a mediaÇÃo do supervisor na atuaÇÃo docente · coletiva deste ideal. ... como meta e...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSO”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A MEDIAÇÃO DO SUPERVISOR NA ATUAÇÃO
DOCENTE
Márcia Costa de Azeredo
Orientadora: Mary Sue Carvalho Pereira
Niterói
2010
1UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSO”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A MEDIAÇÃO DO SUPERVISOR NA ATUAÇÃO
DOCENTE
Monografia apresentada ao Instituto A Vez
do Mestre – Universidade Candido Mendes,
como requisito parcial para obtenção do grau
de especialista em Supervisão e Administração
de Ensino.
Niterói
2011
2
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, a Deus, fonte inesgotável de bênçãos em minha vida,
aos meus familiares, pela paciência e incentivo nesta caminhada, aos
Professores, que contribuíram para minha formação profissional e acadêmica.
3
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus três filhos, que sempre me incentivaram
em minha vida profissional e acadêmica e em especial a minha querida mãe,
que esteve ao meu lado em todos os momentos de lutas, com seu amor e
carinho.
4RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido visando apresentar o Papel do Supervisor
Educacional como mediador e transformador no espaço escolar, analisando os
fenômenos e funções da assessoria pedagógica, considerando os vários
papéis em que o Supervisor Educacional pode desempenhar, por meio de
pesquisas bibliográficas de diferentes estudiosos. Percebeu-se a preocupação
em torno das atividades, que o Supervisor deve realizar dentro do espaço
escolar, pois este profissional é um elemento importantíssimo, na construção
dos projetos políticos pedagógicos, juntos aos profissionais que integram o
ambiente escolar. Para explicar este tema, há antes de tudo, necessidade de
conhecer um pouco mais sobre o conceito de Supervisão, sua trajetória
histórica no Brasil e sua ação e função dentro do espaço escolar, como
mediador e transformador, contribuindo assim no processo de formação dos
docentes. Concluímos que é preciso que o supervisor e professor entendam
que a função de cada um, esteja direcionada ao processo educativo e no
mínimo terem respeito entre ambos. É nesta construção do processo ensino-
aprendizagem que novas conquistas e inovações se projetaram nos espaços
escolares e um novo perfil deste profissional estará assegurado na construção
coletiva deste ideal. Finalmente, quando se trata de supervisão relacionada à
formação permanente dos professores, o cotidiano do processo garantirá
novas propostas e, sobretudo, uma nova visão do ensino, na condição que
ambos façam parte desta aprendizagem coletiva. E nesta relação, o professor
não possa mais ser visto no isolamento de sua sala, o supervisor deve quebrar
paradigmas e interagir na construção e aperfeiçoamento de todos no espaço
escolar.
Palavras – chaves: Supervisor Educacional – Funções – Mediador –
Transformador – Ação Supervisora – Espaço Escolar – Formação do Docente-
Coletivo- Aprendizagem-Construção
5METODOLOGIA
A metodologia usada neste trabalho foi por meio de análises e pesquisas
de livros, artigos acadêmicos, internet, questionário respondido por
Profissionais Supervisores do Município de São Gonçalo e professores da rede
Municipal de Ensino, objetivando um caráter autêntico da Função Supervisora
e suas demandas.
Como apóio de pesquisa, gostaria de citar estes renomados autores que
tanto contribuíram para elucidações das questões pertinentes ao tema
elaborado, assim como: Nilda Alves (2006), Mary Rangel (2008), Naura S. C.
Ferreira (2006), Celestino Alves da S. Jr (2008), entre outros.
