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359
Capítulo –X
A TEORIA DA PLASTICIDADE
RESUMO
Neste capítulo será visto
10. 1 - Objetivos do capítulo
i) Entender
10. 2 - Introdução
360
10. 3 – Conceitos Básicos
2.2.1 – O Vetor Tensão e o Tensor Tensão
Considere e tensor das tensões dado por:
11 12 13
21 22 23
31 32 33
ij
(10. 1)
Onde o tensor das tensões é simétrico
ij ji (10. 2)
Figura - 10. 1.
O vetor tensão no plano ABC é dado por:
1
2
3
n
ttt
(10. 3)
e n
é o vetor unitário normal ao plano ABC
361
1
2
3
nn n
n
(10. 4)
e
1 11 12 13 1
2 21 22 23 2
3 31 32 33 3
t nt nt n
(10. 5)
Onde
i ji jt n (10. 6)
Figura - 10. 2.
362
2.2.2 – Tensões e Direções Principais
As tensões principais em um meio contínuo são definidas como:
Figura - 10. 3.
Figura - 10. 4.
t n
(10. 7)
escolhendo um valor de escalar e tomando t na direção de n
, temos:
0ji j in n (10. 8)
e
0ji ij jn (10. 9)
Logo
363
0ji ij (10. 10)
Então
11 12 13
21 22 23
31 32 33
0
(10. 11)
Onde são as tensões principais. Logo
11 12 13
21 22 23
31 32 33
0
(10. 12)
Desta forma obtemos a equação característica:
3 21 2 3 0I I I (10. 13)
Onde 1 2 3,I I e I são os invariantes do estado de tensão.
1 11 22 33I (10. 14)
e
2 2 22 11 22 22 33 33 11 12 23 13I (10. 15)
e
2 2 2 23 11 22 33 11 23 22 13 33 12 12 23 132I (10. 16)
364
2.2.3 – Tensor Tensão Desviador e Tensor Tensão Hidrostático
Figura - 10. 5.
13ij kk ij ijs (10. 17)
Onde o tensor hidrostático é dado por:
13ij kk ij (10. 18)
e ijs
2.2.4 – Estado de Tensão Hidrostático
O estado de tensão hidrostático é definido como:
0 00 00 0
m
ij m
m
(10. 19)
e
11 22 33 1
3 3mI
(10. 20)
365
Figura - 10. 6.
2.2.4 – Estado de Tensão Desviador
11 12 13
21 22 23
31 32 33
ij
s s ss s s s
s s s
(10. 21)
onde
13ij ij kk ijs (10. 22)
366
Figura - 10. 7.
2.2.4 – Estado de Cisalhamento Puro
Um estado de tensão é dito ser de cisalhamento puro se existem eixos 1 '2 3' , 'x x e x
tais que:
1'1' 2'2' 3'3' 0 (10. 23)
e
1'2' 1'3'
' ' 2 '1' 2'3'
3'1' 3'2'
00
0i j
(10. 24)
367
Figura - 10. 8.
A condição necessária e suficiente para um estado mde tensão ser de cisalhamento
puro é:
1 0 0iiI (10. 25)
O estado de tensão desviador corresponde a um estado de tensão de cisalhamento
puro.
13ij ij kk ijs (10. 26)
e
11 22 33 11 22 3311 11
11 22 33 22 11 3322 22
11 22 33 33 11 2233 33
23 3
2 03 3
23 3
ii
s
s S
s
(10. 27)
Existem eixos 1 2 3' , ' 'x x e x tal que 1'1' 2'2' 3'3' 0s s s
Tensões Principais do Estado de Tensão Desviador
0ij ijs s (10. 28)
Onde s são as tensões principais do estado de tensão desviador
A equação característica do Estado Desviador é dada por:
368
13 2
1 2 3 2
3
0s
s J s J s J ss
(10. 29)
onde
1 2 3,J J e J (10. 30)
São os invariantes de tensor desviador.
