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 Superior Tribunal de Justiça EDcl no AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL 627.840 - RS (2014/0333023-4)  RELATOR  : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE EMBARGANTE : LUIZ MARIANI  ADVOGADOS : HUMBERTO LODI CHAVES E OUTRO(S)  TIAGO ALEXANDRE BELTRAME E OUTRO(S) EMBARGADO :  ALDIR JOAO BETTIOL  ADVOGADO : NEUCERI NARDI EMENTA EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO  AGRAV O REGIMENTAL NO  AGRAV O EM RECURSO ESPECIAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO  AGRAV O REGIMENTAL. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA. DESMEMBRAMENTO. PERDA DA  AUTONOMIA DO TERRENO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.  AGRAV O REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, em face do nítido caráter infringente das razões recursais. Aplicação dos princípios da fungibilidade e da economia processual. 2.  A Jurisprudência desta Corte já se manifestou positivamente quanto à possibilidade de desmembramento de imóveis sobre os quais recaiam a proteção conferida pela Lei 8.009/90, quando for possível preservar a destinação própria tutelada pela norma protetiva. 3. Na espécie, o Tribunal de origem, com esteio nos elementos fático-probatórios, concluiu não ser possível o desmembramento do imóvel, sob pena de o terreno sobre o qual edificada a moradia perder a autonomia. Modificar tal entendimento importa no reexame do caderno probatório, o que é inviável nessa instância. Incidência da Súmula 7/STJ. 4. Embargos de declaração conhecidos como agravo regimental, ao qual se nega provimento. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, receber os embargos de declaração como agravo regimental e negar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, João Otávio de Noronha, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator. Brasília, 22 de setembro de 2015 (data do julgamento). MINISTRO MARCO AURÉL IO BELLIZZE, Relator Documento: 1445428 - Inteiro Teor do Acórd ão - Site certificado - DJe: 09/10/2015 Página 1 de 7

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 Superior Tribunal de Justiça 

EDcl no AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 627.840 - RS (2014/0333023-4) RELATOR   : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZEEMBARGANTE : LUIZ MARIANI

 ADVOGADOS : HUMBERTO LODI CHAVES E OUTRO(S)  TIAGO ALEXANDRE BELTRAME E OUTRO(S)EMBARGADO :  ALDIR JOAO BETTIOL ADVOGADO : NEUCERI NARDI

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO  AGRAVO REGIMENTAL NO  AGRAVO EM RECURSOESPECIAL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO  AGRAVO REGIMENTAL.PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL. IMÓVEL. BEM DE FAMÍLIA.DESMEMBRAMENTO. PERDA DA  AUTONOMIA DO TERRENO. REEXAME DE MATÉRIAFÁTICO-PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO.1.  Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, em face do nítido caráter

infringente das razões recursais. Aplicação dos princípios da fungibilidade e da economiaprocessual.

2.  A Jurisprudência desta Corte já se manifestou positivamente quanto à possibilidade dedesmembramento de imóveis sobre os quais recaiam a proteção conferida pela Lei 8.009/90,

quando for possível preservar a destinação própria tutelada pela norma protetiva.3. Na espécie, o Tribunal de origem, com esteio nos elementos fático-probatórios, concluiu

não ser possível o desmembramento do imóvel, sob pena de o terreno sobre o qual edificadaa moradia perder a autonomia. Modificar tal entendimento importa no reexame do caderno

probatório, o que é inviável nessa instância. Incidência da Súmula 7/STJ.4.  Embargos de declaração conhecidos como agravo regimental, ao qual se nega

provimento.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da TerceiraTurma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas

a seguir, por unanimidade, receber os embargos de declaração como agravo regimental enegar-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, João Otávio de Noronha, Paulo de TarsoSanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.

Brasília, 22 de setembro de 2015 (data do julgamento).

MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator 

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 Superior Tribunal de Justiça 

EDcl no AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 627.840 - RS(2014/0333023-4) 

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE: 

Trata-se de embargos de declaração no agravo regimental no agravo em

recurso especial opostos por Luiz Mariani contra decisão desta relatoria, com a seguinte

ementa (e-STJ, fl. 239):

 AGRAVO REGIMENTAL NO  AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 1. BENEFICIÁRIO DE  AJG. RENOVAÇÃO DO PEDIDO.DESNECESSIDADE. PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL.RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. 2.IMPENHORABILIDADE. BEM DE FAMÍLIA. INVIABILIDADE DEDESMEMBRAMENTO DO IMÓVEL. REEXAME DE PROVA.INCIDÊNCIA SÚMULA 7/STJ. 3.  AGRAVO IMPROVIDO.

