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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI- AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA - ANO V N° 01 -JANEIRO- FEVEREIRO 2012 Editorial Agora é por nossa conta Raimundo Nonato de Miranda Chaves Dois mil e onze deixou marcas profundas na Afago. Primeiro ano sem a presença de Doutor Waldir de Almeida Ribas. Ele que idealizou, nos levou à fundação e dirigiu a Afago desde final de 2006 até final de 2010. No inicio de 2011, Doutor Waldir compareceu uma única vez à sede da Afago, já muito debilitado – eu o acompanhei – exatamente para comunicar aos membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, em reunião conjunta, que ele, por questão de saúde, não tinha mais condições de presidir a Associação. Não foi surpresa para aquele grupo de admiradores do Doutor Waldir, nós já acompanhávamos a evolução da doença que o atingiu. Na condição de vice- presidente e com a concordância de todos, eu assumi a presidência interina até o mês de março quando foram realizadas as eleições para renovação do quadro dirigente. Na mesma ocasião, Conselheiros da Afago decidiram por uma revisão do estatuto. Com base na vivência de quatro anos, constatamos que alguns artigos deviam ser revisados, pelo transtorno que causavam, quando das eleições. Na linguagem popular dir-se-ia que havia muitos caciques para poucos índios. Eram 22 cargos a serem preenchidos por candidatos escolhidos num corpo de 40 associados. E mais, pelo menos, um terço deles tinha que ser renovado a cada eleição. Decidido pela revisão, o conselheiro Manoel Luiz Ferreira de Miranda foi indicado para dar forma às sugestões dos demais conselheiros. A redação do novo estatuto, proposta por Manoel, foi aprovada, primeiro pelos Conselhos de Administração e Fiscal, em reunião conjunta, e posteriormente pela Assembleia Geral em vinte e sete de março de 2011. A reforma concentrada em quatro pontos: eliminação de cargos nos Conselhos, com a redução do número de membros de 22 para apenas 11; eliminação do Conselho Consultivo; eliminação da exigência de Regimento Interno e criação da figura de Presidente de Honra. Doutor Waldir, embora ausente, aclamado pela Assembleia, tornou-se o Presidente de Honra da Afago e eu, já eleito e empossado presidente, acompanhei a comissão de senhoras afagueanas à residência de Doutor Waldir, a quem foi entregue placa com os seguintes dizeres: “AO PRESIDENTE DE HONRA” “DOUTOR WALDIR DE ALMEIDA RIBAS. HOMENAGEM DAASSOCIAÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA - AFAGO - PELA SUA BRILHANTE ATUAÇÃO COMO CRIADOR. FUNDADOR E PRESIDENTE DESTA ENTIDADE.”. BELO HORIZONTE, 27 DE MARÇO DE 2011 Doutor Waldir recebeu, carinhosamente, a comissão composta pelas senhoras: Ana Maria Gama Chaves, Ana Angélica Chaves Zanhar e Adélia Raies de Souza. Na oportunidade entreguei uma cópia do estatuto recém aprovado. Foi a última vez que o encontrei ainda lúcido. Logo depois ele foi hospitalizado e faleceu em quatro de junho. Católico fervoroso, acreditando na alma imortal, acreditando em outra vida no paraíso celeste; com muito crédito por boas ações realizadas durante toda a vida terrena, então, não temos que lamentar. Temos sim que cuidar da Afago na forma que ele nos ensinou, com a responsabilidade de tornar realidade os seus sonhos. Agora, sem a sombra protetora dele, agindo por nossa conta e risco, faremos a primeira reunião da Assembleia Geral. O evento realizar- se-á no dia dezessete de março, às 16:00 horas, à Av. do Contorno, 1636 – Floresta, nos salões do restaurante PizzabaR., em Belo Horizonte, para Apresentação do Relatório da Diretoria e a Prestação de Contas, do exercício findo

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BOLETIM INFORMATIVO DA AFAGO - ASSOCI-AÇÃO DOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA -

ANO V N° 01 -JANEIRO- FEVEREIRO 2012

EditorialAgora é por nossa conta

Raimundo Nonato de Miranda Chaves

Dois mil e onze deixou marcas profundas na Afago. Primeiroano sem a presença de Doutor Waldir de Almeida Ribas. Eleque idealizou, nos levou à fundação e dirigiu a Afago desdefinal de 2006 até final de 2010.

No inicio de 2011, Doutor Waldir compareceu uma única vez àsede da Afago, já muito debilitado – eu o acompanhei –exatamente para comunicar aos membros do Conselho deAdministração e do Conselho Fiscal, em reunião conjunta, queele, por questão de saúde, não tinha mais condições de presidira Associação. Não foi surpresa para aquele grupo deadmiradores do Doutor Waldir, nós já acompanhávamos aevolução da doença que o atingiu. Na condição de vice-presidente e com a concordância de todos, eu assumi apresidência interina até o mês de março quando foram realizadasas eleições para renovação do quadro dirigente.

Na mesma ocasião, Conselheiros da Afago decidiram por umarevisão do estatuto. Com base na vivência de quatro anos,constatamos que alguns artigos deviam ser revisados, pelotranstorno que causavam, quando das eleições. Na linguagempopular dir-se-ia que havia muitos caciques para poucos índios.Eram 22 cargos a serem preenchidos por candidatos escolhidosnum corpo de 40 associados. E mais, pelo menos, um terçodeles tinha que ser renovado a cada eleição. Decidido pelarevisão, o conselheiro Manoel Luiz Ferreira de Miranda foiindicado para dar forma às sugestões dos demais conselheiros.A redação do novo estatuto, proposta por Manoel, foi aprovada,primeiro pelos Conselhos de Administração e Fiscal, em reuniãoconjunta, e posteriormente pela Assembleia Geral em vinte esete de março de 2011. A reforma concentrada em quatropontos: eliminação de cargos nos Conselhos, com a redução donúmero de membros de 22 para apenas 11; eliminação doConselho Consultivo; eliminação da exigência de RegimentoInterno e criação da figura de Presidente de Honra.

Doutor Waldir, embora ausente, aclamado pela Assembleia,tornou-se o Presidente de Honra da Afago e eu, já eleito eempossado presidente, acompanhei a comissão de senhorasafagueanas à residência de Doutor Waldir, a quem foi entregueplaca com os seguintes dizeres:

“AO PRESIDENTE DE HONRA” “DOUTOR WALDIRDE ALMEIDA RIBAS. HOMENAGEM DA ASSOCIAÇÃODOS FILHOS E AMIGOS DA GOUVEIA - AFAGO - PELASUA BRILHANTE ATUAÇÃO COMO CRIADOR.

FUNDADOR E PRESIDENTE DESTA ENTIDADE.”.BELO HORIZONTE, 27 DE MARÇO DE 2011

Doutor Waldir recebeu, carinhosamente, a comissãocomposta pelas senhoras: Ana Maria Gama Chaves, AnaAngélica Chaves Zanhar e Adélia Raies de Souza. Naoportunidade entreguei uma cópia do estatuto recémaprovado. Foi a última vez que o encontrei ainda lúcido.Logo depois ele foi hospitalizado e faleceu em quatro dejunho. Católico fervoroso, acreditando na alma imortal,acreditando em outra vida no paraíso celeste; com muitocrédito por boas ações realizadas durante toda a vida terrena,então, não temos que lamentar. Temos sim que cuidar daAfago na forma que ele nos ensinou, com a responsabilidadede tornar realidade os seus sonhos. Agora, sem a sombraprotetora dele, agindo por nossa conta e risco, faremos aprimeira reunião da Assembleia Geral. O evento realizar-se-á no dia dezessete de março, às 16:00 horas, à Av. doContorno, 1636 – Floresta, nos salões do restaurantePizzabaR., em Belo Horizonte, para Apresentação doRelatório da Diretoria e a Prestação de Contas, do exercíciofindo

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Boletim Informativo da AFAGO página 2

Notícias & comentáriosSíntese das principais mensagens postadas no sítio WWW.afagouveia.org.br

WWW.afagouveia.org.br está como novo visual:Vejam imagens flutuantes:

Acesso ao Portal GouveiaAcesso ao Caminhos da SerraE.E “Ciro Ribas”, concurso de redaçãoFolheto Cultural “Voz Amiga”Clamor da Zona RuralGouveia Rural Planejamento 1984Conceição do Mato Dentro Mineradora:reportagem sobre a situação de Conceição doMato Dentro em consequência de ações daMineradora Anglo American.

Belezas de Gouveia: Texto de Virgílio Melo UMA CERTA MARIA GOUVEIAVirgílio MeloEra uma vez certa Maria Gouveia, empresária, vinda doslonges de Portugal para se estabelecer a 1.100 metros, nosaltos do Espinhaço, com o intuito de criar gado e abastecerde carne o nascente Distrito Diamantino, nos idos de 1736.Poucas décadas depois, a região se tornaria uma das maisricas do mundo, e a fazenda daria lugar a uma cidade, a 35km da atual Diamantina.Com o fim da mineração, a pacata Gouveia tem hoje uns15 mil habitantes. Do casario colonial pouco restou, masseus atrativos naturais se mantêm. Cerrados e camposrupestres se estendem da beira do rio Paraúna, 550 m sobreo mar, até os 1.550 m de altura do Morro Redondo, pontoculminante donde se tem larga vista da vertente oeste doEspinhaço, despejando afluentes no São Francisco. Adiversidade vegetal e mineral também são impressionantes,além de vários painéis de pinturas rupestres, ainda nãocatalogados. Sua rústica beleza sofre ameaça da mineraçãode diamantes, quartzito, quartzo, manganês e queimadaspredatórias. A administração municipal ainda não investena divulgação turística. Já os pontos de interesse turístico(belíssimos) ao longo da antiga via férrea Diamantina-Corinto foram descritos em texto anterior.Na estrada, a partir de BH, depois de Curvelo, passa-sepelo rio das Velhas, e logo à frente, sobre o Paraúna, largo,limpo e belo. Na vila do outro lado da ponte, já entramos nomunicípio de Gouveia. Produtores vendem aí suasexcelentes frutas (pequi, mangas, umbus, carambolas). Auns 5 km da ponte, à esquerda, há placa indicativa dacachoeira da Capivara, com acesso por carro, muitofrequentada nos fins de semana. Dois largos poços garantembanho a muita gente. Mais acima, por outros acessos, omesmo rio nos brinda com as cachoeiras do Saraiva (70 mde queda) e do Melo, abordável pelo topo e também pelopoço, espetacular nos seus 55 m de queda.Voltando ao asfalto, cumpre-se sinuosa subida, após a qualse vê, primeiro, a usina hidrelétrica do Paraúna, à direita, elogo após, as torres da primeira usina eólica do Estado, àesquerda. Neste ponto, a 1.200 m de altitude, temos vista

magnífica do morro do Camelinho e do pico do Itambé.Pedras parecem brotar do chão; à direita, trilhas para jipesconduzem ao canyon do Paraúna, bravio, selvagem,despejando-se em inúmeras quedas tempestuosas. Seguindo-se à esquerda, rumo às torres de vento, pode-se ir, porestrada vicinal precária, ao ribeirão Galheiros, em seus doispontos de interesse, que requerem apenas caminhadas curtase sem grandes desníveis. De fácil acesso é o Pau Lavrado,série de pequenas quedas e generosos poços para banho.Em trilha mais fechada por mata de monjolos, a árvore localmais emblemática, com tronco e galhos claros, chega-se aoQuilombo, com várias quedas de porte maior e poços ecortinas d’água dos formatos os mais variados.Retornando ao asfalto em direção à cidade, à direita, aestradinha que conduz a Congonhas do Norte dá acesso aoCemitério do Peixe. Estranhíssimo povoado secular edesabitado à beira do rio Paraúna, sedia por uma semanauma festa profano-religiosa em honra de São Miguel. Naocasião, uma multidão se abriga nas casas, singelamentedispostas sobre gramado que cobre ruas e quintais, sem murosnem cercas.Nos arredores mais próximos, pode-se caminhar, cavalgarou dirigir por trilha, da vizinha Datas até Gouveia, em 13 kmno plano ou ligeiro declive, por dentro das terras da tecelagemSão Roberto. Fundada há mais de século, preserva asrepresas de duas usinas que geravam eletricidade para afábrica. Próximo também fica o simpático povoado de Cuiabá,que oferece hospedagem em casa de moradores, doces equitandas e poços para banho (verwww.turismodevilarejocuiaba.com.br).Atrativo dos mais impressionantes é o Barro Preto, extensasucessão de cascatas ao longo do córrego Limoeiro. Requerde um a dois dias para se percorrer, guia local e muitopreparo físico. Devido ao grande risco de enchentes, só éexplorável em agosto e setembro.Outra pérola para o visitante é fornecida pelo rio Pardinho.Chega-se pela antiga estrada que ligava Gouveia a Monjolos.Onde esta encontra o rio, havia antigamente uma ponte queruiu, solapada por assoreamento provocado pelo garimpopredatório. Subindo o rio, por uns 500 metros segue-se porpraias de areia branca. A partir daí, e nos próximos 2 km,sucedem-se quedas d’água e poços cristalinos. As pedrasàs margens do rio ainda guardam marcas da dinamite doscaçadores de diamantes. À falta de denominação prévia,batizamos o local como “Caminho das águas do Pardinho”.Voltando à ponte caída, pode-se ainda tomar trilha rio abaixo,que em 3 km no plano conduz a uma aparentementeinterminável sequência de cachoeiras de todos os tamanhose formas, rasgadas no quartzito que varia do brancoimaculado à terracota. Às vezes o rio se divide até em trêsleitos, com cascatas paralelas, depois se reúne de novo

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Boletim Informativo da AFAGO página 3

Notícias & comentáriosem grandes poços, numa paisagem feérica, difícil de seimaginar, em declive de 600 m até Monjolos, poucosquilômetros à frente. Belíssimo! Ousamos batizar o local“Sete Quedas do Pardinho” – afinal sete é número dementiroso...Enfim, as terras de Maria Gouveia ainda hoje revelampaisagens como jóias brutas, abrigando preciosidades frágeisa serem visitadas (a pé, cavalo, de jipe ou bicicleta) epreservadas, tão desconhecidas quanto belas.(Informações: www.caminhosdaserraong.wordpress.com.br- (38) 9909-2815

Foi assinado no dia 5 de dezembro o Termo deParceria para Implantação do projeto “TrilhaVerde da Maria Fumaça”.

