a sustentabilidade ambiental na construÇÃo civil … · por vezes não tem destinação correta....

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A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NA CONSTRUÇÃO CIVIL FRENTE À NECESSIDADE DE UM TRABALHO TECNOLOGICAMENTE INOVADO Wagner Costa Botelho (UNIP) [email protected] Oduvaldo Vendrametto (UNIP) [email protected] Renata Maciel Botelho (BSILIDES) [email protected] Embora com atraso, inicia-se os processos de Inovações Tecnológicas na Indústria da Construção Civil. Novos equipamentos, materiais, sistemas de gestão e manutenção, perfil de mão de obra, estão rompendo metodologias e modelos tradicionais até agora utilizados. Tratando-se de setor em que utiliza mão de obra em grande escala e de baixa qualificação, um paradoxo começa a ser observado na construção civil: os empregos exigem um perfil de trabalhador pouco disponível no mercado e os trabalhadores desempregados não estão qualificados a participarem dos novos processos inovados tecnologicamente, processos estes que certamente geram resíduos, que por vezes não tem destinação correta. Providências devem ser tomadas, as mudanças que estão acontecendo comprometem o setor, trazendo para as empresas a oportunidade concreta de se envolverem com ações sustentáveis. A pesquisa que orientou este trabalho revelou para o setor da Construção Civil, o uso de mão de obra má qualificada, sem educação técnica especializada, tem conduzido a não qualificação para atividades em que a Inovação Tecnológica da Construção Civil se faz presente. Uma proposta de implementação no curso de Formação de Técnicos de Nível Médio em Eletrotécnica, de disciplinas que contemplem tal evolução tecnologia voltada para um mundo sustentável e ambientalmente correto, é o propósito deste trabalho. Palavras-chaves: Sustentabilidade ambiental, Inovação tecnológica, Construção Civil, Educação técnica. 5, 6 e 7 de Agosto de 2010 ISSN 1984-9354

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A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

NA CONSTRUÇÃO CIVIL FRENTE À

NECESSIDADE DE UM TRABALHO

TECNOLOGICAMENTE INOVADO

Wagner Costa Botelho (UNIP)

[email protected]

Oduvaldo Vendrametto (UNIP)

[email protected]

Renata Maciel Botelho (BSILIDES)

[email protected]

Embora com atraso, inicia-se os processos de Inovações Tecnológicas

na Indústria da Construção Civil. Novos equipamentos, materiais,

sistemas de gestão e manutenção, perfil de mão de obra, estão

rompendo metodologias e modelos tradicionais até agora utilizados.

Tratando-se de setor em que utiliza mão de obra em grande escala e de

baixa qualificação, um paradoxo começa a ser observado na

construção civil: os empregos exigem um perfil de trabalhador pouco

disponível no mercado e os trabalhadores desempregados não estão

qualificados a participarem dos novos processos inovados

tecnologicamente, processos estes que certamente geram resíduos, que

por vezes não tem destinação correta. Providências devem ser

tomadas, as mudanças que estão acontecendo comprometem o setor,

trazendo para as empresas a oportunidade concreta de se envolverem

com ações sustentáveis. A pesquisa que orientou este trabalho revelou

para o setor da Construção Civil, o uso de mão de obra má

qualificada, sem educação técnica especializada, tem conduzido a não

qualificação para atividades em que a Inovação Tecnológica da

Construção Civil se faz presente. Uma proposta de implementação no

curso de Formação de Técnicos de Nível Médio em Eletrotécnica, de

disciplinas que contemplem tal evolução tecnologia voltada para um

mundo sustentável e ambientalmente correto, é o propósito deste

trabalho.

Palavras-chaves: Sustentabilidade ambiental, Inovação tecnológica,

Construção Civil, Educação técnica.

5, 6 e 7 de Agosto de 2010

ISSN 1984-9354

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VI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO Energia, Inovação, Tecnologia e Complexidade para a Gestão Sustentável

Niterói, RJ, Brasil, 5, 6 e 7 de agosto de 2010

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1. Introdução

Momento em que sem exceção, todos os países estão engajados em mitigar os danos

ambientais, com ações integradas e processos sustentáveis, novas especializações

profissionais e postos de trabalho surgem, enquanto diversas ocupações tradicionais são

transformadas ou extintas. As novas demandas profissionais surgem com a exigência dos

novos padrões de conhecimento e habilitações, apanhando os sistemas formadores de

surpresa.

O mercado ainda carece de políticas públicas e privada quanto a dois aspectos importantes:

- A qualificação adequada para os ingressantes nos novos empregos que são gerados no

mercado do trabalho e;

- O estabelecimento de mecanismos de apoio que re-qualifiquem os trabalhadores para este

novo mercado. Além de exigir dos trabalhadores contínua atualização, desenvolvimento de

habilidades e competências de modo a atender aos novos requisitos-técnicos para alargar a sua

sobrevivência e aumentar sua empregabilidade com o enriquecimento da função a qual ele

exerce.

A preocupação com a formação de profissionais técnicos, diante dessa realidade, inspirou este

trabalho que se propõe a um estudo de caso sobre o ensino de instalações elétricas

residenciais, quanto à manutenção e instalação da rede elétrica em paredes divisórias não

tradicionais como as construídas com Drywall. Uma vez que as atividades empresariais,

influenciadas pelas novas realidades tecnológicas e de gestão, buscam profissionais com

competências adequadas prontos para atuarem neste novo mundo tecnologicamente inovado,

com operações de baixo impacto ambiental e sustentável.

