a prática e o despertar & possuir o satori

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A prática e o despertar & Possuir o satori http://networkedblogs.com/UbdCk Vamos comentar um pouco sobre o que é a prática e o que é a iluminação. Existem duas grandes correntes no Zen. Uma delas é a que considera que a prática em si, é a iluminação. Essa corrente tornou-se bastante forte e muito popular entre monges e mestres. Ela tenta deixar de lado o que é o “kensho” ou o “satori” como eventos místicos e psicológicos de grande profundidade, e essa corrente dentro da Soto Zen se concentra na prática em si. Ela diz - “não pense nada, não procure nada, não ambicione, você deve se concentrar na forma”- ou seja, entre no zendo com determinado pé, faça o gasshô concentradamente, procure a forma perfeita, sente-se ereto, quieto na melhor forma possível, não se mova, faça seu oryoki com a máxima precisão, faça seu mudra certo, não o deixe torto, não faça nada que não seja perfeito, procure a perfeição no seu ato, conserve sua boca fechada em silêncio, pratique o silêncio da prática do sesshin, não deixe sua mente se dispersar, tente seguir cada coisa com a máxima precisão. Essa corrente portanto, diz que a prática é a iluminação. Não é propriamente a corrente da nossa linhagem. A nossa linhagem, a linhagem de Saikawa Roshi, é uma linhagem que enfatiza, que dá ênfase a um outro lado, que é do acordar, da experiência mística. O que caracteriza os mestres dessa corrente são as perguntas como – “Quem sou eu”? – ou – “Qual era minha face antes dos meus pais terem nascido”? – nossa corrente enfatiza a procura da experiência mística.

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ZenBudismo

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Page 1: A Prática e o Despertar & Possuir o Satori

A prática e o despertar & Possuir o satori

http://networkedblogs.com/UbdCkVamos comentar um pouco sobre o que é a prática e o que é a iluminação. 

Existem duas grandes correntes no Zen. Uma delas é a que considera que a prática em si, é a iluminação. Essa corrente tornou-se bastante forte e muito popular entre monges e mestres. Ela tenta deixar de lado o que é o “kensho” ou o “satori” como eventos místicos e psicológicos de grande profundidade, e essa corrente dentro da Soto Zen se concentra na prática em si. Ela diz - “não pense nada, não procure nada, não ambicione, você deve se concentrar na forma”- ou seja, entre no zendo com determinado pé, faça o gasshô concentradamente, procure a forma perfeita, sente-se ereto, quieto na melhor forma possível, não se mova, faça seu oryoki com a máxima precisão, faça seu mudra certo, não o deixe torto, não faça nada que não seja perfeito, procure a perfeição no seu ato, conserve sua boca fechada em silêncio, pratique o silêncio da prática do sesshin, não deixe sua mente se dispersar, tente seguir cada coisa com a máxima precisão. 

Essa corrente portanto, diz que a prática é a iluminação. Não é propriamente a corrente da nossa linhagem. A nossa linhagem, a linhagem de Saikawa Roshi, é uma linhagem que enfatiza, que dá ênfase a um outro lado, que é do acordar, da experiência mística. O que caracteriza os mestres dessa corrente são as perguntas como – “Quem sou eu”? – ou – “Qual era minha face antes dos meus pais terem nascido”? – nossa corrente enfatiza a procura da experiência mística. 

A “forma” nessa corrente é importante, mas se há qualquer engano ou erro, ele não é tomado como erro capital, mas sim um erro que acontece, “não faço perfeito, ninguém faz perfeito”. Tentamos, mas não é nada trágico se alguém troca o pé e entra na sala com o outro pé. Ele se distraiu, mas a gente sabe que naquele momento a mente dele viajou e ele não fez certo, e não fazemos disso um grande acontecimento. Em vez de dizer – “faça certo, preste atenção” - os mestres desta linhagem dizem – “tente, se errar não tem importância, na próxima vez a gente faz melhor". Os ritos e as cerimônias são importantes, são relevantes, mas não são a essência da prática, o sentido é a experiência mística, é ela a iluminação. 