O primeiro invariante
1 11 22 33 1 2 3J s s s s s s (10. 31)
E o segundo invariante
2 2 22 11 22 22 33 33 11 12 23 13
2 2 21 2 3
1 12 212
ij jiJ s s s s s s s s s s s
s s s
(10. 32)
E o terceiro invariante
2 2 2 23 11 22 33 11 23 22 13 33 12 12 23 13
1 2 3
213 ij jk ki
J s s s s s s s s s s s s
s s s s s s
(10. 33)
Tensões Octaédricas
O plano octaédrico é o plano cuja normal forma ângulos iguais com os eixos
principais de tensão
369
Figura - 10. 9.
,oct oct tensões octaédricas (10. 34)
e
oct oct octt
(10. 35)
e
1 1 13 3 3
Tn
(10. 36)
e
1
12
2
33
1330 0
10 03 30 0
13 3
octt
(10. 37)
Onde a componente na direção n
é dada por:
.oct octt n
(10. 38)
E
370
1 2 3
3oct
(10. 39)
Esta é proporcional ao primeiro invariante
1
3oct mI
(10. 40)
E a componente de cisalhamento é dada por:
2 2oct oct octt (10. 41)
Figura - 10. 10.
2 2 21 2 2 3 3 1
19oct (10. 42)
Como
223oct J (10. 43)
É também um invariante
No estaco das tensões principais temos:
371
1 1 1, ,3 3 3
e
(10. 44)
e
(10. 45)
e
.ON e
(10. 46)
e
1 3 33 m oct
I (10. 47)
Logo
, ,m m m
(10. 48)
e
r
(10. 49)
e
1 2 3 1 2 3, , , , , ,m m mr s s s
(10. 50)
onde
1 2 3 22r s s s J (10. 51)
É outro invariante.
1 2 3
1 2 3
, ,
, ,
, ,m m m
OP
ON
r NP s s s
(10. 52)
OP
vetor de tensões do estado original; ON
vetor de tensões do estado
hidrostático; r NP
vetor de tensões do estado desviador.
372
10. 4 – Introdução à teoria da plasticidade
A teoria da plasticidade foi desenvolvida inicialmente para os metais. Seja a
seguinte amostra metálica:
Figura - 10. 11.
O desecarregamento é sempre elástico, ou seja quando se descarrega a peça a
curva será paralela a do carregamento na fase elástica.
Figura - 10. 12.
Se carregarmos a amostra, de G F, F se torna um novo ponto escoamento assim
chamamos o trecho CD de trecho de endurecimento ou “strain hrdening”, pois se houver
descarregamento voltando-se a qualque ponto pertencnte a este trecho, tem-se uma nova
tensão de escoamento mmaior do que a do primeiro carregamento. Já o trecho DE, trecho de
amolecimento, a nova tensão de escoamento será menor do que a anterior.
A deformação total de um carregamento descarregamento é:
373
)()( plásticavelirrecuperá
deformação
p
elásticalrecuperáve
deformação
e (10. 53)
Com o recarregamento (de G F) não ocorrerão deformações plásticas até que a tensão n
atinja novamente o valor anterior do ponto F.
Assim o ponto F pode ser considerado em um novo ponto de escoamento o que
implica no endurecimento (“strain hardening”).
OBS
Porque o recarregamento não segue a trajetória original do carregamento, as
defomações plásticas são dependentes da história de tensão. Por exemplo, os pontos H e I
esão sob diferentes tensões elas apresentam o mesmo estado de deformação.
amostradaçãoda
inicialareao
engenhariadeoutensão
n AF
sec
nominal
(10. 54)
e
o
o
engenhariadedeformação l
ll (10. 55)
e
amostradaçãoda
realareaverdadeiratensão A
F
sec
(10. 56)
Em metais, e assumindo que as deformações volumétricas são nulas
(incompressibilidade), isto é:
lAlA oo .. (10. 57)
logo
on
oo ll
lAlF
AF .
.
. (10. 58)
374
Portanto,
)1.( n (10. 59)
Esta é a relação entre a tensão verdadeira e a tensão nominal no ensaio uniaxial. No caso de
deformações infintesimais, temos:
n (10. 60)
A deformação verdadeira, também chamada de deformação natural introduzida
por Ludwick (1909), é dada por:
ldld (10. 61)
Logo
o
l
l ll
ldl
o
ln (10. 62)
Seta é a deformação verdadeira para o caso unidimensional.
