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3.6
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A
REVISÃO DO PDMDE FERREIRA DO ALENTEJO
3. CARACTERIZAÇÃO
DO TERRITÓRIOMUNCIPAL
ABRIL 2010
3.6.1 PIB
3.6.2 BASES DA ESTRUTURA PRODUTIVA
3.6.3 ESTRUTURA DO EMPREGO
3.6.3.1 DISTRIBUIÇÃO DO EMPREGO3.6.3.2 FLUXOS LABORAIS3.6.3.3 POPULAÇÃO EMPREGADA
3.6.4 BASE ECONÓMICA E SECTORES ESTRATÉGICOS
3.6.4.1 SECTORES ESTRATÉGICOS3.6.4.2 AGRICULTURA E SILVICULTURA3.6.4.3 SECTOR SECUNDÁRIO3.6.4.4 COMÉRCIO, SERVIÇOS E TURISMO
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
ABRIL 2010
3.6.1
3.6 CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA ECONÓMICA A presente análise responde à necessidade de caracterizar em termos económicos o território
municipal de Ferreira do Alentejo.
3.6.1 PIB
A base económica de Ferreira do Alentejo reflecte, por um lado, a sua localização geográfica e
as condições naturais associadas, assim como a tendência geral evolutiva da estrutura
económica do país, ou seja, um peso da agricultura ainda com alguma relevância comparativa,
mas com uma vertiginosa queda nas últimas décadas, acompanhada por um crescimento do
sector terciário.
Desde logo interessa avaliar a evolução recente do PIB da região onde se enquadra Ferreira
do Alentejo e compará-la com o território nacional, de forma a enquadrar o seu
desenvolvimento e os efeitos próprios e induzidos da estrutura económica. Iremos depois
desagregar a disposição produtiva local de acordo com os sectores mais relevantes, e dentro
destes destacar as actividades que mais preponderância têm na estrutura local.
O Concelho de Ferreira do Alentejo encontra-se inserido numa sub-região (Baixo Alentejo) cujo
crescimento económico, nas últimas décadas, tem sido algo modesto. De facto, em 2001, o PIB
a preços de mercado, era de 1072 milhões de Euros, representando apenas 0,8% para o PIB
nacional, sendo o mais baixo de todo o Alentejo.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.2
Quadro 3.6.1 - PIB a Preços de Mercado de 2001 (Valores Expressos em Milhões de Euros)
Portugal 122 801
Alentejo 5 043
Alentejo Litoral 1 103
Alto Alentejo 1 113
Alentejo Central 1 755
Baixo Alentejo 1 072
Fonte: INE, Ficheiro de Unidades Estatísticas (FUE)
Esta situação, é resultado directo de consecutivas taxas de crescimento inferiores à media
nacional. A título exemplificativo, se analisarmos o período de 1988-1997, veremos que o
crescimento económico do Baixo Alentejo foi o segundo mais baixo da região, e situa-se 2,01%
abaixo dos valores nacionais.
Quadro 3.6.2 - Taxa de Crescimento Média Anual entre 1988 e 1997
Fonte: INE, Ficheiro de Unidades Estatísticas (FUE)
Ferreira do Alentejo, estando integrada nesta região, não é excepção, como iremos perceber
ao analisar mais detalhadamente este Concelho.
Figura 3.6.1 - Peso dos Sectores Económicos, por Empresas Sediadas em Ferreira do Alentejo
Fonte: INE, Ficheiro de Unidades Estatísticas (FUE)
Este atraso no crescimento económico regional, deve-se em grande parte a uma estrutura
antiquada, onde a agricultura de baixo valor acrescentado possui um peso muito importante.
Taxa de Crescimento média Anual
(1988-1997)
Portugal 10,8%
Alentejo 8,49%
Baixo Alentejo 8,79%
Alto Alentejo 9,63%
Alentejo Litoral 4,83%
Alentejo Central 11,75%
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.3
3.6.2 BASES DA ESTRUTURA PRODUTIVA
As características do emprego e do tecido económico, nomeadamente a estrutura produtiva
sectorial, a dimensão das empresas por escalões de emprego e o grau de dinamismo
económico, fornecem algumas pistas sobre as diferenças de desempenho económico do
Concelho e da região em que se insere, face ao padrão nacional.
As condições de base da estrutura produtiva, traduzidas na disponibilidade de recursos
humanos, permitem observar que o Baixo Alentejo e Ferreira do Alentejo têm um desempenho
relativo menos favorável do que a média da região Alentejo e a média nacional no que se
refere aos indicadores da “população em idade activa/população residente” e do “desemprego
registado/população em idade activa”.
Como primeira apreciação, a constatação de que a base da estrutura da actividade económica no
Concelho de Ferreira do Alentejo é composta por estabelecimentos de reduzida dimensão, sendo esta
característica comum à generalidade dos sectores de actividade.
Se repartirmos a composição produtiva, iremos perceber que cerca de 34% das empresas aqui
sediadas pertencem ao sector primário, claramente acima dos 2,6% registados a nível
nacional, embora se compreenda pois trata-se de uma região com grande extensão de terra de
alta qualidade e desde há algum tempo com acesso ao regadio do Alqueva.
Em contrapartida, o sector secundário é muito reduzido (17%), principalmente se tivermos em
conta que em Portugal representa um terço das empresas em actividade.
O sector terciário, apesar de continuar dominante, não atinge sequer os 50%, encontrando-se
muito abaixo dos valores nacionais (70,6%), o que nos indica que o peso excessivo da
agricultura foi construído principalmente em detrimento do sector terciário.
Ao analisarmos esta estrutura por sub-sectores de actividade, percebemos melhor os motivos
que levam a que o sector primário possua um papel tão determinante na actividade económica.
De facto, 33,7% das empresas sediadas em Ferreira do Alentejo (empresas em nome
individual e sociedades) têm como principal actividade a Agricultura, a Produção Animal, a
Caça, a Pesca ou Silvicultura.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.4
Como podemos verificar no Quadro 3.6.3, este sector é aquele que possui mais empresas
(386), sendo que apenas as actividades comerciais (pertencentes ao sector terciário)
conseguem apresentar um peso relativamente semelhante, com cerca de 29%. Aliás,
exceptuando o comércio, todos os sub-ramos de actividade deste sector possuem
percentagens mínimas, sempre abaixo dos 10%.
Salienta-se igualmente o peso reduzido das actividades ligadas ao sector público, pois como
podemos observar, é cerca de 3,15%.
O Sector Secundário, por sua vez, encontra-se repartido entre indústrias transformadoras, e de
construção, sendo que a segunda tem um peso sensivelmente superior.
Quadro 3.6.3 - Número de Empresas Sedidadas em Ferreira do Alentejo por Sub-Sector de Actividade
A + B - Agricultura, Produção Animal, Caça Silvicultura e Pesca 386 33,77%
C – Indústrias Extractivas -
D – Indústria Transformadora 76 6,65%
E - Produção e Distribuição de Electricidade, de Gás e de Água -
F – Construção 124 10,85%
G – Comércio por Grosso e a Retalho; Rep. De Veículos Automóveis, Motociclos
de Uso Pessoal e Doméstico 332 29,05%
H – HORECA 96 8,40%
I – Transportes, Armazenagem e Comunicações 23 2,01%
J - Actividades Financeiras 19 1,66%
K - Actividades Imobiliárias, Alugueres e Serviços Prestados às Empresas 51 4,46%
L a Q: 36 3,15%
L - Administração Pública, Defesa e Segurança Social Obrigatória
M - Educação
N - Saúde e Acção Social
O - Outras Actividades de Serviços Colectivos, Sociais e Pessoais
P - Famílias com Empregados Domésticos
Q - Organismos Internacionais e outras Instituições extraterritoriais
Fonte: INE, Ficheiro de Unidades Estatísticas (FUE)
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.5
3.6.3 ESTRUTURA DO EMPREGO
3.6.3.1 DISTRIBUIÇÃO DO EMPREGO
O emprego é a variável mais adequada para detectar quais os sectores/ramos de actividade
que predominam na estrutura económica concelhia, no entanto devido à heterogeneidade
dimensional das empresas, essa análise deve ser complementada com uma perspectiva do
tecido empresarial, sob o ponto de vista da distribuição do número de empresas por
actividades económicas e da dimensão média dos estabelecimentos.