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Então você procura a experiência, mas como é que se procura a experiência? Procura-se a experiência através do zazen e de procurar acordar, enxergar a realidade da vida através de uma experiência pessoal. Difícil de descrever, mas é caracterizada por emoções, por percepções, insights profundos. As descrições são um tanto obscuras como dizer - “subitamente céus e terra desabaram com estrépito” ou “uma luz dourada envolveu todas as coisas” ou ainda “subitamente uma grande alegria me invadiu e todas as coisas que pareciam ter importância, deixaram de ter. As coisas da vida passaram a ser apenas eventos como de um sonho, e enxerguei o fundo da vida. E o relevante nesse “fundo da vida” é algo diferente do que pensara até então”, descrições como ”sinto-me conectado a todas as coisas e o receio da morte desapareceu completamente”.Postado por Monge Genshô às 04:00   Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar no OrkutCompartilhar com o PinterestMarcadores: budismo, despertar, erros, forma, iluminação, insights, kenshô,linhagem, mestres, mística, perfeição, prática, satori, zen

Possuir o satori

As experiências de “kensho”, as experiências místicas de despertar, são às vezes experiências fugazes, nós as temos durante um tempo curto e elas desaparecem. E mesmo que possamos ter enxergado as coisas como elas realmente são e nos sintamos invadidos por uma enorme alegria, contentamento e felicidade, aquele evento torna-se uma lembrança, nós o perdemos, porque nossa prática ainda não é suficientemente forte. Chamamos essas experiências de “kensho” - experiências místicas. Mas quando passamos a ter experiências místicas por muitas vezes  mudamos a nós mesmos, de tal maneira que elas tornam-se acessíveis com facilidade, podendo ser chamadas a qualquer momento, aí temos o “satori”.

Então se você possui o “satori”, possui a “capacidade de estar iluminado”, ou de “iluminar todas as coisas com uma luz clara e lúcida”. As paixões não são mais o que nos arrasta, porque nossa visão lúcida

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tornou tudo bem fácil de ser interpretado. Nesse processo, o satori, há muitos graus diferentes. Você pode obter a iluminação e ela alterar apenas alguns aspectos da sua vida, mas não todos. Pode ser uma mera lucidez, mas você pode continuar sendo movido pelas emoções normais da vida e você terá que fazer algum esforço para recuperar aquela situação de iluminação. Mas o mais alto estágio seria aquele em que tudo mudou. Seu rosto mudou, suas atitudes mudaram e suas emoções mudaram. 

À medida que o processo de iluminação vai se aprofundando, as emoções vão mudando, até chegarmos ao ponto em que não existem mais emoções nos arrastando, não há mais ventos nos levando de um lado para outro. É por isso que essa situação chama-se “nirvana”. Atingir o nirvana é não ter mais ventos nos arrastando. Nessa situação, situação de um Buda, não há qualquer energia com carma suficiente para forçar uma nova manifestação. Você precisaria escolher retornar, não precisa retornar, não tem energia para retornar para esse mundo, não tem paixões suficientes para fazer com que esse mundo o atraia. E assim, não há carma suficiente para gerar um nascimento e uma identidade. Então entre o primeiro despertar e uma iluminação completa vai uma distância bastante grande.

Postado por Monge Genshô   às 04:00 

Carma, base do pensamento moral

http://networkedblogs.com/U9aWxPergunta – Mas não existe alguma piora, como no caso da TV, por exemplo?