O contexto em que este trabalho está inserido é o do mercado brasileiro da Construção Civil,

que embora com atraso, inicia a inserção de processos de Inovações Tecnológicas radicais.

Portanto, o interesse pessoal dos pesquisadores para o tema, se impõe pela recorrência das

discussões sobre as Inovações Tecnológicas na Construção Civil e a mudança do perfil de

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mão de obra no Brasil, assunto permanente nesse ambiente. Pesquisas desta natureza

favorecem a compreensão do real papel dos agentes formadores de técnicos numa

sociedade composta de pessoas de baixa formação escolar e profissional. A prospecção com

recém formados mostrou o desconhecimento da evolução tecnológica.

A presente pesquisa teve como alvo, identificar novas tecnologias, materiais e processo em

obra Civil como o Drywal, e o perfil do trabalhador capacitado em cursos profissionais

Técnicos de nível médio em Eletrotécnica, quando inseridos nesse mercado após terem sido

instruídos para metodologias convencionais de operação nas atividades de uma obra. A

configuração da pesquisa apresentada neste artigo foi motivada pelos docentes e

pesquisadores como tentativa de propor melhorias para a área de atuação desse modelo de

ensino, que se encontra aquém da velocidade evolutiva que deveria estar.

O direcionamento esteve nos processos inovados tecnologicamente e os tradicionais, para

estudar a mudança do perfil do trabalhador, os requisitos de conhecimento exigidos dos novos

profissionais Técnicos, a provável redução de postos de trabalho disponíveis, a trabalhadores

de baixa qualificação atuantes em obras com processos inovados tecnologicamente, sem

educação técnica especializada. Essa demanda orientou para a inserção de uma disciplina no

curso de Formação de Técnicos de Nível Médio em Eletrotécnica, que contemple a evolução

tecnológica na Construção Civil para um universo onde o meio ―ambiente sustentável‖ é a

frase do momento.

O problema central está identificado como: - A importância da capacitação de profissionais

Técnicos do curso de Eletrotécnica nos novos métodos de trabalho da Construção Civil faz-se

imprescindível nestes novos tempos?

Este problema leva para a imediata hipótese:

- No curso de Técnico de Nível Médio em Eletrotécnica, a inclusão de uma disciplina que

aborde as inovações tecnológicas no setor da Construção Civil, a fim de manter estes

profissionais no mercado de trabalho competitivo, faz-se necessária.

Portanto, o objetivo pôde ser concentrado na identificação da necessidade de capacitação do

futuro Técnico Eletrotécnico nas novas tecnologias do setor da Construção Civil. Na

construção / instalação e montagem inovadas, vem com tendência futura de desemprego

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tecnológico em função do novo perfil profissional exigido para este setor, demandando para si

cursos Técnicos que tenha esta visão de mudança sistêmica.

Com uma busca bibliográfica de modo exploratório, procurou-se estudar o caso da mudança

de perfil do técnico que está transitando de obras tipo ―construção‖ para obra do tipo

―montagem‖. Procurou-se também, avaliar a tendência futura de desemprego tecnológico em

função do novo perfil profissional exigido para os profissionais Técnicos Eletrotécnicos

dentro deste setor da Construção Civil, além da consciência do meio ambiente sustentável.

A pesquisa de caráter exploratório bibliográfico é colocada como o passo inicial para a

tomada de consciência de um problema, para posterior formulação das hipóteses sobre o

mesmo. Devido ao viés da Inovação Tecnológica e a limitação do ambiente de pesquisa, o

estudo de caso mostra-se indicado o aprofundamento do tema. É fundamental ressaltar que,

apesar de as atividades pesquisadas serem significativas de acordo com o referencial teórico

apresentado, não esgota as possibilidades do tema em estudo.

2. O mundo do trabalho e as mudanças tecnológicas

Oliveira (1995) apresenta que as mudanças tecnológicas no mundo do trabalho ocorreram a

partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, que se caracterizou pela evolução

tecnológica aplicada na produção e a conseqüente revolução nos processos de produção e nas

relações sociais.

Lamera (2000) constata que trabalhadores migrantes, quase sempre de baixa escolaridade e

precária formação profissional, encontravam na Construção Civil a possibilidade de venda da

sua força física de trabalho, geralmente terceirizados, origina a mão de obra deste setor.

Contudo, a realidade brasileira é de pouca qualificação, baixa escolaridade, aprendizado na

prática e baixa capacidade em aprender, na qual vem ocorrendo importantes mudanças

relacionadas a processo de trabalho gerando conseqüentemente nas empresas alteração

organizacional do trabalho.

2.1 A Construção Civil, características, tendências, mão de obra e

tecnologia

Segundo Guerrini (1998), a Construção Civil se relaciona com grande parte dos setores

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industriais, desde a fase extrativista de minérios para fabricação de materiais e componentes

até a manutenção e automação de edifícios. Esta característica está inter-relacionada em um

contexto geral com outras áreas como a Eletrotécnica. Destacando-se, portanto, a importância

social e econômica da Construção Civil, em face da grande absorção da mão de obra técnica

especializada de outros setores e o poder de reprodução de empregos diretos e indiretos.

