a perspectiva histórica da subjetividade_ uma exigência para la psicologia atual

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A perspectiva histórica da subjetividade: uma exigência para la Psicologia atual. Ana Mercês Bahia Bock 1 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Versión para imprimir A tradição da Psicologia, no Brasil, tem sido marcada pelo compromisso com os interesses das elites e tem se constituído como uma ciência e uma profissão para o controle, a categorização e a diferenciação. Poucas têm sido as contribuições da Psicologia para a transformação das condições de vida, tão desiguais em nosso país. A colonização do Brasil, por Portugal, foi caracterizada fundamentalmente pela exploração, o que exigiu a construção de um forte aparelho repressivo. As idéias psicológicas produzidas neste período, por representantes da igreja ou intelectuais orgânicos do sistema português, terão a marca do controle. Vamos encontrar produções que buscam aumentar o controle sobre as mulheres, as crianças e os indígenas. No século XIX, o Brasil deixa de ser colônia e transformase em império. As idéias psicológicas vão ser produzidas principalmente no âmbito da medicina e da educação. Com a vinda da Corte portuguesa vamos ter duas conseqüências fundamentais: a demanda de serviços até então inexistentes como a educação nos seus diversos níveis, inclusive superior, e o século XIX vai assistir à abertura de escolas que se tornarão referência no Brasil como o colégio Pedro II, a Escola Normal em Niterói e em São Paulo e o Pedagogium no Rio de Janeiro. e o desenvolvimento rápido da cidade do Rio de Janeiro que sem qualquer infraestrutura para suportar esse desenvolvimento se viu às voltas com doenças, miséria, prostituição e loucura. O século XIX vai assistir, assim, ao surgimento das idéias de saneamento e higienização das cidades, higienização que será entendida como material e moral. Buscase uma sociedade livre da desordem e dos desvios. As idéias psicológicas puderam colaborar significativamente no trabalho da educação e da higienização moral.

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PSICOLOGIA E SUBJETIVIDADE

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  • 23/04/2015 Aperspectivahistricadasubjetividade:umaexignciaparalaPsicologiaatual.

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    Aperspectivahistricadasubjetividade:umaexignciaparalaPsicologiaatual.

    AnaMercsBahiaBock1PontifciaUniversidadeCatlicadeSoPaulo

    Versinparaimprimir

    AtradiodaPsicologia,noBrasil,temsidomarcadapelocompromissocomos interesses das elites e tem se constitudo como uma cincia e umaprofissoparaocontrole,acategorizaoeadiferenciao.Poucastmsidoas contribuies daPsicologia para a transformaodas condies de vida,todesiguaisemnossopas.

    A colonizao do Brasil, por Portugal, foi caracterizada fundamentalmentepelaexplorao,oqueexigiuaconstruodeumforteaparelhorepressivo.Asidiaspsicolgicasproduzidasnesteperodo,porrepresentantesdaigrejaou intelectuais orgnicos do sistema portugus, tero a marca do controle.Vamos encontrar produes que buscam aumentar o controle sobre asmulheres,ascrianaseosindgenas.

    NosculoXIX,oBrasildeixadesercolniaetransformaseemimprio.Asidiaspsicolgicasvoserproduzidasprincipalmentenombitodamedicinaedaeducao.

    Com a vinda da Corte portuguesa vamos ter duas conseqnciasfundamentais:

    a demanda de servios at ento inexistentes como aeducaonos seusdiversos nveis, inclusive superior, e osculo XIX vai assistir abertura de escolas que setornaro referncia no Brasil como o colgio Pedro II, aEscolaNormalemNiterieemSoPauloeoPedagogiumnoRiodeJaneiro.

    e o desenvolvimento rpido da cidade do Rio de Janeiroque sem qualquer infraestrutura para suportar essedesenvolvimento se viu s voltas com doenas, misria,prostituioeloucura.

    OsculoXIXvaiassistir,assim,aosurgimentodas idiasdesaneamentoehigienizao das cidades, higienizao que ser entendida comomaterial emoral.Buscaseumasociedadelivredadesordemedosdesvios.

    As idias psicolgicas puderamcolaborar significativamenteno trabalhodaeducaoedahigienizaomoral.

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    A educao sermarcada por prticas autoritrias e disciplinares.A escolavai surgir comoum lugardedisciplinae rigormoral, caracterizandoseporuma educao autoritria e disciplinadora. A medicina, pela criao dehospcios como asilos higinicos e de tratamento moral (em 1842 inauguradonoRJohospcioPedroIIem1852emSPoasiloProvisriodeAlienadosdacidadedeSP).Asociedadedominadapelaideologiadaordemedahigienizao.

