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ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS INTRODUÇÃO Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, sejam eles financeiros, humanos ou materiais, sejam estes relacionados aos insumos ou aos bens patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação. Com a crescente concorrência existente por um participação no mercado consumidor as empresas buscam identificar formas de melhorar seus desempenhos, encontrando maneiras diferentes de obterem vantagens competitivas. Uma das formas de obter uma vantagem, se não competitiva, mas pelo menos comparativa é através de uma boa gestão dos recursos materiais e patrimoniais. Com os custos crescentes é importante gerir bem seus estoques e seu patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficácia. è sobre isso que estaremos falando a partir de agora. 1. O CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS: Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de operações que tem início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu recebimento, transporte interno e acondicionamento (armazenagem), em seu transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final. 2. A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E SUA AMPLITUDE Sendo o ambiente competitivo como é faz-se necessário a busca de alternativas de vencer os concorrentes. A administração de materiais é bastante ampla e pode contribuir a partir do momento que envolve as seguintes atividades: Gerenciamento dos recursos materiais: Gerenciamento dos estoques Produtos/materiais em processo Produtos acabados Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais: Equipamentos Instalações, prédios, veículos, etc.

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ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

INTRODUÇÃO

Não há como uma empresa funcionar sem a existência de recursos, sejam eles

financeiros, humanos ou materiais, sejam estes relacionados aos insumos ou aos

bens patrimoniais indispensáveis no processo de fabricação.

Com a crescente concorrência existente por um participação no mercado

consumidor as empresas buscam identificar formas de melhorar seus desempenhos,

encontrando maneiras diferentes de obterem vantagens competitivas. Uma das formas

de obter uma vantagem, se não competitiva, mas pelo menos comparativa é através

de uma boa gestão dos recursos materiais e patrimoniais.

Com os custos crescentes é importante gerir bem seus estoques e seu

patrimônio produtivo de forma a utilizá-los com a máxima eficiência e eficácia. è sobre

isso que estaremos falando a partir de agora.

1. O CONCEITO DE ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS:

Administração de Recursos Materiais engloba a sequência de operações que tem

início na identificação do fornecedor, na compra do bem ou serviço, em seu

recebimento, transporte interno e acondicionamento (armazenagem), em seu

transporte durante o processo produtivo, em sua armazenagem como produto

acabado e, finalmente, em sua distribuição ao consumidor final.

2. A IMPORTÂNCIA DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS E SUA AMPLITUDE

Sendo o ambiente competitivo como é faz-se necessário a busca de alternativas de

vencer os concorrentes. A administração de materiais é bastante ampla e pode

contribuir a partir do momento que envolve as seguintes atividades:

• Gerenciamento dos recursos materiais:

• Gerenciamento dos estoques

• • Produtos/materiais em processo

• Produtos acabados

• Gerenciamento dos Recursos Patrimoniais:

• Equipamentos

• Instalações, prédios, veículos, etc.

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• Compras:

• O que deve ser comprado

• Como deve ser comprado

• Quando deve ser comprado

• Onde deve ser comprado

• De quem deve ser comprado

• Por que preço deve ser comprado

• Em que quantidade deve ser comprado

• Logística interna e

• Logística Externa

Do desempenho satisfatório dessas atividades dependem os Departamentos de

Vendas, Produção, Manutenção, os Setores Administrativos, etc.

Tem-se de considerar:

• que o número de itens e a diversidade dos mesmos é grande,

• que as informações tem de ser precisas e rápidas

• que a manutenção de estoques representa parcela significativa do ativo da

empresa, etc.

3. O ADMINISTRADOR DE MATERIAIS.

É o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle ea direção da empresa na

área de materiais, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e

produtividade. Exerce o processo administrativo dentro da área de recursos materiais

e patrimoniais.

4. COMO AVALIAR O DESEMPENHO DA ÁREA DE MATERIAIS.

Dentro de cada uma das subáreas da administração de materiais poderão ser

estabelecidos indicadores de desempenho próprios que devem fornecer informações

sobre a realidade da área de materiais, possibilitando assim a tomada de ações

corretivas de forma a eliminar os desvios, e para isso é preciso que:

• Os dados coletados sejam completos e confiáveis;

• Que expressem informação de valor para a empresa

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• Devem ser simples de forma a que os próprios operadores possam coletá-los

sem confusão

• Devem ser de fácil entendimento por todos

Como exemplos podemos citar:

• % de erros nas ordens de compra

• % de itens comprados recebidos na data correta

• % de falta de matérias-primas

• Rotatividade dos estoques

• % do ativo imobilizado em estoques

• % de produtos acabados entregues aos clientes nas datas combinadas, etc.

5. EVOLUÇÃO E MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NA ADMINSITRAÇÃO DE

MATERIAIS

Se considerarmos a posição do homem de produção e de vendas seu desejo é de que

exista a maior quantidade de matérias-primas e produtos acabados, respectivamente,

estocados de forma a poder atender as suas necessidades. Porém sendo a

manutenção de estoques algo extremamente caro para a empresa é preciso que o

Administrador de Materiais equilibre os mesmos de forma a satisfazer ambos, os

administradores de produção e vendas e também ao administrador financeiro.

Sendo assim várias tem sido as etapas que vem ocorrendo dentro da administração

de materiais cabendo ressaltar algumas delas tais como:

• A logística – operação integrada, que trata das atividades de movimentação e

armazenagem, que facilitam o fluxo de materiais e produtos desde a aquisição até o

ponto de consumo final, bem como dos fluxos de informações

• Técnicas japonesas de administração tais como o JIT/Kanban;

• Desenvolvimento de Parcerias – fornecedores preferenciais

• Programação de fornecedores – manter uma programação integrada entre o

PCP da fábrica e o fornecedor via EDI (Eletronic Data Interchange) ou Internet

• Uso de simulações

• Uso de CEP para identificar rapidamente as variações nos processos, etc.

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6. DESAFIOS E TENDÊNCIAS

Com certeza o maior desafio continuará sendo a busca do equilíbrio entre o nível dos

estoques os recursos financeiros disponíveis. Quanto manter em estoque com o

menor risco de falta de materiais. Como atender a esta equação.

A tendência aponta para uma necessidade crescente no desenvolvimento de técnicas

de previsão que possibilitem minimizar as possibilidades de erro na administração dos

recursos materiais. Será necessário que a área de materiais e seu administrador

sejam os mais dinâmicos possíveis de forma a responder de forma rápida as

movimentações do mercado. Para isso um excelente suporte de informática é

fundamental, fornecendo as informações em tempo real.

A integração entre as empresas, fornecedores e compradores, deve ser cada vez mais

intensa buscando ganhos para a cadeia como um todo.

QUESTÕES DE CONCURSOS

I. A administração de materiais pode ser conceituada como um sistema integrado

que garante o suprimento da organização, no tempo oportuno, na quantidade

necessária, na qualidade requerida e pelo menor custo.

II. Uma das funções precípuas do administrador de materiais é minimizar o uso

dos recursos envolvidos na área logística da empresa, visando economia e

eficiência.

III. A administração de materiais visa colocar os materiais necessários na

quantidade certa, no local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que

compõem o processo produtivo da empresa. São duas as funções da

administração de materiais: programação e compras.

IV. É dever do servidor comunicar, imediatamente, a quem de direito, qualquer

irregularidade ocorrida com o material entregue aos seus cuidados.

V. A administração de materiais efetiva visa minimizar o conflito existente entre as

áreas-fim e as áreas-meio de uma organização, como a área de compras e a

área financeira.

VI. Entre os principais objetivos a serem perseguidos pelo administrador de

materiais inclui-se o alto giro do estoque.

VII. A eficiente gestão de recursos materiais de uma organização compreende

etapas relativas à adequada identificação de fornecedores, compras, transporte

e armazenagem, bem como a informações financeiras e gerenciais que

confiram confiabilidade ao processo.

VIII. De modo geral, o processo de aquisição de materiais deve fundamentar-se em

uma relação do tipo ganha-perde, na qual a empresa ganha descontos e o

fornecedor perde lucratividade.

IX. A mais importante função da administração de estoques de materiais está

relacionada com o controle dos níveis de estoque.

X. A gestão ou administração dos estoques é responsável por equilibrar as

necessidades de recursos das organizações.

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Técnicas Modernas

JUST IN TIME

INTRODUÇÃO

Segundo Corrêa, “O Just in Time (JIT) surgiu no Japão, nos meados da década de

1970, sendo sua idéia básica e seu desenvolvimento creditados à Toyota Motor

Company, a qual buscava um sistema de administração que pudesse coordenar a

produção com a demanda específica de diferentes modelos e cores de veículos com o

mínimo de atraso.

O JIT é muito mais do que uma técnica ou conjunto de técnicas de administração de

produção, sendo considerado com uma “filosofia”, a qual inclui aspectos de

administração de materiais, gestão da qualidade, arranjo físico, projeto do produto,

organização de trabalho e gestão de recursos humanos.

Algumas expressões são geralmente usadas para traduzir aspectos da filosofia JIT.

• Produção sem estoques;

• Eliminação de desperdícios;

• Esforço contínuo na resolução de problemas;

• Melhoria contínua dos processos.

Ao contrário da abordagem tradicional dos sistemas de produção que “empurram” os

estoques, o JIT caracteriza-se como um sistema de “puxar” a produção ao longo do

processo, de acordo com a demanda.

Genericamente falando, um sistema de “puxar” estoque significa que qualquer

movimento de produção somente é liberado na medida da necessidade sinalizada pelo

usuário da peça ou componente em fabricação, ou seja, os centros de trabalho não

estão autorizados a produzir e “empurrar” os lotes apenas para manter ocupados

operários e equipamentos.

OBJETIVOS

O sistema JIT tem como objetivo fundamental a melhoria contínua do processo

produtivo. A perseguição destes dá-se, através de um mecanismo de redução dos

estoques, os quais tendem a camuflar problemas, embora saibamos alterações no

perfil da demanda ou falhas nos processos de fabricação ou compra normalmente

justificam a presença de estoques.

Na filosofia JIT os estoques são “persona non grata” por razões óbvias: primeiro

porque ocupam espaços e segundo porque custa dinheiro.

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Vantagens do JIT:

• Flexibilidade – a manutenção de estoques baixo favorece as variações no mix

de produtos sem provocar alto grau de obsolescência.

• Velocidade – rapidez no ciclo de produção permite entregas em prazos mais

curtos, propiciando maior nível de serviços ao cliente.

• Confiabilidade – a manutenção preventiva e o ambiente favorável à

identificação e resolução de problemas contribui para aumentar a confiabilidade nos

produtos.

• Custos – reduções dos tempos de preparação de máquinas e movimentação

interna; minimização dos estoques (matéria prima e produto acabado); redução dos

tamanhos dos lotes e “lead-times”; redução dos custos de aquisição (confiabilidade).

O SISTEMA KANBAN

O sistema de “puxar” a produção a partir da demanda, produzindo em cada estágio

somente os itens necessários, nas quantidades necessárias e no momento

necessário, ficou conhecido como sistema Kanban.

Este nome é dado aos cartões utilizados para autorizar a produção e a movimentação

de itens, ao longo do processo produtivo. Este cartão contém, em geral, as seguintes

informações: número da peça, descrição da peça, tamanho do lote a ser produzido e

colocado em container padronizado, centro de produção responsável e local de

armazenagem.

Não podemos perder de vista que o kanban apenas complementa o sistema de

fabricação no ambiente “just-in-time”, do qual fazem parte, também, o planejamento de

produção, o programa mestre, uma lista de material, mudanças no projeto do produto

etc.

Logística

Pode-se definir logística como sendo, no mínimo, a junção de quatro atividades

básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de produtos.

Para que essas atividades funcionem, é imperativo que as atividades de planejamento

logístico, quer sejam de materiais ou de processos, estejam intimamente relacionadas

com as funções de manufatura e marketing.

O termo Logística, de acordo com o Dicionário Aurélio, vem do francês logistique e

tem como uma de suas definições a .parte da arte da guerra que trata do

planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção,

armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de

material (para fins operativos ou administrativos)..

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SUPPLY CHAIN MANAGEMENT

É uma ferramenta que, usando a Tecnologia da Informação (TI) possibilita à empresa

gerenciar a cadeia de suprimentos com maior eficácia e eficiência, Nestes tempos

modernos em que a exigência de consumo atingiu o limite extremo, o SCM permite às

empresas alcançarem melhores padrões de competitividade.

Em qualquer sociedade industrializada ou não, produtos devem ser movimentados

fisicamente entre o local onde estes são produzidos e o local onde estes produtos

serão consumidos,

Exceto em culturas muito primitivas, na qual cada família satisfaz suas próprias

necessidades domésticas, o processo de troca se transforma em pedra fundamental

da atividade econômica.

Trocas acontecem quando existe uma discrepância entre quantidade, tipo e tempo dos

produtos disponíveis e os produtos necessários. Se um número de indivíduos ou

organizações dentro de uma sociedade tem um excedente de produtos que alguém

precisa, tem-se a base para as trocas de mercadorias ou serviços.

O alinhamento das empresas que trazem produtos ou serviços ao mercado tem sido

chamado de cadeia de abastecimento/suprimentos – supply chain. E, um termo que

tem crescido significativamente no uso e popularidade desde o final dos anos 80,

embora considerável confusão exista sobre o que na realidade ele significa é o Supply

Chain Management - SCM (gerenciamento da cadeia de abastecimento).

Muitas pessoas usam de forma equivocada o termo como um substituto ou sinônimo

para Logística.

O conceito de Supply Chain Management surgiu como uma evolução natural do

conceito de Logística. Enquanto a Logística representa uma integração interna de

atividades, o Supply Chain Management representa sua integração externa, pois

estende a coordenação dos fluxos de materiais e informações aos fornecedores e

seus clientes finais, modificando comportamentos e trazendo uma integração nunca

vista.

Assim, de acordo com o International Center for Competitive Excellence – University of

North Caroline, 1994, SCM é a integração dos processos de negócios do usuário final

através de fornecedores (originais) que fornecem produtos, serviços e informações e

agregam valor para os consumidores.

Um número de importantes diferenças existe entre esta definição de SCM e a

definição de Logística do CLM (Council of Logistic Management) – “Logística é o

processo da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo de

bens e serviços e as informações relativas, do ponto de origem ao ponto, de consumo

de maneira eficiente e eficaz, buscando a satisfação das necessidades do cliente”.

Pode-se afirmar que o SCM é uma abordagem sistêmica, altamente interativa e

complexa, requerendo a consideração simultânea de muitos trade-offs (representa

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uma troca compensatória entre alguns parâmetros como custos, tempo, etc) pois ele

expande as fronteiras organizacionais e deve assim considerar, trade-offs dentro e

entre as organizações no que diz respeito por exemplo a estoques: aonde inventários

devem ser mantidos e onde atividades diversas devem ser desenvolvidas dentro da

cadeia de suprimentos..

A natureza dinâmica do meio ambiente de negócios requer gerenciamento para avaliar

e monitorar a performance da cadeia de suprimentos regular e frequentemente.