Em suas razões (e-STJ, fls. 245-247), alega a violação do art. 535, II do

CPC, sustentando que há "CONTRADIÇÃO sobre a cessão de direitos do contrato departicipação financeira". Reitera que é possível o desmembramento do imóvel que serve

de residência do devedor e sua família. Reafirma que "é perfeitamente possível a

manutenção da penhora sobre um dos terrenos, qual seja, a parte da frente do bem

(matrícula n.º 86.606), onde não há qualquer edificação, sendo plenamente possível o

desmembramento dos terrenos, como era sua formação original, lembrando, aqui, que a

casa do devedor está localizada no terreno dos fundos, cujo imóvel deve ser protegido pelo

instituto do bem de família, e o terreno da frente não há qualquer obra/edificação".

Não houve impugnação conforme certidão de fl. 282 (e-STJ).

É o relatório.

 

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 Superior Tribunal de Justiça 

EDcl no AgRg no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 627.840 - RS(2014/0333023-4) 

VOTO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE(RELATOR): 

Inicialmente, cumpre salientar que a jurisprudência desta Corte firmou-se no

sentido de ser possível o acolhimento de embargos de declaração como agravo

regimental, diante da sua oposição com o intuito de obter efeitos infringentes.

Nesse sentido, os seguintes precedentes:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA.CARÁTER INFRINGENTE. RECEBIMENTO COMO  AGRAVOREGIMENTAL. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL.  AUSÊNCIA DEDEMONSTRAÇÃO MEDIANTE COTEJO  ANALÍTICO. EMBARGOS DEDIVERGÊNCIA INDEFERIDOS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO.1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental, emface do nítido caráter infringente das razões recursais. Aplicação dos

princípios da fungibilidade e da economia processual.

2. Para a demonstração da divergência, nos moldes preconizadospelos arts. 255, § 2º, e 266, § 1º, do RISTJ, c/c o art. 546, parágrafo

único, do CPC, é necessária a realização do cotejo analítico entre osarestos confrontados, de modo a evidenciar o alegado dissenso das

teses jurídicas adotadas, alegadamente, em situações de evidentesimilitude fática.

3. Agravo regimental a que se nega provimento. (EDcl nos EREsp1401864/PR, Relator o Ministro Raul Araújo, SEGUNDA SEÇÃO, DJe19/12/2014)

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO  AGRAVO EM RECURSOESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. CARÁTER PURAMENTEINFRINGENTE. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. OPOSIÇÃO DEEMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONTRA DECISÃO QUE INADMITIU OESPECIAL. RECURSO MANIFESTAMENTE INCABÍVEL.  AUSÊNCIA DEINTERRUPÇÃO DO PRAZO RECURSAL. INTEMPESTIVIDADEVERIFICADA. DECISÃO HOSTILIZADA MANTIDA.PREQUESTIONAMENTO DE DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL.INVIABILIDADE. USURPAÇÃO DE COMPETÊNCIA DO SUPREMOTRIBUNAL FEDERAL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS RECEBIDOSCOMO AGRAVO REGIMENTAL, AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.(EDcl no  AREsp 248.088/SP, Relator o Ministro Paulo de TarsoSanseverino, TERCEIRA TURMA, DJe de 05/12/2014)

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 Superior Tribunal de Justiça 

Em nome da economia processual, aplico o princípio da fungibilidade

recursal para receber os presentes embargos como agravo regimental e passo a sua

análise.

Quanto à alegação de violação do art. 535, II, do CPC, sustentando que há

"CONTRADIÇÃO sobre a cessão de direitos do contrato de participação financeira", tenho

que essa matéria é estranha aos autos, porquanto a matéria aqui discutida se trata da

possibilidade de desmembramento de imóvel com proteção da Lei 8.009/90, não havendo

o que se pronunciar.

 Adentrando ao recurso propriamente dito, o agravante pretende rediscutir a

matéria  já decidida nas instâncias ordinárias e na decisão de fls. 239-242 (e-STJ), porsuposta violação aos arts. 1º e seguintes da Lei 8.009/90; e 234 da Lei 6.015/73, pois

contrária aos interesses da parte.