    O final do sculo XIX trouxe Repblica, a riqueza cafeeira e odesenvolvimento do plo econmico no sudeste. A psicologia adquiria oestatutodacinciaautnomanaEuropae,emseguida,nosEstadosUnidos.

    Na educao, o pensamento estmarcadopelomovimento daEscolaNovaque coloca o indivduo como eixo de sua construo e d nfase apreocupao cientificista, transformando as escolas em verdadeiroslaboratrios.

    As idiaspsicolgicas foram tambmassociadasadministraoegestodotrabalho,baseadasnopensamentotaylorista.

    E a industrializao no Brasil vai fazer novas exigncias psicologia que,com a experincia da psicologia aplicada educao, pode colaborarsignificativamente com um conhecimento que possibilitava a diferenciaodas pessoas para a formao de grupos mais homogneos nas escolas e aseleodetrabalhadoresadequadosparaaempresa.

    As guerras trouxeram o desenvolvimento dos testes psicolgicos,instrumentos estes que viabilizaram esta prtica diferenciadora ecategorizadoradapsicologia.EfoicomestelugarsocialqueapsicologiaseinstitucionalizounoBrasil,sendoreconhecidaem1962comoprofisso.

    EstapequenaretrospectivamostraqueaPsicologiaestevecomprometidacomos interesses das elites brasileiras. Uma profisso que, quando atingiucamadas de baixo poder aquisitivo, nas empresas, nas escolas e na sade,estevesempreaserviodocontrole,dahigienizao,dadiscriminaoedacategorizao que permitiammelhorar a produtividade, o lucro permitiammelhorar as condies de vida das elites brasileiras, que sempre fizerampoltica,nessepas,apartirexclusivamentedeseusinteresses.

    Esta Psicologia tradicional se desenvolveu e se fundamentou emconcepes universalizantes e naturalizantes da subjetividade. Idias quepensavamohomemeseumundopsquicode formaaentendlocomoumsernatural,dotadodecapacidadesecaractersticasdaespcieeque,inseridoemummeioadequado,poderia terseudesenvolvimento.Umhomemqueresponsvel pelo seu desenvolvimento e pelo seu sucesso ou fracasso. Oesforodecadaumeraagarantiadodesenvolvimentoadequado.

    Soestasidiasquevamosdesenvolveraquiparapodermosfazeracrticaauniversalizao e naturalizao do homem, buscando uma perspectiva

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    histricaparaaPsicologia.

    AvisoliberaldeHomem

    Oliberalismo,ideologiafundamentaldocapitalismo,nasceucomarevoluoburguesa para revolucionar a ordem feudal e se instituiu para garantir amanutenodaordemqueseinstalava.

    A burguesia constituiu as idias liberais para se opor ordem feudal: umaordem baseada na existncia de uma hierarquia no universo um mundopensadocomoestvel,ordenadoeorganizadopelavontadedivina.

    Ummundoprontonoqualaverdadeserevelavaaosindivduos.Ahierarquianouniversoserefletianahierarquiaentreoshomens.Ummundoparalisado,noqualcadaum jnasciano lugarnoqualdeveria ficar.Umuniversoquetinha a Terra como seu centro. Ummundo de f e dogmas religiosos queofereciam aos homens as idias prontas e os valores certos para seremadotados.Ummundo que desconheceu individualidades, impedindo que ossujeitos se constitussem como tal. Um mundo que no precisou de umaPsicologia.

    Assim,comooposioaestasidiasdofeudalismo,aperspectivaliberaltemcomo um de seus elementos centrais a valorizao do indivduo: oindividualismo.Cadaindivduoumsermoralquepossuidireitosderivadosdesuanaturezahumana.Somosindivduosesomosiguais,fraternoelivres,comdireitopropriedade,segurana,liberdadeeigualdade.

    A viso liberal quebrava a estabilidade do mundo, sua hierarquia e suascertezas. O indivduo estava agora no centro e poderia e deveria semovimentar.Eporquesurgiamestasidiasliberais?

