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Poiesis - Aisthesis

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    Frum

    A passagem da 'poiesis' para a 'aisthesis'

    Distinguir o processo de criao artstica do ato de fruio esttica significou,por muito tempo, situar a poiesis (ato de criao) e a aisthesis (fruio) emdimenses distintas.

    Distinguir o processo de criao artstica do ato de fruio esttica significou, por muitotempo, situar a poiesis (ato de criao) e a aisthesis (fruio) em dimenses distintas. A aisthesisseria, tradicionalmente, a concretizao (geralmente imperfeita, j que mero reflexo doideal) de uma idia transcendente, de um significado que s pode ser gerado pela poiesis.Uma separao entre razo e emoo, entre corpo e alma, muito reconfortante. No entanto,tal como a fsica relativista subverteu a fixidez das leis newtonianas, no podemos mais partirdas distines cartesianas de res cognitans e res extensas. J empiricamente temos que onosso prprio organismo e no a idia de um absoluto inatingvel a referncia de basepara as interpretaes que fazemos do mundo que nos rodeia e para a construo dopermanente sentido de subjetividade que parte essencial de nossas experincias [1].

    o caso, ento, de examinar criticamente o modo como o sentido construdo pelos sereshumanos, reavaliar o modo como entendemos a significao do sentido situada nos plos dapoiesis e da aisthesis.

    Quando Fernando Pessoa descreve o fazer potico como:

    O poeta um fingidor.Finge to completamenteQue chega a fingir que dorA dor que deveras sente.

    E os que lem o que escreve,Na dor lida sentem bem,No as duas que ele teve,Mas s a que eles no tm.

    E assim nas calhas de rodaGira, a entreter a razo,Esse comboio de cordaQue se chama corao [2]

    ele est nos dizendo que a obra de arte, fundamentalmente, consiste numa interpretaoobjetivada de uma impresso subjetiva [3]. H aqui uma construo de sentido que

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  • diferente para o poeta e para quem o l, mas, ainda assim, permanece um certodirecionamento do sentido por parte do autor. Daqui, partimos para a crtica dahermenutica tradicional, que separa o conhecimento em plos distintos:

    Para uma esttica da recepo, o sentido que resulta da obra, a cada leitura, tanto a sua verdade quanto averdade do seu receptor. Um sentido onde obra e leitor de implicam, ou seja, uma representao em que odualismo sujeito objecto se dilui. este sujeito que uma esttica da recepo pes em cena no o hermeneuta,no o cientista mas o leitor implicado (Implizite Leser).Uma espcie de categoria impura de sujeito,portanto, cujo funcionamento se procura analisar. [4]

    Podemos ainda questionar esta subjetividade do conhecimento, j que ele formado porsignos gerados a partir de uma experincia interpessoal. Neste ponto, temos que a prpriaconscincia do indivduo resultado de sua interao com o meio social e comunicacional(ideolgico), ou seja, a conscincia individual um fato scio ideolgico [5]. Mas, porenquanto, fiquemos com a constatao de que o receptor no um decodificador do sentidoda obra, que a relao no entre destinador/destinatrio mas entre texto/leitor. Aqui, aautonomia de cada uma das categorias [sujeito/objeto] que aparece definitivamente postaem causa, assim como a neutralidade da metalinguagem que da resultaria [6]. A relaodo sujeito com a obra no est mais vinculada, como na tradio kantiana, a umasignificao transcendental ou mesmo a uma idealismo que se torna tangvel por meio destecontato com a obra. Alis, neste caso uma tautologia falar em relao obra/leitor, pois nohaveria sentido a se constituir sem a existncia desta relao.

    Cruz, em A esttica da recepo e a crtica da razo impura, acentua o ambiente de crisequando abordamos a possibilidade da esttica da recepo se constituir um paradigmacientfico. Deslocar o discurso de uma poiesis para uma aisthesis seria sempre indcio deum momento de criticismo e de reflexo epistemolgica (pensamos de novo em Kant) damesma forma que [...] o centrar-se na obra indcio de uma tentao positivista recorrente[7]. Com isso, temos um discurso eminentemente crtico que proporciona um retorno euma reflexo em relao hermenutica tradicional, que no oferece um novo modelooperatrio. Assim, se por um lado os modelos formalista e estruturalista cada vez mais semostram insuficientes, por outro ainda no esto discernveis modelos operatrios do queCruz denomina paradigma interacionista.

