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PEDRO AUGUSTO MUNIZ SANTOS A SÍNDROME DA APNÉIA E HIPOPNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO UMA REVISÃO DE LITERATURA NITERÓI 2012

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PEDRO AUGUSTO MUNIZ SANTOS

A SÍNDROME DA APNÉIA E HIPOPNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO

UMA REVISÃO DE LITERATURA

NITERÓI

2012

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PEDRO AUGUSTO MUNIZ SANTOS

A SÍNDROME DA APNÉIA E HIPOPNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO

UMA REVISÃO DE LITERATURA

Monografia apresentada ao curso de Especialização da Faculdade Redentor, como requisito para obtenção do titulo de Especialista em Ortodontia.

Orientador: Prof. Dr. Alexandre Ponce

NITERÓI

2012

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Apresentação da Monografia em 31/10/2012 ao curso de Especialização em Ortodontia da Faculdade Redentor.

___________________________________________

Coordenador: Prof. Dr. Alexandre Ponce

Membros:

____________________________________________

Alexandre Ponce

____________________________________________

Ana Luiza Ponce

____________________________________________

Jose Luis Muñoz

Aprovado com nota __________ e menção __________.

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Dedico ao meu pai, Dr. Paulo Roberto R. Santos, que me ensinou a amar a Odontologia.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço...

Ao meu pai, professor e amigo, Paulo por ter sido um exemplo a ser seguido.

À minha esposa Fernanda e ao meu filho Rafael, por estarem ao meu lado sempre, me incentivando e apoiando.

À todos os professores do Curso de Especialização em Ortodontia da Orthodontic, que contribuíram para minha formação, em especial ao Prof. Tasso Dorchete Coutinho e à Prof.ª Ana Luiza Ponce por dividirem comigo seus valiosos conhecimentos.

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“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”

Cora Coralina

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RESUMO

A síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono é uma patologia crônica, que consiste em repetitiva, parcial ou completa obstrução das vias aéreas superiores durante o sono. Essa obstrução gera fragmentação da arquitetura do sono devido à micro-despertares noturnos e dessaturação de oxigênio. Atinge cerca de 2% da população feminina e 4% da masculina e leva a significativa deterioração nas funções diárias com impacto na qualidade de vida dos acometidos, problemas sociais associados ao ronco e a sonolência diurna, aumento do risco cardiovascular por aumento da propensão a hipertensão arterial, infarto do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais dentre outros. A Síndrome tem merecido uma atenção especial dos ortodontistas, pois dentre os métodos terapêuticos para o tratamento da síndrome da apnéia e hipopnéia obstrutiva do sono e roncos primários, os aparelhos intraorais têm se destacado por sua comprovada eficiência no tratamento de casos leves e moderados, além de alguns graves. Os aparelhos intraorais atuam de forma a avançar a mandíbula para levar a uma maior abertura na passagem do ar e impedir o colapso destas estruturas. Podem ser de dois tipos principais: retentores linguais e os reposicionadores mandibulares.

Palavras-chave: Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono. Aparelhos intraorais. Tratamento.

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ABSTRACT

The apnea and hypopnea, sleep is a chronic disease, which consists of repetitive partial or complete upper airway obstruction during sleep. This obstruction causes fragmentation of sleep architecture due to micro-arousals and oxygen desaturation. It affects about 4% of the adult population and leads to significant deterioration in the daily functions that impact on quality of life affected, social problems associated with snoring and daytime sleepiness, increased cardiovascular risk by increasing the propensity to hypertension, myocardial infarction, strokes among others. The syndrome has received special attention from orthodontists, because among the therapeutic methods for treating Syndrome Obstructive Sleep Apnea and snoring primary intraoral appliances have become known for its proven effectiveness in treating mild to moderate cases, and some serious, and because its wide acceptance among individuals who need treatment, because they are noninvasive, cost-effective and reversible. The intraoral appliances work in order to advance the mandible to bring greater openness in the air stream and prevent the collapse of these structures. Can be of two types: tongue retainers and mandibular repositioning.

Keywords: Apnea Syndrome and Obstructive Sleep Hypopnea. Intraoral appliances. Treatment.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 01 – O dispositivo de avanço mandibular modificado Harvold..............19

Figura 02 – Aparelho oral Klearway...................................................................20

Figura 03 – Forças mastigadoras hipotéticas na mandíbula.............................22

Quadro 1 – Escala de Sonolência de Epworth..................................................24

Figura 04 –  O dispositivo pré-fabricado SomnoGuard Plus..............................28

Figura 05 –  Aparelho Bionator de Balters.........................................................29

Figura 06 – Fotografia do dispositivo de estabilização da língua e do aparelho

de avanço mandibular....................................................................32

Figura 07 – Vista lateral do PPV1 (à esquerda) e detalhe do sistema de encaixe

do tubo e a haste livre do parafuso Hirax (à direita).......................33

Figura 08 – Imagem Tomográfica das VAS.......................................................34

Figura 09 – O aparelho oral PMPositioner........................................................35

Figura 10 – Vista lateral do dispositivo de avanço mandibular..........................37

Figura 11 – Aparelho Twin Block modificado.....................................................39

Figura 12 – Brazilian Dental Appliance..............................................................40

Figura 13 – Placas superior e inferior do AAM..................................................42