    Porqueocapitalismoprecisavadestasidiasprecisavapensaromundocomoem movimento, para explorar a natureza em busca de matriasprimas eprecisava dessacralizar a natureza. O capitalismo precisava do indivduo,comoserprodutivoeconsumidor.ATerrajpodiaentotomarseuhumildelugarnouniverso.Averdade jpodiaserplural.Omundoestavapostoemseu movimento. O homem tambm estava em seu movimento. E nestemundo,agoraincerto,ohomemseviufrentepossibilidadedeser,depensarede fazer.Aescolha tornavaseumaexignciaeumelementodacondiohumana. Escolher entre vrias possibilidades e escolher diferentemente deoutros permite o desenvolvimento de uma noo de indivduo econseqentementeumanoodeeuentreoshomens.

    Fertilizando estes novos elementos vamos assistir ao desenvolvimento danoodevidaprivada.Estudosinteressantes,existenteshoje,mostramcomoavidacoletivavaidando lugar aumespaoprivadodevida.Ascasasvomodificandosuaarquiteturaparareservarlocaisprivadosparaosindivduosos nomes vo se individualizandomarcas vo sendo colocadas em roupas,guardanapos,lenispermitindoidentificao.Avidadotrabalhovaisaindo

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    dacasaparaafbrica,modificandoocarterdavidapblica.Acasavaisetornandolugarreservadofamlia,quedentrodecasa,vaitambmdividindoespaosepermitindolugaresmaisindividuaiseprivados.Osbanheirossaemdos corredores para se tornarem lugares fechados e posteriormenteindividualizados.

    Anoodeeueaindividualizaovonascendoesedesenvolvendocomahistria do capitalismo. A idia de um mundo interno aos sujeitos, daexistncia de componentes individuais, singulares, pessoais, privados vaitomando fora, permitindo o desenvolvimento de um sentimento de eu. Apossibilidade de uma cincia que estude este sentimento e este fenmenotambm resultado deste processo histrico. A Psicologia vai se tornandonecessria.

    Asidiasliberais,construdasnodecorrerdodesenvolvimentodocapitalismovo permitir a construo de uma determinada Psicologia. Essas idias secaracterizam fundamentalmente por pensar o homem a partir da noo denatureza humana. Uma natureza que nos iguala e exige liberdade, comocondio para o desenvolvimento das potencialidades das quais somosdotados como seres humanos. Importante notar queo liberalismopropicioucomestasidiasdeigualdadenaturalentreoshomens,oquestionamentodashierarquias sociais e desigualdades caractersticas do perodo histrico dafeudalismo.

    Aohomemdeveriamserdadasasmelhorescondiesdevidaparaqueseupotencial natural pudesse desabrochar. Frente s enormes desigualdadessociais do mundo moderno, o liberalismo produziu sua prpria defesa,construindoanoodediferenasindividuaisdecorrentesdoaproveitamentodiferenciado que cada um faz das condies que a sociedadeigualitariamentelheoferece.

    Assim, as condies histricas deste perodo permitiram o surgimento daPsicologiaedoprpriofenmenopsicolgico,comohojeestconstitudo.Asidiasnaturalizadorasdoliberalismoseroresponsveispelaconcepodefenmeno psicolgico que se tornar dominante na Psicologia. Para tratardesteassunto,escolhemostrazeralgunsdadosdapesquisarealizadaporBock(1999)sobreosignificadodofenmenopsicolgicodofenmenopsicolgicoentreospsiclogosdeSoPaulo.

    Na publicao de tese de doutorado,Bock (1999) relata que encontrou emquestionrio aplicados a 44 psiclogos,muitas definies para o fenmenopsicolgico: acontecimento organsmicos, manifestaes do aparelhopsquico, individualidade, algo que ocorre na relao e o que somos,conflitos pulsionais, confuso mental, manifestao do homem, pensar esentir o mundo, o homem e relao com o meio, conscincia, saberseindivduo, o que se mostra, subjetividade, funes egicas, existnciaintersubjetiva,experincias,vivncias, loucura,distrbio,oprpriohomem,evento estruturantes do homem, comportamento, engrenagem de emoo,motivao, habilidades e potencialidades, experincias emocionais, psique,

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    pensamento,sensao,emooeexpresso,entendimentodesiedomundo,manifestao da vida mental, tudo que percebido pelos sentidos, conscienteeinconsciente.(Bock,1999pag.173)

    CabeaindatrazeralgunsdadosamaisdestetrabalhodeBock.Ospsiclogosutilizamsedechavesparadesignarofenmenopsicolgico:

    Ofenmenobiopsicosocial

    Ofenmenoenvolveouimplicaainteraoentrepessoas

    O fenmeno se refere ao um indivduo que agente esujeito.(Bock,99,174)