A Construção Civil está passando por um processo de mudança, com a reestruturação da sua

capacidade de produção, frente à crescente competição externa, que conduz ao processo

técnico e a adoção de modelos claramente distinta de gerência de produção caracterizada por

uma organização tradicional em fase de mudanças radicais. Na Construção Civil, a

reestruturação produtiva está mais ligada à utilização de novos materiais do que à introdução

de novas máquinas e equipamentos. É o caso, por exemplo, dos painéis de gesso acartonado,

que substituem as paredes de alvenaria. Cabe aos profissionais Técnicos de instalações

elétricas se capacitarem na instalação e manutenção neste novo tipo de parede.

É visível uma forte tendência à utilização de sistemas construtivos baseados na pré-fabricação

de elementos antes produzidos no próprio canteiro, transformando o processo de Construção

em sistemas de montagem. Paredes de gesso acartonado separam compartimentos de uma

construção. São compostas por um miolo de gesso e aditivos, envolto por cartão especial.

A soma destes elementos, resistentes a esforços de compressão e tração, o gesso e o cartão,

resultam em uma superfície de revestimento e acabamento, a qual se pode pregar, aparafusar,

serrar e trabalhar inclusive superfícies curvas. A organização tradicional da Construção Civil

subdividiu e reduziu as tarefas tornando sua execução extremamente simples, sendo este

segmento caracterizado pela intensidade de mão de obra, baixo nível de escolaridade e

qualificação profissional Técnica.

Portanto, as mudanças que começam acontecer deverão ter repercussão significativa na

qualificação de mão de obra deste e de outros setores de apoio – instalação elétrica é um

delas. Frente a presente característica da atividade da Construção Civil, os profissionais

Técnicos do setor e os dos demais setores necessitam, além do aprendizado prático,

desenvolver a habilidade de lidarem com novos materiais.

Ainda nos dias de hoje, alguns especialistas apontam falta de treinamento na Construção

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Civil. Como exemplo, pode-se destacar, segundo Barros (1999), que as características da mão

de obra para a produção, manutenção e instalação de elementos elétricos em paredes de

vedações verticais em chapas de gesso acartonado, aponta um problema que é: ― ... a

deficiência no processo de treinamento e capacitação da mão de obra técnica ...‖.

Lima (1994) considera que o processo de formação da mão de obra na Construção Civil,

ocorre através da iniciação e da colaboração direta na execução prática das tarefas.

Contudo, o desconhecimento e desqualificação podem ser recuperados através do treinamento

especifico, tendo em vista que as tecnologias e novas técnicas sempre estão em evolução. A

preocupação desta pesquisa em analisar o aspecto humano envolvido nessas modificações do

processo construtivo, pela introdução de novos materiais e conseqüentemente novo perfil de

mão de obra, é partilhada por Farah (1992) ao afirmar que: ―... os ofícios sofrem assim um

novo processo de empobrecimento e extinção, apesar da continuidade da necessidade de

domínio de um saber fazer que não se subordine integralmente a uma prescrição

padronizada‖.

Diversos autores têm-se preocupado em conceituar tecnologia segundo sua área de interesse.

Entretanto, no entendimento popular, a tecnologia é o equipamento, a máquina, o software. O

pragmatismo do empresário leva a considerações do tipo: a compra dessa tecnologia que

possibilitará dobrar a produção pelo simples fato de ter adquirido uma máquina

(VENDRAMETO, 2003). Tecnologia é, sobretudo, conhecimento (PORTER, 2004).

Esse conhecimento instrumentaliza-se quando se incorporam numa ferramenta ou

equipamento tangível, em procedimentos, métodos, técnicas, algoritmos, softwares e

anotações: ―... de todas as coisas que podem modificar as regras da concorrência, a

transformação da tecnologia figura entre as mais proeminentes‖.

Há também efeitos negativos, assim como efeitos positivos da tecnologia. Cattani (2002)

considera que a ação contra os efeitos negativos da tecnologia é a educação técnica em prol de

sua valorização para serviços especiais, através de ações de governos e empresas para com

programas especiais de formação e treinamento de Técnicos.

Nos anos 70, em decorrência das transformações dos processos produtivos verificados em

escala mundial, é que o debate sobre Inovação Tecnológica ressurgiu. Para Porter (2004), a

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Inovação Tecnológica pode ser divida em: substituição de equipamentos e aquisição de novos

conhecimentos e métodos.O trabalho passa por mudanças significativas de organização e

conhecimento. (FRACCARI, 2004)

A Inovação Tecnológica substitui materiais construtivos que chegam à obra em regime de

Just-in-Time e são montados, como paredes, revestimentos, janelas, portas, instalações

elétricas, instalações hidráulicas e trabalhadores de perfil profissional diferente daqueles que

anteriormente realizavam essas atividades.

Rifkin (2001) observa que enquanto as primeiras tecnologias industriais substituíram a força

física do trabalho humano, trocando força muscular por máquinas, a Inovação Tecnológica

baseada no computador promete substituir a própria inteligência humana, colocando máquinas

inteligentes no lugar dos seres humanos em toda a escala de atividade econômica.

No passado quando uma revolução tecnológica ameaçava a perda em massa dos empregos em

determinado setor econômico, um novo setor surgia para absorver a mão de obra excedente.

O Brasil terá de estar preparado. Para isso precisa qualificar o trabalhador para enfrentar o

desafio e se ajustar às exigências dos novos mercados de trabalho que está extinguindo ou

reduzindo antigas atividades e talentos. (FRACCARI, 2004)

A escolarização em massa de boa qualidade será o melhor antídoto para superar tal desafio.