Quando as metas de performances não são alcançadas, o gerenciamento deve avaliar

alternativas, possíveis para a cadeia de suprimentos.

Para reforçar o entendimento do que é SCM e o que é Logística, pode-se citar

Bowersox (98) que afirma ser, o “supplychain um termo que considera uma sequência

de compradores ou vendedores trabalhando em conjunto para levar o produto da

origem até a casa do consumidor” e, que a “Logística é o movimento de produtos e, da

informação relativa a eles de um lugar a outro. Isto inclui transporte, armazenagem,

movimentação de material, estoques e a informação inerente a tudo isto”. Em síntese

o autor resume que “a Logística é a integração de todas estas partes de uma maneira

sequenciada, é algo que envolve a operação e o Supply Chain (e, por conseguinte seu

gerenciamento) é uma estratégia, uma parte maior do negócio”.

QUESTÕES DE CONCURSOS

I. De acordo com a filosofia de produção just in time, a produção tem início

somente após o pedido do cliente, não havendo necessidade de manutenção

de estoque disponível de mercadorias para venda.

II. O sistema just-in-time é um método de gestão de estoques destinado a reduzir

a probabilidade de desabastecimento do setor produtivo em função da

maximização dos volumes em estoque.

III. Comparando-se os sistemas just in time com o tradicional, aqueles envolvem

ciclos curtos de produção e requerem flexibilidade para promover alterações de

produtos; a indústria tradicional, ao contrário, sempre se beneficiou das

economias de escala garantidas pelos longos ciclos.

IV. Sistemas de produção embasados no método just in time são intensivos em

utilização de espaço físico para estocagem de matéria-prima ou de

mercadorias a serem vendidas pela organização.

V. O sistema denominado kanban tem por objetivo controlar e balancear a

produção, com eliminação dos desperdícios, e acionar um sistema de

reposição de estoque pela indicação dos seguintes fatores: o que, quando e

quanto fornecer e produzir.

VI. Kanban é o sistema que gerencia os estoques e os fluxos empurrados em

modelos como o just in time e o lean.

VII. O Kanban é um método de produção com o objetivo de disponibilizar os

materiais requeridos pela manufatura apenas quando forem necessários para

que o custo de estoque seja menor

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VIII. Gerenciamento da cadeia de suprimentos (suply chain management) é uma

técnica de administração de materiais cujo principal objetivo é a manutenção

de baixos níveis de materiais em estoque.

IX. O gerenciamento de suprimentos por meio da abordagem do Supply Chain

Management tem como objetivo estratégico a realizar ações colaborativas que

promovam a união de forças de empresas - cliente e fornecedora, cliente e

cliente, ou fornecedora e fornecedora - visando a explorar as atividades

logísticas em busca de vantagens mútuas.

X. O estabelecimento da rede de fornecimento de forma definitiva permite o ajuste

às mudanças estruturais da sociedade e às suas novas demandas

CLASSIFICAÇÃO DE MATERIAIS

Segundo Viana (2006): A classificação é o processo de aglutinação de materiais por

características semelhantes. Grande parte do sucesso no gerenciamento de estoques

depende fundamentalmente de bem classificar os materiais da empresa.

Classificar materiais é reunir itens de estoque de acordo com suas características

semelhantes. O sistema classificatório permite identificar e decidir prioridades

referentes a suprimentos na empresa. Uma eficiente gestão de estoques, em que os

materiais necessários ao funcionamento da empresa não faltam, depende de uma boa

classificação dos materiais.

Dentro das empresas existem vários tipos de classificação de materiais. Estudaremos

somente os mais comuns e conhecidos, o que lhe permitirá entender o processo e, se

necessário, adaptá-los às necessidades de cada empresa.

Para Viana (2006) um bom método de classificação deve ter algumas características:

ser abrangente, flexível e prático:

Abrangência: deve tratar de um conjunto de características, em vez de reunir

apenas materiais para serem classificados;

Flexibilidade: deve permitir interfaces entre os diversos tipos de classificação

de modo que se obtenha ampla visão do gerenciamento do estoque;

Praticidade: a classificação deve ser simples e direta.

Para atender às necessidades de cada empresa, é necessária uma divisão que norteie

os vários tipos de classificação.

Tipos de Classificação

Para Viana (2006,) os principais tipos de classificação são:

I. Por tipo de demanda

II. Materiais Críticos

III. Perecibilidade

IV. Quanto à periculosidade

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V. Possibilidade de fazer ou comprar

VI. Tipos de estocagem

VII. Dificuldade de aquisição

VIII. Mercado fornecedor

Serão abordadas as principais características e subdivisões de cada um deles:

I. Por tipo de demanda

A classificação por tipo de demanda é uma classificação bastante utilizada nas

empresas. Ela se divide em materiais não de estoque e materiais de estoque.

MATERIAIS NÃO DE ESTOQUE

São materiais de demanda imprevisível para os quais não são definidos parâmetros

para o ressuprimento. Esses materiais são utilizados imediatamente, ou seja, a

inexistência de regularidade de consumo faz com que a compra desses materiais

somente seja feita por solicitação direta do usuário, na ocasião em que isso se faça

necessário.

O usuário é que solicita sua aquisição quando necessário. Devem ser comprados para

uso imediato e se forem utilizados posteriormente, devem ficar temporariamente no

estoque.

MATERIAIS DE ESTOQUES

São materiais que devem sempre existir nos estoques para uso futuro e para que não

haja sua falta são criadas regras e critérios de ressuprimento automático. Devem

existir no estoque, seu ressuprimento deve ser automático, com base na demanda

prevista e na importância para a empresa.

Os materiais de estoque se subdividem ainda;

Quanto à aplicação

Quanto ao valor de consumo

Quanto à importância operacional

Quanto à aplicação eles podem ser:

Materiais produtivos: compreendem todo material ligado direta ou indiretamente ao

processo produtivo.

Matérias primas: materiais básicos e insumos que constituem os itens iniciais e

fazem parte do processo produtivo.

Produtos em fabricação: também conhecidos como materiais em processamento

são os que estão sendo processados ao longo do processo produtivo. Não estão mais

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no almoxarifado porque já não são mais matérias-primas, nem no estoque final porque

ainda não são produtos acabados.

Produtos acabados: produtos já prontos.

Materiais de manutenção: materiais aplicados em manutenção com utilização

repetitiva.

Materiais improdutivos: materiais não incorporados ao produto no processo

produtivo da empresa.

Materiais de consumo geral: materiais de consumo, aplicados em diversos setores

da empresa.

Quanto ao valor do consumo:

Para que se alcance a eficácia na gestão de estoque é necessário que se separe de

forma clara, aquilo que é essencial do que é secundário em termos de valor de

consumo. Para fazer essa separação nós contamos com uma ferramenta chamada de

curva ABC ou Curva de Pareto, que será aprofundada posteriormente, que determina

a importância dos materiais em função do valor expresso pelo próprio consumo em

determinado período.

Os materiais são classificados em materiais:

Materiais A: materiais de grande valor de consumo;

Materiais B: materiais de médio valor de consumo;

Materiais C: materiais de baixo valor de consumo.

Quanto à importância operacional:

Esta classificação leva em conta a imprescindibilidade ou ainda o grau de dificuldade

para se obter o material.

Os materiais são classificados em materiais:

Materiais X: materiais de aplicação não importante, com similares na empresa;

Materiais Y: materiais de média importância para a empresa, com ou sem similar;

Materiais Z: materiais de importância vital, sem similar na empresa, e sua falta

ocasiona paralisação da produção.

Quando ocorre a falta no estoque de materiais classificados como “Z”, eles provocam

a paralisação de atividades essenciais e podem colocar em risco o ambiente, pessoas

e patrimônio da empresa. São do tipo que não possuem substitutos em curto prazo.

Os materiais classificados como “Y” são também imprescindíveis para as atividades da

organização. Entretanto podem ser facilmente substituídos em curto prazo.

Os itens “X” por sua vez são aqueles que não paralisam atividades essenciais, não

oferecem riscos à segurança das pessoas, ao ambiente ou ao patrimônio da

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organização e são facilmente substituíveis por equivalentes e ainda são fáceis de

serem encontrados.

Para a identificação dos itens críticos devem ser respondidas as seguintes perguntas:

O material é imprescindível à empresa?

Pode ser adquirido com facilidade?

Existem similares?

O material ou seu similar podem ser encontrados facilmente?

II. Materiais Críticos

Classificação muito utilizada por indústrias. São materiais de reposição específica,

cuja demanda não é previsível e a decisão de estocar tem como base o risco. Por

serem sobressalentes vitais de equipamentos produtivos, devem permanecer

estocados até sua utilização, não estando, portanto, sujeitos ao controle de

obsolescência.

A quantidade de material cadastrado como material crítico dentro de uma empresa

deve ser mínima.

Os materiais são classificados como críticos segundo os seguintes critérios:

• Críticos por problemas de obtenção: material importado; único fornecedor; falta

no mercado; estratégico e de difícil obtenção ou fabricação.

• Críticos por razões econômicas: materiais de valor elevado com alto custo de

armazenagem ou de transporte.

• Críticos por problemas de armazenagem ou transporte: materiais perecíveis, de

alta periculosidade, elevado peso ou grandes dimensões.

• Críticos por problema de previsão: ser difícil prever seu uso

• Críticos por razões de segurança: materiais de alto custo de reposição ou para

equipamento vital da produção.

III. Perecibilidade

Os materiais também podem ser classificados de acordo com a possibilidade de

extinção de suas propriedades físico-químicas. Muitas vezes, o fator tempo influencia

na classificação; assim, quando a empresa adquire um material para ser usado em um

período, e nesse período o consumo não ocorre, sua utilização poderá não ser mais

necessária, o que inviabiliza a estocagem por longos períodos.

Quanto à possibilidade de se extinguirem, seja dentro do prazo previsto para sua

utilização, seja por ação imprevista, os materiais podem ser classificados em:

perecível e não perecível.

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A utilização da classificação por perecimento permite as seguintes medidas:

Determinar lotes de compra mais racionais, em função do tempo de

armazenagem permitido;

Programar revisões periódicas para detectar falhas de estocagem a fim de

corrigi-las e baixar materiais sem condições de uso;

Selecionar adequadamente os locais de estocagem, usando técnicas

adequadas de manuseio e transporte de materiais, bem como transmitir

orientações aos funcionários envolvidos quanto aos cuidados a serem

observados.

IV. Periculosidade

O uso dessa classificação permite a identificação de materiais que devido a suas

características físico-químicas, podem oferecer risco à segurança no manuseio,

transporte, armazenagem. Ex. líquidos inflamáveis.

V. Possibilidade de fazer ou comprar

Esta classificação visa determinar quais os materiais que poderão ser

recondicionados, fabricados internamente ou comprados:

Fazer internamente: fabricados na empresa;

Comprar: adquiridos no mercado;

Decisão de comprar ou fazer: sujeito à análise de custos;

Recondicionar: materiais passíveis de recuperação sujeito a análise de custos.

VI. Tipos de Estocagem

Os materiais podem ser classificados em materiais de estocagem permanente e

temporária.

Permanente: materiais para os quais foram aprovados níveis de estoque e que

necessitam de ressuprimento constantes.

Temporária: materiais de utilização imediata e sem ressuprimento, ou seja, é um

material não de estoque.

VII. Dificuldade de Aquisição

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Os materiais podem ser classificados por suas dificuldades de compra em materiais de

difícil aquisição e materiais de fácil aquisição. As dificuldades podem advir de:

Fabricação especial: envolve encomendas especiais com cronograma de fabricação

longo;

Escassez no mercado: há pouca oferta no mercado e pode colocar em risco o

processo produtivo;

Sazonalidade: há alteração da oferta do material em determinados períodos do ano;

Monopólio ou tecnologia exclusiva: dependência de um único fornecedor;

Logística sofisticada: material de transporte especial, ou difícil acesso;

Importações: os materiais sofrer entraves burocráticos, liberação de verbas ou

financiamentos externos.

VIII. Mercado Fornecedor

Esta classificação está intimamente ligada à anterior e a complementa. Assim temos:

Materiais do mercado nacional: materiais fabricados no próprio país;

Materiais do mercado estrangeiro: materiais fabricados fora do país;

Materiais em processo de nacionalização: materiais aos quais estão desenvolvendo

fornecedores nacionais.

Acabamos de ver oito tipos principais de classificação de materiais, eles não

necessitam trabalhar separadamente, e alguns deles recebem indicações explícitas

para que trabalhem em conjunto com outra classificação, tornando mais eficaz a

gestão dos estoques.

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Codificação de material

É a representação por meio de um conjunto de símbolos alfanuméricos ou

simplesmente números que traduzem as características dos materiais, de maneira

racional, metódica e clara, para se transformar em linguagem universal de materiais na

empresa. Consiste em ordenar os materiais da empresa segundo um plano metódico e

sistemático, dando a cada um deles determinado conjunto de caracteres. Portanto,

depois de realizada a identificação do material, o passo subsequente consiste na

atribuição de um código representativo dos elementos identificadores do item e que

simboliza a identidade do material. A atribuição do código visa simplificar as operações

na empresa, uma vez que todo um Conjunto de dados descritivos e individualizadores

do material é substituído por um único símbolo representativo. O código torna-se tanto

mais necessário quanto maior for o universo e a diversificação dos itens existentes

transacionados na empresa. O registro e o controle principalmente das transações do

material, com base apenas na nomenclatura do item, tornam-se impraticáveis e

perigosos. Independentemente deste aspecto, com o incremento do processamento

de dados, tornou-se obrigatória a introdução de códigos que viabilizam com eficiência

a entrada e registro de dados em sistemas próprios.3.1.2.

OBJETIVOS

a)Facilitar a comunicação interna na empresa no que se refere a materiais e compras;

b)Evitar a duplicidade de itens no estoque c)Permitir as atividades de gestão de

estoques e compras;d)Facilitar a padronização de materiais; e)Facilitar o controle

contábil dos estoques.

CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE CODIFICAÇÃO:

a) Expansivo: deve possuir espaço para novos itens;

b) Preciso: um código para cada material;

c) Conciso: número mínimo de dígitos;

d) Conveniente: ser facilmente compreendido;

e) Simples: de fácil utilização;

Tipos de codificação

Codificação alfabética

Este processo representa os materiais por meio de letras, foi muito utilizado na

codificação de livros ( Método Dewey), com a implementação da imprensa no mundo,

o sistema agregou números a sua codificação, conseguindo com isto codificar a

grande variedade de edições em suas categorias e classificações de assuntos,

autores e áreas especificas. Atualmente está em desuso.

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Exemplo de aplicação do sistema alfabético:

P - Pregos

P/AA - Pregos 14 x 18 - 1 1/2 x 14

P/AB - Pregos 16 x 20 - 2 1/4 x 12

P/AC - Pregos 30 x 38 - 3 1/4 x 8

Codificação alfa-numérica

Este processo agrupa números e letras, atualmente é um sistema muito utilizado na

classificação de peças automotivas e na codificação de placas de automóveis.

