poiesis 229

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www.jornalpoiesis.com.br Página 4 Um carnaval e dois granadeiros Miguel Jeovani ouve demandas da população Página 6 Reprodução Marcelo Figueiredo Literatura, Pensamento & Arte Ano XXII- nº 229 - abril de 2015 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis Literatura O teatro de Mario Vargas Llosa Nobel de Literatura em 2010, o escritor Mario Vargas Llosa também se dedicou à dramaturgia, tendo escrito e produzido seus próprios espetáculos. Página 4. Literatura, Ciências e Artes Academia de Letras de Araruama é fundada Foi fundada no dia 17 de março a Academia de Letras de Araruama, que também vai incorporar arstas e estudiosos de ciências. Página 3. Música CD faz homenagem a McCartney Marcio Paschoal escreve sobre o ál- bum duplo The McCartney Of, que contém 34 hits do ex-Beatle com in- terpretações de grandes nomes da música mundial. Página 2. Consultório de Psicanálise e Terapias Naturais Camilo de Lélis M. Mota Psicanalista Terapeuta Holístico, CRT 42617 ( (22) 99770-7322 / 2653-3087 www.camilomota.com.br Aceitamos: através do PagSeguro UOL Cursos de Reiki do nível 1 ao 3-B • Psicoterapia individual e casal Terapia floral (Florais de Bach) EFT - Acupuntura Emocional sem Agulhas Atendimentos em Araruama e Saquarema com hora marcada O país que se revela nas ruas Divulgação / Tasso Marcelo As manifestações ocorri- das em todo o país no dia 15 de março despertaram inúmeras questões e reve- laram fragilidades para as quais cada cidadão precisa estar atento. Investigações de corrupção cada vez mais em evidência, articulações políticas contraditórias, clamores por justiça e re- ações mais emotivas que racionais vêm demonstrar um aspecto de crise que, se bem vivenciada, pode- rá fortalecer a democracia brasileira. Dentro desse es- pírito suscitado pelas ruas, o Jornal Poiésis traz vá- rios textos com enfoques diferenciados sobre o tema, como uma contribuição à reflexão sobre o momen- to que estamos vivendo e o quanto de nossa história precisa ser reavaliado para não cometermos os erros do passado. Em crônica bem humorada, Napoleão Valadares conta a história de Eurico e a incrível carta que escreveu para São Pe- dro, pedindo intervenção para livrar o país de uma série de situações que o autor considera incompa- tíveis com a retidão defen- dida pelo personagem. Em “Reforma ou revolução”, Pedro Pinho, propõe uma ampla revisão de nossa or- ganização social, e aborda questões importantes so- bre os três poderes. O jor- nalista Francisco Pontes de Miranda Ferreira traz sua contribuição em “O esta- do capitalista na economia clássica”, com ênfase na intervenção do estado na manutenção do status quo. E o escritor e psicanalista Camilo Mota faz resenha sobre o livro de corres- pondências entre Frei Bet- to, Leonardo Boff e Alceu Amoroso Lima, em que se descortinam os horrores praticados nos porões da ditadura militar, trazendo ainda considerações fun- damentais sobre liberdade, justiça social e direitos hu- manos. Páginas 2 e 3. Renato Seixas Exposição de fotografia destaca a natureza de Araruama Marcia Jeovani tem trabalho ativo nas comissões da Alerj André Barbosa Em seu primeiro man- dato na Alerj, a deputa- da Marcia Jeovani está participando ativamen- te de várias comissões, O fotógrafo Renato Seixas está expondo 39 fotografias de paisagens de Araruama, inclusive aéreas, revelando todo o esplendor de uma das mais belas cidades do Esta- do do Rio. A mostra pode ser visitada até 19 de abril na Casa de Cultura José Ge- raldo Caú. Página 6. e assumiu a presidência da Comissão de Assun- tos Municipais e Desen- volvimento Regional. Página 3. Campanha de Solidariedade O Posto 11 da 1ª Companhia do Batalhão de Polícia Ro- doviária em Araruama está realizando campanha para arrecadar doações de fraldas geriátricas e alimentos não perecíveis para o Asilo Lar de São Francisco. Quem puder colaborar pode deixar suas doações no Posto Policial, que fica no trevo entre a Vila Capri e o Shopping Gigi. William Brasil

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Edição de abril/2015

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Page 1: Poiesis 229

www.jornalpoiesis.com.br

Página 4

Um carnaval e dois granadeiros

Miguel Jeovani ouve demandas da populaçãoPágina 6

Repr

oduç

ão

Mar

celo

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ueire

doLiteratura, Pensamento & Arte

Ano XXII- nº 229 - abril de 2015 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

LiteraturaO teatro de Mario Vargas Llosa

Nobel de Literatura em 2010, o escritor Mario Vargas Llosa também se dedicou à dramaturgia, tendo escrito e produzido seus próprios espetáculos. Página 4.

Literatura, Ciências e ArtesAcademia de Letras

de Araruama é fundada

Foi fundada no dia 17 de março a Academia de Letras de Araruama, que também vai incorporar artistas e estudiosos de ciências. Página 3.

MúsicaCD faz homenagem a McCartney

Marcio Paschoal escreve sobre o ál-bum duplo The McCartney Of, que contém 34 hits do ex-Beatle com in-terpretações de grandes nomes da música mundial. Página 2.

Consultório de Psicanálisee Terapias Naturais

Camilo de Lélis M. MotaPsicanalista

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( (22) 99770-7322 / 2653-3087www.camilomota.com.br

Aceitamos:

através do PagSeguro UOL

• Cursos de Reiki do nível 1 ao 3-B• Psicoterapia individual e casal• Terapia floral (Florais de Bach)• EFT - Acupuntura Emocional

sem AgulhasAtendimentos em Araruamae Saquarema

com hora marcada

O país que se revela nas ruasDivulgação / Tasso Marcelo

As manifestações ocorri-das em todo o país no dia 15 de março despertaram inúmeras questões e reve-laram fragilidades para as quais cada cidadão precisa estar atento. Investigações de corrupção cada vez mais em evidência, articulações políticas contraditórias, clamores por justiça e re-ações mais emotivas que racionais vêm demonstrar um aspecto de crise que, se bem vivenciada, pode-rá fortalecer a democracia

brasileira. Dentro desse es-pírito suscitado pelas ruas, o Jornal Poiésis traz vá-rios textos com enfoques diferenciados sobre o tema, como uma contribuição à reflexão sobre o momen-to que estamos vivendo e o quanto de nossa história precisa ser reavaliado para não cometermos os erros do passado. Em crônica bem humorada, Napoleão Valadares conta a história de Eurico e a incrível carta que escreveu para São Pe-

dro, pedindo intervenção para livrar o país de uma série de situações que o autor considera incompa-tíveis com a retidão defen-dida pelo personagem. Em “Reforma ou revolução”, Pedro Pinho, propõe uma ampla revisão de nossa or-ganização social, e aborda questões importantes so-bre os três poderes. O jor-nalista Francisco Pontes de Miranda Ferreira traz sua contribuição em “O esta-do capitalista na economia

clássica”, com ênfase na intervenção do estado na manutenção do status quo. E o escritor e psicanalista Camilo Mota faz resenha sobre o livro de corres-pondências entre Frei Bet-to, Leonardo Boff e Alceu Amoroso Lima, em que se descortinam os horrores praticados nos porões da ditadura militar, trazendo ainda considerações fun-damentais sobre liberdade, justiça social e direitos hu-manos. Páginas 2 e 3.

