativos:

(1) a história a ser contada e apresentada deve estar bem memorizada. Por isso, é

muito importante ler a história várias vezes e estar bem familiarizado com cada

parágrafo do livro, para não perder “o fio da meada” e ficar procurando algum tópico

durante a apresentação;

(2) destacar e sublinhar os tópicos mais importantes, interessantes e significativos,

para que a apresentação receba a devida valorização;

(3) procurar vivenciar a história. Envolver-se com ela, fazer parte dela e sentir a

emoção dos personagens e ao apresenta-la atrair os ouvintes para a magia da

história;

(4) ao apresentar a história, falar com naturalidade e dar destaque aos tópicos mais

importantes com gestos e variações de voz, de acordo com cada personagem e

cada nova situação. No entanto, é preciso cuidar para não exagerar nos gestos ou

nas entonações de voz;

(5) oferecer espaço aos ouvintes que querem interferir na história e participar dela.

Quem se sente tocado em seu imaginário sente necessidade de participar

ativamente no desenrolar da história. O importante é que nessa hora não haja

pressa, contando ou lendo tudo de uma só vez. É preciso respeitar as pausas,

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perguntas e comentários naturais que a história possa despertar, tanto em quem lê

quanto em quem ouve. É o tempo dos porquês;

(6) toda história e toda dramatização devem ser apresentadas com entusiasmo e

paixão. Sempre devem transparecer a alegria e o prazer que elas provocam. Sem

esses componentes, os ouvintes não são atingidos e logo perdem o interesse pelo

que está sendo apresentado. Segundo ABRAMOVICH (1993):

O ouvir histórias pode estimular o desenhar, o musicar, o sair, o ficar, o pensar, o teatral, o imaginar, o brincar, o ver o livro, o escrever, o querer ouvir de novo. Afinal, tudo pode nascer dum texto!(p.37)

Afinal, escutar histórias é o início, o ponto-chave para tornar-se um leitor, um

inventor, um criador. Torna-se fácil perceber a importância das histórias contadas no

cotidiano escolar, mas este deve ser um trabalho dosado conforme a faixa etária e

de interesse de nossos educados. Diz-nos COELHO (1998):

A história é um alimento da imaginação da criança e precisa ser dosada conforme sua estrutura cerebral. Sabemos que o leite é um alimento indispensável ao crescimento sadio. No entanto, se oferecermos ao lactente leite deteriorado ou em quantidade excessiva, poderão ocorrer vômitos, diarreia e prejuízo da saúde. Feijão é excelente fonte de ferro, mas nem por isso iremos dar feijão a um bebê, pois fará mal a ele. Esperamos que cresça e seu organismo possa assimilar o alimento. A história também é assimilada de acordo com o desenvolvimento da criança e por um sistema muito mais delicado e especial (p.14).

Uma história não é apenas algo que pegamos escrito em um livro ou em

qualquer outro lugar, mas é também a nossa própria vida, a maneira como agimos,

reagimos, encaramos os fatos e pensamos. Através das histórias despertamos a

imaginação e o lado lúdico de uma situação. Cabe a cada professor refletir sobre

qual é o lugar que a história ocupa em sua proposta pedagógica e se é possível

haver interatividade sem as histórias e “causos” do dia a dia dos nossos alunos.

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CAPÍTULO 3

RECONTANDO HISTÓRIAS.

O recontar histórias na Educação Infantil nos dias atuais é muito prazeroso

tanto para o professor como ouvinte quanto para a criança que está exercendo o

papel de narrador. É importante, segundo ROCHA (1987), que o professor seja, às

vezes, espectador das crianças seja no recontar histórias, no dramatizar e até

mesmo nas brincadeiras, pois assim, a criança terá maior confiança e intimidade

com o educador, criando um laço importante para seu desenvolvimento nesta fase

de desenvolvimento e descobertas.

Através desta atividade, segundo ROCHA (1987), pode-se também estar

fazendo uma avaliação da criança: seu desenvolvimento, sua capacidade de

atenção e memória, sua fala, sua criatividade e desenvoltura ao contar uma história,

pois neste momento, o educador terá sua atenção voltada a escutar as crianças,

podendo, assim, avaliar tanto o desenvolvimento físico-cognitivo da criança como o

resultado de suas aulas.