As quantidades de letras utilizadas e números são definidos pelo órgão ou empresa a

qual adotou o sistema, não havendo uma regra específica. Desta forma o sistema

pode se adaptar a cada necessidade.

Codificação numérica ou sistema Numérico ou Decimal

CHAVE AGLUTINANTE: grupo que designa o agrupamento de materiais, também

chamado de Chave dos Grandes Grupos.

CHAVE INDIVIDUALIZADORA: Identifica cada material que constam do primeiro

grupo (aglutinante).

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A atribuição consiste na adoção de algarismos arábicos. sendo o método mais

utilizado, pela facilidade de ordenação sequencial de diversos itens e na adoção da

informatização.

CHAVE DESCRITIVA: descreve ou individualiza os materiais pertencentes ao 2º grupo

individualizador.

Uma das variações que pode aparecer em provas de concursos é a FSC ( federal

supply classification) que tem a seguinte estrutura:

XX-YY-ZZZZZZ-A, onde:

XX – Grupos

YY – Classes

ZZZZZZ – Código de identificação

A – dígito de controle

Código de barras

Código de barras é uma representação gráfica de dados numéricos ou alfanuméricos.

A decodificação (leitura) dos dados é realizada por um tipo de scanner - o leitor de

código de barras -, que emite um raio vermelho que percorre todas as barras. Onde a

barra for escura, a luz é absorvida; onde a barra for clara (espaços), a luz é refletida

novamente para o leitor. Os dados capturados nessa leitura óptica são compreendidos

pelo computador, que por sua vez converte-os em letras ou números humano-legíveis.

A EAN Brasil– Associação Brasileira de Automação Comercial, atualmente GSI

recebeu a incumbência de administrar no âmbito do território brasileiro o Código

Nacional de Produtos, Sistema EAN/UCC. Conforme Decreto Lei nº 90595 de

29.11.1984 e da Portaria nº 143 de 12.12.1984 do Ministério da Indústria e Comércio.

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Em 1986 foi estabelecido um acordo de cooperação entre a EAN Internacional e a

UCC – Uniform Code Council Inc., entidade americana que administra o sistema UPC

( Código Universal de Produtos) de numeração e código de barras, utilizado nos

Estados Unidos e no Canadá. Esta aliança promoveu uma maior colaboração,

intercambio e suporte técnico entre os parceiros comerciais.

Com o advento do código de barras, a interação entre atacadistas e varejistas passou

a ser feita através deste controle mais eficaz , gerando uma velocidade rápida e

precisa na troca de informações quanto aos aspectos de movimentação de venda e

gestão dos estoques, garantindo assim uma melhor qualidade e produtividade dos

sistemas gerenciais.

As atribuições do sucesso do código de barras estão distribuídas entre as entidades

que colaboraram entre si , sendo:

· UPC – Código Universal de Produtos

· UCC – Uniform Code Council

· EAN – European Article Numbering Association

· EAN International

Atualmente mais de 450.000 empresas em todo mundo utilizam o sistema EAN,

atendendo as empresas em mais de 100 países.

Estrutura numérica

O código EAN/UPC é um sistema internacional que auxilia na identificação inequívoca

de um item a ser vendido, movimentado e armazenado, sendo o EAN-13 o padrão

utilizado mundialmente, exceto nos EUA e Canadá. A estrutura numérica do código

(que geralmente mostra os números que representa abaixo das barras) leva as

seguintes informações (tomando-se como exemplo o código 7898357411232):

os 3 primeiros dígitos representam a origem da organização responsável por

controlar e licenciar a numeração. Os 3 primeiros dígitos NÃO indicam origem

de produto ou da empresa detentora dos códigos;

os próximos dígitos, que podem variar de 4 a 7, representam a identificação da

empresa proprietária de tal prefixo; no exemplo é 835741 (6 dígitos);

os dígitos 123 representam a identificação do produto, e são atribuídos pelo

fabricante, quando o mesmo possuí um prefixo próprio;

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o último dígito 2 é chamado de dígito verificador e confirma matematicamente

que os dígidos precedentes estão corretos.

No total o código EAN-13 deve ter 13 dígitos. Vale ressaltar que os números da

empresa variam de empresa para empresa, os números que identificam o item variam

de item para item e o dígito verificador deve ser recalculado a cada variação na

numeração. Existem outros tipos de códigos padrões para diversas aplicações.

O sistema EAN é constituído de:

Um sistema para numerar itens ( produtos de consumo e serviços, unidades de

transporte, localizações, e outros ramos,...) permitindo que sejam identificados.

Um sistema para representar informações suplementares.

Código de barras padronizados para representar qualquer tipo de informação que

possa ser lida facilmente por computadores (escaneada).

Um conjunto de mensagens EANCOM para transações pelo Intercambio Eletrônico

de documentos ( EDI).

Razões de utilização

Dentre muitos se apresentam:

1. Padrão utilizado internacionalmente em mais de 100 países.

2. Cada identificação de mercadoria é única no mundo.

3. Decodificações rápidas do símbolo, gerando informações instantâneas.

4. Linguagem comum no intercambio de informações entre parceiros comerciais.

Vantagens para a indústria

Conhecimento exato do comportamento de cada produto no mercado.

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Estabelecimento de uma linguagem comum com os clientes,.

Organização interna, mediante a codificação de embalagens de despacho e da

matéria prima.

Controle de inventários e do estoque, expedição de mercadorias.

Padronização nas exportações.

Aproximação do consumidor ao produto (merchandising)

Possibilidade de utilizar o Intercambio eletrônico de Documentos (EDI).

Vantagens para o comércio

Otimiza o controle de estoque.

Aumenta a eficiência no ponto de venda: elimina erros de digitação, diminui o

tempo das filas.

Otimiza a gestão de preços e de crédito.

Melhora o controle do estoque central.

Obtém informações confiáveis para uma melhor negociação.

Vende mais com maior lucro.

Atende as mudanças rápidas dos hábitos de consumo.

Melhora o serviço ao cliente.

Estabelece linguagem comum com fornecedor.

Vantagens para o consumidor

o Cupom fiscal detalhado.

o Passagem rápida no check-out

o Eliminação de erros de digitação em sua compra.

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o Preço correto nas gôndolas.

o Linhas de produtos a venda de composição mais adequada ao perfil da

clientela

Distribuição

O marketing moderno considera a distribuição uma das fases mais críticas dos

negócios. Dela depende parte importante da qualidade percebida pelo cliente, isto é, o

que ele sente ao comparar sua satisfação com suas expectativas. Confiabilidade de

entrega é fruto do recebimento da mercadoria no prazo correto, com embalagem

correta, sem danos causados pelo transporte e erros no faturamento, e com o suporte

de um serviço de atendimento ao cliente que resolva seus problemas com presteza e

urbanidade, estes são eficazes instrumentos no chamado marketing de

relacionamento.

A distribuição começa na fabrica do fornecedor e termina nas mãos do cliente final.

Como os bens estão em constante movimento nesse ínterim, devemos identificar em

cada estagio como eles se movimentam (o modal de transporte) e quem faz a

movimentação (o operador de transporte). A distribuição física representa um custo

significativo para a maioria dos negócios, impactando diretamente na competitividade,

de acordo com sua velocidade, confiabilidade e controlabilidade (capacidade de

rastreamento e ação), ao entregar aos consumidores dentro do prazo.

Mas, qual o melhor modal? Transporte rodoviário, aéreo, marítimo, ferroviário? Para

cada rota há uma possibilidade de escolha, que deve ser feita mediante uma analise

profunda de custos, muito além de uma simples análise do custo baseada em peso

por quilometragem (Kg/Km). Para cada ligação no canal logístico, cada modo

apresenta vantagens particulares.

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Administrar o transporte significa tomar decisões sobre um amplo conjunto de

aspectos. Essas decisões podem ser classificadas em dois grandes grupos: Decisões

estratégicas e Decisões operacionais. As decisões estratégicas se caracterizam pelos

impactos de longo prazo e se referem basicamente a aspectos estruturais. As

decisões operacionais são geralmente de curto prazo e se referem às tarefas do dia a

dia. São basicamente quatro as principais decisões estratégicas no transporte:

Escolha de Modais;

Decisões sobre propriedade da frota;

Seleção e negociação com transportadores;

Política de consolidação de cargas.

Principais decisões em curto prazo:

Planejamento de embarques;

Programação de veículos;

Roteirizarão;

Auditoria de fretes;

Gerenciamento de avarias.

Seleção da Modalidade de Transporte:

A seleção da modalidade de transporte depende de dois fatores primordiais:

a) A diferença entre o preço de venda do produto na origem e no local de

consumo, fator este conhecido.

b) O custo de transporte entre o centro de produção do produto e o local de

consumo, fator que para ser calculado depende de dois aspectos:

I. Característica da carga a ser transportada: envolve tamanho, peso, valor

unitário, tipo de manuseio, condições de segurança, tipo de embalagem,

distancia a ser transportado, prazo de entrega e outros.

II. Características das modalidades de transporte: condições da infra-estrutura

da malha de transportes, condições de operação, tempo de viagem, custo e

frete, mão-de-obra envolvida e outros.

Também influem na seleção da modalidade de transporte outros fatores:

a) Tempo: cada modalidade apresenta um tempo diferente em função de suas

próprias características

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b) Custo: cada modalidade tem seu componente de custos, que determina o valor do

frete.

c) Manuseio: cada modalidade está sujeita a determinadas operações de carga e

descarga, nas quais a embalagem permite facilitar o manuseio, reduzir perdas e

racionalizar custos.

d) Rotas de viagem: cada modalidade envolve maior ou menor numero de viagens,

podendo a empresa adotar o transporte intermodal sempre que o custos do transporte

possam ser racionalizados.

O transporte representa um dos elementos mais importantes na composição dos

custos logísticos de uma empresa. Segundo BALLOU(1998), o transporte é capaz de

absorver entre 33,3 e 66,6% dos custos logísticos totais. Surge, então, a necessidade

de se entender os fundamentos do transporte e sua influência no desempenho

logístico da empresa.

O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior classifica o

Sistema de Transporte quanto à forma em:

Modal: envolve apenas uma modalidade (ex.: Rodoviário);

Intermodal: envolve mais de uma modalidade (ex.: Rodoviário e

Ferroviário);

Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido por um

único contrato;

o Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais;

Sucessivos: quando a mercadoria, para alcançar o destino final, necessita

ser transbordada para prosseguimento em veículo da mesma modalidade de

transporte (regido por um único contrato).

Todas as modalidades têm suas vantagens e desvantagens. Algumas são

adequadas para um determinado tipo de mercadorias e outras não. Segue

descrição sucinta dos diversos modais.

Tipos de Modais

Rodoviário

O transporte rodoviário apresenta baixo custo inicial de implantação, exigindo apenas

a construção do leito, uma vez que os veículos pertencem a terceiros. Trata-se do

sistema de transporte mais utilizado no país, apesar de registrar elevado custo

operacional e excessivo consumo de óleo diesel. Possui grande flexibilidade

operacional, permitindo acessos a pontos isolados. Apresenta grande competitividade

para o transporte de cargas dispersas, isto é, não concentradas na origem ou no

destino e o de curtas distâncias, onde seu maior custo operacional é compensado pela

eliminação de transbordos. O transporte rodoviário na América do Sul é regido pelo

Convênio sobre Transporte Internacional Terrestre entre Brasil, Argentina, Bolívia,

Chile, Paraguai, Uruguai e Peru, firmado em Santiago do Chile, 1989. Esse convênio

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regulamenta os direitos e obrigações no tráfego regular de caminhões em viagens

entre os países consignatários (MDCI 2002). No Brasil algumas rodovias ainda

apresentam estado de conservação ruim, aumentando os custos com manutenção dos

veículos. Além disso, a frota é antiga e sujeita a roubo de cargas.

VANTAGENS

ransportadora.

DESVANTAGENS

rastreamento de veículos por satélite, bloqueio remoto de combustível, entre outras

tecnologias, estão sendo utilizadas por empresas do setor de transporte, visando

reduzir os riscos de transporte. Ocorre que essas tecnologias possuem elevados

custos de aquisição, de maneira que grande parte da frota rodoviária de carga

encontra-se à margem dessas inovações.

Ferroviário

O transporte ferroviário possui um custo de implantação elevado, não apenas pela

exigência de leitos mais elaborados, como também pela aquisição simultânea do

material rodante, constituído de locomotivas e vagões. Apresenta baixo custo

operacional e pequeno consumo de óleo diesel, em relação ao transporte rodoviário.

Não apresenta grande flexibilidade, operando através de pontos fixos, caracterizados

por estações e pátios de carga, sendo muito competitivo no transporte de cargas com

origem e destinos fixos e para longas distâncias, onde os transbordos realizados na

origem e no destino são compensados pelo menor custo do transporte. O transporte

ferroviário na América do Sul também é regido pelo Convênio sobre Transporte

Internacional. O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias

agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes,

entre outros.

VANTAGENS

DESVANTAGENS

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DUTOVIARIO.

O transporte dutoviario é feito através de tubos (dutos), baseando se na diferença de

pressão. Sua utilização privilegia materiais fluidos, tal como gases, líquidos e sólidos

granulares. O sistema apresenta elevado custo de implantação e baixo custo

operacional. Possui pequena flexibilidade, operando apenas entre pontos fixos, que

são as estações de bombeamento e recalque. No entanto, o transporte dutoviário

registra muita competitividade para o transporte em alta velocidade de grandes

quantidades de fluidos.

VANTAGENS

DESVANTAGENS

HIDROVIÁRIO ou AQUAVIÁRIO

O transporte hidroviário apresenta baixo custo de implantação, quando da ocorrência

de uma via natural. Tal custo, no entanto, aumenta bastante se houver necessidade de

construção de canais, barragens e eclusas, por exemplo. Seu custo operacional,

pequeno em vias perenes de grande calado, aumenta de maneira sensível em vias de

baixo calado e de utilização sazonal, onde não é possível operar em períodos de seca.

Apresenta baixa velocidade operacional e alcance limitado ao curso natural da via

utilizada. Atinge excelente competitividade quando satisfeitas as condições de via

natural, perene e de grande calado.

VANTAGENS

DESVANTAGENS

meteorológicas.

AEROVIÁRIO

O transporte aeroviário apresenta baixo custo de instalação e elevado custo

operacional. Registra grande flexibilidade e permite o acesso a pontos isolados do

país, com alta velocidade operacional. É o meio ideal para o transporte de

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mercadorias de grande valor e de materiais perecíveis em situações excepcionais.

Algumas dessas situações são catástrofes, guerras e epidemias. Devido a seu

elevado custo operacional, o transporte aéreo não é apresentado como alternativa,

limitando-se sua utilização a casos específicos. É o transporte adequado para

mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega.

VANTAGENS

aeroportos normalmente estão localizados mais próximos dos centros de

produção.

DESVANTAGENS

QUESTÕES DE CONCURSOS

I. Os materiais processados ao longo das diversas seções que compõem o processo

produtivo da empresa são denominados matérias-primas.