Renato Seixas

Exposição de fotografia destacaa natureza de Araruama

Marcia Jeovani tem trabalho ativo nas comissões da Alerj

André Barbosa

Em seu primeiro man-dato na Alerj, a deputa-da Marcia Jeovani está participando ativamen-te de várias comissões,

O fotógrafo Renato Seixas está expondo 39 fotografias de paisagens de Araruama, inclusive aéreas, revelando todo o esplendor de uma das

mais belas cidades do Esta-do do Rio. A mostra pode ser visitada até 19 de abril na Casa de Cultura José Ge-raldo Caú. Página 6.

e assumiu a presidência da Comissão de Assun-tos Municipais e Desen-volvimento Regional. Página 3.

Campanha de SolidariedadeO Posto 11 da 1ª Companhia do Batalhão de Polícia Ro-doviária em Araruama está realizando campanha para

arrecadar doações de fraldas geriátricas e alimentos não perecíveis para o Asilo Lar de São Francisco. Quem puder

colaborar pode deixar suas doações no Posto Policial, que fica no trevo entre a Vila Capri e o Shopping Gigi.

William Brasil

Page 2: Poiesis 229

2 nº 229 - abril de 2015

O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

EXPEDIENTERua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: [email protected] Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesisDistribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

MÚSICA

É Paul para toda a obraMarcio Paschoal e s c r i t o r , autor da biografia do cantor e compo-sitor João do Vale ( w w w .marciopaschoal.com)

Acostumado a grandes homenagens e luxuosos tributos, Sir Paul McCart-ney e sua música vêm mais uma vez representados por um vasto naipe de artistas, que vão de Cat Stevens e Willie Nelson, até Alice Copper e Chrissie Hynde, passando por Bob Dylan, Billy Joel, Roger Daltrey e B B King, entre outros. O álbum duplo (The Mc-Cartney Of) contém 34 hits do ex-beatle, algumas com interpretações muito boas. Dylan está perfeito (e a escolha da música caiu como uma luva) em “Thin-gs we said today”. Billy Joel exagera um pouco em “Maybe I`m amazed”, mesmo não comprome-tendo. Difícil estragar essa canção. Yusuf (Cat Ste-

vens) arrasa em “Long and winding road”, da mesma forma que Brian Wilson em “Wanderlust”. Tem “Bluebird” com Corinne Bailey Rae, e “Hey Jude” com Steve Miller. Claro que “Yesterday” não po-deria ficar ausente (Willie Nelson minimalista). Lá estão “Live and let it die” e “Let it be”. Da melhor fase dos Beatles a nostálgica “When I’m sixty four” com Barry Gibb. Jeff Lyne com “Junk” surpreende. Enfim, são maravilhosas as can-ções e excelente o time dos intérpretes. Um disco para se ter e guardar e, claro, ouvir de vez em quando com gosto e regalo. Vida longa ao velho Paul.

CRÔNICA

ECONOMIA

Marcelo J. FernandesCARTA A SÃO PEDRO

Napoleão Valadarese s c r i t o r . Autor dos livros Pas-sagens da Minha Al-deia e Estesia, entre ou-tros. Pertence à Academia Brasiliense de Letras.

Criado por uma avó, Eu-rico não foi menino mima-do. Teve vida dura desde pequeno, apesar do cari-nho da velha. Era no estu-do e no trabalho, com obri-gações. A avó não alisava pelo de ninguém. Trazia os empregados no curto, não deixando que saíssem da linha. O neto, então, é que tinha que ser criado com rigor para ser homem. E por isso tornou-se um ho-mem instruído e correto.

Para uns, correto até de-mais. Por ser cumpridor e exigente, as pessoas o con-sideravam sistemático, ou histérico, ou doido. Mas essas mesmas pessoas aca-bavam encontrando jus-tificativas, umas achando que ele era sistemático por ser direito e gostar de tudo certo; outras, que era his-térico porque tinha cora-gem de gritar, denuncian-do erros; e ainda outras, que esse negócio de doido é relativo.

O fato é que Eurico, vira-va e mexia, estava às turras com vizinhos e afastados, porque não faziam as coi-sas como deviam ser feitas. Costumava falar desaforos aos presentes, mandar re-cados ásperos aos de perto e escrever cartas atrevidas

aos de longe. Para ele, as pessoas tinham que ser honestas e isso não passa-va de um dever.

E quando foi entrando para a idade, a coisa se agravou. Ficou mais exi-gente para uns, rabugen-to e ranzinza para outros. Andava procurando uma falhazinha em alguém, por pequena que fosse, para re-preender. Não havia sema-na em que não escrevesse uma carta, catracando um vivente por causa de algum erro. Até ao presidente da República escreveu.

O tempo passou, os ca-belos de Eurico embran-queceram, vieram rugas e doenças, as dores das per-nas aumentaram e aquela mania de correção tam-bém aumentou. O povo dizia que virou doidura. Doidura com lampejos de lucidez. Chegou a dizer a um amigo que tinha tele-fonado para a alma de Jus-celino Kubitschek. E foram cartas... Diariamente pos-tava uma, duas, três. Um funcionário dos Correios espantou-se, quando viu uma carta de Eurico des-tinada a São Pedro. Achou graça, mas ficou preocupa-do. Não havia como enviar. Abriu e leu.

Santíssimo São Pedro,Leva-me a escrever a

Vossa Santidade o fato de estarem acontecendo aqui diversas e gravíssimas ir-regularidades, as quais devem ser enxergadas, fis-calizadas e corrigidas pelas autoridades competentes daí, o que não tem sido

feito. Peço perdão por me expressar assim, mas es-tou cumprindo meu dever, como sempre fiz e sempre exigi que os outros fizes-sem.

Não posso me alongar, porque sei que o senhor é muito ocupado, abrindo a Sagrada Porta do Céu a uns e explicando a impossibili-dade de abri-la a outros. Também trabalhei como porteiro e sei como é difí-cil mexer com gente. Quem não pode entrar fica insis-tindo com argumentos im-pertinentes. E é aquilo de penetras chegarem com a maior cara de pau. Imagi-no que na Sagrada Porta do Céu também deve ser assim.