    Ainda elementos recorrentes nas respostas aos questionrios que indicamelementosdeumaconceituaoconsensualentreospsiclogos:

    umfenmenointerioraohomem

    Temvrioscomponentes

    umaestrutura,umaorganizaointernaaohomem

    Possuiaspectosconscienteseinconscientes

    Halgodebiolgicoedesocialnestefenmeno

    Ainteraoimportantenasuaconstituio(interaocomomeio,comosoutros)

    Recebeinflunciadeforaeinflunciadomeio

    umfenmenopossveldeserconhecido(consciente),mastemaspectoaquenosetemacesso(inconsciente)

    O psiclogo possui instrumento e conhecimentos paracontribuir no conhecimento desse fenmeno e na suarestruturao

    um fenmeno que se desestrutura. A noo dedesequilbrio, de desorganizao, de desestruturao bastante presente. Alguns identificam o fenmeno com asua desestruturao, isto , o fenmeno a doena, odesequilbrioouoconflito

    H uma noo, presente em alguns questionrios que aidentificao do fenmeno com a possibilidade de oindivduo relacionarse consigo mesmo.(Bock, 99 pag174/175)

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    Masquecoisaesta,ofenmenopsicolgico?

    Oraprocesso,oraestrutura,oramanifestao,orarelao,oracontedo,oradistrbio,oraexperincia.interno,mascomrelaocomoexterno.biolgico,psquicoesocialagenteeresultadofenmenohumano,relacionadoaoquedenominamoseu.

    Ofenmenopsicolgicosejalqualforsuaconceituaoaparecedescoladodarealidadenaqualoindivduoseinsereemaisainda,descoladodoprprioindivduoqueoabriga.Estaanoo:algoqueseabrigaemnossocorpo,doqual no temos muito controle visto como algo que em determinadosmomentosdecrisenosdominasemquetenhamosqualquerpossibilidadedecontrollo algo que inclui segredos que nem eu mesmo sei algoenclausuradoemnsqueoucontmumverdadeiroeu.

    E aqui cabe falarmos da relao deste fenmeno psicolgico com o meiosocial e cultural.Esta relao afirmada comonecessria e importantepormuitos psiclogos no entanto, vista como uma relao na qual oexterno(mundosocial)impedeedificultaoplenoelivredesenvolvimentode nosso mundo interno(psicolgico). O mundo social um mundoestranhoaonossoeu.Umlugar,noqualtemosqueestareporistonosrestaatarefadenosadaptarmos.Eahistriadesteaparatopsicolgicopassaaserahistriadasuaadaptaoaomundosocial,culturaleeconmico.Trabalhar,relacionarse, aprender, fazer so atividades desta adaptao. Amar,emocionarse, perceber, motivarse so vistas tambm como possibilidadeshumanas que se desenvolvem, ou melhor, se atualizam(pois j erampotencializadas)nestemundoexterno.

    Umfenmenoabstrato,vistocomocaractersticahumana.Umfenmenoqueexiste em ns, como estrutura, processo, expresso, ou qualquer de suasconceituaes,porquesomoshumanoseelepertenceanossanatureza.Ficaento naturalizado o fenmeno psicolgico. Algo que l est comopossibilidade, quando nascemos algo que dever ser fertilizado por afeto,estimulaes adequadas e boas condies de vida,mas que l est, prontoparadesabrochar.

    Emdefesadeumavisohistricadofenmenopsicolgico

    A Psicologia ScioHistrica, que toma como base a Psicologia histricocultural deVigotski (18961934), se apresentadesde seusprimrdios comouma possibilidade de superao destas vises dicotmicas. O discurso deVigostki,no IICongressoPanRussodePsiconeurologia, em1924, sobreomtodo de investigao reflexolgica e psicolgica, demonstra isto comclareza,aofazeracrticaaposiesqueforamconsideradasreducionistaseaoincentivaraproduodeumaPsicologiadialtica.

    Apsicologiasciohistricateminerenteaelaapossibilidadedecrtica.Noapenas por uma intencionalidade de quem a produz, mas por seus

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    fundamentosepistemolgicosetericos.

    Fundamentase no marxismo e adota o materialismo histrico e dialticocomo filosofia, teoria e mtodo. Nesse sentido, concebe o homem comoativo, social ehistrico.A sociedade, comoproduohistricadoshomensque, atravs do trabalho, produzem sua vida material. As idias, comorepresentaesdarealidadematerial.Arealidadematerial,comofundadaemcontradies que se expressamnas idias.E a histria, comoomovimentocontraditrioconstantedo fazerhumano,noqual, apartirdabasematerial,deve ser compreendida toda produo de idias, inclusive a cincia e apsicologia.

