aglomeração produtiva de equipamentos de saúde no corede ... · no contexto do projeto...
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Fundação de Economia e Estatística
Centro de Estudos Econômicos e Sociais (CEES)
Núcleo de Análise Setorial (NAS)
AGLOMERAÇÃO PRODUTIVA DE EQUIPAMENTOS DE SAÚDE
NO COREDE SUL
RELATÓRIO I
Pesquisadores
Álvaro Antonio Louzada Garcia Áurea Corrêa de Miranda Breitbach
Bolsista FAPERGS
Pietro G. Vicari de Oliveira
Porto Alegre, outubro de 2013
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SECRETARIA DO PLANEJAMENTO, GESTÃO E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ FUNDAÇÃO DE ECONOMIA E ESTATÍSTICA Siegfried Emanuel Heuser CONSELHO DE PLANEJAMENTO: Presidente: Adalmir A. Marquetti. Membros: André F. Nunes de Nunes, Angelino Gomes Soares Neto, Julio César Ferraza, Fernando Ferrari Filho, Ricardo Franzói e Leonardo Ely Schreiner. CONSELHO CURADOR: Luciano Feltrin, Olavo Cesar Dias Monteiro e Gérson Péricles Tavares Doyll. DIRETORIA
PRESIDENTE: ADALMIR ANTONIO MARQUETTI DIRETOR TÉCNICO: ANDRÉ LUIS FORTI SCHERER DIRETOR ADMINISTRATIVO: ROBERTO PEREIRA DA ROCHA
CENTROS ESTUDOS ECONÔMICOS E SOCIAIS: Renato Antonio Dal Maso PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO: Dulce Helena Vergara INFORMAÇÕES ESTATÍSTICAS: Juarez Meneghetti INFORMÁTICA: Valter Helmuth Goldberg Junior DOCUMENTAÇÃO E DIFUSÃO DE INFORMAÇÕES: Tânia Leopoldina P. Angst RECURSOS: Maria Aparecida R. Forni
Esta pesquisa, financiada pela Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento
(AGDI), da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, foi desenvolvida pelo
Núcleo de Análise Setorial, do Centro de Estudos Econômicos e Sociais da Fundação de Economia e
Estatística Siegfried Emanuel Heuser, Secretaria do Planejamento, Mobilidade e Desenvolvimento
Regional do Governo do Estado do Rio Grande do Sul.
Como referenciar este trabalho: BREITBACH, Áurea Corrêa de Miranda; GARCIA, Álvaro Antônio Louzada. Aglomeração produtiva de
equipamentos de saúde no Corede Sul. Relatório I. Porto Alegre: FEE, 2013. Relatório do Projeto Estudo
de Aglomerações Industriais e Agroindustriais no RS. Disponível em:< http://www.fee.rs.gov.br/publicacoes/relatorios/>.
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Sumário
Introdução .................................................................................................................................... 04 1. Caracterização do território: elementos geográficos, demográficos e econômicos.....................................................................................................................................
04
2. Alguns elementos históricos ................................................................................................... 13 3. A indústria de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos no Brasil...............................................................................................................................................
15
4. Elementos para caracterização da aglomeração produtiva equipamentos de saúde................................................................................................................................................
18
Considerações finais ..................................................................................................................... 28 Referências .................................................................................................................................... 30 Anexo ............................................................................................................................................. 31
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Introdução
No contexto do projeto denominado Estudo de aglomerações industriais e agroindustriais no
Rio Grande do Sul, a aglomeração produtiva de equipamentos de saúde foi identificada seguindo
orientação metodológica adotada pela pesquisa. Essa aglomeração está situada no bloco caracterizado
como de menor desenvolvimento relativo do Estado, sendo, por isso, o objetivo último deste trabalho
justamente o de buscar alternativas de crescimento da região onde se localiza essa atividade.
O presente texto visa esboçar um primeiro perfil da aglomeração, que será aprofundado e ampliado
a partir da pesquisa de campo a ser desenvolvida na sequência. O texto está composto pelas seguintes
partes: caracterização do território (elementos geográficos, demográficos e econômicos), alguns elementos
históricos, a indústria de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos no Brasil, elementos para a
caracterização do aglomerado produtivo e considerações finais.
1. Caracterização do território: elementos geográficos, demográficos e
econômicos
A aglomeração produtiva de equipamentos de saúde situa-se no Corede Sul, cujas principais
cidades são Pelotas e Rio Grande. O Corede ocupa uma superfície de 34.938,2 km², o que corresponde a
12,4% da área total do Estado. É formado por 22 municípios, cujas população e área são apresentadas a
seguir (Tabela 1).
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Tabela 1 População e área do Corede Sul — 2010
MUNICÍPIOS
POPULAÇÃO ÁREA (km²)
Rural Urbana Total Taxa Urbana
Amaral Ferrador .................................... 4.487 1.866 6.353 29,4 506,5
Arroio do Padre ..................................... 2.276 454 2.730 16,6 124,3
Arroio Grande ....................................... 2.385 16.085 18.470 87,1 2.513,6
Canguçu ................................................ 33.565 19.694 53.259 37,0 3.525,3
Capão do Leão ...................................... 1.916 22.382 24.298 92,1 785,4
Cerrito ................................................... 2.655 3.747 6.402 58,5 451,7
Chuí ....................................................... 220 5.697 5.917 96,3 202,6
Herval .................................................... 2.234 4.519 6.753 66,9 1.757,8
Jaguarão ............................................... 1.826 26.105 27.931 93,5 2.054,4
Morro Redondo ..................................... 3.579 2.648 6.227 42,5 244,6
Pedras Altas .......................................... 1.444 768 2.212 34,7 1.377,4
Pedro Osório ......................................... 510 7.301 7.811 93,5 608,8
Pelotas .................................................. 22.082 306.193 328.275 93,3 1.610,1
Pinheiro Machado ................................. 2.996 9.784 12.780 76,6 2.249,6
Piratini ................................................... 8.271 11.570 19.841 58,3 3.539,7
Rio Grande ............................................ 7.799 189.429 197.228 96,0 2.709,5
Santa Vitória do Palmar ........................ 4.100 26.890 30.990 86,8 5.244,4
Santana da Boa Vista ........................... 4.519 3.723 8.242 45,2 1.420,6
São José do Norte ................................ 8.120 17.383 25.503 68,2 1.118,1
São Lourenço do Sul ............................. 18.874 24.237 43.111 56,2 2.036,1
Tavares ................................................. 2.052 3.299 5.351 61,7 604,3
Turuçu ................................................... 2.035 1.487 3.522 42,2 253,6
Total do Corede ................................... 137.945 705.261 843.206 83,6 34.938,2
RS ......................................................... 1.593.638 9.100.291 10.693.929 85,1 281.730,2
FONTE : FEEDADOS.
A população total do Corede é de 843.206 habitantes, o que representa cerca de 7,9% da população
total do Estado. O Município de Pelotas é o mais populoso, com 328.275 habitantes, seguido pelo de Rio
Grande, com 197.228 habitantes. Assim, esses dois municípios, cuja distância entre as respectivas sedes é
de 52 km, concentram 63,2% da população total do Corede Sul.
A taxa de urbanização — que consiste na proporção da população residindo na área urbana do
município — é bastante significativa no Corede, atingindo 83,6%. Sabendo que a taxa de urbanização do
Estado é de 85,1%, pode-se dizer que o Corede se aproxima da média.
Entretanto, os Municípios de Pelotas e Rio Grande apresentam taxas de urbanização mais elevadas:
93,3% e 96% respectivamente. Há ainda outros municípios do Corede Sul que apresentam coeficientes de
urbanização acima da média, como Chuí, Pedro Osório, Jaguarão, Capão do Leão, todos acima de 90%.
Porém, essas informações devem ser interpretadas com cuidado, tendo em vista as discrepâncias
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populacionais e as diferenças econômicas entre esses municípios. Os dois primeiros se constituem num
aglomerado urbano que abriga atividades industriais e de serviços de considerável valor produtivo e
altamente empregadoras. Nesse contexto se está, de fato, frente ao fenômeno da urbanização. Nos outros
quatro municípios, por seu turno, as taxas de urbanização não refletem a mesma realidade, pois se trata de
municípios menores, onde a urbanização da população está mais ligada às atividades de serviços,
sobretudo ao comércio, num contexto produtivo de predominância agrícola. As atividades rurais extensivas,
características dessa região, não ensejam, como se sabe, presença significativa de população no campo.
Analisando o conjunto da população do Corede no período 2000-10 (Tabela 2), observa-se que
houve um crescimento de 2% no período, o que significa menos da metade da taxa de crescimento da
população do Estado (5%). Do ponto de vista particular a cada município, o comportamento populacional
mostra-se bastante heterogêneo. No que diz respeito aos principais municípios do Corede, cumpre salientar
a importância da taxa de crescimento de Rio Grande, que foi de 5,7% no período, refletindo o dinamismo
recente aportado pelas atividades ligadas à construção naval. No que respeita ao Município de Pelotas, a
taxa de crescimento foi de 1,6%, o que não parece, à primeira vista, um percentual elevado. Porém, deve-se
levar em conta que esse é o município com o maior contingente populacional do Corede, representando
quase 40% da população total deste.