Como 1/ oll , logo:
1ln (10. 63)
Esta é a relação entre a deformação natural e a deformação de engenharia. No caso de
deformações infinitesimais, temos:
(10. 64)
Vamos agora estudar um efeito que existe em plasticidade de metais.
Efeito Bauschinger
O efeito Baushinger é um efeito de histerese de deformação que acontece nos
metias dúcteis, conforme mostra a Figura - 10. 13.
Figura - 10. 13.
375
Modelos Reológicos
376
Relações Empíricas (relações funcionais) para o caso 1D
1) Relação de Ludwick (1909)
no H . (10. 65)
onde o , H, n são parâmetros do material obtido por ajuste por mínimos quadrados com
resultados do ensaio uniaxial. Esta relação se aplica para um material rígido-plastico.
2) Relação de Vore (1948)
)1)(( neaba (10. 66)
Oonde a, b, n são constantes do material. Esta relação se aplica para um material rígido-
plastico.
3) Relação de Swift
nac )( (10. 67)
com 10 n . Esta relação se aplica para um material rígido-plastico.
4) Relação de Prager
o
n
oE tanh (10. 68)
onde E é o módulo de Young. Esta relação se aplica para um material elasto-plastico não-
linear.
5) Relação de Ramberg-Osgood
o
o
n
paraE
paraE
kE
(10. 69)
Esta relação se aplica para um material elasto-plastico não-linear.
377
6) Relação de Richard
pnn
o
p
p EEE
EE
/1
1
(10. 70)
Este modelo pode representar o amolecimento (“strain softening”). Esta relação se aplica para
um material elasto-plastico não-linear.
Figura - 10. 14.
Maiores detalhes obre modelos funcionais 1D podem ser encontrados em:
RICHARD, R. M. & ABBOT, B. J. (1975) – “Versatile Elastic-Plastic Stress-Strain
Fórmula”, Technical Note, J. Enginerring Mechanics Division, ASCE, pp. 511-515.
No caso do ensaio uniaxial, o ponto de escoamento pode ser bem determinado.
Mas, o que aconteceria se diversas tensões, atuando em diversas direções, existir sobre
determinado ponto material?
Em outras palavras, a qual a combinação de tensões que usará o início do
escoamento plástico?
O critério para decidir qual a combinação de tensões é chamado de critério de
escoamento.
O primeiro passo em qualquer análise envolvendo fluxo plástico (i. e.
deformações plásticas) é a seleção de um critério de escoamento adequado para o material em
estudo. O próximo passo importante é como descrever o comportamento do material depois
que o escoamento plástico iniciar (quais são as leis de fluxo?)
378
Critérios de Escoamento
a) A Teoria de Rankine ou da tensão máxima
O escoamento ocorre quando uma das tensões principais torna-se igal a tensão de
escoamento o em tração ou compressão uniaxial.
Para o caso 2D de tensão (3 = 0), teremos:
o 1 (10. 71)
e
compressãoa
escoamento
co 2
(10. 72)
Figura - 10. 15.
Este critério, no entanto, não condiz com as evidências experimentais observadas
em ensaios com metais. Este critério foi abandonado.
b) Teoria de Saint-Venant ou da deformação máxima
O escoamento ocorre quando o máximo valor da deformação principal igualar-se
ao valor da deformação que, no ensaio uniaxial, corresponde a tensão de escoamento.
ovE
32111 (10. 73)
379
e
oEvE 3211 (10. 74)
considerando 03 , vem:
o
o
vEvE
122
211 (10. 75)
Este critério também não condiz com os resultados experimentais.
Figura - 10. 16.
c) Critério de Tresca ou da Tensão de Cisalhamento
O escoamento ocorre quando a máxima tensão de cisalhamento torna-se igual à
tensão cisalhante observada no ensaio unidimensional e correpondente à tensão de
escoamento o.