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AIO – Aparelhos Intraorais

ASDA – American Sleep Disorders Association

AVC – Acidente Vascular Cerebral

CPAP – Pressão Contínua e Positiva

DAM – Dispositivo de Avanço Mandibular

DEL – Dispositivo de Estabilização da Língua

DTM - Desordens Temporomandibulares

ESE – Escala de Sonolência de Epworth

FE – Função Endotelial

IAH – Índice de Apnéia e Hipopnéia

IC – Insuficiência Cardíaca

IDR – Índice de Distúrbio Respiratório

IMC – Índice de Massa Corporal

MDA – Malondialdeído

Pes – Pressão Esofágica

PSG – Polissonografia

R-R – Intervalo entre duas ondas R

SAHOS – Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono

SO2 – Saturação de Oxigênio Arterial

TBARS – Substância Ácido-Reativa Tiobarbitúrico

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...............................................................................................11

2 PROPOSIÇÃO................................................................................................15

3 REVISÃO DA LITERATURA...........................................................................16

4 DISCUSSÃO...................................................................................................43

5 CONCLUSÃO.................................................................................................45

REFERÊNCIAS.................................................................................................46

 

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Carskadon & Dement (2011) a definição precisa de sono seria

"Um estado comportamental reversível de afastamento permanente e de ausência

de resposta ao meio ambiente." O sono ocupa aproximadamente um terço da vida

de uma pessoa, mas seu impacto na saúde e condições médicas permanece

parcialmente desconhecido. A prevalência de distúrbios do sono está aumentando

nas sociedades modernas, onde constante exposição à luz artificial e atividades

interativas, como a televisão e a internet, combinam-se com pressões sociais e

econômicas para encurtar o tempo gasto dormindo, com repercussões significativas

sobre o bem-estar. (Tufik S. et al., 2009)

A maioria dos estudos sobre a função do sono é baseada em sua

privação, onde mostram que as consequências a longo prazo do sono inadequado

são: severa redução da performance, comportamento bizarro, e eventual morte (em

experimentos com animais). A investigação sobre a restrição do sono em humanos

descobriu que dormir seis horas ou menos por noite, produziu déficits de

desempenho cognitivo equivalentes a até duas noites de privação total de sono.

(Van Dongen H. P.A. et al.,2003)

O ronco, distúrbio encontrado com frequência na prática clínica, é

caracterizado pela presença de um ruído de baixa frequência produzido pela

vibração da úvula, palato mole, paredes faríngeas, língua e epiglote durante a

passagem de ar, na função respiratória, variando a sua apresentação desde ronco

primário até a Síndrome da Apnéia e Hipopnéia Obstrutiva do Sono (SAHOS).

(Silveira & Duarte, 2010)

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O estágio mais avançado do ronco é a SAHOS, uma doença crônica,

progressiva, incapacitante, de causa multifatorial não totalmente esclarecida,

decorrente de alterações anatômicas das vias aéreas superiores (VAS) e do

esqueleto craniofacial associadas a alterações neuromusculares da faringe. (Soares

E. B. et al., 2010)

A SAHOS é um distúrbio respiratório relacionado ao sono, caracterizado

por repetidas obstruções parciais ou completas das VAS durante o sono. (Dal-

Fabbro C. et al., 2010) Estas obstruções geram fragmentação da arquitetura do sono

devido à micro-despertares noturnos e queda na qualidade de oxigenação.

Consequentemente, tem-se significativa deterioração nas funções diárias, com

impacto na qualidade de vida dos acometidos, aumento do risco cardiovascular por

aumento da propensão à hipertensão arterial, infarto do miocárdio, acidentes

vasculares cerebrais (AVC), dentre outros.

A SAHOS tem sido definida como um problema de saúde pública

relevante devido à sua alta frequência na população geral e às várias doenças a que

está associada. Estudos epidemiológicos sugerem que a SAHOS atinge 2% da

população feminina e 4% da masculina, sendo mais frequente na faixa etária entre

os 40 e 60 anos e em mulheres na menopausa e que sua prevalência vem

aumentando devido a epidemia da obesidade. (Patil S. P. et al., 2007)

De acordo com a Academia Americana da Medicina do Sono (AAMS), a

apnéia é definida pela cessação do fluxo de ar pela boca ou nariz ou redução

superior a 90%, durante pelo menos dez segundos, enquanto que a hipopnéia é

caracterizada pela redução do fluxo entre 30% a 90%, com duração mínima de dez

segundos associado a uma queda maior ou igual a 4% na saturação de

oxihemoglobina ou redução parcial do fluxo aéreo de 50% a 90%, com duração

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mínima de dez segundos, associado a uma dessaturação de oxihemoglobina

superior a 3%.( Vinha P. et al., 2010) Ambas resultam do mesmo evento fisiológico

na faringe e nas VAS, devido ao tônus neuromuscular reduzido e ao aumento da

pressão negativa intratorácica na inspiração. (Guimarães, 2008). O índice de apnéia

e hipopnéia (IAH) reflete a frequência horária, ou seja, o número de

microdespertares por hora e é um importante critério de classificação e diagnóstico

da SAHOS, sendo classificada como: leve com IAH de 5-20; moderada com IAH de

20-30 e grave quando superam trinta eventos por hora.

