a natureza da linguagem simbolica

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  • 5/11/2018 A Natureza Da Linguagem Simbolica

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    < 1 , . . '

    18 A LINGUAGEM ESQUECIDAmos aprend~r. Ao entende-Ia, porno-nos em contato com ascamadas mars profundas de nossas personalidad' e D ft. d s. e a 0, 1SS0nos aju a a.compreender urn plano de experieneia comum a to-da a humamdade, tanto no conteudo quanto na forma.

    o Talmude diz: "Urn sonho nao interpret~do 'carta nao aberta." Co feit h . -:: e eom.o u~a. m e er 0, son os e rmtos sao comunrcacoes~portantes de ~os pa:a, nos mesmos. Se nao entendermos a~mgua em que .sao escrrtos, perderemos grande parte do que sa-~mos enos dizemos a nos mesmos, durante as horas em uenao estamos oeupados com 0mundo exterior. q

    1i

    II

    ANATUREZA DA LINGUAGEMSIMB6LICA

    SUPONHAMOS que voce queira explicar a alguem a diferencaentre 0 gosto do vinho tinto e do vinho branco. Isso pode pa-recer-Ihe bastante simples. Voce conhece a diferenca muito bern;por que njio ha de ser facil explica-la a outrem? Contudo, voceencontra uma dificuldade enorme para exprimir essa diferencade gosto por rneio de palavras. E provavelmente acabara dizen-do: "Bern, olhe aqui, nao consigo explicar isso para voce.Basta beber vinho branco e depois vinho tinto para perceber adiferenca." Voce na~ sente dificuldade em encontrar palavraspara explicar a maquina mais complexa, e no entanto elas pare-cern futeis para descrever uma simples experiencia gus~ativa.

    N a G > denaramos com a mesma dificuldade ,qua,IJdo procura-!!lOS explicav U'li1Ad'diferenc;;ade sentimentos? lmaginemos urnestado de espiri r- , em que voce se sinta ineerto, abandonado, emque 0mundo se afigure sombrio, urn tanto atemorizante semchegar a ser realrnente perigoso. Voce quer 'descrever esse es-tado de finirno a urn amigo, mas uma vez mais se ve tateandoem busca de palavras e acaba aehando que nada do que disse dauma explicacao adequada das rmiltiplas nuancas daquela disposi-~ao de seu espirito, Na noite seguinte voce tern urn sonho.Voce se ve nos arredores de uma cidade poueo antes do alvore-cer ; as ruas estao vazias, excetuando pela carroca do leiteiro, ascasas parecem pobres, 0 ambiente e estranho, voce njio encontraos rneios de transporte habituais para ir aos lugares que voce co-nhece e onde se sente a comodo. Ao acordar e recordar-se des-sesonho, ocorre-lhe tel ' sentido durante de exatamente a sensa-~ao de incerteza e desamparo que tentara descrever para seu ami-

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    20 A LINGUAGEM ESQUECIDAgo na vespera. E apenas uma imagem, cuja visualizacao levoumenos de urn segundo. E todavia e uma descricao mais vividae precisa do que voce poderia ter dado falando longamente so-bre 0assunto. A irnagem vista no sonho e urn simbolo de al-go que voce sentiu.

    o que e urn simbolo? Costuma-se definir simbolo como"algo que representa outra coisa". Essa definicao parece urntanto decepcionante. Torna-se mais interessante, entretanto, ca-so nos interessemos pelos simbolos que sao expressoes sensoriaisda visao, audicao, olfato e tato como representando "outra coisa"que e uma experiencia interior, urn sentimento ou pensamento.Urn simbolo dessa especie e algo exterior a nos mesmos; 0queele simboliza e algo dentro de nos. A Iinguagem simbolica eaquela por meio da -qual exprimimos experiencias interiores co-mo se fossem experiencias sensoriais, como se Fosse algo que es-tivessemos fazendo ou que Fossefeito com relacao a nos no mun-do dos objetos. A linguagem simbolica e uma lingua onde 0mundo exterior e urn simbolo do mundo interior, urn simbolode nossas almas e de nossas mentes.