    Mas mesmo ainda sem objetivar o sujeito e sem contar com modelos operatrios, podemosrefletir sobre as possibilidades de apreenso deste sentido criado. Pois, ao se falar de umsentido que surge no momento da leitura, falamos de criaes de sentido como resultado derecriaes de outros sentidos que confluem da obra e do sujeito (mais frente pensaremosnas duas categorias de sujeito aqui implicadas: o sujeito universal e o sujeito emprico). O atode criao sempre, ento, uma recriao que resulta em novas recriaes por outrossujeitos. Lembremos ainda que esta ao re-combinatria pode tanto resultar, no mbito dacomunicao social, em uma recriao comunicativa quanto em uma ao social.

    Mas como estudar a aisthesis sendo ela dependente de contextos fragmentados e dinmicosde interpretao, como apreender a dinmica desta recriao social? Afinal, mesmo quetransitemos da noo de massa cuja passividade intrnseca no cabe em um conceito derelao dialgica para uma esttica da recepo, preciso que continuemos atentos sforas simblicas que perpassam todo o tecido social provocando aes de igual sentido. Ouseja, necessitamos de uma metodologia que apreenda em sua totalidade a complexarecriao coletiva do discurso pblico.

    Sendo assim, surge a questo da possibilidade de construir uma narrativa destesacontecimentos (metanarrativa) de modo a extrair-lhe um sentido mais amplo do que ocontexto especfico do sujeito isolado. O universal aqui surge como oposio tarefa dejuno de fragmentos, sendo que a crtica feita pela esttica da recepo nos impe um

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  • diferencial em relao hermenutica em crise: partimos das determinantes histricas esociais da obra sem cair na explorao da figura do autor [8]. Voltado para a interao e nopara a ao, o discurso agora estabelece uma relao dialtica com a recriao do sujeito,que faz a mediao entre a informao e o seu contexto histrico e social, tendo o cuidado de separar o contexto histrico do discurso histrico, conforme j alertava Barthes (odiscurso histrico no segue o real, apenas o significa, sem deixar de repetir aconteceu, semque essa assero possa ser mais que o significado inverso de toda a narrao histrica [9]).

    Tendo que o sentido realizado no momento da leitura, determinado tanto pela obraquanto pelo contexto do leitor, h que se notar tambm os limitantes desta construo. Hum conjunto de possveis sentidos que depende da capacidade simblica da obra, dadensidade informativa do leitor e das probabilidades de combinao destes dois elementos.O conjunto pode abrigar mais ou menos possibilidades de sentido, mas os limites estruturaise simblicos so finitos.

    Igualmente h de se considerar que algumas construes de sentido tm mais probabilidadesde se efetuarem do que outras, seja pelo grau de universalidade dos arqutipos utilizados,seja pela comunicao mais efetiva de uma ideologia (no sentido desta comunicao estarmais prxima s necessidades de produo ou subsistncia do grupo ao qual se dirige). No o caso aqui de determinar matematicamente tais probabilidades, mas chamar a ateno paraa possibilidade de ocorrncia de sentidos que gerem uma recriao comum do sentido. Ouseja, uma ao que chamaramos de massiva, se este termo no conotasse tambm uma igualapreenso do sentido e no to somente o seu resultado social. Por exemplo: odirecionamento das aes que levaram ao genocdio e guerra no resultou de um igualentendimento por parte dos alemes dos delrios tericos nazistas, mas do modo como acomunicao nazista possibilitava uma ao que congregasse diversas reconstrues desentido em uma mesma ao.