II. No gerenciamento de estoques, um artigo com demanda previsível, e que pela sua

relevância esteja sujeito ao controle de obsolescência, é considerado um material

crítico.

III.O critério de durabilidade deve ser o único parâmetro para a classificação

orçamentária de um material em consumo ou permanente.

IV. Materiais escassos no mercado , de alto custo de aquisição, armazenagem ou

transporte e de difícil previsão são classificados como materiais críticos.

V. Materiais que requerem cuidados especiais na armazenagem e no transporte são

classificados como materiais críticos.

VI. Quanto ao tipo de demanda, os materiais devem ser classificados em materiais de

estoque e não de estoque

VII. A codificação pode evitar a duplicidade de itens no estoque e procura facilitar a

padronização de materiais.

VIII. A classificação XYZ é um método de análise qualitativa que determina a

criticidade dos materiais e dos medicamentos no hospital. Os itens X são aqueles

considerados vitias ou críticos para a produção, sem similar no hospital.

IX.O modal ferroviário apresenta o menor custo fixo dentre todos os modais e o maior

custo variável.

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X.O sistema alfabético, por ser de fácil memorização, é o mais indicado para a

classificação de materiais.

XI. O transporte intermodal envolve, além da inter-relação física entre as modalidades,

a integração de responsabilidades, conhecimentos, programações, cobrança de fretes

e demais despesas.

XII. A taxa cobrada por uma transportadora depende de certas características do item

transportado, como seu valor financeiro, sua densidade e(ou) peso, sua embalagem e

o risco de sua deterioração.

XIII. Dentre outros, a demanda pelo transporte aéreo é condicionada por fatores

econômicos do país e por fatores relacionados à infraestrutura aeroportuária.

XIX. O modal rodoviário é o mais indicado para transportar matérias-primas como

carvão, madeira e produtos químicos e também produtos de baixo valor agregado,

como alimentos, papel e produtos de madeira.

XV. No Brasil, apesar de inciativas como a privatização de portos e ferrovias, o modal

rodoviário ainda é dominante na matriz de transporte. No entanto, na análise da

característica operacional desse modal, constata-se que a menos eficiente é

capacidade.

Função Compras

Esta função passou a conquistar seu espaço e reconhecimento ao longo do tempo,

sendo que saber comprar de forma mais adequada para a organização é determinante

para sua permanência no mercado. Seu desenvolvimento e equilíbrio visando as

diferentes necessidades dos diversos setores existentes dentro de uma empresa.

No processo de suprimento de materiais e serviços, a função de compras constitui um

elemento crucial, sendo que a escolha certa dos insumos e fornecedores repercutirá

no preço final do produto a ser ofertado.

Uma vez evidenciada a relevância da aquisição de materiais em quantidade e

qualidade compatíveis com as expectativas da empresa, pode-se inferir que a redução

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dos custos e a maximização dos lucros são variáveis que se vinculam

substancialmente ao ato da compra.

Outro aspecto a ser ressaltado no assunto abordado é a questão da disponibilidade

dos materiais e serviços no prazo adequado, ou seja, quanto mais eficiente for o lead

time de compra – lapso temporal entre a decisão de compra de um item e sua efetiva

liberação pelo controle de qualidade para adesão ao estoque, ou fornecimento à

produção – mais otimizada será a aplicação e a oferta dos produtos e serviços.

“A inadequação de especificações, prazos, performance e preços causam transtorno

ao processo operacional com atrasos na produção, não-atendimento da qualidade,

elevação dos custos e insatisfação do cliente.” (POZO, 2002, p. 140)

Neste contexto, a capacidade de diferenciação, bem como a eficácia no processo,

tornam-se variáveis determinantes na valorização do produto, minimização de custos e

conquista de novos clientes.

Objetivos da Função Compras

Como já mencionado no tópico inicial, o setor de compras tem a grande

responsabilidade de suprir a empresa com os insumos adequados às particularidades

da organização, atendendo as necessidades do mercado.

Outrossim, obter e coordenar o fluxo contínuo de suprimentos de modo a atender aos

programas de produção; comprar os materiais aos melhores preços, não fugindo aos

parâmetros qualitativos e quantitativos; e procurar as melhores condições para a

empresa, são alguns dos objetivos do setor de compras. (DIAS, 2005)

Tendo em vista a evolução dos objetivos da função compras, pode-se constatar que a

mesma ocorreu, em grande parte, em função da globalização, a qual desenvolveu

fornecedores mais especializados, graças à evolução das tecnologias e o surgimento

da internet – responsável atualmente pela realização de grande parte dos negócios no

mundo inteiro.

Os objetivos de compras devem estar alinhados aos objetivos estratégicos da

empresa como um todo, visando o melhor atendimento ao cliente externo e interno.

Essa preocupação tem tornado a função compras extremamente dinâmica, utilizando-

se de tecnologias cada vez mais sofisticadas.

Compras e Níveis de Estoque

Ao setor de compras também é designada a difícil tarefa de equilibrar a quantidade de

materiais a serem comprados para que os demais departamentos da empresa

encontrem-se satisfeitos continuamente.

Conforme discorre Arnold (1999, p. 212), “a quantidade é importante porque

influenciará o modo como o produto será projetado, especificado e fabricado.”

Destarte, a quantidade aproximada a ser adquirida pelo setor de compras poderá ser

visualizada através da demanda de mercado.

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Da mesma forma, é importante que se consiga “otimizar o investimento, aumentando o

uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as necessidades de capital investido

em estoques”.

Sabe-se que altos níveis de estoque significam segurança para o setor de produção.

Porém, os mesmos acarretam exacerbados custos, tanto de armazenagem, como

custo do capital investido, custos para o controle, bem como despesas com o pessoal

encarregado.

Segundo Pozo (2002, p. 38), “se os estoques forem mínimos a empresa pode usar

esse capital não para especular no sistema financeiro e estagnar, mas para aprimorar

seus recursos”.

Não obstante, nível de estoque muito baixo pode ser um fator de extremo risco para a

organização. Sendo que pode ocasionar a ruptura dos estoques, a qual reflete em

parada na produção, e consequentemente em atraso de entregas e em insatisfação e

perda de clientes.

Toda empresa na consecução de seus objetivos necessita de grande interação entre

todos os seus departamentos ou processos, no caso de assim estar organizada. (...) A

área de compras interage intensamente com todas as outras, recebendo e

processando informações, como também alimentando outros departamentos de

informações úteis às suas tomadas de decisão. (MARTINS & ALT, 2001, p. 68)

Logo, é primordial que se consiga, segundo Dias (2005, p. 20), “conciliar da melhor

maneira os objetivos dos departamentos, sem prejudicar a operacionalidade da

empresa, assim como a definição da política dos estoques”.

Não obstante, a dificuldade se encontra na determinação da quantidade de material

que a empresa deve estocar. Porém, para isso existem várias técnicas, as quais

consideram a estimativa de demanda, o tempo de reposição, dentre outros fatores que

devem ser analisadas respeitando as peculiaridades de cada organização.

A Escolha dos Fornecedores

Segundo Arnold (1999, p. 218), “uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a

segunda decisão mais importante refere-se ao fornecedor certo.”

Não obstante, pode-se aludir que o melhor fornecedor é aquele que oferece um bom

prazo de pagamento, juntamente com o prazo de entrega almejado pela empresa,

aliado a um bom preço, porém com a máxima qualidade e a melhor tecnologia.

Tendo em vista a dificuldade de encontrar um fornecedor que possua todos os

requisitos supracitados, cabe ao setor de compras analisar qual é a sua verdadeira

necessidade no que diz respeito ao preço e ao prazo que a empresa necessita.

Conforme Gurgel (1996, p. 47), “a seleção do fornecedor deverá obedecer a critérios

adequados que levarão em conta cada mercado fornecedor e as características do

artigo a comprar.”

Tampouco, é importante que se faça um estudo acerca de todos os fornecedores

selecionados, para que seja possível uma avaliação correta sobre suas instalações,

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seu desempenho, sua capacidade e condição financeira, bem como a assistência

técnica que oferece, dentre outros fatores que confirmam sua idoneidade. (DIAS,

2005).

Ademais, é essencial que o departamento de compras procure manter um bom

relacionamento com seus fornecedores e, da mesma forma, possua mais de uma

opção de fornecedor para cada produto que utiliza. Afinal, a união desses dois fatores

pode garantir que a segurança no processo de reposição seja ainda maior.

A escolha de um fornecedor é uma das atividades fundamentais e prerrogativa

exclusiva de compras. O bom fornecedor é quem vai garantir que todas aquelas

clausulas solicitadas, quando de uma compra, sejam cumpridas. Deve o comprador

procurar, de todas as maneiras, aumentar o número de fornecedores em potencial a

serem consultados, de maneira que se tenha certeza de que o melhor negócio foi

executado em benefício da empresa. O número limitado de fornecedores a serem

consultados, constituem uma limitação das atividades de compras.

O processo de seleção das fontes de fornecimento não se restringe a uma única

ocasião, ou seja, quando e necessária a aquisição de determinado material. A

atividade deve ser exercida de forma permanente e contínua, através de várias

etapas, entre as quais selecionamos as seguintes:

ETAPA 1 - Levantamento e Pesquisa de Mercado

Estabelecida a necessidade da aquisição para determinado material, e necessário

levantar e pesquisar fornecedores em potencial. O levantamento poderá ser realizado

através dos seguintes instrumentos:

- Cadastro de Fornecedores do órgão de Compras;

- Edital de Convocação;

- Guias Comerciais e Industriais;

- Catálogos de Fornecedores;

- Revistas especializadas;

- Catálogos Telefônicos;

- Associações Profissionais e Sindicatos Industriais.

ETAPA 2 - Análise e Classificação

Compreende a análise dos dados cadastrais do fornecedor e a respectiva

classificação quanto aos tipos de materiais a fornecer, bem como, a eliminação

daqueles fornecedores que não satisfizerem as exigências da empresa.

ETAPA 3 - Avaliação de Desempenho

Esta etapa é efetuada pós - cadastramento e nela faz-se o acompanhamento do

fornecedor quanto ao cumprimento do contratado, servindo não raras vezes como

elemento de eliminação das empresas fornecedoras.

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Estratégias de Aquisição de Recursos Materiais e Patrimoniais

A definição de uma estratégia correta de compras pode dar à empresa uma grande

vantagem competitiva. Se por um lado ela decidir produzir mais internamente, ganha

dependência, mas perde flexibilidade. Por outro lado, se decidir comprar mais de

terceiros em detrimento de fabricação própria, pode tornar-se dependente. Nesse

caso, deve decidir também o grau de relacionamento que deseja com seus parceiros.

Componentes que são vitais para o produto final eram sempre fabricados

internamente. Essa concepção está mudando com o desenvolvimento de parcerias

estratégicas nos negócios. Outra situação praticamente determinante é aquela em que

a fabricação de um componente exige altos investimentos, fora do alcance de

eventuais fornecedores. Mesmo assim, são usuais as situações em que um grande

fabricante financia as instalações de um futuro fornecedor, pois não interessa a ele

produzir o referido componente.

Quando se tem uma demanda simultaneamente alta e estável, a fabricação dos

materiais necessários internamente pode ser uma boa opção.

Basicamente podemos ter duas estratégias operacionais que irão definir as estratégias

de aquisição dos bens materiais, a verticalização e a horizontalização. Ambas têm

vantagens e desvantagens e, de um modo geral, o que é vantagem em uma passa a

ser desvantagem na outra e vice-versa.

Verticalização

A verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá internamente tudo o

que puder, ou pelo menos tentará produzir. Foi predominante no início do século,

quando as grandes empresas praticamente produziam tudo que usavam nos produtos

finais ou detinham o controle acionário de outras empresas que produziam os seus

insumos. O exemplo clássico é o da Ford, que produzia o aço, o vidro, centenas de

componentes, pneus e até a borracha para a fabricação dos seus automóveis. A

experiência da plantação e seringueiras no Brasil, na Fordlândia no Amazonas, até

hoje é citada como exemplo. s principais vantagens da verticalização são a

independência de terceiros – a empresa tem maior liberdade a alteração de suas

políticas, prazos e padrão de qualidade, além de poder priorizar um produto em

detrimento de outro que naquele momento é menos importante, ficando com ela os

lucros que seriam e passados aos fornecedores e mantendo o domínio sobre

tecnologia própria – a tecnologia que o fornecedor desenvolveu, muitas vezes com a

ajuda da empresa, não será utilizada também para os concorrentes.

A estratégia da verticalização apresenta também desvantagens. Ela exige maior

investimento em instalações e equipamentos. Assim, já que a empresa está

envolvendo mais recursos e imobilizando-os, ela acaba tendo menor flexibilidade para

alterações nos processos produtivos, seja para incorporar novas tecnologias ou para

alterar volumes de produção decorrentes de variações no mercado – quando se

produz internamente é difícil e custosa a decisão de parar a produção quando a

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demanda é baixa e comprar novos equipamentos e contratar mais funcionários para

um período incerto de alta procura.

Horizontalização

A horizontalização consiste na estratégia de comprar de terceiros o máximo possível

dos itens que compõem o produto final ou os serviços de que necessita. É tão grande

a preferência da empresa moderna por ela que, hoje em dia, um dos setores de maior

expansão foi o de terceirização e parcerias. De um modo geral não se terceiriza os

processos fundamentais (core process), por questões de detenção tecnológica,

qualidade do produto e responsabilidade final sobre ele.

Entre as principais vantagens da horizontalização estão a redução de custos – não

necessita novos investimentos em instalações industriais; maior flexibilidade para

alterar volumes de produção decorrentes de variações no mercado – a empresa

compra do fornecedor a quantidade que achar necessária, pode até não comprar nada

determinado mês; conta com knowhow dos fornecedores no desenvolvimento de

novos produtos (engenharia simultânea).A estratégia de horizontalização apresenta

desvantagens como a possível perda do controle tecnológico e deixar de auferir o

lucro decorrente do serviço ou fabricação que está sendo repassada.

Tipos de Compras

Toda e qualquer ação de compra é precedida por um desejo de consumir algo ou

investir. Existem, pois, basicamente, dois tipos de compra:

- a compra para consumo e;

- a compra para investimento.

Compra para investimento

Enquadram-se as compras de bens e equipamentos que compõem o ativo da empresa

(Recursos Patrimoniais ).

Compras para consumo

São de matérias primas e materiais destinados a produção, incluindo-se a parcela de

material de escritório. Algumas empresas denominam este tipo de aquisição como

compras de custeio.

As compras para consumo, segundo alguns estudiosos do assunto, subdividem-se

em:

- compras de materiais produtivos e;

- compras de material improdutivo.

Materiais Produtivos

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São aqueles materiais que integram o produto final, portanto, neste caso, matéria-

prima e outros materiais que fazem parte do produto, sendo que estes diferem de

indústria - em função do que é produzido.

Materiais improdutivos

São aqueles que, sendo consumido normal e rotineiramente, não integram o produto,

o que quer dizer que é apenas material de consumo forçado ou de custeio. Em função

do local onde os materiais estão sendo adquiridos, ou de suas origens, a compra pode

ser classificada como: Compras Locais ou Compras por Importação.

