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A Sustentabilidade da Estratégia A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico o Contexto Geopolítico Histórico ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - EERP/USP

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Page 1: A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico ESCOLA DE ENFERMAGEM

A Sustentabilidade da Estratégia do A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Tratamento Supervisionado no

Controle da Tuberculose, Segundo o Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico HistóricoContexto Geopolítico Histórico

ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - EERP/USP

Page 2: A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico ESCOLA DE ENFERMAGEM

Pedro Fredemir Palha Pedro Fredemir Palha Tereza Cristina Scatena Villa Tereza Cristina Scatena Villa

Aline Monroe Aline Monroe Laís Caetano da Silva Laís Caetano da Silva

Simone Terezinha Protti Simone Terezinha Protti Jaqueline Garcia de Almeida Jaqueline Garcia de Almeida

Aline da Silveira Ramos Aline da Silveira Ramos Antônio Ruffino-Netto Antônio Ruffino-Netto

. .

A Sustentabilidade da Estratégia do A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle Tratamento Supervisionado no Controle

da Tuberculose, Segundo o Contexto da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico HistóricoGeopolítico Histórico

Page 3: A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico ESCOLA DE ENFERMAGEM

A ÓTICA DO GESTORA ÓTICA DO GESTOR

Maria de Lourdes Sperli Geraldes dos Santos DOTS: Gerência Maria de Lourdes Sperli Geraldes dos Santos DOTS: Gerência das ações de controle da tuberculose no interior paulista;das ações de controle da tuberculose no interior paulista;

Aline Aparecida Monroe. O envolvimento de gestores e equipes Aline Aparecida Monroe. O envolvimento de gestores e equipes de saúde com o controle da tuberculose em municípios de saúde com o controle da tuberculose em municípios prioritários do Estado de São Paulo (2005);prioritários do Estado de São Paulo (2005);

Simone Terezinha Protti. A estratégia de controle da TB sob a Simone Terezinha Protti. A estratégia de controle da TB sob a ótica dos gestores/gerentes no município de Ribeirão Preto.ótica dos gestores/gerentes no município de Ribeirão Preto.

Tese de Livre Docência:Tese de Livre Docência: A sustentabilidade da estratégia do A sustentabilidade da estratégia do tratamento supervisionado no controle da tuberculose, segundo tratamento supervisionado no controle da tuberculose, segundo o contexto geopolítico histórico – EERP/USP - 2007o contexto geopolítico histórico – EERP/USP - 2007

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• A tuberculose é uma doença negligenciada (RUFFINO-NETTO, 2002).

• Em 1993 a OMS declarou a tuberculose como estado de urgência e propôs a estratégia do Tratamento Supervisionado Diretamente Observado (DOTS).

O contexto da Tuberculose

• No Brasil: 9ª causa de internações hospitalares no sistema públicopor doenças infecciosas; ocupa o 7º lugar em gastos com internações peloSNS, e a 4ª posição como causa de mortalidade por doenças infecciosas (BRASIL, 2004).

• O país ocupa 16ª posição no ranking mundial, entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de TB (WHO,2006).

• Em 1998 o Brasil adotou, em 230 municípios, a estratégia DOTS para o controle da tuberculose, tendo metas de atingir 85% das taxas de cura, 70% de detecção de casos e reduzir o abandono do tratamento em 5%.

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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OBJETIVO

• Analisar a cobertura do Tratamento Supervisionado em dois municípios prioritários do Estado de São Paulo, com diferentes portes populacionais, no período de 1998 a 2004, a partir do contexto geopolítico histórico.

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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Período de 1998-2004

36 municípios prioritários para o controle da TB

Dados quantitativos

Bertioga e Ribeirão Preto

Estado de São Paulo

Síntese interpretativa

Percurso metodológico

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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100%

Bertioga Caraguatatuba Itanhaém São Sebastião Ubatuba

Gráfico 2. Percentual de cobertura do TS nos municípios prioritários do ESP, com populaçao entre 41 e 96 mil habitantes.

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Municípios de Pequeno Porte Populacional

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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Ribeirão Preto Sorocaba São José dos Campos

Gráfico 5. Percentual de cobertura do TS nos municípios prioritários do ESP, com populaçao entre 551 e 601 mil habitantes.

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

Municípios de Grande Porte Populacional

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

Bertioga Caraguatatuba Itanhaém São Sebastião Ubatuba

Gráfico 2. Percentual de cobertura do TS nos municípios prioritários do ESP, com populaçao entre 41 e 96 mil habitantes.

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

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100%

Ribeirão Preto Sorocaba São José dos Campos

Gráfico 5. Percentual de cobertura do TS nos municípios prioritários do ESP, com populaçao entre 551 e 601 mil habitantes.

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004

COBERTURA DO TRATAMENTO SUPERVISIONADO

Quais os fatores explicativos para que municípios possam garantir estabilidade na cobertura do Tratamento Supervisionado?

