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Fac Fea Fundação Educacional Araçatuba Psicologia 2015

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Page 1: A PEDIATRIAA PEDIATRIA - Experiência da autora Heloísa Benevides Carvalho Chiattone, destaca-se atuando no Serviço de Pediatria no Hospital Brigadeiro

Fac Fea

Fundação Educacional Araçatuba

Psicologia

2015

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A PEDIATRIA

Page 3: A PEDIATRIAA PEDIATRIA - Experiência da autora Heloísa Benevides Carvalho Chiattone, destaca-se atuando no Serviço de Pediatria no Hospital Brigadeiro

- Experiência da

autora  

Heloísa Benevides Carvalho Chiattone, destaca-se atuando no Serviço de 

Pediatria no Hospital Brigadeiro – SPFoi pioneira, normatizando o Projeto 

Mãe-Participante,

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Projeto 

Mãe-Participante

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- Historia da pediatria no Brasil 

Os primeiros registros da psicologia em hospitais encontrados no Brasil datam de 1954, 

em São Paulo. Mathilde Neder deu inicio a essa atividade 

pioneiraa pioneira da Psicologia Hospitalar no Brasil na década de 1950, no Instituto de Ortopedia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina 

da Universidade de São Paulo (HCFMUSP)

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Dittrich e Zendron (2001) -        Como a demanda foi apresentada

Comportamento das crianças operadas

Curto prazo de tempo junto ao paciente – adaptou técnica da psicoterapia psicanalítica para atendimentos de curto prazo

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A criança doente e a morte:- Antes do século XVIII e até o século XIX, a criança não

possui personalidade

- A partir da 2ª metade do século XIX a mãe idealizava a criança  morta, como um anjo ou santo.

- Na burguesia do século XIX, a morte da criança tornou-se a menos tolerável de todas

as mortes.

- século XX, uma significativa mudança em relação às atitudes perante a morte nas sociedades ocidentais , cada

vez mais a morte é banida do discurso cotidiano, é afastada, ocultada e temida

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 -Efeitos da hospitalização em crianças

 Negação da doença, Revolta, Culpa e Sensação de Punição, Ansiedade, Depressão, Projeção, Solidão, 

Distúrbios Neuróticos, comportamento “Esquizoide” Frustração de Sonhos e Projetos, Privação da Realização, Regressão e Busca de Proteção, 

Intolerância Emocional, Negativismo

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As manifestações de ansiedade na criança gravemente doente e hospitalizada são causadas por :

Temores, dúvidas,  sensação de culpa e punição, alterações em auto-imagem 

e auto-conceito , sentimento de desvalia e fantasias 

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ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO HOSPITALAR:

É de extrema importancia que as crianças gravemente doente ou estágio terminal possam participar de 

atividades lúdicas nas enfermarias ou nos ambulatórios - O brincar, que é uma forma de autoterapia,  pode 

transformar essa atividade em instrumentos:           Preventivo – Diagnóstico – Prognóstico – Terapêutico, 

Portanto deve-se  incentivar essas atividades pois elas trazem  um fortalecimento de auto-estima e auto-conceito, criando 

oportunidades para que a criança possa retomar seu equilíbrio psíquico.

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-  Alem do brincar o profissional pode se utilizar de  técnicas especificas incluídas  em atividades programadas 

para o hospital , para ajudar a criança expressar seus sentimentos 

Artes   -   Desenho livre - Expressões de tendências inconscientes

              -   Pintura livre a dedo    Expressões de sentimentos, Calmante, Fluente, Desenhar e apagar/ 

fracasso               -  Recortes e colagens   -    Projeção, 

internalização etc

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Crianças internadas na Pediatria do Irmã Dulce comemoram Páscoa com festa

Eventos no complexo hospitalar impactam positivamente nos pacientes

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A principal tarefa do profissional

- É apontar caminhos, oferecendo condições de forma direta, sem 

invadir – Sendo leve e delicado sem ser passivo, aceitando a criança com 

respeito e consideração.

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A FAMILIA E A MORTE DA CRIANÇA

Os pais e a família, são elementos altamente representativos do desenvolvimento  infantil, a família é a unidade de representação básica da 

criança.

A morte de um filho representam uma das provações mais exigentes para a família 

principalmente quando o sofrimento da criança se prolonga

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A EQUIPE DE SAÚDE E A MORTE DA CRIANÇA 

“A Impotência numa equipe de saúde não é delito mas a

insensibilidade é inadmissível”

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Orientações Gerais para as equipes de Saúde que atuam com Crianças Gravemente Enfermas ou

Terminais.

- Trabalhar a relação  com a própria vida e principalmente refletir sobre a própria morte

- Repensar os objetivos e ideias profissionais e pessoais- Partilhar as dificuldades  e angustias com colegas

- Estar alerta para limitações, não ultrapassando limites emocionais

- Desenvolver atividades extratrabalho que propiciem a liberação de tensões

- Considerar, sempre e acima de tudo, o paciente

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- Atuar colocando-se “no lugar”- Promover a esperança e estimular a participação ativa no 

processo- Proteger a dignidade do paciente e dos familiares

- Como meta: escutar

-A equipe de saúde, deve  garantir tanto a criança que estar em fase terminal, quanto a família, com sua presença e atenção com objetivo de aliviar a dor e o sofrimento.

 

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CASO CLÍNICO:

     R.C., 11 anos, passou por um longo período de tratamento até evoluir desfavoravelmente, tendo o 

seu prognóstico fechado pela equipe de saúde. Durante o período de tratamento, seus pais 

separaram-se e seus irmãos tiveram que passar a viver com os avós, em uma cidade do Interior, para 

que sua mãe pudesse acompanhá-lo no hospital. Nos últimos meses de tratamento, ela necessitou parar de trabalhar na medida em que os cuidados e a atenção 

para com R.C. aumentaram sobremaneira.

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A criança, em várias situações, mostrava sua intensa preocupação com a mãe: minha mãe não pode vir no grupo com as outras mães porque tem que trabalhar. Coitada! Meu pai foi embora por causa da minha doença e ela sozinha tem que cuidar de 

todo mundo (...). Ele já brigavam antes de eu ficar doente, mas quando eu comecei a ficar no hospital, ele brigavam muito com 

ela porque tinha ciúmes;

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achava que ela não estava aqui cuidando de mim... 

Dois dias antes de falecer, ao chegar à enfermaria pediátrica, a Psicóloga recebeu um recado que deveria ir “muito rápido” à sala de isolamento onde R.C. se encontrava, 

já bastante debilitado. Atendendo prontamente seu pedido, a Psicóloga 

recebeu uma carta das mãos da criança:

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São Paulo, 12 de abril de 1989Tia,

     Queria pedir uma coisa para você porque gosto muito de você.

     Cuida da minha mãe como você cuida de mim. Conversa com ela coitada porque eu acho que ela está muito triste. Ela fica chorando escondida no banheiro e quando eu pergunto para ela porque ela está chorando ela fala que está com dor de cabeça mais eu sei que ela está chorando por 

causa da minha doença e das saudades dos meus irmãos que tiveram que ir para Bananal por causa 

da minha doença. 

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Ela também fica chorando porque tem que dormir  na cadeira para ficar perto de mim de noite olhando meu soro. Eu queria que você cuidasse dela para ela 

não ficar chorando.

     Escrevi porque tenho vergonha de falar disso e minha mãe pode escutar. 

R.C.