Assim, é interessante reproduzir as afirmações de Pastore (2004), Acosta-Hoyos (1985) e

Rifkin (2001): Há duas alternativas: ou educamos aceleradamente a nossa gente e passamos a

competir com eficiência; ou convencemos os nossos concorrentes a deseducar seus povos e

parar de competir. E, a saída é uma só: educar. Educar mais e, sobretudo, educar bem.

(PASTORE, 2004)

Neste contexto, hoje os problemas e conflitos surgidos do avanço tecnológico na Construção

Civil são de tal importância, que certos profissionais técnicos deste setor estão ameaçados de

sucumbir se eles não forem solucionados ou amenizados. (ACOSTA-HOYOS, 1985)

Os trabalhadores deverão passar por processos de aprendizagem ou adquirirem novas

competências até para que possam migrar para outras atividades. A Inovação Tecnológica

como parte integrante da cultura, marca a sua presença em cada época e em cada sociedade,

levantando problemas e introduzindo conflitos a serem resolvidos.

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2.2 Desemprego tecnológico e formação profissional

Na literatura há respostas para alguns questionamentos, como Pastore (2004), ao afirmar que

nas últimas décadas, vários países têm apresentado uma ocorrência simultânea de um rápido

desenvolvimento tecnológico e elevação do desemprego, dizendo que: A simples coincidência

de avanços tecnológicos com aumento de desemprego não é suficiente para se concluir que as

inovações tecnológicas, de modo isolado, são destruidoras de empregos. Uma inovação

tecnológica pode ter um impacto direto destrutivo e um impacto indireto construtivo - em

outro setor da economia. Além disso, uma Inovação Tecnológica pode destruir empregos

hoje, e criar amanhã - na mesma empresa. (PASTORE, 2004)

Alguns analistas vêem o progresso técnico como o grande e único responsável pela redução

de empregos. Alguns consideram a Inovação Tecnológica como a grande responsável pelo

desemprego e desigualdade de renda, outros como a grande saída para se criar novos postos

de trabalho e melhorar o bem estar humano. Porém, a coincidência do avanço tecnológico

com o aumento do desemprego não é suficiente para se concluir que o avanço da tecnologia

produz desempregos. Neste contexto, Sacomano (2002), relata que as construtoras passam a

cobrar maior capacitação de seus subcontratados e estabelece novos parâmetros para a

terceirização de serviços/produtos dentro e fora da obra.

A mão de obra que foi educada e preparada até a pouco, vem perdendo espaço rapidamente

sem entender o que se passa, principalmente em razão da rapidez dos acontecimentos, que não

permitem tempo para digerir e adequar-se à nova realidade de um cenário atual de mudanças

tecnológicas.

Estes acontecimentos vêm sendo puxados pelo momento altamente competitivo, imposto pela

realidade da globalização, eliminando postos de trabalho de dentro da obra e criando

outros fora da obra, porém, de capacitação diferente das que eram exigidas dentro da obra.

O CONSTRUBUSINESS (2007) apresenta a Indústria da Construção Civil como responsável

pela geração de 1,25 milhões de empregos diretos, sendo uma grande geradora de ocupação

da mão de obra nacional quando se compara com outras atividades industriais. Aponta-se este

setor como sendo aquele que mais emprega no setor industrial.

Acredita-se que, em longo prazo, o número de empregos eliminados nas indústrias e

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escritórios em razão da automação será superado pelos recém-criados empregos em

engenharia, manufatura, vendas e assistência técnica para produtos de nova tecnologia.

Embora isso possa ser verdadeiro, há uma questão preocupante em curto prazo: o que farão os

trabalhadores que perderem seus empregos para a automação?

Por exemplo, um trabalhador pode monitorar três robôs de soldagem elétrica em uma tarefa

que antes exigia quatro trabalhadores. Ainda, uma secretária pode fazer o trabalho de três,

graças aos modernos processadores de texto. Uma conseqüência da Inovação Tecnológica é a

eliminação de certos empregos.

Para Gaither (2002) a resposta é: ―Eles serão transferidos para outras funções dentro de suas

empresas, ou irão para outras empresas, ou ficarão desempregados‖.

Todos os três setores tradicionais da economia — agricultura, indústria e serviços — estão

vivenciando a Inovação Tecnológica, encaminhando milhões de trabalhadores para as filas do

desemprego. Segundo Rifkin (2001), o único novo setor emergente é o setor do

conhecimento, formado por uma pequena elite de empreendedores, cientistas, técnicos,

programadores de computador, profissionais técnicos, educadores e consultores.

Dentre as diversas causas do desemprego, uma está associada à tecnologia, ou seja, as

Inovações Tecnológicas podem ser responsáveis pela redução do emprego, na medida em que

elas representam racionalização dos processos produtivos e aumento da produtividade do

trabalho, sem que haja necessária contrapartida em termos de incremento na demanda de

trabalho.

Espera-se que se repita o fenômeno verificado nos setores de autopeças, eletromecânico, entre

outros, começa a se confirmar. A inserção de novos materiais, equipamentos com bases

tecnológicas controladas por computadores, novos métodos de gestão e organização do

trabalho estão substituindo trabalhadores em larga escala também na construção civil.