Mas vamos aos fatos. O nosso país (o senhor sabe o nome) está numa situ-ação de fazer vergonha. Depois que foi instituída a tal de reeleição, todos os presidentes se reelegeram. Exercem dois mandatos, ficando no poder por oito anos para a consumação da rapina. E a reeleição se dá em razão de diversos fa-tores, como uso da máqui-na governamental sem o menor escrúpulo; compra indireta de votos por be-nefícios diversos; voto do analfabeto, que não sabe se quer o bem da nação ou a puxada do cabresto. E por aí vai. Além de tudo (e mais grave), os chefes do partido que se empoleirou no poder nos últimos tem-pos, não se contentando com a própria corrupção, corrompem e protegem os corrompidos. Por isso, sur-

gem aqui vários escânda-los com nomes estranhos, como mensalão, mensal, mensalinho e são tantos que até esqueço os nomes.

Os Estados acompa-nham. E os municípios também acompanham. É o que se pode chamar de cor-rupção contagiosa, genera-lizada e progressiva. Minha cidadezinha (o senhor sabe o nome) está numa situa-ção não de fazer vergonha, porque vergonha nela não há mais, mas de fazer dó.

Dito isso, encareço a Vossa Santidade que, ou-vidas as autoridades celes-tiais competentes, tome as providências cabíveis no sentido de iluminar o povo daqui, dando-lhe discerni-mento, consciência e sabe-doria para votar, a fim de que, por meios legais, aca-be com a reeleição, não use a máquina governamental, não permita compra de vo-tos, dê fim ao voto do anal-fabeto, deponha os atuais governantes e extinga o partido que está no poder.

Pedindo sua bênção, re-comendo-me à Santíssima Família de Vossa Santida-de.

Respeitosamente,

Eurico Retilíneo dos Santos

P.S.: Deixo de colocar o lugar, porque minha ci-dadezinha, depois do que aconteceu, praticamente deixou de existir. E tam-bém não coloco a data, porque esta carta é por toda a eternidade, como tudo no Céu.

O Estado Capitalista na Economia Clássica

Francisco Pontes de Miranda FerreiraJornalista

O Estado está presente em toda a Economia Clás-sica e moderna do capita-lismo. O Estado capitalis-ta está relacionado com a propriedade privada e a acumulação de rique-zas para uma nação. Os fisiocratas defendiam um Estado em benefício dos arrendatários capitalistas. Adam Smith argumen-tou a favor de um Estado protetor da classe proprie-tária. Ricardo e Mill em benefício dos capitalistas industriais. Autores que trabalharam para apagar o período mercantilista e abrir caminho para o desenvolvimento do ca-pitalismo e em seguida do capitalismo industrial e urbano. Na fase mer-cantilista o Estado era poderoso e centralizador. O Estado defendido pe-los liberais clássicos, no entanto, continua como no período mercantilista, a serviço da desigualda-de entre nações, povos e classes sociais. Repro-duz de várias formas o Estado da colonização. O Estado capitalista dos países mais ricos sempre mantiveram também for-

ças armadas poderosas. A marinha mercante inglesa permaneceu forte durante todo o desenvolvimento do capitalismo industrial. Um Estado com limites, mas sempre a favor do ca-pital para garantir o pro-cesso de acumulação e a propriedade privada, foi o defendido por toda a eco-nomia clássica.

Surgem depois da economia clássica duas formas de oposição ao liberalismo: a frente ca-pitalista que é a favor de um Estado regulador, intervencionista quando necessário e com funções sociais como Mill e Key-nes e a frente socialista e anarquista que questiona o Estado capitalista ou o próprio Estado. O Esta-do sempre interferiu na economia capitalista, em-bora muitos capitalistas defendam justamente a não intervenção do Esta-do. O fato é que o Estado e a economia capitalista nunca estiveram sepa-rados. No capitalismo a sociedade é nitidamente dividida entre os que ven-dem a força de trabalho e os proprietários da produ-ção e o Estado capitalista está do lado desses últi-mos. O Estado capitalista tem o papel de amortecer os conflitos para deixar o mercado trabalhar.

Pedro PinhoAvô aposentado

Após as costumeiras apropriações políticas, os movimentos de junho de 2013 foram tirados do foco pela mídia familiar e mesmo pelos cientistas políticos. E como regis-trou Vladimir Safatle, em recente artigo, sem “um processo de debate sobre a reinvenção da estrutura política brasileira”.

Artigo de fé, o mode-lo europeu dos séculos XVII/XVIII é repetido como a verdadeira e única forma de administração da sociedade humana. Recordo as seis magnífi-cas conferências do histo-riador e político indiano K.M. Panikkar, em 1958, na École des Hautes Étu-des, em Paris, onde an-tecipava que a aplicação da “democracia parla-mentar”, imposta pelas potências coloniais aos recém-independentes pa-íses africanos e asiáticos, os levaria, certamente, a ditaduras. Triste e confir-mada profecia.

O Brasil tem hoje um

POLÍTICA

REFORMA OU REVOLUÇÃO ?sistema político-admi-nistrativo que é falho, autista e excludente da participação e desejo da população. Óbvio que, aqui e ali, temos alguma exceção, mas de caráter limitado e local.

Uma reforma eleitoral, travestida de reforma po-lítica, como a que se dis-cute no atual Congresso nada mais significa que uma velha tática das eli-tes de “fazer a revolução antes que o povo a faça”.

Mas uma vez, Gover-no e oposição chamam às ruas. Mas sem que se abra um convite ao di-álogo com a sociedade. Curiosamente não se abre espaço, ainda que meramente acadêmico, para análise do modelo dos “três poderes, inde-pendentes e harmôni-cos”, aplicados a uma sociedade complexa, de diferentes culturas, con-tinentalmente instalada, como é a brasileira.

Em síntese, vemos um legislativo, eleito pelo dinheiro de grupos com interesse bem definido e pontual, que em nada se

considera devedor dos eleitores. Sempre com as nobres e mínimas exce-ções. Um executivo que precisa atender a estes mesmos grupos sob a pena de não governar. Todos nos âmbitos na-cional e locais. E um Ju-diciário que merece um parágrafo próprio.

Numa “república de ba-charéis”, articulada pelo hábil político, bacharel Ulysses Guimarães, e com o histórico de ser o mais representativo das elites, a Constituição de 1988 blindou o Poder Judiciá-rio. Chegamos ao cúmu-lo de ter na Presidência do órgão que seria “de controle externo” do Ju-diciário, seu maior repre-sentante: o Presidente do Supremo Tribunal Fede-ral. Como se o Presiden-te do Tribunal de Contas fosse necessariamente o Presidente da República ou, nos Estados, seu Go-vernador. E, incrivelmen-te, isto não causa perple-xidade. Consagrou-se um poder autista.

Vou apresentar este distanciamento com dois

exemplos reais, cujos processos são do conhe-cimento público e meu, pessoal. O menino, en-tregue pela justiça ao pai, cujo caráter poderia ser descrito como o de um psicopata, sem que se ouvisse a criança, ou a avó, apesar de seus in-sistentes pedidos, resul-tando no assassinato do Bernardo. E que ocorreu com estes juízes? Blinda-dos pelo sistema. Aqui no Rio, tramita um processo semelhante, onde a justi-ça não ouve os menores, e o pai obtém até por busca e apreensão a convivên-cia com as crianças. É a magistratura que decide um processo sem o ler, atuando por preconceitos ideológicos, de gênero e de classe, mas sempre em detrimento da parte mais frágil, neste casos os me-nores.