Em Ferreira do Alentejo, cerca de 60% do emprego está afecto a micro-estabelecimentos (até 9
pessoas empregadas), sendo este valor relativamente mais elevado do que o observado em
média na região do Alentejo (42%) e mesmo no Baixo Alentejo (51%). Existe de facto no
Concelho uma forte atomização do tecido empresarial, verificada também pelo menor peso do
emprego em estabelecimento de dimensão média ou grande, já expressiva quando comparada
a região Alentejo com a referência média nacional e mais acentuada na região do Baixo
Alentejo.
Quadro 3.6.4 – Distribuição do emprego por escalão de dimensão dos estabelecimentos, 2004
1 a 9 10 a 49 50-249 +250 Portugal 32,8% 32,0% 22,4% 12,8% Alentejo 41,6% 33,2% 18,2% 7,0% Baixo Alentejo 50,8% 30,9% 14,7% 3,6% Ferreira do Alentejo 59,4% 26,0% 14,6% 0,0%
Fonte: Quadros de Pessoal do DGEEP
Do ponto de vista evolutivo, verifica-se em Ferreira do Alentejo um decréscimo simultâneo
entre 2001 e 2005 do número de desempregados registados no IEFP e da população em idade
activa, este último justificado pelo duplo envelhecimento demográfico, característico da região
(menos jovens e mais idosos). Note-se que a taxa de desemprego do INE relativa ao primeiro
trimestre de 2008 registou no Alentejo um valor de sete décimas de ponto percentual acima da
taxa de desemprego nacional (8,3% contra 7,6%).
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.6
Quadro 3.6.5 – População residente empregada na Região Alentejo, 2001
Desemprego registado (unidade)
População em idade activa
(unidade)
Pop em idade activa/ pop
residente (%)
Desemprego registado/ pop. em idade activa
(%)
taxa de variação
2001-2005 taxa de variação
2001-2005 2005 2005
Portel 5,9 0,0 60,9% 10,9% Reguengos de Monsaraz 55,8 7,4 61,8% 7,5% Alvito -26,4 -3,5 63,4% 6,5% Beja -13,8 -0,8 65,0% 6,2% Ferreira do Alentejo -5,7 -5,5 63,2% 10,6% Vidigueira -9,8 -2,7 58,4% 9,7% AL LITORAL -7,5 -1,6 64,6% 7,4% ALTO AL 14,0 -3,8 61,3% 7,4% AL CENTRAL 24,0 0,1 62,8% 6,0% BAIXO AL -6,3 -2,4 62,9% 9,1% ALENTEJO 10,8 -2,0 63,7% 7,2% CONTINENTE 6,5 1,9 67,3% 5,0%
Fonte: IEFP, dados do desemprego registado e INE, estimativas da população
Do ponto de vista da estrutura produtiva, a população residente empregada por sector de
actividade revela (em 2001) que Ferreira do Alentejo ainda detém um forte peso no sector
primário (25% no Concelho contra 12% na região Alentejo e apenas 5% no país), compensado
sobretudo por uma menor presença do sector secundário.
Ferreira do Alentejo é o Concelho do Baixo Alentejo com uma maior proporção de população
residente empregada afecta ao sector primário, seguido de Serpa (22,7%), Moura (19,8%) e
Mértola (18,9%). Almodôvar, Aljustrel e Castro Verde posicionam-se como os Concelhos da
região do Baixo Alentejo com maior pendor industrial (acima de 30%), enquanto Beja se
destaca pelo grau de terciarização da sua economia1.
1 Os concelhos escolhidos para comparação (em termos de estatísticas apresentadas em quadros ou gráficos) têm
a particularidade de beneficiarem, à semelhança de Ferreira do Alentejo, do perímetro de rega do Alqueva.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.7
Quadro 3.6.6 – População residente empregada na Região Alentejo, 2001
Distribuição sectorial (%)
Em valor absoluto
Em % face ao país/ NUTS III
respectiva Sector
primário Sector
secundário Sector
terciário País 4.650.947 100% 5,0% 35,1% 59,9%Alentejo 323.167 6,9% 12,0% 27,9% 60,1%Alentejo Litoral 40.960 0,9% 14,7% 27,8% 57,6%Alto Alentejo 49.291 1,1% 11,0% 25,2% 63,8%Alentejo Central (AC) 75.723 1,6% 12,0% 27,9% 60,1%Baixo Alentejo (BA) 50.818 1,1% 14,9% 22,7% 62,4% Portel (AC) 2.790 3,7% 26,1% 28,3% 45,7%Reguengos de Monsaraz (AC) 4.676 6,2% 17,9% 28,1% 54,0%Alvito (BA) 1.017 2,0% 16,0% 24,4% 59,6%Beja (BA) 15.178 29,9% 8,0% 14,6% 77,5%Vidigueira (BA) 2.213 4,4% 17,9% 19,5% 62,6%Ferreira do Alentejo (BA) 3.403 6,7% 25,0% 22,5% 52,6%
Fonte: INE, Censos 2001
3.6.3.2 FLUXOS LABORAIS
Devido às diferentes especializações produtivas concelhias, a distribuição da população
residente por sector empregador pode diferir da do emprego concelhio em consequência dos
movimentos pendulares laborais entre Concelhos2.
A determinação (i) da estrutura de emprego do Concelho com base nos principais fluxos
laborais de entrada e saída de mão-de-obra, (ii) do padrão sectorial de mobilidade laboral
associado e (iii) da configuração geográfica dos fluxos de tipo “casa-trabalho” permite aferir a
interdependência espacial entre as bacias de emprego com influência no Concelho.
As deslocações pendulares em geral (laborais e estudantis) têm implicações no sistema de
transportes e infra-estruturas viárias, do ponto vista económico e traduzem-se num indicador do
grau de integração do Concelho nos territórios envolventes, permitindo medir o seu grau de
atractividade/repulsão e consequentemente fornecer pistas para a definição de uma estratégia
de desenvolvimento3.
2 Os movimentos pendulares laborais correspondem a fluxos de entrada e saída de mão-de-obra com origem ou
destino no concelho de Ferreira do Alentejo que ocorrem fruto das deslocações casa-trabalho das pessoas que trabalham fora do seu concelho de residência. A frequência dos fluxos pode ser diária, mensal ou periodicidade superior.
3 Neste estudo, apenas foram analisados os movimentos pendulares laborais.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.8
Pela leitura dos indicadores de mobilidade, pode aferir-se que em Ferreira do Alentejo, 77% da
população residente empregada opta por (ou consegue) trabalhar no próprio Concelho e que a
bacia de emprego concelhia não é suficientemente atractiva para captar em termos líquidos
mão-de-obra para o Concelho (dado que o volume de mão-de-obra captada para o Concelho é
inferior à mão-de-obra que sai do Concelho para trabalhar).
Note-se que a taxa bruta de entrada de mão-de-obra é muito inferior à taxa bruta de saída de
mão-de-obra.
Quadro 3.6.7 – Fluxos e Indicadores de mobilidade laboral
do Concelho de Ferreira do Alentejo, 2001.