A solenidade se realizou no Teatro Santa Izabel com apresença das prefeituras de Diamantina, Gouveia eMonjolos (em ordem alfabética), a ONG “Caminhosda Serra” e o Ministério Público de Minas Gerais.

Manifestações pela comemoração doCentenário da Casa Comercial Mário Maria.

05/12/2011 - Alex Mendes SantosGostaria de agradecer, em nome da família do Tonico deMário e dos funcionários e coordenadores do GrupoComercial Mário Maria, as mensagens de felicitações,apoio e carinho, transmitidas neste portal. Esperamos quepossam comparecer as comemorações: Missa dia 09.12às 19horas e Show 100 Anos no dia 10.12 a partir das20h. Obrigado de Coração a todos que se manifestaram ea este portal por ser um grande canal de comunicação.

Prefeitura de Gouveia patrocina premiaçãoliterária na Escola Estadual “Ciro Ribas” da VilaAlexandre Mascarenhas

Conversa Natalinas:06/12/2011 - Nilsom Pereira Machado - SeteLagoas-Minas Gerais

Amigos gouveianos, alguns lembro-me a fisionomia,outros ilustres desconhecidos, mas são gouveianos, são“gentes sangue bons”, neste natal sou um pouco maisfeliz, pois a tecnologia me permitiu aproximar de amigos,que a vida em suas imperiosas necessidades afastou-nostemporariamente, mas com o branquear dos cabelos,chega a nostalgia, e com ela as lembranças dos dias deinfância,aí meus amigos a sensação de que cumprimosquase que a totalidade de nossa missão, na terra, faz-nosrecolher e analisarmos os passos dados nesta vida, algunsacertaram mais que erraram, mais acertar e errar écircunstancial, é inerente do ser humano, cujo a somatóriados erros somam mais que os acertos, (no Homem) Maso “Menino da Luz Eterna”, que brilha há mais de 2.000anos, há de ouvir a prece deste vivente, e nela rogo que apaz, a saúde estejam fazendo moradia nos lares de todosgouveianos.FELIZ NATAL E 2012 CHEIO DEALEGRIA,EU DESCOBRI A “AFAGO” E VOU MEAPROXIMAR DE TODOS GOUVEIANOS, EM2.012 PARA CONVIVER COM A ALEGRIA DE SERGOUVEIANO.

07/12/2011 - Hermes Nascimento da Silva -Nova Serrana

Nilso, conforme você e o Joãozinho Saraiva disseram, aAfago proporciona me estar por dentro de tantos assuntosde Gouveia, alem de estar sempre lendo trechos degouveianos influentes nos segmentos que militam. Todo diaquando chego ao serviço, dou uma passada nas mensagensda Afago. Natal é um período que o prefixo RE deve serexecutado nas nossas vidas. Repensar, reorganizar, refazer,reurir, renunciar etc. Desejo a todos um Natal com muitapaz e que a Luz do Espirito Santo ilumine a todos na suacaminhada.

Conversas sobre o Novo Visual doSitio WWW.afagouveia.org.br.08/12/2011 - Guido Araujo - Belo HorizonteRaimundo Nonato, você está de parabéns! E comigo estáa turma dos afagueanos e gouveianos que visitam nosso

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Notícias & comentáriossite, embora eu não esteja autorizado em falar em nome deles. Apágina inicial ficou mais visível, convidativa, e fácil de consultar,com esta repaginada que você deu. Você é competente e muitoeficiente. Gouveia é que lucra. Nós é que agradecemos.08/12/2011 - ADILSON DO NASCIMENTO - BeloHorizonteTambém concordo com o Guido. Ficou mais prática e maisbonita. Isto sem falar que o fundo é azul CRUZEIRO.

09/12/2011 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro -CurveloDr. Raimundo Nonato! Reiterando as palavras de Guido e deAdilson, parabenizo-o pelo magnífico trabalho realizado naapresentação do nosso site. Afirmo-lhe que o acesso aos váriosassuntos se tornou mais fácil, pela divisão que o senhor lhesatribuiu. Com minha admiração e respeito, aqui ratifico o cognome“gênio da Informática” que há muito lhe atribuí. Parabéns pelajuventude de sua cabeça sempre à procura do novo, do belo, doútil e accessível!

Jovens brilhantesVictor Augusto9/12/2011 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves - BeloHorizonteA respeito da matéria sobre o estudante Victor Augusto, estudanteda E.E.Joviano de Aguiar, que participou do projeto ParlamentoJovem, disponivel neste site; recebi e-mail da Professora e Poetagouveiana: Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro e consideroimportante que todo gouveiano o leia.Dr. Raimundo Nonato,Com orgulho e admiração, li o relato de Victor Augusto deOliveira sobre a sua notável experiência de DeputadoJovem.Foi uma semana repleta de ricas palestras e atividadesque o fizeram se conscientizar da importância da Vida Política.Deixaram-me admirada suas conclusões sobre os TrabalhosParlamentares e a sua definição de Parlamento.Fiqueiencantada com a atenção que lhes foi destinada pelosassessores da Câmara. Estou certa de que ele e os colegasmuito aprenderam, além de enriquecerem o seu vocabuláriocom termos antes desconhecidos como: juricidade,constitucionalidade, adequação financeira e orçamentária.Como ele, quisera eu entrar no Salão Nobre de UlyssesGuimarães como lazer com fins didáticos! Que Victor saibaque ao elaborar o projeto para distribuição de livros deLiteratura às Escolas Estaduais, aprovado por unanimidade,mas que não passou na etapa final, pelo alto custo deR$20.000.000,00, que acarretaria à União, ele deu um grandepasso, uma enorme contribuição para o futuro, naconscientização de todos de que só é culto aquele que lê. Esseprojeto passará. Vislumbrei o orgulho dele ao apresentar o

projeto vencedor. Olhando o seu porte esguio eelegante, avaliei nele a nobreza do deputado queas gerações futuras se encarregarão de eleger.Se em Gouveia estivesse hoje, gostaria de dizerao Victor que adorei a sua conclusão a respeitoda rica experiência pela qual passou, baseando-se num autor desconhecido que preconizou:”Nósnão somos o que sabemos. Somos o que estamosdispostos a aprender!” Porém, da altura de meus70 anos bem vividos, com muito aprendizado devida e disposta a aprender muito mais, dir-lhe-ia:- Victor, que já sei ou posso antecipar o quevocê será: UM NOBRE DEPUTADO a representarGouveia quer no âmbito estadual, quer na esferafederal! Parabéns, Victor Augusto! Parabéns,professora Sueli! Parabéns, Escola JovianoAguiar! PARABÉNS GOUVEIA!

Sabrina da Conceição Guedes“Dr. Raimundo Nonato!Assaltada pela emoção, num misto de orgulho eperplexidade li a redação intitulada: “Naspassagens nasci” de autoria da adolescenteSabrina Conceição Guedes.Desde a originalidade do título, a nos lembrarque Gouveia foi passagem para emigrantes embusca das jazidas de ouro, quando no séculoXVIII descobriram a região das Minas Gerais aocontexto, tudo foi para mim um gratificantemomento de lazer e de conhecimentos. Com quepropriedade Sabrina nos narra que descobertasas jazidas, para a Serra do Espinhaço emdebandada corriam emigrantes, em busca doouro que deu nome e celebrizou o nosso estado!Em Sabrina uma adolescente, encontrei acapacidade de retroagir no tempo, numa descriçãorica em detalhes de uma Era em que não viveu,mas para onde em pensamento se transpôs,acrescentando, “não se cansar na viagem,porque a fazia em pensamento, ultrapassandomontanhas”.Gratificou-me a descrição de Gouveia na suareferência aos moradores que ainda conservama mesma hospitalidade, a dissertação sobre amiscigenação das raças e tudo que dela herdamosem credo, costumes e culinária.Sabrina não parou aí e relatou a descoberta doarraial do Tijuco em 1714, atual Diamantina e abusca incessante pelos diamantes, quandoGouveia mais profundamente se serviu depassagem, Não se esqueceu de mencionar MariaGouveia, uma mulher rica com dezenas deescravos que, em busca de diamantes seestabeleceu no lugarejo e de quem nossa cidadeherdou o nome: Gouveia

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Boletim Informativo da AFAGO página 5

Notícias & comentários

Em sua viagem no tempo, Sabrina se sentou no nossoaltivo monumento natural, a Serra de Santo Antônio aindagar: -”Quem sabe se aqui ainda se achamsegregados os metais dourados e as pedras brilhantesque fizeram Gouveia nascer?” Nota mil para essemonólogo!Ponto altíssimo foi a chegada à estação de Barão deGuaicuí quando ela, desperta de sua contemplação peloapito da Maria Fumaça, inda tem tempo de olhar a placada estação: 03-08-1913. E... De repente percebe quetem de voltar à Gouveia de hoje que a espera... Ah,Sabrina, que vontade tenho nesse momento de tambémvoltar a Gouveia para abraçar e saudar em você asensibilidade da poetisa que descobri nos atributos comque tão apropriadamente descreveu a nossa terra-natal:lugar “repleto de cores, sabores, sons, cheiros eformas”...Saiba que aos 17 anos você já tem a excentricidade deuma poetisa, a memória de uma historiadora e ocontexto de uma escritora. Com o coração gouveianoa pulsar de juventude, com muita razão você foiescolhida para representar a Superintendência Regionalde Ensino de Diamantina no Concurso de Redação,cujo tema foi:” Eu , minha cidade e os 300 anos dociclo de ouro em Minas Gerais” e nos brindou com umapágina pérola de literatura!Aprofunde mais e mais o seu talento!Parabéns, Sabrina!Parabéns, professora Desiré Oliveira!Parabéns, Escola Joviano de Aguiar!Parabéns, Gouveia!Saibam que de longe muito me orgulho de ser gouveianae poder me inserir nesse contexto de cultura, beleza esaudade com que Gouveia se faz representar em meucoração!

Essa conversa rende: Vivam os EscritoresGouveianos!14/12/2011 - Nilson Pereira Machado - Sete Lagoas.Amigos, escritores gouveianos, eu tambem estou nestaluta,para editar, tenho um romance intitulado “Indrequicé”com 405 pag. 153.190 palavras, 710.754 caracteres/espaços, 1.001.752 com os espaços,3589 parágrafos e 13.640 frasescujo tema é um triangulo amoroso entre garimpeiros, vividoentre o Espinho,Rio do Peixe, Gouveia e São Paulo. Tenhoum romance, cujo o tema é urbano, e retrata a movimentaçãode forasteiros, quando a Cia Barbosa Melo, foi fazer oasfalto em Gouveia, eu era balconista na ChurrascariaLusitana e ouvia as estórias fanfarronas dos visitantes, estepossui 271 pag.166.523 palavras.789.123 caracteres s/esp.1.021.476 com espaços 4.010 parágrafos e 13.229 frases.Possuo ainda três blocos com 75 poesias, cada no generosoneto, esses dentro das normas convencionais de quatorzesversos e decassilabos. Faço apesar dos cabelos brancosgraduação em letras, pertenço o Clube de Letras de Sete

Lagoas, com reuniões semanais e serões poéticos mensais.Esbarrei no preço de impressão e o trabalho lingüístico(apesar que só agora estou interessado em editar o queescrevia de l.963)aqui o preço é em torno de 6,00(seis reais)por cada 2.100 caracteres com os espaços. O linguistagouveiano que se dispuser de tempo para ajudar-me nestaempreitada será de bom grado mostra-lhes meus originais,antes de pedir o ISBN, na biblioteca Nacional

14/12/2011 - Adilson Do Nascimento - Belo HorizonteAuxiliadora, Gouveia está se tornando um celeiro de poetas,historiadores e romancistas. Eu também, pretendendo entrarnesse rol, estou trazendo do rascunho da memória para olap top alguma coisa que possa se transformar em romance.A idéia inicial e que está se delineando é descrever umaestória de amor bandido passada em uma Gouveia fictíciaentre 1954 e 1980. Enquanto isso não vem deixo para vocêuma adaptação do que está no Jornal Super Notícias dehoje (14/12/20110: dois gouveanos se encontram na Flóridae um pergunta para o outro: e ai “brother”, como é que sefala irmão em inglês? Ao que o outro responde: - sei não“brother”, eu sou novo por aqui

14/12/2011 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro –CurveloGuido! A vida é uma sucessão de momentos: angústia efelicidade, fracasso e conquista, dor e alegria, fobia ecoragem, lágrima e sorriso formam um torvelinho de emoçõesparadoxais, onde às vezes nos perdemos ou nosacovardamos, detendo-nos na realização de sonhos por muitotempo sonhados. Necessário se faz que alguém nos despertedo torpor e nos diga: - Desate as amarras! Desperte! Vá!Você é capaz! Confio em você! Esse é outro momento aque chamo INÉDITO! Momento ímpar que me chega, agora,através de você, porque escrito estava que um gouveianocomo eu, deveria ser incentivo, força e coragem para mim,uma anciã que guarda em seu coração a terra em que nasceu.Sou alguém que nos dias atuais vive a esposa, mãe e avó,tendo no peito um coração infantil a pulsar de saudades!Saudades da menina que ao lado dos pais e irmãos viveu amais linda infância, plena de amor e carinho, num cenáriode beleza e paz com que o ONIPOTENTE, SUPREMOARTÍFICIE, pintou a tela gouveiana! Saiba que hoje, quandoa lua passeando lenta e preguiçosamente pelo firmamentose contracena com uma fria madrugada, vou adormecersonhando com o livro que escreverei. Livro cujo rascunhojá está impresso nas minhas horas de pranto e de sorriso,sempre salpicadas da ternura inerente ao tempo em que naminha terra natal vivi. Prometo-lhe mostrar Gouveia comoprefácio de minha vida e contar tudo de belo que lá vivi,sem me esquecer de todos os “causos” que ouvi ou quecom meus pais presenciei. Não o farei com a eloquência esapiência de um José de Flora, nem com a sobriedade egenialidade de um Dr. Raimundo Nonato ou com a oratóriae elegância de um Adilson, mas com o coração da menina

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Boletim Informativo da AFAGO página 6

Notícias & comentários“Dora” que fez, faz e sempre fará de Gouveia o seu mais lindopoema de amor! Poema que lhe tem sido ora lenitivo nos seus diasde tédio e frustração, ora ternura a se juntar aos seus alvissareirosmomentos! Prometo, ainda, não decepcionar você e a nossa gente!