Os sinais, sintomas e consequências da SAHOS, são o resultado do

colapso repetitivo das VAS, conduzindo a longo prazo, a alterações funcionais,

neurocognitivas e psicossociais. (Epstein L. J. et al., 2009)

O diagnóstico é obtido por meio de questionários clínicos qualitativos,

exame físico e confirmado através da polissonografia (PSG) assistida, indispensável

para a determinação da gravidade da doença juntamente com a escala de

sonolência Epworth (ESE). (Hoekema A. et al., 2004)

O tratamento desta condição requer um atendimento profissional

multidisciplinar e consiste numa gama variada de opções dependentes dos fatores

etiológicos, predisponentes e perpetuantes envolvidos. As possibilidades

terapêuticas incluem modificações comportamentais com avaliação física e

nutricional, cirurgias para desobstrução das VAS, Pressão Contínua e Positiva

(CPAP) nas VAS e uso dos aparelhos intraorais (AIO) conforme orientação médica

especializada. (Costa F. S. et al., 2011)

Os aparelhos de avanço mandibular representam a classe mais utilizada

de AIO para tratamento do ronco e da SAHOS. O mecanismo de ação baseia-se em

induzir mudanças na posição da língua, palato mole, paredes laterais da faringe e da

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mandíbula, resultando em importante melhoria na patência das vias aéreas e

consequentemente da respiração durante o sono. (Martìnez-Gomisa J. et al., 2010)

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2 PROPOSIÇÃO

O trabalho apresentado tem por objetivo, através da revisão de literatura,

analisar e comparar a eficácia do uso de AIO de avanço mandibular no tratamento

da SAHOS e do ronco e as consequências para o tratamento, buscando responder

as seguintes respostas:

A) Quais os objetivos do uso do Aparelho de Avanço Mandibular?

B) Quais as vantagens que existem em utilizar os Aparelhos de Avanço

Mandibular?

C) Existem alterações oclusais relacionadas a utilização dos Aparelhos

de Avanço Mandibular?

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3 REVISÃO DA LITERATURA

Fransson A. et al. (2004) identificaram a incidência e os tipos de

possíveis eventos adversos no sistema mastigatório após tratamento com um

dispositivo de avanço mandibular (DAM), durante um período de dois anos em

pacientes com SAHOS ou ronco. Um grupo de 65 pacientes de meia idade (44

pacientes com SAHOS e 21 roncadores) foi reunido. Um exame clínico e um

questionário sobre sinais e sintomas do sistema mastigatório foram realizados antes,

após seis meses e após dois anos de uso do DAM. As frequências dos sinais

registrados a partir do sistema mastigatório, como musculatura e sensibilidade

articular, palpação e dor durante o movimento mandibular, diminuiu

significativamente entre o início e os dois anos de acompanhamento. Houve

mudanças significativas na protrusão mandibular (+0,7 mm, P<.001), overjet (-0,5

mm, P<.001) e overbite (-0,6 mm, P<.001) em comparação com o exame inicial.

Nove pacientes desenvolveram mordida aberta lateral durante o tratamento e dois

deles apresentaram sintomas subjetivos relacionados à alteração oclusal, mas ainda

assim usaram o DAM todas as noites. Nenhum paciente relatou dor ao abrir a boca

ou durante os movimentos mandibulares. Dois relataram cansaço durante função

mandibular. A frequência relatada de dores de cabeça também foi significativamente

reduzida (p<.01). Os sinais e sintomas do sistema mastigatório foram reduzidos e o

intervalo médio da mobilidade mandibular aumentou ligeiramente em pacientes

submetidos ao tratamento de longo prazo com DAM. A alta taxa de uso do DAM

mostrou que a terapia é bem tolerada, mas há um risco de que pequenas alterações

na oclusão ocorram durante o tratamento.

Naismith S. et al. (2005) avaliaram a eficácia de um aparelho de avanço

mandibular para o tratamento da apnéia obstrutiva do sono em relação ao

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funcionamento neuropsicológico e estados de humor. Neste projeto foram usados 73

indivíduos (idade média = 48,4, SD = 11,0,% homens = 80,8) com pelo menos dois

sintomas de apnéia obstrutiva do sono, um IAH ≥ 10 por hora, idade acima de vinte

anos e capacidade de projetar a mandíbula pelo menos três mm. Foram submetidos

a um tratamento com um aparelho de avanço mandibular e um dispositivo oral

inativo. PSG, medidas neuropsicológicas, índice de massa corporal (IMC) e

questionários de auto avaliação foram realizados no início e repetidos após cada

uma das duas fases de quatro semanas de tratamento, com uma semana de

intervalo entre elas. O tratamento com DAM foi associado a melhorias no

componente somático do Inventário de Depressão de Beck e as escalas Vigor-

Atividade e Fadiga-Inércia do Perfil dos Estados de Humor. Embora não houvesse

melhorias dentro dos domínios neuropsicológicos de atenção/memória de trabalho,

da memória verbal ou do funcionamento executivo, o tratamento com avanço

mandibular foi associado com um desempenho mais rápido em um teste de

vigilância / velocidade psicomotora. Essas mudanças, no entanto, não

correspondem a uma melhora na sonolência subjetiva ou do IAH durante o

tratamento. O tratamento com avanço mandibular resulta em melhorias na auto

avaliação sobre sonolência, sobre níveis de energia / fadiga e vigilância / velocidade

psicomotora em pacientes com SAHOS.