    APsicologiaScioHistricanotrabalhacomaconcepoliberaldehomeme de fenmeno psicolgico. Acredita que o fenmeno psicolgico sedesenvolveaolongodotempo.Assim:

    ofenmenopsicolgiconopertenceNaturezaHumana

    ofenmenopsicolgiconoprexisteaohomem

    o fenmeno psicolgico reflete a condio social,econmicaeculturalemquevivemoshomens.

    Portanto, para a ScioHistrica falar do fenmeno psicolgico obrigatoriamentefalardasociedade.Falardasubjetividadehumanafalardaobjetividade onde vivem os homens. A compreenso do mundo internoexige a compreenso do mundo externo, pois so dois aspectos de ummesmo movimento, de um processo no qual o homem atua e constri/modifica o mundo e este, por sua vez, propicia os elementos para aconstituiopsicolgicadohomem.

    As capacidades humanas devem ser vistas como algo que surge aps umasriedetransformaesqualitativas.Cadatransformaocriacondiesparanovastransformaes,emumprocessohistrico,enonatural.Ofenmenopsicolgico deve ser entendido como construo no nvel individual domundo simblico que social. O fenmeno deve ser visto comosubjetividade, concebida como algo que se constituiu na relao com omundomaterial e social,mundo este que s existe pela atividade humana.Subjetividadeeobjetividadeseconstituemumaoutrasemseconfundirem.Alinguagemmediaoparaainternalizaodaobjetividade,permitindoaconstruo de sentidos pessoais que constituem a subjetividade. O mundopsicolgicoummundoemrelaodialticacomomundosocial.Conhecero fenmeno psicolgico significa conhecer a expresso subjetiva de ummundoobjetivo/coletivoumfenmenoqueseconstituiemumprocessodeconverso do social em individual de construo interna dos elementos eatividades domundo externo.Conheclo desta forma significa retirlo deumcampoabstratoeidealistaedaraeleumabasematerialvigorosa.Permiteainda que se supere definitivamente vises metafsicas do fenmenopsicolgicoqueoconceberamcomoalgosbito,algoquesurgenohomem,

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    oumelhor, algo que j estava l, em estado embrionrio, e que se atualizacom o amadurecimento humano. O homem e o fenmeno psicolgicopensadoscomosementesquesedesenvolvemedesabrocham.

    Eporqueapsicologiasciohistricacrticaaestasperspectivas?

    Porquetaisperspectivasfazemumapsicologiadescoladadarealidadesocialecultural que constitutiva do fenmeno psicolgico. E isto uma questoimportante, porque desta descolagem que se constitui o processoideolgico da psicologia. Passamos a contribuir significativamente paraocultar os aspectos sociais do processo de construo do fenmenopsicolgicoemcadaumdens.Fazemosideologia.

    IdeologiacomodefinidaporCharlotumsistematerico,cujasidiastmsuaorigemnarealidade,comosempreocasodasidiasmasquecoloca,aocontrrio,queasidiassoautnomas,isto,quetransformaementidadeseemessncias as realidadesqueele apreende, eque, assim,desenvolveumarepresentao ilusria ao mesmo tempo daquilo sobre o que trata e deleprprio e que, graas a essa representao ilusria, desempenha um papelmistificador, quase sempre inconsciente(o prprio ideolgico mistificado,acredita na autonomia de suas idias): as idias assim destacadas de suarelaocomarealidadeservem,comefeito,paraconstruirumsistematericoque camufla e justifica a dominao de classe. Ideolgico no significa,portanto,errneo(....).Alis,porqueumaideologiaumsistemailusrioenoumsistemadeidiasfalsasquesocialepotencialmenteeficaz(Charlot,1979,p.32).

    Chau nos ajuda a completar o conceito quando afirma que a operao daideologia a criao de universais abstratos, isto , a transformao dasidiasparticularesdaclassedominanteemidiasuniversaisde todoseparatodos os membros da sociedade. Essa universalidade das idias abstrataporque no corresponde a nada real e concreto, visto que no real existemconcretamenteclassesparticularesenoauniversalidadehumana.Asidiasdaideologiaso,pois,universaisabstratos.(Chau,1981,p.95).Aideologia, assim, uma representao ilusria que fazemos do real. O ilusrio daideologia est em que parte da realidade fica ocultada nas constituiesideais. Na psicologia, ao construirmos as noes e teorizaes sobre ofenmenopsicolgico temficadoocultadaasuaproduosocial.Comisto,as conseqncias so danosas do ponto de vista das possibilidades dapsicologiacontribuirparaadennciaeatransformaodascondiesdevidaconstitutivosdofenmeno.