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Tabela 2 Variação populacional do Corede Sul — 2000-10
A análise da distribuição da população por faixa etária revela, grosso modo, alguma semelhança
entre o Corede Sul e o Estado do RS (Gráfico 1). Tem-se a ressaltar, entretanto, que a população na faixa
etária onde seria predominante a atividade econômica do Corede (de 20 a 49 anos) é proporcionalmente
menor do que a mesma faixa etária no Estado. Por outro lado, as parcelas da população com idade superior
a 50 anos são mais significativas no Corede do que no Estado.
Município taxa cresc. %
Amaral Ferrador 10,7
Arroio Grande -3,6
Canguçu 3,5
Capão do Leão 2,4
Cerrito -7,6
Chuí 14,5
Herval -20,4
Jaguarão -7,2
Morro Redondo 3,8
Pedro Osório -3,7
Pelotas 1,6
Pinheiro Machado -12,4
Piratini 2,2
Rio Grande 5,7
Santa Vitória do Palmar -6,9
Santana da Boa Vista -4,4
São José do Norte 7,2
São Lourenço do Sul -1,3
Tavares 0,2
Turuçu -5,1
Total do Corede 2,0
Rio Grande do Sul 5,0
Fonte : FEE Dados
Obs . Os municípios Arroio do Padre e
Pedras Altas não exis tiam em 2000.
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Gráfico 1 População, por faixa etária, no Corede Sul e no Estado do RS — 2010
No que concerne à qualidade de vida da população do Corede sob análise, pode-se tomar como
referência o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) da FEE, que leva em conta os aspectos
educação, renda, saneamento e saúde, sendo que, o do ano de 2009 é o mais recente em disponibilidade
no momento.
Tabela 3
Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) no Corede Sul e no RS — 2005 e 2009
DISCRIMINAÇÃO
IDESE
2005 2009
Corede Sul .................. 0,733 0,761
Pelotas ......................... 0,757 0,77
Rio Grande .................. 0,772 0,813
RS ................................ 0,761 0,776 FONTE: FEE.
A análise do Idese, comparando dois pontos na primeira década dos anos 2000, mostra que tanto o
Corede Sul como o Estado apresentaram melhoria de situação. Entretanto, a qualidade de vida no Corede
teve um salto maior do que no Estado. Em termos da taxa de crescimento do Idese, constatou-se que o
Estado melhorou em 2% seu índice, enquanto, no Corede, a melhoria foi de 3,8% entre 2005 e 2009. Os
dois principais municípios do Corede (Rio Grande e Pelotas) apresentam índices de desenvolvimento
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
De 0 a14 anos
De 15 a19 anos
De 20 a29 anos
De 30 a39 anos
De 40 a49 anos
De 50 a59 anos
De 60 a69 anos
De 70 a79 anos
De 80anos emais
Corede RGS
%
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socioeconômico que se aproximam da média do Estado, sendo que Rio Grande a supera
consideravelmente. Neste município, o bloco renda — dentre os quatro que compõem o índice — era de
0,774 em 2005, tendo passado a 0,909 em 2009 (aumento de 17,44%).
Figura 1
Corede Sul
Em termos de valor da produção, o perfil econômico do Corede Sul caracteriza-se pela
predominância do setor serviços. Os dados de Valor Adicionado Bruto (VAB) para 2010 revelam a seguinte
distribuição setorial: agropecuária, 11,26%; indústria, 24,08%; e serviços, 64,66%. No que diz respeito aos
dois municípios mais importantes do Corede, o VAB distribui-se da seguinte maneira (Gráfico 2):
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Gráfico 2
Valor Adicionado Bruto, por setores, em Rio Grande e Pelotas — 2010
FONTE: FEEDADOS.
Se se considerarem as dimensões territoriais do Corede Sul, observa-se que a maior área abriga
atividades agropecuárias, sendo que a indústria está concentrada nas zonas urbanas dos Municípios de
Pelotas e Rio Grande. A Tabela 4, a seguir, expõe a representatividade da atividade industrial por município,
do ponto de vista da produção e do emprego.
Rio Grande detém quase 62% do valor adicionado bruto industrial e emprega perto de 30% da mão
de obra industrial do Corede. Esses valores permitem inferir que há utilização intensiva de mão de obra
nessa atividade.
Pelotas, por outro lado, ocupa 45% da mão de obra industrial do Corede, produzindo cerca de 23%
em valor da produção, o que tende a apontar para um perfil tecnológico tradicional, com uma proporção
maior de mão de obra.
Assim, fica claro que esses dois municípios são os mais importantes do Corede, do ponto de vista
das atividades industriais. Quanto aos demais municípios, a presença da indústria mostra-se muito pouco
significativa, à exceção de Capão do Leão, que tem uma participação industrial discreta (concentrada na
produção alimentícia).
3%
19%
78%
PELOTAS
Agropecuária Indústria Serviços
3%
35%
62%
RIO GRANDE
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Tabela 4
Uma vez reconhecida a importância de Pelotas e Rio Grande no contexto industrial do Corede Sul,
resulta interessante caracterizar o perfil industrial dessas cidades quanto às atividades ali desenvolvidas,
para melhor compreender o contexto onde o aglomerado de equipamentos de saúde está inserido. Para
tanto, foram tomadas as divisões CNAE 2.0 referentes ao emprego na indústria de transformação, conforme
a Tabela 5.
Valor Adicionado Bruto dos municípios do Corede, a preço básico da indústria em 2009 e do emprego industrial em 2010
MUNICÍPIOS VAB INDUSTRIAL
(%) EMPREGO
INDUSTRIAL(%)
Amaral Ferrador ......................... 0,10 0,01
Arroio do Padre .......................... 0,08 -
Arroio Grande ............................ 0,90 0,65
Canguçu ..................................... 1,25 0,90
Capão do Leão .......................... 4,21 8,07
Cerrito ........................................ 0,13 0,52
Chuí ........................................... 0,17 0,11
Herval ......................................... 0,15 0,08
Jaguarão .................................... 0,83 0,26
Morro Redondo .......................... 0,60 5,61
Pedras Altas ............................... 0,08 0,07
Pedro Osório .............................. 0,23 1,08
Pelotas ....................................... 23,42 45,02
Pinheiro Machado ...................... 1,19 0,83
Piratini ........................................ 0,54 1,73
Rio Grande ................................. 61,93 29,89
Santa Vitória do Palmar ............. 1,42 0,48
Santana da Boa Vista ................ 0,15 0,01
São José do Norte ..................... 0,65 1,50
São Lourenço do Sul ................. 1,63 2,04
Tavares ...................................... 0,26 0,85
Turuçu ........................................ 0,08 0,30
Total do Corede ........................ 100,00 100,00 FONTE: FEE. RAIS/MTE.
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Tabela 5
Estrutura do emprego na indústria de transformação em Pelotas e Rio Grande — 2010
DIVISÕES CNAE 2.0
MUNICÍPIOS
Pelotas % Rio Grande %
Produtos alimentícios .................................................................................................... 4.645 59,0 2.459 45,9
Bebidas .......................................................................................................................... 249 3,2 0 0,0
Produtos do fumo .......................................................................................................... 6 0,1 0 0,0
Produtos têxteis ............................................................................................................. 17 0,2 0 0,0
Produtos de madeira ..................................................................................................... 122 1,6 176 3,3
Celulose, papel e produtos de papel ............................................................................. 26 0,3 2 0,0
Impressão e reprodução de gravações ......................................................................... 66 0,8 20 0,4
Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis ........................................... 0 0,0 300 5,6
Produtos químicos ......................................................................................................... 64 0,8 1.324 24,7
Produtos farmoquímicos e farmacêuticos ..................................................................... 74 0,9 0 0,0
Produtos de borracha e de material plástico ................................................................. 414 5,3 0 0,0
Produtos de minerais não metálicos .............................................................................. 463 5,9 22 0,4
Metalurgia ...................................................................................................................... 55 0,7 0 0,0
Produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos .................................................. 343 4,4 125 2,3
Equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos .............................. 105 1,3 0 0,0
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos .................................................................... 79 1,0 0 0,0
Máquinas e equipamentos ............................................................................................. 316 4,0 280 5,2
Veículos automotores, reboques e carrocerias ............................................................. 80 1,0 1 0,0
Outros equipamentos de transporte, exceto veículos automotores ...................... 121 1,5 571 10,7
Móveis ........................................................................................................................... 76 1,0 0 0,0
Produtos diversos ....................................................................................................... 548 7,0 79 1,5
TOTAL DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO ......................................................... 7.869 100,0 5.359 100,0 FONTE: RAIS/MTE, 2010. (1) Estão marcadas em negrito as divisões onde se situam as classes de atividade diretamente relacionadas ao aglomerado de equipamentos de saúde.
Na comparação entre as duas cidades, fica claro que o perfil de Pelotas é mais diversificado do que
o de Rio Grande, tendo emprego em quase todas as divisões da indústria, embora, em algumas, seja pouco
significativo. Isso, contudo, não traz ao tecido industrial pelotense a característica de diversificação
propriamente dita. A Tabela 5 mostra que a indústria de produtos alimentícios detém praticamente 60% do
emprego, sendo que os demais 40% estão dispersos por grande número de atividades. Pode-se considerar,
nesse caso, que o tecido industrial de Pelotas tenderia à especialização, mas conservando um potencial de
diversificação que poderia ser acionado mediante políticas específicas.
