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Faculdade Redentor Curso: Pós-Graduação lato sensu em Medicina Intensiva Efeitos da Ventilação Mecânica Não-Invasiva Aplicada ao Edema Agudo de Pulmão Cardiogênico Valdir Seksenian Campinas, SP 2013

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Faculdade Redentor

Curso: Pós-Graduação lato sensu em Medicina Intensiva

Efeitos da Ventilação Mecânica Não-Invasiva Aplicada ao Edema Agudo de Pulmão Cardiogênico

Valdir Seksenian

Campinas, SP 2013

Faculdade Redentor

Curso: Pós-Graduação lato sensu em Medicina Intensiva

Efeitos da Ventilação Mecânica Não-Invasiva Aplicada ao

Edema Agudo de Pulmão Cardiogênico

Valdir Seksenian

Monografia apresentada à Faculdade Redentor e Instituto Terzius de Campinas como trabalho de conclusão do Curso de Pós-Graduação lato sensu em Medicina Intensiva

Campinas, SP 2013

3

Resumo O edema agudo de pulmão cardiogênico é causado por um aumento súbito da pressão em capilares pulmonares, ingurgitamento dos vasos pulmonares (sanguíneos e linfáticos), exsudação para o espaço intersticial e espaços intra-alveolares, manifestando-se por dificuldade respiratória de diversos graus. Como medidas terapêuticas gerais recomenda-se o posicionamento do paciente com decúbito elevado ou sentado com as pernas pendentes, o que permite maior uso da musculatura acessória, a diminuição do retorno venoso e o aumento da capacidade vital. Devem ser realizadas a monitorização eletrocardiográfica, acesso venoso e oxigênio por máscara. Além disso, devem ser administrados diuréticos, como a furosemida; morfina, que tem ação vasodilatadora e sedativa rápida; vasodilatadores; inotrópicos, como dobutamina, dopamina ou noradrenalina e até outros recursos como a aminofilina e os trombolíticos, dependendo da gravidade. A ventilação não-invasiva, em qualquer das suas duas modalidades mais utilizadas, CPAP ou BiPAP, tem demonstrado ser uma importante ferramenta no tratamento desses pacientes com resultados superiores à oxigenoterapia convencional no tratamento do edema agudo de pulmão cardiogênico. Apesar de alguma controvérsia, as evidências indicam que tanto CPAP quanto BiPAP são equivalentes na melhora da ventilação, trocas gasosas e na redução do trabalho respiratório, além de reduzir o número de intubações e a mortalidade hospitalar. O CPAP tende a ser superior ao BiPAP na redução da mortalidade, porém, são necessários estudos com grande número de pacientes para confirmar esta tendência. O BiPAP tende a mostrar melhores resultados no subgrupo de pacientes que apresentam hipercapnia, com redução do trabalho respiratório e incremento da ventilação. Existe uma fraca evidência de um acréscimo na incidência de infarto agudo do miocárdio com uso do BiPAP em relação ao CPAP. Não existem, até o momento, evidências de uma clara vantagem de uma forma de suporte ventilatório não-invasivo sobre outra. Assim, a escolha vai depender principalmente da disponibilidade local e experiência de cada serviço. Unitermos: BiPAP, CPAP, edema agudo de pulmão cardiogênico, ventilação não-invasiva Abstract Alpha The acute cardiogenic pulmonary edema is caused by a sudden increase in pressure in the pulmonary capillaries, engorgement of the pulmonary vessels (blood and lymph), exudation into the interstitial and intra-alveolar spaces, manifested by varying degrees of respiratory distress. As general therapeutic measures recommended patient positioning with high decubitus or sitting with legs dangling , allowing greater use of accessory muscles, decrease venous return and increased vital capacity. Must be performed electrocardiographic monitoring, intravenous access and oxygen by mask. Furthermore, they should be administered diuretics such as furosemide, morphine, which has vasodilator and sedative fast; vasodilators, inotropes such as dobutamine, dopamine, or noradrenaline and to other resources such as aminophylline and thrombolytics, depending on the severity. The non-invasive ventilation in any of its two most commonly used modalities, CPAP or BiPAP, has proven to be an important tool in treating these patients with superior outcomes to conventional oxygen therapy in the treatment of acute cardiogenic pulmonary edema. Despite some controversy, the evidence indicates that both CPAP BiPAP are equivalent as in improvement of ventilation, gas exchange and reducing the work of breathing, and reduce the number of intubations and hospital mortality. The CPAP tends to be higher than the BiPAP in reducing mortality, but studies are needed with large numbers of patients to confirm this trend. The BiPAP tends to show better results in the subgroup of patients with hypercapnia, reducing the work of breathing and increased ventilation. There is weak evidence of an increased incidence of myocardial infarction with the use of BiPAP compared to CPAP. There are no, to date, a clear evidence of benefit from a form of non-invasive ventilatory support over another. Thus, the choice will depend mainly on local availability and experience of each service. Key Words: acute cardiogenic pulmonary edema, BiPAP, CPAP, non-invasive ventilation

4

SUMÁRIO

Pág.

RESUMO................................................................................................................................................... 3

ABSTRACT............................................................................................................................................... 3 LISTA DE FIGURAS..................................................................................................................................

4

1 OBJETIVOS............................................................................................................................................ 5

1.1 Objetivo Geral................................................................................................................................ 5

1.2 Objetivo Específico....................................................................................................................... 5

2 METODOLOGIA..................................................................................................................................... 5

3 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................ 5

4 DESENVOLVIMENTO............................................................................................................................ 12

5 CONCLUSÃO......................................................................................................................................... 23

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................................... 24

LISTA DE FIGURAS Pág.

Figura 1 - CPAP: pressão positiva contínua nas vias aéreas. Fonte: Knobel (2006)....................... 7

Figura 2 - Equipamento gerador de fluxo para a utilização de CPAP. Fonte: Knobel (2006).......... 7

Figura 3 - BiPAP. Fonte: Knobel (2006)................................................................................................ 8

Figura 4 - Máscara nasal. Fonte: Knobel (2006)................................................................................... 9

Figura 5 - Máscara orofacial. Fonte: Knobel (2006)............................................................................. 9

Figura 6 - Máscara facial total. Fonte: Knobel (2006).......................................................................... 10

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1. OBJETIVOS

1.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desta revisão é comparar os efeitos de três formas de suporte ventilatório

não invasivo: oxigenioterapia, CPAP e a BiPAP no tratamento do EAPC.