Monge Genshô – Isto é uma aparência, nós podemos analisar por outro ângulo também. Há apenas 100 anos atrás não existia eletricidade. Para ouvir música, você teria que ver um instrumentista tocar. A medida que nós criamos a eletricidade e os instrumentos eletrônicos, hoje podemos tocar e gravar música usando computadores, etc… Logo, muitos começaram a fazer música. Agora, o gosto geral não é bom, de modo que houve uma vulgarização, por ser um meio de acesso geral. Vou dar um exemplo mais flagrante. Antigamente você abria um jornal e lia as notícias. Uma agência de notícias,   coloca a disposição de um jornal, por dia, centenas de notícias. Quantas notícias você vai publicar? Dez, doze, não muito mais que isso. De modo que o editor vai escolher as matérias que endossam a sua linha editorial. Ele não precisa mentir, apenas escolher. Publica-se aquilo que apóia o pensamento do editor. Agora temos a internet. Na internet, qualquer pessoa com um teclado pode escrever. Portanto, agora

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temos todo tipo de notícia, você abre a internet e vê o que está disponível. Sem editores, você não tem mais o filtro, ou seja, qualquer tolice ou mentira será publicada. Não era assim no passado? Era, mas não existia a disponibilidade de colocar isso na mão de todos. Hoje temos bilhões de novos textos todos os dias na internet. Conclusão: a humanidade sempre foi medíocre, o que acontece é que agora a mediocridade ganhou voz.

Hoje temos 200 a 300 canais de TV, mas com tudo isso temos a sensação de não ter nada para assistir. Temos que filtrar muito bem algo que não apele para os sentimentos médios, que são baixos. As pessoas dizem “a culpa é da mídia, que divulga apenas crimes”. Quando eu era diretor de um jornal do RS, nós fizemos uma pesquisa. Qual a página mais lida do jornal? Horóscopo. Quais as matérias mais demandadas? Polícia e Futebol. Qual a página menos lida? Editorial, com 4%. Porque você liga a televisão e não acha um concerto de alta qualidade para assistir? Os canais que disponibilizarem tal coisa não vão ter audiência. Por que os jornais e TV têm tantas matérias de criminalidade? Se você colocar algo deste tipo, várias pessoas vão ligar a TV para assistir e abrir o jornal para ler. Tendo sido um diretor na área, posso dizer que não é a mídia que dita o que as pessoas vão ler. Quem pauta o que as pessoas vão ler ou assistir algo é o público. Quando as pessoas assistem algo, dão ibope. Com ibope pode-se vender anúncios e isso dita o interesse da mídia.

Como os budistas devem agir? Os budistas devem mudar as próprias mentes. Se você mudar sua mente estará mudando o mundo. No dia que mudarmos nossas mentes teremos um povo diferente, com um comportamento diferente. Por acreditarmos no poder, no dinheiro como valores principais, nos tornarmos a sociedade que somos e nascemos aqui pois temos karma para isso. Há uma explicação para esta sociedade ser como é, a mania que temos de atribuir a outro (demônios, políticos, mídia, sistema econômico) é uma maneira fácil, como se o problema não fosse nosso. A culpa é sempre nossa. O que eu faço para que isso aconteça? Como geramos karma para nossos problemas acontecerem? Esta é a essência do nosso pensamento moral.Postado por Monge Genshô às 21:53   Enviar por e-mailBlogThis!Compartilhar no TwitterCompartilhar no FacebookCompartilhar no OrkutCompartilhar com o PinterestMarcadores: budismo, canais, carma, editor, Ibope, mediocridade, mentes, moral,mudar, Mundo, mídia, outros, pauta, público, TV, zen

INDIVIDUALIDADE

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A menos que você abandone a sua personalidade, você não será capaz de encontrar a sua

individualidade. A individualidade é dada pela existência; a personalidade é imposta pela sociedade. Personalidade é conveniência social.

A sociedade não pode tolerar a individualidade porque a individualidade não acompanhará o rebanho, como uma ovelha. A individualidade tem a natureza do leão: o leão move-se sozinho.

As ovelhas estão sempre em rebanho, na esperança de que estar em grupo será aconchegante. Em meio à multidão, o indivíduo sente-se mais protegido, seguro. Se alguém atacar, na multidão há todas as

possibilidades de você se salvar. Mas, e estando só? -- apenas os leões andam sós.