Rio Grande, por sua vez, tem a indústria voltada principalmente para produtos alimentícios e
produtos químicos, tendo cerca de 70% do emprego nessas duas atividades. A produção de embarcações e
estruturas flutuantes, oriunda do Polo Naval, aparece na divisão “outros equipamentos de transporte, exceto
veículos automotores”, com mais de 10% do emprego da indústria local. Há outros ramos de produção
relativamente significativos, em Rio Grande, como o de máquinas e equipamentos e o de produtos de
madeira, com 5,2% e 3,3% do emprego respectivamente.
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Tendo em vista que o objeto deste trabalho é o aglomerado produtivo de equipamentos de saúde,
cabe ressaltar que as classes de atividades ligadas ao setor integram as divisões que, na Tabela 5, recebem
nota específica e estão localizadas no Município de Pelotas. A análise e a caracterização do aglomerado,
em suas diversas classes, são efetuadas na parte 4 deste texto.
Cumpre salientar ainda que a utilização da regionalização baseada nos Corede resulta de uma
opção tomada para o conjunto dessa pesquisa sobre aglomerações produtivas no Estado. Porém, no caso
do presente estudo, que trata do aglomerado de equipamentos de saúde, é lícito evocar a existência de uma
outra regionalização abrangendo os principais municípios industriais em questão, que é a Aglomeração
Urbana do Sul (Ausul). A partir da Lei Complementar 11.876 (dezembro de 2003), essa aglomeração é
formada pelos seguintes municípios: Pelotas, Rio Grande, Capão do Leão, Arroio do Padre e São José do
Norte.1 As aglomerações urbanas institucionalizadas expressam a intensidade da urbanização em alguns
municípios territorialmente agrupados do Estado, a ponto de que devam ser destacados dos demais. Assim,
confirma-se a função polarizadora de Pelotas e Rio Grande no sul do RS.
2. Alguns elementos históricos
As cidades de Pelotas e Rio Grande estão entre as mais antigas áreas urbanizadas do Estado, e o
desenvolvimento industrial que conheceram precedeu o de Porto Alegre. Segundo Singer (1977, p. 172),
É forçoso concluir que o início da industrialização que se assiste no Rio Grande do Sul, antes da
década dos 90 [do século XIX, é claro], tem antes seu centro em Rio Grande e Pelotas do que na
Capital. Esse fato se explica não só pelo maior desenvolvimento comercial do hinterland agrícola
daquelas cidades, mas também porque as empresas industriais, que se estabelecem em Rio Grande,
não visam apenas o mercado regional, mas sobretudo o mercado nacional.
Anterior ao início da industrialização, entretanto, o ciclo do charque (1815-80) trouxera grande
dinamismo econômico ao Estado, cujo epicentro fora Pelotas. Aí surgiram, no final do século XVIII, as
primeiras grandes charqueadas, que se expandiram paulatinamente a outras cidades do sul do Estado. Elas
foram a mais importante atividade econômica no decorrer do século XIX e a que mais empregou escravos
no RS. A produção destinava-se basicamente a alimentar escravos e populações pobres de outros estados
brasileiros. Em contrapartida, o Estado adquiria gêneros alimentícios (como açúcar e café) e alguns produtos
manufaturados. Do exterior era importada, segundo Singer (p.170), grande variedade de manufaturas, tais
como tecidos de algodão, viaturas, artigos de ferro e aço, dentre outros.
Em sua análise sobre a origem da industrialização no RS, Singer constata que esta se deu por
substituição de importações, ou seja, começaram a ser manufaturados localmente grande parte dos
1 As aglomerações urbanas do Estado do RS foram instituídas por lei e são em número de três. Além da Ausul, têm-se a do Nordeste e a do Litoral Norte.
Ver: <http://www.scp.rs.gov.br/atlas/conteudo.asp?cod_menu_filho=807&cod_menu=805&tipo_menu=POPULA&cod_conteudo=1398>. Acesso em 09.05.13.
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produtos antes importados. “A indústria rio-grandense penetra, assim, num mercado já existente, formado
graças à superioridade competitiva da indústria estrangeira, sobre o artesanato local” (p. 170).
Isso, entretanto, não significa que os primeiros estabelecimentos teriam sua produção voltada
majoritariamente ao mercado local ou regional. No caso da industrialização de Pelotas e Rio Grande,
diversos estudos apontam que as principais empresas estavam voltadas para o atendimento dos mercados
do centro do País, ao contrário de Porto Alegre, cujas indústrias produziam mais para o mercado estadual,
como apontam Alonso, Bandeira, Benetti (1994, p. 24). Os autores efetuam uma análise comparativa entre
os dois polos manufatureiros do Estado no início do século XX, a saber, a Capital e as Cidades de Pelotas e
Rio Grande, por meio da qual se pode depreender a importância que representavam as duas últimas
cidades. Conforme o Censo Industrial do Brasil de 1907, a indústria de Porto Alegre empregava 4.888
operários, ao passo que Pelotas e Rio Grande somavam 5.082 trabalhadores (p. 23). O parque fabril do sul
do Estado caracterizava-se pela predominância de grandes unidades produtivas e por uma modesta
diversificação em termos de ramos de produção.
A primeira grande empresa industrial do RS foi fundada por Carlos Guilherme Rheingantz, em 1874,
em Rio Grande. Cerca de 20 anos depois, a “União Fabril” já possuía três fábricas (tecidos de lã, tecidos de
algodão e aniagem). O mesmo empresário fundou ainda uma fábrica de chapéus, em Pelotas, no ano de
1881. Segundo Singer (1977, p. 171), a localização dessas unidades fabris em Pelotas e Rio Grande nada
tem de surpreendente, uma vez que o sul do Estado apresentava uma economia bem mais comercializada
que o norte nesse período. Outro fator de localização era a proximidade ao único porto marítimo do RS, o
que era essencial para agilizar a chegada das mercadorias às demais regiões do País. É bom lembrar que a
produção industrial de Pelotas e Rio Grande se destinava a abastecer o mercado nacional, “[...] aproveitando
as conexões com este mercado, já criadas pela exportação de produtos agropecuários”(Singer, 1977, p.
172).
Na medida em que o centro do País também se industrializava, a concorrência se intensificava
devido às vantagens de localização (proximidade dos principais mercados consumidores e das fontes de
matérias-primas). Assim, foram-se paulatinamente reduzindo os mercados para os manufaturados oriundos
da indústria gaúcha. O polo de Rio Grande e Pelotas, tendo em vista sua especialização em poucos
produtos, sofreu mais que a indústria da Capital, que, além de ser mais diversificada, dispunha de um
mercado consumidor promissor, inclusive pela proximidade com as regiões de imigração. Na análise de
Alonso, Bandeira, Benetti (1994, p. 29), as indústrias do sul do Estado “[...] não puderam contar com o apoio
de um mercado local de dimensões suficientes para assegurar a sua sobrevivência”. A crescente melhoria
nos transportes, salientam os autores, ampliava a extensão do mercado para as indústrias de Porto Alegre,
na direção do sul do Estado também.
Assim, a indústria do sul do Estado não logrou fazer face a essas dificuldades, engendrando-se um
processo de decadência, copiosamente tratado e demonstrado por meio de estatísticas no trabalho de
Alonso, Bandeira, Benetti (1994). Os autores fazem notar que esse “[...] fraco desempenho se fez sentir
mesmo em períodos de grande expansão econômica nacional e estadual” (p. 57).
15
A perda de dinamismo, entretanto, não significou o desaparecimento das atividades manufatureiras
nessa região, mas seu peso econômico e seu potencial de crescimento se mostraram consideravelmente
limitados no decorrer de todo o século XX. Conforme evocado pelos autores acima citados, “[...] restou um
parque industrial mais especializado ainda, onde predomina o gênero produtos alimentares (carne,
conservas de frutas e, mais recentemente, arroz)” (p. 69).
Essas breves considerações históricas, muito sinteticamente evocadas, têm o simples objetivo de
resgatar a importância industrial que tiveram as Cidades de Pelotas e Rio Grande, permanecendo ainda hoje
um dos mais importantes aglomerados urbanos do Estado.
Embora a análise da situação econômica atual desses municípios não figure entre os objetivos do
presente texto, cumpre notar que o surgimento, em anos mais recentes, de empresas ligadas ao setor de
equipamentos de saúde no Município de Pelotas, notadamente, parece beneficiar-se, de alguma maneira, do
contexto urbano-industrial dessa aglomeração.
De fato, Rio Grande e Pelotas constituem-se em polos fornecedores de serviços à população de
muitas cidades da região agropastoril do Estado, sobretudo na área da saúde e da educação. A presença de
três grandes universidades2 no aglomerado exerce uma atração considerável, com amplas consequências
sobre o crescimento e a diversificação de serviços e outras atividades. É importante salientar a presença de
três faculdades de medicina e uma de veterinária, o que permite imaginar o desenvolvimento de serviços à
população, através de hospitais universitários, bem como das atividades de pesquisa na área da saúde,
tanto humana como animal.