Fluxos e Indicadores de Mobilidade 2001
População residente empregada 3.403 Entrada de mão-de-obra 420 Saída de mão-de-obra 770 Saldo de fluxos de mão-de-obra -350 Emprego no Concelho 3.026 Taxa bruta de saída (face à pop. residente) 22,6% Taxa bruta de entrada (face ao emprego) 12,3% Grau de permanência no Concelho 77,4%
Fonte: INXL com base nos movimentos pendulares do INE, Censos 2001
Beja é o Concelho com que Ferreira do Alentejo mais se relaciona em termos de fluxos de
entrada e saída de mão-de-obra. A bacia de emprego daquele Concelho motiva 36,5% das
saídas totais de mão-de-obra residente em Ferreira do Alentejo. Aljustrel é o segundo Concelho
mais ligado a Ferreira do Alentejo por movimentos pendulares laborais, seguindo-se alguns
Concelhos do Alentejo Litoral, Lisboa e Alvito.
Quadro 3.6.8 – Configuração geográfica dos movimentos pendulares laborais, com origem ou destino em Ferreira do Alentejo, 2001.
Concelhos - origem das entradas de emprego em F.A.
Nº entradas
%
Concelhos - destino das saídas da população residente de F.A.
Nº saídas
%
Beja 118 28,1 Beja 281 36,5 Aljustrel 44 10,5 Aljustrel 50 6,5 Santiago do Cacém 30 7,1 Grândola 49 6,4 Grândola 21 5,0 Lisboa 42 5,5 Cuba 17 4,0 Alvito 36 4,7 Alcácer do Sal 13 3,1 Santiago do Cacém 32 4,2 Évora 30 3,9 Castro Verde 27 3,5 Total 420 100 Total 770 100
Fonte: INXL com base nos movimentos pendulares do INE, Censos 2001
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.9
Tendo em conta estes fluxos é possível calcular o emprego sectorial concelhio, resultado que
difere pouco da distribuição da população residente empregada por sector de actividade:
- Sector Primário: 27,8%, - Sector Secundário: 20,9% e - Sector Terciário: 51,4%,.
A diferença não é muito substancial porque não existe em Ferreira do Alentejo nem em
Concelhos vizinhos uma bacia de emprego suficientemente especializada capaz de atrair para
determinado sector específico, de uma forma mais vincada, mão-de-obra em termos líquidos
de outros Concelhos.
Quadro 3.6.9 – Principais sectores de entrada e saída de mão-de-obra do Concelho jo, 2001
ENTRADA de mão-de-obra SAÍDA de mão-de-obra
Actividade económica nº
pessoas (%) Actividade económica nº
pessoas (%) SI 70 16,7% SI 72 9,4% SII 128 30,5% SII 253 32,9% SIII 222 52,9% SIII 445 57,8%
Educação 92 21,9% Construção 168 21,8%
Construção 90 21,4% Administração pública, defesa e segurança social 97 12,6%
Agricultura, prod. animal, caça e silvicultura 70 16,7% Educação 81 10,5% Comércio 37 8,8% Indústria 81 10,5% Indústria 37 8,8% Comércio 77 10,0% Administração pública, defesa e segurança social 36 8,6%
Agricultura, prod. animal, caça e silvicultura 72 9,4%
Saúde e acção social 26 6,2% Saúde e acção social 54 7,0%
Restantes actividades 32 7,6% Transportes, armazenagem e comunicações 41 5,3%
Alojamento e restauração 37 4,8% Restantes actividades 62 8,1% Total 420 100,0% Total 770 100%
Fonte: INXL com base nos movimentos pendulares do INE, Censos 2001
A desagregação dos fluxos de entrada e saída por sector/ actividade económica é evidenciada
no quadro 3.6.9, em que se retêm as seguintes considerações:
− O sector primário não gera um volume significativo de fluxos de mão-de-obra entre
Concelhos (anulando-se as entradas e saídas de mão-de-obra).
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.10
− A indústria não é um sector que consiga atrair para o Concelho mão-de-obra em termos
líquidos (as saídas, essencialmente para a indústria extractiva e metalúrgica superam as
entradas para o Concelho, maioritariamente para a indústria extractiva e alimentar).
− Para além do sector da construção - principal destino de emprego das saídas da população
residente em Ferreira do Alentejo, o sector terciário é o que motiva um maior volume de
saídas de mão-de-obra do Concelho, sobretudo para actividades ligadas à Administração
Pública, Educação e Comércio.
3.6.3.3 POPULAÇÃO EMPREGADA
A informação dos Censos 2001, embora desactualizada, tem a principal vantagem de não
subestimar o emprego não empresarial (oriundo sobretudo do sector primário e da
administração pública), o que permite reter a distribuição global mais correcta do emprego.
O ranking em termos de emprego concelhio evidencia a forte presença do sector primário na
economia - dado o enquadramento do Concelho numa região com grande extensão de terra de
alta qualidade e desde há algum tempo com acesso ao regadio do perímetro de rega de
Odivelas e, mais recentemente, do Alqueva - em contraste com um peso diminuto da indústria.
A Administração pública e os Serviços de proximidade prestados à população (educação,
saúde, acção social e outros) absorvem 24,2% do emprego, enquanto o Comércio (por grosso
e a retalho) ocupa o segundo lugar das actividades económicas mais empregadoras do
Concelho4.
Gráfico 3.6.1 – Emprego no Concelho de Ferreira do Alentejo, 2001
2,6%
1,9%
3,1%
3,1%
8,5%
11,5%
12,4%
12,7%
16,4%
27,8%
0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0%
Outras actividades económicasTransportes, armaz. e comunic.
Alojamento e restauraçãoActiv financ., imob. e serv. de apoio às emp.
IndústriaEducação, saúde e acção social
ConstruçãoAdministração pública
ComércioAgricultura, prod. animal, caça e silvic.
Fonte: INXL com base em INE, Censos 2001
4 Ficará mais evidente quando analisados dados mais actualizados de outra fonte estatística que é o comércio a retalho que se posiciona como actividade mais empregadora (face ao comércio por grosso).
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.11
“Analisando a distribuição dos trabalhadores por conta de outrem pelos diferentes sectores de
actividade (ver Tabela 5), verifica-se que a maior parte pertence ao sector primário (363), se
bem que exista uma tendência crescente de terciarização da economia, sendo que o sector
terciário (354) apresenta um número de trabalhadores próximo do sector primário5.
Quadro 3.6.10 - Trabalhadores por conta de outrem nos estabelecimentos por município, segundo o sector de actividade e o sexo, 2003
Total Primário CAE: A - B Secundário CAE: C - F
Terciário CAE: G - Q
HM H M HM H M HM H M HM H M Portugal 2 023 610 1 185 177 838 433 34 010 22 941 11 069 816 090 563 747 252 343 1 173 510 598 489 575 021
Continente 1 937 569 1 133 579 803 990 32 594 21 765 10 829 790 834 542 092 248 742 1 114 141 569 722 544 419
Alentejo 119 691 72 061 47 630 12 332 8 835 3 497 43 850 33 674 10 176 63 509 29 552 33 957
Baixo Alentejo 15 964 9 879 6 085 2 509 2 023 486 4 142 3 509 633 9 313 4 347 4 966 Ferreira
do Alentejo 924 542 382 363 228 135 207 179 28 354 135 219
Fonte: INE, Anuário Estatísticas Demográficas 2005, citado do PROFERREIRA
“Analisando mais pormenorizadamente estes dados, podemos observar ainda que, a
percentagem de mulheres trabalhadoras por conta de outrem, em Ferreira do Alentejo, é de
41.3%, valor superior ao do Alentejo (39.7%) e do Baixo Alentejo (38.7%). Observa-se
igualmente que a maior parte das Mulheres se encontra no sector terciário (219) ao passo que,
no que se refere aos homens, a maior parte trabalha no sector primário (228) e secundário
(179).