ZILBERMAN (2003), em uma linguagem clara e reflexiva, propõe a análise

crítica da utilização da literatura pela família e pela escola partindo de sua gênese no

Brasil. Historicamente contextualiza a literatura no âmbito dos acontecimentos do

final do século XVII até a segunda metade do século XIX, aponta as relações entre a

concepção de infância e a influência ideológica da burguesia no período e a

estrutura familiar. Sobre esta comenta:

Com a decadência do feudalismo, desagregam-se os laços de parentesco que respaldavam este sistema, baseado na centralização de um grupo de indivíduos ligados por elos de sangue,favores, dívidas ou compadrio, sob a égide de um senhor de terras de origem aristocrática. Da dissolução desta hierarquia nasceu e difundiu-se um conceito de estrutura uni familiar privada, desvinculada de compromissos mais estritos com o grupo social e

dedicada à preservação dos filhos e do afeto interno, bem como de sua intimidade. (p.17).

As mudanças na estrutura da sociedade, a partir da crise do feudalismo,

segundo ZILBERMAN (2003), promoveu a consolidação da família burguesa como

classe social. Esta família, por sua vez assumiu o papel de reprodutora e de

transmissora dos valores da burguesia. A vida doméstica era cultivada, como meio

de contenção social, e agregada em torno da criança. Soma-se a esse fator uma

nova concepção de criança como um ser diferente do adulto, com capacidades e

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com necessidades próprias ao seu gradativo desenvolvimento. Um novo status é

concedido á infância. Vinculado a isto, houve uma reorganização da escola que

demandava uma produção literária destinada a esse novo público consumidor. Em

decorrência disso, nesse período, ocorreu a expansão da produção de livros e de

histórias, até então contadas oralmente, como fábulas, lendas e contos de fadas. É o

que PALO e OLIVEIRA (1998), chamam de função utilitário-pedagógica, ou seja, a

reestruturação educacional e o reconhecimento da educação destinada à criança

representavam o entrelaçamento da Literatura Infantil com fins pedagógicos.

SANTOS (2003), acredita no ato de recontar como reedificação de um texto já

existente, seja na modalidade escrita ou oral, a partir da leitura ou contação oral de

um texto-base, de acordo com as capacidades linguísticas do sujeito. Ele propõe

que o recontar ocorra por meio de comentários, com posterior registro individual de

cada criança e com uma avaliação docente das produções:

(...) O gesto inicial é o do professor, que motiva os alunos para a atividade e apresenta orientações sobre as fases que a compõe... o gesto seguinte inclui a troca de turnos entre professor e aluno no comentário da história lida... em seguida, surge, o gesto do aluno, que deve, por escrito, recontar a

história lida pelo professor... o gesto final pode incluir a leitura, para os colegas, dos textos produzidos e a avaliação, feita pelo professor, desses textos. (p. 55).

De acordo com o que diz SANTOS (2003), não basta apenas o professor

contar e recontar a história, mas levar a criança a interagir com os demais colegas o

que ouviu através do reconto da história lida pelo professor.

Algumas atividades complementares, segundo Cintia Costa Barreto (2003),

podem ser feitas a partir do recontar histórias. Como as crianças pré-escolares entre

4 e 5 anos ainda não escrevem fluentemente, o professor poderá anotar na lousa a

história, pedir para que cada um desenhe uma parte da história e montar um livro

tornando o professor juntamente com seu auxiliar o escriba das crianças. Vale

lembrar também que a atividade de recontar história não deve ser o centro da aula

na Educação Infantil, mas também não deve ser descartada do currículo pré-escolar,

pois contribui imensamente para o desenvolvimento da criança e do educador.

Portanto o recontar histórias é um costume muito antigo como foi dito anteriormente

e hoje passa a ser uma rotina nas escolas de Educação Infantil.

Devido à tecnologia estar em grande parte dos lares, através da TV, do

videogame, do computador, o educador aceita diariamente, o desafio de despertar

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nas crianças desta idade (4 e 5 anos), o prazer pela leitura, não que esta tecnologia

seja desnecessária ao desenvolvimento da humanidade, mas, a batalha dos

professores deve ser, não contra o progresso, e sim, segundo ABRAMOVICH

(1989), contra a má apresentação que os livros sofrem nas escolas, tornando-se,

muitas vezes, chatos e sendo abandonados pelas nossas crianças, por não

chamarem sua atenção. Tanto que para o professor fazer com que as histórias de

contos de fadas, torne prazerosa, atraente, criativa às crianças, deve estar atento

desde a escolha pela seleção dos livros, que devem ser adequados à sua faixa

etária, a partir do desenvolvimento cognitivo de cada educando. Para cada idade há

diferentes características de como contar histórias. Como podemos ver para a faixa

etária de 4 e 5 anos, a criança começa a exigir, pouco a pouco, histórias mais

elaboradas, de simples compreensão, porém, com mais riqueza de vocabulário e

menos ilustração do que os livros para maternal I, II e infantil I. Nesta idade, a

criança ainda se assusta facilmente, pois ainda não consegue distinguir, por

completo, realidade e fantasia, por isso, é preciso tomar cuidado com a entonação

de voz. Esta fase é comum à criança criar suas próprias histórias a partir de

ilustrações e imagens.