Assim, é lícito considerar que o aglomerado urbano de Pelotas e Rio Grande possa fornecer
atrativos locacionais para indústrias de produtos relacionados à área da saúde. Embora em caráter
incipiente na atualidade, um aglomerado produtivo especializado pode ser vislumbrado na região, tendo em
vista a identificação, por meio desta pesquisa, de, pelo menos, quatro empresas produtoras de
equipamentos médico-hospitalares em Pelotas. Na eventualidade de que tal hipótese venha a se confirmar,
estar-se-á constatando o surgimento de um setor produtivo que contribuirá para a diversificação produtiva e
o consequente fortalecimento da economia local.
3. A indústria de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos
no Brasil
A indústria de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos (EMHO) faz parte do chamado
Complexo Industrial da Saúde (CIS), que está dividido em três grandes segmentos: o da indústria de base
química e biotecnológica, o da indústria de base mecânica, eletrônica e de materiais e o de serviços da
2 Universidade Federal de Pelotas, Universidade Federal de Rio Grande e Universidade Católica de Pelotas (no Anexo, constam os cursos de graduação ligados à área da saúde oferecidos por cada uma delas).
16
saúde3. O primeiro engloba a produção de medicamentos, fármacos, vacinas, hemoderivados, soros, toxinas
e reagentes para diagnóstico; no segundo, estão incluídos os equipamentos mecânicos e eletrônicos, as
próteses e órteses, além de materiais de uso corrente; já o terceiro segmento agrega hospitais, ambulatórios
e serviços de diagnóstico.
O objeto deste estudo é analisar o segundo segmento do CIS: a indústria de base mecânica,
eletrônica e de materiais, também conhecida como indústria de equipamentos médicos, hospitalares e
odontológicos. Essa indústria tem seus interesses representados pela Associação da Indústria de Artigos e
Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo). Criada em 1962, essa
associação tem como objetivo “[...] trabalhar em prol da indústria nacional e garantir a qualidade e a
segurança dos equipamentos médico-hospitalares produzidos no país” (Abimo, 2013). A Abimo atua em seis
setores, a saber: o de equipamentos médicos (mobiliários, eletromédicos, instrumentos cirúrgicos,
equipamentos fisioterápicos e hotelaria), o de implantes (ortopédicos, neurológicos, cardíacos e outros), o de
laboratório (equipamentos, reagentes e outros produtos de consumo), o de materiais de consumo médico-
hospitalar (hipodérmicos, têxteis, adesivos e outros), o de odontologia (equipamentos, materiais de consumo
e instrumentais) e o de radiologia (aparelhos, acessórios e materiais de consumo).
Globalmente, a indústria de EMHO “[...] caracteriza-se por elevados esforços de inovação, que
utilizam e agregam tecnologias de diferentes áreas do conhecimento, como microeletrônica, mecânica de
precisão e química fina [...]” (PIERONI et al., 2010, p. 188). No entanto,
[...] há uma grande heterogeneidade, em termos de tecnologia, materiais e utilização, dos insumos e
equipamentos, o que gera lógicas de concorrência distintas nos diferentes segmentos da indústria de
EMHO. Há desde aparelhos e acessórios simples, de baixa intensidade tecnológica, até equipamentos
que agregam diversas tecnologias sofisticadas. Esse fato implica até dificuldades para a
homogeneização das classificações internacionais do setor (PIERONI et al., 2010, p. 188).
O estudo supracitado afirma ainda que, no caso de equipamentos e materiais de alto conteúdo
tecnológico — como ressonância magnética e diagnóstico por imagem —, o padrão de concorrência
predominante dá-se através da diferenciação do produto, ao passo que “[...] em produtos acessórios mais
simples, como luvas e seringas, a competição é fundamentada em custo de produção, com produtos
relativamente homogêneos, embora com significativas exigências de qualidade e atendimento a normas
regulatórias” (PIERONI et al., 2010, p.189).
No Brasil, a indústria de EMHO caracteriza-se pela predominância de empresas de pequeno e
médio portes, com baixa e média tecnologia. Verifica-se uma concentração espacial no Estado de São
Paulo, onde se localizam 75% das empresas. O setor atende a cerca de 55% da demanda nacional de
EMHO4, e os segmentos de produtos odontológicos, implantes e materiais de consumo são os mais
dinâmicos. A grande maioria das firmas possui capital de origem nacional, embora a presença de grandes
grupos internacionais seja cada vez mais nítida (sobretudo por meio de fusões e aquisições) — (PIERONI et
al., 2010).
3 Ministério da Saúde, Programa Mais Saúde.
4 IEMI, 2009.
17
Os segmentos produtivos da indústria de EMHO estão, grosso modo, inseridos em duas classes da
Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE 2.0): na classe 3250-7 — Fabricação de
instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos — e na classe 2660-4 —
Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e equipamentos de irradiação.
Conforme a Abimo, em 2010 o PIB desses dois agregados alcançava a soma de R$ 1,721 bilhão,
sendo a classe 3250-7 responsável por R$ 1,523 bilhão, e a classe 2660-4, pelos outros R$ 198 milhões.
Considerando que, nesse ano, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro foi de cerca de R$ 3,675 trilhões, tem-
se, nesse total, uma participação de 0,045% da classe 3250-7 e de 0,005% da classe 2660-4. Ainda
segundo a Abimo, o consumo aparente, em 2010, foi de, aproximadamente, R$ 10,7 bilhões, sendo 39%
desse total atendido pela produção nacional. Naquele ano, as exportações alcançaram US$ 735 milhões, e
as importações, US$ 3,9 bilhões (ABIMO, 2013).
Já de acordo com os dados de 2010 da Pesquisa Industrial Anual (PIA), do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), a participação do Valor da Produção dos produtos incluídos no código
ProdList 3250 — Fabricação de instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos
ópticos — no total Valor da Produção dos produtos e/ou serviços industriais foi de 0,231%, e a participação
dos produtos inseridos no código ProdList 2660 — Fabricação de equipamentos eletromédicos e
eletroterapêuticos — foi de 0,026% (IBGE, 2011).
Por outro lado, a produção gaúcha de EMHO é bastante reduzida frente ao conjunto da produção
nacional. A Tabela 6 mostra dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE) referentes ao ano de 2010. Nela, é possível observar o número de
estabelecimentos e empregados das classes CNAE 2.0 3250-7 e 2660-4 em algumas unidades da
Federação e no Brasil como um todo. Fica clara a expressiva participação de São Paulo na produção dos
bens dessas duas classes, como evocado anteriormente. O Rio Grande do Sul, na classe 3250-7, ocupa o
quinto lugar, com 8,0% dos estabelecimentos e 5,3% dos empregos. Já na classe 2660-4, é o quinto em
estabelecimentos — 2,4% do total — e o quarto em número de empregados — 2,7% do total.
Considerando que a população gaúcha representava, em 2010, 5,6% da nacional e que a
participação do PIB gaúcho nos últimos 20 anos tem oscilado entre 6,5% e 7,0 % do PIB brasileiro, vê-se
que, de uma maneira geral, a participação do número empregados na classe 3250-7 do Estado é compatível
com seu peso no cenário nacional, o mesmo não acontecendo em relação à classe 2660-4, em que a
participação relativa do número de empregados é inferior à representatividade do Rio Grande do Sul na
população e na economia brasileiras.
18
Tabela 6
Número de estabelecimentos e de empregados em classes CNAE 2 selecionadas no Brasil — 2010
ESTADOS E PAÍS CLASSE 3250-7
CLASSE 2660-4
Estabelecimentos % Empregos %
Estabelecimentos % Empregos %
São Paulo ................ 1.046 38,7 24.667 54,2 181 63,1 3.647 72,4
Rio de Janeiro ......... 154 5,7 5.114 11,2 11 3,8 66 1,3
Minas Gerais ........... 355 13,1 4.359 9,6 35 12,2 556 11,0
Paraná ..................... 226 8,4 3.127 6,9 29 10,1 363 7,2
Rio Grande do Sul 217 8,0 2.403 5,3 7 2,4 135 2,7
Outros ..................... 707 26,1 5.852 12,9 24 8,4 267 5,3
Brasil ...................... 2.705 100,0 45.522 100,0 287 100,0 5.034 100,0 FONTE DOS DADOS BRUTOS: RAIS/MTE.
4. Elementos para caracterização da aglomeração produtiva
equipamentos de saúde
Quando da análise inicial para delimitar as aglomerações produtivas (APs) nos respectivos Coredes
do Rio Grande do Sul, observou-se que, no Corede Sul, a classe CNAE 2.0 3250-7 — Fabricação de
instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos — reunia as precondições
necessárias para ser uma dessas aglomerações, porque, em 2010, atendia a todos os requisitos do filtro
básico, conforme ver-se-á mais abaixo. Uma vez identificada através do filtro básico, para ser selecionada a
aglomeração deveria atender, pelo menos, a um de três outros pré-requisitos: ou ter importância relativa na
geração de empregos, ou ser intensiva em tecnologia, ou ainda situar-se numa região com menor nível de
desenvolvimento relativo, vale dizer, num Corede onde o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico
(Idese) fosse inferior ao da média do Estado5. Foi por esse último pré-requisito que a aglomeração produtiva
em pauta foi inicialmente selecionada. No entanto, no desenvolver do trabalho observou-se que ela poderia
também se enquadrar no bloco relativo à intensidade tecnológica. Vejamos o porquê disso.