Esta pesquisa é realizada nesta conjuntura, com o objetivo de estudar a mudança do perfil do

trabalhador e os requisitos de conhecimento exigidos para os novos profissionais técnicos do

setor de eletrotécnica na Construção Civil.

Zibas (2003) considera que a Formação Profissional é uma expressão que designa processos

históricos que digam respeito à capacitação para no trabalho, portanto, à relação permanente

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entre o trabalhador e o processo de trabalho: ―A disponibilidade de uma força de trabalho

educada é condição necessária, embora não suficiente, para viabilizar estratégias produtivas

centradas na capacidade de aprendizado e inovação das organizações‖.

Cattani (2002) propõe que a Formação Profissional, designa todos os processos educativos

que permitam, ao indivíduo, adquirir e desenvolver conhecimentos teóricos, técnicos e

operacionais relacionados à produção de bens e serviços quer esses processos sejam

desenvolvidos nas escolas ou nas empresas.

3. Novos materiais da Construção Civil estudados: alvenaria tradicional e

gesso drywall

O uso das chapas de gesso acartonado do tipo Drywall na produção de vedações verticais

(ESGA – Execução em Sistema de Gesso Acartonado) vem se tornando cada vez mais

intenso, substituindo respectivamente a tradicional vedação em alvenaria. Nesse contexto

nacional, onde a atual situação sócio-econômica do Brasil tem levado as empresas

construtoras a buscarem eficiência no seu processo de produção, apesar da utilização

crescente desses componentes, há uma carência no Brasil sobre o conhecimento destas novas

tecnologias construtivas, bem como a falta de mão de obra técnica qualificada na operação

desta inovação.

Parede para Modesto (2004) pode ser definida como qualquer elemento divisório ou de

vedação de uma Construção, constituído de tijolos, argamassa, pedra, concreto, etc., que serve

para separar as diferentes partes de uma edificação. No atual setor da Construção Civil, sub-

setor de edificações, entre tantos métodos construtivos tecnologicamente inovadores, pode-se

citar a Execução do Sistema de Gesso Acartonado para fechamento vertical.

Alvenaria de divisão pode ser composta de painéis de elementos especiais, para divisão de

ambientes, internamente, nas edificações. (ZULIAN, 2002)

De acordo com a definição da ABFCD (2004) – Associação Brasileira de Fabricantes de

Chapa de Drywall, a concepção básica do sistema de paredes é de uma estrutura leve em

perfis de chapas de aço galvanizado, constituída basicamente por guias e montantes, sobre os

quais são fixadas chapas de gesso, em uma ou mais camadas, gerando uma superfície pronta

para receber o acabamento final (pintura, papel de parede, cerâmica, laminados plásticos, etc.)

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- figura 1.

Segundo Loturco (2004), a manutenção elétrica em paredes em Drywall, pela própria natureza

da tecnologia empregada, é facilmente executada apenas por Técnicos Eletrotécnicos, sem

"quebra-quebra", no entanto, se o problema for localizado pode-se efetuar apenas a

substituição parcial da placa. Em situações em que o estrago é maior, substitui-se toda a placa.

Apesar de se tratar de uma intervenção maior, o processo também é rápido e prático. Em

ambos os casos somente a placa afetada é manipulada. O conjunto da parede só será afetado

em razão do revestimento utilizado.

3.1 Descarte deste material inovado tecnologicamente

A geração do resíduo durante a fase de construção é decorrência das perdas dos processos

construtivos. Parte das perdas do processo permanece incorporada nas construções, na forma

FIGURA 1 - Misto de Drywall, alvenaria e elétrica convencional. Fonte: Conceito (2005)

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componentes cujas dimensões finais são superiores àquelas projetadas. Este é o caso de

argamassas de revestimento, concretos, etc. Outra parcela vai se converter em resíduo de

construção. A proporção entre as duas não é conhecida em detalhes. Mudanças tecnológicas

também podem reduzir as perdas e o entulho da construção. Processos como a incorporação

de instalações em paredes de alvenaria que exigem a quebra parcial da parede recém

construída e sua reconstrução com argamassa, por exemplo, devem ser abandonados.

No entanto, nem todas as novas tecnologias adotadas recentemente colaboram com a redução

das perdas. Na fase de manutenção está associada a fatores de correção de defeitos; reformas

ou modernização do edifício ou de partes do mesmo, que normalmente exigem demolições

parciais; descarte de componentes que tenham degradado e atingido o final da vida útil e por

isso necessitam ser substituídos.

Nesse contexto, entende-se que realmente a tecnologia tem dado vantagem competitiva para

as organizações que nela investem como resultado de serem mais bem sucedidas que seus

concorrentes. Assim, as organizações que segundo Penrose (2006) são concebidas com uma

predisposição por parte de indivíduos para assumir riscos na expectativa de um ganho, a

Inovação Tecnológica na Construção Civil, pode ser para os empresários um meio

competitivo, sustentável e com impacto ambiental inexorável.