2221 o
(10. 76)
e
2231 o
(10. 77)
e
380
2232 o
(10. 78)
No caso 2D de tensão (3 = 0), tem-se:
o 21 (10. 79)
e
o 1 (10. 80)
e
o 2 (10. 81)
Figura - 10. 17.
O critério de Tresca condiz bastante bem com os resultados experimentais sendo
muito utilizado na prática.
A desvantagem deste método é que as tensões principais ),,( 321 de vem ser
calculadas antes.
Figura - 10. 18.
381
o 21 (10. 82)
e
orr )( (10. 83)
Logo
2or
(10. 84)
A tensão de escoamento no caso de cisalhamento simples corresponde à metade
do valor da tensão obtida no ensaio uniaxial.
d) Critério de Von Mises ou da energia de distorção
A energia de deformação específica é dada por:
ijijou 21
(10. 85)
e a energia de distorção específica é dada por:
ijijOCTD
d GGJu
21
43
2
22 (10. 86)
Figura - 10. 19.
382
O escoamento ocorre quando a energia de distorção específica du se igualar à
energia de distorção no escoamento observado no ensaio uniaxial
1) Ensaio 3D
22 3
1oJ (10. 87)
Logo, o critério de escoamento torna-se:
213
213
212
23322
23311
22211
2 691
OCT
(10. 88)
e
22 2
3OCTDJ (10. 89)
1) Ensaio 2D
Considerando o ensaio de tensão 2D ( 03 ) e somente as tensões principais,
temos:
221
212
222112 9
1.23 DJ (10. 90)
1) Ensaio 1D
E para o estado de tensão
2222 3
191.
23
oooDJ (10. 91)
Logo, o critériode Von Mises é expresso como:
2221
212
22211 3
161
o (10. 92)
Que corresponde a equação de uma elipse no plano 21
22221
21 o (10. 93)
383
Figura - 10. 20.
O critério de Von Mises é bastante utilizado na prática, não necessitando que as
tensões princiapis sejam conhecidas a priori. O critério de Von Mises também pode ser
expresso por esta expressão:
2213
213
212
23322
23311
22211 3
1661
o (10. 94)
No caso de cisalhamento simples, teremos:
Material Elastoplástico Perfeito
Postulado 1 :
Existe uma função de escoamento ijf tal que:
Material em regime elástico
0 0 0ij ij ijf ou f e f (10. 95)
Material em regime plástico
0 0ij ijf e f (10. 96)
e
11 22 33 23 13 12 1 2 3 1 2 3, , , , , , , , , ,f ou f (10. 97)
onde i são as tensões principais e i são os ângulos que definem as direções princiapais.
Superfície de escoamento é dada por:
384
0ijf (10. 98)
Postulado 2 :
O material é isotrópico se a função de escoamento é independente das direções e
não muda com a permutação dos eicxos, ou seja, f é simétrica com relação às tensões
principais.
1 2 3 2 1 3 1 3 2, , , , , ,f f f (10. 99)
Logo a função de escoamento pode ser expressa em função dos invariantes
1 2 3, ,f f I I I (10. 100)
Postulado 3 :
As tensões hidrostáticas não provocam escoamento:
1 2 3 2 3, , ,f f s s s ou f f J J (10. 101)
Ou
Figura - 10. 21.
Postulado 4:
Os comportamentos à tração e á compressão são idênticos.
O valor da tensão de escoamento não muda quando o sinal de todas as
componentes de tensão são trocados.
ij ijf f (10. 102)
385
Geometria da superfície de Escoamento
A superfície de escoamento é dada por:
1 2 3, ,r s s s
(10. 103)
e a equação do plano desviador é dada por:
1 2 31 1 1. .3 3 3
e i j k i j k
(10. 104)
Logo
1 2 3 1 2 31 33
(10. 105)
E o eixo hidrostático é dado por:
1 2 3 (10. 106)
386
Figura - 10. 22.
Neste caso temos:
1 2 3, ,f f (10. 107)
É uma função simétrica e
NAD NDB NEB NEC NCF NFA (10. 108)
Figura - 10. 23.
387
Critério de Escoamento de Tresca
O critério de escoamento de Tresca corresponde ao critério de máxima tensão de
cisalhamento e é válido para materiais dúcteis.