1.2 Objetivo Específico

O objetivo específico desta revisão é avaliar os resultados da aplicação de VNI no

tratamento do EAPC em relação à redução da necessidade de intubação orotraqueal (IOT) e

ao índice de mortalidade, bem como a comparação entre CPAP e BiPAP.

2. METODOLOGIA

Foram realizadas pesquisas na base de dados do PubMed utilizando-se as palavras-chave

“BiPAP”, “CPAP”, “non-invasive ventilation”, “acute cardiogenic pulmonary edema” em

língua inglesa e “edema agudo de pulmão cardiogênico” e “ventilação não-invasiva” em

língua portuguesa, com levantamento de 87 artigos, sendo 72 artigos originais, 8 artigos de

revisão e 7 metanálises. Desses, foram selecionados 22 com relevância para elaboração do

texto, além de 16 livros.

3. INTRODUÇÃO

O edema agudo de pulmão cardiogênico (EAPC) representa uma das principais causas de

desconforto e insuficiência respiratória, sendo uma condição comum em serviços de

emergência e unidades de terapia intensiva, associando-se a elevada morbimortalidade.

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O EAPC é causado por um aumento súbito da pressão em capilares pulmonares,

ingurgitamento dos vasos pulmonares (sanguíneos e linfáticos), exsudação para o espaço

intersticial e espaços intra-alveolares, manifestando-se por dificuldade respiratória em

diversos graus.

Pode ser uma complicação secundária a arritmias cardíacas, depressão miocárdica

(choque), isquemia miocárdica, hipertensão grave, hipervolemia aguda, drogas depressoras

cardíacas, doença valvular esquerda e miocardite.

Clinicamente manifesta-se por dispnéia, taquipnéia, tosse, expectoração espumante, às

vezes, com escarro sanguinolento e sensação de morte iminente, taquicardia, hipertensão

ou hipotensão, ritmo de galope, estertores em bases ou generalizados e sibilos.

Os principais diagnósticos diferenciais são síndrome do desconforto respiratório agudo

(SDRA), pneumonite aspirativa, asma, hipersecreção brônquica, doença pulmonar obstrutiva

crônica, edema pulmonar não cardiogênico e broncopneumonia.

A investigação inicial deve ser realizada por gasometria arterial, raio X de tórax,

eletrocardiograma, ecocardiograma, eletrólitos séricos, uréia e creatinina

O EAPC é considerado uma emergência médica e seu tratamento não pode ser adiado,

devendo incluir inicialmente posição sentada ou decúbito elevado, oxigênio em alta

concentração, nitroglicerina, morfina e furosemida.

Além das medidas acima, pode-se lançar mão de nitroglicerina intravenosa em

administração contínua, morfina intravenosa em bolus e ventilação não-invasiva (VNI).

A VNI tem se mostrado como uma importante ferramenta no tratamento desta condição. Os

principais modelos ventilatórios da VNI, assim como na ventilação invasiva, são a ventilação

regulada por pressão ou regulada por volume, com poucos estudos publicados comparando

estas as duas categorias de VNI.

Habitualmente, são utilizados em VNI os ventiladores regulados por pressão, já que

apresentam menor custo, maior capacidade para compensação de fugas, são mais portáteis

e mais bem tolerados pelos pacientes, podendo ser utilizados tanto em situações agudas

quanto crônicas.

A VNI pode ser administrada como uma pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP)

7

ou em dois níveis de pressão (BiPAP).

O CPAP aplica uma pressão contínua durante todo ciclo respiratório (inspiração e

expiração), não assistindo ativamente a inspiração. Por isso, não é considerado um

verdadeiro modo ventilatório.

Figura 1 – CPAP: pressão positiva contínua nas vias aéreas. Fonte: Knobel (2006)

Figura 2 – Equipamento gerador de fluxo para a utilização de CPAP. Fonte: Knobel (2006)

Os ventiladores portáteis regulados por pressão são habitualmente designados BiPAP

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(bilevel positive airways pressure), apesar de esta ser uma denominação inadequada, por

tratar-se de uma marca comercial. O BiPAP fornece uma ventilação por pressão positiva

com dois níveis de pressão, sendo um nível de suporte inspiratório (IPAP - inspiratory

positive airways pressure) e um nível de pressão no fim da expiração (EPAP - expiratory

positive airways pressure).

Figura 3 – BiPAP . Fonte: Knobel (2006)

Existem diversas vantagens na aplicação de EPAP, como a prevenção do rebreathing de

CO2, estabilização das vias aéreas durante o sono, recrutamento de alvéolos, diminuição da

formação de atelectasias, e redução do trabalho inspiratório necessário para ativar o trigger

inspiratório em pacientes com auto-PEEP (PEEP intrínseca).

Interfaces

A escolha da interface entre aparelho e paciente é um ponto crucial para o sucesso da VNI,

podendo ser feita através de máscaras nasais, oronasais, faciais totais, capacetes, peças

bucais e almofadas nasais.

As máscaras nasais são as mais utilizadas em ventilação domiciliar por serem mais bem

toleradas, permitindo ao paciente a comunicação e alimentação oral. As máscaras faciais

são preferíveis nas situações agudas quando é difícil manter o cerramento da boca. Porém,

estas máscaras, assim como as faciais totais e o capacete, são muitas vezes mal toleradas,

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devido à sensação de claustrofobia e ao maior risco de aspiração de vômito.