Page 6: A Prática e o Despertar & Possuir o Satori

Cada um de vocês nasceu leão, mas a sociedade está sempre condicionando, programando a mente de vocês como ovelhas. Ela lhes imprime uma personalidade, uma personalidade agradável, simpática, muito

conveniente, muito obediente.

A sociedade quer escravos, não pessoas que sejam absolutamente dedicadas à liberdade. A sociedade quer escravos porque os interesses estabelecidos querem obediência.

Existe uma história Zen a respeito de um leão que foi criado por ovelhas, e pensava que era uma delas, até que um velho leão o capturou e o levou até um lago, onde lhe mostrou o seu próprio reflexo. Muitos de

nós somos como esse leão -- a imagem que temos de nós mesmos não advém da nossa própria vivência direta, mas das opiniões dos outros. Uma "personalidade" imposta de fora substitui a individualidade que

poderia ter se desenvolvido de dentro. Nós nos tornamos apenas mais uma ovelha no rebanho, incapazes de nos movermos livremente, e inconscientes da nossa verdadeira identidade.

É hora de dar uma olhadela no seu próprio reflexo no lago, e de tomar a iniciativa de libertar-se do que quer que lhe tenha sido imposto como condicionamento pelos outros, com o objetivo de fazer você

acreditar em qualquer coisa a seu respeito. Dance, corra, mexa-se, fale uma língua inexistente -- tudo o que for necessário para acordar o leão adormecido dentro de você.

tarô zen de osho 

P O S T A D O P O R   J O Ã O C L A U D I O S .   À S   0 8 : 5 3   N E N H U M C O M E N T Á R I O :  

do Kalama Sutra

Tenhais confiança não no mestre, mas no ensinamento.

Tenhais confiança não no ensinamento, mas no espírito das palavras.

Tenhais confiança não na teoria, mas na experiência.

Não creiais em algo simplesmente porque vós ouvistes.

Page 7: A Prática e o Despertar & Possuir o Satori

Não creiais nas tradições simplesmente porque elas têm sido mantidas de geração para geração.

Não creiais em algo simplesmente porque foi falado e comentado por muitos.

Não creiais em algo simplesmente porque está escrito em livros sagrados; não creiais no que imaginais, pensando que um Deus vos inspirou.

Não creiais em algo meramente baseado na autoridade de seus mestres e anciãos.

Mas após contemplação e reflexão, quando vós percebeis que algo é conforme ao que é razoável e leva ao que é bom e benéfico tanto para vós quanto para os outros, então o aceiteis e façais disto a base de sua

vida.

Buda

fonte http://caminhodomeio.wordpress.com/

P O S T A D O P O R   J O Ã O C L A U D I O S .   À S   0 8 : 4 5   N E N H U M C O M E N T Á R I O :  

O monge e o turista

Um turista foi na casa de um monge budista para conhecê-lo.

A casa não tinha quase nada e ele perguntou ao monge:

“Onde estão as suas coisas?”.

O monge respondeu com a mesma pergunta

“E as suas?”. O turista inconformado com a comparaçao disse:

“mas não tem nada a ver, estou aqui de passagem”

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e o monge com um sorriso disse:

“Eu também”.

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Q U A R T A - F E I R A , 3 D E D E Z E M B R O D E 2 0 0 8

trecho do livro Budismo com Atitude

A razão da meditação sobre a morte não é estragar a felicidade, mas encontrá-la. Os seres humanos tendem a fazer várias maldades, e as religiões do mundo assumiram a responsabilidade de reformar os

humanos para melhor. Como a maior parte do nosso comportamento habitual não é boa, temos de ser persuadidos a melhorá-lo. O medo é um método muito eficaz de persuasão.As autoridades religiosas têm,

tradicionalmente, tentado persuadir as pessoas a serem boas não somente pelo medo da morte, mas pelo medo do desconhecido e pelo medo do enorme desconhecido, a vida após a morte. As doutrinas religiosas

sobre a morte são propositalmente assustadoras.O Buda afirmava que o propósito de seu ensinamento sobre a morte não era assustar as pessoas para elas serem boas, mas prepará-las para a morte nesta vida.