4. Desenvolvimento de competências e ações ambientais na Construção

Civil

A modernização da Construção Civil substitui mão de obra por novas máquinas e

equipamentos, estruturas de concreto armado por metálicas, paredes de alvenaria por novos

materiais, sistemas hidráulicos e elétricos. É visível a forte tendência à utilização de sistemas

construtivos baseados na pré-fabricação. (CAMPBELL, 2009)

Dentro de uma abordagem de sustentabilidade, as empresas mundiais têm como objetivo

político e ético a colaboração com a redução das emissões de carbono. O desenvolvimento e a

adoção de tecnologias mais limpas tem sido um caminho para isso. Essa mudança implica em

preparar profissionais para o desenvolvimento de soluções sustentáveis, que gerem não só

ganhos econômicos, mas também ambientais e sociais. Tais soluções devem buscar a

eficiência energética, edifícios verdes, ―Retroffiting‖ (modernização de edifícios, máquinas e

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equipamentos) e produção de componentes para edifícios.

González (2010), afirma que para minimizar a geração de resíduos nos processos produtivos é

preciso um modelo de desenvolvimento sustentável da obra. O responsável técnico deve estar

atento com a degradação da qualidade da vida humana no planeta e do trabalhador. Por ser o

setor de Construção Civil responsável por uma enorme parcela da diminuição da qualidade

ambiental, este setor caracteriza-se por desperdiçar matéria prima e insumos utilizados nos

processos construtivos.

Se as fontes de energia fossem inesgotáveis e os recursos naturais não finitos seriam o melhor

dos mundos para um País sustentável, diz Júnior (2010). O autor continua: ―Os princípios

básicos em obra são a racionalização do uso do material de construção lutando contra o

desperdício, diminuindo a geração de resíduos para reduzir extração de matéria prima,

preservando fontes de recursos naturais e minimizando impactos ambientais‖.

Para a Indústria da Construção Civil, define Valença (2006), é imprescindível atuar no

desenvolvimento de tecnologias que potencializem o reuso de resíduos. Esta ação deve ser

aplicada nos processos de produção, nos produtos e serviços cujo principal objetivo é

diminuir os impactos ambientais. Além desses, é desejável que também se reduzam os custos

diretos e indiretos de produção, tempo e desperdício de materiais. O empreendimento deve

apresentar edifícios mais eficientes do ponto de vista energético, que possam gerar impactos

cada vez menores ao meio ambiente.

A produção mais limpa direciona para as questões ambientais em diversas áreas, entre as

quais o desenvolvimento de medidas de conservação de consumo de matéria prima, água e

energia. Para os produtos pretende-se, segundo Júnior (2010), reduzir os impactos ambientais

à saúde humana, considerando a segurança em todo seu ciclo de vida, desde a extração da

matéria prima, fabricação, uso e destinação final.

5. A mudança no trabalho na construção civil: uma investigação

estruturada

A Construção Civil é um setor que apresenta certas particularidades dentro do universo

produtivo da economia brasileira, desempenhando um papel fundamental no seu

desenvolvimento. Tem sido um dos mais importantes da economia nacional e grande

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empregador de mão de obra. Na última década, a Construção Civil brasileira vem passando

por um processo de mudanças e reestruturação produtiva, causando impactos diretamente no

cotidiano dos trabalhadores do setor. (DIEESE, 2007)

Dentre estes motivos até aqui apresentados, dentre outros, é que um grupo de pesquisadores –

do qual um dos autores deste trabalho participou, realizou uma investigação estruturada que

contemplou:

Etapa 1: Aplicação de questionário estruturado via Internet com o uso do método Delphi

Web;

Etapa 2: Aplicação de questionário estruturado via Internet, com emissão de relatórios 1 e 2,

como o objetivo de elucidar dúvidas remanescentes da Etapa 1;

Etapa 3: Pesquisa de campo com aplicação de questionário não-estruturado, para dirimir

divergências remanescentes das etapas 1 e 2;

Etapa 4: Organização de Workshop e conclusão das Etapas 1, 2 e 3; Etapa 5: Conclusão da

Pesquisa com base nas etapas 1, 2, 3 e 4.

Em sua investigação, o grupo de pesquisadores citado anteriormente (BOTELHO, 2005),

conclui que o mercado brasileiro de Construção Civil está vivendo um visível momento de

mudança onde novos materiais, a industrialização de seus processos, o uso de equipamentos,

o sistema de gestão e o perfil da mão de obra empregada estão rompendo o tradicionalismo,

repassando para o trabalhador um novo padrão de empregabilidade.

O mesmo grupo de pesquisadores, também chegou ao resultado que apresenta a organização

tradicional da Construção Civil fragmentada em diversas empresas terceirizadas dentro de

uma obra e reduziu as tarefas individuais uma vez que chegam as obras segmentos do

processo tradicional (produtos pré-fabricados), tornando sua montagem extremamente

simples. Porém, demanda um perfil de trabalhador técnico especializado com requisitos de

conhecimento específicos exigidos, ou seja, uma visão do todo e raciocínio espacial mais

desenvolvido.

5.1 Discussão

Concorrente a conclusão obtida pelo grupo de pesquisadores, nota-se que o trabalho passa por

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mudanças significativas de organização e conhecimento. Trabalhadores tradicionais como

auxiliares, pedreiros, carpinteiros, encanadores, eletricistas e outros, devem passar por

processos de aprendizagem ou adquirirem novas competências até para migrarem para outras

atividades. Neste caso um agravante é que o baixo nível intelectual de grande parte dos

trabalhadores de diversos setores da Indústria da Construção Civil dificulta o aprendizado das

novas tecnologias, assim como a migração para outros setores de atividade econômica.