6SUMÁRIO
Introdução 7
Capítulo I – A Importância do Supervisor no Espaço
Escolar 9
Capítulo II – Breve Histórico da Supervisão de Ensino
No Brasil 18
Capítulo III – O Supervisor e sua Ação Integrada junto
a Equipe Pedagógica 25
Conclusão 37
Bibliografia 44
Índice 47
7
INTRODUÇÃO
Ao iniciar a pesquisa deste trabalho sobre a função do Supervisor Escolar nas Unidades de Ensino do Município de São Gonçalo, no Estado do Rio de
Janeiro, deparei-me com a multiplicidade das tarefas pelas quais respondem
habitualmente o Supervisor, em detrimento a realidade observada da grande
tarefa da organização coletiva do trabalho nas unidades escolares sob sua
responsabilidade.
Seus problemas se iniciam muitas vezes com a não delimitação de seu
próprio local de trabalho, necessariamente móvel e variável conforme as
tarefas a desempenhar, e crescem com o desencontro de seus companheiros
professores, obrigados a fragmentação de sua jornada de trabalho e
conseqüentemente multiplicação dos locais em que ela se realiza.
Sobre isso, Rangel (2008) afirma que ”A qualificação do trabalho
educativo e dos profissionais que o realizam inclui-se, então, como meta e
motivação da liderança que o supervisor assume na especificidade (e na
competência e no compromisso) de seu papel.”
É o Supervisor Educacional um criador de cultura e de aprendizagens
não apenas intelectual e/ou técnica, mas também afetiva, ética, social e
política, que se questiona e questiona o circunstancial, definindo e redefinindo
propriedades em educação no momento histórico brasileiro.
No entanto, educadores sejam professores ou supervisores deste
Município, para avançar na construção de um mundo e de uma educação
adequada à necessidade da luta contra a dominação tem sido uma tarefa
delicada, árdua, que necessita de tempo, não tem sido fácil o caminho
percorrido por educadores para conseguir tal objetivo.
A Supervisão de Ensino constitui-se num trabalho profissional que tem o
compromisso juntamente com os professores de garantir os princípios de
liberdade e solidariedade humana, no pleno desenvolvimento do educando, no
8seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho e,
para isso assegurar a qualidade de ensino, da educação, da formação humana.
No contexto nacional, a supervisão escolar tornou-se “função meio”, que
garantiria a eficiência da tarefa educativa, através do controle da produtividade
do trabalho docente.
O supervisor é o agente que oferecerá subsídios para que todos
participem da construção para uma emancipação humana e esta se dá através
da participação e da solidariedade. Neste sentido, torna-se clara a idéia
emancipa tora da educação voltada para “As articulações no processo de
ensino-aprendizagem são necessárias às decisões (coletivas) sobre
programas, material didático, procedimentos de ensino, avaliação, recuperação
e contextualização do processo, tanto quanto ao estudo (`a discussão e à
consciência) de seus fundamentos.” (Rangel,2008,p.152).
Não se admite nos dias atuais, supervisores que se encontrem com os
professores apenas uma vez no mês para “aplicar” um planejamento, que
muitas vezes se resume a simples determinações das Secretarias de
Educação que, por terem programas a cumprir, usam o supervisor como
executor dessas ações.
O Supervisor dos dias de hoje deve ter seu olhar atento para a
construção do conhecimento, para o exercício livre da cidadania, e os seus
encontros com os professores, por menor espaço de tempo que seja, deve ser
voltado para a educação enquanto construção do conhecimento, e para que
esta construção seja efetivada é preciso que supervisores e professores
estejam realmente comprometidos com sua condição de educadores para
exercerem de fato seus papéis no contexto escolar.
9
CAPÍTULO I
A Importância do Supervisor no Espaço Escolar
Diante das perspectivas de inovação o Supervisor Escolar representa
uma figura de inovação. Aquele profissional que assume o papel inovador de
decodificar as necessidades, tanto da administração escolar, a fim de fazer
com que sejam cumpridas as normas e como facilitador da atividade docente,
garantindo o sucesso do aprendizado.
