Igreja Evanglica Assembleia de Deus em PernambucoSuperintendncia das Escolas Bblicas Dominicais

Pastor Presidente: Alton Jos AlvesAv. Cruz Cabug, 29 Santo Amaro Recife-PE / CEP. 50040 000 Fone: 3084 1524

LIO 13 A MANIFESTAO DA GRAA DA SALVAO - 3 TRIM/2015 (Tt 2.11-14; 3.4-6)

INTRODUOEscrevendo para o cooperador Tito em Tt 2.11-14, o apstolo Paulo fala sobre a graa de Deus manifesta atravs

de Cristo para salvar o homem pecador. Nesta lio traremos a definio desta palavra tanto no AT quanto no NT;destacaremos qual a perspectiva paulina sobre este favor de Deus; trataremos da questo bblico teolgica da graa deDeus e da responsabilidade humana; e, por fim, pontuaremos quais os principais benefcios da graa.

I DEFINIO DA PALAVRA GRAAO conceito de graa multiforme e sujeito a desdobramentos nas Escrituras. No AT, 'hen', significa: 'favor' o

favor imerecido de um superior a um subalterno. No caso de Deus e do homem, 'hen' demonstrado por meio de benostemporais, embora tambm o seja por meio de bnos espirituais e livramentos, tanto no sentido fsico quanto noespiritual (Jr 31,2; x 33.19). No NT, charis, que indica 'graciosidade', 'atrativo', 'favor'. Foi com a vinda de Cristo quea graa assumiu seu significado pleno. O seu auto sacrifcio a graa propriamente dita (2 Co 8,9). Esta graa absolutamente gratuita (Rm 6.14; 5.15-18; Ef 1.7; 2.8,9). Quando recebida pelo crente, ela governa sua vida espiritualcompondo favor sobre favor. Ela capacita, fortalece e controla todas as fases da vida (2 Co 8.6,7; Cl 4.6; 2 Ts 2.16; 2 Tm2,1) (WYCLIFFE, 2007, p. 876 acrscimo nosso).

II A PERSPECTIVA PAULINA SOBRE A GRAAO apstolo Paulo foi o principal instrumento humano para transmitir o pleno significado da graa em Cristo. Por

isso foi intitulado por alguns estudiosos da Bblia como 'o apstolo da graa'. A graa em sua mais completa definio o favor imerecido de Deus ao nos dar seu Filho, que oferece a salvao a todos, e d aqueles que o recebem comoSalvador pessoal, uma graa acrescentada para esta vida e uma esperana para o futuro (WYCLIFFE, 2007, p. 876 acrscimo nosso). luz de Tito 2.11-13 destacaremos algumas verdades bblicas sobre a graa:

2.1 A fonte da graa (Tt 2.11-a). No referido texto, Paulo nos diz que a graa procede de Deus: Porque a graa deDeus[...] (Tt 2.11-a). No original grego usado o genitivo possessivo, porque o favor lhe pertence; mas tambm 'vem'dEle, como sua fonte originria. Tal como por toda a parte da Bblia, aprendemos que Deus o grande benfeitor doshomens (I Co 15.10; I Pe 5.10) (CHAMPLIN, 2006, p. 432 acrscimo nosso).

2.2 O canal da graa (Tt 2.11-b). Segundo a Bblia Deus manifestou a sua graa em toda a sua plenitude na Pessoa deSeu Filho, Jesus Cristo (II Co 8.9; 13.13; Gl 1.6; 6.18; Ef 2.7; Fp 4.23; Ap 22.21). O mediador da dispensao da Lei foiMoiss, mas o mediador da dispensao da graa foi Cristo Jesus (Jo 1.17). A expresso 'manifestar' no original serelaciona ao substantivo 'epifania', ou seja, 'aparecimento' ou 'manifestao' (por exemplo, do sol ao amanhecer). Agraa de Deus surgiu repentinamente sobre os que estavam nas trevas e na sombra da morte (Ml 4.2; Lc 1.79; At 27.20;Tt 3.4). Ela despontou quando Jesus nasceu, quando de seus lbios emanaram palavras de vida e beleza, quando curava osenfermos, limpava os leprosos, expulsava os demnios, ressuscitava os mortos, sofreu pelos pecados dos homens equando deu sua vida pelas ovelhas para a reassumir na manh da ressurreio (HENDRIKSEN, 2001, p. 453).

2.3 O propsito da graa (Tt 2.11-c). Paulo nos diz que a graa de Deus se manifestou atravs de Cristo com umpropsito sublime [...]trazendo salvao[...]. usado aqui o adjetivo 'soterios', que indica uma graa que proporcionaa salvao, e no meramente algum favor divino secundrio, conforme h tantas manifestaes dessa ordem (Sl 104.10-30; 145.16; Mt 5.45; At 14.16-17; Rm 9.22). A salvao mencionada nesse texto, consiste na transformao moral eespiritual segundo a imagem de Cristo para que sejamos aquilo que Ele e para que compartilhemos de sua naturezaessencial, chegando a ser possuidores daquilo que ele possui (Rm 8.17,29), para que recebamos 'toda a plenitude deDeus' (Ef 3.19), em suas perfeies, atributos comunicveis e natureza, e para que participemos da prpria naturezadivina (II Pe 1.4) (CHAMPLIN, 2006, p. 432).