O próprio sector primário tem registado uma evolução recente já que, para além das
actividades tradicionais, ligadas à produção de cereais (cevada, trigo, aveia, entre outros) e à
pecuária em regime extensivo, o Concelho de Ferreira tem registado, nos últimos anos, uma
tendência para acolher novos projectos e novas culturas, associados ao regadio e a uma
agricultura mais intensiva, apoiada em novas dinâmicas empresariais (CMFA, 2004). São disso
exemplo a olivicultura e a produção de azeite, a produção de algodão ou a fruticultura.
A análise aos resultados dos Censos de 2001 (ver Tabela 6) atesta a tendência de
terciarização que se tem verificado em Ferreira do Alentejo e no resto da região. Este
fenómeno que é mais normal nas freguesias urbanas, apesar de ser também visível nas
freguesias rurais, reflecte-se na forte diminuição de postos de trabalho no sector primário e
secundário.
5 Citado do PROFERREIRA, Programa de Desenvolvimento Estratégico de Ferreira do Alentejo”
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.12
Quadro 3.6.11 - Estrutura da população residente empregada segundo o sector de actividade económica por freguesias
Primário (%) Secundário (%) Terciário (%)
Freguesia1991 2001
Variação entre 1991 e
2001 1991 2001
Variação entre 1991 e
2001
1991 2001
Variação entre 1991 e
2001
Alfundão 51.5 26.02 -25.48 19.8 27.78 7.98 28.7 46.20 17.5 Canhestros 39.7 30.81 -8.89 18.5 28.79 10.28 22.0 40.40 18.4 Ferreira do
Alentejo 32.4 17.6 -14.80 14.6 15.0 0.4 53.0 67.4 14.4
Figueira de Cavaleiros
53.0 41.42 -11.58 21.9 27.89 5.99 25.2 30.69 5.49
Odivelas 37.7 33.33 -4.37 34.9 39.46 4.56 27.40 27.21 -0.19 Peroguarda 39.7 21.05 -18.65 34.9 33.83 1.07 25.3 45.12 19.82 Concelho 40.6 24.98 -15.62 19.1 22.45 3.35 40.3 52.57 12.27
Fonte: INE - Censos 1991 e Censos 2001, Resultados Definitivos
A crescente importância relativa do sector do comércio e dos serviços, traduzida numa
crescente terciarização das actividades produtivas, não tem, contudo, sido directamente
acompanhado de um crescimento efectivo da actividade industrial. Sublinha-se a fragilidade do
tecido empresarial, em geral, caracterizado por micro e pequenas empresas.
No essencial, a estrutura empresarial do Concelho é composta por estabelecimentos de
reduzida dimensão. Segundo as estatísticas demográficas de 2005, os dados relativos a 2003
revelam que 44% dos trabalhadores por conta de outrem trabalhava em micro empresas (1 a 9
trabalhadores).
A muito pequena dimensão dos estabelecimentos surge em Ferreira do Alentejo como a
estrutura padrão para a generalidade dos sectores de actividade. É relevante que mais de
metade do emprego existente no Concelho seja concretizado em estabelecimentos desse tipo,
aspecto também observável no quadro sub-regional, mas com menor intensidade. De facto, o
Baixo Alentejo apresenta uma estrutura empresarial muito semelhante, marcada igualmente
pela dominância das micro empresas.
Atente-se que o fenómeno nada tem de negativo, em si mesmo, como frequentemente se
pensava. A negatividade provém do facto de este tipo de empresas serem, regra geral,
caracterizadas pela baixa produtividade estando esta, por sua vez associadas a baixos
rendimentos para patrões e trabalhadores.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.13
Estudos desenvolvidos no âmbito do Instituto Politécnico de Beja têm confirmado esta
realidade. A produtividade das micro empresas é substancialmente mais baixa do que a das
médias e grandes empresas.
3.6.4 BASE ECONÓMICA E SECTORES ESTRATÉGICOS 3.6.4.1 SECTORES ESTRATÉGICOS
A informação mais actualizada sobre o tecido empresarial refere-se ao ano de 2004 e tem
como principal vulnerabilidade o facto de incidir essencialmente no sector empresarial da
economia e em estabelecimentos com pelo menos um empregado ao serviço. Este factor
resulta na sub-representação do sector primário e da Administração pública.
Face ao exposto, a análise efectuada de seguida refere-se apenas ao conjunto da indústria e
serviços, com excepção da Administração pública, anotando-se apenas, com as devidas
ressalvas, o facto de nesse ano, segundo a fonte de informação dos Quadros de Pessoal do
DGEEP, cerca de 30% dos estabelecimentos do Concelho de Ferreira do Alentejo estarem
afectos ao sector primário.
No conjunto do sector secundário e terciário empresarial, o comércio a retalho, a construção,
os serviços de transporte, armazenagem e comunicação e os outros serviços (em que se inclui
principalmente os serviços de educação, saúde, acção social e outros serviços de proximidade
à população) destacam-se claramente no tecido empresarial concelhio (tanto em termos de
número de estabelecimentos como em termos de emprego).
O tecido produtivo industrial, que ocupa uma posição relativa menos significativa, centra-se na
indústria alimentar, metalúrgica/ metálica e extractiva. Esta última apresenta o quociente de
localização mais expressivo (especialização produtiva do Concelho em termos de emprego, em
comparação com a referência nacional).
De referir ainda, a sub-especialização evidente, face ao padrão nacional, dos serviços de apoio
às empresas e do alojamento e restauração.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.14
Quadro 3.6.12 – Distribuição dos estabelecimentos e do emprego e Quociente de Localização face ao país
(calculado com base no emprego) dos sectores secundário e terciário empresarial em Ferreira do Alentejo, 2004
% estabeleci-
mentos
% emprego
QL (emprego)
Indústria extractiva 0,4% 3,5% 7,4Indústria alimentar, das bebidas e tabaco 4,2% 5,0% 1,5Indústria têxtil e do couro 0,0% 0,0% 0,0Indústria da madeira, cortiça e mobiliário 1,3% 2,0% 0,6Indústria do papel 0,4% 0,3% 0,2Indústria química 0,0% 0,0% 0,0Indústria metalúrgica e metálica 3,4% 3,1% 1,1
Indústria mecânica, eléctrica, electrónica e do mat. de transportes 0,4% 0,2% 0,1Indústria dos minerais não metálicos 0,4% 0,4% 0,2Construção 16,1% 21,8% 1,7Produção e distribuição de energia e água 0,4% 0,1% 0,2Transportes, armazenagem e comunicações 13,6% 11,5% 0,9Comércio a retalho 32,6% 21,9% 1,6
Serviços financeiros e serv. prestados principalmente às empresas 8,1% 7,1% 0,5Alojamento e restauração 8,5% 5,9% 0,8Outros serviços 10,2% 17,0% 1,7TOTAL (indústria e serviços excepto Adm. Pública) 100% 100%
Fonte: Quadros de Pessoal do DGEEP
Tendo em conta apenas o sector industrial e as actividades com presença no Concelho de
Ferreira do Alentejo, nas NUTS III retidas para análise e na região Alentejo, conclui-se que a
região do Alentejo está especializada, em comparação com o país, em dois factores de
competitividade: os recursos naturais e as economias de escala.
Enquanto a indústria de três das quatro NUTS III retidas para análise assenta no factor-chave
de competitividade “recursos naturais” (Alto Alentejo, Alentejo Central e Baixo Alentejo), o
Alentejo Litoral assenta a sua especialização em indústrias centradas no factor “economia de
escala”.
O Concelho de Ferreira do Alentejo, à semelhança do Baixo Alentejo é especializado face ao
país apenas no factor de competitividade recursos naturais, dado que o peso das actividades
industriais que assentam a sua base competitiva na “diferenciação do produto” (segundo factor-
chave de competitividade de especialização do Alto Alentejo e Alentejo Central) e na
“investigação e desenvolvimento” é residual, em comparação com o país.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.15
A aplicação da inovação e tecnologia a sectores de actividade tradicionais em que o Concelho
já assenta a sua especialização, pode ser considerada como uma das vias possíveis para o
desenvolvimento económico do Concelho.