Figura 4 – Máscara nasal. Fonte: Knobel (2006)

Figura 5 – Máscara orofacial. Fonte: Knobel (2006)

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Figura 6 – Máscara facial total. Fonte: Knobel (2006)

Ambiente de aplicação

A VNI deve ser aplicada preferencialmente em unidades de terapia intensiva (UTI) e

unidades de ventilação não-invasiva (UVNI). Pode também ser aplicada em unidades

médicas de cuidados intermediários e enfermarias com vigilância adequada e possibilidade

de transferência rápida. Mais importante que o local onde se realiza a VNI é a experiência e

disponibilidade dos profissionais que a aplicam. Pode, também, ser iniciada no serviço de

urgência e emergência desde que o pessoal esteja devidamente treinado e o paciente

monitorizado e vigiado para que, em caso de insucesso da VNI, possa ser rapidamente

realizada a intubação orotraqueal (IOT) e instituída a ventilação mecânica. Não de deve

jamais, a qualquer pretexto, adiar a IOT se o paciente apresentar indicação para tal em

qualquer momento, sob pena de se agravar o prognóstico do mesmo.

Forma de aplicação

Inicialmente deve-se explicar detalhadamente o procedimento ao paciente que deve estar

confortavelmente sentado e monitorizado com oximetria de pulso, freqüência respiratória,

monitorização eletrocardiográfica, pressão arterial e alarmes de fuga de ar. Além da

cuidadosa observação da evolução clínica e dos parâmetros de monitorização, deve ser

realizada gasometria arterial no início e após 30 a 60 minutos.

Fatores preditivos de sucesso

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Alguns fatores preditivos de sucesso da VNI estão relacionados com a apresentação inicial

do quadro clínico do paciente, tais como ausência de pneumonia, gravidade inicial mais

baixa, secreções escassas, menor idade, capacidade de cooperação levando a melhor

sincronismo entre paciente e ventilador, melhor score neurológico, boa adaptação à

interface diminuindo a ocorrência de fugas, paCO2 entre 45 e 92 mm Hg, pH arterial entre

7,10 e 7,35 e melhora clínica e das trocas gasosas nas primeiras duas horas de VNI.

Indicações

De acordo com o III Consenso Brasileiro de Ventilação Mecânica, as principais indicações

do uso da VNI conforme os graus de evidência são:

Grau de recomendação A:

• CPAP no Edema agudo pulmonar cardiogênico

• Exacerbação de doença pulmonar obstrutiva crônica

Grau de recomendação B:

• BiPAP no Edema agudo pulmonar cardiogênico

• Exacerbação da asma

• Insuficiência respiratória hipoxêmica

• Estratégia de desmame

Limitações e Contraindicações

A adequada seleção dos candidatos ao uso da VNI é o primeiro passo para o sucesso da

técnica. Por se tratar de uma modalidade de suporte ventilatório parcial e sujeita a

interrupções, essa técnica não deve ser utilizada em pacientes totalmente dependentes da

ventilação mecânica para se manterem vivos. A cooperação do paciente é fundamental para

o sucesso da VNI, tornando o seu uso limitado e prejudicado nos pacientes com

rebaixamento do nível de consciência e agitação psicomotora.

Existem algumas contraindicações ao uso da VNI, tais como, parada cardiorrespiratória,

encefalopatia grave, sangramento digestivo alto, instabilidade hemodinâmica, cirurgia facial

ou trauma, obstrução de via aérea superior, incapacidade de drenagem de secreções

traqueobrônquicas e incapacidade de proteção da via aérea com risco de aspiração. O

ponto mais importante a se considerar é a indicação para ventilação mecânica invasiva

(VMI). O maior risco é o de atrasar o momento ótimo para intubação e ventilação mecânica.

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4. DESENVOLVIMENTO

O edema agudo de pulmão cardiogênico (EAPC) pode ser definido como um aumento

significativo de água extravascular nos espaços intersticiais do pulmão ou nos alvéolos,

secundário a um aumento da pressão hidrostática intravascular pulmonar, causada por uma

alteração aguda do desempenho cardíaco. Como conseqüência ocorrem alterações

pulmonares como redução do volume e complacência pulmonar, além de aumento da

resistência vascular pulmonar, levando a um aumento do trabalho respiratório e do consumo

de oxigênio por volume ventilado. Muitos pacientes com EAPC evoluem para insuficiência

respiratória aguda, apesar da administração de drogas e suplementação de oxigênio,

necessitando de intubação orotraqueal e ventilação mecânica, visando restabelecer a

oxigenação adequada, diminuir o trabalho respiratório e a dispnéia, porém, com o risco de

acarretar complicações hemodinâmicas e respiratórias (REGENGA, 2000).

O edema agudo de pulmão é causado pelo aumento do fluxo de líquidos extracapilares para

o espaço intersticial e alvéolos, acumulando-se nessa região ao ultrapassarem a capacidade

de drenagem dos vasos linfáticos, resultando numa troca gasosa insatisfatória. Esse

aumento de fluidos se deve à elevação da pressão hidrostática, como acontece na

disfunção cardíaca aguda ou ao aumento da permeabilidade, assim como na síndrome do

desconforto respiratório agudo. Considerando então, que o EAPC é a forma mais grave de

apresentação das descompensações cardíacas, constituindo uma emergência clínica que se

manifesta por um quadro de insuficiência respiratória de rápido início e evolução, estando

associado a um elevado risco à vida do paciente, tanto pelo quadro pulmonar agudo como

pela doença cardiovascular subjacente (NARDELLI, 2003).

A formação de edema nos pulmões ocorre do mesmo modo que em outras partes do corpo.

Qualquer fator que faça com que a pressão do líquido intersticial pulmonar passe de

negativa para positiva, provoca uma súbita inundação dos espaços intersticiais e dos

alvéolos, com grande quantidade de líquido livre, tendo como causas mais comuns a

insuficiência cardíaca esquerda ou doença valvular mitral com conseqüente aumento na

pressão capilar pulmonar e inundação dos espaços intersticiais e alveolares. Também a

lesão da membrana dos capilares pulmonares, causada por infecções como pneumonias ou

pela inalação de substâncias nocivas como os gases cloro ou dióxido de enxofre, acarreta a

rápida saída de líquido e de proteínas plasmáticas de dentro dos capilares. O EAPC é uma

das causas freqüentes de morte nos casos de pacientes portadores de insuficiência

cardíaca crônica por longo tempo (GUYTON, 2006).