No Município que objetivou minha pesquisa, o Supervisor Escolar é o
profissional responsável pelo apoio as coordenações, que assessoram o corpo
docente e da equipe técnico administrativa das Unidades de Ensino
Fundamental e Ensino Médio, assim como de trabalhos desempenhados na
SEMED/SG ( Secretaria Municipal de Educação de São Gonçalo).
Entre as atribuições deste profissional de Supervisão Escolar deste
Município, encontram-se: atuar no desempenho do currículo; assegurar o
relacionamento e a coordenação seqüencial dos conteúdos e controlar acima
de tudo o rendimento escolar dos alunos avaliando as causas do
aproveitamento insuficiente dos mesmos, dar suporte aos docentes e a equipe
administrativas das Unidades de Ensino.
É importante lembrar que todo trabalho pedagógico deve ser realizado
em conjunto, por isso é que a Supervisão Escolar atuará em parceria com a
Orientação Educacional e juntas tornaram possível o trabalho integrado com a
Direção de toda a escola.
A escola torna-se um espaço em que todos aprendem e ensinam, cada
um ocupando sua posição, e onde o Supervisor tem uma contribuição
específica e importante para dar no processo de ensino e aprendizagem.
10Esse profissional ganha um perfil de pesquisador dentro da escola e da
comunidade, devendo compreender o movimento que envolve as relações
entre professor, aluno e o próprio Supervisor, de forma simultânea.
Contudo, a ação supervisora tornar-se sem efeito se não for integrada
com os demais profissionais especialistas em educação, (Orientação
Educacional, Secretário Escolar, Administração Escolar) respectivamente.
No atual contexto da Educação brasileira, cresce cada vez mais a
importância deste profissional, que representa uma das pessoas que direciona
o trabalho pedagógico na escola em que atua para que se efetive a qualidade
em todo o processo educacional.
Entende-se que o Supervisor Escolar é um servidor especializado em
manter a motivação do corpo docente, deve ser um idealista, definindo
claramente que caminhos tomar, que papéis se propõe a desempenhar,
buscando constantemente ser transformador, trabalhando em parceria,
integrando a escola e a comunidade na qual se insere.
As mudanças são rápidas, radicais e, num mundo globalizado, onde a
mídia e a tecnologia se fazem presentes em nossas vidas, devemos estar
atentos, pois como observa Ferreira (2008):
A “cultura do mundo”, eles já conhecem; estão ali para adquirir algo
mais, “vão à escola para sonhar” – na expressão de um professor. Por
isso é premente repensar que princípios, conceitos e valores deverão
nortear a formação e a prática dos profissionais da educação e, em
especial dos profissionais da educação que irão exercer a supervisão
em todos os âmbitos do sistema educacional, em resposta às
demandas que urgem, diante das profundas modificações que têm
ocorrido no mundo do trabalho e das relações sociais na chamada
“sociedade do conhecimento” e na “era da globalização”. (FERREIRA,
2008, p. 82)
Entendemos, também, que a ação supervisora pode contribuir em muito,
não só com a formação continuada do professor educador, mas na parceria
11com os gestores das escolas, no assessoramento e na articulação de
programas educacionais afins, pois, segundo Rangel (2006):
A atitude de estudo e pesquisa é, essencialmente, uma atitude crítica e
reflexiva. Reflexão e crítica aplicam-se à Leitura do texto escrito,
informatizado, teórico-científico ou do cotidiano, das conversas, dos
meios de comunicação de massa.” ( Ferreira,2006,p.84)
O trabalho dos profissionais da educação do Município de São Gonçalo,
no Estado do Rio de Janeiro, em especial da Supervisão Educacional é traduzir
o novo processo pedagógico em curso na sociedade mundial, elucidar a quem
ele serve explicitar suas contradições e, com base nas condições concretas
dadas, promover necessárias articulações para construir alternativas que
ponham a educação a serviço do desenvolvimento de relações
verdadeiramente democráticas.