2.4 O alcance da graa (Tt 2.11-d). Desde o incio, a proposta divina sempre foi estender a bno da salvao a todosos homens indiscriminadamente (Gn 12.3; Gl 3.8). O sentimento ultranacionalista dos judeus fechou seus olhos a estarealidade de que, Deus os levantou a fim de serem uma nao evangelizadora para todos os povos (Is 42.6; 49.6;Rm 2.17-20). Todavia, a vinda do Messias mostrou claramente que Deus no faz acepo de pessoas (At 10.34; Rm 2.11;Ef 6.9; I Pe 1.17). Sua graa alcana os judeus e os gentios (Rm 3.29; 9.24,30; Gl 3.14; Ef 3.6).

2.5 O poder da graa (Tt 2.12). A graa tem poder transformador na vida daquele que a recebe por f. O apstolo Paulodiz que ela ensina a renunciar o antigo estilo de vida [...] impiedade e s concupiscncias mundanas[...] e a adotarum novo padro de vida segundo a Palavra de Deus [...]vivamos neste presente sculo sbria, e justa, e piamente[...].A expresso ensinar no grego o verbo paideuo, treinar crianas, embora tambm tivesse o sentido geral decriar, de educar, de disciplinar (CHAMPLIN, 2006, p. 432). O verbo usado no original do mesmo teor que osubstantivo pedagogo que algum que conduz as crianas passo a passo. A graa educa ensinando (At 7.22; 22.3),disciplinando (I Tm 1.20; II Tm 2.25), aconselhando, confortando, incentivando, admoestando, guiando, convencendo(HENDRIKSEN, 2001, pp. 454,455 acrscimo nosso). As trs virtudes que Paulo cita em Tt 2.12-b definem,sucessivamente, o relacionamento do cristo consigo mesmo, com o prximo, e com Deus, como veremos a seguir:

AS TRS REAS DE ATUAO DA GRAA VIRTUDES DA GRAA (Tt 2.12)

No relacionamento consigo mesmo Sobriedade (equilbrio; autocontrole; moderao)

No relacionamento com o prximo Justia (aquilo que direito; imparcial; correto)

No relacionamento com Deus Piedade (bom temor)

2.6 A esperana da graa (Tt 2.13). O Aurlio define esperana como o ato ou efeito de esperar o que se deseja,expectativa, f em conseguir o que se deseja. Esperana a certeza de receber as promessas feitas por Deus atravsde Cristo Jesus (Rm 15.13; Hb 11.1) e uma slida confiana em Deus (Sl 33.21,22). O termo deriva-se do grego elpis esignifica expectativa favorvel e confiante (Rm 8.24,25). Aps alcanado pela graa, salvo e transformado, o pecadorredimido passa a ter a expectativa da segunda vinda de Cristo para buscar a sua igreja (Fp 3.20; Cl 1.5; II Ts 2.16).

III A GRAA DE DEUS E A PARTICIPAO HUMANA

COSMOVISES ACERCADA GRAA DIVINA DEFINIO O QUE A BBLIA DIZ

MonergismoDo grego mons, nico +

ergon, trabalho.

Doutrina que atribui a converso do serhumano, nica e exclusivamente, a ao doEsprito Santo.

A salvao um dom divino dado por graaao homem (Ef 2.8); no pelas obras para queningum se glorie (Ef 2.9).

SinergismoDo grego syn, com + ergon

trabalho.

Doutrina que diz que a vontade do homem uma realidade, podendo responder,positivamente, graa divina, devendo fazerparte daquilo que a graa divina realiza.

A Escritura tambm nos mostra que apesarda salvao ser uma providncia divina, cabeao homem responder positivamente a ela (Jo3.16-18; At 3.19; 17.30; Rm 10.9).

IV OS PRINCIPAIS BENEFCIOS DA GRAA SEGUNDO A TEOLOGIA PAULINA

4.1 Adoo. No NT, o vocbulo descreve o ato pelo qual Deus recebe, como filho, algum que, legal e espiritualmente,no goza do direito de t-lo como Pai. A partir deste momento, passa esse algum a desfrutar de todos os privilgios queDeus preparou queles que aceitam a Cristo como nico e suficiente Salvador (Rm 8.15,23; 9.4; Gl 4.5; Ef 1.5).

4.2 Justificao. Processo judicial que se d junto ao Tribunal de Deus, atravs do qual o pecador que aceita a Cristo declarado justo (At 13.39; Rm 3.24; 5.1; I Co 6.11; Gl 3.24).

4.3 Regenerao. Milagre que se d na vida de quem aceita a Cristo, tornando-o participante da vida e da naturezadivina. Atravs da qual o homem passa a desfrutar de uma nova realidade espiritual (II Co 5.17; Tt 3.5; I Pe 1.23).

4.4 Santificao. a forma pela qual o nascido de novo aperfeioado semelhana do Pai Celeste, por meio do sanguede Cristo, da Palavra e do Esprito Santo (Jo 15.3; 17.17; I Co 6.11; I Jo 1.7; Rm 8.1).

4.5 Glorificao. No plano da salvao, a glorificao a etapa final a ser atingida por aquele que recebe a Cristo comoSalvador e Senhor de sua alma. A glria de Cristo ser partilhada plenamente com seus santos no arrebatamento da igreja.(Fp 3.20,21; I Co 15.51-54).

CONCLUSODeus fez brilhar sobre os homens o seu favor atravs de seu bendito Filho, Jesus Cristo. Compete ao homem pela

f aceitar esta graa, reconhecendo que somente por ela, ele, poder ser redimido da condenao do pecado.

REFERNCIAS ANDRADE, Claudionor de. Dicionrio Teolgico. CPAD. CHAMPLIN, R. N. Dicionrio de Bblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS. HENDRIKSEN, William. Comentrio do Novo Testamento. CULTURA CRIST. PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionrio Bblico Wyclliffe. CPAD. STAMPS, Donald C. Bblia de Estudo Pentecostal. CPAD.