abordaje de la psicolinguistica de la fluencia

5
~I 1 Abordagem PSicolingüística da Fluéncia ". ~--;.~'-:. ,Jr ~: '.~ Ana Maria Schiefer ..~4· .~ '~f .. a....: ~ 'i:: .~ -.~¡~. it INTRODU~AO .~- !;:'r .~: A prcducáo da fala normal requer suaves transi- cóes em diferentes níveis lingüísticos, ao passo que a fala disfluente é resultado de rupturas em qual- quer um desses níveis. As pesquisas térn revelado que rupturas no fluxo _ verbal sáo acontecimentos naturais na fala de qual- quer pessoa, e sáo normalmente denominadas dis- fluéncías. De acordo com Ratner', essas disfluéncias sáo mais freqüentes do que se percebe. Em estudo .. bastante aprofundado com estudantes universitários, -,¡.:, Goldman- Eisler' afirmou que a fala espontánea é urna -~; -00- atividade milito fragmentada e descontínua e que -- podem ocorrer hesitacóes a cada sete ou oito palavras. Diferentes tipos de ruptura (ou seja, de disfluén- ~-' cia), ocorrem de modo repentino e involuntario, tanto em individuos fluentes quanto em gagos. Embora nao t haja urn limite definido entre os tipos de disfluéncia ~- e a freqüéncia com que elas se manifestam na fala dos individuos fluentes e nao fluentes, parece exis- tir urn consenso na literatura a respeito das mais comuns a ambos os grupos. As disfluéricias nao repetitivas, como hesitacóes, interjeicóes, revisóes 1 e falsos cornecos, comumente sáo identificadas como típicas dos falantes fluemes, ao passo que as rupru- ""' ras no nivel da palavra, como repeticóes de sons e ~.=. __ :_._:. sílabas, prolorigarnentos e bloqueios, sáo mais as- . sociadas aos gagos. A1ém disso, Yairi e Lewís+ressal- " taram o fato de individuos gago s, principalmente .:. !' críancas, apresentarem urna grande quantidade de ~ disfluéncias repetitivas e nao repetitivas. Outros es- ·W· _;:;; tudos também mostram evidencias de urna grande l variabilidadedos tipos e da freqüéncía das disfluén- cias intra e intersujeitos que manifestarn a gagueira . . Provavelrnente, isso é resultado dos inúmeros fato- res que afetam afluencia. Apesar da dificuldade na obtencáo de dados confiá- veis para o diagnóstico diferencial, principalmente entre criancas gagas e nao gagas, a.rnensuracáo dos comportamentos que indicam fluéncia e disfluéncia tem sido considerada um critério seguro na caracteri- zacáo de limites entre as disfluéncias comuns e as patológicas, segundo Scarpa', Yairi e Lewis'. Quanto a esse aspecto, na literatura internacio- . -'~al, principalmente na americana, há inúmeras propostas de classificacóes das disfluéncias. Den- tre elas, pode-se destacar a classificacáo proposta por Campbell e Hill" em 1995, que emprega a síla- ba como unidade de medida e caracteriza os corn- portamentos de interrupcáo observados no fluxo da fala em O) disfluéncias típicas - interjeicáo, hesitacáo, palavra inacabada, revisáo e repeticáo de frase, repeticáo de palavra (urna ou duas por emis- sáo) e (2) disfluéncias atipicas - repeticáo de pala- vra (tres ou rnais por emissáo), repeticáo de sílaba e de som, prolongamemo e bloqueio. No portugués brasileiro, pode-se destacar o tra- balho desenvolvido por Zackiewicz", Andrade? e Andrade et al" na caracterizacáo da tipologia das disfluéncias de falantes nativos em: O) disfluéncias mais comuns= número de hesitacóes, interjeicóes, revisóes, palavras incompletas, repeticóes de pala- vras e de frases e (2) disfluéncias gagas - número de repeticóes de sílabas e de scns, prolongamen- tos, bloqueios e pausas longas .. Em relacáo a freqüéncia das dísñuencías, os pes- quisadores parecem concordar que o número de 2%

Upload: martinricardo62

Post on 09-Sep-2015

56 views

Category:

Documents


6 download

DESCRIPTION

psicolinguistica

TRANSCRIPT

  • ~I1Abordagem PSicolingstica da Fluncia". ~--;.~'-:.