Os ensinamentos não se destinavam especificamente a assustar, mas se já existe o medo da morte, melhor conhecer do que temer, comprometer-se com ela e prosseguir de modo que, quando ela realmente

chegar, não haja medo.Ao estudar sobre a preciosidade e a raridade de nossa vida, reconhecemos que a vida está passando exatamente agora. Nunca mais teremos este dia. Esta enorme oportunidade passa

rapidamente e, então, tudo pára completamente. Quando o seu corpo acaba, sua preciosa vida humana acaba. Considerar a preciosidade e a impermanência da vida é um incentivo.

Se existe algo digno de realizar aqui, realize-o.

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B. Alan Wallace, em "Budismo com Atitude".

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DEUS NO BUDISMO

Há pessoas que interpretam que no budismo não há "Deus". O assunto é polêmico dentro da própria comunidade budista. Este artigo da Wikipédia ajuda a clarear a questão. Gostei também da explicação sobre o

assunto contida na introdução do livro "The Life of Milarepa", de Lobzang Jivaka: O Buda, muito longe de negar que havia um Absoluto, garantiu que aqueles que alcançassem a iluminação deveriam se fundir

com Isso e assim perceber a Realidade em oposição ao mundo das ilusões e dos fenômenos. O que ele realmente disse, contudo, que tem levado pessoas a acusarem-no de ateísmo, é que não temos nenhum meio

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de expressar qualquer coisa sobre Isso. Palavras pertencem ao universo dos fenômenos e são aplicáveis apenas à ele. Quando alguém vai além dos fenômenos, em direção à Realidade, palavras precisam

obrigatoriamente ser deixadas para trás. Nenhum ensinamento, nenhuma descrição, nenhum pensamento podem expressar o Absoluto -- mas podemos experimentá-lo, se suficientemente evoluídos.O que Buda

combateu foram as numerosas tentativas que foram feitas, estão sendo feitas e continuarão a ser feitas, de dizer que o Absoluto é isso ou aquilo, um Deus pessoal, um Criador, um Deus-Pai. Ele insistentemente

recusou responder qualquer pergunta sobre o assunto porque isso era inexprimível em palavras. Ele não iria permitir a seus discípulos imaginar um Absoluto a semelhança deles, como é a tendência do homem

em todo lugar. Ele assinalou sutilmente que é melhor se ajustar para tentar alcançar a iluminação e, assim, experimentar o Absoluto por si próprio, em vez de perder tempo tentando ineficazmente falar sobre

isso, já que nada que possa ser dito sobre Isso pode ser verdade em absoluto. Palavras iriam inevitavelmente modificá-Lo e moldá-Lo, resultando no máximo em uma aproximação grosseira. Palavras podem ser

verdadeiras apenas em certo nível, mas apenas nesse nível, portanto serão apenas verdades relativas. Assim, como um entendimento que só funciona por meio de palavras pode conter o que não pode ser

colocado em palavras? Apenas pela experiência direta.Se esse fato tivesse sido assimilado, às custas do orgulho humano, teria havido muito menos intolerância, violência e sofrimento cometidos em nome da

religião, entre os vários adeptos de seus seus próprios credos; todos afirmando de maneira confiante e dogmática que somente eles receberam a Verdade e que todos os outros estão errados e devem ser salvos

de sua ignorância voluntária....Então, se não há nenhum Deus no sentido de um Deus pessoal -- ou se for compreendido que conceitos de um Deus pessoal, um Criador ou um Deus-Pai, são apenas relativamente

verdadeiros e adequados apenas a alguns estágios do desenvolvimento humano -- porque há tantas referências aos "deuses" [no budismo tibetano], sugerindo toda uma hierarquia?A palavra páli "deva" é