A necessidade de uma ampla revisão de nossa organização social é evi-dente. Ela sempre acaba-rá ocorrendo, com maior ou menor violência, quer para efetivá-la ou para a ela chegar.

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3nº 229 - abril de 2015

POLÍTICA

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CULTURA

Com presença de cerca de 30 pessoas, entre poe-tas, escritores, jornalistas, professores e estudiosos de ciências, foi fundada no dia 17 de março de 2015 a Academia de Letras de Araruama. A reunião aconteceu na Biblioteca Municipal, marcando o início de um novo proces-so de consolidação cultural no município.

Durante o encontro, o se-cretário municipal de Cultu-ra, Moacir Gomes, destacou a importância do movimen-

Academia de Letras é fundada em AraruamaWilliam Brasil

to e reforçou o apoio do poder público ao colocar à disposição da nova entidade os espaços nos quais virão a acontecer eventos por ela promovidos.

A ideia da criação da Aca-demia surgiu informalmen-te durante um programa de rádio, o Fala Professor, na Costa do Sol AM, quando o professor Ubiratan Ramos

falou de um sonho antigo que nutria de ver no muni-cípio uma entidade que reu-nisse os escritores e artistas. Uma primeira reunião foi marcada, onde foram dis-

cutidas as primeiras pro-vidências, entre as quais a assembleia que ocorreu no último dia 17. Além de escri-tores em seu quadro titular, a nova entidade também re-servará cadeiras para artis-tas, educadores e estudiosos de ciências.

Para organizar a estru-tura e os estatutos da nova entidade foi formada uma comissão integrada por Ca-milo de Lélis Mendonça Mota, Jorge Luiz da Costa, Geraldo Chacon, Rozimar de Sá, Moacir Gomes da

Costa Junior, Ubiratan Ra-mos, Zeni Felipe, Renato Magalhães, Suzana Soares e Cid Magioli. O grupo irá ela-borar os documentos legais e apresentar para os demais fundadores em assembleia prevista para acontecer em junho.

Durante o evento, alguns poetas aproveitaram para improvisar um pequeno sa-rau, lendo textos de sua au-toria. O cordelista Manoel de Santa Maria apresentou a canção “Último Pau de Arara”.

Deputada Marcia Jeovani assume presidência de comissão na Alerj

André BarbosaA deputada estadual

Marcia Jeovani (PR) as-sumiu a presidência de uma das importantes co-missões permanentes da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), a Comissão de Assuntos Municipais e De-senvolvimento Regional, em votação realizada no dia 5 de março.

A deputada destacou a importância da comissão e o caráter participativo que a mesma deve ter.

“Estar à frente da comis-são vai facilitar o contato direto com os represen-tantes do Executivo e do Legislativo de cada mu-nicípio. Há quatro anos o meu esposo foi deputado e através de uma comissão

especial ele promoveu aqui um debate sobre a instala-ção de um cadeião no mu-nicípio de Araruama. E eu estava aqui como cidadã e representante da socieda-de civil organizada partici-pando dessa discussão. Da mesma forma, quero con-tar com a participação de

todos e com a atuação de cada um de vocês, porque sozinha não vou chegar a lugar nenhum”, destacou.

Marcia Jeovani também faz parte, como membro, das comissões de Agricul-tura, Pecuária e Política Rural, Agrária e Pesquei-ra; de Assuntos da Crian-ça, Adolescente e Idoso; de Defesa dos Direitos da Mulher; e de Defesa da Pessoa Portadora de Defi-ciência.

Ao participar da instala-ção da Comissão de Cultu-ra, a parlamentar lembrou da Cultura Tupinambá no estado do Rio e da Comu-nidade Quilombola, pre-sentes na história do mu-nicípio de Araruama.

POLÍTICAPrefeito Miguel Jeovani ouve demandas da população nos distritos de Araruama

Durante o mês de mar-ço, o prefeito de Araru-ama, Miguel Jeovani, visitou os distritos do município, atendendo em audiência os mora-dores das localidades e visitando os bairros para melhor compreender as necessidades da popula-ção.

“Em Morro Grande re-alizamos o levantamento das necessidades de cada comunidade, para assim, atender melhor os mora-dores da cidade e direcio-nar as demandas munici-pais com maior índice de aproveitamento e satisfa-ção”, disse.

O prefeito também es-teve em Iguabinha, onde

Marcelo Figueiredo

visitou a Escola Muni-cipal Celina Mesquita, a Creche Ilca Maria Du-arte e a recém inaugu-rada Unidade Básica de Saúde, conversando com funcionários e morado-res.

Em cada um dos distri-tos, houve a realização do Projeto S.O.S. Bairros, com serviços de ilumina-ção pública, limpeza de valas, capina e aplicação de basalto nas ruas sem pavimentação.

HISTÓRIA

Cartas do tempo da ditaduraCamilo MotaP s i c a -n a l i s t a , escritor, editor do J o r n a l Poiésis

As recentes manifesta-ções populares acontecidas no Brasil trouxeram à tona uma série de questões sobre os rumos do país no campo político, social, econômico e cultural. Por um lado, surge um clamor por justiça, pelo combate à corrupção, que é significativo frente a tantas evidências que vêm sur-gindo nos noticiários. Por outro, uma massa de des-contentes com as ações do governo federal faz apolo-gia a medidas austeras, que vão desde o afastamento da presidenta por vias de-mocráticas (ainda que im-provável o impeachment) até a sugestão alucinatória de uma intervenção mili-tar. Digo alucinatória, pois a atitude reverbera muito mais um recalque coletivo de um segmento social do que propriamente um co-

nhecimento da realidade histórica. Para um país tão jovem e cuja vivência demo-crática é pontual, surgindo, sendo abafada, ressurgindo e sendo reprimida ao longo de sua história, propostas golpistas são um risco para as conquistas de liberdade dos últimos 30 anos (inclu-sive a ampla divulgação de casos de corrupção e sua investigação, o que não era uma prática comum até en-tão).

Sintomático que as ma-nifestações aconteçam às vésperas da data que mar-cou a entrada do país nos anos de chumbo. A “inter-venção militar” de 31 de março de 1964 deixou mar-cas profundas no contex-to geral da construção de nossa nacionalidade, num processo de exclusão que legitimava a violência em favor de uma causa que ti-nha por base o combate ao fantasma do Comunismo. Hoje estão ressuscitando fantasmas, sob o pretexto de combater a corrupção, como se esta nunca tivesse existido no país. Necessário se faz o combate, mas é pre-

ciso que este se aprofun-de e mostre as reais raízes do problema, que envolve, entre outras coisas, a pró-pria atitude dos cidadãos quando confrontados com situações simples em seu dia a dia e que sucumbem a atos corruptíveis (avançar o sinal vermelho, trafegar pelo acostamento, cometer pequenos delitos como se fossem coisas normais, e assim por diante).