Coruzzi P. et al. (2006) investigaram as respostas do controle cardíaco

neural para outro tipo de tratamento com base em um AIO. Um grupo de vinte

pacientes (dez indivíduos saudáveis com SAHOS e dez indivíduos saudáveis sem

SAHOS – grupo controle) aferiram a frequência cardíaca, pressão arterial e índices

de regulação autonômica cardíaca antes e após três meses de tratamento com o

dispositivo oral. Após três meses de tratamento com o dispositivo oral, o grupo com

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SAHOS mostrou uma redução acentuada no IAH (p <0,001), um alongamento no

intervalo R-R (corresponde a frequência ventricular) e um aumento significativo em

sua variância (p <0,02). Como resultado dessas mudanças, após o tratamento de

três meses, não houve mais diferenças significativas entre os dois grupos nestes

parâmetros. Em ambos os grupos, peso corporal, frequência cardíaca e pressão

arterial não se alteraram ao longo do tempo. Três meses de tratamento com um

aparelho específico de avanço mandibular melhoram a modulação autonômica

cardíaca durante a vigília em pacientes saudáveis com SAHOS de grau leve. Este

achado pode ser relevante, uma vez que estudos anteriores, também em indivíduos

normais, demonstraram que a variabilidade cardiovascular está envolvida na

determinação do risco cardiovascular, estando associada com a condição de

resistência à insulina, hipertrofia ventricular esquerda e do surgimento de

hipertensão.

Houa H. et al. (2006) avaliaram a longo prazo mudanças dentofaciais em

pacientes chineses com SAHOS tratados com um DAM. Cefalometrias de perfil

foram obtidas de 67 pacientes com SAHOS (idade média de 46,9 ± 8,9 anos). As

cefalometrias foram obtidas no início do tratamento (T0), após um ano (T1), dois

anos (T2), e três anos (T3) de tratamento. As cefalometrias de perfil foram

digitalizadas duas vezes, e a média das duas leituras foi utilizada para análises

estatísticas. Mudanças pequenas, mas estatisticamente significativas ocorreram em

algumas variáveis. A altura facial anterior aumentou continuamente durante o

período de observação, e este aumento foi significativo para os períodos T0-T1 e

T1-T2 e ligeiramente significante para o período T2-T3. Reduções significativas no

overjet e overbite foram observadas para o período T0-T1, mas não depois disto.

Alterações dentofaciais estatisticamente significativas foram observadas neste

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média de 50.0 ± 9.7 anos) foram comparados visualmente por cinco ortodontistas,

antes e após a colocação do AIO com um período de utilização médio de 7,4 ± 2,2

anos. Alterações oclusais ou dentais foram verificadas em 85,7% dos pacientes. A

mandíbula mostrou mudanças significativas no comprimento do arco e das

distâncias intercaninas e intermolares, já a maxila foi mais estável. Do total, 14,3%

não tinham alterações oclusais, 41,4% tiveram mudanças favoráveis e 44,3% tinham

alterações desfavoráveis. Pacientes com overbite inicial grande e maloclusões

Classe II Divisão 1 e Classe II Divisão 2, foram mais propensos a mudanças

favoráveis ou ficarem estáveis. Mudanças mais favoráveis no overbite ocorreram em

indivíduos com overbite inicial grande. O overjet inicial maior e relação do canino

inferior mais distal foram correlacionados com as mudanças favoráveis. O maior

overjet inicial foi correlacionado com uma diminuição no apinhamento inferior, uma

pequena mudança na mordida cruzada anterior, e uma maior mudança no overjet.

Concluiu-se que após uma média de 7,4 anos de uso de AIO, ocorreram alterações

clinicamente relevantes na arcada dentária e na oclusão.

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23  

(Quadro 1) diminuiu significativamente de 12,4 ±6,0 antes do tratamento para 10,2

±6,6 após três meses de tratamento e 7,8 ±3,8 após um ano de tratamento (p <0,001

para ambos). A FE média melhorou significativamente de 1,77 ±0,4 antes do

tratamento para 2,1 ±0,4 após três meses de tratamento (p <0,05) e 2,0 ±0,3 após

um ano de tratamento (p 0,055), que foram semelhantes aos valores do grupo de

referência. Os níveis de substância ácido-reativa tiobarbitúrico (TBARS) diminuíram

de 18,8 ±6,2 nmol malondialdeído (MDA) / mL antes do tratamento para 15,8 ±3,9

MDA / mL após três meses de tratamento (p 0,09) e 15,5 ±3,2 nmol MDA / mL após

um ano de tratamento (p <0,05). Houve uma correlação entre a melhora do IAH e FE

ou níveis de TBARS (r 0,55, p 0,05). O grupo controle não tratado permaneceu

inalterado. O Herbst pode ser um tratamento eficaz a longo prazo para pacientes

com SAHOS. A FE melhorou chegando aos níveis de referência, apesar de eventos

de apnéia que não foram completamente eliminados. Os pacientes também

experimentaram uma melhoria na atenção diurna e noturna reduzindo o ronco. As

duas principais conclusões do estudo foram: O tratamento com avanço mandibular

pode melhorar a SAHOS tanto objetivamente quanto subjetivamente em pacientes

com SAHOS moderada e até mesmo grave, e assim, pode ser uma alternativa de

tratamento e a melhoria em termos de gravidade da SAHOS tendeu a se

correlacionar com a melhora nos fatores cardiovasculares, sugerindo a

reversibilidade potencial desses fatores de risco.