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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Índice Paulista de Vulnerabilidade Social Índice Paulista de Responsabilidade Social

Fator1Socioeconômico

Fator 2 – Ciclo de Vida das Famílias

Famílias Jovens

(até – 0,5)

Famílias Adultas

(até – 0,5)

Famílias Idosas

(até – 0,5)

Baixo (até – 0,5)

Médio (-0,5 a 1,0)Alto (1,0 a 1,5)

Muito alto (maior que 1,5)

(6)VulnerabilidadeMuito Alta

(5) Vulnerabilidade Alta

(2)Vulnerabilidade

Muito Baixa

(4) Vulnerabilidad

eMédia

(3) Baixa Vulnerabilidade

(1) Nenhuma Vulnerabilidade

Características

Grupo 1

Municípios mais ricos e populosos do Estado, onde parcelas significativas de sua população se beneficiam desse dinamismo econômico.

Grupo 2

Municípios com bons indicadores de riqueza, mas incapazes de garantir à maior parte da sua população o desfrute de seu padrão econômico.

Grupo 3

Pequenos municípios com baixos níveis de riqueza, mas cujas populações apresentam bons indicadores sociais, em conseqüência do melhor acesso a serviços de saúde e educação.

Grupo 4

Um grupo intermediário de municípios que vêm conseguindo melhorar seus indicadores sociais, apesar da pouca riqueza ali existente.

Grupo 5

Municípios que se mantêm em situação de pobreza. Bertioga: IPVS (4) IPRS (2)

Ribeirão Preto: IPVS (2) IPRS (1)

Fonte: Fundação Seade, 2004.

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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• Média de cobertura do TS foi de 25,85% (1998-2004)

• 49,8% dos responsáveis pelos domicílios percebiam até três salários mínimos

• 32,1% tinham o ensino fundamental.

• Idade média dos chefes dos domicílios é de 41 anos

• 11,2% da população infantil tinham menos de 4 anos

• Taxa de crescimento populacional foi de 8,4% (2000-2002), passando de 17.719 em 1998 para 35.739 mil habitantes em 2004. (maior do Estado)

• Quanto ao IPVS o município apresenta 97,5% da população situada nos grupos 3, 4 e 6 de vulnerabilidade social

• Incremento de políticas sociais e universais (2004) média de cobertura para o TS de 58%, ESF 0% e PACS 0%, estando sob a Gestão Plena do Sistema Municipal, de acordo com a NOB 1996

• Média de cobertura do TS foi de 46,57% (1998-2004)

• 35,6% dos responsáveis pelos domicílios ganhavam no máximo três salários mínimos

• 51,5% tinham o ensino fundamental.

• Idade média dos chefes dos domicílios é de 46 anos

• 7,6% da população infantil tinham menos de 4 anos

• Taxa de crescimento populacional foi de 1,5% (2000-2002), passando de 462.579 em 1998 para 527.733 mil habitantes em 2004. (menor em relação ao Estado)

• Em relação ao IPVS o município apresenta 87,5% da população nos grupos 1, 2, 3 e 4 de vulnerabilidade social

• Incremento de políticas sociais e universais (2004) média de cobertura para o TS de 88%, ESF 11,1% e PACS 32,5%, estando sob Gestão Plena do Sistema Municipal, de acordo com a NOB 1996.

Bertioga Ribeirão Preto

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Fatores

Grau de dependência das transferências

intergovernamentais

Capacidade fiscal do município – IPTU e

ISSQN

Estabilidade e capacitação de RH nos cargos de gestão:

maior capacidade de negociação com gestor local

Aprendizado institucional no sistema de gestão municipal:maior capacidade

de manter a estabilidade de suas políticas locais em períodos de crise

política, fiscal e administrativa

Capacidade de regulação, avaliação, pactuação com entes federativos estadual

e federal: maior capacidade de vocalização

A Sustentabilidade da Estratégia do Tratamento Supervisionado no Controle da Tuberculose, Segundo o Contexto Geopolítico Histórico

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A natureza e as especificidades dos municípios com relação aos aspectos da vulnerabilidade e padrão socioeconômico/ciclo de vida conferem particularidades próprias que devem ser consideradas pelos gestores.

Há que se considerar cada realidade, pois municípios que apresentam média e alta vulnerabilidade e baixos indicadores de riqueza merecem um olhar diferenciado nas pactuações das ações de saúde.

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A participação cívica deve ser intensificada para todas as políticas de saúde e, em especial o controle da TB, mediante a criação de redes/fóruns permanentes de educação/discussão e ampliação do processo de inclusão digital para que a informação flua com maior rapidez.

Acredita-se que a organização dos serviços de saúde deve ser moldada pelo contexto geopolítico e pela capacidade de participação e controle social.

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