    Se deinirmos urn simbolocomo "algo que representa outracoisa", a pergunta crucial sera: Qual a conexiio especifica entreo simbolo e aquilo que ele simbolizar

    Respondendo a essa pergunta, podemos distingir tres espe-cies de simbolos: 0conuencional, 0acidental e 0universal. Co-mo ficara evidente adiante, so as duas ultimas especies de sim-bolos exprimern experiencias interiores como se fossem expe-riencias seI?~')riais e so eIas possuem os elementos da linguagemsimbolica"".:~1b .o simbOl~ 'convencional e 0mais conhecido dos tres, pos-

    to que 0empregamos na linguagem quotidiana. Se vemos a pa-lavra "mesa" ou ouvimos 0 som "mesa", as letras M-E-S-Arepresentam outra coisa: representam 0 objeto chamado mesa,que nos vemos, tocamos e usamos. Qual e a conexao entre apalavra "mesa" e 0 objeto "mesa"? Existe alguma relacaoinerente entre des? Evidentemente, nao. 0 objeto mesa nada.tem a ver com 0som mesa, e a unica razao pela qual a palavrasimboIiza 0objeto e a convencao de dar a esse determinadoobjeto urn determinado nome. Quando criancas, aprendemosessa ligac;ao pela experiencia reiterada de ouvir a palavra comreferencia ao objeto ate formar-se uma associacao duradoura demaneira. a nao termos de pensar para encontrar 0nome certo.

    ~.I

    A NATUREZA DA LINGUAGEM SIMBOLICA 21Ha algumas palavras, contudo, onde a associacao nao e tao

    convencionaI. Quando dizemos "xi", * por exemplo, fazemoscom os labios urn certo movimento, expelindo 0ar rapidamente:e uma expressao de espanto ou de admiraC;a? de que nossa boc.aparticipa. Nesse caso, como. em outros, 0sllToIbolotem uma h-gac;ao intrinseca com osentunento por eIe simbolizado. Mas,ainda que imaginemos terem muitas ou mesmo todas as palavrasse originado de uma conexao intrinseca assim entre 0simboloe osirnbolizado, a maioria delas nao mais tern hoje tal significadopara nos quando aprendemos uma lingua.

    As palavras nfio sao a imica instancia de simbolos conven-cionais, apesar de serem a mais freqiiente e mais conhecida. Ima-gens tarnbem podem ser simbolos convencionais.. Uma ban":deira, por exempIo, pode representar urn determmado pais, eno entanto nao ha liga~ao entre as cores especificas e 0pais re-presenfado. ** Elas foram aceitas como indicativas daqueledeterminado pais e traduzimos a Impressao visual da bandeirapela concepcao daquele pais ainda em bases convencionai~. Cer-tos simbolos pictoricos nao sao inteiramente convencionais: porexemplo, a cruz. A cruz pode ser apenas urn simbolo convencio-nal da Igreja crista e, a esse respeito, em nada difere~e uma ban-deira. Mas 0conteudo especifico da c~uz atinente a morte deJesus ou, alem disso, a interpretacao dos planos espirituais emateriais, faz a ligac;ao entre 0simbolo e 0simbolizado trans-cender 0 nivel dos simbolos meramente convencionais.o oposto exato do simbolo convencional e D simbolo aci-dental, apesar de ~m?OS terem uma coisa em comurn: niio harelacao intrinsecer 6 simbolo e 0sirnbolizado. Suponhamosque alguem teve emt-certa cidade uma experiencia dolorosa; aoouvir 0nome dessa cidade, facilmente ligara 0nome a urn estadode espirito deprimido, tal como 0 associaria a uma disposicaoalegre se a experiencia tivesse sido agradavel. Esta claro nadaexistir de triste ou alegre na natureza da cidade : e a expenenciaindividual ligada a cidade que a transforma em simbolo de urnestado de animo.