    Ou seja, se a realidade depende do ponto de observao, no caso o contexto social epsicolgico do leitor, a finitude do conjunto de sentidos passveis de serem construdos em umadada comunicao leva possibilidade de um determinado sentido ser construdosincronicamente por grupos de indivduos, sendo mais ou menos provvel disto acontecer deacordo com um conjunto de interaes complexas, mas passiveis de serem apreendidas apartir de um abordagem cientfica. No o caso de restabelecer a autonomia da obra ou doreceptor, mas possibilitar meios de apreender a dinmica resultante da comunicao. Outroponto a atentar como qualificar as diferentes formas de comunicao sem recorrer a umataxonomia que resulte em uma prtica reducionista. Aqui, podemos buscar em Bakhtin [10]a idia de que as alteraes da fala so o melhor modo de acompanhar as transformaessociais:

    As palavras so tecidas a partir de uma multido de fios ideolgicos e servem de trama a todas as relaessociais em todos os domnios. portanto claro que a palavra ser sempre o indicador mais sensvel de todas astransformaes sociais, mesmo daquelas que apenas despontam, que ainda no tomaram forma, que ainda noabriram caminho para sistemas ideolgicos estruturados e bem formados. A palavra constitui o meio no qual seproduzem lentas acumulaes quantitativas de mudanas que ainda no tiveram tempo de adquirir uma novaqualidade ideolgica, que ainda no tiveram tempo de engendrar uma forma ideolgica nova e acabada. Apalavra capaz de registrar as fases transitrias mais ntimas, mais efmeras das mudanas sociais. [11]

    Temos, ento, que para estabelecer a comunicao preciso que um grupo de pessoas seponha de acordo aos significados dos signos. E que, mesmo textos e receptores autnomos,ainda podemos apreender um conjunto de significaes possveis de serem estabelecidas deacordo com a determinao histrica de determinado conjunto sgnico.

    H ainda a considerar a condio do sujeito.

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  • Ao sairmos da relao destinador/destinatrio para falar de uma relao entre texto e leitortemos uma altheia (a verdade, em seu sentido literal: o no-esquecimento) formada pelainterseco de um Logos que exterior ao sujeito com a ao que este sujeito produz a partirdeste Logos. Assim, inicialmente temos dois elementos que estabelecem uma relao dialtica:

    O Logos que carrega consigo uma carga simblica que no pode ser desconsideradamesmo que seu sentido dependa no da estrutura do texto, mas da efetivao daleitura o sujeito universal.

    1.

    O contexto histrico no qual a leitura efetivada e a recriao do Logos que se dneste contexto especfico o sujeito emprico ou Implizite Leser.

    2.

    Teramos ento que trabalhar, simultaneamente, com dois sujeitos de pesquisa: o que ideologicamente determinado pela comunicao dominante e o sujeito que urge do contextohistrico. Pois se no h mais a iluso de revelar o sujeito que o objeto dacomunicao (seja como crtica indstria cultural e miditica seja como um entendimentoque possibilite o aperfeioamento tcnico do discurso), h que se debater tanto o sujeitoempiricamente determinado quanto o sujeito no idealmente formado, mas construdo apartir de relaes estruturais de amplo alcance e pelas comunicaes ideolgicas dominantes.

    Em relao ao sujeito emprico, Cruz nota que a abordagem fenomenolgica procura aintegrao do acontecimento nesta perspectiva histrica, mas o resultado em um discursohistoricista que enquadra o acontecimento em uma narrativa linear. Chegamos ento aoponto onde o sentido negado, no mais pelo sujeito transcendental, mas pelo sujeitohistrico: se toda a leitura de uma obra no nos restitui nunca o sentido dessa obra, mas,sobretudo, as determinantes histricas da prpria leitura, pode tornar-se, ela prpria, objectode uma metalinguagem. a reabilitao de uma Histria Literria, que passaria a descrever,em vez das obras e dos autores, os leitores reais e suas leituras. [12]

    Este sujeito histrico no algo separado, que interage com a realidade, mas sua parteintegrante. Se o contexto determinante para a construo do sentido, a observaoemprica deste paradigma pode ser feito colhendo, individual ou coletivamente, observaesde leitura. Oficinas de leitura de determinada obra que seja referencial no discurso, porexemplo, ao MST e ao EZLN podem nos ajudar a mapear as semelhanas e diferenas darecepo coletiva em uma recorte especfico de pesquisa.