    ,Jr~:'.~ Ana Maria Schiefer..~4.~

    '~f.. a....:~'i::.~-.~~.it INTRODU~AO.~-

    !;:'r.~:

    A prcduco da fala normal requer suaves transi-ces em diferentes nveis lingsticos, ao passo quea fala disfluente resultado de rupturas em qual-quer um desses nveis.

    As pesquisas trn revelado que rupturas no fluxo_ verbal so acontecimentos naturais na fala de qual-

    quer pessoa, e so normalmente denominadas dis-fluncas. De acordo com Ratner', essas disflunciasso mais freqentes do que se percebe. Em estudo

    . . bastante aprofundado com estudantes universitrios,-,.:, Goldman- Eisler' afirmou que a fala espontnea urna

    -~;

    -00- atividade milito fragmentada e descontnua e que-- podem ocorrer hesitaces a cada sete ou oito palavras.

    Diferentes tipos de ruptura (ou seja, de disflun-~-' cia), ocorrem de modo repentino e involuntario, tanto

    em individuos fluentes quanto em gagos. Embora naot haja urn limite definido entre os tipos de disfluncia~- e a freqncia com que elas se manifestam na fala

    dos individuos fluentes e nao fluentes, parece exis-tir urn consenso na literatura a respeito das maiscomuns a ambos os grupos. As disfluricias naorepetitivas, como hesitaces, interjeices, revises1 e falsos cornecos, comumente so identificadas comotpicas dos falantes fluemes, ao passo que as rupru-

    ""' ras no nivel da palavra, como repetices de sons e~.=.__:_._:. slabas, prolorigarnentos e bloqueios, so mais as-. sociadas aos gagos. A1m disso, Yairi e Lews+ressal-" taram o fato de individuos gago s, principalmente.:.!' crancas, apresentarem urna grande quantidade de~ disfluncias repetitivas e nao repetitivas. Outros es-W_;:;; tudos tambm mostram evidencias de urna grandelvariabilidadedos tipos e da freqnca das disflun-

    cias intra e intersujeitos que manifestarn a gagueira .. Provavelrnente, isso resultado dos inmeros fato-res que afetam afluencia.

    Apesar da dificuldade na obtenco de dados confi-veis para o diagnstico diferencial, principalmenteentre criancas gagas e nao gagas, a.rnensuraco doscomportamentos que indicam fluncia e disflunciatem sido considerada um critrio seguro na caracteri-zaco de limites entre as disfluncias comuns e aspatolgicas, segundo Scarpa', Yairi e Lewis'.

    Quanto a esse aspecto, na literatura internacio- .-'~al, principalmente na americana, h inmeraspropostas de classificaces das disfluncias. Den-tre elas, pode-se destacar a classificaco propostapor Campbell e Hill" em 1995, que emprega a sla-ba como unidade de medida e caracteriza os corn-portamentos de interrupco observados no fluxoda fala em O) disfluncias tpicas - interjeico,hesitaco, palavra inacabada, reviso e repetico defrase, repetico de palavra (urna ou duas por emis-so) e (2) disfluncias atipicas - repetico de pala-vra (tres ou rnais por emisso), repetico de slabae de som, prolongamemo e bloqueio.

    No portugus brasileiro, pode-se destacar o tra-balho desenvolvido por Zackiewicz", Andrade? eAndrade et al" na caracterizaco da tipologia dasdisfluncias de falantes nativos em: O) disflunciasmais comuns= nmero de hesitaces, interjeices,revises, palavras incompletas, repetices de pala-vras e de frases e (2) disfluncias gagas - nmerode repetices de slabas e de scns, prolongamen-tos, bloqueios e pausas longas ..