Simbolismos à parte, é inegável a necessidade de abertura ao diálogo e a uma compreensão mais ampla do momento pelo qual pas-sa o país. E um dos bons ca-minhos para isso passa pela avaliação do contexto em que o país se viu mergulha-do no período da ditadura militar que perdurou até os anos 80.

Lançado recentemente, o livro “Cartas de espe-rança em tempos de di-tadura: Frei Betto e Le-onardo Boff escrevem a Alceu Amoroso Lima” (Petrópolis, Vozes, 2015) é um documento fundamen-tal para se conhecer os bas-tidores do regime instalado

no país na segunda metade dos anos 60 do ponto de vista de quem sofreu na carne as torturas que eram praticadas. Com organiza-ção do professor Leandro Garcia Rodrigues, o volu-me reúne 22 cartas troca-das entre Frei Betto (preso por ser identificado como apoiador das ações sub-versivas contra o governo) e o escritor Alceu Amoro-so Lima entre 1967 e 1981, além de textos deste e cor-respondência trocada com o teólogo Leonardo Boff.

O livro vai além da sim-ples troca de correspon-dência entre dois amigos. Antes, se torna um verda-deiro apelo à justiça social e traz reflexões amplas sobre liberdade e direitos humanos. A situação bei-rava o surrealismo. Padres chegaram a ser presos e torturados porque promo-veram reuniões com seus paroquianos para esclare-cer sobre o FGTS. A partir da troca epistolar, Alceu Amoroso Lima chegou a es-crever várias crônicas para o Jornal do Brasil em que fazia o alerta sobre o que

vinha acontecendo nos po-rões da ditadura.

Como bem esclarece Le-andro Garcia Rodrigues, cuja introdução ao livro é uma aula da história recen-te do país, “o estudo histó-rico utilizando tais fontes — cartas, diários, manuscritos pessoais, anotações, etc. — mostra-se como um campo de investigação realmente instigante e sempre aberto a novidades e reformula-ções da própria narrativa histórica”.

Em uma das primeiras cartas, Frei Betto relata as torturas sofridas por Frei Tito e descortina o grau de sadismo que tomava con-ta dos militares, que não tinham o menor pudor em causar sofrimentos físicos em religiosos, fossem eles jovens ou idosos:

“Ontem soubemos que ele foi novamente tortura-do no ‘pau de arara’ com choques elétricos e que ha-via ‘tentado o suicídio’ cor-tando os pulsos. (...) Não deixaram que Frei Tito re-cebesse qualquer visita en-quanto não desapareces-sem as marcas da tortura.

É o costume. Nós que co-nhecemos bem a ele e à Po-lícia do Exército, sabemos que frei Tito jamais seria capaz de um gesto desespe-rado. É jovem, tem grande força física e moral. Certa-mente tentaram ‘suicidá--lo’, como já ocorreu a ou-tros e então bateram nele até arrancar sangue. Este é um caso entre centenas. É o retrato do regime em que vivemos. Nem senhores de idade escapam à tortura” (p 73-75).

Em tempos de crise e de transformações, faz bem buscar um aprofundamen-to nas próprias raízes da formação cultural de nossa população. Temos um his-tórico de subserviência e de identificação com a Casa Grande, que compromete a visão global das relações de poder que nos envolvem. Conhecer o papel que exer-cemos hoje na sociedade exige muito mais raciona-lidade do que exacerbações emotivas. Por isso, é preci-so estar atento ao momento presente, sem perder o foco das experiências já vividas em nosso passado.

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4 nº 229 - abril de 2015

CRÔNICACONTRABALADA DOS DOIS GRANADEIROS COM O ADENDO DE UM TERCEIRO

Gerson VallePoeta e escri-tor, membro da Academia Petropolitana de Letras

Epígrafe: No poema “Die beiden Granadiere”, de Heinrich Heine, dois granadeiros que foram aprisionados na Rússia em 1812, quando voltavam para a França e passavam pela Alemanha, souberam que Napoleão caiu prisio-neiro. Um deles lamenta nada poder fazer, pois tem de voltar à família para que os seus não fiquem ao desabrigo. O outro diz que se abriu sua antiga ferida, mas não importa família, nem ele, nem nada diante da prisão do Imperador. Pede que, se morrer, leve seu corpo para ser enter-rado na França onde “meu Imperador” deverá se re-fazer e quando passar em seu túmulo, ele sairá de lá, armado, para proteger o Imperador!

Querendo-se avivar as lendas, assistem-se desfi-les das escolas de samba no Rio de Janeiro. Ali as len-das se cantam, dançam e representam absurdos tais e iguais aos de “la grand--opera” do Romantismo francês. Mas não o extrava-sar de sentimentos internos de um povo nascidos de ou-tras lendas, simbologia de uns vagos conhecimentos afetados em manifestação afetuosa. Assim se brin-cava de História, há uns cinquenta anos, cabeleira postiça do século XVIII, largos vestidos bordados roçando o chão, para se fazer bonito dentro do gin-gar sincopado, engraçado e engraçando nobrezas, gen-tilezas, alegrias, quando o negro em alforria podia-se passar por marquês que o escravizou. Também se quer penetrar noutras len-das quando se veem alguns blocos desfilarem nas ruas na vontade de se retornar a algum momento coletivo do passado. As marchinhas repetem o que fora novida-de, em críticas e descontra-ções, há mais de meio sécu-lo, hoje só lenda... Há mais gente observando parada

a procura do passado que momentos de movimentos de autêntica folia. Sai-se de casa para ver o que se julga ser a índole dos vizi-nhos. A lenda nasce do que se acha serem os outros... Tenta-se repetir a esponta-neidade, de forma dirigida. No passado, a batida dos bumbos, pandeiros, reco--recos nas continuidades melódicas em dois tempos dos sons fortíssimos nos instrumentos de metal, re-percutiam no coração de todo transeunte, tornando impossível ficar-se parado. Tudo rimava com uma be-bida, piada, rápidos afagos dos abraços e sempre aos pulos. É de lá que se forma-ram as lendas. Hoje se pro-cura reencontrar tal eufo-ria, sem se conseguir mais se desligar da realidade dos compromissos, da compo-sição dos edifícios cercados em defesa da multidão de favelas que não possuem mais a linguagem da origi-nalidade de seus sambas. Globalizam-se outros ru-mos a conduzir as relações e fugas da sempre intacta vontade lúdica do povo. No fundo, as formas passadas continuam presentes, ar-quetípicas, com a conheci-da força já manifestada, e prontas a explodir de novo num baile de terça-feira gorda, quando se fingia não existir uma quarta-feira de cinzas. Cega em sua vonta-de transformadora, como sempre fora. O mundo aca-baria neste dia, nesta noi-te, neste esgotamento do corpo de marcação binária, em fortíssimo, de marchi-nhas e sambas, suor, cer-veja, namoro com pessoas desconhecidas, somente entrevistas nas fantasias e presenças do corpo, risadas respingadas dos confetes coloridos, frio do éter de lança-perfumes percorren-do espinhas, pernas, nari-nas, fios coloridos de ser-pentinas...