13/12/2011 - Guido Araujo - Belo HorizonteAuxiliadora, quero ler um romance seu em breve. Com imaginaçãode poeta, dom de comunicação, talento de escritor e substratogouveiano, não sei o que lhe falta. Espero ler também as “memóriasde Gouveia”, as amenas e as nuas e cruas. As que você viveu e asque lhe contaram. Não apareceu escritor ainda para essas. Temoso Professor José Moreira, pesquisador profundo, de peso e sizudo,trabalhando os alicerces. Você viria com a história leve dosentremeios. Já pensou se cada gouveiano escrevesse nestasmensagens a história que ele conhece? Teriamos elementos paradesenhar a face clara e atual de Gouveia e poderiamos entendermelhor seus prantos e sorrisos.

14/12/2011 - Guido Araujo - Belo HorizonteNilson Pereira Machado, Auxiliadora e Adilson. Gouveia é cascalhorico. Os diamantes estão começando a aparecer. O Nilson já estámostrando o picuá. Temos a Rachel Luisa, a Elza Alemão e outrosvão aparecer. Quanto à liturgia da publicação temos nos professoresJosé Moreira e Raimundo Nonato experientes guias.

14/12/2011 - Hermes Nascimento da Silva - Nova SerranaNilson, você expôs sua situação em um lugar onde você será lidoem varias cidades, do Brasil. Não endendo de palavriados destaarea, mas se for para fazer correções, entre em contato com AlineDoria ou Ivonete Lima, pois elas fazem ou ( faziam ) este tipo deserviço para algumas editoras desse Brasil afora. Feliz natal e queDeus derrame bençãos sobre seu lar.

15/12/2011 - Nilson Pereira Machado - Sete LagoasCAPELINHA DE SÃO ROBERTO (Erguida a São Pedro?) I-Bem lá do alto da avenida/Até onde a nossa vista permeia/Ergue-se humilde e bem definida/Por entre nevoas da cachoeira/Acentenaria Capela de São Roberto/Carinhosamente chamada decapelinha/Onde sempre andei por perto/ II- Hoje a saudade quandoaperta/Parece-me que chegou o fim da linha/Que direciona e regea nossa vida/Que tanto erra,que tanto acerta/Mas como numamissão cumprida/Muitas vezes orei na silente capelinha/ E todasvezes fui antedido. III- Pedido de criança é bem verdade/Bemmais facil de ser acolhido/Pedia que o peixe no rio não acabasse/Enem as suas aguas turvas/Nunca,nunca se clareasse/Pois em quasetodas as curvas/Tinha um bagre a me esperar. IV-Um anzol, umaisca e uma linha/A pescaria era rica e certeira/Com uma vara colhidana “chacrinha”/Pois logo abaixo da cachoeira/Que ornamentava o“batieiro”/O complemento do almoço/Era acertado para o diaseguinte. V- E já,ja causava o alvoroço/Entre os irmãos que semsaber/Quem ia comer o “mais-maior”/Chega agora a figura deminha mãe/Com sabedoria,ternura e amor/Usando de paciencia edispor/Repartia os peixes maiores. VI-Entre os meninos menores/Por excesso de carinho/Ou com medo do “espinho”/Que com todocuidado comia/Sem “tirar” o olho do prato/Se hoje faço esse relato/Que me traz saudade e agonia. VII-De quando descalço pisava aareia/De minha inesquecível Gouveia/Terra de encantos renováveis/Pois os encantos desta terra/É nos íncolas que se encerra/Ali não

há e nem haverá notáveis/Pois notável é a Mãe-Gouveia. Nilson Machado. Ps. Oh! Zé de Flora. Quantasaudade e vontade de lhe ver, eu morava nos fundosdo quintal de D. Flora,”roubei” muitas jabuticabasnaqueles pés no fundo do quintal, a memória que tenhodo senhor é de um Seminarista com óculos grandes norosto.Breve eu o encontrarei. se Deus quiser

15/12/2011 - Jose Moreira de Souza - BeloHorizontePois é, saúdo a apresentação de um novo escritor -Nilson. Gouveia será a Nova Cataguases. Talvez,faltem pessoas que acreditem na genialidade. A alegriase confunde com a dor. Fala-se em turismo. Eu penso:há algo melhor do que um gouveiano para merecervisita? Não é a serra, nem as cachoeiras: gouveianos.Ir à Gouveia para encontrar gouveianos com sua arte.Música, poesia, contos, casos acontecidos. Nilson seapresenta com sua obra - guardada - quem se dispõe afinanciar esta publicação? Fico incomodado ao ler osromances da Raquel Luiza, coisa de gente madura. Sóeu li. Quero leitores para ela. Temos o MaurícioMiranda, grande imaginação recheada de instantespoéticos. Temos a Alyne Dória. E outros, muitos outros.Eu suspeito que todo gouveiano é músico e escritor. Jáli um romance de uma menino que trabalhava na padariaPapaulo. É só ter papel e sai registro brotado daimaginação. João de Isaltina (João Martins de Oliveira)está sendo estimulado pela esposa para publicar osinúmeros casos que guarda da Gouveia. Nós vemospoesia em qualquer acontecimento, como esse guardadoda época de gripe espanhola, no distante 1918: “Chá,Emília. - Mingau, Isabel”. Ou este outro que registra aatenção dada às pessoas doentes e a importância doparente informante: “Como é que ele está passando?”O parente - informante torna-se personagem depalanque e tem que usar linguagem elegante: “Ele estábem melhor. Já até põe as pélinas (sic) para baixo”.Ou essa do orador político: “Meus senhores e minhassenhoras, caldeirões e caçarolas! O começo do angu éo mingau.” Ontem, Minas Gerais presenciou mais umaglória de autores gouveianos. A menina, SabrinaGuedes, acompanhada pela senhora diretora da EscolaEstadual Joviano Aguiar, Dione Malaquias, de suaprofessora, Desiré, e da orgulhosa mãe, recebeu oprêmio de melhor redação da Superintendência deEnsino de Diamantina. A cerimônia contou com apresença de inúmeros deputados, da senhora secretáriade estado da Educação e do senhor secretário de estadodo Turismo. Sabrina é uma das 94 novas escritoras deMinas. Não foi apenas Sabrina a premiada, - ela ganhouum laptop, a professora orientadora também fez jus aoprêmio e também a Escola. Reservou-se uma doaçãode R$5.000,00 para a escola. A mãe de uma meninatambém premiada da cidade de São Romão, reparou:“Escola não precisa de dinheiro. Esse dinheiro tinha

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Notícias & comentáriosque ser dado para os pais.” Quem é Desiré? Filha do Lau,moço que encanta com sua conversa. Lugar preferido: obar do Antônio Coti - Antônio Ramos de Miranda, outrorepertório de humor. Turismo cultural é muito mais do quevisitar museus e monumentos é conviver com quem cria.

16/12/2011 - Adilson Do Nascimento - Belo HorizonteNilson, você, de repente, apareceu no site e veio para marcarpresença, veio para ficar. Parabéns. Apesar de termosconvivido por um bom tempo, desde a Churrascaria Lusitana,filial da Casa Lusitana, de Júlio Alves e depois na fábricaquando eu o levei (literalmente) para fazer o curso de técnicotêxtil no Rio de Janeiro, eu não conhecia esse seu lado poéticode tamanha profundidade. No caso do São Pedro indagativodo início do texto posso lhe assegurar, apesar de que a festareligiosa de toda pompa que se fazia (não sei se ainda faz)em São Roberto, a capelinha é de Nossa Senhora deLourdes. Estive relembrando dia desses certa feita em quenós fomos a uma reunião da ABTT – Associação Brasileirade Técnicos Têxteis (que eu nem sou, mas era convidado)que aconteceria na Fazenda São Sebastião, da CedroCachoeira e que por razões de forte chuva foi transferidapara a Fábrica do Cedro, em Caetanópolis e você motoristacalouro pediu-me para que dirigisse o seu “fusquinha” desdeGouveia até lá e na volta. Eu também tinha um “fusquinha”,mas o seu era “zero” e o meu já estava “sambado”. OProfessor e Sociólogo de renome nacional José Moreira deSouza que todos nós, gouveanos, conhecemos simplesmentecomo Zé de Flora está nomeando uma série de literatosabaixo e já o inclui na relação. Saiba que o aval do Zé é oque de melhor poderia acontecer nesse seu início (público)de carreira, colocando-o em meio a alguns já consagrados.Quanto ao Zé, aquele antigo seminarista, hoje é pai decelebridade e avô. Os óculos, normais, permanecem; ocabelo branqueou e rareou; já a inteligência, com o passardos anos, ampliou-se em progressão geométrica sêxtupla.Um abraço. Apareça sempre!

17/12/2011 - Guido Araújo - Belo HorizonteAuxiliadora, aguardarei com ansiedade que a menina Dorade Dona Antônia conte sua história e dentro dela, uma quadrada história da Gouveia.Você tem memória boa para osacontecimentos e sensibilidade fina para perceber oimportante neles. Gouveia vai ficar bem servida, vocêrealizada e nós gouveianos orgulhosos. Gouveia queapresentava safra de poetas, apresenta agora a de escritores.Vai aparecer a de músicos. O prof. José Moreira suspeita“que todo gouveiano é músico e escritor”. Eu tenho certeza.A vocação de poeta e escritor já está confirmada. A demúsico a Afago vai rastrear.

17/12/2011 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro -CurveloGuido, nem mesmo quando em 23 de maio do ano em curso,com o conto “O SABER” me sagrei contistainternacionalmente premiada em 4º lugar, dentre 670 obrasliterárias, entrando para a Galeria de apenas oito literatoscurvelanos a conquistarem esse prêmio, (nenhum deles em

AVIZ, Portugal, berço de nossa língua pátria ), me senti tãoincentivada a escrever, como estou agora, motivada por tãonobre conterrâneo- você! Saiba que “A MENINA DORA DED. ANTÔNIA”, como flecha humana a correr como sempreo fazia em criança, já está dando vida ao Word do meu PC.Envolvida na descrição de mim mesma e da minha terra-natal,quantas vezes me perco e paro para me situar entre a criançade outrora e a anciã dos dias atuais! Numa expressiva emaravilhosa volta ao tempo em que fiz de Gouveia o meu poemade amor, me mergulho. E imersa em meus pensamentos, meuberço natal e minha infância apesar de distantes, ganham forma,cor, brilho, som, na complexidade de sonhos e venturas reaisdo passado que voltam e se concretizam à medida que digitandome sinto retroagir no tempo. Vejo-me novamente acarinhadapor meu pai nos nossos passeios pelo campo, tomando água nacopa do chapéu daquele que apesar de hoje habitar outradimensão, continua sendo para mim o meu humano Papai Noel.Nascido no Natal, ao se vestir de Papai Noel para nospresentear, ele era na ficção daquele momento, apenas oprolongamento do Papai Noel Real que com minha carinhosae devotada mãe me fizeram gente, formaram-me o caráter ehoje marcam de saudades os meus dias! Bem! Mas chega dedivagações que me tornam melancólica. O meu objetivoprimordial ao lhe escrever esta é lhe dizer: - obrigada por seuestímulo, que me permitiu desatar nós de invisíveis amarrasque me prendiam e me desvencilhar de imaginárias mordaçasque me sufocavam. Se as anotações que estou a fazer setransformarão em livro, não sei... Não importa... O que importamesmo é que estou vivendo um momento mágico ao escrevê-las, o que muito me gratifica. Em breve lhas enviarei.

Morro do Camilinho

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Notícias & comentários08/01/2012 - Guido Araujo - Belo HorizonteMORRO DO CAMILINHO - O mês de janeiro já correuquase um terço e a campanha pelo Morro do Camilinhoainda não começou. Solicito ao órgão responsável peladivulgação, do Município de Gouveia, o endereço para eucravar meu voto. Sem essa de Serra do Santo Antônio. Omomento, agora, é do Morro do Camilinho. O da Serra eo de outras paisagens virão a seu tempo. Vamos ganharessa primeiro. Vamos nos unir nesta campanha e mostrar aforça de Gouveia. Conclamo cada gouveiano a arranjar pelomenos dois votos e aí a vitória é certa.

08/01/2012 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro -CurveloRealmente, já estava sentindo a falta de incentivo para votarmosno Morro do Camilinho, como a mais bela paisagem de MinasGerais. Depois do anúncio e da nossa euforia pela classificaçãodele, houve um completo silêncio a respeito. Fazendo coro àspalavras de Guido Araújo, solicitemos do órgão responsáveldo Município de Gouveia a divulgação do endereço, para quepossamos votar. Façamos campanha, mesmo! Arranjemosparceiros gouveianos ou amantes de Gouveia, se puder ecoloquemos na urna ou onde for, pelo menos dois votos. Seassim o fizermos, o nosso Morro se sagrará vencedor.Concordo que agora é a vez do Morro. Ganhemos esta. Depoispensaremos na Serra de Santo Antônio.