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Ao se atingir um estado crítico, as junções intercelulares do endotélio capilar já estão

alargadas, com conseqüente alteração de permeabilidade, permitindo a passagem de

macromoléculas para os interstícios (HARRISON, 2008).

Uma importante redução na ventilação ocorre no EAPC, com conseqüentes distúrbios

significantes da relação entre ventilação e perfusão. Há um aumento do gradiente alvéolo-

arterial e diminuição da capacidade de difusão e da pressão parcial de oxigênio. Há uma

relação inversa entre a complacência pulmonar e as pressões da artéria pulmonar e o

acúmulo de líquido intersticial. Os efeitos desta anormalidade são padrões fisiopatológicos

de disfunção pulmonar, restritivos e obstrutivos, isto é, redução dos volumes expiratórios

forçados e da capacidade vital e o aumento do trabalho total da respiração. Além disso, a

ineficiência mecânica do coração altera a propulsão sanguínea normal do sangue arterial e

venoso para dentro e fora dos pulmões. Devido ao fato das câmaras cardíacas, direita e

esquerda estarem em série, um problema em um dos lados inevitavelmente altera a função

do outro. Alterações no circuito cárdio-pulmonar levam à estase sanguínea e ao aumento do

volume sanguíneo nos vasos de capacitância (FROWNFELTER, 2004).

Segundo Braunwald (2003), um edema discreto pode causar poucos sintomas em repouso,

mas a dispnéia de esforço é inevitável. Podem também ocorrer ortopnéia, dispnéia

paroxística noturna e respiração de cheyne-stokes. Além desses sintomas pode-se observar

batimentos de asa de nariz, tiragem intercostal e supraclavicular, respiração superficial,

difícil e ruidosa com roncos inspiratórios e expiratórios audíveis mesmo a distância. A tosse,

inicialmente seca e persistente, logo se transforma em produtiva com expectoração

espumosa de cor branca ou rósea. A pressão arterial costuma sofrer certa elevação em

conseqüência do stress e da vasoconstricção simpática, exceto quando se instala o choque

cardiogênico. A ausculta pulmonar revela vários ruídos adventícios. Inicialmente aparecem

estertores crepitantes nas bases, mas, à medida que evolui, atinge outras áreas de forma

ascendente, chegando inclusive em terço médio e ápices. A ausculta cardíaca costuma

estar prejudicada pelos ruídos respiratórios, sendo freqüente o abafamento das bulhas

Porto (2005) afirma que o paciente geralmente se mostra ansioso, agitado, sentado com

membros inferiores pendentes e utilizando a musculatura respiratória acessória. A pele e as

mucosas ficam frias, acinzentadas, às vezes pálidas e cianóticas, com sudorese fria

sistêmica. Há um agravamento progressivo do quadro clínico, podendo culminar com

insuficiência respiratória, hipoventilação, confusão mental e morte por hipoxemia.

Habitualmente, o diagnóstico do edema agudo pulmonar costuma ser fácil devido ao modo

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como ele se instala, com dispnéia intensa, taquipnéia, tosse acompanhada de expectoração

abundante, espumosa, rosada ou sanguinolenta. O paciente geralmente permanece

sentado, com as mãos apoiadas no leito, fácies angustiada, pálido ou cianótico com

sudorese abundante. À ausculta pulmonar ouvem-se estertores difusos em ambos os

hemitórax, que, juntamente com os demais dados do exame físico e a história clínica, torna

possível detectar a causa. No edema pulmonar cardiogênico, encontram-se outras

manifestações de insuficiência ventricular esquerda, como ortopnéia, dispnéia paroxística

noturna, dispnéia de esforço, tosse, ritmo galopante, pulso alternante.

A isquemia coronariana e a emergência hipertensiva são as causas mais comuns de

disfunções cardíacas agudas, porém, existem outras menos freqüentes, como a

insuficiência mitral aguda por ruptura dos cordões tendíneos que ocorre na degeneração

mixomatosa, na endocardite e na degeneração senil ou a disfunção de musculatura papilar

e insuficiência aórtica, podendo ocorrer no trauma fechado ou na dissecção aguda de aorta.

As cardiopatias crônicas que levam a uma disfunção ventricular sistólica e diastólica, além

das valvulopatias, podem causar edema agudo de pulmão, quando associadas a um fator

desencadeante como arritmias, infecções, isquemia, emergência hipertensiva e uso

incorreto de dietas e medicamentos (PARK; CARDOSO, 2001).

Silveira (2000) afirma que no EAPC há sempre aumento da área cardíaca e seu tratamento

visa à correção da causa do edema. Para tanto, utilizam-se medidas de urgência que

garantam a sobrevivência do paciente, como a oxigenioterapia, balanço hídrico adequado,

geralmente negativo e uso de suporte ventilatório. Porém, as medidas profiláticas para o

edema pulmonar em qualquer afecção clínica, cardiogênica ou não, são em geral as que

apresentam melhor resultado quanto ao prognóstico.

Através da radiografia de tórax pode-se avaliar o grau de extensão do edema, a área

cardíaca e a vasculatura pulmonar. As principais alterações da vasculatura caracterizam-se

pela distensão das veias dos lobos superiores, indicativas de hipertensão venocapilar

pulmonar. A intensa congestão pulmonar se expressa pelo adensamento dos hilos

pulmonares, podendo assumir o aspecto de “asa de borboleta”. Pode ocorrer também um

infiltrado de padrão alveolar, de contornos irregulares, predominante nas bases, bem como

espessamento das cisuras interlobulares e interlobares, sugerindo as linhas A e B de Kerley.

O apagamento dos seios costofrênicos também pode ser encontrado (PORTO, 2005).

Como medidas gerais recomenda-se o posicionamento do paciente que, normalmente,

15

tende a assumir a posição sentada, com os braços apoiados na beira do leito ou sobre o

encosto da cadeira e com as pernas pendentes, o que permite maior uso da musculatura

acessória, a diminuição do retorno venoso e o aumento da capacidade vital. Devem ser

providenciadas a monitorização eletrocardiográfica, acesso venoso e oxigênio por máscara.