O dinamismo do tecido empresarial é outro factor a ter em conta, de forma a avaliar-se qual a
tipologia das actividades económicas que tem vindo a ganhar ou a perder relevância. Em
Ferreira do Alentejo, as actividades que deram origem ao maior número de estabelecimentos e
postos de trabalho criados entre 1997 e 20046 foram: a Agricultura, produção animal, caça e
actividades dos serviços relacionados; a Construção e o Comércio a retalho.
São, ainda, de referir, embora com menor intensidade, a criação de emprego nos serviços de
Transportes Terrestres e na Saúde e Acção Social.
Por outro lado, as actividades correspondentes a estabelecimentos que saíram do mercado,
com respectiva destruição de emprego estão relacionadas em primeiro lugar, com a
Agricultura, produção animal, caça e actividades dos serviços relacionados e, em segundo
lugar, com o Comércio a retalho (o saldo entre as entradas e as saídas do mercado de
estabelecimentos e, também, o saldo entre os postos de trabalho criados e os destruídos é
negativo no caso da Agricultura e positivo no caso do Comércio a retalho).
No sector industrial, observam-se movimentos pouco significativos de criação/ encerramento de
estabelecimentos, com fraco reflexo ao nível do saldo líquido de emprego criado, motivados
pela Indústria alimentar e das bebidas e a Fabricação de produtos metálicos.
É notório alguma rotação no emprego ao nível do Comércio por grosso e do Alojamento e
Restauração (o número de estabelecimentos criados é ligeiramente superior ao dos
encerrados, enquanto o saldo líquido de criação de emprego não é muito significativo).
Em síntese, de uma forma geral o quadro produtivo do Concelho não sofreu grandes alterações
nas últimas décadas para além das oportunidades possibilitadas pelo Aproveitamento Hidro –
agrícola de Odivelas, cujo aproveitamento não foi imediato.
No entanto ao nível das tendências da base económica surgiram novas forças e oportunidades
resultantes de projectos nacionais e supra – nacionais que alteraram o posicionamento do
Alentejo no quadro da economia e em particular do Concelho de Ferreira. 6 Fonte: Quadros de Pessoal do DGEEP
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.16
3.6.4.2 AGRICULTURA E SILVICULTURA
3.6.4.2a ESTRUTURA DA PROPRIEDADE
As actividades ligadas à agricultura e silvicultura possuem, em Ferreira do Alentejo, uma
importância crucial sendo, como já se viu, o ramo com mais empresas e o sector que emprega
mais trabalhadores na região.
No futuro, prevê-se que a sua posição dominante se venha a manter, em parte dada a
propensão por parte da população local para este sector, e por outro lado, tendo em conta o
enraizamento da actividade agrícola nesta região, fruto de vários séculos de actividade, sendo
essencial para o benefício da sua imagem futura.
Segundo o Recenseamento Agrícola de 1999, último realizado, no Concelho de Ferreira do
Alentejo a população agrícola englobava 1945 indivíduos e existiam 745 explorações que na
sua globalidade perfaziam um total de 51.250 ha, sendo a superfície agrícola utilizada (S.A.U.)
de 48.587 ha, o equivalente a 713 explorações.
Quadro 3.6.13 – Número de Explorações , Natureza Jurídica, SAU, Superfícies agrícolas segundo o uso e População Agrícola em Ferreira do Alentejo
N.º de Explorações Área(ha)
Explorações 745 51250 Natureza jurídica da exploração - Produtor singular autónomo
667 24280
Natureza jurídica da exploração - Produtor singular empresário
47 15218
Natureza jurídica da exploração - Sociedades
30 11737
Superfície agrícola utilizada (SAU) 713 48587 Matas e florestas sem cult. Sob-coberto 57 1692 Superfície agrícola não utilizada 11 63 Outras superfícies 485 908 SAU por exploração (ha/exploração) 65,22 População agrícola (indivíduos) 1945
Fonte: INE. Recenseamento Geral da Agricultura, 1999
A superfície agrícola por exploração é de 65,22 ha/exploração e a superfície agrícola não
utilizada apresentava um valor residual de 63 ha num conjunto de 11 explorações.
Quanto à natureza jurídica da exploração, verifica-se que no total de 745 explorações, existem
714 produtores agrícolas singulares, a par de 30 sociedades e da presença do Estado e
pessoas públicas em apenas uma exploração.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.17
Os produtores agrícolas singulares representavam em 2002 um total de 714 indivíduos, dos
quais 180 apresentam outra actividade como a principal fonte de remuneração e 418 indivíduos
aplicam apenas 0 a 50% do seu tempo no trabalho agrícola.
A estrutura da propriedade não é uniforme nas diferentes freguesias do Concelho, sendo de
maior dimensão em Canhestros, Peroguarda e Odivelas, nas áreas abrangidas pelo Perímetro
de Rega de Odivelas.
Quadro 3.6.14 – Estrutura da Propriedade do Concelho de Ferreira do Alentejo, por freguesia
Freguesia N.º de Explorações Superfície Total(ha) Área média por Exploração
Alfundão 77 3 873 50,30 Ferreira do Alentejo 408 21 281 52,16 Figueira de Cavaleiros 147 12 456 84,73 Canhestros 42 4 032 96 Peroguarda 31 3 700 119,35 Odivelas 40 5 909 147,73 Total do Concelho 245 51 250 209,18
Fonte: INE. Recenseamento Geral da Agricultura, 1999
Tendo em atenção os resultados do “Inquérito à Estrutura das Explorações Agrícolas de 2005”
pode-se concluir que a dimensão média das explorações aumentou cerca de 20%, num
período de apenas 5 anos.
Ao nível das culturas de regadio, em 2004 as culturas dominantes por área foram: arroz,
girassol, milho, pomar, prado, sorgo, tomate e trigo rijo. Estas culturas perfaziam, em valores
absolutos, 2926 ha, 95% do total de área regada.
Quadro 3.6.15 – Áreas regadas (ha) por tipo de cultura entre 1998 e 2004, no Concelho de Ferreira do Alentejo
Culturas 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Arroz 415 345 395 370 346 320 316 Girassol 436 437 642 659 614 596 605
Milho 1.706 1.452 1.209 1.225 1.279 1.103 852 Pomar 49 - 80 216 228 228 204 Prado 106 144 83 318 281 264 263 Sorgo - 189 202 99 62 53 84
Tomate 99 102 122 102 83 93 79 Trigo Rijo - - 437 345 169 134 523
Total 3.447 3.675 3.537 3.846 3.387 3.109 3.089 Fonte: INE. Recenseamento Geral da Agricultura, 1999
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.18
Da análise deste quadro pode-se verificar uma certa tendência para a estagnação e/ou
diminuição da produção em todas as culturas referenciadas. De destacar nomeadamente a
evolução negativa do milho e a tendência de desaparecimento do tomate.
Ao nível da pecuária, o efectivo animal presente em maior número de explorações é o dos
ovinos (e ovinos - fêmeas reprodutoras). No entanto são de salientar os fortes investimentos
efectuados recentemente em gado bovino leiteiro.
Quadro 3.6.16– Efectivo Animal (pecuária), no Concelho de Ferreira do Alentejo
N.º de Explorações Número
Bovinos 50 6522 Suínos 28 6307 Ovinos 170 35822 Ovinos - Fêmeas reprodutoras 169 29122 Aves 40 83408 Aves - Frangos de carne 34 82166
Fonte: INE. Recenseamento Geral da Agricultura, 1999
Ferreira do Alentejo beneficia bastante do Aproveitamento Hidroagrícola de Odivelas, pois
89,3% da área total do perímetro de rega pertence ao Concelho (cerca de 6252,435 ha). O
reforço proveniente do Alqueva com a construção da Infra-estrutura 12 irá maximizar as
potencialidades do Concelho em termos de área irrigada.