3.1 AS HISTÓRIAS DOS CONTOS DE FADAS PARA A FAIXA ETÁRIA DE 4 E 5

ANOS.

As crianças na faixa etária de 4 a 5 anos encontram-se na fase pré-mágica,

por se tratar de uma fase de interesse por histórias de repetição, histórias

acumulativas e contos de fada. Nesta faixa etária a imaginação e criatividade estão

bastante aguçadas e a criança começa a se desprender do mundo real. As histórias

contadas nesta fase devem dar oportunidade para que a mesma desenvolva

habilidades e precisam ser um pouco mais elaboradas. As crianças que se

encontram na fase mágica gostam de sempre ouvir a mesma história, porque os

leva a imaginar o mundo da fantasia. Afirma COELHO (1998):

Da primeira vez tudo é novidade; nas seguintes, já sabendo o que vai acontecer, A criança pode se identificar mais ainda, apreciando os detalhes. Igual reação. Pode acontecer com o adulto ao ler um bom livro ou assistir a um filme que.Agrade-lhe. Relê. Revê. O prazer se renova. (p.16).

Uma maravilhosa fonte de consulta para contar histórias para crianças na

fase Mágica, que sucede a fase pré-mágica, segundo COELHO (1998), é a própria

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memória do contador. Aquelas que ouvimos nos contarem e das quais jamais

esqueceram. Guardadinhas na memória necessitam ser relembradas antes de

contadas, para que sejam adaptadas ou enriquecidas. Outras boas fontes de

consulta de histórias interessantes são as bibliotecas, onde podemos encontrar

livros, revistas e até mesmo panfletos que se transformam em interessantíssimas

narrações. O material que está disponível na escola em que se trabalha também é

uma excelente opção.

Por este motivo cabe ao contador da história conversar com seus ouvintes

antecipadamente, situando a narrativa, facilitando a compreensão do tema.

Ela é necessária, segundo BETTELHEIM (1980), porque além da criança

encontrar menos dificuldades para compreender o tema abordado, haverá menos

interrupções no momento em que a história estará sendo contada. Havendo uma

boa conversa inicial, raramente a narrativa será interrompida, mas se isso acontecer

trata-se de um fato natural, já que estamos lidando com pequenos ouvintes. Cabe ao

contador agir com serenidade, mas não interromper a narrativa. Se a criança

completou a história, pode-se balançar a cabeça como uma confirmação do que foi

dito, se for algo que nada tenha a ver com a narrativa, o contador pode, por

exemplo, dar um sorriso e fazer um gesto de espera com as mãos. Ao término da

narrativa, o contador imediatamente procura saber sobre o assunto abordado pela

criança. O importante é fazê-la compreender que naquele momento o mais

importante é voltar sua atenção para a história que o professor está contando, mas

que o professor tem interesse em saber sobre aquilo que ela expressa e que cada

coisa tem o seu tempo certo para acontecer. Algumas providências contribuem para

que o professor, ao contar histórias para crianças na faixa etária de 4 a 5 anos atinja

seus objetivos ao longo da narrativa.

3.2 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

A contação de histórias é uma tática indiscutivelmente antiga e incrivelmente

inovadora. Tal ambiguidade, segundo BETTELHEIM (1980), talvez nos reporte aos

tempos em que as antigas civilizações desenhavam rusticamente, nas paredes de

pedra, as histórias de suas batalhas. Nos tempos atuais, as histórias narradas pelos

contadores e que auxiliam o processo educacional são aquelas escolhidas

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cautelosamente, levando em consideração diversos aspectos ligados aos ouvintes,

como os aspectos físicos, motores, mentais, sociais, psicológicos e certamente

muitos outros que aprendemos a reconhecer e a lidar no dia a dia da prática

educativa. Qualquer história pode atingir uma criança profundamente e fazer com

que ela peça a repetição dessa história durante dias e mesmo semanas, porque algo

na essência de seu desenvolvimento e amadurecimento foi atingido.

Neste sentido, GRANADEIRO (2003, p. 23), enfatiza que:

Nos primeiros anos da infância, a garotada assimila mais facilmente enredos que tenham crianças como personagens ou animais com características humanas, como fala e sentimentos. Dos 3 aos 6 anos, as histórias devem abusar da fantasia com reviravoltas frequentes na trama. A partir dos sete, valem as aventuras e fábulas mais elaboradas.