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Hammond R. et al. (2007) investigaram os efeitos colaterais e possíveis

alterações no complexo dentofacial associados com o uso a longo prazo do DAM. A

amostra incluiu 64 pacientes (cinquenta do gênero masculino, 14 do gênero

feminino) com SAHOS que fizeram uso do mesmo tipo de DAM, em média, 25,1 +

11,8 meses. Um questionário personalizado foi utilizado para obter avaliações

subjetivas de satisfação geral com o DAM, adesão ao tratamento, fratura do

aparelho, gravidade e frequência dos vários efeitos colaterais associados ao seu

uso; análises cefalométricas e dentárias foram feitas para identificar objetivamente

alterações causadas pelo uso do DAM ao longo do tempo. Os efeitos colaterais mais

comumente relatados foram desconforto da articulação temporo-mandibular (ATM),

sensibilidade dentária, salivação excessiva e boca seca. Subjetivamente, o ronco

melhorou em 56 pacientes (88%) e os índices de sonolência diurna medidos através

da ESE diminuíram significativamente. Pequenas alterações oclusais foram

relatadas por oito pacientes. Foram encontradas reduções de overbite e overjet e a

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25  

análise cefalométrica mostrou alterações estatisticamente significativas, mas

clinicamente insignificantes limitadas ao movimento anterior dos incisivos inferiores.

Os efeitos colaterais do uso prolongado do DAM são comuns, pequenos e bem

tolerados pela maioria dos pacientes. As alterações dentofaciais são insignificantes,

porém, é essencial um programa de manutenção para monitorar os sintomas e os

efeitos do DAM ao longo do tempo.

Wang H. et al. (2007) determinaram que em pacientes com insuficiência

cardíaca (IC) não tratada, a SAHOS de moderada a grave é associada com uma

maior taxa de mortalidade do que em pacientes com SAHOS leve ou sem SAHOS.

Em um estudo prospectivo envolvendo 164 pacientes com IC com fração de ejeção

ventricular esquerda (LVEFs) <45%, foi realizada PSG e comparadas às taxas de

mortalidade entre aqueles com SAHOS não diagnosticada ou leve (IAH <15 / h de

sono) e aqueles com SAHOS não tratada (IAH >15 / h de sono). Durante uma média

de 2,9 ± 2,2 e um máximo de 7,3 anos de acompanhamento, a taxa de mortalidade

foi significativamente maior nos 37 pacientes com SAHOS não tratada, do que nos

113 pacientes com SAHOS não diagnosticada ou leve após o controle para fatores

de risco (8,7 vs 4,2 óbitos por 100 pacientes-ano, p= 0,029). Embora não tenha

havido mortes entre os 14 pacientes cujos SAHOS foi tratado por CPAP, a taxa de

mortalidade não foi significativamente diferente daquela dos pacientes com SAHOS

não tratados (p= 0,070). Em pacientes com IC, SAHOS não tratada está associada

com um risco aumentado de morte, independentemente de fatores de risco.

Lam B. et al. (2007) compararam a eficácia de três modalidades de

tratamentos não-cirúrgicos comumente utilizados em 101 indivíduos com SAHOS

leve a moderada que foram randomizados em três grupos de tratamento durante dez

semanas: 1) apenas medidas conservadoras (higiene do sono); 2) CPAP nas VAS,

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26  

além de medidas conservadoras; 3) AIO, além de medidas conservadoras. Todos os

indivíduos com sobrepeso foram submetidos a um programa para redução de peso,

a SAHOS foi avaliada por PSG e a pressão arterial foi registrada pela manhã e à

noite. A gravidade dos distúrbios respiratórios do sono diminuiu com o uso CPAP e

do AIO em comparação com os valores de referência. Ambos reduziram

significativamente a pressão arterial diastólica pela manhã, sem diferença entre o

grupo dois e três, entretanto o CPAP produziu uma melhoria em termos de fisiologia,

medidas sintomáticas e alívio de sonolência. A perda de peso resultou em melhoria

nos parâmetros de sono, mas o controle do peso isoladamente (grupo um) não foi

eficaz. O CPAP e o AIO foram mais eficazes do que as medidas conservadoras em

todas as questões avaliadas.

Ueda H. et al. (2008) testaram a hipótese de que o uso prolongado de um

AIO não provoca alterações na oclusão, acompanhando o tratamento de 45

pacientes com SAHOS que utilizavam um AIO por quatro ou mais dias / semana, por

mais de cinco anos. O avanço mandibular inicial foi fixado em dois terços do avanço

mandibular máximo e, depois, progressivamente aumentado em 2,0 mm / mês, até

que a posição mais eficaz e confortável fosse alcançada. Modelos de estudo em

oclusão cêntrica com uma lâmina sensível a pressão inserida foram comprimidos.

Um scanner de imagem foi utilizado para avaliar as áreas de contato oclusal. Uma

mudança significativa na oclusão foi identificada em 39 pacientes (86,7%): uma

diminuição em 26 (66,7%) e um aumento em 13 (33,3%) pacientes. Mudanças

regionais >5% foram observadas em > 90% dos pacientes em cada uma das três

regiões. Nas regiões de molar e pré-molar, 24 (53,3%) e 27 (60,0%) dos pacientes

apresentaram uma diminuição nos contatos oclusais, enquanto apenas 16 (35,6%) e

15 (33,3%) apresentaram um aumento. Por outro lado, para a região anterior,

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27  

aumentou mais (24 pacientes - 53,3%) do que diminui. Conclui-se que a terapia a

longo prazo com AIO resulta em grandes mudanças na oclusão, sugerindo que o

acompanhamento das alterações oclusais se faz necessário.