    Ofenmenopsicolgico,comoqualquerfenmenonotemforamotrizquelhe seja prpria. na relao com o mundo material e social que sedesenvolvemaspossibilidadeshumanas.Claro,humcorpobiolgicoqueseinstituiucomoelementobsicoda relaoeneleque seprocessaroqueestamos chamando de fenmeno psicolgico. Esta relao com o mundo,atravsdaatividadedossujeitos,setornaessencialparaquealgoocorraemns.

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    Temos usado a imagem do Baro de Munchhausen para expressar umacompreensodaideologiaqueseconstituiapartirdapsicologia.

    Uma outra vez quis saltar um brejo mas, quando meencontravaameiocaminho,percebiqueeramaiordoqueimaginaraantes.Puxeiasrdeasnomeiodemeusalto,eretorneimargemqueacabaradedeixar,paratomarmaisimpulso.Outravezmesamaleafundeinobrejoatopescoo.Eucertamenteteriaperecidose,pelafora demeuprprio brao, no tivesse puxadopelomeuprpriocabelo preso em rabicho, a mim e a meu cavalo que seguravafortementeentreosjoelhos.(Raspe,p.40)

    esta a melhor imagem que encontramos para designar esta ideologia doesforoprpriodecadaumparadesenvolverse,paradesenvolveropotencialcontidoemsuanatureza.APsicologia temassim,hanos,contribudopararesponsabilizar os sujeitos por seus sucessos e fracassos temos pensado edefendido condies de vida como canteiro apropriado ou no para odesabrochar de potencialidades temos acreditado e contribudo paraclassificar e diferenciar pessoas pelas suas caractersticas e dinmicaspsicolgicas temoscriadooucontribudopara reforarpadresdeconduta,que interessam sociedade manter, como conduta necessria ao bomdesenvolvimentodaspessoas.Apsicologiatemreforadoformasdevidaede desenvolvimento das elites como padro de normalidade e de sade,contribuindo para a construo de programas de recuperao e assistnciaqueles que no conseguem(ao puxarem pelos seus prprios cabelos) sedesenvolvernestadireo.Temtransformadoodiferente,oforadopadrodominanteemanormal.

    Apsicologianotemsidocapazde,aofalardofenmenopsicolgico,falardevida,dascondieseconmicas,sociaiseculturaisnasquaisseinseremoshomens.Apsicologia tem,aocontrrio,contribudosignificativamenteparaocultarestascondies.Falasedameedopai semfalarda famliacomoinstituiosocialmarcadahistoricamentepelaapropriaodossujeitosfalase da sexualidade sem falar da tradio judaicocrist de represso sexualidade falase da identidade das mulheres sem se falar dascaractersticasmachistasdenossacultura falasedocorposem inserilonaculturafalasedehabilidadeeaptidesdeumsujeitosemsefalardassuasreais possibilidades de acesso cultura falase do homem sem falar dotrabalhofalasedopsiclogosemfalardoculturaledosocial.Naverdade,nosefaladenada.Fazseideologia!

    Reverteresteprocessodeconstruodapsicologiacomocinciaeprofissoimplicaanossoverredefinirofenmenopsicolgico.

    E por que este aspecto faz da psicologia sciohistrica uma perspectivacrtica?Porquejnopoderemosmaispensararealidadesocial,econmicae

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    cultural como algo fora do Homem, estranho ao mundo psicolgico queaparececomoalgoqueoimpede,oanulaouodesvirtua.Omundosocialeomundopsicolgicocaminhamjuntosemseumovimentoeapsicologiaparacompreenderomundopsicolgicoterobrigatoriamentequetrazerparaseumbitoa realidadesocialnaqualofenmenopsicolgicoseconstrieporoutro lado, ao estudar o mundo psicolgico estar contribuindo para acompreenso do mundo social. Trabalhar para aliviar o sofrimentopsicolgico das pessoas possibilitar e exigir do psiclogo umposicionamentoticoepolticosobreomundosocialepsicolgico.

    Apsicologiasciohistricapretendeassimsercrticaporqueposicionada.Apsicologiasciohistricaexigeadefiniodeumaticaeexigeumavisopoltica sobre a realidade na qual nosso objeto de estudo e trabalho seinsere.Apsicologia sciohistricacarrega, intrinsecamente sua formadepensar a realidade e omundopsicolgico, esta perspectiva e a necessidadedesteposicionamento.