Para desenvolver o trabalho idealizado, segundo Ferreira (2006), o
Supervisor precisa ser um constante pesquisador, é necessário que ele
antecipe conhecimentos para o grupo de professores, lendo muito, não só
sobre conteúdos específicos, mas também livros, revistas e diferentes jornais.
Entre as tarefas do Supervisor estão ajudar a elaborar e aplicar o projeto
da escola, dar orientação em questões pedagógicas e principalmente, atuar na
formação continua dos professores.
Segundo Rangel (2008), o objeto específico da função supervisora em
nível escolar é o processo de ensino aprendizagem. E a abrangência do
processo de ensino aprendizagem inclui: a supervisão do currículo, a
supervisão dos programas, a supervisão da escolha de livros didáticos, a
supervisão do planejamento de ensino, a supervisão da recuperação, a
supervisão de projetos da escola e pesquisa.
É importante observar os termos da Resolução nº 2, de 7/4/98, do
Conselho Nacional de Educação, ao focalizar a função do Supervisor de
Ensino, conforme cita Rangel (apud Ferreira, 2002, p. 78-79) o inciso IV, que
12diz “ Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso para
alunos a uma base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e a
qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A base comum
nacional e sua parte diversificada deverão integra-se em torno de paradigma
curricular que vise a estabelecer a relação entre a educação fundamental”.
Dessa forma, em vez de serem somente funcionários do Município, cuja
principal função tem sido mediar as diferenças de ponto de vista existentes
entre os níveis hierárquicos do sistema e o pessoal escolar de base, eles
tornam-se agentes mediadores efetivos, que têm papel ativo no processo de
transformação educacional.
Existe a necessidade de agentes de supervisão, isto é, supervisores de
ensino, professores coordenadores pedagógicos, com visão ampla e profunda
sobre problemas educacionais, que implica necessariamente vivência
principalmente em docência.
São necessários profissionais comprometidos com a causa educacional,
além de sólidos conhecimentos sobre Supervisão, estejam abertos para as
descobertas, isto é, longe de se apresentarem prontos e acabados, tenham
uma atitude de busca permanente.
Existem, entre os professores, sérias resistências a idéia do Supervisor
como aquele que irá fiscalizar ou mesmo “espionar” o professor, para informar
ao Diretor as falhas deste, esvaziando, assim, as funções pedagógicas
essenciais desse profissional.
O Supervisor pode ser, portanto aquele profissional com possibilidades
de realizar o trabalho de reunir os professores, em um contexto de estudo, uma
vez que questões outras como cobranças funcionais ficam a cargo da Direção.
Acredita-se na necessidade de intervenção do Supervisor, orientando o
professor para a reflexão do processo de ensino-aprendizagem. Desta forma,
decidiu-se pela investigação de qual, realmente, deve ser a atuação do
supervisor junto ao professor, de modo a contribuir para a formação
continuadas professores e, conseqüentemente, para a melhora do trabalho
pedagógico nas escolas deste Município.
13Dessa forma, em vez de serem somente funcionários do Município, cuja
principal função tem sido mediar as diferenças de ponto de vista existentes
entre os níveis hierárquicos do sistema e o pessoal escolar de base, eles
tornam – se agentes mediadores efetivos, que têm papel ativo no processo de
transformação educacional.
Existe a necessidade de agentes de supervisão, isto é, supervisores de
ensino, professores coordenadores pedagógicos, com visão ampla e profunda
sobre os problemas educacionais, que implica necessariamente vivência,
principalmente em docência.
São necessários profissionais comprometidos com a causa educacional,
que além de sólidos conhecimentos sobre supervisão, estejam abertos para as
descobertas, isto é, longe de se apresentarem prontos e acabados, tenham
uma atitude de busca permanente.
A idéia de uma função formadora atribuída ao supervisor não é, contudo,
uma idéia nova, estando fartamente enunciada em textos da área de
supervisão.