Figura - 10. 24.
Ele satisfaz o ciclo de Mohr
388
Figura - 10. 25.
max 2 (10. 109)
E a direção na qual o escoamento acontece para um material isotrópico é de 45º graus em
relação a direção de tração.
Figura - 10. 26.
onde
max 2K (10. 110)
E
2YK (10. 111)
Para o caso tridimensional temos:
389
Figura - 10. 27.
E
1 2 2 3 3 11 1 1, ,2 2 2
K Max
(10. 112)
Representaçào Geométrica do Critério de Tresca
Tridimensional
A representaçào geométrica do critério de Tresca é dado por:
1 2 3 1 2 2 3 3 11 1 1, , , , 02 2 2
f Max K
(10. 113)
390
Figura - 10. 28.
Bidimensional
Figura - 10. 29.
Figura - 10. 30.
391
max minmax 2 2
Y
(10. 114)
Critério de Escoamento de Von Mises
Ë o critério da Máxima Energia de Distorção. Este critério é válido para materiais
dúcteis.
Figura - 10. 31.
As tensões principais podem ser decompostas conforme mostra a
Figura - 10. 32.
A deformação volumétrica é dada por:
392
1 2 3 1 2 31 2V v
V E
(10. 115)
O estado hidrostático de tensão é dado por:
1 2 3
3 1 2 1 2vV vV E E
(10. 116)
A variação do volume não gera distorção logo
0 ; 0 (10. 117)
Em qualquer plano. E o estado desviador de tensão é dado por:
1 2 31 2 3 0V v
V E
(10. 118)
Não gera distorção, logo
0VV
(10. 119)
Energia de Deformação Elástica Específica
Figura - 10. 33.
393
Para o estado de qualquer tensão vale:
1 1 2 2 3 312
u (10. 120)
O estado hidrostático de tensão corresponde a:
1 2 31 2 3 3h h h
(10. 121)
E o estado desviador de tensão é dado por:
1 1
2 2
3 3
h
h
h
(10. 122)
Logo
1 1 2 2 3 312
s s su (10. 123)
Ou
1 2 3 1 1 2 2 3 31 12 2
V D
s s s
Energia associada ao volume Energia associada à mudança de formaENERGIA VOLUMÉTRICA ENERGIA DE DISTORÇAO
u u
u
(10. 124)
Logo a energia total fica:
V Du u u (10. 125)
Portanto,
limDu u (10. 126)
e
2 2 21 2 2 3 3 1 lim
16
v uE
(10. 127)
A obtenção experimental de limu é feita conforme mostra a
394
Figura - 10. 34.
1 2 3; 0Y (10. 128)
e
2lim
13
vu YE
(10. 129)
A expressão matemática do critério de Von Mises fica:
2 2 2 21 2 2 3 3 1 2Y (10. 130)
Representaçào Geométrica do Critério de Von Mises
Tridimensional
395
Figura - 10. 35.
Bidimensional
Figura - 10. 36.
Figura - 10. 37.
396
2 2 21 1 2 2 Y (10. 131)
Comparaação entre os Critérios de Tresca e Von Mises
Caso Bidimensional
Figura - 10. 38.
Condição de Continuidade do Fluxo Plástico
Seja um ponto submetido a um estado de tensão ij sobre a superfície de
escoamento, ou seja,
0ijf (10. 132)
Suponha que seja aplicado um incremento ijd em ij . Logo a condição para que o ponto
continue em processo de escoamento é dada por:
397
0ij ijf d (10. 133)
e
0ij ij ijdf f d f (10. 134)
Logo
11 22 1211 22 12
... 0f f fdf d d d
(10. 135)
O gradiente de f é perpendicular ao vetor incremento de tensão.
Figura - 10. 39.
Logo a condição de consistência é dada por:
0ijij
fdf d
(10. 136)
e o vetor incremento de tensão
11 22 12...Td d d d
(10. 137)
e o vetor gradiente da Função é dado por:
fGrad f
(10. 138)
e
398
11 22 12
...T f f fGrad f
(10. 139)
Logo
Grad f d
(10. 140)
Figura - 10. 40.