    Em relaco a freqncia das dsuencas, os pes-quisadores parecem concordar que o nmero de 2%

  • 1036 Audiologia e Linguagem

    de disfluncias atpicas representa o limite para opadro de fluncia aceitvel, ao passo que 3 a 4% dasdisfluncias atpicas podem ser consideradas cornoindicios de patologia, segundo Yairi"e Gregory eHill".Nesse sentido, o critrio proposto por Gregory e Hill"em 1993 tem sido considerado corno mais um dosparrnetros que auxiliam na caracterizaco de limi-tes entre as disfluncias comuns e patolgicas. Essesautores considerararn corno: (1). gagueira- a ocorrnciade 3% ou mais de disfluncias atipicas e/ou 10% oumais de disfluncias totais; (2) disfluncias borderlineou limtrofes - a ocorrnca de 2 a 3% de disflunciasatpicas e/ou 10% ou mais de disfluncias tpicas; (3)disfiuncias tpicas- a ocorrncia de menos de 2% dedisfluncias atipicas e menos de 10% de tpicas.

    Talvez a gagueira seja reconhecida como umtranstomo muito complexo e de dificil definico poresse motivo. Segundo Perkns", a maioria dos cu-vintes capaz de reconhecer quando algum estgaguejando. Hurna grande prcbabilidde de esse --fato acorrer principalmente por causa da escuta dasdsfluncias que caracterizam el. fala de um gago.

    Tal fato parece mostrar que a ocorr ncia dedisfluncias um dos aspectos mais importantes paraa identificaco da gagueira e, por isso, rnais dreta-.rnente associada ao plano da execuco motora dafala. Urna observaco mais atenta das disfluncias,entretanto, revela que elas nao ocorrem ao acaso nafala do individuo gago, e sirn dentro da estrutura doenunciado. Segundo Ratner', h urna variedade defatores lngsticos que podem afetar a probablida-de de as disfluncias acontecerem.

    Estudos sobre a lo calizaco dos eventos degagueira, descritos por Blocdsten", trn mostradourn predominio de disfluncas no inicio da unida-de lexical, em palavras iniciadas por consoantes,pertencentes a determinadas categorias grarnaticais,mais extensas, menos freqentes e de grande signi-ficado para o falante. Fones mais freqentes so maisgaguejados e palavras mais freqentes so acessadasde forma mais rpida e, portanto, trn menos chan-ce de causar disfluncias. Em adultos, a maior fre-qncia de disfluncias verificada em palavras decontedo, ao passo que, em crancas, as disflunciasocorrem mais em palavras de funco. Alm disso, rnais provvel que estruturas mais complexas doponto de vistasinttico apresentern mas disfluncias,tanto em crancas quanto em adultos.

    De acordo com Brown" e Slverman", o pressu-posto de ~e palavras longas determinam maisdisfluncias o motivo pelo qual, h dcadas, afreqncia da gagueira segundo a extenso da pa-

    .~--~

    lavra vem sendo investigada. Alguns autoresl.l~entretanto, acreditam que a maior freqencia deeventos gaguejados em palavras longas se devs ao 1aumrito da'taxa de elocuco. ..,' '.,~J:

    Um estudo preliminar da freqnca da gagueir~'--~,~segundo a extenso das palavras, realizado no Am-Ibulatrio dos Distrbos da Cornunicaco Humana tda Unifesp, mostrou que amaior freqnca de even- ttos gaguejados ocorreu em palavras longas". Para esse ~