    AsidiasliberaisseroresponsveispelodesenvolvimentodaconcepodefenmenopsicolgicodominantenaPsicologia.Umfenmenoconcebidodeformaabstrata,enclausuradonohomem,descoladodarealidadesocial(anoser como oportunidades para o desabrochar do potencial) algo em nossocorpo, do qual no temos muito controle visto como algo que emdeterminados momentos de crise nos domina sem que tenhamos qualquerpossibilidadedecontrolloalgoque incluisegredosquenemeumesmoseialgoenclausuradoemnsqueoucontmumverdadeiroeu.

    Cabe ressaltar que nesta concepo a sociedade aparece como algo que secontrape aosmovimentos naturais do humano.A sociedade algo opostoaosnossosinteressesnaturais.OMundoexternoimpede,dificultaoplenodesenvolvimentodenossomundointerno.Mundointernoemundoexternoficam definitivamente separados. Cincias diferentes so criadas para darconta destas realidades to diversas. A Psicologia, enquanto cincia domundo interno abandona qualquer vnculo mais profundo com a realidadesocial e cultural, para pensar o homem isolado para estudar o fenmenopsicolgicocomoalgojexistentenohomemqueindependedarelaocomomundoculturalparaseconstituir.

    APrticaprofissional surgeentocarregadadeumaperspectivacorretivaeteraputica.Nopoderiaseroutra,poissejsomosoquevamosser,dadaanaturezahumanadaqualsomosdotados,aPsicologiaspoderiaseconstituirenquantoprticaprofissionalcomoumconhecimentoeumconjuntotcnicoque detecta desvios do desenvolvimento humano (em relao ao que concebidocomonatural),propondosecomoalgoquereencaminha,realinha,adapta,cura.

    APsicologiaseassociaaidiadedoena,masnossoobjetodetrabalhonoo corpo que adoece.Nosso objeto omundo simblico.Nosso objeto oregistro que os sujeitos fazem do mundo que os cerca, do cotidiano. Essemundono ficadoente.Essemundo se estrutura, sedesetrutura, sofre,mas

  • 23/04/2015 Aperspectivahistricadasubjetividade:umaexignciaparalaPsicologiaatual.

    data:text/htmlcharset=utf8,%3Ch3%20style%3D%22fontsize%3A%2025px%3B%20margin%3A%208px%2062.625px%200px%3B%20textalign%3A 11/13

    noficadoente,nosentidodeadquirirmal,molstiaouenfermidade.Sumanoo naturalizante do mundo psicolgico poderia ter chegado a essasnoes. Pois, se o mundo psicolgico natural, da espcie, de nossanaturezahumana,jestleserdesenvolvidocomopassardotempoedasexperincias.Asim,podesepensarqueeleadoece.

    Aconseqnciamaisevidentede tudo istoqueaPsicologia tornaseumaideologia, pois ajuda a acobertar as condies sociais que constituem ohomem.Todasasqualidadesetodososdefeitosdoshumanossoanalisadosdaperspectivanaturalizante.Etudoquefogeregra,aoesperado,aocomum patologizado. Abrimos mo de nossa possibilidade de, a partir dosofrimento psicolgico, denunciar as condies de vida que desigualam,desestruturamegeramsofrimento.

    A Psicologia se instituiu assim em nossa sociedade moderna como umacincia e uma profisso conservadoras que no constri, nem debate umprojetodetransformaosocial.

    hora de rompermos. hora de fazermos a crtica contundente a estaperspectiva liberal de homem. hora de abandonarmos definitivamente asvises naturalizantes de homem e de mundo, adotando perspectivashistricas.

    Necessitamos revernossos conhecimentos eprticas apartir denoesqueentendamohomemcomoumserconstitudoaolongodesuaprpriavida,aolongo de sua ao sobre o mundo, na interao com os outros homens,inseridos em uma cultura que acumula e contm o desenvolvimento degeraesanteriores.

    Ofenmenopsicolgiconopertencemaisnaturezahumana.Ohomem,aoconstruiraculturaeasociedade,selibertoudesuanatureza,ultrapassandoseus limites e caractersticas. O fenmeno psicolgico como registro, nohomem,desuarelaocomomundo,namedidaemqueestemundosociale cultural, passa a se caracterizar por esta condio. Assim, o fenmenopsicolgiconopreexistenohomem.Sedesenvolveconformeohomemseinserenasociedade,nas relaesenacultura.Aliestoaspossibilidadedohomem se tornar humano. A humanidade do homem est na cultura, nasrelaes sociais e nas formas de produo da vida. l que o homem vaibuscaroselementosparasuaconstituio.