O âmago dessa tendência coletiva está na memória da cidade que escancaro, retornando aos anos trinta, bebendo alguns chopes no Bar da Brahma. Penetro--lhe o centro, no já demo-lido Hotel Avenida, onde o bonde adentrava os alicer-ces entre hóspedes e cida-

dãos no trânsito das chega-das e partidas. Movimento de loucura devassa e pura, na contradição de nossos instintos largados de feria-dos. Lenda viva que fez a cidade.

Aos pulos requebram os corpos de negros, cafusos, brancos, mulatos gritando, umbigando-se nos risos das batidas de frigideiras e cuícas. Ritmo de síncopas. Som do samba a fritar todo o Largo da Carioca.

Do alto do morro, o Con-vento de Santo Antônio se fecha ante a multidão de-sembarcada nos bondes abertos no ponto cober-to do Tabuleiro da Baia-na. Voa o Rio de Janeiro. Desurbaniza-se inteiro. As casas perdem pudores sem mais fachadas fechadas, despindo seus corredores. Nas ruas os blocos de sujos fogem dos tetos e mágoas. O bonde também deixa de-fronte do Bar da Brahma dois estrangeiros distantes tanto da algazarra do en-torno como um do outro, semi-apresentados um dia, e, por acaso, unidos agora no feriado de suas solidões imigrantes. Como as portas e janelas do Convento, suas caras se guardam fechadas, dispostos a se encontrarem, na folga da tarde quente, com a fluida companhia das saudades e cervejas, numa mesa posta no tempo e lugares de seus interiores. Vivências de outras lendas.

Do outro lado do prédio, na dificuldade da avenida entupida de foliões e curio-sos, passam carros lenta-mente, no corso aberto ao vento, voando serpentinas compridas como os cadar-ços dos sapatos dos palha-ços de bocas pintadas, far-tas para maiores pilhérias,

dentre bichos, bailarinas, disfarces das fugas, distân-cias dos filmes de far-west, piratas, índios...

Nada Giovanni, no en-tanto, notava de tantas máscaras. Commedia dell’arte aqui? Pierrôs e colombinas ficaram lá na Itália! Sentia apenas a veia saltada de tanto esforço por um pouco de conforto de algum dia libertar-se. Nesta terra brasileira trabalhava sem ter tempo para o sono ou desvio do espírito.

Hans mergulhava a ca-beça na cerveja de outros tempos. O bar lembrava a Bavária.

Sozinhos, ao abandono, como dois granadeiros tris-tonhos perdidos de suas tropas e batalhas distan-ciadas, tentavam, em ter-ra estranha, retomar seus caminhos nos goles lentos dos sonhos.

No entanto, tanto som rói os ossos de Giovanni, dentro de sua latinidade exaltada. E como se tam-bém, em reflexo de algum bloco, desse um salto, não se contém:

- Anche voi “têm” un duce!

Hans fingiu não ver o ne-gro que despedira da firma, dado a molezas e cismas que ele nunca compreen-dera, com seus dengues, peraltices... Como também não compreendeu as insi-nuações do italiano. O ne-gro agitava agora a esquina, quase que sem roupa, com uma enorme fralda pre-sa num exagerado alfinete meio fálico. Pareceu-lhe uma crise de histeria do ex--empregado a berrar: “Ma-mãe eu quero mamar!”. Será que sem roupa, “este gente, este terra de malu-cas”, pensa fazer a miséria

ficar pouca? O italiano se esforça para

ser melhor entendido:- Voi allora “têm tam-

bém” un duce!?Havia no Bar da Brahma

a conivência de uma trama inconsequente e irreveren-te. Sobre os mármores das mesas batem-se as palmas em devoção a um deus, to-mado das toadas de antigas senzalas, e levadas de volta aos mares e montanhas da cidade.

Hans volta-se num im-pulso como quem marcha sentado, mais parecendo um soldado contra as mar-chinhas de cunho infantil de um povo longe da sua compreensão. Soca a mesa e sai-lhe um grito como se fora o apito de seu bloco exilado, forçado sempre ao trabalho e sem vontade al-guma de se entrosar com o alheio:

- Mein Führer ist “más mariorr”!

As pessoas pareciam de-safiar o calor, aumentando o suor com fantasias mais quentes. Um grupo de ca-veiras passa mostrando desprezo pela própria mor-te. Expõe seu riso nos ossos e dentes do maxilar. Como um coro em pretexto ou protesto ante a censura de então, nas corridas permi-tidas pela pista em contra-mão.

Hans e Giovanni alter-nam goles com raiva no olhar ao ambiente de gente inconsequente. A cada pia-da ou risada mordem um novo furor:

- Mein Führer “quebrra este gente”!

- Il duce è molto più grande!

- Führer!- Duce!- Führer!- Duce!Lá fora os bondes para-

vam ante a folia dos pulos. O Largo da Carioca acoto-velava marchas cujos ru-mos ignorava-se. E, sem nenhum condutor aparente para a dor, em fuga aos re-flexos políticos do fascismo dominante do momento, a perdida multidão deixava fluir o fôlego, na definição de um povo novo, não sei se por lenda ou precisão de se evitar as guerras dos outros mundos, que acabaram,

mais tarde, invadindo-lhe as calçadas, sem mais riso descontraído para o chope ou a umbigada...

ADENDO - Stefan Zweig, com seus germa-nismos, austríaco, judeu e bastante francês de viagens e leituras, tornou-se vários granadeiros num só, iso-lado no tempo e espaço de suas formações e confor-tos. Seu tempo fora mar-cado na Belle Époque do respeito às artes e procura da paz e convívio entre os contrários. Viveu o melhor da cultura do mundo euro-peu, perdendo-se, com seu eu tão charmoso, no tempo da desagregação contínuo de guerras e procedimentos desumanos destruidores. Isolado, fecha-se no mundo novo de onde, talvez, o des-compromisso de um povo puro trouxesse-lhe o país do futuro...

Em 1941, da cidade mon-tanhesa de Petrópolis, onde pensa refazer a Salzburg que lhe roubaram, desce ao carnaval do Rio, tentando apreciar a convivência pa-cífica de brancos e pretos se dando umbigadas. Mas, só o que lê é o jornal exposto numa banca, na notícia das vitórias nazistas de onde se aviva a desesperança. Olha para o lado, ouvindo as marchinhas ingênuas de exaltação ao ritmo in-terno daquela gente pouco preocupada e o movimento indiferente à guerra e à des-truição do mundo.

Pobre granadeiro perdi-do,

não tendo mais, em suma,

nenhum abrigo, em par-te alguma!

Sobe de volta a serra, sem mais nenhum fascínio após a mistura das notícias da insensatez de sua terra com a inconsequência de um novo povo. E suicida seu mundo, seu “charm”, vivência, e tudo que espera-ra ver reconstruído naquela terra,

naquele povoque perde seu fôlegofluindo ao lado de tantos

cadáveresjá não lhe trazendo os

novos ares purosde outros possíveis futu-

ros...