    ~:esrudo.foram selecionados 19 protocolos de indiv- ~duos adultos de 18 a 49 anos, com diagnsticos de fgagueira cujos graus variavam de muito leve a severo,de acordo com a classifcaco pro posta por Riley"em 1994. Do total de palavras enunciadas, 53% fo-ram monosslabos, 31 % disslabos, 12% trisslabos e4% polisslabos. Os monosslabos forampronuncia-dos com mais freqncia e, do seu total, 6,03% fo-rarn gaguejados. Nos disslabos, ocorrerarn 8,68% deeventos gaguejados, nos trisslabos, 9,48% e nospolisslabos, 21,97%. Est sendo desenvolvido urntrabalho complementar que analisa a relaco entrea taxa de elocuco e a extenso da palavra, corn oobjetivo de elucidar a alta freqncia de eventos ga-guejados em palavras longas, corno se pode obser-var na Figura 83.l.

    Em relaco aos fato res lingsticos envolvidos nasdisfluncias, Yaruss 17 ressaltou as evidencias de quemuitos desses aspectos podem estar sobrepostosquando interpretados segundo as regras da lingua(palavras mais extensas tendem a cornecar porconsoantes e as coristruces mais complexas somais extensas) mas, rnesmo assim, sua participa-co na distribuico das disfluncias na fala de in-dividuos que rrianifestam gagueira evidente.

    O fato de as disfluncias terem relaco com as-pectos lingsticos parece indicar que elas resultamde falhas, tanto no processo de planejamento quantono de execuco motora da fala.

    Nesse sentido, para facilitar o estudo das disflun-cias, alguns pesqusadores':":" trn proposto examina-las por meio dos aspectos envolvidos nos processosde prcduco da fala, delineados pelos modelospsicolingsticos. Por meio deles, possvel identifi-car os aspectos do planejarnento e, da produco aserem considerados na anlise das disfluncias.

    I ,.,.

    PSICOLlNGUIST1CA E PRODU~AO DAFALA FLUENTE E DISFLUENTEA pscolngstica, tambm denominada psco-

    logia da linguagem, urna ciencia que estuda os

  • ,--,

    4%

    'f.i A~'

    ~:.~-e,..r

    B

    93; 7%I

    !

    8,68%

    .~-v-

    9,48%

    D

    o MonosslabosO Dissilabos

    ~ Trisslabcs

    fi Polisslabos ,

    o Palavrasgaguejadas

    El Palavras fluentes

    o Palavrasgaguejadas

    O Palavras fluentes

    o Palavrasgaguejadas

    @ Palavras fluentes

    o Palavrasgaguejadas

    ~ Palavras !luentes

    Figura3.1 ;- (Al Total de palavras enunciadas por nmero desilaba~8 a El Porcentagem de palavras gaguejadas e fluentes deaordoorn a extenso: monossilabos, dissilabos, trissilabos epoiss. lOS,

    prcc.sospelos quais a fala encadeada produzi-da e 'u compreendida, ou seja, a ccdicaco e adecccaco. As investigaces em psicolingsticatm onrribudo para o entendimento de que,qua lo um segmento de fala produzido, nao sepcd r a um compartimento de estocagem e sim-ples nte selecionar a mensagem mais adequa-da. :d,a impossvel guardar dessa rnaneira toda ainfc raco que se deseja transmitir. Por isso, se-

    Abordagem Psicolingstica da Fluencia 1037

    gundo Fromkin e Ratner1B, tudo o que mernori-zad~ ~eve ser composto por unidades em nme-r~ limitado, as quais podem ser combinadas dediversas maneiras par " ", " a constltUlr a mensagem que "se quer transmitir. .., ,' .. ," , ..-;

    De acordo com essas autoras os pr o " ..d:"", . ,:, , cessos e'," :."percepco e prcduco da fala pelos quais um fa~-:":::';::','lante transforma urn conceito mental numaemis~:' ,,'so oralizada so muito complexos. Ainda nao h

  • 1038 Audioloqia e Linguagem

    Assim, a produco da fala pode ser entendidaprincipalmente por meio de tres etapas:

    Etapa do conceitualizador, em que se estabe-lece aintenco, ou seja, o propsito social oupragmtico da cornunicaco. e em que cria-da urna mensagem pr-verbal,

    Etapa doformulador, em que a mensagem ini-cialmente codificada em parmetros gramati-cais e sintticos (lemas) e depois em parrnetrosfonolgicos (lexemas). Desse modo, preesta-belecido o plano pr-articulatrio darnensagemidealizada, ou seja, o programa motor da fala ..