Portanto, os comentários a seguir têm como escopo à verificação do objetivo formulado neste

trabalho, a fim de amenizar a carência de treinamento técnico especializado e capacitação de

trabalhadores formados no curso Técnico de Nível Médio em Eletrotécnica, frente às novas

tecnologias do setor da Construção Civil, onde:

A modernização da Construção Civil, que tem exigido mais produtividade e qualidade do

produto utilizado nas obras, não tem sido acompanhada de preparação e da valorização da

mão de obra. Os profissionais Técnicos tradicionais de eletrotécnica não estão sendo

qualificados para aplicar os novos materiais de base tecnológica da evolução do setor

da Construção Civil;

A Construção Civil, com significativa capacidade de reprodução de empregos diretos e

indiretos é responsável pela absorção de grande parte da mão de obra de trabalhadores

brasileiros de diversos setores produtivos, sendo a capacitação profissional nestes setores

obtida em processos on-the-job, em que não há treinamento formal, para os profissionais

destes diversos setores. Esta informalidade leva apenas a reprodução e transferência do

status-quo da cultura já existente, com imperfeições crônicas, entre os próprios

trabalhadores, através do convívio com as atividades executadas por seus colegas de

trabalho. Forma-se um "ciclo vicioso do conhecimento e capacitação", em que não se

incrementa a plena Inovação Tecnológica que está cada vez mais presente nas obras e são

realizadas por terceiros, muitas vezes despreparados, apesar de serem Técnicos formados

em escolas técnicas;

As conseqüências sociais e industriais da Inovação Tecnológica com maior intensidade

estão acontecendo ainda em pequena escala. Os seus efeitos mais profundos deverão ser

sentidos na medida em que os materiais e equipamentos advindos da Inovação Tecnológica

se popularizem e tenham seus preços mais competitivos. Para reduzir os efeitos dessas

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mudanças é preciso qualificar os trabalhadores de todos os setores da cadeia da Construção

Civil, principalmente o os do setor elétrico, para enfrentar o desafio e se ajustar às

exigências dos novos mercados de trabalho, que está reduzindo antigas atividades, onde

muitos talentos estão deixando de ser necessários.

O levantamento bibliográfico realizado para o embasamento deste trabalho englobou os

principais assuntos correlatos e necessários à estruturação deste.

O estudo de caso foi realizado de acordo com o objetivo estabelecido - Pesquisar as novas

tecnologias, materiais, processo e perfil do trabalhador frente aos componentes inovados

tecnologicamente em uma obra Civil, como o Drywall, na capacitação de profissionais

Técnicos do Ensino Médio do curso de Eletrotécnica, quando inseridos neste novo mercado

de trabalho, após terem sido instruídos para metodologias convencionais de operação, nas

atividades de uma obra e a provável redução de postos de trabalho disponíveis a trabalhadores

de baixa qualificação.

5.2 Evidências conclusivas

Para tanto a conclusão pode ser dividida em três partes sendo:

Parte-1: Houve consenso na pesquisa bibliográfica, que os materiais e os métodos usados

decorrentes de Inovação Tecnológica, não só substituem os tradicionais como exige um

conhecimento que os trabalhadores tradicionais dos diversos setores da Construção Civil. A

pesquisa apurou que o número de trabalhadores, na aplicação de métodos inovados é menor

que os utilizados nos métodos convencionais, gerando consequentemente uma menor

demanda de mão de obra que por sua vez deve ser especializada. Para que os impactos da

Inovação Tecnológica não sejam sentidos nos diversos setores das obras, tais setores devem

investir em mais educação formal da mão de obra com uma conseqüente redução do

treinamento on-the-job, observando que não basta treinar-por-treinar: o trabalhador deve

aprender (ser capacitado) sobre as novas tecnologias de materiais, atribuição esta, que deve

contemplar os cursos técnicos das Etecs;

Parte-2: As obras tecnologicamente inovadas utiliza-se de produtos industriais, construídos

fora do canteiro de obras locais em que também demandar profissionais Técnicos

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especializados em modelos diferenciados de produção. Tais atividades são dimensionalmente

mais precisas e levadas posteriormente para serem montadas nas edificações. Essa

metodologia aumenta a produtividade possibilitando a realização de mais trabalho

proporcionalmente por dia, aumentando a produtividade. Isto implica na redução dos

trabalhadores e extinção de postos de trabalhos tradicionais;

Parte-3: Conclui-se que a forma de execução das instalações elétricas de uma parede em

alvenaria convencional acabada é mais longo que em parede acabada em sistema Drywall. A

comprovação do proposto pela pesquisa bibliográfica pôde definir frente à Inovação

Tecnológica da Indústria da Construção Civil, os trabalhadores dos demais setores ou

subsetores, precisam ser capacitados por meio de treinamentos especializados para crescerem

como profissionais Técnicos e se manterem no mercado de trabalho, em conseqüência da

modernização da Construção Civil, que tem exigido mais produtividade e qualidade do

produto utilizado nas obras, e não tem sido acompanhada do preparo e da valorização da mão

de obra.

A mão de obra apta a aplicar estes novos produtos tem obtido sua capacitação profissional em

processos on-the-job na indústria dos componentes construtivos e no canteiro de obras com

profissionais Técnicos tradicionais. Observa-se que os fornecedores de materiais inovados

tecnologicamente são quem tem se preocupado em dar treinamentos específicos para os

trabalhadores operacionais dos diversos setores da Construção Civil. A Etec, por sua vez, não

tem feito o seu papel de capacitar seus Técnicos frente aos materiais e processos inovados

tecnologicamente na Construção Civil.