Dos nove pré-requisitos para classificar uma determinada classe da CNAE 2.0 no bloco 2,
Aglomeração de Empresas Intensivas em Tecnologia, os estabelecimentos agrupados na classe 3250-7 do
Corede Sul satisfaziam a oito deles. Daqueles do filtro básico, esse aglomerado apresentou o Quociente
Locacional (QL) emprego igual a 7,76 (filtro ≥ 1), o QL estabelecimentos foi 1,44 (filtro ≥ 1), o total de
empregos atingiu 511 (filtro > 100), o de estabelecimentos chegou a 10 (filtro ≥ 10) e a participação do valor
das saídas dessa classe no Valor total das saídas do Corede Sul foi de 1,5% ( filtro ≥ 0,5%). Já nos critérios
referentes às aglomerações intensivas em tecnologia, os estabelecimentos da classe 3250-7 do Corede Sul
superaram três das quatro restrições. Além de a atividade ser classificada como de alta tecnologia (filtro ≥
média-alta), o percentual de empregados com curso superior completo foi de 13,9 (filtro ≥ 5%), e o valor das
5 Ver a respeito, Zanin et al. (2013).
19
saídas dessa classe no total do Valor de saídas do Corede Sul foi, com já mencionado, de 1,5% (filtro ≥ 1)6.
A última restrição, número de mestres e doutores > zero, foi superada com a inclusão, nessa aglomeração
produtiva, de duas outras classes CNAE 2.0, conforme descrito a seguir.
Na continuidade do estudo sobre a classe 3250-7, verificou-se que também poderiam ser incluídas
numa AP de equipamentos de saúde do Corede Sul as classes 2660-4 — Fabricação de aparelhos
eletromédicos e eletroterapeuticos e equipamentos de irradiação — e 3099-7 — Fabricação de
equipamentos de transporte não especificados anteriormente. Esta última poderia participar da AP porque,
no Corede Sul, pelo menos um dos três estabelecimentos nela classificados produz cadeiras de rodas e
outros veículos — com ou sem motor — para deficientes físicos.7
Em suma, através das observações disponíveis no atual estágio do trabalho, é razoável prever que
cerca de 14 estabelecimentos — 13 no Município de Pelotas e um em Rio Grande — da indústria de
transformação do Corede Sul seriam potencialmente aptos a fazer parte da AP — ou do APL —
equipamentos da saúde . Desses 14 estabelecimentos, 11 estão inseridos em duas classes da CNAE 2.0
vinculadas diretamente ao objeto de estudo do presente trabalho: são elas a classe 3250-7 — Fabricação de
instrumentos e materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos —, em que aparecem 10
estabelecimentos, e a classe 2660-4 — Fabricação de aparelhos eletromédicos e eletroterapêuticos e
equipamentos de irradiação —, em que aparece apenas um estabelecimento. Os outros três
estabelecimentos estão incluídos numa outra classe, a 3099-7 — Fabricação de equipamentos de transporte
não especificados anteriormente —, que engloba um agregado em que estão enquadrados diferentes
produtos. No entanto, como já mencionado, sabe-se que pelo menos um estabelecimento dessa classe
produz bens destinados aos deficientes físicos, passível, portanto, de ser inserido no aglomerado produtivo
em estudo.
Por outro lado, é bom lembrar que, conforme a metodologia utilizada no preenchimento dos dados
da RAIS, uma mesma empresa pode ter mais de um estabelecimento, uma vez que uma mesma razão
social (empresa) pode ter mais de um espaço físico (área contínua) onde a atividade é exercida. Em outras
palavras, uma mesma empresa pode, num mesmo município, ter mais de um local onde está estabelecida
(estabelecimento) Sendo assim, dos 14 estabelecimentos mencionados acima como passíveis de fazerem
parte da AP equipamentos de saúde, pode ser que dois, ou mais, façam parte de uma mesma empresa.
Como praticamente não existem trabalhos sobre o tema no Corede Sul, o número exato (ou aproximado) de
6 Neste trabalho, utilizou-se a taxonomia da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) como proxy da intensidade
tecnológica de setores da atividade produtiva (Ver Zanin et al., 2013). Por isso, considerou-se a indústria de equipamentos e instrumentos médico-
hospitalares, óticos e de precisão como sendo de alta intensidade tecnológica. No entanto, como observado na seção anterior, essa indústria
comporta uma ampla variedade de bens, inclusive de baixa e média intensidade tecnológica. Assim sendo, o desenvolvimento deste estudo, com a realização das oficinas de trabalho e o melhor conhecimento das empresas produtoras, esclarecerá a real intensidade tecnológica na produção dos
bens, do Corede Sul, incluídos nas classes CNAE 2.0 3250-7 e 2660-4. 7
Trata-se da Freedom Veículos Elétricos Ltda. Esta empresa, na verdade, deveria estar inserida na classe 3092-0, que inclui a fabricação, dentre
outros bens, daquele referente às cadeiras de rodas e outro veículos para deficientes físicos, com ou sem motor. Como nos dados da RAIS de 2010
da Cidade de Pelotas — e do Corede Sul — não existe nenhum estabelecimento na classe 3092-0, concluiu-se que possivelmente tenha ocorrido
uma imprecisão quando do preenchimento, pela empresa, do formulário da RAIS em 2010. Essa convicção deve-se também ao fato de que, nos dados de 2011, Pelotas aparece com três estabelecimentos na classe 3092-0 e nenhum na classe 3099-7. De qualquer forma, quando da pesquisa de
campo, pretende-se contatar diretamente essa empresa e dirimir a dúvida.
20
empresas e estabelecimentos desse agregado somente será mensurado posteriormente, por exemplo,
quando da realização das oficinas de trabalho.
De acordo com o único estudo sobre o tema a que se teve acesso até o momento — e sobre o qual
tratar-se-á mais adiante —, existem, nessa aglomeração, pelo menos quatro empresas. São elas a Acústica
Amplivox Ltda (fabricação de aparelhos auditivos), a Freedom Veículos Elétricos Ltda (fabricação de cadeira
de rodas, manuais e motorizadas, e veículos elétricos), a Contronic Sistemas Automáticos Ltda (fabricação
de equipamentos eletromédicos), e a Lifemed Industrial de Equipamentos e Artigos Médicos e Hospitalares
S/A (fabricação de equipamentos médicos). Todas elas estão localizadas no Município de Pelotas e são
relativamente recentes: A Lifemed começou a fabricação da primeira válvula cardíaca artificial no Brasil em
1978, a Freedom lançou, em 1991, o primeiro modelo nacional de cadeira de rodas motorizada, a Contronic
atua na área médica desde 1993, e a Amplivox iniciou a fabricação de aparelhos auditivos em 2002. Todas
essas empresas produzem apenas para o mercado interno e possuem unidades fabris somente no
Município de Pelotas.
A partir do exposto aqui, é possível imaginar que todos os estabelecimentos incluídos nas classes
3250-7 e 2660-4 façam parte da AP equipamentos de saúde. Sendo assim, os dados referentes a essas
duas classes do Corede Sul podem ser comparados às de suas congêneres do Estado e do País. Já as
informações da classe 3099-7 não podem ser comparadas com informações de mesma classe no Estado e
no País, porque envolvem uma quantidade muito variada de produtos, sendo que a maioria deles não
pertence à atividade Fabricação de Equipamentos de Saúde. No entanto, é possível a comparação quando
se confrontam essas informações com os dados gerais apenas de Pelotas e do Corede Sul, porque, nesse
caso, os números da classe 3099-7 referem-se, majoritariamente, aos produtos incluídos no aglomerado
equipamentos de saúde. A montagem da Figura 2 e das Tabelas 7 a 12 leva em conta essas diferenças.
A Tabela 7, elaborada a partir de dados da Secretaria da Fazenda do RS e da RAIS, mostra os QLs
Emprego e Estabelecimentos das classes 3250-7 e 2660-4 e a importância delas no cenário regional
(Corede Sul) e estadual. É possível notar que existe uma concentração relativa dessas atividades no Corede
Sul (praticamente em Pelotas). Percebe-se ainda que as empresas de “fabricação de instrumentos e
materiais para uso médico e odontológico e de artigos ópticos” (classe 3250-7) do Corede Sul possuem, em
média, um maior número de funcionários por unidade produtiva do que a média de suas congêneres em
outras regiões do Estado, tendo em vista a expressiva diferença entre o seu QL Emprego e o seu QL
Estabelecimentos.
Por outro lado, a Tabela 7 revela também que o valor das saídas (variável proxy para Valor Bruto da
Produção) das classes 3250-7 e 2660-4 do Corede Sul é muito importante no total das saídas dessas
classes no Estado, uma vez que a primeira representa 42,4% do total estadual, e a segunda, 34,2%. Quanto
à participação do valor das saídas dessas classes no valor das saídas do Corede Sul, o resultado, como
esperado, é modesto, ainda que não desprezível: juntas, elas representam 1,51% desse total. Aqui, poder-
se-ia incluir a participação da classe 3099-7, que é de 0,17%. Então, grosso modo, a AP equipamentos de
saúde, representa cerca de 1,68% do total do Valor Bruto da Produção do Corede Sul. Por fim, e voltando a
considerar apenas as classes 3250-7 e 2660-4, é importante destacar que a participação dessa
21
aglomeração do Corede Sul no valor das saídas do Estado é insignificante, uma vez que representa apenas
0,07%.