Além disso, devem ser administrados diuréticos, como a furosemida; morfina, que tem ação

vasodilatadora e sedativa rápida; vasodilatadores; inotrópicos, como dobutamina, dopamina

ou noradrenalina e até outros recursos como a aminofilina e os trombolíticos, dependendo

da gravidade (CASTRO, 2003).

O objetivo da ventilação mecânica com pressão positiva é aumentar a oxigenação arterial,

através da melhora da troca gasosa, devido ao recrutamento de alvéolos colapsados,

mantendo o suporte de vida para os pacientes que perdem a capacidade de realizar

ventilação espontaneamente. Tem o propósito de manter uma pressão positiva na via aérea

por toda a fase expiratória, inclusive ao seu final, ressaltando que a efetividade da técnica

depende do ajuste do nível de PEEP ao processo fisiopatológico que está comprometendo a

função pulmonar (BARROS e col., 2007).

A ventilação mecânica não-invasiva envolve modalidades que aumentam a ventilação

alveolar e diminuem o trabalho respiratório sem a necessidade de próteses invasivas. Entre

os métodos existentes, o de ventilação com pressão positiva por máscara facial ou nasal é o

que oferece melhores resultados. Na maioria dos casos, esta técnica se apresenta como

uma alternativa à intubação. As modalidades mais empregadas na VNI são o CPAP

(pressão positiva contínua nas vias aéreas) e o BIPAP (dois níveis intermitentes de pressão

positiva nas vias aéreas). No CPAP, a máscara está conectada a um sistema de fluxo

contínuo que pressuriza a câmara formada pela máscara e pela face do paciente,

transmitindo esta pressão às vias aéreas. Nesse sistema, a pressão é constante tanto na

inspiração quanto na expiração. O BIPAP pode ser descrito como um CPAP com dois níveis

de pressão que se alternam de acordo com uma ciclagem a tempo, podendo-se ajustar os

níveis de pressão superior (inspiratória) e inferior (expiratória), bem como a duração de cada

nível de pressão. Neste modo ventilatório é possível manter uma ventilação espontânea, em

qualquer nível de pressão ou fase do ciclo respiratório (COSTA, 2002).

A VNI tem como indicações a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) exacerbada, a

asma exacerbada, o edema agudo pulmonar cardiogênico, a insuficiência respiratória

hipoxêmica, o pós-operatório imediato, a pós-extubação, no desmame e em pacientes

terminais (SCHETTINO e col., 2007).

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Presto (2005) relata as contra-indicações para aplicação da VNI, como hemorragia digestiva

alta, vômitos, hemoptise, refluxo gastroesofágico, traumas e/ou cirurgias de face ou seios

paranasais, não-cooperação do paciente ou agitação ao adaptar-se a VNI e pela

impossibilidade de adaptar a máscara de forma adequada. Afirma, ainda, que em pacientes

com possibilidade de hiperdistensão abdominal por aerofagia ou broncoaspiração deve-se

utilizar o CPAP de forma que a pressão de pico não ultrapasse a pressão de abertura do

hiato esofagiano, que está em torno de 25-30 cm H2O. Assim, o procedimento deverá ser

realizado por meio de aparelhos que possibilitem mensurar a pressão de pico.

Crane e col. (2004) realizaram uma pesquisa com o objetivo de investigar qual modalidade

de VNI resultaria numa recuperação mais rápida em comparação com a oxigenoterapia

convencional. Foram incluídos 60 pacientes com edema agudo de pulmão e acidose

divididos em três grupos: 20 para CPAP com PEEP de 10 cmH2O, 20 para BIPAP com

IPAP de 15 e EPAP de 5 cmH2O e 20 para oxigenoterapia convencional. O grupo da

oxigenoterapia obteve 15% de sucesso, contra 35% do CPAP e 45% do BIPAP. Quanto à

precocidade da alta hospitalar, esta foi possível em 70% do grupo oxigenoterapia, contra

75% do BIPAP e 100% do CPAP. Assim, os autores concluíram que o tratamento com

CPAP apresenta melhores resultados do que o tratamento feito com BIPAP ou

oxigenoterapia convencional. Em contrapartida, a taxa de sobrevivência foi similar aos

outros estudos, apesar da redução dos números de intubação.

O CPAP pode ser definido como uma técnica que promove a manutenção de uma pressão

positiva nas vias aéreas tanto na inspiração quanto na expiração. Na fase inspiratória o

sistema ajuda o paciente devido às elevadas taxas de fluxo de gás com concentração

conhecida, umidificada e aquecida. Ao inspirar, o paciente gera uma pressão negativa no

circuito e a partir da pressão mínima estabelecida pelo sistema utilizado irá desencadear o

fluxo (AZEREDO, 2002).

Ferrari e col. (2007) afirmam que o uso da VNI vem mostrando uma melhora significativa no

resultado de pacientes com EAPC, porém, relata a existência de alguns estudos anteriores

que indicam um risco potencial de um novo infarto do miocárdio em associação ao uso da

ventilação por pressão positiva intermitente (IPPV). Acrescenta, contudo, a persistência de

controvérsia a respeito, pois os dados disponíveis são insuficientes para uma conclusão

definitiva sobre o assunto. Assim, foi realizado um estudo com 52 pacientes com hipoxemia

severa secundária ao EAPC. Foram randomizados, com 27 receberando CPAP e 25 o IPPV,

além da terapia medicamentosa, não incluindo portadores síndrome coronariana prévia. Não

17

se observou diferença significante na taxa de infarto agudo do miocárdio (IAM). Com relação

às taxas de intubação, mortalidade e tempo de internação, também não houve diferença

entre os dois grupos, concluindo-se que ambas as técnicas foram eficazes no tratamento.

O BIPAP não oferece nenhum benefício clínico importante em comparação ao CPAP em

pacientes com EAPC, embora vários estudos tenham demonstrado benefícios significantes

entre um e outro. A escolha de qual modalidade deve-se utilizar dar-se-á principalmente ao

aparelho que estiver disponível (M HO; WONG, 2006).

Para Masip e col. (2005) não há diferenças significativas em melhoras clínicas na

comparação do CPAP com o BIPAP, embora existam algumas contradições evidenciando

que o CPAP seja melhor. De fato, a VNI vem reduzindo a necessidade de intubação e a

mortalidade dos pacientes com EAPC.