21/02/2012 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves - BeloHorizonteRepetindo mensagem anteriorAlÔ Gouveianos! vamos concentrar nossos votos no “Morrode Camilinho” e deixar a Serra de Santo Antônio para a próximavez. A votação para selecionar a mais bonita paisagem mineira,concurso promovido pelo Jornal Estado de Minas e a TVAlterosa. O Morro de Camilinho está entre oito paisagensfinalistas do concurso. Para votar vá até a página do sítioWWW.afagouveia.org.br e siga as instruções.A votação termina no dia 28 de fevereiro. Vote, também,por seus irmãos, primos, tios, tias, avos e outros parentes

Essa é boa!!! Adilson anima obate papo.

15/02/2012 - Adilson Do Nascimento - BeloHorizonte - MGDia desse eu estava jogando bola com o meu neto,atualmente com dois anos de idade, e ele me perguntouse o pé servia só para chutar bola e andar. Perguntade criança geralmente é assim. Vem cheia de conteúdoe se você der uma explicação qualquer logo virá asegunda ainda mais complicada: a famosa por quê?Eu então fiquei pensando em outras utilidades do pépara a vida das pessoas e disse a ele, por exemplo,que o pé do ponto de vista físico, se masculino, servepara matar barata e se feminino serve para subir emcima da mesa com medo de barata. No sentidofigurado ai o pé aparece em várias situações, porexemplo: para você qualificar um excelente cobradorde falta no futebol diz que ele é um “pé de anjo”; sevocê vai chutar uma bola parada tem a preocupaçãode firmar o “pé de apoio”; se você adquire fungos entreos dedos logo terá “pé de atleta”; se você é daquelaspessoas que fazem de tudo um pouco é chamado de“pé de boi”; se você é tirado de uma relação pessoalou coletiva tomou um “pé na bunda”; se você achauma coisa muito fácil diz que fará com um “pé nascostas”; se você quer arrancar um prego velho em umatábua logo pensa em pegar um “pé de cabra”; se vocêé daqueles que gostam de entornar um copo é chamadode “pé de cana” se você é muito lento, principalmentejogando bola é chamado de “pé de chumbo”; se vocêquer ter mais sorte logo pensa em conseguir um “péde coelho”; se você é uma jovem senhora que começaa tratar das rugas logo dizem que você está cheia de“pé de galinha”; se você tem um atrito com o seu vizinhoos outros dirão que você está em “pé de guerra”; sevocê está concorrendo a uma vaga e o seu concorrentetem as mesmas competências e habilidades você diráque concorre em “pé de igualdade; quando vocêcomeça a poupar algum dinheirinho estará fazendo um“pé de meia”; se você quiser agradar o seu neto semque a mãe dele esteja presente você lhe dará um “péde moleque”; para você nadar com mais rapidez usaráum “pé de pato”; quando o seu amigo não é páreopara nada você diz que ele é um “pé de chinelo”; quando

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você diz que o assunto está na parte de baixo do textoavisa que está no “pé da página”; se você é um ás nosalão de baile logo dizem que você é um “pé de valsa”;quando ameaça muita chuva precedida de ventania vocêdiz que está havendo um “pé de vento”. Meu neto meolhou com aquela cara de espanto de quem não entendeunada, imaginando: nossa! Quanta serventia para umsimples pé.

15/02/2012 - Guido Araujo - Belo HorizonteAdilson, seu neto de dois anos, soubesse ele mais utilidadese conteúdos para o pé, deveria estar pensando: “meuavozinho, hoje, tá um pé no saco!”. Sorte sua, por agora.

15/02/2012 - João De Jesus Saraiva - ContagemGostei Guido Araujo,lembrei agora de mais um tipo de péque o Adilson esqueceu.Isto é lá dos tempos de minhavó,quando um casal não se davam bem no casamentofalavam-se assim;casou um pé de chinelo velho com umpé torto.Um abraço.

16/02/2012 - Adilson Do Nascimento - BeloHorizonteNo meu tempo de criança, quando eu comecei a decifraras primeiras letras via escrito nas paredes de alguns prédios“Fábrica DE São Roberto”; assim como “Escola RuralDE São Roberto”; ou Armazém DE São Roberto. Depoisque o Pedro Cezarini chegou por lá ele começou a incutirna cabeça das pessoas que nada era DE São Roberto.Tudo ali era DE Dr. Alexandre. Assim ele mudou, inclusiveos documentos, para Fábrica São Roberto; Armazém SãoRoberto etc. Estava lembrando isso, ontem, e de quandoeu fui para a Escola falando conforme eu ouvia e aProfessora Maria Josefina me corrigia e eu imaginava queela estava doida. O pessoal morador da vila operária dafábrica tinha uma convivência antiga com descendentesde escravos e uma cultura bastante assemelhada à deles.Assim, ali, era comum falar caruru e não quiabo. Falava-se curuz, bença, arto, pessuá, sinhá, argudão, interter,rango, caritó, biboca, chamego, fuxixo, chincha, pinguço,troncho, banguelo, batuque, cafundó, cafuné, candonga,dengo, mulambo, muamba, muxiba, quenga, cuia, tutu,zumbi, mermo, jinela, barrer, bassoura, ocêis, nóis, onti,poRta, poRca, poRtão, Gerardo, cumpadi, cumadi, amoR,muié, Zé, Mané, môio, zóio, zoreia, ispía, sordado,

disintoRta e por ai vai. Como eu sempre faço a ponte, oucomo dizem os televisivos a escada, é possível que o Hermes,o Guido, o Joãozinho de Tarcízio e outros possam ilustrar aindamais esse palavreado da nossa infância que era corrigido naadolescência com certa desconfiança de que o certo é queestaria errado.

16/02/2012 - Hermes Nascimento da Silva - NovaSerranaPara os dantores da AFAGO. Minino, eu tô com as zunhascurtas nem dá pra cosar as tiriricas do pé. Como disse o SrAmerco, “ Doutor tomei um mussungão na carcunda, perto dapá, do lado da espinha que doeu até os pormões.” Como meuspormões estão bons e não tenho o pé pesado, vou colocar opé na estrada e vou de pé baixo.

17/02/2012 - Nilson Pereira Machado. - Terra dos LagosEncantadosOlá Adilson,mais uma vez trazendo assunto que nos faz crescer,com termos e falares regionais, como aluno de graduação emletras, tenho correspondido eletronicamente com um professorde linguística da Universidade do Paraná, e suas lembrançasmuito nos ajuda, pois ele está atualizando um dicionário defalares e expressões regionais do Brasil.Obrigado continueassim, isto muito auxilia os que querem conhecer um pouco dodinamismo da nossa língua.Quanto a reunião da AFAGO, queestava programada para o dia,16 deste, senti muito não tersido possivel ir, pois a minha esposa fez uma intervençãocirúrgica na cabeça, e passou por tres dias na UTI, sendo quesó ontem o medico a liberou para o quarto, mas graças a Deusela logo estará bem e eu irei rever, e conhecer gouveianos.UMABRAÇO FRATERNAL

20/02/2012 - ADILSON DO NASCIMENTO - BeloHorizonte -Para o Nilson Machado que fez desse tipo de brincadeira,que eu iniciei por falta do que melhor para se fazer, uma espéciede trabalho para o seu curso de licenciatura em letras daUNIPAR; para o Professor José Moreira (expoente maior dofolclore mineiro) e para outros afagueanos menos presentesneste espaço eu gostaria de emendar mais uma coleção determos sanrobertanês. As pessoas da minha convivência nainfância tinham uma mania de economizar letras nas palavrasque as faziam diferentes e na medida em que ficávamos“letrados” imaginávamos que elas falavam errado, porque não

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estudaram. Hoje entendo que tudo aquilo era fruto de uma culturaespecífica que, inclusive, deveria ser conservada pela suasingularidade e definição de uma era. Na São Roberto da minhainfância eu ouvia com freqüência: “minerim engó metádaspalavra”(mineirinho engole metade das palavras); “mai qui belêzz!” (masque beleza!); “émêss? (é mesmo?)”; “némess?” (não é mesmo?);“issé bão dimaí sô!” (isso é bom demais meu amigo); “lidileite”(um litro de leite); “mastumate” (massa de tomate); “kidicarne”(um quilo de carne); “nossinhora” (Nossa Senhora!); “istrudia”(em outro dia); “quainahora” (já está quase na hora); “onquié?(aonde que é isso?)”; “óiprocevê” (olha para você ver);“ansdionti” (antes de ontem); “tidiguerra” (tiro de guerra);“pondiônz” (ponto de ônibus); “rapai” (rapaz!); “óiquió” (olhaaqui, olha?); “oncotô” (aonde é que eu estou?); “proncovô” (paraonde é que eu vou?); “minino” (menino), “piquininim”(pequenininho); “ispecial” (especial); “lugarzim” (lugarzinho);“trem” (para definir qualquer coisa); “onzz” (ônibus); “cafezin”(cafezinho); “confófô” (conforme for eu vou); “máabain” (tomarbanho); “máabain na soda” (vá à merda); “júda” (ajuda); “divera”(de verdade); “nimim” (em mim); “pelejânu” (tentando); “tacá”(atirar uma coisa); “uai”; “belzonti”; “beraba”; “berlândia”;“pópôpó” (pode por o pó de café no coador); “gizdifora”;“nigucim” (negocinho); “redá” (afastar); “causu”; “modidizê” (issoé um modo de dizer); “isteitis” (EUA); “vistido”; “treizim”; “docê”(de você); “pôquim” (um pouquinho só); “zé de tonha” (SenhorJosé de Dona Antônia); “sapassado” (sábado passado);“sessetembro” (sete de setembro) etc, etc, etc.

NETO(A)S15/02/2012 - Manoel Miranda - Belo Horizonte

Informo aos amigos da AFAGO, que hoje nossoPRESIDENTE esta em felicidade sublime,porque sua filhaJULIANA lhe deu mais dois netinhos.FELICIDADES aospais, avós e familiares.

15/02/2012 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves - BeloHorizonteCom a imaginação a gente faz o que bem quer, assim diz o poeta.Na minha imaginação, vejo meu genro Wanderbilt (Bilt) elevandomeus netos: Gabriel e Henrique; cada um a seu tempo, elevando,eu dizia, acima da cabeça, no famoso estilo Kunta Kintê eagradecendo aos céus pelo nascimento deles. A chegada dosrapazes ocorreu hoje, na manhã de 15 de março, fortes esaudáveis trazendo alegria para Juliana e Bilt. E, naturalmente,

para os avos maternos: Ana Maria e RaimundoNonato e para os avos paternos: Auxiliadora eAntônio AlbertoNa foto, o orgulhoso pai com Gabriel nos braçose observando Henrique no berço.

15/02/2012 - Guido Araújo - Belo HorizontePois é! A gente começa sendo neto e acaba ficandoavô. Neste percurso, uma grande felicidade é o filhoque chega. Mas a felicidade vem de embrulho compreocupação e responsabilidade. O tempo passa enão aproveitamos todas as fases de evolução dofilho. Já como avô, o neto parece que é dois filhos,mas sem preocupação e responsabilidade. Aí agente, no neto, vê o que passou despercebido nofilho. Meu caro Raimundo, você vai entender de queestou falando. O neto é uma recuperação do tempoperdido. Meu primeiro neto faz tres anos hoje,ganhou um primo e, com seus netos, o Gabriel e oHenrique, mais dois amiguinhos agora, e amigõesno futuro. Congratulações aos pais, aos avós e boasorte ao Gabriel e ao Henrique.

16/02/2012 - Maria Auxiliadora de PaulaRibeiro - CurveloDr. Raimundo Nonato, sermos avós de um neto nostorna papais-coruja água com açúcar, porém sê-lode dois ao mesmo tempo é dose extra de doçura anos transformar avós que somos em papais corujapuro mel. À sua filha, Juliana, e seu genro, Bilt, acerteza de que todos nós, afagueanos, nos sentimosduplamente felizes, partícipes de sua alegria. AGabriel e Henrique as “Boas Vindas” por seremesperança e inocência a contagiarem de paz e purezao Mundo tão carente de amor. Aos avós biológicos,Auxiliadora( minha xará), Antônio Alberto, AnaMaria e ao senhor, Raimundo Nonato, a permissãode partilharmos a honra de também sermos avósdos dois pequenos-grandes infantes. Porém, aosenhor, Dr. Raimundo Nonato, vovô intelectual,nesse instante, tão somente avô ofereço obabadouro que usei, quando do nascimento de meusdois netos, Lucas e Gabriel, também como o devocês! Parabéns a todos e celebremos o dom da

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vida que se torna mais bela por termos em Henrique e Gabriel lume e sorriso no cotidiano de nossas existências!

José Sena Reis, informou: “No comecinho do ano, uma grande boa nova. O sonho de cantar nas cidades históricas daestrada real pode se concretizar no ano de 2012 com o CORAL CRESCERE.De Diamantina a Paraty, incluindo Petrópolis e Rio De Janeiro. O MINC/PRONAC publicou – vide abaixo – a aprovaçãoda prorrogação do projeto do ano passado para valer até 31/12/2012. Só vale para mais este ano. O projeto não podeser renovado duas vezes. Vamos doar o maior esforço para captarmos os recursos incentivados.Arregacemos as mangas e voltemos à luta. Vamos reativar os contatos do ano passado. A luta é nossa e vamos vencê-la.O Coral Crescere é também histórico, com seus jovens 21 anos de existência.Ele merece!... Ele merece!...ele merece!...

Publicação no DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃOnº 13, quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

11 1670 - A MÚSICA SACRA, ANTIGA ECONTEMPORÂNEA, NA ESTRADA REAL COM O CORAL CRESCERE”

CORAL CRESCERE

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ARTIGOS

Prêmio Afago de LiteraturaRaimundo Nonato de Miranda Chaves

O prêmio Afago de Literatura foi criado no final de 2009,por proposta do professor José Moreira de Souza. A Afagoaprovou a proposta, designou o coordenador – JoséMoreira de Souza – e lançou, em 2010, dois editais:

1.Prêmio Afago de Monografia – para estudantes do3º. Grau cuja monografia de final de cursodesenvolvesse o tema: Gouveia;

2.Prêmio Afago de Literatura – para estudantes do 1º.e do 2º. Graus, de unidades de ensino instaladasno município de Gouveia.