    * N. do T. - Nesse caso tivemos de Iazer uma adaptac;iio, poisno original figurava a interjeicao phooey, que em ingles denota enfadoou repugnancia,** N. do .T. - A interpretacao poetica do. simbolismo das coresda Bandeira Nacional de cada pais, naturalmente, e uma traducao desentimentos patri6ticos, muitas vezes 56 expressiva para os cidadiiosdesse pais em particular.

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    22 A LINGUAGEM ESQUECIDAA mesma reacao poderia ocorrer com relacao a uma casa,

    uma rua, determinada roupa, determinado cenario ou qualqueroutra coisa certa vez ligada a determinado estado de espirito,Pode acontecer sonharmos estar em certa cidade. Na verdade,talvez nfio haja nenhuma determinada disposicao de espirito aela ligada no sonho; tudo 0 que vemos e uma rua ou mesmounicamente 0nome da cidade. Tndagamo-nos pOl' que haviamosde pensar naquela cidade durante 0 sono e talvez constatemostermos adormecido num estadode espirito analogo ao simboliza-do pela cidade. A imagem do sonho representa esse estado deespirito, a cidade "toma 0 lugar" do estado de espirito queuma vez experimentamos nela. Ai, a ligacao entre 0 sirnboloe a experiencia simbolizada e inteiramente acidental.

    Ao contrario do simbolo convencional, 0acidental njio podeser compartilhado por outra pessoa qualquer, salvo se relatar-mos os acontecimentos .ligados ao simbolo. POl' essa r32aO, ossimbolos acidentais. raramente sao utilizados em mitos, contosde fadas, ou obras literarias escritas em linguagem simb61ica,por njio serem suscetiveis de cornpreensao, salvo' se 0 escritoranexar urn extenso comentario a cada simbolo ernpregado, Emsonhos, no entanto, os simbolos acidentais sao comuns, e adian-te, neste livro, explicarei 0metodo de jrrterpreta-los.o simbolo 'universal e aqueie onde ha uma relacao intrinsecaentre 0simbolo e 0que e representado pOl' este. Ja demos urnexemplo, 0dos arredores da cidade. A experiencia sensorial deurn ambiente deserto, estranho e pobre tern, deveras, relacaosignificativa com uma impressao intima de se estar incerto eaflito. E bern verdade que se nunca estivermos nos limites deuma cidade nao poderemos utilizar esse sirnbolo, tal e qual' a pa-lavra "mesa" seria sem sentido se nunca tivessemos visto umamesa. Esse simbolo s O e significativo para os habitantes de cida-des e seria van para pessoas de culturas desprovidas de cidadesgrandes. Muitos outros sirnbolos universais, porern, acham-searraigados na experiencia de todo SCI'humano. Tome-se, porexemplo, 0simbolo do fogo. Ficamos fascinados pOI' certas qua-Iidades dum fogo aceso em uma lareira. Antes de mais nada, porsua atividade. Ele muda constantemente, mexe-se todo 0tempo,e no entanto hi constancia nele : permanece igual sem ser 0mes-rno, Da impressao de forca, energia, grac;a e leveza. E como seestivesse dancando e tivesse uma fonte inexaurivel de energia.Quando usamos 0fogo como simbolo, descrevemos a experiencia

    A NATUREZA DA LINGUAGEM SIMBOLICA 23interior caracterizada pelos elementos percebidos na experienciasensorial do fogo: 0estado de espirito de energia, leveza, movi-mente, graQQ __q!-!"~_~~.ci~E.!~

    Nao e de surpreender urn fenomeno do mundo fisico poderser a expressao de uma experiencia interior e 0 mundodos objetos poder ser urn simbolo do mundo da mente..:r0dos sabep0!L__que _~.().~~g_~.~O~E.9! . . . "~~E~!"~~~_"_ i}_ ( )~_~~". .~E~ ! : ! !Q~ :o sangue aflui-nos a-cabec;a quando fieamos furiosos, e foge delaquando sentimos medo ; nossos coracoes batem mais depressaquando nos zangamos, e 0corpo inteiro adquire urn tono diferen-te quando estamos satisfeitos de quando estamos tristes. Mani-festarnos nosso estado de animo pela expressao facial e nossasatitudes e sentimentos por movimentos e gestos, de maneira taoprecisa ~utro~~re~onll,~cem melhor .pelo~.g(,!_S_~~._