A condição de retorno ao regime elástico é dada por:
0ijij
fdf d
(10. 141)
E o gradiente de f forma um ângulo obtuso com o vetor incremento de tensão.
Postulado de Drucker
Dado um corpo em equlibrio sob um estado de tensão inicial definido pelo vetor
tensão generalizado 0iQ e submetido a uma agente externo que aplica lentamente um conjunto
de forças auto-equlibradas que, em seguida sào remosvidas. O trabalho realizado pelo agente
externo durante o ciclo de aplicação-remoção das forças não é negativo.
0 0ext totW W W (10. 142)
399
extW trabalho realizado pelo agente externo, totW trabalho total realizado por todas as
tensões 0W trabalho feito pelas tensões iniciais constantes.
Sendo o vetor tensão generalizado definido por:
11
22
33
23
31
12
Q
(10. 143)
e o vetor taxa de deformação generalizada definido por:
11
22
33
23
31
12
222
Q
(10. 144)
tmos que a potência é dada por:
i iW Q q (10. 145)
ou
ij ijW (10. 146)
O qual pode ser decomposto em uma componente elástica e outra plástica.
e pi i iq q q (10. 147)
A superfície de escoamento é mostrada na
400
Figura - 10. 41.
E o trabalho total no ccilo de aplicação-remoção de tensões é dado por:
1 1 2
1 10
t t t te e p e
i i i i i i it t t
W Wdt Q q dt Q q q dt Q q dt
(10. 148)
E o trabalho realizado no ciclo fechado envolvendo deformações elásticas é nulo, logo
1
1
t tp p
tot i it
W Q q dt W
(10. 149)
Corresponde ao incremento de trabalho plástico. E o trabalho realizado pelas tensões
generalizadas 0iQ durante o ciclo fechado é dado por:
1 1 2
1 1
0 00
0
t t t te e p e
i i i i i i it t t
W Q q dt Q q q dt Q q dt
(10. 150)
e
1
1
00 0
t tp p
i it
W Q q dt W
(10. 151)
e
0p p
extW W W (10. 152)
e
401
1
1
00 0
t tp p p
ext i i it
W W W Q Q q dt
(10. 153)
para t arbitrariamente pequeno, temos a desigualdade de Drucker
0 0p pi i iQ Q q (10. 154)
ou
0 0pij ij ij (10. 155)
OBS: Foi usado o índice p em iQ e ij para indicar que tais tensões correspondem a um
ponto sobrea superfície de escoamento.
Equação ( ) implica que o vetor taxa de deformação plástica generalizada forma
um ângulo não maior que 90º como o vetor incrementos de tensões generalizadas. Em forma
incremental, a desigualdade acima pode ser escrita na forma:
0 0p pi i iQ Q dq (10. 156)
Sendo A, B pontos sobre a superfície de escoamento, conforme mostra a
Figura - 10. 42.
Se A P e B P então ospontos sobre a superfície de escoamento ficam
conforme mostra a
402
Lei ou Principio da Normalidade
O vetor pq é normal à superfície de escoamento e aponta para fora.
Figura - 10. 43.
Lei da Convexidade
O ângulo entre o vetor pq e dQ pode resultar > 90º . A superfície de escoamento é
convexa. Pois uma superfície de escoamento côncava viola o postulado de Drucker
Figura - 10. 44.
Um material que satisfaz o Postulado de Drcker é dito ESTÄVEL ou “work-
hardening material”.
403
Função Potencial Plástico ou Regra de Fluxo
Obedece a seguinte regra de fluxo: Hipótese cinemática postulada para a
deformação plástica ou fluxo plástico.
A função potencial plástico ijg é uma função escalar das tensões.
A regra de fluxo plástico é dada por:
pij
ij
gd d
(10. 157)
Onde d é o fator de proporcionalidade escalar não negativo, pijd é o incremento de
deformação plástica.