Não houve concorrentes ao Prêmio de Monografia e aoPrêmio de Literatura concorreram quarenta e oitotrabalhos, redigidos na forma de: crônica, artigo de opinião,poema e memória literária, representando três escolas:E.E. Joviano de Aguiar, E.E. Aurélio Pires e E.E. AugustoAires da Mata Machado. Deles foram selecionados doze,por comissão designada pela Afago, formada pelosassociados: Geraldo da Consolação Miranda, Guido deOliveira Araújo e Raimundo Nonato de Miranda Chaves.Os doze trabalhos selecionados foram defendidos porseus autores, perante comissão, convidada pela Afago,constituída por: Mauricio Miranda Ávila, Raquel Luiza eAuxiliadora de Paula Ribeiro, em seção pública realizadano Centro Social Dom Paulo Lopes de Farias e prestigiadapor autoridades, diretoras, professoras, estudantes efamiliares. A comissão indicou três estudantes quereceberam prêmios em dinheiro:

1.Rafaela Lucas Santos Oliveira, aluna do 8º. Ano,1º. Lugar, com o conto: Um Milagre? recebeu oprêmio de R$1.000,00;

2.Ana Luiza Gonçalves, aluna do 8º. Ano, 2º. Lugar,com o conto: O Cavalo das Patas de Fogo,recebeu o prêmio de R$500,00;

3.Pedro Rodrigues Junior, aluno do 6º. Ano, 3º.Lugar, com a poesia: Meu Futuro, recebeu oprêmio de $300,00.

Os demais receberam certificado de participação.Nesta mesma seção a Afago homenageou à E.E. AurélioPires, sucessora do Grupo Escolar Aurélio Pires, quecompletara setenta anos, entregando à Diretora AparecidaCamelo Certificado de Reconhecimento. Dalí, fomos todoscomemorar, em volta de uma longa mesa repleta desalgados, doces e sucos, localizada no prédio da E.E.Aurélio Pires, atendendo convite de sua direção.Continuando o processo, a Afago lançou Edital para oPrêmio Afago de Literatura edição 2011 com algumasalterações:

• os trabalhos premiados, em número de quatro, nãoserão classificados entre si, isto é, todosreceberão o prêmio, em dinheiro, de mesmo valor– R$500,00;

• desenvolvida em parceria com a SecretariaMunicipal de Educação, a solenidade de

premiação será um evento da SemanaLiterária, organizada por aquelaSecretaria;

• a comissão de seleção dos trabalhosacrescida de dois membros é, agora,constituída por senhoras gouveianas,por nascimento ou por casamento,identificadas na relação nominal, porordem alfabética, a seguir:

1.Adélia Anis Raies de Souza, natural deBelo Horizonte, Pedagoga comespecialização em Gestão,Supervisão, Orientação e Inspeção;Professora, Coordenadora de Curso e,hoje, Diretora da E.E. Aarão Reis;

2.Ana Maria Gama Chaves, natural deAlegre (ES), Bacharel e Licenciada emCiências Domésticas pelaUniversidade Federal de Viçosa,Analista de Sistemas pela PUCC/RJ;Professora de Vestuário e Têxteis eAnalista da Central de Processamentode Dados da UFV.

3. Diva Maria Ferreira de Miranda,natural de Gouveia (Camilinho),Pedagoga com especialização emAdministração e Supervisão, pós-graduação em Pedagogia de ClasseEspecial. Funcionária da Secretaria deEstado da Educação.

4.Mariza Lúcia Dias de Araújo, natural deBelo Horizonte, Bacharel e Licenciadaem Letras Neo Latinas, lecionou noColégio Estadual Central, na PUCMinas e na UFMG.

5.Rita Ordália Drummond Monteiro,natural de Belo Horizonte, Advogada,funcionária da Secretaria de Estado daDefesa Social e professora naAcademia de Polícia Civil.

Cópias de sessenta e quatro trabalhos, dasescolas: E.E. Joviano de Aguiar, E.E. AurélioPires, E.E. Augusto Ayres da Mata Machado,E.M. João Baiano – Comunidade deCamilinho, E.M. Profa. Zezé Ribas –Comunidade de Pedro Pereira foramencaminhadas aos membros da comissão deseleção. Esta, após a leitura individual sereuniu, na Sala Doutor Waldir de AlmeidaRibas – sede da Afago, durante a manhã de

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ARTIGOS

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sábado, 11 de fevereiro, assistida pelo secretárioGuido e pelo presidente Raimundo Nonato, quecuidaram de servir o lanche. Após a discussão,que se prolongou até às 13:OO horas, o resultado:Quinze trabalhos, considerados os melhores, foramselecionados. Dentre os selecionados, estudantesdo 1º e do 2º. Graus representando as cincoescolas participantes do concurso.Os trabalhos selecionados serão apresentadospor seus autores, em Gouveia, em data a serdefinida com a Senhora Secretária Municipal deEducação, Professora Maisa de FátimaNascimento Dória, possivelmente durante asegunda quinzena de março próximo. O local,também, não está definido, depende de decisãoda Profa. Mariléia de Miranda Fernandes Brandão,Diretora da E.E. Augusto Ayres da Mata Machado,escola anfitriã do evento.A Afago deve se apresentar em Gouveia, durante,pelo menos dois dias, da Semana Literária, como grupo constituído pelo presidente: RaimundoNonato; o coordenador do Prêmio Afago: JoséMoreira; a Comissão de Seleção: Adélia, AnaMaria, Diva Maria, Mariza Lúcia e Rita Ordália; osassociados interessados em literatura, jácompromissados: Adilson do Nascimento,Geraldo Augusto, José Moreira, Maria Auxiliadora,Guido Araújo e Raimundo Nonato; e, todos osassociados que manifestarem interesse emparticipar.

Um Gouveiano na Presidência da Comissão

Mineira de FolcloreRaimundo Nonato de Miranda Chaves

O Povo tem uma cultura que recebeu dosantepassados. Recebeu-a pelo exercício de atos práticose audição de regras de conduta, religiosa e social. Éuma camada anteposta aos conhecimentos escolares,transmitidos como ciência indispensável e geral pelolivro e a voz do ensino magistral. A cultura Popular éo saldo da sabedoria oral na memória coletiva. Assimexpressa Luis da Câmara Cascudo, em artigo publicadono primeiro número da Revista da Comissão Mineira deFolclore.A Comissão Mineira de Folclore foi fundada em 1948,em Belo Horizonte, por um grupo de 28 intelectuaismineiros. O objetivo da Comissão, segundo Saul Martins,

um dos fundadores, é preservar, pesquisar, arquivar edivulgar as manifestações folclóricas e culturais mineiras.A cultura popular é a mais fértil e diversificada da culturamineira, explica Mauro Werkema, então, presidente daFundação Clovis Salgado - FCS. Ele destaca o importantetrabalho de preservação e resgate da cultura populardesenvolvido pela Comissão, que abrange todo o folcloremineiro, incluindo as danças, o artesanato, a pintura, enfim.No entender do antropólogo Sebastião (Tião) Rocha,criador dos CPCDs – Centros de Pesquisa de CulturaPopular: Folclore é a ciência humana e social que estudaos fatos e as relações, os processos e as realizações deum grupo social - materiais, sociais e espirituais,objetivas e subjetivas, orais e escritas - tradicionais,funcionais e de aceitação coletiva.Estas manifestações, também chamadas de culturapopular, coexistem com as formas de cultura erudita(ou acadêmica) e de massa (ou de consumo),conservando suas funções histórico-sociais. Oartesanato e a medicina caseira, as crenças esuperstições, as gírias e provérbios, as danças e festaspopulares tradicionais são alguns entre os incontáveisexemplos, objetos da ciência folclórica.Nossa missão no CPCD é fazer com que estas criançase estes adultos possam não só se reapropriar de seussaberes e fazeres, mas fazer de sua cultura e identidade,instrumentos de seu desenvolvimento e a matéria-primade sua cidadania.O termo folclore (folklore) é um neologismo que foi criadoem 1846, onde os vocábulos da língua inglesa folk e lore(povo e saber) foram unidos, passando a ter o significadode saber tradicional de um povo.No meio desta elite intelectual, salienta o sociólogogouveiano José Moreira de Souza, agora, eleito parapresidir a Comissão Mineira de Folclore – CMFL, cujaposse deverá ocorrer no próximo dia 25 de fevereiro, noPalácio das Artes. Fui agraciado com uma cópia doPrograma de Trabalho da CMFL, elaborado pelo presidenteMoreira.Moreira, homem de fé por origem e formação, mas é,principalmente, homem de ciências; como tal cuida demostrar as evidências que suportam suas conclusões; parausar expressão popular: “mata a cobra e mostra o pau”.Digno de analise o programa de trabalho, pela profundidade,pela amplitude dos temas abordados, com proposiçõessustentadas por evidências e constatações resultantes depesquisas elaboradas por Moreira; pesquisas das quais eleparticipou como orientador ou como consultor, mormentena RMBH; pesquisas que sustentaram teses de doutoradoe dissertações de mestrado.

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ARTIGOSHá propostas de reuniões para celebração e para seminários deestudo e discussão.Um dos temas é a publicação, em 2012, do Dicionário daReligiosidade Popular de Frei Francisco van der Poel. Sobre otema, Moreira com a palavra: ... teremos a oportunidade departicipar ativamente dessa celebração com muitas festas.De nossa parte, teremos a obrigação moral de preparar umseminário de porte para apresentar e debater um tema damaior importância em nossa formação histórica.Moreira cita dois artigos do Código do Direito Canônico:

• O costume é o melhor intérprete das leis;• A lei não revoga costumes centenários ou imemoriais,

nem a lei geral os costumes particulares.e continua:Só pela leitura desses dois artigos, podemos visualizar aimportância e o alcance dessa obra de Frei Chico. Seualcance é muito mais amplo que o da religiosidade popular.Obriga-nos a pensar no caso específico do Brasil das “Leisque colam e das leis que não colam”. Num seminário comoesse, teremos a obrigação de ter presentes juristas,antropólogos, historiadores da cultura, filósofos, os quaisserão obrigados a se debruçar sobre temas folclóricos dascrenças e seus fundamentos.Outros seminários de porte, para abordagem de temasimportantes e também como homenagem a estudiosos do folclore,que completam oitenta anos de vida. Citados os nomes: DomingosDiniz e Antônio Henrique Weitzel e os temas:

• Literatura Oral – Literatura Popular• Folclore e História Local - para estudiosos de história

Ao lado de celebrações e seminários com especialistas, odocumento salienta a importância de ir ao encontro da juventude,com palestras e cursos para a mocidade universitária abordandotemas importantes. Com a palavra o presidente Moreira:

• Folclore e Habitação Popular. Para alunos deArquitetura, Urbanismo, Engenharia, Design,Sociologia. Elieth Amélia de Sousa – doutoranda naPUC Minas – já abordou esse tema no CongressoBrasileiro de Folclore em Goiânia. Samantha Cidaley– com mestrado em História e especialista emFolclore e Cultura Popular – teve como objeto desua monografia e também sua dissertação demestrado a casa e sua decoração. O tema é de altarelevância para os cursos de graduação nessas áreastendo em vista a apropriação do saber popular nosprogramas habitacionais, desde a concepção daplanta domésticas, às técnicas construtivas e àocupação do espaço por funções. Tive a honra deser um dos redatores de um relatório de pesquisa –“Cadastro de Famílias Moradores do ProgramaParticipativo da Habitação do Município de BeloHorizonte” – na conclusão são abordados os

constrangimentos do espaço projetadopara a promoção social segundo asdiretrizes de desenvolvimento humano.

• Folclore e mercado imobiliário. No dizerde Henri Lefebvre, vivemos numa“sociedade burocrática de consumodirigido”. Esse dizer nos atinge no fígado.O que temos a oferecer como “produtode nosso saber”? Quem quer comprarnossos “produtos”? A questão sobreFolclore e Mercado com ênfase noMercado Imobiliário foi abordada numprojeto coordenado pela sociólogaVirgínia Renó dos Mares Guia comparticipação de Vicente Eustáquio daRocha e José Moreira de Souza comoconsultores externos. Pela FundaçãoJoão Pinheiro, participaram inúmerostécnicos, entre eles, Elieth Amélia deSousa. O objeto do projeto era avaliaros impactos sobre o mercado imobiliáriono Vetor Norte da Região Metropolitana,após a implantação da Linha Verde, oAeroporto Indústria em Confins e aCidade Administrativa. O estudoexaminado do ponto de vista do saberpopular convoca para discussãoestudiosos de economia, direito,antropologia e filosofia.

• Folclore e Medicina Popular. Convocarestudiosos que se aprofundaram naquestão epidemiológica, em especial aprofessora doutora Elizabeth FrançaMendonça, cuja tese de doutoradoaborda a questão da mortalidade infantiltardia por diarreia, desnutrição epneumonia. A pesquisa domiciliar quetive a honra de coordenar visitou algocomo 1800 mães cujos filhos em idadevariando de 28 dias de nascidos até 11meses eram saudáveis, ou haviam sidoacometidos por alguma dessas moléstiase sobrevivido ou achegaram a óbito.Interessam desses estudos os relatos dasmães que revelam a presença oudistanciamento do saber popular e comoesse saber opera sua conduta diante daspolíticas de saúde. Parte do estudo já foiobjeto de publicação em revistasinternacionais de saúde.Outro tema também relevante tem a vercom “Atenção à pessoa com deficiência”– estudo que também tive a honra de

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ARTIGOScoordenar e que avalia as políticas públicasnessa área. Interessa não apenas a médicosencarregados de diagnosticar os pcds segundocódigos dos CID10, mas a educadores,psicólogos e gestores de políticas públicas.Por último, a tese de Rosana de FigueiredoVieira sobre a atenção aos idosos, tema de altarelevância para as políticas dos Centros deReferência de Atenção Social. Rosana cadastroutodos os asilos de Belo Horizonte e entrevistoucentenas de idosos. O título da tese publicadapela Editora Newton Paiva resume o queinteressa aos estudos de Folclore; “IdentidadeArquivada”.