COMPRA NORMAL

Quando realizada em prazo ou em condições que permita obter as melhores

vantagens técnico-comerciais, através da utilização do fluxo básico de compra.

COMPRA EM EMERGÊNCIA

Ocorre por falha de planejamento ou por causas acidentais, sendo realizada com a

supressão de várias etapas do fluxo básico, o que reduz o poder de negociação da

empresa.

Compras Locais

As atividades de compras locais podem ser exercidas na iniciativa privada e no serviço

público. A diferença fundamental entre tais atividades é a formalidade no serviço

público e a informalidade na iniciativa privada, muito embora com procedimentos

praticamente idênticos, independentemente dessa particularidade. As Leis nº 8.666/93

e 8.883/94, que envolvem as licitações no serviço público, exigem total formalidade.

Seus procedimentos e aspectos legais serão detalhados em Compras no Serviço

Público.

Compras por Importação

As compras por importação envolvem a participação do administrador com

especialidade em comércio exterior, motivo pelo qual não cabe aqui nos

aprofundarmos a esse respeito. Seus procedimentos encontram-se expostos a

contínuas modificações de regulamentos, que compreendem, entre outras, as

seguintes etapas:

a. Processamento de faturas pro forma;

b. Processamento junto ao Departamento de Comércio Exterior - DECEX – dos

documentos necessários à importação;

c. Compra de câmbio, para pagamento contra carta de crédito irrevogável;

d. Acompanhamento das ordens de compra (purchaseorder) no exterior;

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e. Solicitação de averbações de seguro de transporte marítimo e/ou aéreo;

f. Recebimento da mercadoria em aeroporto ou porto;

g. Pagamento de direitos alfandegários;

h. Reclamação à seguradora, quando for o caso.

Quanto a formalização das compras, as mesmas podem ser:

Compras Formais

São as aquisições de materiais em que é obrigatória a emissão de um documento de

formalização de compra. Estas compras são determinadas em função de valores pré-

estabelecidos e conforme o valor a formalidade e feita em graus diferentes.

Compras informais

São compras que, por seu pequeno valor, não justificam maior processamento

burocrático.

Sequência Lógica de Compras

Para se comprar bem é preciso conhecer as respostas de cinco perguntas, as quais

irão compor a lógica de toda e qualquer compra:

- O que comprar? R. - Especificação / Descrição do Material

Esta pergunta deve ser respondida pelo requisitante, que pode ou não ser apoiado por

áreas técnicas ou mesmo compras para especificar o material.

- Quanto e Quando comprar? R.- É função direta da expectativa de consumo,

disponibilidade financeira, capacidade de armazenamento e prazo de entrega.

A maior parte das variáveis acima deve ser determinada pelo órgão de material ou

suprimento no setor denominado gestão de estoques.

A disponibilidade financeira deve ser determinada pelo orçamento financeiro da

Empresa.

A capacidade de armazenamento é limitada pela própria condição física da Empresa.

- Onde comprar? R.- Cadastro de Fornecedores.

É de responsabilidade do órgão de compras criar e manter um cadastro confiável

(qualitativamente) e numericamente adequado (quantitativa).

Como suporte alimentador do cadastro de fornecedores deve figurar o usuário de

material ou equipamentos e logicamente os próprios compradores.

- Como comprar? R.- Normas ou Manual de Compras da Empresa.

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Estas Normas deverão retratar praticamente a política de compras na qual se

fundamenta a Empresa. Originadas e definidas pela cúpula Administrativa deverão

mostrar entre outras, competência para comprar, contratação de serviços, tipos de

compras, fórmulas para reajustes de preços, formulários e rotinas de compras, etc.

- Outros Fatores

Além das respostas as perguntas básicas o comprador deve procurar, através da sua

experiência e conhecimento, sentir em cada compra qual fator que a influencia mais, a

fim de que possa ponderar melhor o seu julgamento. Os fatores de maior influência na

compra são: Preço; Prazo; Qualidade; Prazos de Pagamento; Assistência Técnica.

Organização do Serviço de Compras

As compras podem ser centralizadas ou não. O tipo de empreendimento é que vai

definir a necessidade de centralizar.

Uma prática muito usada é ter um comitê de compras, em que pessoas de todas as

área da empresa participem das decisões. As vantagens da centralização dos serviços

de compras são sempre postas em dúvida pelos departamentos que necessitam de

materiais. De modo geral, a centralização apresenta aspectos realmente positivos,

pela redução dos preços médios de aquisição, apesar de, em certos tipos de compras,

ser mais aconselhável à aquisição descentralizada.

Vantagens de Centralizar:

a) visão do todo quanto à organização do serviço;

b) poder de negociação para melhoria dos níveis de preços obtidos dos fornecedores;

c) influência no mercado devido ao nível de relacionamento com os fornecedores;

d) análise do mercado, com eficácia, em virtude da especialização do pessoal no

serviço de compras;

e) controle financeiro dos compromissos assumidos pelas compras associado a um

controle de estoques;

f) economia de escala na aquisição centralizada, gerando custos mais baixos;

g) melhor qualidade, por causa da maior facilidade de implantação do sistema de

qualidade;

h) sortimento de produtos com mais consistência, para suportar as promoções

nacionais;

i) especialização das atividades para o pessoal da produção não perder muito tempo

com contatos com os vendedores.

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O uso de comitê tem as seguintes vantagens:

a) larga faixa de experiência é aplicada nas decisões;

b) as decisões são tomadas numa atmosfera mais científica;

c) o nível de pressões sobre compras é mais baixo, melhorando as relações dos

compradores com o pessoal interno e os vendedores;

d) a co-participação das áreas dentro do espírito de engenharia simultânea, cria um

ambiente favorável para melhor desempenho tanto do ponto de vista político, como

profissional.

Pontos importantes para descentralização:

a) adequação da compra devido ao conhecimento dos problemas específicos da área

onde o comprador exerce sua atividade.

b) menor estoque e com uma variedade mais adequada, por causa de peculiaridades

regionais da qualidade, quantidade, variedade.

c) coordenação, em virtude do relacionamento direto com o fornecedor, levando a

unidade operacional a atuar de acordo com as necessidades regionais.

d) flexibilidade proporcionada pelo menor tempo de tramitação das ordens,

provocando menores faltas.

Cuidados ao Comprar

O processo de produção inicia-se com planejamento das vendas, estabelecimento de

uma política de estoque de produtos acabados e listagem dos itens e quantidades de

produtos a serem fabricados, quantidades estas distribuídas ao longo de um

cronograma de produção.

Um sistema de planejamento de produção fixa as quantidades a comprar somente na

etapa final da elaboração do plano de produção. As quantidades líquidas a comprar

serão apuradas pela desagregação das fichas de produção e em especial pela

listagem de materiais necessários para compor cada unidade de produto a ser

produzido. Será necessário comparar as necessidades de materiais com as

existências nos estoques de matérias-primas, para se apurar as necessidades líquidas

distribuídas no tempo conforme o cronograma de produção necessária para atender

ao planejamento de vendas.

Entretanto, a execução da compra será a primeira etapa executiva do programa de

produção. O término da programação e o início das atividades de compra

caracterizam-se, portanto, como uma área com muitas facilidades de conflitos,

conflitos estes sempre agravados pelos atrasos normais e habituais do planejamento.

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As pressões exercidas pelos setores de produção e faturamento reforçam ainda mais

a probabilidade de atritos na área de compras. Neste momento todos se esquecem

dos atrasos no planejamento das vendas e na programação da produção.

Outro aspecto interessante do relacionamento dentro da área de compras é a inversão

curiosa de atitude que se processa entre o comprador e o vendedor após a emissão

do pedido. A posição inicial de vendedor é sempre solicitante e o comprador nesta

fase poderá usar seus recursos de pressão para forçar o vendedor a chegar às

condições ideais para a empresa.

Uma vez emitido o pedido, o comprador perde sua posição de comando e passa a

uma atitude de expectativa. Procurará de agora em diante adotar uma atitude de

vigilância, procurando cuidar para que os fornecimentos sejam feitos e os prazos

cumpridos.

Cotação de Preços

O depto. de compras com base nas solicitações de mercadorias efetua a cotação dos

produtos requisitados.

Depois de efetuadas as cotações o órgão competente analisa qual a proposta mais

vantajosa levando em consideração os seguintes itens:

a) prazo de pagamento;

b) valor das parcelas;

O Pedido de Compra

Após término da fase de cotação de preços dos materiais e analise da melhor

proposta para fornecimento, o setor de compras emite o pedido de compras para a

empresa escolhida. Esse pedido deverá ter com clareza a descrição do material a ser

comprado, bem como as descrições técnicas, para que não ocorram as freqüentes

dúvidas que comumente acontecem.

Preferencialmente o pedido deverá ser emitido em 3 vias, sendo a 1ª e 2ª vias

enviadas ao fornecedor, o qual colocará ciente na 2ª via e a devolverá que passará a

ter força de contrato, funcionando como um "instrumento particular de compromisso de

compra e venda". A 3ª via funciona como followup do pedido.

O Recebimento dos Materiais

No recebimento dos materiais solicitados, alguns principais aspectos deverão ser

considerados como:

1) Especificação técnica: conferencia das especificações pedidas com as recebidas.

2) Qualidade dos materiais: conferencia física do material recebido.

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3) Quantidade: Executar contagem física dos materiais, ou utilizar técnicas de

amostragem quando for inviável a contagem um a um.

4) Preço:

5) Prazo de entrega: conferencia se o prazo esta dentro do estabelecido no pedido.

6) Condições de pgto.: conferencia com relação ao pedido.

QUESTÕES DE CONCURSOS

I. Compras é uma função paralela à administração de materiais que influencia o

controle de estoques.

II. A aquisição emergencial e rápida é uma das vantagens da centralização da

função de compras nas organizações.

III. Cabe ao departamento de compras manter boa articulação com o mercado

fornecedor.

IV. Em uma empresa que adote a descentralização de compras, cada uma das

unidades dessa empresa terá um órgão de compras próprio para o

atendimento de suas necessidades.

V. O processo de compras encerra-se na emissão da ordem de compra, uma vez

que o acompanhamento do prazo da entrega, a recepção e aceitação das

mercadorias são realizados pela equipe responsável pela guarda dos insumos.

VI. As etapas do ciclo de compras incluem o acompanhamento do pedido de

compra e o controle do recebimento do material comprado.

VII. As funções da equipe de compras envolvem todo o processo de localização de

fornecedores e fontes de suprimento, cotação, aquisição de materiais,

acompanhamento da ordem de fornecimento junto aos fornecedores e o

recebimento do material comprado, para controlar e garantir o fornecimento de

acordo com a especificação solicitada.

VIII. Análise da requisição de compra, recebimento e aceitação da mercadoria e

aprovação da fatura para pagamento do fornecedor são fases do ciclo de

compras.

IX. Uma vantagem de se adotar a centralização do processo de compras é a

obtenção de maior controle de materiais em estoque.

X. O setor de compras e o contábil não mantêm qualquer tipo de comunicação,

sendo setores totalmente independentes entre si na realização de suas

atividades.

Ética em Compras

O problema da conduta ética é comum em todas as profissões, entretanto, em

algumas delas, como a dos médicos, engenheiros e compradores, assume uma

dimensão mais relevante. A abordagem mais profunda do assunto leva

invariavelmente ao estudo do comportamento humano no seu ambiente de trabalho,

que está fora do escopo do nosso trabalho.

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Abordando a questão mais na sua forma operacional, entendendo que o assunto deva

ser resolvido através do estabelecimento de regras de conduto devidamente

estabelecidas, divulgadas, conhecidas e praticadas por todos os envolvidos,

procurando fixar limites claros entre o “legal” e o “moral”.

Assim, os aspectos legais e morais são extremamente importantes para aqueles que

atuam em compras, fazendo com que muitas empresas estabeleçam um “código de

conduta ética” para todos os seus colaboradores.

No setor de compras o problema aflora com maior intensidade devido aos altos

valores monetários envolvidos, relacionados com critérios muitas vezes subjetivos de

decisão. Saber até onde uma decisão de comprar seguiu rigorosamente um critério

técnico, onde prevaleça o interesse da empresa, ou se a barreira ética foi quebrada,

prevalecendo aí interesses outros, é extremamente difícil. O objetivo de um código de

ética é estabelecer os limites de uma forma mais clara possível, e que tais limites

sejam também de conhecimento dos fornecedores, pois dessa forma poderão

reclamar quando se sentirem prejudicados. Outro aspecto importante é que esse

código de ética seja válido tanto para vendas quanto para compras.

Não é correta uma empresa comportar-se de uma forma quando compra e outra

quando vende. Os critérios devem ser compatibilizados e de conhecimentos de todos

os colaboradores. É comum empresas incluírem nos documentos que o funcionário

assina ao ser admitido, um código de conduta (ou de ética) que deva ser seguido, sob

pena de demissão por justa causa.

O problema ético de compras não se restringe aos compradores, mas também ao

pessoal da área técnica que normalmente especifica o bem a ser comprado. É normal

encontrarmos especificações tão detalhadas, e muitas vezes mandatórias, que

praticamente restringem o fornecedor a uma única empresa. É isto é eticamente

correto? Mais uma vez o problema aflora. E o comprador, nesse caso, o que pode

fazer? Cabe à gerência e à alta direção da empresa ficar atenta a todos esses

aspectos, questionando sempre a validade das especificações e a sua justificativa.

E quanto aos “presentes”, “lembranças”, “brindes” como agendas, canetas, malas e

convites que normalmente são distribuídos, por exemplo, ao pessoal de compras, do

controle da qualidade e da área técnica?

Como abordar esse assunto? Deve ser permitido que recebam? A melhor forma de

abordar o assunto é definir, o mais claro possível, um código de conduta, do

conhecimento de todos, pois não há dúvida de que aquele que dá presentes tem a

expectativa de, de uma forma ou de outra, ser “lembrado”. Quando o presente tem um

maior valor, maior será a obrigação de retribuição.

Deve também ficar claro para os compradores como agir no trato com empresas que

sistematicamente, com política própria, oferece uma “comissão”. Devem tais empresas

ser excluídas entre as licitantes? Tais comissões devem ser incorporadas como forma

de desconto nos preços propostos? E os outros fornecedores, como ficam? Enfim,

todos esses aspectos devam ser abordados no código de ética.

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Toda esta questão fica mais grave quando a figura do suborno aparece. A intenção

premeditada é a essência do suborno. Ninguém é subornado por acidente. Nesses

casos, uma vez consumado o delito, o assunto já passa para a alçada judicial. Não é

raro lermos nos jornais situações em que empresas demitem de uma só vez, até

mesmo todos os componentes de seu setor de compras. Por exemplo, já foi manchete

da Gazeta Mercantil o fato de a Fiat brasileira ter demitido “oito funcionários da área

de compras – alguns com cargos de gerência -, acusados de estar recebendo

propinas e presentes de fornecedores”, além de suspeitas de superfaturamentos ou

desvio de dinheiro.