    A concepo histrica do fenmeno psicolgico permite que se pense ohomemeomundoempermanentemovimentopermitequeseconstruaumaprtica profissional e saberes em Psicologia colados a um projeto desociedade permite que o psiclogo perceba claramente sua profisso comoum fazer social, que incentiva um determinado projeto de transformaosocial. A concepo histrica do fenmeno psicolgico contribuisignificativamente para a superao de perspectivas estigmatizadoras que aPsicologiadesenvolveu.Ohomemvistocomoumaconstruodohomem.Ocontrole,acategorizaoeadiferenciaodeixamdeserentendidascomo

  • 23/04/2015 Aperspectivahistricadasubjetividade:umaexignciaparalaPsicologiaatual.

    data:text/htmlcharset=utf8,%3Ch3%20style%3D%22fontsize%3A%2025px%3B%20margin%3A%208px%2062.625px%200px%3B%20textalign%3A 12/13

    naturais,paraseremlidascomoumdeterminadocompromissodaPsicologiacomasnecessidadeseprojetossociais.

    Osprocessosaseremanalisadossodaobjetivaodohomememseumundoeodaapropriaodomundo,pelohomem,paraseconstituir.Ohomematua,pondonomundosocialseuscontedosindividuais.Ohomemseobjetivanomundoe faz isto juntocomosoutroshomens.Assim,ahumanidadevai seconstituindonomundo,nosobjetos,nacultura,nasformasdesobrevivnciaede produo humanas. De l, que o homem vai retirar o material para seconstituir. Vai se apropriar da humanidade que construiu ao transformar omundo.Vairetomarparasiahumanidadequeconstruiu.Assim,ohomemseconstriaoconstruiroseumundo.

    Pensaresseprocessodeconstruodasubjetividadecomoummovimentoeuma relao do homem com o mundo, no qual nem homem nem mundoexistem a priori (em um certo sentido), superar vises naturalizantes eideolgicasnaPsicologia.Omundopsicolgicoqueestudamosnonaturalno est l pronto no possui contedos universais, nem processos eestruturasprontasparaseremmovimentadasoupreenchidas.

    Pensardesta formaasubjetividadenoscolocaemumaoutra relaocomomundosocial.Passamosaperceberanecessidadedenosposicionarmossobrequal homemequal sociedadequeremos estimular. Istoporque, passamos apensarqueomundopsicolgiconoestprontoenemmesmotemdireopara seu desenvolvimento dada naturalmente. Nossas intervenesprofissionaissoportantodirecionamentos.Qualmundoqueremosestimular?Qualsociedade?Qualsubjetividade?Qualhomem?

    Ao mesmo tempo que esta tarefa, de definirmos o projeto de nossainterveno, se coloca comoobrigatria, outro ganho acontece. Passamos anosver,comoprofissionais,queatravsdenossas intervenesatuamosnomundomudamosomundonosobjetivamosnomundo.Nosvemos,ento,comosujeitosquetransformamomundoapartirdesuaprticaprofissional.Isto passa a exigir que faamos de nosso projeto profissional, um projetopoltico,deconstruodombitocoletivo.

    APsicologiabrasileiraprecisasevoltarparaasociedade.Precisasepercebercomoumaintervenopolticanasociedade.Ahistriadenossacinciaedenossaprofissomostraquesempreestivemoscomprometidoscominteressessociais.Semprefizemosdenossacinciaedenossaprofissouminstrumentopoltico.Noentanto,arevisohistricamostraqueestivemoscomprometidoscom os interesses das elites brasileiras. Queremos, com a perspectivahistrica na Psicologia, reverter esse processo e nos comprometermos comoutrossetoresdapopulao.Queremosacreditarquepossvelpensarqueossofrimentos psquicos que temos e que nossos contedos e estruturaspsquicas so reflexo de um mundo de competio, de discriminao, deestigmatizao, de diferenciao... e que querer trabalhar paramudar essesquadros , tambm, acreditar que ummundomelhor possvel. emproldesseprojeto,deummundomelhor,quequeremoscolocarnossaprofisso.

  • 23/04/2015 Aperspectivahistricadasubjetividade:umaexignciaparalaPsicologiaatual.

    data:text/htmlcharset=utf8,%3Ch3%20style%3D%22fontsize%3A%2025px%3B%20margin%3A%208px%2062.625px%200px%3B%20textalign%3A 13/13