• Folclore e Educação Popular. Este tema reúneestudiosos de pedagogia, filosofia, turismo,artes em geral – música, artes plásticas, teatroetc. Tive a oportunidade abordar esse assuntonas Jornadas Integradas de Folclore na cidadede Serra, Região metropolitana de Vitória.

Sobre Folclore e Educação Popular, Moreira relata diversoscursos ministrados em universidades e em escolas de artescom disciplinas relacionadas ao folclore; em cursos degraduação, cursos de extensão e mesmo em cursos desegundo grau. Analisando relatórios da UFMG, Moreiraconstata:Para completar essa exposição, resolvi levantar nosrelatórios da UFMG algo que se pode ler de duasmaneiras, cursos, atividades de extensão e pesquisasque contribuem direta ou indiretamente para um diálogocom as abordagens de Folclore e aqueles queexaminam o “saber popular” como anti-moderno,atrasado, algo a ser abolido. Minha constatação é queo Folclore é muito estudado na Universidade àsavessas.A Proposta de Trabalho do Presidente da CMFL deveráser publicada, na íntegra; esta abordagem resumida tem oproposito de salientar a importância da posição assumidapelo sociólogo José Moreira de Souza que honra a cidadede Gouveia; e, estimular a todos os gouveianos acomparecer ao Palácio das Artes, no próximo dia 5 demarço, para aplaudi-lo. Na oportunidade saborear umCobu que será oferecido pelo presidente. Adianto queCobu será, em breve, tombado como bem imaterial, eespero que traga o nome: Cobu da Gouveia

Efigênio Capítulo IVNo dia vinte e nove de dezembro do ano de 1910, comojá sabemos, nascia para a Gouveia, o menino que recebeu,na pia batismal, o nome de Efigênio. Cumpre lembrar comoregistrou sua filha Lucíola que o nome era composto,“Efigênio da Núbia”. Que Núbia era essa? Será que amãe já antecipava para o filho o nome de sua futuranamorada?Não foi bem isto. Núbia foi um país da África que abraçouo cristianismo já no século V de nossa era. Sob influênciade Bizâncio, os cultos cristãos resistiram à expansãomuçulmana como religião popular, mesmo sem sacerdotes.Ao longo de 2011, este Boletim publicou alguns capítulospara fixar a memória dessa criança. Ao longo desse ano,foram fixados alguns centenários importantes. O deFloripes Catarina da Cruz e o de Theódulo Alves Prado.Cada uma dessas pessoas deixou para a Gouveiamensagens duradouras.Para cumprir a promessa, encerro neste capítulo asmemórias de Efigênio. Examino sucintamente três traçosainda não abordados de nosso personagem: temasabordados em discursos, a fixação na História de Gouveiae a ação política.

Do pesquisador ao escritor – maisuma vez as condições dacomunicação escrita. Discursos.

Apresento em primeiro lugar o programa de governoelaborado por Efigênio como candidato à eleição, aprimeira eleição em que houve de fato, dois partidos emdisputa pela prefeitura de Gouveia. Lembro que, naprimeira eleição para prefeito, no ano de 1955, haviatambém dois candidatos, mas nessa época, foi quase umcertame entre compadres. Na eleição de 1981, início daabertura do regime militar, dois candidatos disputaram aprefeitura. Efigênio, de um lado, e Geraldo Bitencourt, deoutro. Efigênio era o candidato do PMDB e Geraldo, doPDS. Efigênio, como o leitor poderá concluir após a leiturade sua “Carta Aberta ao Eleitor”, se julgava unanimidade.Venceu Geraldo Bitencourt, o qual realizou, para o bemda Gouveia, uma administração de elevada competência.Eis a “Carta”.Carta Aberta Ao EleitorAmigos GouveianosComunico-vos que sou candidato à prefeitura de nossacidade pelo PMDB. Não sou desconhecido, estive comtodos vós durante anos, durante toda minha vida,muito antes de nossa Gouveia ser cidade;por isso nãopreciso falar do passado.Não lembrarei aqui as peripécias pela construção doGrupo Escolar Aurélio Pires, à época, dos mais

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ARTIGOS

modernos do Estado, nem o esforço pela instalaçãomelhorada da rede de água na, então Vila da Gouveia, nemmesmo o apoio e amizade do deputado, governador epresidente da república, o saudoso doutor JuscelinoKubitschek de Oliveira, nem ainda a longa história pelaemancipação de Gouveia como município autônomo. Asdificuldades enfrentadas para instalar a prefeitura, abrir ecalçar ruas, ajardinar praças, ampliar a rede de água,construir estradas e pontes ligando os povoados à sede domunicípio, reivindicar e instalar novas escolas – EscolaEstadual Augusto Aires da Mata Machado, Colégio CristoRei -, representar nosso povo em tempos difíceis, de parcosrecursos, tudo isso são coisas do passado. Não precisam serlembradas.Lembro-me – e lembro-vos –, apenas, a gratidão que mefica de ter sempre recebido de cada gouveiano asmanifestações mais puras e sinceras de apreço. E tenho razõesde me lembrar. Não fosse o apoio, a confiança que semprerecebi, não estaria agora, sendo, mais uma vez, escolhidopor meu povo e meu partido para candidato á prefeitura.A esta confiança, digo SIM, digo PRESENTE. Estou aquicom meu povo e para meu povo. Sempre estive, continuoestando.Eu amo a Gouveia e a ela dedico o melhor de mim, meuamor.Sei que vos tenho todos ao meu lado porque o meu lado é olado das aspirações de todos nós.Quero, nesta carta, falar do presente e apresentar meuprograma de governo, para que todos vós saibais que entrocomprometido com nossas maiores aspirações, nossos maisprofundos desejos para que me acompanhem propondo,exigindo.PARTICIPAÇÃO

Se fiz alguma coisa em nossa Gouveia é porquejamais trabalhei sozinho. Contei sempre com o apoiocontínuo de cada pessoa. Não continuarei sozinho; aadministração municipal não é coisa de uma só pessoa. Alémdos funcionários municipais, dos vereadores que contribuemativamente no Legislativo, o prefeito precisa de cada cidadão.O prefeito municipal não é dono da cidade, é representantedo povo. É assim que quer fazer de todo o município sede daprefeitura. Todos vós, ao me elegerem, sereis prefeitos comigo.Não apenas companheiros, sereis prefeitos. Quero atenderao desejos de todos os cidadãos. Serei um eco da Gouveia.EDUCAÇÃO

Será também ouvindo-vos e estando ao vosso ladoque me proponho a prosseguir meu programa de instalação,ampliação e aperfeiçoamento da rede escolar municipal, bemcomo reivindicar junto ao Estado o acompanhamento dasnecessidades locais de ensino.

Sempre me ocupei da educação e queroaproveitar meu novo período administrativo paraprosseguir os projetos que merecem atenção.

Quando falo em aperfeiçoamento dasescolas e do ensino, penso em trazer para cácursos que permitam às pessoas utilizar aquimesmo o que aprenderam na escola, valorizandoa zona rural e nossa cidade.URBANIZAÇÃO

Quem conheceu Gouveia a 1º de janeirode 1954, data de nossa emancipação, e a vê hoje,certamente notará que caminhamos juntos.Hojejá somos muito melhores. A cada administraçãomunicipal a cidade se desenvolveu e se tornoumais urbana.

Penso em prosseguir o trabalho deurbanização da sede e dos povoados, tornando-os mais atraentes, favorecer o melhoraproveitamento da terra urbana, através daabertura de novas ruas em áreas ainda poucoaproveitadas.

Vejo lugares em que podem surgir novaspraças, lugares onde as crianças possam jogarbola, peteca, brincar; divertirem-se.SANEAMENTO BÁSICO – Rede de Esgoto

Tenho presente a necessidade deprosseguir o projeto de saneamento básico,estendendo a rede de esgoto à parte leste de nossacidade.

Todos sabemos que a cidade continuarácrescendo e, com o tempo, não precisaremosassistir cenas que ocorrem nas grandes cidadesde ver águas servidas a céu aberto, prestando-seà reprodução de mosquitos e moléstias, comogastroenterite que enfraquece a população,especialmente as crianças indefesas.SAÚDE

Todas as administrações municipaisestiveram sempre atentas para os problemas desaúde de nossa população. Contamos hoje comhospital, médicos bem qualificados, atendimentopelo Inamps e Funrural, farmácias. Pela próprianatureza da profissão que exerço, há mais dequarenta anos, não poderia descurar a saúde.Todos são testemunhas de como me ocupo e mepreocupo com ela. Prometo prosseguir sempreatento às nossas necessidades de melhorqualidade de vida, intervindo e instando nasesferas estaduais e federais, quando os recursoslocais não forem suficientes para suprirem as

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ARTIGOSnecessidades. Meu lema para a saúde é o velhoprovérbio:

É melhor prevenir do que remediar.ABASTECIMENTO

Não me esqueço dos tempos em que Gouveiapouco dependia de fora: tudo, ou quase tudo, eraproduzido aqui. É claro que os tempos, hoje, são outrose as vantagens dos dias atuais compensam asdesvantagens. Mas quero dizer de meu grande interesseem fomentar a produção local, tanto a da área ruralde gêneros, quanto a da área urbana como oficinas,pequena indústria artesanal. Para tal procurarei apoiode órgãos orientadores de investimento e de orientaçãoà produção. Todos se regozijam com a festa do alho.Ela é responsável pelo substancial aumento de nossaprodução agrícola, além de despertar em cada um denós o sentimento de orgulho pela nossa terra. Pretendodesenvolver outros programas agrícolas como esse.EMPREGOS

Todos sabemos que os tempos atuais nãoestão fáceis quanto a oportunidade de emprego, nemas rendas municipais permitem que se ampliemdesordenadamente frentes de serviços. Mas é tambémdo conhecimento público o apreço de que gozamosjunto aos diretores da Companhia Industrial SãoRoberto. Face a isto sugerirei à direção das mesma aampliação de suas instalações visando a oportunidadede novos empregos para os jovens que a cada dia estãose incorporando na força de trabalho. Além disto, coma participação e boa vontade de todos vós, podemoscriar o Centro Gouveiano da Indústria Caseira(CeGIC), que incentivará,orientará e apoiará todasas iniciativas ligadas à pequena produção, comosalões de costura e alfaiataria, artesanato em couro,ou palha, madeira, cuidando de encontrar mercadolocal, regional e estadual para os produtos dessasatividades.CULTURA E ARTES

As artes sempre fizeram parte de nossahistória:música, teatro, pintura.

Darei total apoio à nossa banda de música,criarei oportunidades às nossas manifestaçõesartísticas, e apoiarei, na medida em que os recursospossibilitarem, as festas tradicionais locais.HISTÓRIA – Capelinha das Dores

A capelinha é o grande marco de nossopassado. Réplica da antiga igreja matriz de SantoAntônio, nossa capelinha precisa ser restaurada.Liderarei o movimento de recuperação da capelinhapara que todos nós voltemos a nos orgulhar dela.

Criarei também uma praça onde se preservaráa Cruz das Almas, velha lembrança da entrada em nossacidade de quem vinha pela estrada velha de BeloHorizonte.

Promoverei a criação de arquivos dedocumentos e lembranças de nosso passado para quetodos nós possamos olhar com orgulho o nosso presente.

Desse modo, a quinze de novembro, todos podemos iràs urnas consagrar os nomes dos candidatos do PMDB:Tancredo Neves para Governador, Itamar Franco paraSenador, os deputados estaduais e federais, nossoscandidatos do PMDB local para vereador. Desse modo,todos vós tereis a garantia de ver nossa Gouveiaenvaidecida e orgulhosa de escolher a equipe que pensano povo e quer lutar ao lado do povo por um presentecada vez mais digno.A leitura dessa Carta ajuda a responder a pergunta que fiz,quando iniciei esta monografia sobre a trajetória de Efigênio.Era um conservador e mantinha a política conservadora emGouveia?Efigênio se formou na tradição das velhas elites gouveianas.Convido o leitor a acompanhar seus depoimentos publicadosem Gouveia em quatro tempos e os transcritos noGouveia e seus mitos. Chamaram-me a atenção o cuidadode respeitar os chefes da política local até o momento emque ele mesmo se atribuiu esse lugar.Nos anos de formação, Efigênio jamais tomava qualquerdecisão antes de consultar os coronéis da política. Sica noTigre e Eunápio, no Pé do Morro. Identificado com o velhoPSD dos anos quarenta, Efigênio se manteve fiel aos chefessuperiores. A ruptura com Juscelino após a derrota da causade Gouveia, no ano de 1948, pode ser entendida mais comoencenação do que como “ Delém, delém; fiquei de mal,nunca mais fico de bem”.Ao longo da trajetória política, Efigênio foi fiel e leal aJuscelino, em decorrência, a Carlos Murilo, e a MuriloBadaró. A marca dessa fidelidade se mostrou plena nomomento em que Murilo Badaró se candidatou ao governode Minas pelo PDS. Murilo se pôs a visitar todos osmunicípios mineiros. Em Gouveia, permaneceu pouco maisde duas horas. Dirigiu-se ao colegiado de seu partido e, emseguida, à casa de Efigênio. Ali foi recebido pelos“adversários”.Efigênio declarou: “Murilo, desta vez, não estamos do mesmolado. Mas meu voto é seu.” O cientista político que analisara história política de Gouveia, com atenção exclusiva parapartidos e seus filiados, certamente, errará nasinterpretações. No caso, Geraldo Bitencourt no PDS –herança da velha Arena, o partido mais conservador do