Park e col. (2001) realizaram um estudo com a finalidade de comparar os efeitos da

oxigenoterapia convencional e as duas modalidades de VNI através de um estudo

randomizado. Do total de 26 pacientes, 10 foram tratados com oxigenoterapia, 9 com CPAP

e 7 com BIPAP. Todos receberam terapia medicamentosa e tiveram os sinais vitais e

gasometria aferidos frequentemente. Concluiu-se que o BIPAP foi mais eficaz no tratamento

do EAPC por apresentar uma recuperação mais rápida dos sinais vitais e gasométricos,

evitando intubações. Foram necessárias 4 intubações no grupo oxigênio, 3 no grupo CPAP

e nenhuma no grupo BIPAP. Houve 1 óbito no grupo CPAP devido a um novo infarto agudo

do miocárdio. Os pacientes do grupo BIPAP apresentaram PaO2 maior e freqüência

respiratória menor, enquanto o grupo oxigênio apresentou maior PaCO2 e menor PH

sanguíneo.

Em função da alta freqüência do uso e disponibilidade do Bird Mark 7 (BM7) nos serviços

de saúde no Brasil, Kikuti e col. (2008) avaliou a eficiência do mesmo para ofertar VNI

utilizando um modelo mecânico do sistema respiratório. O BM7 foi testado com PEEP de 5,

10 e 15 cmH2O e analisou algumas variáveis, como diferença entre a CPAP pré-

determinada e a CPAP realmente atingida (CPAPreal); área da pressão da via aérea sob o

nível de CPAP ajustado (ÁREACPAP); e volume corrente gerado. A adaptação do Bird Mark 7

para oferecer CPAP em ventilação não-invasiva conseguiu atingir o volume corrente

esperado em todas as situações de esforço inspiratório (normal ou elevado), pressão de

alimentação (400 ou 500 kPa) e valor de CPAP (5, 10 ou 15 cmH2O). Para os CPAPs de 5 e

10 cmH2O, o CPAPreal foi muito próximo do pré-determinado, e a ÁREACPAP teve valor

18

próximo de zero. Para o CPAP de 15 cmH2O, o CPAPreal ficou abaixo do pré-determinado,

e a ÁREACPAP teve valor elevado. Os autores concluem que a eficiência da adaptação do

Bird Mark 7 para oferecer CPAP em ventilação não-invasiva foi boa para os valores de

CPAP de 5 e 10 cmH2O e insuficiente para CPAP de 15 cmH2O. Se adaptado como neste

estudo, o Bird Mark 7 pode ser uma opção para oferta de CPAP até 10 cmH2O em locais

onde equipamentos de ventilação não-invasiva são escassos ou inexistentes.

Holanda e col. (2009) destacam que a incidência bem como o tipo de efeitos colaterais são

relacionados ao modelo de máscara e aos níveis de pressão da VNI (PEEP), colaborando

muitas vezes para o insucesso do tratamento. Em um estudo randomizado foram incluídos

24 voluntários sadios, os quais foram submetidos a 6 períodos de VNI (em modo BIPAP) em

ajustes de baixa à moderada a alta pressão. Foi utilizado um formulário que incluía onze

efeitos adversos com a finalidade de avaliar o conforto das máscaras facial total (MFT),

facial (MF) e nasal (MN). A MFT teve desempenho similar à MF e MN quanto ao conforto,

porém, as pressões mais altas aumentaram o desconforto e a incidência e intensidade dos

efeitos deletérios em todos os tipos de máscara. A MF apresentou menor vazamento aéreo

e a MFT obteve menor pressão parcial de CO2 no circuito.

A maioria dos riscos e complicações causados pelo CPAP se dá pelo aumento da pressão

ou pelo equipamento. O aumento do trabalho respiratório causado pelo aparelho pode levar

à hipoventilação e a hipercapnia. Como o CPAP não aumenta a ventilação espontânea, os

pacientes com insuficiência respiratória podem hipoventilar durante a aplicação. O

barotrauma é um risco potencial e apresenta maior probabilidade de ocorrer no paciente

com enfisema e bolhas. A distensão gástrica pode ocorrer principalmente se forem

necessárias pressões superiores a 15 cmH2O, podendo provocar vômitos e aspiração. O

CPAP mantém uma pressão positiva das vias aéreas tanto durante a inspiração quanto a

expiração, mantendo a pressão alveolar e das vias aéreas elevadas durante todo o ciclo

respiratório. Consequentemente, aumenta o gradiente de pressão transpulmonar nas duas

fases do ciclo respiratório. O paciente em uso do CPAP respira através de um circuito

pressurizado contra um resistor de entrada, com as pressões sendo mantidas entre 5 e 20

cmH2O (SCANLAN, 2000).

O CPAP pode apresentar diversas complicações que resultam principalmente de seus

efeitos cárdio-pulmonares, além de outras secundárias ao emprego das máscaras. As mais

comuns são: ligeira deterioração do débito cardíaco, caso a PEEP seja elevada; aerofagia;

vômitos e, em alguns casos, ocorre moléstia de intolerância às máscaras, caracterizada por

19

dor, desconforto e úlceras no dorso do nariz. A PEEP melhora a oxigenação ao aumentar a

capacidade residual funcional (CRF) a partir de um recrutamento alveolar, podendo

aumentar a complacência pulmonar e reduzir o débito cardíaco. Além disso, diminui o shunt

intrapulmonar e melhora as relações de ventilação/perfusão ao produzir uma redistribuição

da perfusão pulmonar. As alterações de volume induzidas pela pressão positiva podem dar

lugar às modificações das resistências vasculares pulmonares. Devido à arquitetura especial

do parênquima pulmonar, os vasos extra-alveolares se dilatam e os intra-alveolares se

colapsam ao aumentar o volume do pulmão (NET, 2002).