3.6.4.2b EVOLUÇÃO DAS CULTURAS
As actividades mais tradicionais em Ferreira do Alentejo são essencialmente a produção de
cereais e alguma pecuária. No entanto, recentemente tem existido uma tendência para acolher
novas culturas, associadas ao regadio e a uma agricultura mais intensiva, apoiada em
dinâmicas empresariais.
Tendo em consideração a utilização das superfícies agrícolas por tipo de cultura, verifica-se
uma presença dominante dos cereais para grão, que ocupam 15.925 ha em 555 explorações,
destacando-se, ainda pela sua importância, as culturas industriais com 6837 ha em 391
explorações, o olival com 2640 ha em 230 explorações e as culturas hortícolas que ocupam
181 explorações em 985 ha.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.19
Quadro 3.6.17 – Nº de Explorações e Superfícies utilizadas por Tipo de Cultura no Concelho de Ferreira do Alentejo, 1999
N.º de Explorações Superfície (ha)
Cereais para grão 555 15925 Culturas industriais 391 6837 Culturas hortícolas extensivas 181 985 Olival 230 2640 Pousio 389 9540
Fonte: INE. Recenseamento Geral da Agricultura, 1999
Os últimos anos têm sido caracterizados por algumas aquisições e/ou investimentos realizados
em diversas herdades, com o objectivo de introduzir culturas como o pessegueiro, a ameixeira,
a pêra rocha, a maçã, os diospiros e os citrinos.
Quadro 3.6.18 - Áreas fruteiras (ha), 2007
Citrinos Pessegueiros Pereiras Macieiras Ameixeiras Diospireiros Nogueiras Castanheiros Total 116,8 65,56 87,65 8,4 35,03 2,5 32 200 200
Fonte: DRAA
Fig. 3.6.2 áreas de vinha e de pomar
fonte: carta 1 : 10 000 do Baixo Alentejo
A par destas culturas frutícolas, destacam-se também os investimentos existentes na cultura do
algodoeiro, na desidratação da luzerna e finalmente das culturas forrageiras.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.20
Interessa, ainda, destacar o investimento significativo a nível do olival que tem sido nos últimos
10 anos a cultura de maior expansão, sendo o seu factor multiplicativo superior a 3.
O Quadro seguinte mostra a cobertura de olival no Concelho em 2006, englobando área
plantada e área de intenção de plantação, em que esta representava cerca de 78.08%.
Quadro 3.6.19 – Área de Olival no Concelho de Ferreira do Alentejo em 2006, por freguesia
Freguesia Hectares plantados Hectares intenções Hectares totais
Alfundão 471,62 Canhestros 26,81 Ferreira do Alentejo 5 845,81 Figueira de Cavaleiros 1 195,54 Odivelas 543,25 Peroguarda 452,09
TOTAL 4 792.85 3 742,24 8 535,09 Fonte: DRA Alentejo
É interessante comparar estes valores com os relativos ao ano de 2009, em que se verifica a
concretização de plantação de uma área de 5 865,96 há e de intenção de 2 150,37 há, ou seja,
− O somatório de áreas plantadas e de intenção de plantação é idêntico, enquanto as
intenções em 2009 resultam da redução de cerca de 1 500 há concretizados no período de
2006 a 2009.
− Em consequência, que a tendência será o atingir uma área de plantação na ordem dos
9 000 ha para o Concelho
Com maior expressividade, o quadro 3.6.20 mostra a evolução da produção da azeitona entre
198 e 2008, evididenciando o investimento no olival.
Quadro 3.6.20 Produção de azeitona (t) por Local de proveniência da azeitona - Anual;
1998 2001 2008
Ferreira do Alentejo 2882 820 13165 Fonte: iNE, Inquérito à Produção de Azeite
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.21
Fig. 3.6.3 evolução do olival 1991 – 2006, em Ferreira do Alentejo
Fonte: comparação cartográfica COS (1991) – Carta Digital 1 : 10 000 (2008, a partir de voo de 2006)
O elevado montante dos capitais recentemente aplicados nestas actividades, irão proporcionar
a revitalização da actividade do sector agor-alimentar que, apesar da importância para esta
zona alentejana, foi pautada, no passado, por uma ausência de diversidade (baseada
essencialmente nos cereais) e com rendimentos cada vez mais reduzidos.
A entrada no sector de empresas vindas do exterior, com evidência para as espanholas,comm
capacidade de investimento e conhecedores dos circuitos comerciais (Valenciagro, Sunfruit e
outras) é uma realidade que tende a aprofundar-se e a lançar as bases para a criação de um
sector agro-industrial com algum significado.
3.6.4.2c FLORESTA
Por sua vez a reestruturação do pinhal (pinheiro manso) bem como a conservação do montado
de sobro e azinho, essenciais na conservação da biodiversidade nos solos mais pobres e no
combate à desrtificação, ou mesmo a floresta de produção de biomassa sólida permitirão o tão
desejado processo de restruturação florestal.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.22
Fig. 3.6.4 montado em Ferreira do Alentejo
Fonte: Carta Digital 1 : 10 000 (2007)
3.6.4.3 SECTOR SECUNDÁRIO
3.6.4.3a AS PERSPECTIVAS DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
O sector industrial em Ferreira do Alentejo está essencialmente relacionado com a agricultura,
consequência directa do peso que o sector primário possui neste Concelho. De facto, os planos
que existem actualmente são no sentido de complementar os investimentos efectuados no
sector primário.
Nesse sentido, a promoção do desenvolvimento industrial, passa por duas vias
complementares:
− A criação de parques especializados de acolhimento empresarial
− A instalação de unidades de primeira transformação junto aos locais de produção
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.23
3.6.4.3b INDÚSTRIAS AGRO-ALIMENTARES DE PRIMEIRA TRANSFORMAÇÃO
Como já se referiu, as culturas industriais constituem hipóteses credíveis de desenvolvimento
baseadas na modernização agrícola potenciada pelo regadio.
A dimensão da propriedade e as potencialidades derivadas do clima e da disponibilidade de
água tem potenciado o investimento nesta região. São particularmente importantes os
investimentos na produção frutícola, no olival e na vinha.
A disponibilização de infra-estruturas de instalação industrial, a localização em termos de
produtores potenciais e a existência de boas acessibilidades para o escoamento dos produtos
industriais constituem factores determinantes de desenvolvimento.
Alteraçõas entretanto introduzidas no PDM permitiram a criação, em algumas explorações, de
instalações para a melhoria das condições de comercialização, de apoio logístico e mesmo
instalações agro-industriais nomeadamente centrais fruteiras e lagares de azeite.
O Concelho de Ferreira do Alentejo conheceu algumas experiências no domínio das agro-
industrias, com particular destaque para as industrias de concentrado de tomate.
A Consol/Fortes foi uma unidade que conheceu alguma projecção na década de sessenta e
setenta chegando a ocupar cerca de sete dezenas de trabalhadores permanentes atingindo as
duas centenas de postos de trabalho na época de campanha. Com a crise do sector a empresa
encerrou as suas portas no final da década de oitenta.
Hoje, nas instalações da ex-Consol está a funcionar a Tomsil, continuando na transformação
do tomate, actividade a que acrescentou a transformação do bagaço de azeitona.
Finalmente, os últimos anos foram igualmente caracterizados pelo aparecimento de vinho
engarrafado, na Herdade do Pinheiro, aproveitando-se não só das condições locais propícias
para o cultivo da vinha, mas também da imagem de marca que os vinhos alentejanos dispõem
a nível nacional.