 A  jurisprudência desta Casa possui entendimento firmado que é possível o

desmembramento do imóvel, protegido pela Lei 8.009/90, desde que haja a preservação

da destinação protegida por essa norma.

Nesse sentido:

DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA  A DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL. NÃOCABIMENTO. VIOLAÇÃO  À COISA JULGADA. BEM DE FAMÍLIA,POSSIBILIDADE DE PENHORA PARCIAL. REEXAME DE MATÉRIAFÁTICO PROBATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE.(...)2.- Decisão judicial que determina a penhora parcial de imóvel comextensa área não malfere a coisa julgada proveniente de decisão judicial anterior que reconheceu esse mesmo imóvel como bem defamília.3.-  A Jurisprudência desta Corte já se manifestou positivamente

quanto à possibilidade de desmembramento de imóveis sobre os quaisrecaiam a proteção conferida pela Lei 8.009/90 quando for possívelpreservar a destinação própria tutelada pela norma

protetiva.Precedentes.4.- No caso dos autos, tendo o Tribunal de origem concluído que o

imóvel era passível de repartição sem prejuízo de sua qualidade debem de família, não é possível afirmar que faltava prova nos autos

para concluir nesse sentido, sem que novamente se examinasse ocaderno probatório. Incidência da Súmula 07/STJ.5.- Agravo Regimental desprovido.(AgRg no  AREsp 439.292/PR,relator o Ministro Sidnei Beneti, DJe 13/03/2014)

No caso dos autos, as instâncias ordinárias, com base no conjunto

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 Superior Tribunal de Justiça 

fático-probatório, foram enfáticas em consignar que "o desmembramento resultaria na

perda de autonomia do terreno sobre o qual edificada a moradia" e "eventual divisão, se

daria por servidão de passagem, conclui-se que o imóvel restaria encravado. E essa

circunstância afasta a possibilidade de desmembramento" (e-STJ, fls. 161/162).

 A desconstituição destas conclusões alcançadas na origem demandaria o

reexame de fatos e provas, providência vedada na via eleita, incidência do óbice previsto

no enunciado n. 7 da Súmula desta Casa, tanto pela alínea a quanto pela c , do permissivo

constitucional.

 Assim, tenho que a decisão agravada não merece reparos, motivo pelo qual

a mantenho pelos seus próprios fundamentos, nos seguintes termos:[...] A insurgência não merece acolhimento.O Tribunal de origem concluiu, com base nos elementos

fático-probatórios dos autos, pela impenhorabilidade do bem defamília, bem como pela impossibilidade de desmembramento do

imóvel, porque o seu fracionamento resultaria na perda da autonomiado terreno sobre o qual edificado a moradia.  A propósito, confiram-se

os seguintes trechos do acórdão (e-STJ, fls. 161/162): A discussão recai sobre o imóvel matriculado sob o n. 86.606 doRI de Passo Fundo, composto do lote 23 e parte do lote 22, com

área total de 562,50 m2, sendo incontroverso que sobre osterrenos está edificada casa de moradia, protegida pela Lei

8.099190. A discussão reside na possibilidade ou não de desmembramentoda área, que não se antevê, diante das informações dos autos.Não obstante o imóvel em tela resulte de fato da aglutinação de

dois lotes, o que se extrai do croqui acostado (fi. 102) e dasfotografias de fls. 139/140, é que a casa do devedor está

localizada na parte dos fundos, sem saída para a rua a não serpelo terreno cuja separação pretende o credor.  Aliás, o próprio

agravante, ao defender o desmembramento, ressalta que é

plenamente possível conceder uma servidão de passagem[passagem forçada] para o agravado ter acesso à suaresidência e garagem, localizada nos fundos do imóvel (fI. 136).Ora, embora ausentes dados técnicos, ao sugerir que o acesso

à moradia, em caso de eventual divisão, se daria por servidãode passagem, conclui-se que o imóvel restaria encravado. Eessa circunstância afasta a possibilidade de desmembramento.Na esteira do entendimento consolidado no STJ, a divisão é

viável quando mantidos íntegros os lotes, o que não ocorre nasituação em tela. O  desmembramento resultaria na perda de

autonomia do terreno sobre o qual edificada a moradia. Assim, a desconstituição das conclusões alcançadas demandaria o

reexame de fatos e provas, providência vedada na via eleita, nomoldes do óbice previsto no enunciado n. 7 da Súmula desta Casa.