    Etapa do articulador, em que as instruces doplano articulatrio ou fontico da mensagemso transferidas para o sistema neuromuscular(lbios, lngua, palato, etc.) e, assim, a rnensa-gern pretendida fmalmente executada.

    .. Essa etapa final muito cornplexa, pois envolve ouso coordenado de aproximadamente 100 msculos,tres cmaras iniciadoras da corrente de ar, duas dre-s6es dessa corrente e 15 sons por segundo. A unida-de de controle motor da fala a slaba, especificadapor meio dos gestos articulatrios. Inspirada nafonologia artculatria", Albanc" descreve os gestosarticulatrios como unidades de representaco abs-tratas, as quais formam padr6es de movimentos deurn articulador ou de urn subsistema de articuladoresno tempo e no espaco. Dessa forma, os fonemas sur-giriam em decorrncia da realzaco coordenada dediversos gestos articula trios. O gesto u urna en-tidade fsica cujas possibilidades de cornbinaco sodeterminadas pela fisiologia articulatria e suas re-laces com a fisiologia auditva".

    Segundo Ratner' e Yaruss", as etapas j descritasrelacionara-se rnais diretamente a prcduco da falae ocorrem de modo simultneo e interativo. O mo-delo proposto por Levelt muito mais dinmico e .complexo que o apresentado neste captulo, urna vezque preve a partcipaco de outros componentes(auditivo e de compreenso). e descreve urn meca-nismo demonitoramento da prcduco da fala, quepermite a autocorreco por parte dos falantes.

    Sob esse ponto de vista. tem sido levantada urnahiptese consensual entre os pesquisadores. segundoa qual um atraso ou lentificaco em qualquer pontoda cadeia de fala pode 'resultar ern interrupces aserem consideradas na anlis~ das dsfluncias.

    Assim, acredita-se que o modelo de prcduco dafala proposto por Levelt permite explicar nao s arnanifestaco d~s disfluncias, mas tambm darsustentaco a modelos propostos por outros auto-res para a gagueira.

    -MODELOS PSICOLlNGSTICOSDA GAGUEIRA~Para Van Riper", a gagueira urn distrbio tempo_

    ral da fala, que se caracteriza por rupturas na progra.rnaco e execuco dos movimentos seqenciaisenvolvidos nesse processo. Na literatura especializa_da. alguns pesquisadores':" tm examinado essasrupturas no contexto de modelos psicolingsticospropostos para a gagueira.

    Apartir desse ponto devista.podem ser citadosalgunsmodelos j amplarnente descritos na literatura:

    Em 1988. Wingate", em seu trabalho The Structure, of Stuttering: a psycholinguistics analysis,levan-tou a hiptese de que as disfluncias seriarncausadas por urn dficit no plano da codifcacafonolgica. A diculdade do gago estara na re-cuperaco da slaba inicial da palavra, decorrentede inadequaces dentro da seqncia temporal .:no plano fontico,

    Em 1993, Postma e Kolk", em seu estudo Thecouert repair hypothesis, afirmaram que asdisfluncias ocorreriam em raza o de falhas noprocesso de autocorreco, o que ocasionara di-ficuldades no plano de codificaco adequadodo segmento lingstico, Os autores ainda pre-surniram que essas dificuldades seriam subja-

    -centes a um mecanismo de baixa atvaco, quetornaria mais lema a seleco dos itens fono-lgicos (lexernas).