A produção de vinho, em 2002, expressa em mosto, foi de 5 300 hl, dos quais 1330 hl são de
vinho regional branco e 3970 hl são vinho regional tinto/rosado (Anuário Estatístico de 2002).
-
REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.24
A intensificação do olival induziu importantes investimentos na construção de lagares, com
reflexos no volume de produção do azeite.
Aguardando-se a concretização do lagar previsto para o Parque Agro-Industrial do Penique,
aos lagares de Alfundão e de Ferreira do Alentejo acrescentam-se, já em fase de construção,
três novos lagraes, todos junto às áreas de produção.
Quadro 3.6.21 lagares em Ferreira do Alentejo
3.6.4.3c INFRA~ESTRUTURAS DE ACOLHIMENTO EMPRESARIAL
A existência de um conjunto de infra-estruturas indispensáveis ao funcionamento de uma
empresa é um importante factor de estímulo ao espírito empresarial. Ferreira do Alentejo reúne
hoje um conjunto de infra-estruturas que, a curto prazo, se espera possam dar origem a um
grupo de empresas dinâmicas.
No entanto, embora se possa considerar um sucesso o Parque Industrial e de Serviços de
Ferreira do Alentejo realça-se que a oferta de localização industrial foi disponibilizado
tardiamente ou não se concretizou tootalmente:
- Apenas recentemente se avançou para a constituição do Parque Agro-Industrial do Penique
(que exigiu uma alteração limitada ao PDM)
-
REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.25
- Nos aglomerados de 2º nível, apenas uma Zona de Actividade Económica prevista no PDM
foi implementada, já que para as demais não foi possível disponibilizar os terrenos
delimitados nas Cartas de Zonamento dos Aglomerados, neste caso obrigando a
reequacionar a sua oportunidade no quadro da revisão do PDM.
3.6.4.3ca PARQUE EMPRESARIAL DE FERREIRA DO ALENTEJO
A criação, ainda em 2004, do Parque Industrial e de Serviços (PIS) numa área de 94.200 m2,
com 37 lotes, cujas áreas se encontram compreendidas entre os 800 e os 1800 m2 veiu
preencher uma grave lacuna e imprimir uma nova e reforçada dinâmica empresarial no
Concelho.
O Parque Empresarial de Ferreira do Alentejo, resultou da vontade política de criar um local
atractivo para investidores industriais, contribuindo para o desenvolvimento económico do
Concelho, mas também para a qualificação do Território Municipal, disciplinando a instalação
de actividades industriais, pelo que foi elaborado um Plano de Pormenor aprovado pela Assembleia Municipal de Ferreira do Alentejo e publicado como Declaração nº 128/99 (2ª série) da DGOTDU, no Diário da República n.º 110 - II Série, 12-05-1999.
Muito embora contenha uma sub-área mais vocacionada para o comércio e serviços, o Parque
Empresarial de Ferreira do Alentejo foi concebido e direccionado sobretudo para a actividade
industrial, uma vez que a sua localização privilegiada, quer em relação aos principais acessos à
vila, quer no lugar que ocupa, de alguma proximidade à sua malha urbana, é por si só uma
mais-valia para os investidores nestes segmentos económicos.
Devido a estes aspectos e não só, verificou-se que a adesão por parte dos investidores privados ao parque tem sido excelente, pelo que se encontra praticamente esgotado. O Parque Empresarial de Ferreira do Alentejo é constituído por 37 Lotes dos quais 2 estão reservados:
- um para instalação de um Ninho de Empresas - o outro considera-se "cativo" em virtude de pertencer ao antigo proprietário do
terreno em que assenta o Parque Empresarial, o qual reservou para si esse Lote no âmbito da negociação tida para aquisição pela CMFA da Área de Intervenção.
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DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.26
Considera-se, portanto, em termos práticos, a existencia efectiva de trinta e cinco Lotes de terreno, dos quais, em Abril de 2010, vinte e nove encontravam-se contratualizados com vinte empresas distintas (fig. 3.6.5), no que se pode considerar comprovativo do êxito do
Parque Empresarial.
Fig. 3.6.5 – Situação actual do Parque de Empresas
fonte: CMFA
Pode-se acrescentar que se estima em 55 os postos de trabalho criados até hoje no Parque Empresarial, que poderá aumentar uma vez concretizados os contratos pendentes.
Assim, o Parque Empresarial teve como grande mérito o ter permitido uma fixação mais concentrada da actividade industrial e oficinal, contendo o processo de dispersão que se verificava, atraindo investimento e minimizando a agressão dos espaços rurais, de maior
sensibilidade ambiental que, de outro modo, ocorreria.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.27
Permitiu ainda uma oferta de solo urbanizado mais qualificado do que o garantido pela Área de Actividades Económicas do Ferragial do Cemitério, outrora designado como Zona Industrial 1, também resultante de um Plano de Pormenor.
A elevada procura destes espaços obrigou já a equacionar o alargamento do Parque de
Empresas para terrenos contíguos e que já são propriedade da Câmara Municipal.
3.6.4.3cb PARQUE AGRO-INDUSTRIAL DO PENIQUE
O Parque Industrial do Penique é outra importante infra-estrutura que visa dar resposta a uma
eventual procura de espaços disponíveis e adequados à instalação de unidades agro-
industriais.
Constituído por 12 lotes, com áreas médias por lote entre os 2,5 e os 3,5ha, localiza-se junto da
EN2, numa zona com grande abundância de água, a cerca de 8 Km de Ferreira do Alentejo e
próximo de Odivelas.
Assim, a construção de um Parque de Indústrias Agro-alimentares do Penique visa
essencialmente a criação de um parque polivalente, que proporcione o por um lado o aumento
da procura e o escoamento de produtos destas novas actividades agrícolas, como também a
transformação e consequente aumento do valor acrescentado dos bens produzidos.
Fig. 3.6.6 – Parque Agro-industrial do Penique
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3.6.28
3.6.4.3d PRODUÇÃO ENERGÉTICA
O Concelho apresenta grande aptidão para a produção de energia foto-voltaica, encontrando-
se instaladas 3 unidades, na periferia de Ferreira do Alentejo, e e outr em instalação a sul de
Figueira dos cavaleiros, com um total de capacidade produtiva total de 37,8 MW
Quadro 3.6.22 Parques Solares em Ferreira do Alentejo
Empresa localização capacidade Ponto de situação NETPLAN Ferreira do Alentejo 1,8 MW instalada GENERG Ferreira do Alentejo 12 MW instalada TECNEIRA Ferreira do Alentejo 10 MW instalada EARTHLIFE Figueira dos Cavaleiros 14 MW Em instalação
TOTAL 37,8 MW
Fig. 3.6.7 – Parques Solares em ferreira do Alentejo
1: NETPLAN - 2: TECNEIRA - 3: GENERG - 4: EARTHLIFE
Existem ainda intenções de investimento na área da produção de energia através da biomassa
(valorização do bagaço da azeitona) e eólica.
No caso da eólica, uma empresa encontra-se a proceder testes de avaliação das
possibilidades do Concelho
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DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.29
Quanto à valorização do bagaço de azeitona, foi licenciada uma fábrica no Parque Agro-
Industrial do Penique, a par da TOMSIL junto à povoação das Fortes Novas
3.6.4.4 COMÉRCIO, SERVIÇOS E TURISMO
3.6.4.4a COMÉRCIO
Conforme foi referido anteriormente, dentro do sector terciário o comércio constitui a principal
força-motriz da economia de Ferreira do Alentejo, sendo o segundo ramo de actividade com
mais estabelecimentos e tendo beneficiado do programa PROCOM.
No domínio dos serviços, a Administração pública, a Saúde e acção social e os Transportes
terrestres são os ramos de actividade mais significativos, tendo-se afirmado nos últimos dez
anos no Concelho de Ferreira do Alentejo.