Figura - 10. 45.
e a regra de fluxo associada é dada por:
ij ijg f (10. 158)
e
pij
ij
fd d
(10. 159)
A regra de fluxo não-associada é dada por:
ij ijg f (10. 160)
404
Regra de Fluxo Geral Associado
A regra de fluxo é dada por:
1 3, 0f J J (10. 161)
A lei da normalidade é dada por:
32
2 3
pij
ij ij ij
JJf f fd d dJ J
(10. 162)
que implica em
2 3
pij ij ij
f fd d s rJ J
(10. 163)
Figura - 10. 46.
onde
22
12 ij ij ij
ij
JJ s s s
(10. 164)
e
33
1 13 3ij jk ki ip pj qp pq ij ij
ij
JJ s s s s s s s r
(10. 165)
405
Regra de Fluxo Associado de Von Mises
A função de escoamento de Von Mises pode ser escrita como:
2
2 2 03
Yf J J (10. 166)
E a regra de fluxo associada é dada por:
2
2
pij
ij
Jfd dJ
(10. 167)
Como
2ij
ij
J s
(10. 168)
Temos:
pij ijd d s (10. 169)
logo
33 23 1311 22 12
11 22 33 12 23 13
p p pp p pd d dd d d ds s s s s s
(10. 170)
que corresponde a equação de Prandtl-Reuss.
406
Materiais Elastoplásticos com Endurecimento
Caso Inidimensional ou Uniaxial
Endurecimento (strain hardening) – é a propriedade definida pelo aumento contínuo da tensão
axial com a evolução da deformação axial após o ponto de escoamento.
Figura - 10. 47.
As trajetórias carga-descarga praticamente retas e coincidentes paralelas ao ramo
elástico linear inicial. Após a descarga e carga consecutivas, ocorre um aumento da tensão de
escoamento.
0Ydd
(10. 171)
Caso Tridimensional ou Triaxial
Endurecimento (strain hardening): a superfície de escoamento muda coma ocorr6encia de
deformações plásticas adicionais,
, , 0pij ijf k (10. 172)
onde k é o parâmetro de endurecimento, pij são componentes de deformação plástica.
A regra de endurecimento define a evolução da superfície de escoamento com o
fluxo plástico.
407
Figura - 10. 48.
Critério de Continuidade de Fluxo Plástico para um Material com Endurecimento
Se
0 . 0 0
0 . 0 0
pij
pij
ff e d d
ff e d d
(10. 173)
Figura - 10. 49.
e
90 0pd
(10. 174)
408
Regra de Endurecimento para um Material com Endurecimento
A regra de endurecimento para materriais elastoplásticos segue a seguinte
expressão:
2, , , 0p pij ij ij ij p
tamanho da superfícieforma da superfície
f k F k
(10. 175)
Donde vale as seguintes definições de Tensão efetiva
2332e ij ijJ s s (10. 176)
E deformação plástica efetiva
23
p pp ij ij (10. 177)
Tensão e Deformação Plásticas Efetivas – Caso de tensão Uniaxial
Figura - 10. 50.
2 30 ; 0 (10. 178)
e
409
2 2 22 1 1
13 0 0 0 02e J (10. 179)
logo a tensão efetiva é igual a tensão uniaxial
1e (10. 180)
e
23
p pp ij ij (10. 181)
e
2 2 2
1 2 323
p p pp
(10. 182)
Para o material plástico incompressível é dado por:
2 3 112
p p pp (10. 183)
Logo a deformação plástica efetiva é igual a deformação plástica uniaxial:
1p
p (10. 184)
410
Tensão e Deformação Plásticas Efetivas – Caso de tensão Uniaxial
A superfície inicial se expande uniformente sem distorção e sem translação
quando ocorre o fluxo plástico.
2ij pF k (10. 185)
Figura - 10. 51.
411
Modelo de Endurecimento Isótropo – Função de Von Mises
Neste modelo temos:
22, 0ij pF k J k (10. 186)
Figura - 10. 52.
2 2 2 22 1 1 1
1 10 0 0 06 3
J (10. 187)
e
2 21
1 03 pk (10. 188)
Implica que
2 21 3 pk (10. 189)
Logo
13p ek (10. 190)
que corresponde a
22
1 03 eJ (10. 191)
Que implica em
223 0eJ (10. 192)
412
Modelo de Endurecimento Cinemático
Durante o fluxo plástico, a superfície de escoamento se desloca como um corpo
rígido no espaço de tensões, mantendo a forma, o tamanho e a orientação da superfície inicial.