Afirmando o que enfatiza GRANADEIRO (2003), podemos notar que toda

história que contamos para uma criança mexe com ela, produz emoções e provoca

reações. Por isso, é importante termos em mente que os pensamentos e os

sentimentos da criança estão em permanente fermentação e ebulição procurando

respostas para certos medos e anseios.

Por isso, o dramatizar uma história costuma ser bastante interessante, só

que existem certas narrativas que por natureza textual não podem ser bem

representadas. Se após avaliar a atividade que melhor se adapte à história que foi

contada, o professor optar pela dramatização, ele deverá propor a atividade em

forma de brincadeira e os participantes deverão ser determinados voluntariamente.

Jamais se obriga uma criança a participar de tal atividade, o que poderá ser feito

neste caso é tentar convencê-la. Determinados os participantes, o professor deverá

incentivar as escolhas dos papéis. Cada participante escolherá o papel a que mais

se identificar. As 10 crianças que não participarão da dramatização poderão adornar

o cenário representando pedras, vento, bichinhos etc. Estas crianças precisam ficar

em uma posição que possibilite a admiração dos dramatizadores. Somente nesta

atividade as crianças trabalham as relações sociais, a autonomia na escolha dos

papéis, a expressão corporal e ainda interpretam livremente seus papéis,

possibilitando a interpretação e a compreensão da historinha que foi ouvida. Ao

dinamizar a atividade após a história que foi contada, o professor pode dar a

oportunidade à criança de aliar ao desenho técnicas de recorte e colagem,

modelagem ou dobraduras, por exemplo. Nestas circunstâncias a interpretação da

história transcorre prazerosamente.

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Nota-se, segundo CUNHA (1993), que crianças de 4 e 5 anos não leem e

não escrevem, como os da alfabetização, mas esta não é uma barreira, para a

criação de textos significativos em relação à vivência destes pequeninos autores.

Uma história é um ótimo “pretexto” para a criação coletiva. Este estilo de atividade,

segundo CUNHA (1993), pode ser colocado em prática de diversas formas:

continuando histórias, construindo textos individuais em que o professor é o escriba

da criança. A imaginação do professor diversifica esta atividade dando a ela o

caráter adequado ao grupo de crianças com o qual se trabalha. É possível trabalhar

a criatividade, a espontaneidade, a expressão oral entre outros aspectos. Relembrar

uma história é criá-la novamente. As crianças gostam de recordar as cenas

preferidas e tornar as cenas preferidas temas da atividade transforma tudo em uma

grande brincadeira.

Segundo FLECK (2007, p.216), “a figura do contador de história reapareceu

com grande vigor nas últimas décadas do século XX.” Chegando com força ao Brasil

na década de 1990. A partir daí, houve uma procura crescente de especializações,

oficinas, cursos que formassem profissionais para esse campo.

Por muito tempo, a contação nos ambientes escolares ocorria para ocupar os

tempos vagos da aula. Infelizmente, ainda hoje, muitas dessas instituições utilizam

com essa mesma função. De acordo com BARCELLOS e NEVES (1995), apud

FLECK (2007, p. 216):

A criança que ouve histórias com frequência educa sua atenção, desenvolve a linguagem oral e escrita, amplia seu vocabulário e principalmente, aprende a procurar, nos livros, novas histórias para o seu entretenimento.

O que evidencia a importância da contação como prática educativa, que

perpassa um simples passatempo. Há instituições, que reservam o tempo da

contação de história, como se fosse algo extracurricular. Até contratam profissionais

que o faça. Não estou aqui para condenar as instituições escolares, mas entendo

que essa prática deve estar inserida no contexto escolar com um segmento, com

uma intenção. Não simplesmente como uma “tapa buracos” ou como uma atividade

a parte. Uma boa narração permite que o educando desenvolva senso crítico a

interpretação e a oralidade como foi dito em itens anteriores. BARRETO, (2003, p.5)

diz:

Habitualmente, nosso sistema educacional, ao considerar o aluno alfabetizado, promove a leitura de livros extraclasses, que são de grande

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valor e de extrema importância para a formação do hábito de leitura, mas que não substituem uma boa história contada, cantada, contada e cantada, gesticulada, ilustrada, dobrada em uma folha de papel... Contar histórias é também trocar idéias.