traduzida como "deus", mas na verdade significa "espírito", um ser de um reino superior que, no budismo, pode influenciar seres humanos, ajudar e protegê-los. A Terra não é o único mundo de seres da

cosmologia budista. Há incontáveis universos em diferentes planos de existência, isto é, em diferentes estágios de desenvolvimento (espiritual). Alguns são mais elevados que nós (que somos a maioria). Alguns

são inferiores. Há muitas referências a seres humanos renascendo em reinos superiores ou inferiores.Mas, no budismo, não há lugar para a hierarquia massiva da religião Hindu, que acrescentou o próprio Buda

a essa hierarquia (até os cristãos fizeram Dele um dos seus santos), nem para a Trindade de Criador, Preservador e Destruidor, nada exceto um Absoluto inexprimível. Em Sua direção as pessoas estão evoluindo

ou involuindo, alguns se tornando espíritos de planos superiores, outros afundando em mundos inferiores. E todos pertencem ao mundo dos fenômenos, não à Realidade. Apenas o Absoluto é Real. E nem

podemos realmente dizer isso sem declarar algo menor que a Verdade. Mas Ela está lá para ser realizada por alguém com o desejo e determinação como os de Milarepa....

Todo ser humano, todo ser, é um Buda em potencial. Depende de cada um realizar sua própria Natureza Búdica.

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retirado do blog http://www.samsara.blog.br/2006/10/deus-no-budismo.html

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T E R Ç A - F E I R A , 2 D E D E Z E M B R O D E 2 0 0 8

a arte de equilibrar-se sobre um fundo vazio

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trecho do livro de Sérgio Veleda

"BUDISMO, A ARTE DE EQUILIBRAR-SE SOBRE UM FUNDO VAZIO" significa a arte de soltar, desprender e largar não necessariamente o que está fora de si, mas o que está dentro. E assim experimentar a

sensação de abrir-se ao espaço, à vacuidade. Saliento: sua visão espiritual não-teísta, a coragem guerreira que incentiva o destemor de ver esse mundo como um fluxo impermanente fascinante; a arte do

trapézio, a de se equilibrar de forma humana e corajosa sobre o fundo vazio de todas as coisas"

Page 13: A Prática e o Despertar & Possuir o Satori

"Não encontraremos no Budismo a figura de Deus. A sua origem é sapiencial. Não foi concebido por intervenção ou revelação divina. (...) O Budismo nasceu da experiência direta de um homem: Gautama Buda"

"O Budismo se origina de uma experiência individual, de um homem que acreditava apenas na própria experiência e recomendava a todos os que se aproximavam dele a não acreditar em nada sem antes provar.

por isso, o Budismo é pedagógico e a conduta de Buda, o exemplo"

" (...) como afirma Buda, a quietude e o silêncio da própria mente se tornam o gozo luminoso. Esvaziada, ela pode ver as coisas como são, apreciando seu bailado como uma dança de luzes"

Diz Dogen: " se a vida vem, eis a vida. Se a morte vem, eis a morte. não há razão para que estejas sob o seu controle. Não tenhas esperanças nelas. Esta vida e esta morte são a vida do Buda. Se tentas lançá-las

fora, negando-as, perdes a vida do Buda".

É como não mais se desviar de coisa algumae permanecer diante de pensamentos, sensações, eventos. Não é mais possível burlar o que vem, e o mais incrível é que não há alguém para se desviar.

...

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RESENHA DE FILME

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Ficha Técnica

Título Original: Un Buda

Gênero: Drama

Tempo de Duração: 115 minutos

Page 15: A Prática e o Despertar & Possuir o Satori

Ano de Lançamento (Argentina): 2005

Site Oficial: www.evergreen-studio.com/un_buda

Direção: Diego Rafecas Roteiro: Diego Rafecas Produção: Ricardo Parada e Diego Rafecas

Sinopse

O Buda (Un Buda) Um bom filme argentino sobre dois meninos cujos pais eram ativistas políticos (e budistas), mortos pela ditadura militar. Quando adultos, assumem caminhos opostos: um dos garotos torna-se

professor de filosofia (vivido pelo próprio diretor Rafael Rafecas) e o outro fica perdido, sem saber como viver o seu misticismo, até encontrar um templo nas montanhas. A partir daí, a sua vida modifica-se e ele

encontra um canal adequado para exprimir o seu desejo do transcendental.