(Poema em crônica e conto)

Mario Vargas Llosa e o teatroRodrigo Conçole LageProfessor de História em Ita-peruna-RJ

Se no passado o teatro foi uma importante forma de entretenimento é preciso reconhecer que as transfor-mações sociais ocorridas ao longo do tempo, como a po-pularização do cinema, o sur-gimento da televisão, entre outros fatores, contribuíram para que o teatro fosse per-dendo prestígio. Além disso, a internet é, atualmente, um sério concorrente para as mais diferentes formas de es-petáculo. Um exemplo desse fato é a perda de audiência que tem atingido a televisão. E isso não acontece só no Brasil. Nos EUA, a transmis-são do Oscar teve uma queda de 16 por cento na audiência, em relação ao ano passado, segundo a medidora de audi-ência Nielson (tem nos EUA a mesma função que o IBO-PE brasileiro).

Um outro sinal da perda de importância do teatro é a falta de interessa dos escrito-res contemporâneos pela dra-maturgia. No séc. XIX muitos dos poetas e romancistas bra-sileiros se dedicavam ao tea-tro, em maior ou menor grau. Ao longo do séc. XX vamos encontrar muitos dos nossos grandes dramaturgos, mas também há uma crescente perda de interesse e muitos poetas e romancistas impor-tantes não escreveram ne-nhuma peça. Um fenômeno que ocorre também em outros países. Na literatura brasilei-ra contemporânea esse afas-tamento é ainda maior e não vemos entre os romancistas e poetas da atualidade interes-se pelo teatro. Nesse sentido, a morte de Ariano Suassuna em 2014 foi uma grande per-da por sua atuação em prol do teatro. Além de dramaturgo ele foi um dos fundadores do Teatro Popular do Nordeste, em 1960.

Assim, o fato de um escri-tor prestigiado como Mario Vargas Llosa, prêmio Nobel de Literatura de 2010, se de-dicar a dramaturgia deveria servir de inspiração para to-dos os que se interessam pela questão. Ele escreveu até hoje dez peças mas o texto de “La huida del Inca” (1952), a primeira delas, se perdeu. Além disso, só algumas fo-ram publicadas na forma de livro. As demais são: “La señorita de Tacna” (1981), “Kathie y el hipopótamo”

(1983), “La Chunga” (1986), “El loco de los balcones” (1993), “Ojos bonitos, cua-dros feos” (1996), “Odiseo y Penélope” (2007), “Al pie del Támesis” (2008), “Las mil noches y una noche” (2009) e “Los cuentos de la peste” (2015).

Sua dramaturgia não é completamente desconheci-da no Brasil. A editora Fran-ciso Alves publicou algumas peças na década de oitenta. “A senhorita de Tacna” foi traduzida por Millôr Fer-nandes, “Kathie e o Hipopó-tamo” e “A chunga” foram traduzidas por Bella Jozef. Além disso, tivemos algumas encenações. Em setembro de 1999 “A chunga” esteve em cartaz em Brasília, no Espaço cultural ANATEL, sob direção de Fares Maia e Mangueira Diniz. Alex Caval-canti, Cinthia Rosa, Eliane Silvestre, Fernando Diaman-tino, Juliano Santos e Mar-cos William compuseram o

elenco. Em 2001, ela tam-bém foi encenada por alunos da Escola de Arte Dramática da USP.

O que torna a ligação de Llosa com o teatro tão im-portante é o fato de que ele não só escreveu as peças mas participou de sua produção. Na sua estreia como drama-turgo ele não somente escre-veu o texto. Llosa também escolheu os atores e dirigiu os ensaios de “La huida del Inca”. Mais tarde, participou de algumas como ator. Inter-pretou o papel de Odisseu, em “Odiseo y Penélope”, o de Sahrigar em “Las mil no-ches y una noche” e do con-de Ugolino em “Los cuentos de la peste”. Se lembramos que um dramaturgo como Shakespeare também foi ator e, provavelmente, atuou como diretor podemos ava-liar melhor esse envolvimen-to. Podemos dizer que seu interesse pela dramaturgia não é algo casual mas fruto

de um genuíno interesse pela arte dramática.

Assim como Llosa e outros escritores (sem contar os atores e diretores e demais envolvidos) tem atuado no exterior, com o objetivo de divulgar e renovar a drama-turgia, é preciso que novos dramaturgos aparecem entre nós. Serão eles que, junta-mente com os muitos atores e diretores que tem trabalha-do duramente com o objetivo de popularizar ou, em alguns casos, simplesmente se man-ter, irão renovar o teatro e assim contribuir para que aja o interesse das futuras gerações. Eventos como o 2º FITI - Festival Internacional de Teatro Infantil, que ocor-reu esse ano em São Vicente (SP), e o Festival de Teatro de Curitiba, que ocorrerá en-tre março e abril, mostram que apesar de todas as di-ficuldades o teatro tem seu espaço e é capaz de atrair o interesse do grande público.

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CLARICE AOS NOVE

Fernando Fiorese

1.menina é não saberas margens da mulher2.gravetos lhe bastampara um jardim. secreto3.no caderno aprendea enamorar a linha4.antes mesmo do alfabeto transparece a palavra5.em riso demuda a chuvaquando não o desastre6.na escrivaninha um globoleciona suas distâncias7.com figuras de calendárioapascenta o quarto para o baile8.nos olhos sem ressacaprenuncia Tróia conflagrada9.menina é uma mulherdesmontando a própria sombra

Fernando Fiorese é escritor, poeta, professor da Facul-dade de Comunicação da Universidade Federal de Juiz de Fora.

5nº 229 - abril de 2015

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1os burros de carroçasão os bodes expiatórios da cidadeculpas e frustrações do povocarregam em sua bagagem

2os burros de carroçasão o saco de pancadas da cidadetodo o seu fadoé aguentar o fardose o chicote estalaigual escravo em senzalafecham a buzina da crinae não reclamam da sina

3a linguagem dos burrosé um código de iniciadossó um Roman Jacobsonpode decifrar sua mensagemmas quando dizem um zurroa vingança parece pedir tréguae os torturadores com um coice nos escrotosexibem um sorriso de égua

Poema do livro Ópera Barroca – Guia Erótico Poético e Serpentário Lírico da Cidade de São Luis do Mara-nhão incluído no volume I de A Poesia Sou Eu, minha Poesia Reunida - Imago Editora

MODOS

Flávia Perez

Na mesa e no meio das gentesele é meu cavalheiro.Puxa a cadeira pra eu sentar,enche meu copo de vinho(só até o meio),abre a porta pra eu passar primeiro,ajoelha, num rasgamentobeija-me de leve as mãose pede-me em casamento(finjo que penso, mas depois aceito).Nem preciso pedir:“Poupe-me e me comporte,comporte-se conforme os preceitosda princesa e seu consorte”,pois na frente de todosme canoniza,e abotoa até o último botão a camisa.Mas depois,sozinhos na cama,meu bem me sodomiza.