Giannasi L. et al. (2008) avaliaram a eficácia do AIO no tratamento da

SAHOS, de severidade moderada, comparando os resultados do exame de PSG

basal pré-tratamento com o AIO in situ. Dezessete pacientes sendo 14 do gênero

masculino e três do gênero feminino, com queixa de ronco, engasgos noturnos,

sonolência diurna excessiva, cansaço ao acordar, sono não reparador e lapso de

memória participaram deste estudo. Após a PSG pode-se confirmar que eram

portadores de SAHOS moderada. Todos os pacientes utilizaram o mesmo aparelho,

confeccionado pelo mesmo laboratório de prótese. Os pacientes utilizaram o

aparelho por um período de seis meses e uma nova PSG foi realizada com o

aparelho em posição. Os resultados mostraram redução significativa do IAH e

aumento da saturação de oxi-hemoglobina nadir. Para os estágios do sono, as

conclusões não foram significativas, embora tendessem à melhora. Concluímos que

o AIO foi eficaz no tratamento da SAHOS, melhorando as variáveis fisiológicas

durante o sono.

Vanderveken O. et al. (2008) compararam dois dispositivos, um pré-

fabricado (SomnoGuard Plus) e outro feito sob medida, que foram utilizados por

quatro meses em ordem aleatória, com um intervalo de um mês entre as duas

condições de teste. Um total de 35 pacientes (29 do gênero masculino, idade entre

49 ± 9 anos; IAH 13 ± 11 eventos / h, IMC 28 ± 4 kg/m2) completaram o protocolo. O

IAH só foi reduzido com o dispositivo feito sob medida. Além disso, este reduziu o

ronco em maior grau do que o pré-fabricado. A taxa de sucesso foi maior com o

dispositivo feito sob medida (60% vs. 31%; P=0.02). Um terço dos pacientes

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30  

protrusão máxima sem uma mordida aberta) em pacientes coreanos com SAHOS

em termos de gravidade e avaliar fatores prognósticos para decidir o sucesso de

aplicação do DAM. Um grupo de cinquenta pacientes (46 do gênero masculino e

quatro do gênero feminino, média de idade de 50,2 anos) foi incluído no estudo de

março de 2005 até agosto de 2007. Foi realizado PSG antes e três meses após a

aplicação do DAM. Questionários para a qualidade do sono, ESE e cefalometria

também foram estudados. A média do IAH diminuiu significativamente. A taxa de

sucesso, definida por um IAH de menor de 20 e uma diminuição de 50% no IAH,

foram 74% (37 de 50 pacientes). As taxas de sucesso de pacientes com SAHOS

leve, moderada e grave foram de 43% (3 de 7), 82% (22 de 27), e 75% (12 de 16),

respectivamente, e uma maior taxa de sucesso em pacientes com SAHOS grave

mostrou que o DAM pode ser aplicado mesmo nestes pacientes. A duração da

apnéia e hipopnéia, a porcentagem de pacientes com ronco, e o Índice de Qualidade

de Sono de Pittsburgh foram melhorados significativamente após o tratamento. A

ESE e menor SO2 não se alteraram significativamente. Uma análise dos fatores

prognósticos não revelou nenhuma diferença significativa entre os grupos sucesso e

não sucesso. A utilização do DAM melhorou significativamente a qualidade do sono

noturno e da função respiratória em pacientes com SAHOS, inclusive os com

SAHOS grave. O DAM pode ser usado como uma boa alternativa de tratamento,

independentemente da gravidade, porque não é invasivo, é de fácil fabricação, e tem

bons resultados terapêuticos.

Deane S. et al. (2009) compararam a eficácia de um DAM e um novo

dispositivo de estabilização da língua (DEL), que tem sido proposto como uma

opção para pacientes com um número reduzido ou ausência de dentes (hipodontia,

edentulismo) ou comprometimento da saúde bucal (doença periodontal), no

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31  

tratamento da SAHOS. Vinte e sete pacientes (vinte do gênero masculino e sete do

gênero feminino), foram recrutados de uma clínica do sono. Os pacientes tiveram

um período de aclimatação de oito semanas (quatro semanas com cada dispositivo),

durante o qual os dispositivos foram fornecidos em ordem aleatória e depois foram

preenchidos questionários. Dos 27 pacientes inicialmente recrutados, 22 pacientes

(16 gênero masculino e seis gênero feminino) completaram o protocolo. O IAH foi

reduzido com DAM (11,68 ± 8,94, P = 0,000) e DEL (13,15 ± 10,77, P = 0,002) em

comparação com os valores iniciais (26,96 ± 17,17). O índice de despertar diminuiu

com DAM (21,09 ± 9,27, P = 0,004) e DEL (21,9 ± 10,56, P = 0,001) em comparação

com valores iniciais (33,23 ± 16,41). Sessenta e oito por cento dos pacientes

obtiveram uma resposta completa ou parcial com DAM, em comparação com 45%

do DEL. A ESE teve sua pontuação diminuída com DAM (P = <0,001) e DEL (P =

0,002). Melhorias subjetivas no ronco e na qualidade do sono foram relatadas, com

uma melhor resposta para o DAM do que para o DEL. A utilização foi menor para os

DEL, e os efeitos colaterais foram diferentes para os dois aparelhos. Todos os

pacientes estavam satisfeitos com o DAM em comparação com DEL e 91% dos

pacientes preferiram o DAM. Este estudo mostrou que quatro semanas de DAM e

quatro semanas de DEL podem melhorar os parâmetros de SAHOS, incluindo

sintomas diurnos e noturnos. Embora as descobertas indiquem efeitos do tratamento

semelhante nos dois aparelhos em termos de redução IAH, a maior taxa de resposta

completa, aceitação global e conformidade com DAM sugerem que é um tratamento

superior para SAHOS na prática clínica. No entanto, para indivíduos que são

capazes de tolerar o DEL, ou são inadequados para DAM, esta pode ser uma opção

de tratamento viável.