Tabela 7
Quocientes Locacionais (QLs) e participação percentual no valor das saídas de classes CNAE 2.0 selecionadas do Corede Sul — 2010
CLASSES
QL PARTICIPAÇÃO NO VALOR DAS SAÍDAS
Empregos Estabelecimentos
Atividade no Estado (%)
Corede Sul (%) Estado (%)
3250-7 ..................... 7,7598 1,4363 42,4223 1,5009 0,0731
2660-4 ..................... 5,6764 4,4524 34,2413 0,0150 0,0007
3099-7 ................... (1) x x x 0,1744 x
FONTE: Zanin (2013).
(1) O dado existe, mas não é coerente com o contexto.
A Figura 2 revela a distribuição espacial do emprego das classes 3250-7 e 2660-4 no Rio Grande do
Sul. Na sua visualização, nota-se que a região de Porto Alegre apresenta, para essas classes, um número
de empregos superior ao do Corede Sul, que possui 511 empregos. A Região Metropolitana engloba mais
de um Corede, sendo que dois deles — o Metropolitano Delta do Jacuí, onde se localiza Porto Alegre, e o
Vale do Rio dos Sinos — apresentam, considerando o Estado do RS com um todo, um elevado número de
emprego nessas duas classes: são 852 empregos no Corede Metropolitano Delta do Jacuí e 377 empregos
no Corede Vale dos Sinos. Entretanto, no conjunto da indústria de transformação desses dois Coredes, a
produção dessas duas classes de atividades é insignificante. O mesmo não acontece em relação ao Corede
Sul.
22
Figura 2
A Tabela 8 também apresenta dados sobre o emprego, agora em valores absolutos, além de
informações sobre estabelecimentos das classes integrantes da AP equipamentos de saúde do Corede Sul.
Para melhor apurar o peso relativo de Pelotas na produção dos bens das classes em estudo, arrolaram-se
os dados desse munícipio juntamente com os de outros espaços geográficos.
23
Tabela 8
Número de estabelecimentos e empregados nas classes CNAE 2.0 incluídas no aglomerado equipamentos de saúde - 2010
ABRANGÊNCIA TERRITORIAL
CLASSE 3250-7
CLASSE 2660-4
CLASSE 3099-7
TOTAL
Estabele-cimentos
Empregos
Estabele-cimentos
Empregos
Estabele-cimentos
Empregos
Estabele-cimentos
Empregos
Pelotas ................................... 9 510 1 21
3 114 14 645
Rio Grande ............................ 1 1 0 0 (1) x x x x Outras cidades do Corede Sul .......................................... 0 0
0 0 x x
x x
Total Corede Sul .................. 10 511
1 21 x x x x
Porto Alegre ........................... 68 660
2 64 x x x x
Outros municípios do RS (2) 139 1.232
4 50 x x x x
Total RS ................................ 217 2.403 7 135 x x x x
BRASIL ................................. 2.705 45.522
287 5.034 x x x x
FONTE: RAIS/MTE.
(1) O dado existe, mas não é coerente com o contexto. (2) Exclusive Porto Alegre e municípios do Corede Sul.
Assim, de início, já é visível que qualquer possibilidade de existência de Arranjo Produtivo Local
(APL) na região restringe-se, a princípio, ao Município de Pelotas. Nele estão localizados 14 dos 15
estabelecimentos passíveis de serem incluídos num APL equipamentos de saúde, considerando-se, no
caso, que os três estabelecimentos incluídos na classe 3099-7 possam também aí ser agregados.
Igualmente, o número de empregos concentra-se quase exclusivamente em Pelotas: são 645 de um total de
646. É curioso o fato de que, pelos dados da RAIS, em 2010, no município de Rio Grande, existia um
estabelecimento (classificado na classe 3250-7) com apenas um funcionário.
Ainda que o número de empregos gerado por essa AP seja pequeno, é bom relembrar que ela
produz bens que podem ser classificados como de média e alta intensidade tecnológica (ver nota de rodapé
n. 6). Além disso, a aglomeração está localizada numa região que, embora recentemente tenha crescido
acima da média do Estado, há muitas décadas estava estagnada e ainda apresenta o Idese inferior ao da
média estadual.
Por fim, conforme mostra a Tabela 9, a classe 3250-7 do Corede Sul — praticamente Pelotas —
emprega 21,3% do total dessa classe no Estado, e a classe 2660-4 do referido Corede — exclusivamente
Pelotas — absorve 15,6% do total de emprego formal da classe em todo o Rio Grande do Sul. E aqui há um
dado interessante a ser investigado, relativo à produtividade do trabalho: embora empregando cerca de 22%
e 16% da mão de obra estadual, essas duas classes do Corede Sul apresentam um percentual muito maior
no Valor de saídas da respectiva classe no Estado: de aproximadamente 42% na classe 3250-7 e 34% na
classe 2660-4 (ver Tabela 7). Então, considerando que o PIB de Pelotas, em 2010, representou apenas
1,8% do PIB do Rio Grande do Sul, e o PIB do Corede Sul tão somente 6,6%, vê-se a importância relativa
desse aglomerado para a região.
24
Tabela 9
Participação percentual de estabelecimentos e empregos de classes selecionadas do Corede Sul
nas mesmas classes do Rio Grande do Sul e do Brasil - 2010
ABRANGÊNCIA TERRITORIAL
CLASSE 3250-7
CLASSE 2660-4
Estabelecimentos Empregos
Estabelecimentos Empregos
Rio Grande do Sul ........................ 4,61 21,27 14,29 15,56
Brasil ............................................ 0,37 1,12 0,35 0,42 FONTE: RAIS/MTE.
A Tabela 10 mostra o número de estabelecimentos e o de empregados por tamanho de
estabelecimento. Nas três classes que compõem a AP equipamentos de saúde do Corede Sul, nota-se que,
embora os microestabelecimentos representem 50% do total, eles empregam apenas 4,5% dos
trabalhadores da aglomeração. Já os pequenos estabelecimentos são aproximadamente 43% do total e
empregam 36,5% dos trabalhadores, e o único estabelecimento médio possui 381 funcionários, ou seja,
59% do total dos trabalhadores. Nesse aglomerado do Corede Sul, não há grandes estabelecimentos, isto é,
com 500 ou mais trabalhadores. E tudo indica que o estabelecimento de porte médio seja a empresa
Lifemed, mas essa hipótese deverá ser comprovada posteriormente.
Tabela 10
Número de estabelecimentos e de empregados, por tamanho de estabelecimentos, de classes selecionadas do Corede Sul — 2010
DISCRIMINAÇÃO
CLASSE 3250-7 CLASSE 2660-4 CLASSE 3099-7 TOTAL
Est. % Emp. % Est. % Emp. % Est. % Emp. % Est. % Emp. %
Micro ...................... 7 70 29 6 0 0 0 0 0 0 0 0 7 50 29 4
Pequeno ................ 2 20 101 20 1
100 21
100 3
100 114
100 6 43 236 37
Médio ..................... 1 10 381 75 0 0 0 0 0 0 0 0 1 7 381 59
Grande ................... 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total ...................... 10
100 511
100 1
100 21
100 3
100 114
100 14
100 646
100 FONTE: RAIS/MTE.
A Tabela 11 mostra os níveis de escolaridade dos empregados de cada classe que compõe a AP
equipamentos de saúde, da AP como um todo, do Corede Sul e do RS. Os dados revelam a superioridade
— considerando o nível de escolaridade — dos empregados da AP tanto em relação à média do Corede Sul
quanto em relação à média estadual. Nos três estratos superiores do nível de escolaridade, ou seja, no
ensino médio completo, no ensino superior completo e no mestrado ou no doutorado, a participação relativa
dos empregados da AP é maior. No caso do ensino médio completo, 64,7% dos empregados da
aglomeração em análise estão aí inseridos, frente a 34,0% dos trabalhadores formais do Corede Sul e
40,0% daqueles do RS como um todo. Quanto ao ensino superior completo, 13,3% dos trabalhadores da AP
estão nele incluídos, contra 4,7% daqueles do Corede Sul e 5,2% dos empregados no RS. Já no nível mais
25
elevado de escolaridade, o dos empregados com mestrado ou doutorado, embora com uma
representatividade quase inexpressiva, o agregado possui 0,2% de seus empregados nesse nível, contra
0,04% do Corede Sul e 0,1% do RS. Em suma, em 2010, o nível médio de escolaridade dos empregados da
AP equipamentos de saúde do Corede Sul era bem superior ao da média estadual e, mais ainda, quando
comparado ao da média de todo o Corede Sul. Isso reforça a importância dessa atividade na região.