Há, entre os professores, sérias resistências à idéia do coordenador
como aquele que irá fiscalizar ou mesmo “espionar” o professor, para informar
ao Diretor as falhas deste, esvaziando, assim, as funções pedagógicas
essenciais desse profissional. O supervisor pode ser, portanto, aquele
profissional com possibilidade de realizar o trabalho de reunir os professores,
em um contexto de estudo, uma vez que questões outras como cobranças
funcionais ficam a cargo da Direção.
Acredita-se na necessidade de intervenção do supervisor, orientando o
professor para a reflexão do processo de ensino-aprendizagem. Desta forma,
decidiu-se pela investigação de qual, realmente, deve ser a atuação do
supervisor junto ao professor, de modo a contribuir para a formação continuada
dos professores e, conseqüentemente, para a melhora do trabalho pedagógico
nas escolas deste Município.
Assim, por meio de pesquisas realizadas na Secretaria de Educação e
nas Escolas do Município de São Gonçalo, fiquei motivada a fazer um estudo
através da história da supervisão educacional no Brasil, considerando todo o
14processo evolutivo e a postura desses profissionais frente aos desafios do
cotidiano escolar e sua atuação no processo pedagógico.
Em virtude da falta de uma análise mais ampla do significado das
funções do supervisor educacional, inspetor escolar, orientador pedagógico e
coordenador pedagógico e da omissão das reais competências e campo de
atuação desses profissionais na Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional –, é possível notar nomenclaturas diferenciadas utilizadas
pelos sistemas de ensino em nosso país.
Encontramos o supervisor educacional, o orientador pedagógico, o
inspetor escolar e coordenador pedagógico atuando de maneiras semelhantes,
de acordo com as exigências locais.
Mary Rangel (2003) afirma que a supervisão educacional tem um
sentido mais amplo, ultrapassando as atividades da escola e refere-se aos
aspectos estruturais e sistêmicos da educação em nível macro. Por sua vez,
Naura Syria Carapeto (2002) considera o supervisor educacional um agente
articulador de práticas educativas visando à qualidade da formação humana
para o pleno exercício da cidadania.
O Art. 64 da Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – utiliza-se apenas das nomenclaturas inspeção, supervisão e
orientação educacional para referir-se ao profissional da educação atuante nas
funções de orientador e coordenador pedagógico.
Hoje, espera-se que o supervisor desenvolva um trabalho articulador,
que ofereça subsídios para novas políticas e novas formas de gestão a fim de
acompanhar as transformações ocasionadas nesta era de globalização dos
conhecimentos e da política mundial.
Nesse sentido, o supervisor educacional deve estar inserido no contexto
escolar, articulando novas práticas educativas, favorecendo o desenvolvimento
pleno de um currículo diferenciado que atenda às diferenças culturais e
pessoais e ainda contribuindo para a formação continuada do corpo docente,
visando ao seu crescimento profissional e à melhoria do processo ensino-
aprendizagem.
15A coordenação é um aspecto da direção, significando a articulação e a
convergência do esforço de cada integrante de um grupo visando a atingir os
objetivos. Quem coordena tem a responsabilidade de integrar, reunir esforços,
liderar, concatenar o trabalho de diversas pessoas.
Enfim, o entendimento da realidade, o fazer a educação e a formação de
profissionais da educação devem estar de acordo com as grandes concepções
e transformações da ciência.
É importante salientar que o profissional que atua na referida função
deve estar em constante formação, por meio de cursos, seminários,
congressos, consultas a livros, Internet, diários oficiais. Enfim, torna-se
imprescindível o conhecimento das inovações educacionais, teorias e práticas
e legislação por parte dos supervisores educacionais que atuam nas unidades
escolares, com a finalidade de melhor orientar o corpo docente em suas
práticas diárias.