2, , 0pij ij ij ijF k F k (10. 193)
Figura - 10. 53.
Modelo de Endurecimento Misto
Durante o fluxo plástico, a superfície de escoamento sofre uma translação definida
por ij e uma expansão uniforme medida por 2k , mantendo a sua forma original.
2, , 0pij ij ij ij pF k F k (10. 194)
Figura - 10. 54.
Aplicando a Lei da Normalidade
413
fd C d d
(10. 195)
Temos a condição de consistência
0Tf d
(10. 196)
Logo
0Tf fC d d C
(10. 197)
0Tf fC d d C
(10. 198)
Relação Constitutiva Incremental para um Material Elastoplástico Perfeito
O vetor incremento de deformação é dado por;
e pd d d (10. 199)
e o vetor incremento de tensão é dado por:
e pd C d C d d (10. 200)
onde C é a matriz de rigidez do material
Usando a lei da normalidade:
pij
fd d
(10. 201)
temos o fator de proporcionalidade
T
T
f C dd
f fC
(10. 202)
414
E a Relação Constitutiva Elastoplástica do Material é dada por:
T
T
f C dfd C d
f fC
(10. 203)
ou
T
T
f C dfd C I d
f fC
(10. 204)
onde a Matriz de Rigidez Elastoplástica do Material é dada por:
T
epT
f C dfC C I d
f fC
(10. 205)
Aplicação a matriz de Rigidez de uma Barra
A condição de plastificação de uma secção transversal é dada por:
, , , , , 0x y z x y zN V V M M M (10. 206)
Considerando o material da barra do tipo estável de Drucker temos que a lei da
normalidade é dada por:
pU G (10. 207)
Onde pU é o vetor taxa de deslocamentos plásticos, G é o vetor gradiente da função
e é o fator de proporcionalidade.
Observando que a superfície 0 é convexa temos:
T
x y z x y z
GN V V M M M
(10. 208)
e a condição de consistência é dada por:
415
0TG F (10. 209)
Onde F é o vetor deslocamento de forças e
, , , , ,Tx y z x y zF N V V M M M (10. 210)
A secção plastificada é dada pela rótula plástica onde 0
Figura - 10. 55.
Figura - 10. 56. Elemento de Barra
Figura - 10. 57. Elemento com uma rótula plástica no extremo 1.
O vetor taxa de deslocamentos nodais é dado por:
1
2
UU
U
(10. 211)
E o vetor taxa de forças nodais é dado por:
416
1
2
FF
F
(10. 212)
Logo
e eF K U (10. 213)
onde eK é a matriz de rigidez incremental elástica da barra e
1 111 12
21 222 2
e e
e e
F UK K
K KF U
(10. 214)
O vetor taxa de deslocamentos elásticos no extremo 1 é dado por:
1 1 1e pU U U (10. 215)
Na secção do extremo 1 temos a leida Normalidade:
1 1 1pU G (10. 216)
E a condição de Consistência
1 1 0TG F (10. 217)
Logo
1 11 1 1 12 2 1 11 1 1 0T T Te e eG K U G K U G K G (10. 218)
e
1
1 1 11 1 121 11 1 2
1 T Te eT e
UG K G K
G K U U
(10. 219)
e
1 111 12 11 12 1 1
21 22 21 222 20
e e e e
e e e e
F UK K K K GK K K KF U
(10. 220)
Logo
417
1 111 12 11 1211
21 22 21 222 2
1 00
e e e e
e e e e
F UK K K KGI G
cK K K KF U
(10. 221)
Onde
1 11 1T ec B K B (10. 222)
E a matriz de rigidez elastoplástica do elemento é dada por:
1 1 Te eEPK K I G G K
c
(10. 223)
e
1 0T TG G (10. 224)
418
10. 5 - Exemplos e Aplicações
419
10. 6 - Exercícios e Problemas