Flávia Perez reside em São Paulo-SP, Publicou os livros “Leoa ou Gazela, Todo Dia é Dia Dela” em 2009 e “Po-esia se Escreve com T” em 2011. Obteve primeiro lugar no XII Prêmio Cidadão de Poesia, Menção Honrosa no concurso Silvestre Mônaco 2008 e no XI Prêmio Cidadão de Poesia.

HAICAIS

Cláudio Feldman

sinal fechadofaces esperam o verdenenhuma primavera

mata quase nua:um sabiácanta o outrora

o pardalfoge do friono bolso do espantalho

um pequeno inseto sai do girassolbêbado de luz

a teia orvalhada não enganao pescador de pérolas

estrelascaídas no pântanoprocuram seu avesso

o burrinho escoiceia a sombraaté cansá-la

a canção do pássarofoge pelas gradesmas as penas ficam

a maré sobe:os passos humanosviraram sal

a noiteterminou em orvalho:espero o mesmo

no bosque negro os vaga-lumesbrilham no céu do chão

a ave canta no ramosem conhecer a raiz:inverso é o poeta

Cláudio Feldman é professor apo-sentado de Língua & Literatura e autor de 51 livros; o mais recen-te é “A Farsa do Saco” , teatro , 2014. Reside em Santo André-SP.

EMPÓRIO

Hugo Pontes

Poemas são linhas empilhadas,como mercadorias nas prateleirasda venda da esquina.

Poemas,quem há de comprá-los?

Oficina tão rara, tão caraaos olhos de quem os fez.

Poemas,quem há de regá-los?

Hugo Pontes é natural de Três Corações--MG, reside em Poços de Caldas-MG. O poema acima faz parte de seu livro “Poemas visuais e poesias (São Paulo, Dix Editorial, 2007).

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6 nº 229 - abril de 2015

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Com apoio da Prefe i tura de Ara-ruama, através da Secretar ia Muni-c ipal de Cultura, a exposição “Vida” , do fotógrafo Renato Seixas , está aconte-cendo na Casa de Cultura José Geral-do Caú.

Renato Seixas co-meçou a fotografar aos 18 anos e , des-de então, já part i -c ipou de inúmeras exposições onde foi agraciado com vá-r ios prêmios.

A mostra reúne

Exposição de Renato Seixas fica em cartaz até 19 de abril em Araruama

39 fotograf ias de paisagens, inclusi-ve aéreas , do muni-c ípio de Araruama, e pode ser v is i tada até 19 de abri l , de

segunda a sexta-fe i-ra , das 9h às 17h; sábado das 15h às 21h e domingo das 9 às 13h. Entrada franca.

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O distrito de Praia Seca, em Araruama, será palco da fes-ta em honra a São Jorge, nos dias 18, 19, 20 e 23 de abril. Os devotos do santo guerreiro contarão com shows musi-cais nos quatro dias de festa, sempre a partir das 21h. Na quinta-feira, dia 23, a progra-mação tem início às 6h, com a alvorada festiva. Haverá mis-

Festa de São Jorge acontece em Praia Seca de 18 a 23/04

Ascom / PMA

sas às 6h30 e 10h. Encerrando o evento, às 17h, será realizada a procissão seguida de Missa Campal.

O evento é uma realização da Arquidiocese de Niterói, através da Paróquia de São Jorge e conta com apoio da Prefeitura de Araruama, atra-vés da Secretaria Municipal de Turismo.

Biblioteca de Araruama ganha espaçode língua italiana

AMAIS realiza palestra sobre diabetes

A Associação Médica de Araruama, Iguaba e Saquarema (AMAIS) rea-lizou no dia 26 de março a palestra “Diabetes: com-plicações clínicas, inércia terapêutica?”, com a Dra. Dhianah Chachamovitz, em sua Sede Campestre, em Itatiquara, Araruama.

Dhianah é professora de

No dia 26/03 a Bibliote-ca Municipal de Araruama ganhou um espaço especí-fico para a literatura italia-na, onde alunos e comuni-dade poderão conhecer um pouco mais do idioma tido como um dos mais belos do mundo.

Os livros foram uma do-ação do Instituto Italiano de Cultura, que funciona no Consulado da Itália, no Rio. O Instituto doou para ajudar os alunos que es-tudam o idioma na Secre-taria da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano

No dia 10/03 perdemos uma grande amiga, a ad-vogada e artista plástica Emygdia Gomes de Melo.

O Movimento Articula-do de Mulheres e Amigas de Saquarema - MAMAS ainda se recupera da per-da. É como se tivéssemos despedido em uma esta-ção de trem, na esperança de que nos veremos nova-mente.

Obrigada por tudo! Fique na paz...

Adeus Emygdia

Cordel na Biblioteca - O cordelista Manoel de San-ta Maria contou casos, recitou versos de Cordel e cantou músicas voltadas ao tema para alunos das redes estadual, munici-pal e particular. Foi uma iniciativa da Secretaria de Cultura de Araruama, que tem buscado oferecer novas oportunidades aos jovens, através de encon-tros como esse.

Caravana de Esmeralda de Gaya - Elas foram uma das atrações do evento pelo Dia Internacional da Mulher em Araruama, que aconteceu na Praça Antonio Raposo. A dança cigana encantou o públi-co presente e mostrou que a cultura de um povo não pode ser deixada de lado nunca.

Medicina – Endocrinologia & Metabologia pela Facul-dade de Medicina Estácio de Sá, Palestrante Oficial da MSD – BRASIL, além de ser Mestre e doutoranda em Endocrinologia pela UFRJ e professora da UNESA.

O evento foi dirigido pelo presidente da entida-de, Cid Magioli, que res-

saltou a importância da palestra que contou com a presença de vários médi-cos da cidade e de cidades vizinhas.

Diagnósticos, trata-mentos e novos medica-mentos foram assuntos em destaque durante as explicações de Dhianah Chachamovitz.

(Setid), para que os mes-mos possam se familiari-zar com a língua.

A Secretaria de Cultu-ra, através do secretário Moacir Gomes, abraçou a iniciativa e liberou o espa-ço da biblioteca para que o “Cantinho Italiano” fosse criado. “Quando a profes-sora Regina me procurou eu cedi o espaço porque percebi a importância de se criar esse setor”, relatou Moacir.

Já a secretária da tercei-ra idade, Lourdes Belchior, ressaltou: “O italiano é

um idioma encantador, e, ver os alunos interagirem e se interessarem cada vez mais em aprender, é muito compensador. Quando se aprende um idioma se de-senvolve a memória, a con-centração e a percepção, enfim, está otimizando as funções do sistema cogni-tivo”.

Durante o evento foram interpretadas as músicas Champagne, Dio Come Ti Amo e Io Che Amo Solo Te, todas ensinadas durante as aulas que acontecem às quintas-feiras na Setid.

Camilo Mota

Camilo Mota