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No mesmo sentido: AGRAVO REGIMENTAL EM  AGRAVO DE INSTRUMENTO -

FRACIONAMENTO DE IMÓVEL GRAVADO COMO BEM DEFAMÍLIA - DECISÃO MONOCRÁTICA NEGANDO PROVIMENTO

 AO RECURSO.1.  A orientação desta Corte de Justiça firma-se no sentido de

que é viável a penhora de parte do imóvel caracterizado comobem de família, quando desmembrável. 2. Alegada violação ao

art. 620 do Código de Processo Civil. Parte que, nas razões doapelo extremo, deixou de suscitar afronta ao art. 535 do CPC.Falta de prequestionamento. Incidência da súmula n. 211 do STJ. 3. Decisão da corte de origem que, com base nas provasconstantes, firmou a possibilidade de fracionamento do imóvelobjeto da lide. Pretensão que exige o reexame do contextofático-probatório, encontrando vedação na súmula 7 do STJ. 4.

 Agravo desprovido, com aplicação de multa. (AgRg no  AGI1.406.830/SC, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 26/12/2012,DJe. 31/07/2012)PROCESSO CIVIL - IMPENHORABILIDADE - BEM DE FAMÍLIA -

INVIABILIDADE DE FRACIONAMENTO DO IMÓVEL - REEXAMEDE PROVA - SÚMULA 7/STJ - DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL -

INEXISTÊNCIA - CONTEXTO FÁTICO DIVERSO 1.  Aimpenhorabilidade do bem de família, trazida pela Lei 8.009/90,

se estende ao imóvel em que se encontra a residência familiar,nos termos do art. 1º, parágrafo único da lei. O fracionamentodo imóvel para efeito de penhora, que a princípio se

admite, se afigura inviável no presente caso, conforme

atestaram as instâncias ordinárias. 2. Não se admite orecurso especial amparado em pressuposto fático diverso dorevelado pelos  juízos ordinários, cuja constatação dependa do

reexame do conjunto fático-probatório, a teor do que dispõe oenunciado n. 7 da Súmula do STJ. 3. Dissídio jurisprudencial não

verificado. 4. Recurso especial não conhecido. (REsp510.643/DF, Rel. Min. Jorge Scartezzini, julgado em17/05/2005, DJ. 30/05/2005)

 Ante o exposto, nego provimento ao agravo em recurso especial.

 Ante o exposto, conheço dos presentes embargos aclaratórios como agravo

regimental, e, em seu mérito, nego-lhe provimento.

Publique-se.

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 Superior Tribunal de Justiça 

CERTIDÃO DE JULGAMENTOTERCEIRA TURMA

 EDcl no AgRg no

Número Registro: 2014/0333023-4 PROCESSO ELETRÔNICO AREsp 627.840 / RS

 Números Origem: 00667724720148217000 02110800070253 03106954220148217000 108000702532110800070253 3106954220148217000 667724720148217000 7005874209970061181327 70062100151

EM MESA JULGADO: 22/09/2015

Relator

Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE

Presidente da Sessão

Exmo. Sr. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA

Subprocuradora-Geral da RepúblicaExma. Sra. Dra. LINDÔRA MARIA ARAÚJO

Secretária

Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA

AUTUAÇÃO

AGRAVANTE   : LUIZ MARIANIADVOGADOS   : HUMBERTO LODI CHAVES E OUTRO(S)

TIAGO ALEXANDRE BELTRAME E OUTRO(S)AGRAVADO   : ALDIR JOAO BETTIOLADVOGADO   :  NEUCERI NARDI

ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Títulos de Crédito - Nota Promissória

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

EMBARGANTE   : LUIZ MARIANI

ADVOGADOS   : HUMBERTO LODI CHAVES E OUTRO(S)TIAGO ALEXANDRE BELTRAME E OUTRO(S)

EMBARGADO   : ALDIR JOAO BETTIOLADVOGADO   :  NEUCERI NARDI

CERTIDÃO

Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe nasessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:

A Turma, por unanimidade, recebeu os embargos de declaração como agravo regimentale negou-lhe provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.

Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, João Otávio de Noronha, Paulo de Tarso Sanseverino eRicardo Villas Bôas Cueva (Presidente) votaram com o Sr. Ministro Relator.

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