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    24 A LINGUAGEM ESQUECIDA( conven~ao. 0 simbolo universal esta implant ado nas propriedades1 - - dc-nosso'corpo, de nossos sentidos e de nossa mente, comum a\ todos as homens, e, par conseguinte, nao restritos a individuos ouI a grupos especificos. Corn efeito, a linguagem do simbolo uni-< versal e a {mica lingua comum elaboradapela raca humana, umaI lingua esquecida par esta antes de lograr criar uma linguagem\sonvencional universal.

    Nao ha necessidade de falar em heranca racial para expli-car 0carater universal dos simbolos. Todo ser humano que Com-partilha os aspectos essenciais do equipamento corporeo e men-tal com 0 resto da humanidade e capaz de falar e entender alinguagem simbolica, baseada nessas propriedades comuns. As-sim como nao temos de aprender a chorar quando estamos tris-tes ou de enrubescer quando zangados, e assim como essas rea-~oes nao se limitam a nenhuma raca ou grupo de pessoas emparticular, a linguag~m _~mb61ica na...Q_t~m_de .2~__~~E~?d_iJlaEEIU~- lirQi!~_~_!!enhum deter_!!ljnaq~u~~gmenj:~:uia ra~a humana.A prova disso e encontrada no fato da linguagem sirnb61ica, talcomo empregada ern mitos e sonhos, ser encontrada em todas asculturas, nas chamadas primitivas e nas superiormente desenvol-vidas como as do Egito e da Grecia. \Ademais, as simbolos usa-dos nessas varias culturas sao extraordinariamente parecidos, vis-to provirem todos das experiencias sensoriais basicas, bern comodas emocionais, -de que participam todas as culturas. Outraprova pode- ser encontrada em experiencias recentes, em' que pes-soas absolutamente alheias a teoria da interpretacao dos sonhospuderam, hipnotizadas, interpretar 0_imbolismodf,\_~eus sonhossem dificuldade alguma. Depois de emergirem cld~;-.J?+1;a.doipn6-tico, ao lhes ser pedido para interpretarem as mesrnos sonhos,ficaram perplexas e disseram: "Ora, des nao tern sentido - saoapenas disparates."

    A afirmacao acima, todavia, deve ser elucidada.~glll:!!'=l.!E-_!:>olosdif~__('!!!!.._~~ignificado segl!p_~oavaria~ao d~ ~e!!_~gnifi-cirlo real e_m~iY~~is cii l1!! l~~~.-1)o~r~exe' l l ' lpio;arUn~~0o sol, e-consequentemente seu sigiiIficado, e diferente nos paises n6rdi-cos e nos, tropicais, Nos primeiros, onde a agua e abundante,todo creseimento. depende de suficiente luz solar: 0sol e a _for

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    26 A LINGUAGEM ESQUECIDAhomem indiferente aos outros seres humanos; e urn homem cornurn robusto sentimento da lei e cia ordem, porern sem amor. 1

    Como essa est6ria exprime as mecanismos em funcionamen-to no intimo de Jonas?Diz-se ter Jonas ido a Jape, onde encoritrou urn naVIOque

    deveria leva-lo a Tarsis. No meio do mar formou-se uma tern-pestade e, enquanto as demais estavam alvorocados e temerosos,Jonas desceu para 0bojo do navio e caiu num sono profundo.Os marinheiros, crendo haver Deus enviado a tempestade porquealguem a bordo devia ser castigado, acordam Jonas, que lhesdissera estar tentando escapar a ordem de Deus. Ele lhes diz pa-ra agarra-lo e joga-lo ao mar, pois este se acalmaria. Osmari-nheiros (revelando urn notavel sentimento de humanidade aotentarem tudo mais antes de seguirem 0conselho dele) acabamatirando Jonas ao mar, que imediatamente se aquieta. Jonas eengolido por urn peixe grande e fica dentro da barriga destedurante tres dias e tres noites. Ele pede a Deus para Iiberta-Iodaquela prisao. Deus faz 0peixe vomitar Janas em terra secac Jonas vai a Ninive, cumpre a ordem de Deus, salvando assimos habitantes da cidade.