    Em 1991, Perkns, Kent e Curlee", na dsserta-co A theory of neuropsycholinguistic functionin stuttering, afirmaram que as disfluncas na-turais e da gagueira seriam resultantes de urnadessincronia no processo de recuperaco entegraco entre as estruturas gramaticais e oscomponentes nao lngstcos, processados pordiferentes sistemas neurais. Apresso do tern-po, percebida pelo falante para dar continui-dade a conversaco, seria urn aspecto de grandeimportancia para a transformaco das disfluen-cias em eventos de gagueira.

    Na anlise dos modelos citados, Ratner' salen-tou que as propostas descritas por Wingate27 ePostma e Kofr28 diferem apenas na previso de qualparte do plano fontico nao pode ser executada demaneira fluente, e que Perkins et al:" inovararn aoadicionar a presso do tempo, envolvida na comu-nicaco, a teoria de dessincronia na recuperaco eintegraco dos segmentos lingsticos.

    - ---._---"-

  • -Assirn, considerando a fala como o produto de

    urna complexa rede de processos lingisticos ecognitivos, segundo Munhall", pode-se afirmar queos modelos de prcduco da fala, assirn como osconstruidos para a gagueira, fornecem subsidiospara que as razes lingsticas das disfluncias se-[arn mais bem compreendidas e, assim, propiciamurna intervenco teraputica mais adequada.

    REFERENCIAS BIBLJOGRFICAS1. RATNER,N. B.Stutterng: a psycholinguistic perspective. In:

    CURLEE,R E;SIEGEL,G.M Nature and TreatmenrofStuttering.2. ed, Boston: Allyn and Bacon, 1997. cap. 5, p. 99-127.

    2. GOLDMAN-EISLER, E Psycnolinguistics: experimerus inspontaneous speech. New York: Acadernic Press, 1968.

    3. YAIRI, E.; LEWIS. B. Disfluencies at the onset of sruttering.f. Speech Hear. Res., v. 27, p. 154-159,1984.

    4. SCARPA. E. M. Sobre o sujeito fluente. CadoEst. Ling., Cam-pinas, V. 29, p. 163-184, jul-dez. 1995.

    5. CA1\1PBELL,J.; HILL, D. Systernatc disfluency analyss. In:NORTHWESTERN UNIVERSITY AND STUTTERINGFOUNDATION OF AiYIERICA- STUTTERING THERAPY:A WORKSHOP FOR SPECIALISTS, 1995. Evanston.Northwestern University and Srurtering Foundation ofAmrica, Jul. 1995, p. 173-184.

    6. ZACKJEWICZ, D. V Aualiaco Quantitativa e Qualitativadas Disfluncias em lndiuiduos Gagos eFluentes. So Pau-lo, 1999. 214p. Dissertaco (Mestrado) - Universidade deSo Paulo. .

    7. Al'\lDRADE, C. R. F. Protocolo para avalaco da flunciada fala. Pro-fono (Revista deAtualizaco Cientfica), V. 12,n. 2, p. 131-134,2000.

    8. ANDRADE, C. R. E; BEFI-LOPES, D. M.; FERNANDES, F.D. M.; WERTZNER, H. E ABFvV - Teste e Linguagem Infan-til nas reas de Fcnologia, vocabuirio, Fluncia e Prag-mtica. Carapicuba: Pr-Fono, 2000. 90p.

    9. YAlRI, E. Disfluency characteristics of childhood sruttering.In: CURLEE,R E;SIEGa G.M.Nature and Treatmentcf Stutte- .ring: new directions. Boston: Allyn and Bacon, 1997. p. 49-78.

    10. GREGORY,H.; HILL, D. Differential evaluation - differentialtherapy for stuttering children. In: CURLEE, R. F.Stutteringand Related Disorders ofFluency. NewYork: Thierne, 1993.chap. 5, p. 23-44.

    11. PERKJNS, W. H. What is stuttering and why? In: BOBERG,E. Neuropsychology ofStuttering. Edmonton: The Unversiryo Alberta Press, 1993. p. 215-227.