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umentar o

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et al. (2010

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tros sintom

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0 a 19 ± 6,

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estudo 17

ns) e outro

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a de 88,0 ±

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do ronco

al,

2010, p. 41

aparelho o

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dos por

mandíbula,

7 pacientes

o grupo (n

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± 6,0 a 90

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e da SAH

.

35

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s divididos

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,

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36  

Aarab G. et al. (2010) avaliaram a influência de quatro posições de

protrusão mandibular em uma dimensão vertical constante na SAHOS. Dezessete

pacientes com SAHOS (49,2 ± 8,5 anos) receberam um DAM. O estudo consistiu de

seis PSG por paciente: uma gravação de referência no hospital, quatro gravações

ambulatoriais em casa e uma gravação de acompanhamento no hospital. Entre as

duas gravações no laboratório do sono os pacientes foram submetidos a quatro

gravações ambulatoriais em casa. Essas gravações foram feitas com o DAM em 0%,

25%, 50% e 75% da protrusão máxima em uma ordem aleatória, com duração

média de intervalo de três semanas entre as gravações. Os valores médios de IAH

dos pacientes diferiram significativamente entre as posições de protrusão (P

<0,000). A posição de 25% de protrusão resultou em uma redução significativa do

IAH com relação à posição de 0%, enquanto nas posições de 50% e 75%, valores

ainda mais baixos do IAH foram encontrados. O número de efeitos colaterais foi

maior começando pela posição com protrusão de 50%. Recomendamos, portanto,

que para chegar a um meio termo entre eficácia e efeitos colaterais, devemos iniciar

um tratamento com DAM na posição de 50% de protrusão. Somente quando esta

posição não resulta em uma redução do IAH e / ou um alívio satisfatório dos

sintomas, 75% da protrusão máxima deve ser considerada.

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et al. (20

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37

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s técnicas

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38  

uma redução significativa foi encontrada no overjet, overbite e no número de

contatos oclusais. Além disso, os pacientes fizeram uma média de 2,5 consultas não

programadas por ano e uma média de 0,8 reparos no aparelho por ano. As

consultas não programadas foram mais frequentes durante o primeiro ano e foram

resultado de quebra do acrílico, pouca retenção e outros ajustes para melhorar o

conforto. A presença de deslocamento de disco com redução na ATM não pode ser

uma contraindicação para tratamento com DAM. Concluíram que após cinco anos de

tratamento com DAM a prevalência de DTM não foi alterada, mas está associada a

alterações oclusais permanentes na maioria dos pacientes com SAHOS durante os

primeiros dois anos.

Abi-Ramia L. et al. (2010) avaliaram o efeito do aparelho de avanço

mandibular Twin Block (TB) no volume das VAS, por meio de tomografia

computadorizada Cone-Beam (CBCT). Dezesseis pacientes (seis do gênero

masculino e dez do gênero feminino) portadores de SAHOS leve a moderada com

idade média de 47,06 anos, utilizaram um DAM para dormir e foram acompanhados

por sete meses, em média. O avanço mandibular proporcionado pelo TB foi de

aproximadamente 75% da protrusão máxima. Ao final do período de

acompanhamento, cada paciente foi submetido a duas tomografias CBCT, com

campo de visão de nove polegadas e espessura de corte de 0,2mm. As tomadas

foram realizadas no mesmo dia, sendo uma sem e outra com o DAM. Os pacientes

estavam acordados, deitados em decúbito dorsal, com plano de Frankfurt

perpendicular ao solo. A segmentação e a obtenção dos volumes das VAS foram

realizadas e utilizado o teste t de Student pareado para análise estatística, com 5%

de significância. Houve aumento do volume da VAS com TB quando comparado

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41  

pacientes portadores da SAHOS, todos do gênero masculino, com idade entre 42 e

59 anos, apresentando número de dentes superior a dez em cada arco dentário.

Inicialmente foi realizada a anamnese através da qual se registrou a queixa dos

pacientes em relação à presença de ronco e falta de ar durante o sono, além do

cansaço diurno, sonolência diurna excessiva e dispersão. Diante disso, solicitou-se o

exame de PSG para verificação da presença e do nível da SAHOS em cada

paciente para que posteriormente fosse possível comparar os exames de PSG inicial

com o exame de PSG utilizando o AIO. Optou-se pelo aparelho intraoral

PMPositioner que permite avanço mandibular individualizado. O avanço mandibular

foi realizado de forma gradual para evitar injúrias na ATM. Após esse período, os

pacientes foram submetidos a um novo exame de PSG com o aparelho. Após

comparação entre o exame de PSG pré e pós o uso de AIO, constatou-se que a

eficácia do tratamento na redução do índice de apnéia e hipopnéia é altamente

significante P= 0,0007, e clinicamente os pacientes relataram uma melhora

significativa dos sintomas de sonolência diurna e sensação de cansaço, e afirmaram

que quando excepcionalmente não fazem uso do AIO a qualidade do sono se reduz

efetivamente.