No setor público, todo processo de licitação é claramente definido através de

legislação específica (Lei 8.666/93), cujo fim precípuo é resguardar os interesses do

Estado.

Outro aspecto concernente à ética em compras é o manuseio de informações, como o

repasse dos critérios de julgamento e dados contidos nas propostas já entregues a um

outro fornecedor que ainda está elaborando a proposta a sua. Esse comportamento

aético leva a situações em que fornecedores altamente qualificados se neguem a

apresentar propostas a “clientes” não confiáveis. Estabelece-se assim uma relação de

desconfiança que prejudica a todos, isto é, todos perdem.

A fim de evitar estas situações, mais uma vez o código de ética entra em cena. A

empresa deve estabelecer políticas claras sobre as informações que devem ser

manuseadas.

Pode-se inferir que a área de compras, outrora restrita à atividade de aquisição,

atualmente é parte de um processo complexo que engloba outras áreas que executam

papel estratégico na organização.

Contudo, apesar da função compras ser mais relevante em algumas empresas do que

em outras, em qualquer organização ela deve receber real atenção, visando que pode

significar uma grande minimização dos custos.

Neste cenário, o exercício da compra deve ser posicionado no processo de

suprimentos como uma poderosa ferramenta de melhoria na lucratividade da empresa.

Sendo que para tanto, o profissional deve primar pela qualidade, bem como

quantidade almejada, fazendo a melhor opção na escolha dos fornecedores.

Armazenamento

Na definição do local adequado para o armazenamento devemos considerar:

- Volume das mercadorias / espaço disponível;

- Resistência / tipo das mercadorias (itens de fino acabamento);

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- Número de itens;

- Temperatura, umidade, incidência de sol, chuva, etc;

- Manutenção das embalagens originais / tipos de embalagens;

- Velocidade necessária no atendimento;

- O sistema de estocagem escolhido deve seguir algumas técnicas imprescindíveis na

Administração de Materiais. As principais técnicas de estocagem são:

• Carga unitária: Embalagens de transporte (“pallets”) arranjam uma certa quantidade

de material (como se fosse uma unidade), facilitando o manuseio, transporte e

armazenagem, economizando tempo de armazenagem, carga e descarga, esforço,

mão-de-obra e área; A formação de carga unitária se através de pallets. Pallet é um

estrado de madeira padronizado, de diversas dimensões. Suas medidas

convencionais básicas são 1.100mm x 1.100mm, como padrão internacional para se

adequar aos diversos meios de transportes e armazenagem;

• Caixas ou gavetas: Ideal para materiais de pequenas dimensões, como parafusos,

arruelas, material de escritório, etc, até na própria seção de produção; Os tamanhos e

materiais utilizados na sua construção serão os mais variados em função das

necessidades específicas de cada atividade.

• Prateleiras: Destinadas a materiais de tamanhos diversos e para o apoio de gavetas

ou caixas. Adequadas para peças pequenas e leves e quando o estoque não é muito

grande. Constitui o sistema mais simples e econômico.

• Raques: Para peças longas e estreitas (como tubos, barras, tiras, vergalhões e

feixes). Podem ser montados em rodízios, para facilitar o deslocamento;

• Empilhamento: Uma variante das caixas, para aproveitar ao máximo o espaço

vertical, reduzindo a necessidade de divisões nas prateleiras (formando uma única

prateleira) e facilitando a utilização das empilhadeiras. As caixas ou pallets são

empilhados uns sobre os outros, obedecendo a uma distribuição quantitativa;

• Container flexível: É uma das técnicas mais recentes, utilizada para sólidos a granel

e líquidos em sacos. É uma espécie de saco feito com tecido resistente e borracha

vulcanizada, com um revestimento interno conforme o uso.

Arranjo Físico – Layout

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Planejar o arranjo físico de uma certa instalação significa tomar decisões sobre a

forma como serão dispostos, nessa instalação, os centros de trabalho que aí devem

permanecer. Pode-se conceituar como centro de trabalho a qualquer coisa que ocupe

espaço: um departamento, uma sala, uma pessoa ou grupo de pessoas, máquinas,

equipamentos, bancadas e estações de trabalho, etc. Em todo o planejamento de

arranjo físico, irá existir sempre uma preocupação básica: tornar mais fácil e suave o

movimento do trabalho através do sistema, quer esse movimento se refira ao fluxo de

pessoas ou de materiais.

Podemos citar em princípio três motivos que tornam importantes as decisões sobre

arranjo físico:

a) elas afetam a capacidade da instalação e a produtividade das operações: uma

mudança adequada no arranjo físico pode muitas vezes aumentar a produção que se

processa dentro da instalação no fluxo de pessoas e/ou materiais;

b) mudanças no arranjo físico podem implicar no dispêndio de consideráveis somas de

dinheiro, dependendo da área afetada e das alterações físicas necessárias nas

instalações, entre outros fatores;

c) as mudanças podem apresentar elevados custos e dificuldades técnicas para

futuras reversões; podem ainda causar interrupções indesejáveis no trabalho.

Por todos esses motivos, poderia à primeira vista parecer que um arranjo físico, uma

vez estabelecido, é quase imutável e se aplica prioritariamente a novas instalações.

Isso não é verdade, entretanto, diversos fatores podem conduzir a algumas mudanças

em instalações já existentes:

• a ineficiência de operações,

• taxas altas de acidentes,

• mudanças no produto ou no serviço ao cliente,

• mudanças no volume de produção ou fluxo de clientes.

Num esforço de sistematização, costuma-se agrupar os arranjos físicos possíveis em

três grandes tipos:

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- Arranjo físico linear (por produto): corresponde ao sistema de produção contínua

(como linha de montagem);

é utilizado para fabricação de grandes quantidades de um só produto, ou produtos

padronizados.

- Arranjo físico funcional (por processo): corresponde ao sistema de produção de fluxo

intermitente (como a produção por lotes ou encomendas); é utilizado apara fabricação

de pequenas quantidades e produção flexivel: vários tipos e estilos.

- Arranjo físico de posição fixa: corresponde ao sistema de produção em projetos.

Localização de Materiais

• Sistema de estocagem fixo (centralizado)

• Sistema de estocagem livre (descentralizado)

Centralizado

Estocagem em um único local

Facilita o planejamento da produção, o inventário e o controle.

Pode ocorrer desperdício de área de armazenamento

Descentralizado

Não existem locais fixos, estocagem junto aos pontos de utilização.

A entrega e o inventário são mais rápidos, o trabalho com o fichário e documentação é

menor

Risco de possuir material perdido em estoque

Inventário Físico

É a verificação da existência dos materiais da empresa, através de um levantamento

físico de contagem, para confrontação com os estoques registrados nas fichas,

efetuado periodicamente, para efeito de balanço contábil físico e financeiro do

almoxarifado, seções, depósitos e de toda a empresa, atendendo a exigência fiscal da

legislação.

1 - Levantamento

• Os inventariantes são escolhidos e agrupados em duas equipes: “de contagem” (ou

“de reconhecimento”) e “revisora” (ou de revisão);

• Devem ser agrupados os itens iguais, identificados com os cartões e isolados os que

não serão inventariados.

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2 - Contagem

1) Cada item é contado duas vezes;

2) A primeira contagem é feita pela “equipe recolhedora”, que fixará o cartão de

inventário em cada item, anotando a quantidade da contagem no destaque do “cartão

de inventário”;

3) A Segunda contagem é feita pela “equipe revisora”.

Obs: Todos os registros de movimentações de estoque devem ser atualizados até a

data do inventário, quando deverão ser suspensas para evitar erros.

3 - Apuração

O coordenador do inventário deverá conferir ambas as contagens. Se positivo, o

inventário para o item está correto, se não deverá haver uma terceira contagem por

outra equipe diferente.

4 - Conciliação

Em caso de divergências, os responsáveis pelo controle do estoque deverão justificar

as diferenças entre o estoque contábil e inventariado, através de relatório.

Objetivos do Armazenamento

O avanço tecnológico proporcionou a otimização de uma série de processos e rotinas

das organizações.

Na área de armazenagem, introduziram-se novos métodos de racionalização e fluxos

de distribuição de produtos, estendendo as melhorias à adequação das instalações e

utilização de novos equipamentos para movimentar cargas. A prática do

armazenamento visa utilizar o espaço nas três dimensões, da maneira mais eficiente

possível. Logo, as instalações devem proporcionar rápida movimentação de materiais,

de maneira fácil e prática.

Cuidados essenciais para o armazenamento

1. Determinação do local;

2. Definição adequada do layout;

3. Definição de uma política de preservação, com embalagens convenientes aos

materiais;

4. Ordem, arrumação e limpeza, de forma constante;

5. Segurança patrimonial contra furtos, incêndios, etc.

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Resultados da otimização do armazenamento

1. Máxima utilização do espaço;

2. Efetiva utilização dos recursos disponíveis;

3. Pronto acesso a todos os itens (seletividade);

4. Máxima proteção aos itens estocados;

5. Boa organização;

6. Satisfação das necessidades dos clientes.

Tipos de armazenamento

O esquema de armazenagem escolhido por uma empresa depende da situação

geográfica de suas instalações, da natureza de seus estoques, tamanho e respectivo

valor. A disposição dos materiais deve se enquadrar em uma das alternativas que

melhor atenda a seu fluxo:

a) Armazenagem por agrupamento: Facilita as tarefas de arrumação e busca, mas

nem sempre permite o melhor aproveitamento do espaço;

b) Armazenagem por tamanhos: Permite bom aproveitamento do espaço;

c) Armazenagem por freqüência: Implicam armazenar tão próximo quanto possível da

saída os materiais que tenham maior freqüência de movimentos;

d) Armazenagem Especial

- Ambiente climatizado: Destinado a materiais que exigem tratamento especial;

- Inflamáveis: Os produtos inflamáveis obedecem a rígidas normas de segurança.

Critérios para armazenagem de cilindros de gases especiais:

Grupo 1: Não inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez;

Grupo 2: Inflamáveis, não corrosivos, baixa toxidez;

Grupo 3: Inflamáveis, tóxicos e corrosivos;

Grupo 4: Tóxicos e/ou corrosivos, não inflamáveis;

Grupo 5: Espontaneamente inflamáveis;

Grupo 6: Muito venenosos:

Os cilindros devem ser colocados em áreas cobertas, ventiladas e em posição vertical,

de modo compacto, impedindo a movimentação. Somente podem ser armazenados

juntos os gases cuja soma dos números do grupo perfizerem 5 (argônio – grupo 1 +

amônia – grupo 4);

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- Perecíveis: Devem ser armazenados segundo o método “FIFO” (“First in First Out”) –

“o primeiro que entra é o primeiro que sai”.

e) Armazenagem em área externa – muitos materiais podem ser armazenados em

áreas externas, o que diminui os custos e amplia o espaço interno. Podem ser

colocados em áreas externas material a granel, tambores e contentores, pecas

fundidas, chapas de metal e outros.

Coberturas Alternativas

- Galpão fixo: Construído com perfilados de alumínio extrudado e conexões de aço

galvanizado, cobertos com laminado de PVC anti-chama, de elevada resistência a

rasgos, fungos e raios ultravioleta;

- Galpão móvel: Semelhante ao galpão fixo, com a vantagem de possuir flexibilidade

(capacidade de deslocamento) permitindo a manipulação de materiais em qualquer

lugar, eliminando a necessidade de corredores.

Independente de qualquer critério ou consideração à seleção do método de

armazenamento, é oportuno salientar a conveniência a respeito às indicações contidas

nas embalagens em geral, por meio dos símbolos convencionais que indicam os

cuidados a serem seguidos no manuseio, transporte e armazenagem, de acordo com

a carga contida.

Embalagem

A embalagem se tornou item fundamental da vida de qualquer pessoa e

principalmente das atividades de qualquer empresa.

O desenvolvimento da embalagem acompanhou o desenvolvimento humano, da

necessidade inicial do homem de armazenar água e alimentos em algum recipiente,

visando à sobrevivência própria, até o inicio das atividades comerciais, e disseminação

do uso das embalagens.

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Atualmente estão presentes em todos os produtos, com formas variadas, e funções

variadas, sempre com a evolução das tecnologias utilizadas, que as tornam cada vez

mais eficientes e estratégicas.

Para a logística, a embalagem é item de fundamental importância, possui

relacionamento em todas as áreas, e é essencial para atingir o objetivo logístico de

disponibilizar as mercadorias no tempo certo, nas condições adequadas ao menor

custo possível, principalmente na distribuição internacional.

Para se ter uma idéia da representatividade da embalagem na economia, segundo

Moura e Banzato (2000), os gastos com embalagem representam aproximadamente

2% do PNB. E o Brasil perde entre 10% e 15% da sua receita de exportação por causa

de embalagens deficientes.

As principais funções da embalagem são: contenção, proteção e comunicação.

A contenção refere-se à função de conter o produto, de servir como receptáculo, por

exemplo, quando ocorre do produto vazar da embalagem, esta função não foi

cumprida. O grau de eficiência da embalagem nesta função depende das

características do produto. Uma mercadoria perigosa, inflamável, deve sempre ter

100% de eficiência, realizando o investimento necessário para tal. Enquanto que um

fabricante de um material de menor valor, como sal, por exemplo, pode permiti-se

utilizar uma embalagem com menor grau de eficiência nesta função, o mesmo ocorre

com relação à função de proteção.

A função de proteção possibilita o manuseio do produto até o consumo final, sem que

ocorra danos na embalagem, e/ou produto. Também com relação a esta função deve-

se estabelecer o grau desejado de proteção ao produto.

Alguns dos principais riscos aos qual a embalagem está submetida são: choques,

aceleração, temperatura, vibração, compressão, oxidação, perfuração, esmagamento,

entre outros.

E a função de comunicação é a que permitem levar a informação, utilizando diversas

ferramentas, como símbolos, impressões, cores. Nas embalagens primárias, esta

função ocorre diretamente com os consumidores finais, trazendo informações sobre a

marca e produto. E nas embalagens ditas industriais, relacionadas à logística, a

comunicação ocorre na medida em que impressões de códigos de barra nas

embalagens, marcações, cores ou símbolos permitam a localização e identificação de

forma facilitada nos processos logísticos de armazenagem, estoque, separação de

pedidos, e transporte.

A interação da embalagem com as operações logísticas, deve iniciar-se no

planejamento da embalagem, pois nesta etapa são definidos aspectos fundamentais,

que irão influenciar todo o processo, como: dimensões, tipo de material, design, custo

e padronização das embalagens.

Estes aspectos são fundamentais para o planejamento e eficiência no armazenamento

e transporte dos produtos, caso a embalagem não seja planejada de acordo com os

recursos existentes (máquinas movimentação, espaço físico, modal transporte), será

necessário adequar todos os recursos à embalagem. Segundo Moura &Banzato

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(2001) ao se falar em padronização de embalagens, na maioria das vezes refere-se à

padronização das dimensões, e não do material. Isto porque são estas as

características que influenciam mais a capacidade do equipamento de movimentação,

e não o tipo de material utilizado na fabricação.