    12. BLOODSTEIN, O. A Handbook on Stuttering. San Diego:Singular, 1995. 586p.

    13. BROWN, S. E The loci of sruttering in the speech sequence.f. Speech Dis., V. 10, p. 181-192, 1945.

    Abordagem Psicolingsticada Runcia _ '039

    14. SILVERMA..N,E H. Disfluency and word length.]. SpeechHeat. Res., V. 15, p. 788-791, 1972.

    15. SCHIEFER. A. M.; BRAGAGNOLO, JUNG, P. D.; DUARTE:T. L.; FRElIAS, G. A.; CIBOTO, T. A freqncia da gagueir~segundo a extenso da palavra. In: X CONGRESSGllRA-SILEIRO DE FONOAUDIOLOGIA, 2002. Belo Horizonte.Anais do X Congresso Brasileiro de Fonoaudiologia e doII Encontro Mineiro de Fonoaudiologia, 2002, n. 769.

    16. RILEY,G. D. Stuttering Severity Instrument for Children andAdults. Austin: Pro-Ed, 1994.

    17 .. YARUSS, J. S. The relationship between language andstuttering. In: NORTHWESTERN UNIVERSITY ANDSTIJITERING FOUNDATION OFAMERICA- STUTIERINGTHERAPY: A WORKSHOP FOR SPECIALISTS, 1995.Evanston. Northwestern Universiry and StutteringFoundation of Arnerica, Jul. 1995, p. 173-184. .

    18. FROMKJN, V A.; RATNER, N. B. Speech production. In:GLEASON, J. B.; RATNER, N. B. Psycolinguistics. 2. ed.Orlando: Harcourt Brace College Publishers, 1998. cap. 7,p.310-346.

    19 .: PERElRA, M. M. B. Anlise Lingstica da Gagueira. Belo. Horizonte, 2001. 336p. Tese (Doutorado) - Unversidade'. _.- .Federal de Minas Gerais.

    20. ROCHA, E. M. N. As Rupturas na Fala da Crian~a "Fluen-te" e da Crian~a "Disfluente". So Paulo, 1989. 124p. Dis-sertaco (Mestrado) -Pontificia Universidad e Catlica deSo Paulo.

    21. MACLAY, H.; OSGOOD, C. E. Hesitation phenornena inspontaneous English speech. Word, V. 15, p. 19-44, 1959.

    22. ZACKJEWICZ, D. V; ANDRADE, ea E Seis parrnetrosda fluncia, Revista da Sociedade Brasileira de Fonoaudio-logia, ano 5, V. 7, p. 59-64, 2000.

    23. LEVEIT, W. J. M. Speaking.from intention to articulation.2. ed. Cambridge: MIT, 1991. 233p.

    24. BROW!vLAN,c.: GOLDSTEIN, 1. Towards an articulatoryphonology. Phonology Yearbook, V. 3, p. 219-252, 1986.

    25. ALBANO, E. C. OsGestos e suas Bordas: esboce defonologaacstico-articulatria do portugus brasiieiro. Campinas:Mercado de Letras, 2001. 272p.

    26. VANRIPER, C. The Nature ofSruttering. 2. ed. EnglewoodCliffs: Prentice-Hall, 1982. 349p.

    27. WINGATE, M. The structure of stuttering: a psycholinguistic .analysis. New York:Wiley, 1988.

    28. POSTl'vIA, A.; KOLK, H. The covert repair hypothesis:prearticulatory repair processes in normal and sruttereddisfluencies. J. Speech Hear. Res., V. 3, p. 472-487, 1993.

    29. PERKJNS, W. H.; KENT, R. D.; CURLEE, R. E A theory ofneuro psycholinguistic function in sruttering. J. Speech Heat:Res., V. 34, p. 734-752, 1991.

    30. MUNHALL, K.G. Functional imaging during speechproduction. Acta Psychologica, V. 107, p. 95-117, 2001. :