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CRÍTICA 

---> Este filme veio parar em minhas mãos depois de minhas andanças e garimpos intermináveis em diversas videolocadoras. É raro encontrar uma produção genuinamente budista, que trate do tema com

sensibilidade e sem misturar o budismo com outras histórias paralelas. Este filme consegue juntar as duas coisas.

Gostaria de compartilhas com vocês sobre um trecho do filme onde onde o protagonista, o rapaz com potencial búdico, compara sua busca espiritual com as preocupações fúteis de seu irmão. ele diz mais ou

menos assim: o macaco quando vê o peixe dentro da água, em sua ignorância, pensa 'que coitado, ele deve estar se afogando' - e então tira o peixe de dentor da água, achando que está fazendo uma grande

ajuda. o peixe acaba ficando sem ar e morre fora da água. Assim é seu personagem: meditação constante, jejum que durava semanas, leituras incansáveis das escrituras budistas, desligamento do mundo; tudo

isso debilitava seu corpo e deixava as pessoas à sua volta pensando que ele estava perdendo a sua sanidade mental. Muitos queriam 'ajudar'.

eram macacos à margem do rio tentando resgatar o peixe 'afogado'. Pessoas assim são facilmente encontrados em nosso dia-a-dia, não é mesmo? Os que não entendem, os céticos, os que zombam, os que

querem a vida do aqui e agora, preocupados com dinheiro, status social, poder, os que dopam seus corpos com bebidas alcoólicas, com cigarros, drogas.

Até mesmo os fanáticos religiosos cristãos fazem este papel. Eles condenam ao 'fogo do inferno' toda filosofia que seja um pouco mais racional, livre de dogmas, que busque uma verdade diferente das suas

escrituras.

um bom filme, recomendo, acrescentou muito para mim.

namastê!

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1) De certo modo, uma ave que é simplesmente uma ave, está mais próxima de sua natureza búdica do que os seres humanos?

Monge Genshô – Por não saber de si mesma está.  Por sabermos de nós mesmos, nos perdemos. Imaginem que fôssemos pássaros. Se eu fosse um pássaro, chegasse à beira do ninho e pensasse, “nunca voei, mas posso voar”, teria um grande medo. Pelo fato de pensar no vôo e na queda, teríamos medo. Uma águia na beira do ninho não pensa, e por isso alça vôo.  

Estava ouvindo um concerto de “Rachmaninof”, o concerto numero três, que é um dos concertos mais difíceis de ser executado, é uma espécie de terror dos pianistas. Extremamente complexo com uma tempestade de notas. Quando prestamos atenção no terceiro movimento e vemos as mãos voando no teclado, logo entendemos que não pode haver um pensamento por trás. Se em algum momento o pianista pensar na próxima nota, é impossível tocar. 

Há uma piada Zen em que alguém pergunta para uma centopeia: “Qual é a perna que você mexe primeiro”? Desde então ela não conseguiu mais andar. Isso está presente em nossas vidas o tempo todo. Mesmo que não prestemos atenção, pode aparecer alguém com uma crise de ansiedade e dizer que tem medo de esquecer-se de respirar, coisa que uma pessoa sadia não pensaria. A mesma coisa acontece com uma pessoa que, ao deitar-se, deseja ficar bem atento ao exato momento em que irá adormecer. Há este momento em que acontece uma mudança no cérebro e a pessoa adormece, se você prestar muita atenção não irá dormir, porque para dormir precisa esquecer. Em geral estamos perdidos e não conseguimos viver completamente, em razão desta questão. Então a resposta é sim, o pássaro está mais perto porque não sabe. 

Postado por Monge Genshô   às 16:39 

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