Tabela 11
Nível de escolaridade dos empregados de classes selecionadas do Corede Sul, do AP equipamentos de saúde,
do Corede Sul e do RS — 2010
NÍVEL DE ESCOLARIDADE
CLASSE 3250-7
CLASSE 2660-4 CLASSE 3099-7
AGLOMERADO EQUIPAMENTOS
DE SAÚDE DO COREDE SUL
COREDE SUL RS
Em-presas
% Em-
presas %
Em-presas
% Em-
presas %
Em-presas
% Em-
presas %
Analfabeto ................... 0 0,0 0 0,0 1 0,9 1 0,2 135 0,7 1.606 0,2 Ensino fundamental iIncompleto .................. 11 2,2 0 0,0 7 6,1 18 2,8 6.369 32,6 180.296 25,3 Ensino fundamental completo ...................... 90 17,6 0 0,0 32 28,1 122 18,9 5.453 27,9 207.008 29,1
Ensino médio completo 339 66,3 14 66,7 65 57,0 418 64,7 6.625 34,0 284.851 40,0 Ensino superior completo ...................... 71 13,9 6 28,6 9 7,9 86 13,3 920 4,7 37.221 5,2
Mestrado e doutorado 0 0,0 1 4,8 0 0,0 1 0,2 8 0,0 938 0,1
Total ............................ 511 100,0 21 100,0 114 100,0 646 100,0 19.510 100,0 71.1920 100,0 FONTE: RAIS/MTE.
Os dados da Tabela 12 corroboram, em parte, o que seria de se esperar a partir da Tabela 11, ou
seja, que o maior nível de escolaridade do aglomerado resultasse num rendimento maior de seus
trabalhadores. Isso pode ser visualizado nas classes 2660-4 e 3099-7, em que os rendimentos médios de
R$ 2.436,4 e R$ 2.274,8, respectivamente, são muito superiores à média do Corede Sul, de R$ 1.307,3, e
também à média estadual, de R$ 1.566,6. No entanto, na classe 3250-7, cujos percentuais de cada nível de
escolaridade são semelhantes aos das duas outras classes — ver Tabela 11 —, o rendimento médio é de
apenas R$ 1.349,1, praticamente o mesmo do Corede Sul. Assim, como o peso relativo do número de
trabalhadores dessa classe no aglomerado produtivo equipamentos de saúde é muito alto, cerca de 79%, a
média ponderada desse aglomerado é de R$ 1.547,8, resultado este 18% superior à média do Corede Sul e
praticamente igual à média estadual. Dessa forma, caberá investigar, no decorrer do trabalho, por que, tendo
empregados com grau de instrução relativamente maior que a média do Rio Grande do Sul, a classe 3250-7
remunera-os em nível semelhante ao da remuneração média do Estado.
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Tabela 12
Salário médio dos empregados, em classes selecionadas, do Corede Sul, do AP equipamentos de saúde,
do Corede Sul e do RS — 2010
(R$)
CLASSE 3250-7 CLASSE 2660-4 CLASSE 3099-7 AGLOMERADO
EQUIPAMENTOS DE SAÚDE (1)
COREDE SUL RS
1.349,1
2.436,4
2.274,8
1.547,8
1.307,3 1.566,6
FONTE: RAIS/MTE. (1) Média ponderada pelo número de empregados em cada classe do AP.
Como já referido, numa primeira revisão sobre o material disponível, tratando conjuntamente dos
temas APL, Saúde e Corede Sul encontrou-se apenas um trabalho a respeito. Ele foi desenvolvido pela
Fundação Simon Bolívar (FSB). A FSB, com sede em Pelotas, é uma entidade jurídica de direito privado,
sem fins lucrativos, sendo credenciada como Fundação de Apoio da Universidade Federal de Pelotas
(UFPel), para a qual desenvolveu alguns trabalhos.
A origem do estudo mencionado está num edital (n. 05/2012) lançado pela Agência Gaúcha de
Desenvolvimento e Promoção de Investimentos (AGDI), para a seleção de propostas visando ao acesso aos
recursos destinados ao Projeto de Fortalecimento dos Arranjos Produtivos Locais (Projeto APLs). A FSB
candidatou-se a ser a entidade gestora, ou seja, a responsável pela gestão dos recursos disponibilizados
pela Agência, caso a proposta fosse aprovada.
Para a elaboração da proposta, cujo título foi APL-CIS (Arranjo Produtivo Local para o Complexo
Industrial da Saúde no Corede-Sul do RS), a FSB contou com a colaboração de diversas instituições
científicas e tecnológicas (ICTs), de associações de classe e de empresas privadas produtoras de materiais
médico-hospitalares, todas, obviamente, localizadas no Corede Sul. Entre as ICTs, foram nominadas a
Universidade Federal de Pelotas (UFPel), a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e o Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense (IFSul). Como entidades de classe
colaboraram, além do Conselho de Regional de Desenvolvimento da Região Sul (Corede Sul), a Associação
dos Municípios da Zona Sul (Azonasul), a Associação Comercial de Pelotas (ACP), o Centro das Indústrias
de Pelotas (Cipel) e a Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos,
Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (Abimo). Já as empresas privadas que participaram do
trabalho foram as já citadas Amplivox, Contronic, Freedom e Lifemed.
Conforme o estudo da FSB, a região é o maior polo industrial de equipamentos eletromédicos e de
equipamentos assistidos para a saúde do Rio Grande do Sul, e as quatro empresas citadas acima são “[...]
todas líderes no mercado nacional em seus ramos de atuação” (FSB, 2012, p. 4). A produção é toda voltada
para o mercado interno, embora existam planos para que, nos próximos dois anos, parte da produção seja
destinada ao exterior, notadamente a outros países da América Latina. Por outro lado, além de fornecedores
nacionais, as empresas do APL-CIS possuem fornecedores no exterior — basicamente de produtores de
componentes eletrônicos sem similares no mercado nacional — sendo que “[...] em alguns casos
específicos, o índice de utilização de insumos importados chega a 68%” (FSB, 2012, p. 18).
O estudo da FSB, realizado em 2012, diz ainda que
27
[...] atualmente, as quatro principais empresas do CIS Corede Sul empregam 752 pessoas, o que
corresponde a cerca de 70% do emprego gerado pela indústria de artigos e equipamentos médicos,
hospitalares e de laboratório do Rio Grande do Sul. Ademais, o conjunto destas empresas é
responsável por 5% do emprego da indústria de transformação do Corede Sul. As empresas crescem
em seu conjunto a uma taxa média de 20% (dados dos últimos 5 anos), o que reflete o dinamismo e o
potencial dos produtos no mercado nacional (FSB, 2012, p. 10).
Em qualquer estudo sobre aglomerações produtivas e sua eventual transformação em Arranjo
Produtivo Local (APL), um dos pontos importantes a considerar diz respeito à interação entre as diferentes
instituições que as compõem. Sobre isso, o referido trabalho afirma que
[...] tanto as empresas aqui localizadas, quanto as ICT’s vem desenvolvendo desde meados dos anos
noventa algumas interações no campo da adaptação de tecnologias, produção e substituição de
insumos originalmente oriundos de outras regiões, contudo, é a partir dos anos 2000 que as ações em
conjunto se intensificaram. Atualmente, temos projetos bem adiantados que visam à produção de
materiais, desenvolvimento de kits e patentes que sustentam as ações objetos desta proposta de
Arranjo Produtivo (FSB, 2012, p. 3-4).
Por outro lado, reconhece-se a existência de uma gama de fornecedores, importantes agentes para
o funcionamento do CIS, “[...] que ainda não estão completamente inseridos no APL”. Disso resulta que um
dos principais objetivos dos formuladores do trabalho, seria o de “[...] organizar a cadeia de fornecedores da
região” (FSB, 2012, p. 4).
Ao longo do texto, são apresentados alguns exemplos de interação entre os agentes envolvidos no
APL. São destacadas duas formas de cooperação: uma une empresas privadas e ICTs, sendo daí resultante
o desenvolvimento de novos produtos, tecnologias e processos; outra forma de interação dá-se entre as
próprias empresas para a participação em feiras e troca de experiências e tecnologias. Cabe ao Cipel e às
“demais associações do setor” o exercício da governança, em que são discutidas as diretrizes a serem
desenvolvidas. Mas é reconhecido no trabalho que o Complexo Industrial da Saúde (CIS) “[...] ainda carece
de mecanismos efetivos de coordenação”. Dessa forma, ele “[...] demanda mais cooperação para a compra
de matérias-primas, compra de equipamentos comuns, troca de experiências com empreendedores,
fortalecimento da gestão de negócios e troca de informações” (FSB, 2012, p.15).
O trabalho da FSB apresenta também uma tabela onde são mostradas possíveis parcerias a serem
desenvolvidas no APL-CIS envolvendo as quatro maiores empresas. As empresas poderiam fazer parceria:
na compra de matéria-prima e insumos (Contronic e Lifemed); na compra de equipamentos comuns
(Amplivox, Contronic e Lifemed); na venda de produtos consorciados (nenhuma parceria possível); na troca
de experiências com empreendedores do setor (Amplivox, Contronic e Lifemed); e na gestão do negócio
(Amplivox e Contronic) - (FSB, 2012, p. 16).