Dentro dos diversos ramos comerciais no Concelho de Ferreira do Alentejo, destaca-se o
artesanato, dada a sua potencialidade de crescimento.
Apesar de pouco diversificado, existem artigos que merecem algum destaque, como por
exemplo as mobílias tradicionais alentejanas e os trabalhos em ferro forjado, em Ferreira do
Alentejo, e a cestaria em Odivelas.
Sinteticamente, pode-se caracterizar o aparelho comercial em Ferreira do Alentejo através da
seguinte distribuição de tipos de estabelecimentos
3.6.4.4aa COMÉRCIO ALIMENTAR - Alfundão: Supermercado, minimercado/ mercearia, serviços de restauração, carne e
produtos de charcutaria, peixe e fruta. - Ferreira do Alentejo: Supermercado, minimercado/ mercearia, serviços de restauração,
carne e produtos de charcutaria, peixe e fruta. - Figueira dos Cavaleiros: Minimercado/ mercearia, serviços de restauração, carne e
produtos de charcutaria, peixe e fruta. - Odivelas: Minimercado/ mercearia, serviços de restauração, carne e produtos de
charcutaria, peixe e fruta. - Peroguarda: Minimercado/ mercearia, carne e produtos de charcutaria, peixe e fruta. - Canhestros: Minimercado/ mercearia, carne e produtos de charcutaria, peixe e fruta.
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.30
3.6.4.4ab COMÉRCIO NÃO ALIMENTAR
- Alfundão: Cabeleireiro/ barbeiro, clube de vídeo, loja de vestuário, loja de calçado, loja de
electrodomésticos.
- Ferreira do Alentejo: Cabeleireiro/ barbeiro, clube de vídeo, loja de vestuário, loja de
calçado, loja de electrodomésticos, loja de telemóveis e acessórios, livraria, loja de jornais e
revistas, loja de equipamento informático, loja de artigos de desporto.
- Odivelas: Cabeleireiro/barbeiro, loja de vestuário, loja de calçado. - Peroguarda: Cabeleireiro/barbeiro, loja de vestuário, loja de calçado. - Canhestros: Cabeleireiro/ barbeiro.
3.6.4.4b TURISMO77
O turismo de Ferreira do Alentejo encontra-se actualmente numa situação de fraco
desenvolvimento, apesar das boas condições existentes.
Como este Concelho, por questões geográficas, não reúne condições para o típico turismo de
“sol-mar”, apenas poderá desenvolver outros tipos de turismo consentâneas com as recentes
modificações na procura, tanto a nível nacional, como a nível internacional.
Dos dez produtos turísticos estratégicos consagrados no PENT, três são indicados no
documento como especialmente adequados aos recursos turísticos da região Alentejo: (1) o
Touring cultural e paisagístico, (2) os Resorts Integrados e Turismo Residencial e (3) a
Gastronomia e Vinhos, sendo desejável que sejam tidos em conta em qualquer estratégia de
desenvolvimento turístico de Ferreira do Alentejo.
Dentro deste grupo incluem-se o agro-turismo, o turismo rural e o turismo cultural, para os
quais Ferreira do Alentejo apresenta potencialidades que, bem aproveitadas podem vir a
transformar-se em verdadeiras vantagens competitivas. De facto, a paisagem, a caça, as
condições naturais, são características deste Concelho, e estas qualidades são cada vez mais
procurados por extractos sociais mais elevados.
No entanto, o desenvolvimento deste tipo de turismo só recentemente deixou de estar
condicionado pela abertura permitida por uma alteração regulamentar que permite enquadrar o
seu desenvolvimento nos espaços rurais.
7 Adaptado do PROFERREIRA, Programa de Desenvolvimento Estratégico de Ferreira do Alentejo
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REVISÃO DO PDM 3. CARACTERIZAÇÃO DO TERRITÓRIO MUNICIPAL
DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.31
Neste sentido, a realidade evidencia um deficiente aproveitamento das vantagens naturais de Ferreira do Alentejo, pois não foram efectuados investimentos para tornar esta zona num ponto turístico de referência, da mesma forma que as infra-estruturas e equipamentos de apoio, essenciais para o sucesso deste sector, não foram devidamente criados. De facto, apenas existiam cinco unidades de alojamento turístico, de qualidade muito variável, entre o mau e o excelente, com uma capacidade de alojamento de 81 quartos (162 camas).
Quadro 3.6.23 Alojamento turístico classificado
Empresa Localidade Categoria N.º quartos Albergaria "O Gato" Odivelas albergaria 11 + 2 suites
Pensão Residencial Stº António Ferreira do Alentejo pensão de 3.ª 14 Pensão das Picanheiras Ferreira do Alentejo pensão de 3.ª 40
Casa Verde Ferreira do Alentejo ter - turismo rural 5 Solar dos Frades Ferreira do Alentejo ter - turismo hab. 10
Fonte: Guia de Apoio ao Investimento na Planície Dourada, 2004, retirado do PROFERREIRA
Não obstante, Ferreira do Alentejo apresenta um indicador de capacidade de alojamento de 21,6 camas por 1000 habitantes. Este valor é o mais elevado em comparação com os restantes Concelhos do Baixo Alentejo, sendo o valor médio da sub-região de 8,2 camas/1000 habitantes.
O subaproveitamento deste sector está patente na baixa taxa de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros (7,6%), e na estada média por hóspede em estabelecimentos hoteleiros (1,7 noites), o que indica que a maioria das pessoas utiliza Ferreira do Alentejo como ponto de passagem e não como estância turística propriamente dita.
Estes problemas de uma oferta turística pouco qualificada e profissionalizada traduzem-se num número de visitantes pouco expressivo. Em termos da Região de Turismo da Planície Dourada, Ferreira do Alentejo é um dos Concelhos que menos visitantes acolhe.
Quadro 3.6.23 Nº de visitantes nacionais e estrangeiros, 2003-2004
Ano Visitantes Nacionais Visitantes Estrangeiros Total 2003 (1) 110 65 175
2004 690 212 902 Fonte: Guia de Apoio ao Investimento na Planície Dourada, 2004, citado do PROFERREIRA
Quadro 3.6.23 - Dormidas e hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros por Concelho
Dormidas Hóspedes Ano
Total Hotéis Pensões Outros Total Hotéis Pensões Outros 2004 3522 3522 1627 1627 2005 2942 - 2942 - 1046 - 1046 -
Fonte: INE, Anuário Estatísticas Demográficas, 2005, citado do PROFERREIRA
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DE FERREIRA DO ALENTEJO 3.6 ESTRUTURA ECONÓMICA
3.6.32
É de referir que a Estada Média no Estabelecimento em 2002 é de 1,7, sendo a Ocupação-
Cama bruta de 7,6%.
No caso da restauração, existem igualmente fortes questões que devem ser resolvidaspara
além do reduzido número de estabelecimentos existentes no Concelho.
Não obstante o património gastronómico do Concelho ser particularmente interessante, a
qualidade de serviço oferecida é, em geral, fraca, o que entra em contradição com o tipo de
turistas mais exigentes que normalmente se dirigem a estas zonas do país.
Constituindo nichos de oferta para as actividades turísticas e lúdicas, existem em Ferreira do
Alentejo duas pistas de aviação ligeira, uma a sula da Vila e outra a sul de Figueira dos
Cavaleiros, que podem ser potenciadas como atractivos de turistas, podendo justificar a
construção de equipamentos hoteleiros de apoio.
A Pista de Figueira dos cavaleiros que se encontra devidamente licenciada, é a que apresenta
maior índice de actividade, seja ao nível da movimentação de utilizadores de ultra-leves e do
paraquedismo, movimentando alguns visitantes, alguns oriundos do estrangeiro, seja ao nível
da montagem de ultraleves Anfíbios.