    A est6ria e relatada como se esses fatos tivessem realmenteacontecido, Entretanto, esta escrita em linguagem simb6Iica etodos os fatos reais descritos sao simbolos das experiencias inte-riores do her6i. Vemos ai uma sequencia de simbolos uns ap6soutros: entrar no navio, ir para 0bojo do navio, adorrnecer, es-tar no oceano, estar no ventre do peixe. Todos representam amesma experiencia~"~K"l~jIl1a:uma situacao de ficar protegido eisolado, de afastai-.:~~'!~2"qualquer comuriicacfio corn outros sereshumanos. Eles repre'entam 0que poderia ser figurado por outrosimbolo ; 0 feto dentro do utero materno. Diferentes comosejam, 0 bojo do navio, sono profundo, 0 oceano e 0 ventrede urn peixe, sob 0 ponto de vista realista, todos exprimem amesma experiencia intima, numa combinacao de protecfio e isola-mento.

    Na est6ria manifesta, os fatossucedem-se no tempo e noespa~o: primeiro, ida para 0bojo do navio; depois, adormecer,

    1 Cf. a discussao sobre Jonas em Erich Fromm, Man for Himself,onde a est6ria e examinada sob 0 ponto de vista do significado doamor. (N. do T. - Ver, em portugues, ern nossa traclucao: Analise doHomem, Rio de Janeiro, Zahar Editores, 1960, pigs. 88-89.)

    A NATUREZA DA LINOUAGEM SIMB6LICA 27. ser atirado dentro do mar; depois, ser engolido .peloa seguir, f. Uma coisa ocorre ap6s a outra e, apesar de certos atospelxe. . A l'serern obviamente irreais, a estoria apresenta um~ coerencia 0-

    gica propria ern termos de tempo. e espa~o. Porem, se compn?-endermos que 0 escritor. nfio tencl~~av~ :ont~r-nos os aconteci-mentos exteriores, mas S1m a. exp~rIenCla .mt~nor de urn homemue se debatia entre a consciencia e 0desejo de escapar .3 . vozq . . . , . -interior toma-se claro expnmlrem as varias acoes sucessivas _0mesmo ~stado de espirito dele, e a seq~encia no tempo indica u~aintensidade crescente do mesmo sentimento. Em sua te?tatrvapara fugir 3 . obrigacao para corn seus seme}hantes, Jonas isola-secada vez mais ate quando, no ventre do pelXe, 0 element~ prot~-tor cedeu tanto ante 0 elemento aprisionador que ele nao marsagiienta e e obrigado a implorar a Deus para liberta-lo de, o~dese colocara. (Este e urn mecanismo assaz comum e caractensttc?da neurose. Adota-se uma atitude como defesa contra urn pen-go, mas depois. ela ultrapas,s~ a funcao defensiva inicial e tran~.;.forma-se em smtoma neuronco de que a pessoa procura ser Ii-bertada.) Assirn, a fuga de Jonas para 0 isola~entoprote:orterrnina pelo terror de ver-se encarcerado, e ele retoma sua VIdado ponto ern que procurara escapar.

    Ha outra diferenca entre a 16gica da est6ria manifesta e ada latente. Na est6ria manifesta, a conexao 16gica e de causa-lidade de acontecirnentos externos. Jonas quer faz~r-se ao ma~porque deseja fugir de Deus, .ador:nece porq_ue esta _cansado, eatirado fora do navio porque imagmam ser ele a ra;ao ~a tern-pestade, e e engolido peI