Percebe-se, então, quanto é importante que o professor esteja atento às

reações infantis, perante as histórias contadas, podendo ser de grande ajuda para

compreensão da realidade de cada uma das crianças. Portanto a criança pode ter

acesso aos livros de acordo com a faixa etária podendo também levar para casa

onde o pai poderá estar fazendo uma leitura familiar e que no dia seguinte ao

retornar para a escola, ao entrar em sala o professor permita a criança recontar a

história da maneira que ela entendeu. Segundo Betty Coelho,(1991): ”O

compromisso do narrador é com a história, enquanto fonte de satisfação de

necessidades básicas das crianças.”

De acordo com Betty Coelho, na sua citação acima, o professor quanto

contador da história deverá mostrar prazer ao contar a história, levando a criança a

despertar o gosto pela leitura, só assim ela vai querer sempre ler. Nos diz GOTILIB

(2000): “Enumerar as fases da evolução do conto seria percorrer a nossa própria

história, a história de nossa cultura, detectando os momentos da escrita que a

representam” (p.6).

A história é fundamental tanto na formação educativa quanto na formação

cultural da criança. O conto infantil supre a necessidade da curiosidade e descoberta

que a criança possui. Contar histórias é, acima de tudo, parte do dia-a-dia, como

afirma GOTLIB (2000), em seu dizer acima. Existem autores que, dentre todos os

recursos e formas de apresentação das histórias, elejam a simples narrativa como a

mais encantadora maneira de contar uma história. Afirma COELHO (1998, p.31):

Esta é sem dúvida, a mais fascinante de todas as formas, a mais antiga, tradicional, e autêntica expressão do contador de histórias. Não requer nenhum acessório e se processa por meio da voz do narrador, de sua postura. Este, por sua vez, com as mãos livres, concentra toda a sua força na expressão corporal. Contos de fadas, eu sempre conto sob a forma de simples narrativa. Que gravura mostraria o esplendor do baile de Cinderela, ou a emoção da fuga ao soar das badaladas da meia-noite?

A história na escola é de grande parceria quando contextualizada.A

contextualização permite a interligação dos fatos levando à interpretação,

desenvolvendo assim o senso crítico do ouvinte, que neste caso é um educando.

Saber contar uma história é, acima de tudo, saber para quem se conta, seu

entendimento e seu interesse.A contextualização permite a interligação dos fatos

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levando à interpretação, desenvolvendo assim o senso crítico do ouvinte, que neste

caso é um educando. Saber contar uma história é, acima de tudo, saber para quem

se conta, seu entendimento e seu interesse. Uma história é um ótimo “pretexto” para

a criação coletiva. Este estilo de atividade pode ser colocado em prática de diversas

formas: continuando histórias, construindo textos individuais redigidos pelo

professor, construindo textos coletivos em que o grupo chega a um consenso de

cada acontecimento, construindo textos coletivos em que cada criança cria uma

parte do texto. COELHO (1998), afirma que a escolha da história funciona como

uma chave mágica e tem importância decisiva no processo narrativo.Por isso, que o

professor deve estar atento no que vai passar aos seus alunos principalmente para

os pequenos que estão sempre de anteninhas ligadas.

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CONCLUSÃO FINAL

Através, dos estudos realizados para a elaboração deste trabalho,

possivelmente percebe se, a importância da história através dos tempos no campo

social, religioso.

Constatamos que através dos tempos as histórias se modificaram, mas não

deixaram de despertar curiosidade e encantamento. A escola atual usa novos

métodos e técnicas criativas que facilitem a aprendizagem do educando. Por muitas

vezes desperdiça um hábito antigo e ao mesmo tempo tão atual, desde que

contextualizado a contação de histórias.

Na conclusão desta monografia notei que as histórias alimentam a

imaginação promovem a interpretação e que o professor que demonstra

disponibilidade e interesse para ouvir as histórias cotidianas de seus alunos contribui

para a formação de um bom contador e um bom ouvinte. Conferimos que a prática

da contação de histórias deve obedecer a critérios de escolha que variam de

ocasião, fatores físicos, psicológicos à faixa etária. Saber escolher uma história é o

primeiro passo para o sucesso. Foi possível observar, através deste trabalho, que as

histórias são essenciais para o desenvolvimento da criatividade, da socialização, da

linguagem, da expressão corporal e oral, da capacidade de opinar, argumentar e

escolher, da coordenação motora, da expressão artística. O professor que planeja

as atividades decorrentes da história tendo tais objetivos citados em vista contribui

para que a criança estabeleça desde cedo uma relação de prazer com a leitura e a

escrita, seja na família ou na escola, ela passa a encarar e entender as situações

vivenciadas por ela com uma ótica crítica, criativa, inquieta e viva.

Espero que este trabalho contribua para que as contações de histórias e

dramatizações sejam vistas também como atividades na escola.

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