    Podemos verificar tambm as diferenas de construo de sentido entre os integrantes doMST e os do EZLN a partir da idia de ocupao da terra e entre estes movimentos e ossentidos que eles provocam nos discursos em diferentes tessituras do tecido social urbano.Mas igualmente devemos considerar que h um conjunto de significaes que na realidadecontempornea perpassam os significados especificamente localizados, que so os passveisde se conhecer. Aqui, entramos no segundo sujeito da pesquisa, que o sujeitouniversalmente determinado.

    H um problema aqui que a possvel identificao deste ser com o leitor virtual de umnarratrio orgnico [13]. Colocando a questo em termos de um conjunto de significaesque nos permita identificar o ser contemporneo, estaramos escapando do sujeitoempiricamente determinado para retornar ao ser transcendental cujo conhecimento dadoa priori. Aqui recorremos mais uma vez a Bakhtin para objetivar este leitor em sua recriao,ou seja, na ao social expressa pelo cdigo lingstico:

    A realidade dos fenmenos ideolgicos a realidade objetiva dos signos. As leis dessa realidade so as leis dacomunicao semitica e so diretamente determinadas pelo conjunto das leis sociais e econmicas. A realidadeideolgica uma superestrutura situada imediatamente acima da base econmica. A conscincia individual no o arquiteto dessa superestrutura ideolgica, mas apenas um inquilino do edifcio social dos signos ideolgicos.[14]

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  • Temos aqui um sujeito condicionado pelo seu contexto histrico e pelo sentido que socialmente construdo. Contrapondo tal sujeito ao da razo cartesiana, Cruz fala de umacrtica da razo impura, razo que deixa de ser transcendental e passa a se dar por estascondicionantes do sujeito. Procuramos entender este passo como uma aceitao de taiscondicionantes externas como constituintes do sujeito, ou seja, externas apenas em seucarter fisiolgico, pois so indistinguveis a significao do indivduo e sua manifestao emforma de signos. Ou, dito de outra forma, o sujeito um produto da linguagem, aconscincia individual um fato scio-ideolgico [15].

    Este ser universalmente determinado no o a partir de conhecimentos dados a priori,mas revelados historicamente. Por isso, a necessidade de se incorporar no o histrico comocomplemento dos universais, mas o universal como resultando do histrico. Assim, oconjunto de possibilidades resulta de um complexo de determinantes histricas. Ou, ainda,de modo mais abrangente, como traado filosoficamente por Arendt:

    a Antigidade grega concordava em que a mais alta forma de vida humana era despendida em uma polis e emque a suprema capacidade humana era a fala - dzon politikn e dzon lgon khon, na famosa citao duplade Aristteles; a Filosofia medieval e romana definia o homem como animal rationale; nos estgios iniciais daIdade Moderna, o homem era primariamente concebido como homo faber at que, no sculo XIX, o homem foiinterpretado como um animal laborans, cujo metabolismo com a natureza geraria a mais alta produtividade deque a vida humana capaz. Contra o fundo dessas definies esquemticas, seria adequado para o mundo emque vivemos definir o homem como um ser capaz de ao; pois esta capacidade parece ter-se tornado o centro detodas as demais faculdades humanas. [16]

    Esta trajetria esquemtica de rationale a laborans tambm colabora para entendermos osujeito da leitura como algum portador de uma ao em relao ao texto. Recorrendo destemodo filosofia, temos que no mais o logos (ou o texto) que d sentido e fundamenta oser, nem se junta deusa Mnemosne (memria) para produzir (ou revelar) a altheia, mas arecriao de um logos por um sujeito determinado por contextos histricos em uma dialticaproporcionada por sentidos dialgicos.

    Jaeger comenta que Iscrates estava absolutamente convencido de que no era nosprogramas educacionais de diversos reformadores, mas nas circunstncias totais da poca,que se devia procurar os fatores verdadeiramente culturais. [...] Mas caracterstico dapoca o fato de a paidia em sentido positivo s ser possvel na forma de reao conscientedos indivduos isolados contra as tendncias gerais da evoluo [17]. No entanto, nomomento mesmo em que elevamos o indivduo a co-criador do sentido desta tendncia, elenos surge fragmentado pelas relaes de trabalho fundadas em regras globais e por umacultura que se impe como linguagem comum a diferentes contextos sociais. Uma questoque reaviva o dilema que a sociedade moderna cria no prprio momento em que surge:assim como possibilita o aparecimento da democracia e proporciona igualdade entre oshomens, corrompe o indivduo. Um dilema que acarreta perigos sobre os quais j alertaTocquevile:

    Creio, portanto, que a espcie de opresso de que esto ameaados os povos democrticos em nada se assemelha que a precedeu neste mundo [...] os termos antigos, despotismo e tirania, no convm [...] Se quisesseimaginar com que traos novos o despotismo poderia produzir-se no mundo, veria uma multido incontvel dehomens semelhantes e iguais, que se movem sem cessar para alcanarem pequenos e vulgares prazeres, de queenchem a prpria alma [...] Acima desses homens erige-se um poder imenso e tutelar, que se encarregasozinho de assegurar-lhes os prazeres e de velar-lhes a sorte [...] Desse modo, torna cada dia menos til e maisraro o emprego do livre arbtrio; se vier a encerrar a ao da vontade num espao ainda menor, furtar de cadacidado o prprio uso de si mesmo. A igualdade preparou os homens para todas essas coisas: predisp-lo asuport-las e freqentemente a v-las como benfazejas. [18]

    Isso no significa retroceder o debate tentando encontrar uma fonte primordial do fluxo de

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  • informaes na sociedade globalizada que determine a priori o contedo do discurso social.Mas que preciso continuar atento ao conjunto de determinantes culturais que limitam aspossibilidades de construo de sentido e aumentam a probabilidades de efetivao dealguns sentidos em detrimentos de outros com todas as conseqncias sociais dadecorrentes.

    Notas

    Damsio (2000), p. 16.1. Poema Autopsicografia, de Fernando Pessoa, publicado in Presena, n. 36, Novembrode 1932.

    2.

    Pessoa (1993), p. 217.3. Cruz (1986), p. 62.4. Bakhtin (1986), p. 35.5. Cruz (1986), p. 61. 6. Ibidem, p. 66.7. Ibidem, p. 65.8. Citado por Jacques Le Goff no verbete Histria da Enciclopdia Einaudi, p. 172.9. Parece-nos confluentes, neste ponto, o conceito de semiosis ilimitada de Peirce naforma que citada por Cruz (processo em que o sentido est em constanteformao, circulando entre o objecto, representao e interpretante) e a idia deBakhtin.

    10.

    Bakhtin (1986), p. 41.11. Cruz (1986), p. 64.12. Ibidem, p. 62.13. Bakhtin (1986), p. 36.14. Ibidem p. 35.15. Arendt (1997), p. 95.16. Jaeger (1995), nota 22, p. 1151.17. Tocqueville (1973), p. 312 e 313.18.

    Bibliografia

    ARENDT, Hanna. Origens do Totalitarismo Anti-Semitismo, Imperialismo, Totalitarismo.Companhia da Letras, 2000.

    _______________ . Entre o Passado e O Futuro. Editora Perspectiva, 1997.

    BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Hucitec, 1986.

    CRUZ, Maria Teresa. "A esttica da recepo e a crtica da razo impura" In: Revista deComunicao e Linguagens, junho de 1986. Lisboa, Centro de Estudos de Comunicao eLinguagens.

    DAMSIO, Antnio. O Erro de Descartes Emoo, razo e o crebro humano. So Paulo,Companhia das Letras, 2000.

    JAEGER, Werner. Paidia. So Paulo, Martins Fontes, 1995.

    TOCQUEVILLE, Alxis. "A Democracia na Amrica" In: Os Pensadores volume XXIX. SoPaulo, Abril, 1973.

    Carlos Sandano jornalista profissional desde 1992, com passagens pela Folha de S. Paulo, Editora Abril , GazetaMercantil, TV Senac e Rdio Bandeirantes, entres outros. ps-graduado em Teorias e Tcnicas da Comunicao pelaFaculdade Csper Lbero e especialista em Docncia On-Line pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Atualmente

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  • professor de Mdias Digitais, no Centro de Educao Tecnolgica Interamericano e mestrando no Programa de Integraoda Amrica Latina da Universidade de So Paulo. diretor de contedo da Pluricom Comunicao Integrada.

    Contato: [email protected]

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