A redução da variabilidade de embalagens facilita o armazenamento, manuseio e

movimentação dos materiais, reduzindo o tempo de realização destas tarefas, por

proporcionar uma padronização destes métodos, dos equipamentos de movimentação,

e de armazenamento. Além da redução do tempo, outra vantagem da padronização é

a redução de custos.

A embalagem tem interação com todas as funções da logística, armazenamento,

manuseio, movimentação de materiais, e transporte. Desta interação com as funções

logísticas, pode-se conseguir redução de custos, de tempo na entrega final do produto,

redução de perdas, e aumento do nível de serviço ao cliente.

Na movimentação de materiais, dentro dos armazéns, e na troca de modal de

transporte, é onde a embalagem sofre os maiores impactos, que podem causar danos

a embalagem primária, e produto, e onde os impactos da falta de planejamento podem

ser percebidos, seja pelo alto número de perdas, e/ou adaptação dos equipamentos

de transporte, seja pelo aumento do custo decorrente destas perdas, e impossibilidade

de padronização dos métodos e equipamentos de movimentação, que acabam por

aumentar a necessidade de mão-de-obra e reduzir a eficiência.

Neste sentido Moura&Banzato (2000) citam alguns pontos a serem analisados: até

que ponto a embalagem para Matéria-Prima e para produtos acabados facilita as

operações de recebimento, descarga, inspeção, movimentação; até que ponto as

unidades de movimentação como caixa, paletes e contenedores facilitam a

estocagem, e até que ponto a embalagem facilita o descarte e a reciclagem?

A embalagem proporciona a proteção necessária ao produto durante o processo de

armazenagem, assegurando sua integridade, pode proporcionar melhor utilização do

espaço nos armazéns, e facilitar a identificação e separação dos produtos, evitando

retrabalho com correções.

Na definição do tipo de transporte deve-se verificar o ambiente ao qual os produtos

serão submetidos, cada modal tem características próprias, que exigem cuidados

específicos. Os maiores riscos durante o processo de transporte são: alterações clima,

impactos com aceleração, vibrações, choque, umidade. Além das condições é

necessário conhecer as limitações de cada modal quanto a peso e dimensões.

Principais Tipos de Embalagens

Caixa de papelão - representa uma grande economia para a empresa em relação à

madeira e a outros materiais tradicionais de embalagem.

As principais vantagens são as seguintes:

- elimina o espaço ocupado pelas caixas de madeira

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- é rápida a selagem da caixa de papelão

- é muito mais leve o que facilita o manuseio, reduz os acidentes à mão-de-obra e

diminui o frete.

- a violação é facilmente percebida; não estraga as demais caixas do mesmo

carregamento.

- maior resistência aos choques; mais limpa; faz propaganda do produto.

Tambores

- muito utilizado para produtos líquidos, sólidos, pastosos, em pó, granulados, etc.

- muito resistente

- fácil recuperação

Fardos

- é a redução de volume conseguida com a utilização de prensas que comprimem a

mercadoria

- muito utilizado para fibras vegetais, como algodão, sisal, bucha; produtos de origem

animal, como lã, pêlos; produtos transformados, como borracha sintética, retalhos

ferro,

- além de resíduos de diversos materiais, como bagaço de cana, aparas de papel.

Questões de concursos

I. Para maior aproveitamento do espaço de um estoque, deve-se utilizar o critério

de armazenagem por tamanho.

II. A armazenagem por frequência é o critério mais indicado para se obter o

aproveitamento mais eficiente do espaço.

III. As estratégias de utilização dos diferentes tipos de unidades de armazenagem

independem dos objetivos organizacionais.

IV. É dever do servidor comunicar, imediatamente, a quem de direito, qualquer

irregularidade ocorrida com o material entregue aos seus cuidados.

V. Há relação diretamente proporcional entre o custo de armazenagem e a

quantidade de produtos existente em estoque. No entanto, quando o estoque

estiver zerado, ainda assim haverá um mínimo de custo de armazenagem.

VI. Os códigos de ética do setor de compras devem ser de conhecimento dos

fornecedores para que eles possam reclamar no caso de qualquer ato lesivo.

VII. No sistema centralizado de administração de estoques de distribuição,

geralmente as decisões são tomadas pelo suprimento central. Nesse sistema,

apesar da centralização, os centros de distribuição decidem e(ou) opinam

acerca do material a receber para estocagem.

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VIII. Os materiais disponíveis para armazenamento e estoque devem ser

classificados, de modo a se estabelecer um processo de identificação,

codificação, cadastramento e catalogação.

IX. Na determinação do layout interno de armazéns e para determinar a melhor

localização dos produtos, são usados diversos métodos e critérios.

X. Um dos objetivos da armazenagem é aumentar o tempo unitário de manuseio,

reduzindo o custo total de armazenagem.

GESTÃO DE ESTOQUES

Estoque representa a quantidade de bens físicos que são mantidos à espera da venda

(ou da produção), por um determinado tempo. São considerados como bens em

estoques, as matérias-primas, os produtos semi-acabados, os produtos acabados e as

mercadorias compradas de terceiros. Os estoques são os materiais que não são

utilizados em determinado momento, mas que existe em função de futuras

necessidades. Logo, estocar é reservar os produtos/mercadorias para utilização futura.

Estoque é como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema de

transformação. Algumas vezes o estoque também é usado para descrever qualquer

recurso armazenado.

Gestão de estoque

Podemos definir que a gestão de estoque constitui uma série de ações que permitem

ao administrador verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados

em relação aos setores que deles utilizam, bem manuseados e bem controlados.

A gestão de estoque é, basicamente o ato de gerir recursos ociosos possuidores de

valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material,

numa organização.

A gestão de estoque visa, portanto, numa primeira abordagem, manter os recursos

ociosos expressos pelo inventário em constante equilíbrio em relação ao nível

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econômico ótimo dos investimentos. Pode ser entendido ainda, como certa quantidade

de itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para

produzir lucros e serviços.

Os estoques constituem um vínculo entre as etapas do processo de compra e venda,

no processo de comercialização em empresas comercias, e entre as etapas de

compra, transformação e venda, no processo de produção em empresas industriais.

Em qualquer ponto do processo formado por essas etapas, os estoques

desempenham um papel importante na flexibilidade operacional da empresa.

Funcionam como amortecedores das entradas e saídas entre as duas etapas os

processos de comercialização e de produção, pois minimizam os efeitos de erros de

planejamento e as oscilações inesperadas de oferta e procura, ao mesmo tempo em

que isolam ou diminuem as interdependências das diversas partes da organização

empresarial.

Conforme Vendrame (2008), as principais funções do estoque são:

a). garantir o abastecimento de materiais à empresa, neutralizando os efeitos b. de,

Demora ou atraso no fornecimento de materiais; Sazonalidade no suprimento;

b). minimizar os riscos de dificuldade no fornecimento.

c). proporcionar economias de escala, Através da compra ou produção em. lotes

econômicos; Pela flexibilidade do processo produtivo; Pela rapidez e eficiência no

atendimento às necessidades.

Tipos de estoque

Conforme Tófoli (2008), a determinação dos níveis de estoque, na fase do

planejamento, consiste basicamente na fixação do estoque mínimo, estoque de

segurança, do lote de suprimento e do estoque máximo.

Estoque Mínimo

O estoque mínimo é a quantidade de itens estocados a partir das quais são efetuados

os pedidos de reposição. São fundamentais: o estoque de segurança e os tempos de

entrega e consumo diário.

Os Pontos de Pedidos, isto é, os pedidos de compra de materiais devem ser emitidos

quando as quantidades estocadas atingirem níveis suficientes apenas para cobrir os

estoques de segurança (reserva) fixados e os consumos (ou vendas) previstos para os

períodos correspondentes aos prazos de entrega dos fornecedores. (TÓFOLI, 2008).

Estoque de Segurança ou Reserva

Segundo Tófoli (2008), o consumo médio mensal dos itens de estoque e o tempo de

reposição variam muito; variam muito de item para item, de uma época para outra, que

leva as empresas a manter os estoques de segurança. O estoque de segurança é um

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amortecedor destinado a minorar os efeitos de variações, do consumo médio mensal

do tempo de reposição ou de ambos conjuntamente. Esta ação concentra-se em

determinar uma reserva de estoque que equilibre tanto os custos de oportunidade das

possíveis faltas de estoque como os custos de estocagens de maiores quantidades de

materiais no almoxarifado. Tem como objetivo compensar as incertezas inerentes ao

fornecimento e demanda e permite manter um fluxo regular de produção.

Estoque Máximo

Conforme Tófoli (2008), o estoque máximo é igual à soma do estoque de segurança

mais o lote de suprimento, seja ele o lote econômico ou não. Sofrem limitações de

ordem física, manuseio, custos, inventários e riscos. Como os componentes desse tipo

de estoque são o suprimento e o estoque de reserva variará todas as vezes que um

ou outro ou ambos variarem.

Estoque de Antecipação

Segundo Tófoli (2008), o estoque de antecipação pode ser usado para compensar

diferenças de ritmo de fornecimento e demanda. É mais usado quando as flutuações

de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis. Ele também pode ser

usado quando as variações de fornecimento são significativas.

Importância e classificação do estoque

Segundo Vendrame (2008), nos diversos tipos de operações, o estoque surge porque

as taxas de fornecimento nem sempre coincidem com as taxas de demanda. Portanto,

os estoques são necessários para conciliar as diferenças entre fornecimento e

demanda. O estoque é importante para que não ocorram interrupções ocasionais e

não esperadas no fornecimento ou demanda (estoque de segurança). Outro

importante fator é saber lidar com a inabilidade de fabricar todos os produtos

simultaneamente com as flutuações conhecidas no fornecimento ou demanda

(estoque de antecipação) e lidar com os tempos de transporte na rede de suprimentos

(estoque no canal de distribuição). No pertinente à classificação dos estoques:

Estoque é a composição de materiais em processamento, materiais semi-acabados,

materiais acabados que não são utilizados em determinado momento na empresa,

mas que precisam existir em função de futuras necessidades. Ele constitui todo o

sortimento de materiais que a empresa possui e utiliza no processo de produção de

seus produtos ou serviços, ou podem ser entendidos ainda como certa quantidade de

itens mantidos em disponibilidade constante e renovados, permanentemente, para

produzir lucros e serviços.

Controle do estoque

Vendrame (2008) conceitua que o objetivo básico do controle de estoques é evitar a

falta de material sem que esta diligência resulte em estoques excessivos às reais

necessidades da empresa.

O controle de estoque procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as

necessidades de demanda, consumo ou das vendas ou custos daí decorrentes. Os

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níveis dos estoques estão sujeitos a velocidade da demanda. Se a constância da

procura sobre o material for maior que o tempo de ressuprimento, pode ocorrer a

ruptura ou esvaziamento do estoque, com prejuízos visíveis para produção,

manutenção e vendas. Contrapartida, se não dimensionarmos as necessidades do

estoque, poderemos chegar ao ponto de excesso de material ou ao transbordamento

de seus níveis em relação a demanda real, com prejuízos para circulação de capital.

Segundo Vendrame (2008), o equilíbrio entre a demanda e a obtenção de material é o

principal o objetivo do controle do estoque, para garantir uma gestão eficiente e eficaz.

Conforme Vendrame (2008), para organizar um setor de controle de estoques,

inicialmente devemos descrever suas funções principais:

a). Determinar “o que” deve permanecer em estoque. Número de itens;

b). Determinar “quando” se devem reabastecer os estoques. Periodicidade;

c). Determinar “quanto” de estoque será necessário para um período

d). predeterminado. Quantidade de compra;

e). Acionar o departamento de compras para executar aquisição de estoque;

f). Receber, armazenar e atender os materiais estocados de acordo com as

necessidades;

g). Controlar os estoques em termos de quantidade e valor, e fornecer

h). informações sobre a posição do estoque;

i). Manter inventários periódicos para avaliação das quantidades e estados dos

materiais estocados;

j) Identificar e retirar do estoque os itens obsoletos e danificados.

QUESTOES DE CONCURSOS

I. A gestão ou administração dos estoques é responsável por equilibrar as

necessidades de recursos das organizações.

II. Na definição do nível adequado de estoque, devem ser consideradas as

necessidades de uso dos itens guardados e desconsideradas as questões

financeiras envolvidas.

III. O conceito de estoque máximo diz respeito ao número máximo de unidades de

um determinado item de estoque e é definido da seguinte forma: estoque

máximo = estoque mínimo - lote de compra.

IV. Em um estoque, nível de segurança corresponde à quantidade máxima de

estoque que deve existir.

V. Materiais que necessitam de ressuprimento constante demandam estocagem

do tipo temporária.

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VI. O estoque mínimo representa o nível crítico do estoque de um item. Ele

sinaliza para o início do processo de reposição desse item no estoque e para a

parada completa na movimentação de saída dos itens remanescentes até o fim

do processo de reposição

VII. O estoque de segurança destina-se ao consumo normal da instituição no

período compreendido entre o momento do pedido e o da entrada efetiva do

produto no almoxarifado.

VIII. O estoque de segurança destina-se a proteger o sistema produtivo quando a

demanda e o tempo de reposição variam ao longo do tempo.

IX. Para otimizar o uso dos recursos financeiros e orçamentários, é possível

desenvolver e usar modelos matemáticos ou estatísticos que reduzam a

necessidade de estoque, preservando-se, contudo, os interesses e as

capacidades operativas.

X. O custo do estoque de segurança deve ser calculado usando-se os juros

correspondentes à imobilização de capital necessário para mantê-lo, sendo,

nesse caso, desnecessário considerar custos de armazenagem, seguro,

depreciação.

Avaliação de estoques

O estoque pode ser avaliado por três métodos: Primeiro que entra primeiro que sai

(Peps), ultimo que entra, primeiro que sai (Ueps) e Custo médio.

Peps é um processo que obedece à ordem das saídas pelo valor da entrada. De

acordo com Pozo (2007), este método é baseado na cronologia das entradas e saídas.

O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito para ordem de entrada do

material na empresa, primeiro que entrou será o primeiro que saíra e assim utilizar

seus valores na contabilização do estoque.

Ueps, este método obedece ao processo de que o primeiro a sair deverá ser o último

que entrou no estoque. Esse processo facilita a valorização do saldo estipulado pelo

último preço e na contabilização dos produtos para a definição de preços de venda,

refletindo custos mais próximos da realidade do mercado.

O Custo Médio é o método mais usado frequentemente, pois ele é o mais simples e

evita o excesso de preços nos produtos.

Apuração do custo médio é efetuada dividindo-se o custo total do estoque pelas

unidades nele existente. Assim, ele terá o valor médio entre as entradas e as saídas,

ou seja, o valor total dos produtos adquiridos é dividido pela quantidade existente de

produtos, obtendo assim o preço que será atribuído na venda.

O Custo médio é recalculado sempre que é feita uma entrada ou uma saída do

estoque. (POZO, 2007).

Considerando a movimentação hipotética abaixo. Calcule o valor final do

estoque pelos métodos peps, ueps e média móvel.