Ueda H. et al. (2011) descreveram um simples e confortável aparelho de

avanço mandibular para pacientes com SAHOS, que permite significativos

movimentos mandibulares e poderia diminuir os efeitos colaterais na ATM e da

mastigação. Relato de caso: Um homem de 38 anos de idade, com queixa principal

de fragmentação do sono devido a SAHOS foi encaminhado ao nosso serviço por

um cardiologista. O peso do paciente, altura e IMC foram 73 kg, 171 cm e 25 kg/m2,

respectivamente. Seu IAH foi de 16,1. Quatro meses depois de usar o aparelho

proposto, os sintomas iniciais do paciente desapareceram. IAH após o uso do

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42

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43  

4 DISCUSSÃO

Quanto à efetividade dos aparelhos intrabucais, diversos autores

afirmaram em seus trabalhos que estes são uma boa alternativa para o tratamento

da SAHOS devido ao seu custo reduzido e ao relativo conforto de uso, podendo

consequentemente, ter uma maior aceitação por parte dos pacientes.( Fransson A.

et al. 2004; Lee C. et al. 2009; Vinha P. et al. 2010) Seu uso no tratamento da

SAHOS, independente da gravidade, tem recebido grande atenção e aceitabilidade.

(Lee C. et al. 2009; Itzhaki S. et al. 2007)

Existem dezenas de aparelhos de avanço mandibular, podendo variar

quanto ao material (rígido ou flexível), ao tipo de retenção (somente pela maxila ou

pela maxila e mandíbula ou pela língua), a confecção (laboratorial ou no próprio

consultório ou pré-fabricados), ao desenho, a liberdade de movimentos

mandibulares, a abertura vertical anterior e a possibilidade de avanços progressivos.

Deane S. et al. (2009) em seu estudo concluiu que para indivíduos que são capazes

de tolerar o dispositivo de estabilização da língua, ou são inadequados para os

dispositivos de avanço mandibular (por exemplo, dentes insuficientes), esta pode ser

uma opção de tratamento viável. Vanderveken O. et al. (2008) em seu estudo

concluíram que o dispositivo pré-fabricado não pode ser recomendado como uma

opção terapêutica, nem pode ser usado como uma ferramenta de triagem para

encontrar bons candidatos para a terapia de avanço mandibular.

Os aparelhos de reposicionamento mandibular, quando bem indicados e

confeccionados, permitem a supressão parcial ou total do ronco, melhoria no IAH,

SO2, nos fatores cardiovasculares e reversibilidade dos fatores de risco, aumento do

sono REM, diminuição da sonolência diurna, sensação de cansaço. Contribuindo,

desta forma, para a prevenção e redução das sequelas de processos patológicos

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44  

sistêmicos associados e também do estresse (psicológico, familiar e ocupacional),

melhorando a qualidade e a expectativa de vida dos pacientes. (Coruzzi P. et al.

2006; Giannasi L.C. et al. 2008; Itzhaki S. et al. 2007; Lam B. et al. 2007; Nabarro P.

A. D. et al. 2008; Naismith S. et al. 2005; Ueda H. et al. 2008; Vinha P. et al. 2010;

Wang H. et al. 2007)

A mecânica dos aparelhos de protrusão mandibular tem como objetivo

aumentar o volume das VAS, resultando em um avanço mandibular criterioso (Aarab

G. et al. 2010; Abi-Ramia et al. 2010; Chan A. S. L. et al. 2010; Dal-Fabbro Cibele et

al. 2010; Vinha P. et al. 2010) que distancia a língua da parede posterior da faringe,

deslocando este osso para baixo e afastando a língua do palato mole, alterando a

posição do osso hióide e, modificando assim, o espaço da via aérea hipofaringeana.

(Aarab G. et al. 2010; Abi-Ramia L. et al. 2010; Chan A. S. L. et al. 2010)

O Índice de Massa Corporal elevado parece interferir desfavoravelmente

no desempenho do aparelhos intrabucais, sugerindo que pacientes mais obesos ou

que ganham peso ao longo do tratamento podem se tornar o grupo de insucesso

para essa abordagem terapêutica da SAHOS. (Dal-Fabbro Cibele et al. 2010; Lam

B. et al. 2007) A perda de peso resulta em melhoria nos parâmetros de sono, mas o

controle de peso isoladamente sem outros tratamentos específicos é ineficaz.( Lam

B. et al. 2007)

Esta terapia a longo prazo resulta em alterações oclusais permanentes

assim como podem afetar a postura mandibular (Almeida F. et al. 2006; Fransson A.

et al. 2004; Hammond R. et al. 2007; Houa h. et al. 2006; Ueda H. et al. 2008), sendo

essencial um programa de monitoramento dos sintomas ao longo do tempo

(Hammond R. et al. 2007; Ueda H. et al. 2006) e que não há aumento na prevalência

de DTM. (Gomis J. M. et al. 2010; Ueda H. et al. 2006)

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45  

5 CONCLUSÃO

Através dos achados da literatura consultada pode-se concluir que:

A - A mecânica dos aparelhos de protrusão mandibular tem como objetivo

aumentar o volume VAS, resultando em um avanço mandibular criterioso.

B - Os aparelhos de reposicionamento mandibular permitem a supressão

parcial ou total do ronco, melhoria no IAH, SO2, nos fatores cardiovasculares e

reversibilidade dos fatores de risco, aumento do sono REM, diminuição da

sonolência diurna, sensação de cansaço.

C - a utilização desta terapia por longo período leva a alterações oclusais

permanentes tais como estabelecimento de mordida aberta lateral, reduções

significativas no overjet e overbite, incisivos superiores retroinclinados; incisivos

inferiores vestibularizados, aumento da altura facial inferior e inclinação distal dos

molares superiores com inclinação e irrupção mesial dos molares inferiores.

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46  

REFERÊNCIAS1

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