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ARTIGOSregime militar – e de outro Efigênio no PMDB – o partido toleradocomo oposição ao regime. A lealdade de Efigênio e a obediênciaaos superiores como princípio, sem dúvida o colocaria maisadequadamente como servidor do regime; ao passo que adisposição para inovar, estabelecer alianças de acordo com osinteresses locais, situaria Geraldo na linha de oposição.Geraldo visualizou oportunidades para Gouveia, ao apossar-seda legenda que seria naturalmente de Efigênio; nesse caso,Efigênio permaneceria fiel à marca conservadora da políticanacional, mesmo que apenas para se manter fiel aos maiores quesustentariam o encaminhamento das necessidades locais.Uma pergunta que nunca fiz ao Geraldo é: por que, ele sendo opolítico da renovação das velhas elites conservadoras de Gouveiaescolheu aliar-se ao PDS, posteriormente, ao PFL, ao passoque Efigênio, maior conhecedor da fidelidade aos chefessuperiores se filia a um partido mais à esquerda, mesmo que seentenda de conciliação.Acredito que o gouveiano comum não entenda o sentido dessapergunta. Penso que a herança conservadora de Gouveia é umaestratégia de sobrevivência como localidade de pouca expressãopolítica. Desde o movimento liberal de 1842, Gouveia vem seposicionando do lado conservador. Naquela oportunidade,enquanto Teófilo Otoni encontrou adeptos da luta pela reformado Império no Serro, em Diamantina, em Datas e em Curvelo,Gouveia permaneceu ao lado da “legalidade”. Não ousou sealinhar aos que lutavam por uma reforma mais profunda noImpério. Quando da emancipação, em 1872, o futuro Barão deSão Roberto se opôs e venceu o desejo de Roberto Alves FerreiraTayoba e Gouveia se conformou a permanecer distrito deDiamantina. Como compensação, conseguiu que Roberto fosseeleito deputado provincial na legislatura seguinte, comoconservador. Todas as figuras de relevo de Gouveia na políticado Império e da República Velha eram conservadoras. O CônegoManuel Alves Pereira que foi também deputado foi chefe doPartido Conservador de Diamantina, Monsenhor Augusto Júlio,foi vereador em Diamantina e vigário geral da diocese manteveelevadas polêmicas com os Mata Machado, posicionando-sedo lado dos conservadores, do mesmo modo. A políticaconservadora de Gouveia parece que obedece a esta mensagem:“Nós que somos fracos, temos que nos aliar sempre a quem époderoso! Eles sabem o de que necessitamos e podem nos valer”Entendo que essa forma de pensar e agir tem a ver com nossaformação: híbrido do sertão e da mineração com ganhos para odiscurso de obediência imposta à possibilidade de rebeldia dogarimpeiro.Retornando à “Carta Aberta ao Eleitor” sou premido a compará-la com o programa desenvolvido por Geraldo Bitencourt“Programa de Apoio ao Desenvolvimento rural” – 1984 e“Análise do Espaço Urbano de Gouveia” – 1985. Vejam osparágrafos da Carta sobre “Empregos” e “Abastecimento”.Parece que Geraldo se mostra altamente afinado às mesmasdiretrizes de governo pensadas por Efigênio.

Minha conclusão sobre a pergunta que fiz sobrepolítica conservadora em Gouveia é que ainda nãorompemos com nossa tradição formada no séculoXVIII e desenvolvida como herança ao longo doséculo XIX.Para encerrar, reproduzo o discurso preparado porEfigênio, no ano de 1994 para ser proferido na datade celebração dos 40 anos de emancipação deGouveia.Discurso de comemoração de quarenta anos deemancipação13 de dezembro de 1953. A Lei 1.039 decreta acriação do município de Gouveia finalizandoassim uma batalha de setenta e cinco anos.31 de dezembro de 1953. Anuncia-se o ano novoe, com ele, a solene e tão almejada instalação deGouveia como cidade.A alegria é contagiante e sob os auspícios do AnoNovo e sob as bênçãos do Divino Criadorinstalamo-nos oficialmente – às dezenove horase essa grande honra foi conferida ao cidadão queora vos fala.Iniciava-se uma nova e exuberante era para onosso município. Fora nomeado um intendente,o doutor João Bosco Barreto e ao final do anofui eleito o primeiro prefeito do município e, assim,por mais duas vezes, pelo que sou e sereieternamente grato.Gouveia sempre acreditou em mim e comungoucomigo o espírito de amor e patriotismo.Quando lutávamos pela emancipação, poucospolíticos nos apoiaram e o memorável fatorsomente se tornou possível porque o saudoso Dr.Juscelino serviu-nos de suporte para queatingíssemos tão nobre e grande sonho.Não estou aqui para recordar o passado. Eu mesinto feliz, muito feliz por ter dito “presente” atodas as convocações de meus amigos econterrâneos - eu me regozijo por eles confiaremem mim, eu me regozijo por esta cidade que vicrescer.Gouveia, na deliciosa linguagem de Ângela daEmater, “Minha doce e querida velhinha” -Gouveia, minha jovem faceira, Gouveia dosmeus encantos de criança, Gouveia dos meussonhos, Gouveia da fábrica de São Roberto, dasbelas cascatas e cachoeiras, a mais bela dasMinas Gerais.A alegria que sinto agora faz presente setenta ecinco anos de luta para que nós gouveianosdispuséssemos de nosso próprio destino,fizéssemos nossa própria história. Não me recordo

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ARTIGOSde setenta e cinco anos passados, mas de setenta ecinco anos presentes. Falo e evoco nossa Gouveia deagora. Um agora que dura mais de cento e vinte anos- 1873. Que digo? Nosso agora começa em 1715.Maria Gouveia também está presente. Os negros cobustambém estão presentes e Santo Antônio a abençoar-nos e guiar-nos costumeiramente.A cidade vive a vida dos sonhos, do que está por fazere não do que foi feito. O agora da vida de uma cidadeé a marca da mudança. A nossa cidade está sempreem festa porque ela é afeita à mudança e aos sonhosde esperança. Não pára nem repete o passado!...Prezados amigos, dou graças a Deus por ter recebidod’Ele as bênçãos de ter acompanhado quarenta anosde juventude da nossa Gouveia.Dou graças a Deus por Ele ter iluminado os meusconterrâneos para que respondessem sempre aos seusanseios de ver a nossa cidade progredir, tornando-se acada dia mais saudável, mais próspera, maisacolhedora, mais alegre, mais festiva...Quarenta anos de juventude é o que Gouveia nosconfere - a mim, seu prefeito por três gestões, ao Dr.Pedro Cezarini, a Theódulo Alves Prado, a GeraldoEustáquio Ferreira, e ao atual prefeito GeraldoBitencourt exercendo com dinamismo e brilhantismotambém a sua terceira gestão.Um voto de louvor e gratidão ao querido e saudosoJuca de Mário que sempre esteve do meu lado e atravésde seu incansável trabalho de dedicação e amor seimortalizou em nossa história pelas grandes obras queora contemplamos.É por isso que digo: vivo com todos vós quarenta anosde juventude de nossa cidade. Dependerá de cada umde nós que esta juventude seja eterna, que nenhum denós envelheça para viver de lembranças...recordações...O vivido é o presente, o agora. Eterno agora. A vida éa festa. É o que sinto, o que sinto, o que quero, pensoe almejo para a nossa Gouveia.Gouveia, como te amo e contigo todos os meusconcidadãos!...Parabens minha jovem linda e faceira!...Tenho dito.Efigênio Gomes Pereira.

Na Mão de DeusDona Marília Gomes Pereira – In memoria aeterna!Doeu-me profundamente receber a notícia do falecimentode minha primeira e sempre querida professora, dona Marília.Para mim, ela será sempre dona Marília, como chamávamostodas as professoras.O título de dona é herança de séculos anteriores. Todas asmeninas de boa família, ao alcançarem a idade de doze anosrecebiam este título. Era como se dissessem: “mantenhadistância e respeito”. Os tempos mudaram e o título foireservado às professoras e às senhoras casadas. É claroque, nos tempos antigos, as moças que não eram chamadasde “dona” não mereciam respeito, eram os ditos “pésrapados”, as mulatas, as filhas “naturais” – ou seja que nãotinham pai reconhecido -, e é claro, as negrinhas.Hoje o título de dona perdeu o sentido. Mas eu o reservopara todas as minhas queridas professoras do então GrupoEscolar “Aurélio Pires”. Neste momento, choro a perda deminha querida dona Marília e tenho muitas razões.A primeira. A primeira professora tem uma missão quenenhuma outra pode suprir. O mundo que ela abre para acriança é quase uma determinação. Se incentivar as prendasinfantis, a criança será bem sucedida pelo resto da vida; secercear as habilidades, criará obstáculos dificilmentetransponíveis no futuro. Dona Marília abriu-me as portas doconhecimento e determinou meu futuro. Com ela aprendi aler, a escrever, a contar, a declamar a receber aplausos.Posso dizer que sou um filho de dona Marília. Em Gouveiative muitas mães. “Tana”, minha mãe biológica a quem nãoconheci, Chica e Flora, minhas mães incondicionais. Maríliafoi uma delas. Ela manifestou para comigo sentimentosmaternos por toda a vida.Numa das últimas visitas que lhe fiz, a senhora que lhe faziacompanhia informou: “Ela não conhece mais ninguém.” Edona Marília imediatamente: “Ei, José, como vai?”Eu me enchi de orgulho e emoção. Senti que era muito maisdo que ninguém para dona Marília.No ano de 1953, com doze anos incompletos, deixei Gouveiapara estudar na longínqua cidade de Aparecida do Norte emSão Paulo. Retornava à Gouveia nas férias de final de ano.Recebia a cada ano a visita assídua de dona Marília. Elaacompanhou todos os passos de minha vida. Não era de muitaconversa. Não bisbilhotava, nem fiscalizava. Apenas semostrava presente.Quando comemorei o centenário de tia Flora com missa namatriz, dona Marília repreendeu-me por não havê-laconvidado. Ela queria estar ao meu lado nesse momento dealegria.A cena mais comovente dessa adoção se deu em janeiro de1953. Tia Flora preparava meu enxoval para eu ingressar noseminário de Aparecida. Para tal, ela movimentou toda aGouveia. Operárias da fábrica como Geni, Raimunda de Paula,Zulmira Paixão, Raimunda e Conceição Guedes, alfaiatescomo José Maria (o maestro) e Geraldo Abreu, comerciantescomo Hermano Chaves, costureiras como Virgínia Casaca,vizinhos como Madalena de Deus e suas filhas Geralda eMaria. Pois bem, Flora que era freguesa de caderneta da

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NA MÃO DE DEUSvenda de Mário Gomes foi ter à loja em busca de um corte debrim cáqui exigido como uniforme. Retornou à nossa casadesconsolada. Segundo ela, seu Mário a teria destratado enegado o pedido de compra na caderneta. Não decorreramnem cinco minutos e dona Marília abriu a porta de nossa casacom um corte de brim e outro de casimira para o terno de galacomo presente.Retorno todo instante a este gesto e o vejo muito além dequalquer generosidade. Imagino, a filha assistindo ao gesto dopai, discordando dele, indo à prateleira, descendo duas peçasde fazenda, uma de brim cáqui da melhor qualidade e outra decasimira azul marinho. Em seguida, usando o metro, cortando,embrulhando e saindo porta afora apressada. Um gesto deamor sempre presente.Por tudo isto, Deus lhe deu um lugar especial em sua mãodireita. Recebeu-a solenemente na alvorada do dia 23 dejaneiro com esta saudação:

“Estava nu e Me vestiste, vinde bendita Marília!Quero festejar teu aniversário ao meu lado.”Ouço a resposta de dona Marília:“Ó Deus, por que tanta deferência?”E o veredito divino:“Tudo que fizeste a um desses pequeninos, foi aMim que o fizestes!”

José Moreira de Souza

5/12/2011 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves -Belo HorizonteRubens de Oliveira Araújo faleceu em Sete Lagoas, no diaprimeiro deste, com cirrose hepática causada porhemocromatose diagnosticada tardiamente. Rubens aguardavana fila de transplante de fígado,mas não resistiu. Neto deManoel Branco, irmão de Guido de Oliveira Araújo – diretorda Afago; de Geralda Antônia, a China – associada da Afago;irmão,também, de Antônio de Oliveira Araújo. Deixa viúvaRute Moreira Araújo e cinco filhos todos adultos. A Afagoencaminha votos de pesar à família enlutada.

23/01/2012 - Raimundo Nonato de Miranda Chaves -Belo HorizonteComunico, com tristeza, o falecimento da professora MariliaGomes, transcrevendo mensagens de Alex Mendes Santos:Comunico o falecimento da Marilia Gomes - Bia, nestasegunda-feira ao amanhecer.O Velório acontecerá noVelório Municipal e o sepultamento está a princípiomarcado para as 17h.Em nome da Afago e no meu próprio apresento pêsames àfamília enlutada, em especial a nosso companheiro da Afago:Dr. José Mario Gomes.