Observa-se aqui que, de acordo com os autores do trabalho em pauta, a Freedom não entraria em
nenhuma possível parceria. Entretanto, analisando outras tabelas ao longo do texto, que provavelmente
envolvem informações disponibilizadas pelas empresas, como a de número 5 (Local onde os trabalhadores
aprendem seu ofício), a de número 7 (Principais problemas que as empresas enfrentam no mercado de
trabalho) e a de número 9 (Relações com as organizações locais), as alternativas referentes às supostas
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respostas da Freedom estão todas em branco, exceto uma referente à sustentabilidade ambiental (Tabela
10). Assim, embora não haja no texto menção a esse fato, é possível que a empresa não tenha respondido,
na íntegra, ao questionário enviado pelos organizadores do trabalho.
Cabe acrescentar ainda a interação de algumas dessas empresas privadas com instituições de
renome nacional. A Lifemed, por exemplo, fez, em 2011, uma parceria com o Ministério da Saúde e a
Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) na área de biotecnologia em saúde, com o objetivo de desenvolver
equipamentos para diagnóstico rápido de HIV, rubéola, sífilis, toxoplasmose e hepatite B (FSB, 2012, p. 6).
Essa empresa também possui convênios de desenvolvimento tecnológico com outras instituições, como o
Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, com as universidades Federal e Católica, de Pelotas, e,
através do Tecnopuc, com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
A Freedom, por sua vez, como resultado do projeto iChair, financiado pela Finep, estaria lançando
uma nova linha de cadeira de rodas
[...] com controladores inteligentes que aumentam a autonomia do usuário na medida que possibilita
que ele tenha acesso eletrônico aos atuadores que reclinam o encosto e articulam as pedaleiras da
cadeira. Possibilita também a interação com o meio, acionando televisores, aparelhos de ar
condicionado, acionamentos elétricos de portões e similares, bem como o manuseio de computadores e
etc, através de uma interface de bluetooth, infravermelho e radio frequência” (FSB, 2012, p. 21).
O trabalho trata também da questão ambiental. É dito que as quatro empresas mencionadas como
possíveis de fazerem parte do APL-CIS dão destinação correta aos resíduos industriais e, na sequência, são
mencionados dois exemplos de sustentabilidade ambiental, um da Lifemed e outro da Contronic.
Considerações finais
Numa primeira avaliação sobre as possibilidades de desenvolvimento de um APL equipamentos de
saúde no Corede Sul (em particular no Município de Pelotas), os elementos apresentados permitem tecer
algumas considerações a seguir descritas.
O Corede Sul possui cerca de 850 mil habitantes, sendo 63% deles residentes em Pelotas e Rio
Grande, municípios cujas sedes distam aproximadamente 52 km. Nesses dois municípios, há três
faculdades de medicina, duas de veterinária e vários outros cursos de graduação e pós-graduação ligados à
área da saúde, o que representa uma elevada concentração de instituições de ensino, sobretudo se se
considerar sua distância relativa às outras regiões mais populosas do Estado.
No aglomerado equipamentos de saúde, a princípio somente relativo à saúde humana,
possivelmente estarão incluídos produtos pertencentes a três classes da CNAE 2.0. Em duas dessas
classes, em que é factível mensurar o grau de especialização relativa, é notória a concentração desse tipo
de produção na região, uma vez que, comparativamente ao Estado, os QLs Emprego e Estabelecimentos
superam em muito a unidade.
Embora essas duas classes apresentem poucos estabelecimentos e um número limitado de
empregos, elas possuem uma razoável representatividade na região, ou seja, o seu Valor de Saídas (proxy
29
do Valor Bruto da Produção) alcança 1,51% do total do Valor de Saídas do Corede Sul. Ademais, as
empresas que integram essas duas classes — e uma terceira classe que pode aí também vir a ser incluída
— empregam trabalhadores com nível de escolaridade bem acima da média estadual, além de atuarem na
fabricação de bens que podem ser classificados, a princípio, como de média e alta tecnologia. Isto ocorre
num Corede caracterizado como integrante de uma região de “menor nível de desenvolvimento relativo”.
É importante ressaltar que o recente crescimento das atividades do polo naval de Rio Grande já vem
revertendo a tendência à estagnação que caracterizou a região nas últimas décadas e está atraindo um bom
número de trabalhadores. Se esse movimento se sustentar ao longo dos anos, sendo capaz de diversificar e
sedimentar localmente uma nova matriz produtiva, é possível que a região retome, em alguma medida, o
dinamismo econômico significativo que perdeu durante o século XX.
Convém lembrar, por outro lado, que o estudo da Fundação Simon Bolívar revelou um certo grau de
interação entre o governo local, as associações de classe, as instituições de pesquisa e as empresas
produtoras desses equipamentos de saúde.
Quanto às perspectivas da indústria de equipamentos médicos, hospitalares e odontológicos, pode-
se dizer que são bastante promissoras. As mudanças no perfil etário da população brasileira nas últimas
décadas — com um constante aumento da esperança de vida (ver Gráfico A1) e uma redução da taxa de
mortalidade — somam-se à ampliação da incidência de doenças crônico-degenerativas. Esse quadro, aliado
à expansão do poder aquisitivo da população, resulta num crescimento da demanda por serviços de saúde
tanto públicos como privados.
Assim, de acordo com as informações obtidas até o momento, acredita-se que, a partir das oficinas
de trabalho a serem realizadas no Município de Pelotas, existe a possibilidade de aprimorar o grau de
organização e articulação entre os diversos agentes locais, criando uma governança que possa desenvolver,
de maneira mais adequada, um APL de equipamentos de saúde no Corede Sul.
30
Referências
ASSOCIAÇÃO Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Hospitalares, Odontológicos e de Laboratórios (ABIMO). Dados Econômicos. Disponível em <http://www.abimo.org.br/>. Acesso em: 18 jul. 2013. ALONSO, J.A., Bandeira, P.S., Benetti, M.D. (1994) – Crescimento Econômico na Região Sul do Rio Grande do Sul, Causas e Perspectivas. Fundação de Economia e Estatística. Porto Alegre.
BRASIL. Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Relação Anual de Informações Sociais (RAIS). Vários anos. Disponível em: <http://bi.mte.gov.br/bgcaged/login.php>.
CASTRO, A. B. de (1980) – Sete Ensaios sobre a Economia Brasileira, vol. II, 3ª Ed., Forense Universitária, Rio de Janeiro. FUNDAÇÃO SIMON BOLIVAR - FSB (2012). APL Complexo Industrial da Saúde. Proposta submetida à Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção de Investimentos – AGDI – conforme edital 05/2102. Porto Alegre. INSTITUTO DE ESTUDOS E MARKETING INDUSTRIAL – IEMI (2009). Estudo setorial da indústria de equipamentos odonto-médico-hospitalar e laboratorial no Brasil. São Paulo; IEMI/ABIMO. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pesquisa Industrial Anual – Produto. Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pesquisa=32>. PIERONI, João P., Reis, Carla, Souza, José O. B (2010). A indústria de equipamentos e materiais médicos, hospitalares e odontológicos: uma proposta de atuação do BNDES. BNDES Setorial 31, pág. 185 – 226. Disponível em: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Publicacoes/Consulta_Expressa/Setor/Saude/201003_05.html. Acesso em 19 ago 2013. RIO GRANDE DO SUL. Secretaria da Fazenda. Valores Fiscais das Saídas da Indústria de Transformação e Extrativa - 2010. Porto Alegre: Sefaz-RS, 2010. SINGER, P. ((1977) – Desenvolvimento Econômico e Evolução Urbana, Cia Editora Nacional, SP, 2ª Ed. ZANIN, Vanclei (coord.); Costa, Rodrigo M. e Feix, Rodrigo D. As aglomerações industriais do Rio Grande do Sul: identificação e seleção. Fundação de Economia e Estatística. Porto Alegre, junho de 2013.
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Anexo
Quadro A.1
Universidades do Corede Sul e seus cursos de graduação na área da saúde
Universidade Federal de Pelotas Universidade Católica de Pelotas Universidade Federal de Rio Grande
Educação Física Enfermagem Educação Física
Enfermagem Farmácia Enfermagem
Farmácia Fisioterapia Medicina
Medicina Medicina Psicologia
Medicina Veterinária Psicologia
Nutrição Serviço Social
Odontologia Tecnologia em Gestão Hospitalar
Psicologia
Terapia Ocupacional FONTE: <www.furg.br>.
<www.ucpel.edu.br>.
<www.ufpel.edu.br>.
Quadro A.2
Principais produtos das maiores empresas do aglomerado
EMPRESAS (ano de fundação) PRODUTOS
FREEDOM (1991)
a) Linha logística: carro elétrico, elevador industrial elétrico, plataforma transportadora, rebocador.
b) Linha saúde: cadeiras de rodas manuais, cadeiras de rodas motorizadas, triciclos elétricos, guinchos elétricos, acessórios.
CONTRONIC (1993)
Equipamentos eletromédicos, Cadeira para testes otoneurológicos, Aparelhos para testes otológicos e acessórios, Software para equipamento de vecto-eletronistagmografia.
LIFEMED (1978)
Instrumentos e acessórios para infusão, Monitor de sinais vitais, Paramentação cirúrgica (aventais, campos cirúrgicos), Aparelho para esterilização de endoscópios.
AMPLIVOX (1985)
Aparelhos auditivos retroauriculares, Aparelhos auditivos intrauriculares.
FONTE: Sites web das empresas (acesso em junho de 2013).