Para Tarantino (2002), os benefícios da VNI ocorrem pela redução do trabalho muscular

inspiratório, evitando a fadiga muscular em doenças restritivas e obstrutivas. A melhora das

trocas gasosas acontece por incrementos da mecânica ventilatória, da relação ventilação-

perfusão e redução do shunt. Nos pacientes com EAPC, bem como nos portadores da

síndrome do desconforto respiratório agudo, esse efeito se deve principalmente ao uso de

PEEP; efeito similar ao observado na ventilação invasiva com uso de PEEP. Como na

ventilação invasiva, PEEP e CPAP irão aumentar a capacidade residual funcional e abrir

áreas alveolares colapsadas, reduzindo o shunt direito-esquerdo e melhorando a troca

gasosa. O aumento da capacidade residual funcional melhora a complacência pulmonar e

reduz o trabalho respiratório. Outro benefício é o aumento do débito cardíaco em função da

redução da pós-carga secundária à diminuição da pressão transmural no ventrículo

esquerdo. Uma pressão acima de 25-35 cmH2O aplicada à máscara facial pode abrir o

esfíncter esofagiano superior, levando à distensão gástrica e ao risco de broncoaspiração.

A pressão no mediastino aumenta paralelamente à aplicação da PEEP. Assim, com o

pulmão distendido, o aumento da pressão externa justacardíaca resulta no aumento das

pressões intracavitárias devido à complacência miocárdica estar diminuída, ocorrendo uma

redução da resistência vascular sistêmica, compressão das veias cava superior e inferior,

diminuição do retorno venoso e do enchimento ventricular, diminuindo também o

enchimento do átrio esquerdo, e finalmente, reduzindo o débito cardíaco. Ocorre diminuição

do trabalho respiratório, acarretando alterações benéficas na pressão transpulmonar e

redução da PaCO2. Além disso, ocorre ainda o aumento significante da complacência

pulmonar associada à melhora do ventrículo esquerdo (PARK; LORENZIFILHO, 2006).

Coimbra e col. (2007) afirmam que também são observados benefícios na hemodinâmica

tais, como, diminuição da pré-carga por redução do retorno venoso e, diminuição da pós-

carga do ventrículo esquerdo por redução da pressão transmural. O uso da PEEP de 10 cm

20

de H2O parece ser o ponto chave do benefício respiratório e hemodinâmico para pacientes

com EAPC, tanto durante o uso do CPAP, quanto no BIPAP.

Cross e col. (2003) realizaram estudo randomizado feito num departamento de emergência

em 3 hospitais universitários australianos com o objetivo de comparar o CPAP e o BIPAP

em adição à terapia medicamentosa em pacientes com EAPC e insuficiência respiratória

aguda não cardiogênica. Foram selecionados 101 pacientes, sendo 51 para CPAP, com

duração de 123 minutos e 50 para BIPAP com duração de 132 minutos, além de um

subgrupo com EAPC, onde 36 pacientes fizeram CPAP por 123 minutos e 35 fizeram BIPAP

por 133 minutos. Concluiu que não há diferença significante para a clínica no que diz

respeito ao tempo de duração, quando comparadas as duas modalidades de VNI.

A VNI, além de melhorar a troca gasosa e a evolução clínica em diferentes tipos de

insuficiência respiratória aguda, reduz a necessidade de intubação e a mortalidade, contudo,

o sucesso da VNI está diretamente relacionado à tolerância e à colaboração do paciente

(RAHAL et al, 2005).

Nápolis e col. (2006) realizaram um estudo a fim de avaliar os equipamentos utilizados na

VNI e o nível de conhecimento entre médicos, fisioterapeutas e enfermeiros dos centros de

terapia intensiva e de ensino na cidade de São Paulo, constatando que os fisioterapeutas se

sentem mais qualificados a instalar a VNI e estão mais atualizados do que médicos e

enfermeiros, enquanto os médicos possuem mais conhecimento a respeito de sua

utilização quando comparados aos enfermeiros. A pesquisa foi realizada através de um

questionário onde os profissionais anotavam a disponibilidade, grau de conhecimento e

indicações e contraindicações da VNI. Concluiu-se, também, que na rede privada há maior

disponibilidade de equipamentos, predominando os geradores de fluxo, enquanto na rede

pública se usa mais os aparelhos de ventilação mecânica adaptados para VNI e nas

instituições de ensino predominam os ventiladores específicos para VNI.

Weng e col. (2010) apud Nassar Jr. (2010), em metanálise incluindo 31 estudos, num total

de 2887 pacientes, afirmam que a realização de metanálises ano-a-ano de acordo com a

publicação dos estudos mostrou que a partir de 1995 tem-se evidência de que o CPAP

reduz a necessidade e intubação orotraqueal (IOT); em 2002, de que há redução da

mortalidade e; em 2004, de que o BiPAP também reduz a necessidade de IOT. Esses

resultados não mudaram com o tempo e com a inclusão de novos estudos. Os autores

afirmam, ainda, que os resultados de sua metanálise permitem concluir que o CPAP reduz a

21

mortalidade e a necessidade de IOT em EAPC e o BiPAP reduz a necessidade de IOT

quando comparados ao suporte clínico padrão. Não há diferenças entre as duas estratégias

de VNI quanto aos desfechos analisados. Os efeitos benéficos parecem ser mais

pronunciados em EAPC de etiologia isquêmica. Concluem que o uso de VNI, CPAP ou

BiPAP, é recomendado em pacientes com EAPC que não apresentem uma rápida melhora

com o uso inicial de oxigênio suplementar, diurético e vasodilatador intravenoso.

Mariani e col. (2011) realizoaram uma metanálise incluindo 34 estudos num total de 3.041

pacientes comparando o uso de CPAP, BiPAP e a terapia padrão no tratamento do EAPC..

Para avaliar os efeitos do tratamento foi realizada uma comparação direta usando um

modelo de efeitos randomizado e uma comparação indireta ajustada. Na comparação direta,

tanto CPAP quanto BiPAP reduziram o risco de morte em relação à terapia padrão, embora

somente CPAP tenha mostrado resultado significante. Não houve diferença significante

entre CPAP e BiPAP. O conjunto dos resultados tanto na comparação direta quanto

ajustada mostrou que, em relação à terapia padrão, tanto CPAP quanto BiPAP reduziram a

mortalidade de maneira significativa. Os autores concluem que os dados sugerem que, entre

os pacientes com EAPC, a VNI reduz a mortalidade tanto com o uso de CPAP quanto

BiPAP.