18/01/2012 - Geralda Araújo Oliveira - China- Sete LagoasRoberto, só hoje ao ler rapidamente algumasmensagens, fiquei sabendo da grande perda quesua família sofreu.Guardo nas minhaslembranças,aquele rosto alegre, amável que meacolhia, quando eu passava pela seção datecelagem, registrando a temperatura doambiente, para analisar no laboratório.Ás vezeseu fazia a conversão lá mesmo, junto dele, paraque ele tomasse alguma providência, casoestivesse fora do limite.Deixe aqui o meu abraço avoce, D.Stael e Napinho, pedindo a Deus forçaspara este momento de provação17/01/2012 - Nilson Pereira Machado - SeteLagoas-Olá Roberto, Napinho e D.Stael, quero solidarizarcom vocês neste momento de dor, pela perda doseu pai, o Sr Ozeias, que muito me ajudou na fabrica,com D.Stael, que me deve um “dez”, na prova deportugues, quando acertei todas as questões, e elame disse “que ninguem merece dez em portugues”,com Napinho meu colega de ‘bagunça” nas aulasdo ginásio Santo Antonio, com você que já estavamais adiantado na escolaridade.Mas o nosso Deus,EMPRESTA seus filhos a nós, como irmãs, irmãos,pai, mãe, um parente e como amigo, chega a horaque temos de DEVOLVÊ-LOS ao convivio do PAIMAIOR, e cabe a nós concordar e agradecer osmomentos preciosos pelos quais passamosjuntos.Que o SENHOR JESUS, dê a vocês oconforto necessário neste momento de provaçõespelos quais vocês estão passando. Um forte abraço,em especial a D.Stael17/01/2012 - Guido Araujo - Belo HorizonteRoberto, deixo-lhe meu abraço solidário pela perdade seu pai. Por motivos de impedimento pessoal,não me foi possivel me manifestar a tempo. Conhecivocê na Afago como filho expressivo de Gouveia esua familia conheço de nome, como um dos pilaresde lá. Lamento o passamento de seu pai e peço aDeus que conforte você e sua familia.17/01/2012 - Adilson Do Nascimento - BeloHorizonteRoberto, cheguei ontem à noite de Guarapari eagora, pela manhã, deparei-me com a nota depêsames postada pela Auxiliadora. Assaltou-me aolê-la uma série de sentimentos. O primeiro deimpotência e frustração por não poder fazer algode útil para amigos tão queridos como você,Napinho e D. Stael; o segundo de tristeza por

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NA MÃO DE DEUSreconhecer a dor que vocês certamente estão sentindopela perda do também meu amigo Oséias Nunes. Comoeu sempre digo nesses momentos não se pode pedir aalguém que sofre uma perda dessa expressão para queentenda a dor que sente. A dor não se entende. A dorsimplesmente dói. Mas, pode se pedir que a aceite. Amorte é a consequência mais certeira e inevitável da vida.Resta avaliar qual foi a vida vivida. No caso do Oséiassou testemunha viva de que podemos plagiar RobertoCarlos e dizer que “o importante é que emoções ele viveu”.Emoções de ter alcançado todo sucesso que buscou aodeixar Baldim e São Vicente para viver na Fábrica SãoRoberto. Emoções de conquistar uma professora/executivade rara beleza e com ela constituir uma família de verdade.Emoções de ver nascer o primeiro filho, depois o segundo.Emoções de ver nascer tantos netos. Emoções de alcançarposição de destaque na hierarquia de uma grande indústria,baluarte da economia municipal. Emoções de fazer parteda construção de uma administração municipal em fasede organização, como vereador. Enfim, emoções as maisdiversas de todo tipo e qualidade. Agora, o serviço derecrutamento e seleção do construtor do universo optoupor contratá-lo para a função de organizador das técnicasde boas condutas de um mundo maior e lá ele estará, comosempre esteve, prestando excelentes serviços e velandopelos que aqui deixou e fazem parte do seu rol de pessoasqueridas. Meu abraço.

10/01/2012 - Maria Auxiliadora de Pula Ribeiro -CurveloRoberto, não nos conhecemos pessoalmente, mas isso nãoimporta, uma vez que ligados estamos pelos mesmos laços

que em décadas distantes e diferentes nos fizeramconterrâneos. E é por assim o ser, que hoje me sintoirmanada à sua dor pela perda de seu querido pai, OséiasNunes Leal. Receba, junto à sua venerável mãe, D. Staele seu irmão Eunápio, o meu sincero pesar por tão irreparávelperda. Pense que ele foi exemplo de cidadão, esposo e paie que viveu o bem em plenitude, deixando-nos um belolegado de amor. Chegou o momento de ser chamado porDeus ao Paraíso Celeste e partiu. Não sejamos egoístas!Lá, cantando hosanas ao SENHOR DA VIDA, seu painão esquecerá de pedir a ELE pela esposa e pelos filhosque aqui deixou. Ampare muito a sua mãe nesse momentoem que seus olhos azuis se inundam de lágrimas pelo durogolpe da separação. Encoraja-a prosseguir! Meus sincerossentimentos!23/01/2012 - Maria Auxiliadora de Paula Ribeiro -CurveloPelo Livro de Mensagens do Sítio, Adilson nos traz umainfausta notícia. D. Marília Gomes Pereira faleceu. É verdadeque a senhora nos deixou, D. Marília? Sabia que o seu nomee a sua atuação de mestra faziam parte do cotidiano de minhavida infantil? Atualmente, já anciã, eu a sabia bem frágil sim,mas daí a imaginá-la habitando outra dimensão, não constavanos planos da menina gouveiana, Dora de D. Antônia, suacolega professora! E é através dessa menina que inda habitaem mim, que lhe digo: - Como a amei, D. Marília, e como mecausa perplexidade e dor a notícia do seu falecimento! Sabiaque as pessoas que habitam a mente infantil não envelheceme não morrem nunca? A senhora não deveria se lembrar demim, mas inda trago no olhar a sua figura esbelta e elegante,os seus cabelos bem arrumados, a força de seu sorriso e amagia do seu olhar. Inda ouço ao longe a sua voz de mestra e

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NA MÃO DE DEUSos seus colóquios com minha mãe. Como me lembro da senhora naloja de seu pai! Jamais a imaginei velha ou doente, até porque nãoenvelhecem os que alimentam de sonhos, nobreza e bondade a suamente, fazendo da vida a eterna juventude. A senhora assim o fez.Como a admirava e na minha timidez infantil não soube externar numabraço os meus sentimentos, nem mesmo lhe afaguei os negroscabelos! Para mim, nesse momento, a senhora foi apenas se juntar aoseu aluno de 1ª a 4ª série, de quem assinou o diploma de curso primário,meu irmão, Guido Fontgalland de Paula, que precocemente nos deixou,precedendo-lhe no Paraíso há exatamente 27 anos atrás. Plagiandoum famoso escritor, ouça-me: “- O homem não morre apenas quandoa morte o vem buscar. O homem morre, quando inda vivo deixa desonhar”! A senhora sempre preencheu de sonhos a sua existência eplena e eficazmente viveu. A morte é tão somente a continuação davida que se faz eterna junto de DEUS. Lembrando outras palavraslidas, escute-me: - “Aqueles a quem amamos não morrem nunca! Elespermanecem eternos em nossos corações e em nossa saudade”!Portanto, D. Marília Gomes Pereira ou, simplesmente, Marília de MárioGomes, a senhora não morreu! Que José Mário, seu irmão, D. Zaíde,sua cunhada e D. Silvéria, também sua irmã, de quem levei as alianças,quando de seu casamento com Zito, irmão de D. Vitalina, todos osseus sobrinhos e familiares, todos nós, seus amigos, sequemos o pranto,porque a senhora apenas nos deu um “até breve”, enquanto nos aguardaum dia no CÉU!

Zulmira Paixão – 16 fevereiro 2019José Moreira de Souza

Ao dizer de Dona Marília, fiz referência a Zulmira Paixão, uma operáriada fábrica de São Roberto. Isto me obriga a começar pelo fim. Com amesma alegria, Zulmira contemplou uma luz intensa. A luminosidadeera tanta que ela se maravilhou ao visualizar nitidamente tudo que deixarade ver com a visão que se apagara lentamente nos últimos vinte anos.

- Ó Deus, eu contemplo toda a sua glória! Ela disse comovida.- Zulmira, seus olhos se apagaram, mas a fé manteve firmesua visão. O que você vê agora, jamais se apagará.

Acredito que Deus acolhe todos os crentes em sua glória, masimaginando as coisas com os recursos da religiosidade popular, algunssão recebidos no céu por São Pedro, outros têm que passar pela balançade São Miguel; mas, para pessoas especiais, Deus dispensaintermediários. Tenho certeza de que foi assim mesmo para donaMarília e para Zulmira Paixão. Trata-se de pessoas que divulgaram tãonitidamente a mensagem divina para as outras pessoas que Deusdispensou auxiliares para recebê-las. Ao conviver com elas, sentimosa presença de Deus. Elas interpretam e acolhem a mensagem divinaem todas as ações.Tive a graça de conhecer Zulmira, ainda criança, na capela e no“convento” da fábrica de São Roberto. Zulmira havia chegado à fábricanos últimos anos da década de quarenta. Toda sua vida foi marcadapela devoção sincera e firme, pela disposição para o trabalho, peladedicação ao próximo, pela confiança na promoção das pessoas.”Nãosaiba a tua esquerda o que você deu com a direita”, foi o princípioevangélico cultivado por Zulmira – declaro com todas as letras.Nascida no município do Serro, chegou à fábrica, por volta de 1946.Após aposentar-se, adquiriu terreno na rua Coronel Sica, construiucasa ajuntou familiares e prosseguiu sua missão de fé. Nos anos oitenta,sentiu que a visão lhe falhava. A dificuldade de ver se tornou cada vezmais aguda, até que o glaucoma lhe retirou todos os recursos.

Zulmira não se deixou vencer. Cuidava da casa com omesmo zelo, visitava as pessoas de seu apreço efrequentava a igreja com a mesma assiduidade. Nosegundo ou terceiro banco situado quase em frente àcapela do Santíssimo, havia um lugar reservado; eraseu. A perda progressiva da visão parece que lhe conferiuum olhar interno para o qual convergiam todas as suasenergias.Sinto que Zulmira encarou todas as provas para afirmarmais profundamente sua fé; por isso, Gouveia deveguardar dela para sempre essa lição de santidade. A últimavisita que lhe fiz foi no mês de agosto de 2011. Fuiadvertido pela sobrinha que ela não estava bem. Aochegar, me surpreendi. Contemplei uma Zulmirasaudável, alegre como sempre. Jamais imaginaria quenão teria outra oportunidade. Sei, porém, que, mais doque nunca, Zulmira está próxima e, com a familiaridadede sua fé, roga por nós

23/02/2012 - ADILSON DO NASCIMENTO -Belo Horizonte -Professor Doutor José Moreira de Souza, lastimo que amemória das pessoas seja tão curta ou menor que aspernas de um anão. Zulmira Paixão, que cuidava dasbobinadeiras, da seção de preparação da fábrica,enquanto ativa, é daquelas pessoas que merecem, edeveriam ter esse merecimento reconhecido, muito maisque uma lápide fria no “campo santo” da cidade. Eudeixei a fábrica nos idos de 1977 (já lá se vão 35 anos)e já naquela época Zulmira convivia com uma visão quasenula que a levou a uma cegueira total e, embora essadeficiência, ela jamais deixou de ser útil à comunidade;cuidando, entre outras coisas, da Capelinha de NossaSenhora de Lourdes como se fosse a sua casa. Naimpossibilidade de se autolocomover contava com oapoio e o carinho das sobrinhas (filhas do seu irmão) asquais ela sempre ajudara em tudo, inclusive me cobrandoinsistentemente um emprego na fábrica, para se dirigiraté a igreja e preparar os ornamentos e os paramentosque seriam utilizados pelo padre à hora da missa. Pia,caridosa, extremamente útil, deve estar agora ocupandoum lugar em outro plano, o qual ela reservou por direitode recompensa. Quero associar-me à dor dos seus nainsignificância da minha condição de admirador e amigo.

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Boletim Informativo da AFAGO página 23

No Roseiral da Esperança

Aniversariantes fevereiro

Nilton Araújo – 2Tiago Rabit - 2

Maria das Dores Alves (Doca) - 3Cassiana Paula Batista Silva - 8

Geraldo Manuel Brandão Bittencourt – 9Fátima Rosária Silva - 10

Maria de Lourdes Silva – 11Evandro Antônio Brazil – 13

Fernanda Moreira Batitucci - 14Osmar Martins de Oliveira – 14

Ozima de Paula – 14Flora Reda Moreira de Souza - 17Maria da Conceição de Paula – 20

José Moreira de Souza - 21Cássio Amaro Pinto - 23

Iago - filho do Zé Benedito - 28

Aniversariantes março

Neuza Pereira – 6Edvaldo de Paula - de Jésus – 11

Raquel Luiza da Silva – 13Magali Patrícia da Silva Ferreira – 16

Laura - filha do Zé Benedito – 21Maria Josefina Gomes - 24Yvone Pequi Meireles – 24

Rubens Cassimiro dos Santos (Datas) – 25Mariinha de Jésus – 27

José Benedito de Paula -28Paulo Vieira – 29

Um abraço da AFAGO a todos.Comunique à AFAGO a data de seu aniversário e de

seus amigos.

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REMETENTEAFAGO - Associação dos Filhose Amigos da GouveiaAvenida Amazonas 115 - sala1709

CEP: 30.180 - 000 - BELO HORI-ZONTE - MG

IMPRESSO

Boletim da AFAGOÓrgão Informativo da Associação do Filhos e Amigosda GouveiaAno V – N ° 01-12 - JANEIRO- FEVEREIRO 2012.

Diretor Responsável – Raimundo Nonato de MirandaChavesEditoração Gráfica: José Moreira de SouzaCrédito das Fotos: Raimundo Nonato de MirandaChaves e José Moreira de Souza.

Diretoria da AFAGOPresidente de Honra: Waldir de Almeida Ribas inMemoriamPresidente: Raimundo Nonato de Miranda ChavesSecretário: Guido de Oliveira AraújoDiretor de Finanças: Adilson Nascimento

Patrocinadores:Diretores da AFAGO

Comissão EditorialGuido de Oliveira Araújo.José Moreira de SouzaRaimundo Nonato de Miranda Chaves

Edital de Convocação Assembléia Geral Ordinária

O Presidente da AFAGO - Associação dos Filhos e Amigos de Gouveia, em cumprimento ao que determina o Estatuto -Artigo 13º., convoca Reunião Ordinária da Assembleia Geral para dezessete de março de 2012, às 16:00 horas emprimeira convocação,com a presença mínima de 2/3 (dois terços) de associados ou, em segunda convocação, decorridos30 (trinta)minutos, com a metade mais um dos associados ou, em terceira convocação, com o mínimo de 10(dez)associados.A reunião realizar-se-á à Av. do Contorno, 1636- Floresta, nos salões do restaurante PizzabaR, em BeloHorizonte;paras Apreciação do relatório e da prestação de contas do Conselho de Administração, relativos ao exercíciosocial encenado em Dezembro de 2011; e, Aprovar a Proposta da Programação para o ano de 2012

Belo Horizonte, Sala Doutor Waldir de Almeida Ribas, 23 de fevereiro de 2012

Raimundo Nonato de Miranda ChavesPresidente da Afago