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Data Movimentação

6/9 Entrada de 100 unidades a 6,00

13/10 Entrada de 120 unidades a 6,20

30/10 Entrada de 90 unidades a 5,90

27/11 Saída de 140 unidades

Questões de concursos

I. Em períodos inflacionários elevados e duradouros, o método de avaliação de

estoques mais indicado é o PEPS (FIFO).

II. Existem, basicamente, três formas de avaliação de estoques: PEPS, UEPS e

custo médio. Em um ambiente inflacionário, o custo da mercadoria vendida

será maior caso seja utilizado o método UEPS.

III. Caso existam preços diferentes de um item no processo de avaliação de

estoque, deve ser dada a preferência ao preço maior.

IV. O custo médio é o método de avaliação de estoque mais indicado para

períodos inflacionários.

V. Se uma empresa utilizar o método de controle de estoque UEPS (último a

entrar, primeiro a sair), o valor unitário das unidades em estoque no início de

um exercício equivalerá ao valor unitário das primeiras unidades adquiridas no

exercício anterior.

VI. No Brasil, a utilização do método UEPS nas organizações é proibida tendo em

vista aspectos de contabilidade de custos presentes na legislação tributária

brasileira.

VII. UEPS (último que entra primeiro que sai) e PEPS (primeiro que entra primeiro

que sai) são métodos utilizados para realização de uma avaliação de estoques.

VIII. De acordo com o método PEPS (primeiro que entra, primeiro que sai),

relacionado à avaliação dos estoques, o valor unitário de cada item no estoque

é variável, devendo ser redefinido a cada nova entrada de item.

IX. O método FIFO (ou PEPS) prioriza a ordem cronológica da entrada dos itens

em estoque, ou seja, o último item a entrar é o primeiro a ser considerado para

efeito de cálculo de custo.

X. No método PEPS, a saída de estoque é sempre das unidades de mercadoria

mais antigas, ficando no estoque as mais recentes.

XI. Considere a seguinte movimentação hipotética de determinado material em uma

empresa:

10/8: entrada de 100 unidades ao valor unitário de R$ 11,00;

20/8: entrada de 50 unidades ao valor unitário de R$ 10,00;

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30/8: saída de 100 unidades;

10/9: entrada de 70 unidades ao valor unitário de R$ 9,00;

20/9: saída de 40 unidades.

Com base nos dados acima e considerando a avaliação de estoques pelo método

PEPS, o valor do estoque em 21/9 é superior a de R$ 800,00.

XII.

A partir das informações da tabela acima, que apresenta os controles das

movimentações de compra e venda de determinada mercadoria, realizadas por uma

empresa comercial em janeiro de 2009, julgue os itens a seguir. Considerando-se o

critério UEPS, no dia 20/1/2009, o saldo final do estoque foi de R$ 2.150,00.

A Curva ABC

A Curva ABC ou 80-20, é baseada no teorema do economista aVilfredo Pareto, na

Itália, no século XIX, num estudo sobre a renda e riqueza, ele observou uma pequena

parcela da população, 20%, que concentrava a maior parte da riqueza, 80%, conforme

Pinto (2002). Trata-se de classificação estatística de materiais, baseada no princípio

de Pareto, em que se considera a importância dos materiais, baseada nas

quantidades utilizadas e no seu valor. Também pode ser utilizada para classificar

clientes em relação aos seus volumes de compras ou em relação à lucratividade

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proporcionada; classificação de produtos da empresa pela lucratividade

proporcionada, etc,

No que diz respeito à análise de clientes, a curva ABC serve para analisar a

dependência ou risco face a um cliente, ou ainda para que tipo de clientes a

organização se deve focar. Consiste em ordenar os clientes por ordem decrescente da

sua contribuição para a empresa, de modo a se poder segmentar por grau de

dependência, de risco ou ainda por outro critério a definir.

Segundo Pinto (2002), numa organização, a curva ABC é muito utilizada para a

administração de estoques, mas também é usada para a definição de políticas de

vendas, para o estabelecimento de prioridades, para a programação de produção,

Para a administração de estoques, por exemplo, o administrador a usa como um

parâmetro que informa sobre a necessidade de aquisição de itens - mercadorias ou

matérias-primas - essenciais para o controle do estoque.

Na avaliação dos resultados da curva ABC, percebe-se o giro dos itens no estoque, o

nível da lucratividade e o grau de representação no faturamento da organização. Os

recursos financeiros investidos na aquisição do estoque poderão ser definidos pela

análise e aplicação correta dos dados fornecidos com a curva

A Técnica ABC

Numa típica classificação ABC, surgirão grupos divididos em três classes, como

segue:

a) Classe A: Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma

atenção bem especial pela administração.

b) Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C.

c) Classe C: Grupo de itens menos importantes que justificam pouca atenção por

parte da administração.

Nesta técnica, pequena percentagem de itens é responsável por uma grande

percentagem do valor de demanda ou consumo anual, normalmente ocorre.

Dias (1995), afirma que apesar da configuração acima ser válida como "padrão típico",

em se tratando de curva ABC a classificação não deve ter como regra rígida ser

composta por três classes.

Assim, uma análise ABC deve obrigatoriamente refletir a dificuldade de controle de um

item e o impacto deste item sobre os custos e a rentabilidade, o que

de certa maneira pode variar de empresa para empresa. Deve-se ter em mente ainda

que, apesar da análise ABC ser usualmente ilustrada através do valor de consumo

anual, este é apenas um dos muitos critérios que pode afetar a classificação de um

item. A seguir, alguns fatores que afetam a importância de um item e que podem ser

utilizados como critérios qualificadores numa análise ABC, conforme Dias (1995).

a) Cuidados de armazenagem para um item;

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b) Custos de falta de material;

c) Mudanças de engenharia (projeto).

Curva Abc - Tabela

Depois disso, colocam-se em ordem os itens de acordo com a classificação (5). Para

cada item, lança-se o valor de consumo acumulado (6), que é igual ao seu valor de

consumo somado ao valor de consumo acumulado da linha anterior. Para cada item,

calcula-se o percentual sobre o valor total acumulado (7), que é igual ao seu valor de

consumo acumulado dividido pelo valor de consumo acumulado do último item. Veja

tabela abaixo.

Para a definição das classes A, B e C, adota-se o critério de que A = 20%; B = 30%; e

C = 50% dos itens. Na tabela acima, há dez itens, em que 20% são os dois primeiros

itens, 30% os três itens seguintes e 50% os cinco últimos itens, resultando, assim, os

seguintes valores:

- Classe A (2 primeiros itens) = 62,44%;

- Classe B (3 itens seguintes) = (83,85% – 62,44%) = 21,41%;

- Classe C (5 itens restantes) = (100% -83,85%) = 16,15%;

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Assim, se houvesse a necessidade de controlar 80% do valor do estoque, deve-se

controlar apenas os quatro primeiros itens (já que eles representam 80 %). O estoque

(ou as compras, ou o transporte, etc.) dos itens da classe A, tendo em vista seu valor,

deve ser mais rigorosamente controlado, e também devem ter estoque de segurança

bem pequeno. O estoque e a encomenda dos itens da classe C devem ter controles

simples, podendo até ter estoque de segurança maior. Já os itens da classe B deverão

estar em situação intermediária.

QUESTÕES DE CONCURSOS

I. Para a construção da curva ABC dos itens de estoque, são necessários os

seguintes dados: os consumos dos itens e os respectivos preços de aquisição

ou preços médios devidamente corrigidos para uma mesma data.

II. Na curva ABC, os itens representados por C são os mais numerosos, embora o

valor monetário do conjunto desses itens seja menos expressivo para a

empresa.

III. Ao se classificar um almoxarifado com base na classificação ABC, os itens

mais volumosos e que agregam pouco resultado para a organização devem ser

incluídos NA classe a.

IV. A curva ABC é importante instrumento para o administrador, porque permite

controlar a entrada e a saída de bens do almoxarifado, de modo que os

materiais mais antigos ou perecíveis sejam consumidos primeiramente.

V. Suponha que a empresa utilize a classificação ABC para determinar a

frequência de contagens dos diversos itens estocados por ela, e que o item B,

em particular, pertença ao grupo A. Nessa situação, a frequência de contagem

do item B, relativamente aos demais itens, é menor.

VI. A empresa aplicou de forma correta o sistema ABC quando definiu um controle

mais rigoroso para os itens C do estoque.

VII. Na classificação ABC, a classe C é constituída de poucos itens; no entanto,

esses itens são responsáveis pela maior parte do valor monetário dos

estoques.

VIII. Na classificação ABC para planejamento e controle de estoque, os itens

classificados como C são aqueles que correspondem à faixa de 40% a 50% do

total de itens de estoque, mas cujo valor financeiro é de pouca importância

quando se considera o estoque total.

IX

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A tabela apresenta o conjunto de itens em estoque de uma empresa que utiliza a

classificação ABC. Os limites assumidos pela empresa são:

. Maior ou igual a 70% - o item é considerado classe A;

. Entre 11% e 69 % - o item é considerado classe B;

. Menor ou igual a 10% - o item é considerado classe C.

Os itens classe A são

a) 7 e 8.

b) 3 e 6.

c) 2, 3 e 6.

d) 3, 4 e 10.

e) 1, 6, 7 e 8.

X.

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Pelo "Princípio de Pareto" é correto afirmar que se classificam como "A" os

a) itens que somam até 90% do valor dos estoques.

b) itens de códigos 12 e 25, apenas.

c) itens de códigos 12, 25, 11 e 15, apenas.

d) materiais com o código 12, apenas.

e) itens de códigos 17 e 30, apenas.

Previsão de estoques

Métodos de Previsão De Estoques

A previsão de consumo ou demanda estabelece estimativas futuras dos produtos

acabados comercializados pela empresa. Define, portanto, quais produtos, quanto

desses produtos e quando serão comprados pelos clientes. As características básicas

da previsão são:

o ponto de partida de todos planejamento de estoques;

dos métodos empregados, de grande eficácia;

qualidade das hipóteses que se utiliza no raciocínio.

As informações básicas que permitem decidir quais serão as dimensões e a

distribuição no tempo da demanda dos produtos acabados podem ser classificadas em

duas categorias: quantitativas e qualitativas.

1 - Quantitativas

a) evolução das vendas no passado;

b) variáveis que dependem diretamente das vendas;

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c) variáveis de fácil previsão(população, renda, PIB,etc.);

d) influência da propaganda.

2 - Qualitativas

a) opinião gerencial;

b) opinião dos vendedores;

c) opinião dos compradores;

d) pesquisa de mercado.

As técnicas de previsão do consumo podem ser classificadas em três grupos:

a) Projeção: são aquelas que admitem que o futuro será repetição do passado ou as

vendas evoluirão no tempo; segundo a mesma lei observada no passado, este grupo

de técnicas é de natureza essencialmente quantitativa.

b) Explicação: procuram-se explicar as vendas do passado mediante leis que

relacionem as mesmas com outras variáveis cuja evolução é conhecida ou previsível.

São basicamente aplicações de técnicas de regressão e correlação.

c) Predileção: funcionários experientes e conhecedores de fatores influentes nas

vendas e no mercado estabelecem a evolução das vendas futuras.

Se o comportamento permanecer inalterável, a previsão de evolução futura poderá ser

feita seguramente sobre o conhecimento da evolução de consumo no passado. Os

principais fatores que alteram o comportamento de consumo são:

influência políticas;

influências conjunturais;

influências sazonais;

alterações no comportamento dos clientes;

inovações técnicas;

produtos retirados da linha de produção;

alteração da produção; e

preços competitivos dos concorrentes.

São apresentadas a seguir algumas técnicas quantitativas usuais para calcular a

previsão de consumo.

Método do último período: Este modelo mais simples e sem base matemática

consiste em utilizar como previsão para o período seguinte o valor ocorrido no

período anterior. Se colocarmos em um gráfico os valores ocorridos e as

previsões, obteremos duas curvas exatamente iguais, porém deslocadas de

um período de tempo.

Exemplo:

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MÊS Unidades

Março 30

Abril 40

Maio 30

Junho 42

Julho 38

A previsão de consumo para agosto é de 38 unidades

Método da média móvel : Este método é uma extensão do anterior, em que a

previsão para o próximo período é obtida calculando-se a média dos valores de

consumo nos períodos anteriores, que serão determinados pela gestão (n)..

MÊS Unidades

Março 30

Abril 40

Maio 30

Junho 42

Julho 38

Qual a previsão de consumo para agosto?

Desvantagens do método:

a) as médias móveis podem gerar movimentos cíclicos, ou de outra natureza não

existente nos dados originais;

b) as médias móveis são afetadas pelos valores extremos; isso pode ser superado

utilizando-se a média móvel ponderada com pesos apropriados

c) As observações mais antigas têm o mesmo peso que as atuais,

d) exige a manutenção de um número muito grande de dados.

Vantagens:

a) simplicidade e facilidade de implantação;

b) admite processamento manual.

Método da média móvel ponderada

Este método é uma variação do modelo anterior em que os valores dos períodos mais

próximos recebem peso maior que os valores correspondentes aos períodos mais

anteriores.

Exemplo:

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O consumo de 4 anos de uma peça foi de:

2010 – 60 und. – 20%

2011 – 63 und. – 30%

2012 – 66 und. – 50%

Qual deverá ser o consumo previsto para 2013, utilizando-se o método da média

móvel ponderada, com n igual a 3?

R. = (0,5 x 66) + (0,3 x 63) + (0,2 x 60) = 33 + 18,9 + 12 = 63,9 unid

Método da média com ponderação exponencial

Este método elimina muitas desvantagens dos métodos da média móvel e da média

móvel ponderada. Além de dar mais valor aos dados mais recentes, apresenta menor

manuseio de informações passadas. Apenas três valores são necessários para gerar a

previsão para o próximo período:

a previsão do último período;

o consumo ocorrido no último período;

uma constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais

recentes.

Esse modelo procura prever o consumo apenas com a sua tendência geral,

eliminando a reação exagerada a valores aleatórios. Ele atribui parte da diferença

entre o consumo atual e o previsto a uma mudança de tendência e o restante a causas

aleatórias.

Questões de concursos

I. Entre as técnicas matemáticas de previsão de consumo, a conhecida como

predileção, em que empregados experientes estabelecem a evolução dos

quantitativos futuros, é a mais utilizada.

II.

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Nessa situação, a previsão de consumo para julho será superior a 310 unidades, se

for empregado o método do último período para previsão do consumo.

III. O consumo em quatro anos de um material foi de:

Utilizando-se o método da média móvel, com um "n" igual a 3, o consumo previsto

para 2007 será igual a 630 unidades.

Considere o seguinte consumo de determinado material. 60 unidades em março 98

unidades em agosto 70 unidades em abril 98 unidades em setembro 85 unidades em

maio 102 unidades em outubro 88 unidades em junho 105 unidades em novembro 94

unidades em julho 111 unidades em dezembro.

IV. Com base no método da média móvel para 3 períodos, a previsão de consumo

para janeiro é superior a 111 unidades por causa da tendência crescente de consumo.

V. Com base no método do último período, a previsão de consumo para janeiro é de

111 unidades.