Na comparação entre CPAP, BiPAP e oxigenoterapia convencional, o CPAP está associado

a uma taxa de mortalidade significantemente menor em relação à oxigenoterapia

convencional. BiPAP também promove uma redução na mortalidade, porém, sem

significância estatística. Não há diferença no risco de morte na comparação do uso de

CPAP e BiPAP. A necessidade de IOT e ventilação mecânica é menor quando se aplica

CPAP ou BiPAP quando comparadas com a oxigenoterapia convencional, porém, não há

diferença significante entre as duas modalidades de VNI. Existe uma fraca evidência de um

acréscimo na incidência de infarto agudo do miocárdio com uso do BiPAP em relação ao

CPAP. (PETER e col.,2006).

Winck e col. (2006) realizaram uma revisão sistemática e matanálise para avaliar a eficácia

e segurança da ventilação não-invasiva no tratamento do EAPC. Identificaram 790 artigos,

dos quais 17 preencheram os critérios de inclusão. Na análise combinada, 10 estudos

comparando CPAP com a oxigenoterapia convencional mostraram uma significância de 22%

na redução do risco absoluto de IOT e 13% na mortalidade. Seis estudos comparando

BiPAP e oxigenoterapia convencional mostraram 18% de redução do risco absoluto de IOT

e 7% na mortalidade. Na comparação entre CPAP e BiPAP, 7 estudos indicaram não haver

22

diferença significante tanto em relação à indicação de IOT quanto à mortalidade. Nenhum

dos métodos aumentou o risco de infarto agudo do miocárdio (IAM). Num subgrupo

incluindo pacientes com hipercapnia, o BiPAP não levou a melhora dos desfechos em

relação ao CPAP. Concluem os autores que as evidências suportam de forma robusta o uso

de CPAP e BiPAP no EAPC. As duas técnicas diminuem a necessidade de IOT e a

mortalidade em relação à oxigenoterapia convencional e nenhuma mostrou aumento do

risco de IAM. Afirmam, ainda, que o CPAP poderia ser considerado como a primeira linha de

intervenção, já que o BiPAP não se demonstrou mais eficaz mesmo nos pacientes com

condições mais severas e o CPAP é mais fácil e mais barato de se aplicar na prática clínica.

Passarini e col. (2012) realizaram um estudo analisando os casos de insuficiência

respiratória aguda decorrente de edema agudo de pulmão e agudização da doença

pulmonar obstrutiva crônica submetidos à ventilação não-invasiva, com a finalidade de

identificar fatores associados ao sucesso ou ao insucesso do método em um serviço de

urgência. Foram incluídos pacientes de ambos os gêneros, maiores de 18 anos e excluídos

aqueles com insuficiência respiratória aguda secundária a patologias diferentes de edema

agudo de pulmão e doença pulmonar obstrutiva crônica, ou que apresentavam

contraindicação para a técnica. A rotina da instituição é utilizar a pressão expiratória entre 5

e 8 cmH2O e a inspiratória entre 10 e 12 cmH2O, além de suplementação de oxigênio para

manter a saturação periférica acima de 90%. A variável “desfecho” considerada foi a

intubação orotraqueal. No subgrupo de pacientes com edema agudo de pulmão (n=92), a

mediana do tempo de VNI foi de 5 (2-32) horas e 75,7% deles evoluíram com sucesso, ou

seja, não foi necessária a intubação. Nos pacientes que evoluíram para intubação foram

observados pior escore de APACHE II e menor saturação periférica de oxigênio, de forma

estatisticamente significante, (p<0,001). O uso de BiPAP relacionou-se a 2,3 vezes mais

chance de ocorrência de IOT que o CPAP (p=0,032). Houve maior probabilidade de sucesso

nos pacientes com pontuação mais elevada na Escala de Coma de Glasgow (ECG). Os

autores concluem que, nos pacientes com edema agudo de pulmão, as variáveis associadas

à IOT foram a freqüência respiratória > 25 / min, maior valor de APACHE II e uso de BiPAP,

enquanto maiores valores de ECG e saturação periférica de oxigênio estão associados ao

sucesso da VNI.

23

5. CONCLUSÃO

O edema agudo de pulmão cardiogênico representa uma das principais causas de

desconforto e insuficiência respiratória, sendo uma condição comum em serviços de

emergência e unidades de terapia intensiva, associando-se a elevada morbimortalidade. É,

portanto, uma emergência médica e seu tratamento deve ser iniciado o mais brevemente

possível com as medidas clínicas iniciais, como posição sentada ou decúbito elevado,

nitroglicerina, morfina, furosemida e oxigenoterapia em alta concentração, as quais podem

não ser suficientes numa parcela dos pacientes, sendo necessário lançar mão de suporte

ventilatório invasivo ou não-invasivo.

Diante das evidências coletadas com base nos dados publicados até o momento, fica claro

que a ventilação não-invasiva, em qualquer das suas duas modalidades mais utilizadas,

CPAP ou BiPAP, apresenta resultados superiores à oxigenoterapia convencional no

tratamento do edema agudo de pulmão cardiogênico.

Já na comparação entre CPAP e BiPAP, embora haja algumas opiniões contraditórias, as

evidências indicam que ambas são eficazes na melhora da ventilação, trocas gasosas e na

redução do trabalho respiratório, além de reduzir o número de intubações e a mortalidade

hospitalar.

No subgrupo de pacientes que apresentam hipercapnia, o BiPAP tende a mostrar melhores

resultados, com incremento da ventilação e diminuição do trabalho respiratório. Existe uma

fraca evidência de um acréscimo na incidência de infarto agudo do miocárdio com uso do

BiPAP em relação ao CPAP. Em relação à mortalidade, parece haver alguma superioridade

do CPAP sobre o BiPAP, porém, são necessários estudos com grande número de pacientes

para confirmar esta tendência.

Finalizando, como não existe até o momento uma clara vantagem de uma forma de suporte

ventilatório não-invasivo sobre outra, a escolha vai depender principalmente da

disponibilidade local e experiência de cada serviço.

24

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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