Os comentários e conclusões que seguem apoiaram-se na pesquisa bibliográfica, podendo

afirmar que o problema universal de todo o cidadão do novo milênio é como ter acesso às

informações sobre o mundo e como ter condições de articulá-las e organizá-las ao mesmo

tempo.

Neste contexto, entende-se que em função das novas tecnologias, materiais, processo dos

componentes inovados tecnologicamente aplicados na Construção Civil, os responsáveis pelo

curso de Técnico de Nível Médio em Eletrotécnica, devem atentar-se também ao mercado da

Construção Civil que emprega atualmente grande parte de seus egressos, incluindo em sua

grade curricular teoria e prática que contemplas as novas tecnologias do mercado da

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construção que sejam correlatas à habilitação do Técnico Eletrotécnico.

No entanto, hoje a organização tradicional do trabalho na Construção Civil subdividiu e

reduziu as tarefas tornando sua execução extremamente simples. Novas tecnologias têm

substituído os equipamentos, materiais, métodos e pessoas. Este trabalho está concentrado no

aspecto evolutivo paredes inovadas tecnologicamente, gesso acartonado, e suas instalações

elétricas especiais.

O presente trabalho procurou assim, identificar a mudança de perfil do Técnico que está

transitando da construção / instalação para a montagem, com uma tendência futura de

desemprego tecnológico em função do novo perfil profissional exigido para este setor,

demandando para si cursos Técnicos que tenha esta visão de mudança sistêmica, por meio da

capacitação de profissionais Técnicos do Curso de Eletrotécnica do Ensino Médio na Etec

Basilides de Godoy (São Paulo) frente às Inovações Tecnológicas na Construção Civil e a

mudança do perfil de mão de obra.

6. Conclusão

O técnico é um elo fundamental na execução, supervisão e implantação de projetos, já que a

ele é conferida toda a formação com ênfase na operacionalidade, onde o Curso de

Eletrotécnica deve oferecer a formação técnica, conferindo aos profissionais competências

para atuar em iniciativas em que a base técno-científica seja atualizada com áreas afins.

A nova legislação da educação brasileira definiu, a partir de 1998, as novas diretrizes

curriculares para a educação profissional de nível técnico. Assim os argumentos utilizados

neste artigo permitiram responder, mesmo que parcialmente, a pergunta formulada no início

deste trabalho. O questionamento: ―Qual a importância da capacitação de profissionais

Técnicos do curso de Eletrotécnica nos novos métodos de trabalho da Construção Civil?‖

Dessa forma, evidencia-se que é necessário ir mais além, visto que ela não se esgota em si

mesma. Apesar de o objetivo pontual ser alcançado por este trabalho, a presente pesquisa foi

extremamente limitada. Para dar continuidade é importante que outros aspectos não

abordados neste estudo sejam enfocados, como outros tipos de materiais construtivos

inovados tecnologicamente em outros setores de atuação do Técnico Eletrotécnico.

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Nesse sentido, destacam-se os pontos a seguir. Em primeiro lugar, a Lei de Inovação

Tecnológica, ao buscar estabelecer um diálogo cada vez mais intenso entre as instituições

produtoras de bens de conhecimento, surge como mais um instrumento para facilitar a criação

de uma cultura de inovação no País. Em segundo, a inovação tecnológica, submetida a uma

concepção de desenvolvimento sustentável, deve resultar da interação entre educadores,

configurando um ponto de convergência entre as potencialidades e as necessidades

econômicas, sociais e ambientais. Em terceiro lugar, a Inovação Tecnológica faz parte de um

ciclo que partiu da discussão focada nas necessidades observadas que agora precisam ser

implementados.

É possível inferir a partir da pesquisa que as instituições de ensino podem prestar relevantes

contribuições e funcionar como instrumento de suporte para romper o ciclo vicioso da

dependência tecnológica do País.

A educação e o treinamento facilitam o aperfeiçoamento pessoal e das habilidades do

trabalhador, assim como a consciência ambiental. Abrem possibilidades para melhor entender

e evoluir para utilização de novas tecnologias. A concorrência e a busca de competitividade,

imperiosa para a sobrevivência da empresa, age de maneira perversa com o trabalhador menos

qualificado e menos habilitado, ao adotar Inovações Tecnológicas que de modo direto ou

indireto, imediato ou futuro afetam a sua vida educacional e profissional.

Deste modo, o trabalhador sem qualificação é sumariamente descartado a menos que haja

uma preocupação permanente, por parte de governo e empresas, em equipá-lo com

conhecimentos e treinamentos que lhe dê oportunidade de permanecer no mundo do trabalho

moderno dentro dos preceitos de sustentabilidade do planeta.

Esta pesquisa revela o uso de mão de obra má qualificada, sem treinamento, além do descarte

pouco consciente do gesso acartonado, mais comumente nomeado de Drywall. Além de não

estar havendo transferência entre a indústria, escola técnica e o trabalhador tradicional, quanto

às novas ocupações e necessidades de capacitação que estão surgindo.

Portanto, a implementação de melhorias em cursos de ensino técnico é uma alternativa

estratégica, para que os trabalhadores possam fazer frente às condições atuais do mercado e as

exigências da sociedade de forma sustentável e ambientalmente correta.

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