Mais do que articular novas metodologias de ensino, a grande missão
que se sugere ao supervisor é encontrar alternativas de ação para possibilitar
aos professores a revisão de sua prática educativa e avaliativa, e um dos
momentos propícios para tal análise e revisão estão presentes nas reuniões de
Conselho de Classe, em que 100% desses profissionais participam.
Assim, a função supervisora vem constituindo-se com o passar do
tempo, por meio de poucas conquistas no que diz respeito à legislação,
encontros de profissionais da área e aprofundamento dos conceitos da prática
supervisora.
Dessa forma, ao longo da história da supervisão educacional no Brasil e
no município de São Gonçalo, nota-se pouca evolução em termos de
inovações da prática cotidiana. Convivemos, ainda, com um grande abismo
entre a prática desejável e a prática realizada.
Defrontamo-nos com uma lacuna que muito influencia no processo de
transformação responsável da prática do supervisor. Transformação que
impulsiona os profissionais da área a refletirem sobre suas práticas, buscando
inovações nos padrões de convivência entre direção, professores,
responsáveis e alunos, incentivo ao aperfeiçoamento profissional dos
16professores, discussão da prática avaliativa, construção do projeto Político
Pedagógico e de um currículo diversificado voltado para as necessidades da
comunidade.
Como cita Silva Jr. (2006):
“ Se a supervisão e a escola compreendem e assumem verdadeiramente
o trabalho coletivo, elas sabem também que o projeto pedagógico
unificador de esforço de todos os trabalhadores do ensino não pode se
reduzido à idéia de plano diretor e muito menos à idéia de plano “do
diretor”.( Ferreira,2006,p.232)
Enfim, a dinâmica escolar, seu processo de desenvolvimento e atuação
no mundo estão hoje intimamente relacionados à atuação desse profissional,
não somente por uma questão de adaptação às mudanças do meio, mas pela
questão da evolução para acompanhar a realidade global no sentido de
preparar sua clientela para um novo paradigma, procura projetar as
necessidades do amanhã na figura do Supervisor Educacional.
As possíveis relações se dão na complexidade da rotina escolar, que se
desenrola num constante movimento entre a subjetividade e a coletividade. O
supervisor educacional precisa saber dialogar, argumentar e conversar com os
professores que trabalham com ele.
Dentro desse enfoque, é importante que o supervisor cuide do
aperfeiçoamento profissional de todos os envolvidos no contexto escolar em
que atua. Ainda que seu perfil estabeleça momentos onde se faça necessária a
fiscalização, deve inovar as técnicas didáticas, a fim de estabelecer o
crescimento do coletivo.
A maioria dos docentes enfrenta problemas em sua forma de avaliar,
procurando nos especialistas soluções que o ajudem em sua prática educativa.
É necessário que o supervisor oriente-os em seus trabalhos e procure
promover um ambiente de diálogo caminhando assim a uma situação mais
satisfatória didaticamente.
17É necessário dominar o conhecimento, para haver uma competência
estabelecida. Essa é a dimensão na qual o supervisor deva estar inserido, que
também se aprende no universo escolar. Não é simplesmente ser um detentor
do saber, mas estar sempre aberto ao aprendizado, tendo a estreita relação
com o saber fazendo, este princípio é fundamental para a educação.
Para isso é necessário disciplina e competência. Transmitir aos
docentes o estímulo a grandes realizações e projetos em que acreditem, e
estes possam incentivar aos seus alunos sua criatividade e aprendizado.
Muito mais que fiscalizar, o supervisor deve interagir com o espaço
escolar em sua totalidade, nas escolas do Município de São Gonçalo, este
profissional ainda não atua em sua plenitude e se depara com a burocracia dos
documentos a serem apresentados. Muitas vezes, sua visita é meramente
fiscalizadora sem interagir com o pedagógico.
O supervisor é de suma importância no espaço escolar, a medida que
junto com a escola reflete sobre os erros e acertos, buscando caminhos que
priorizem a qualidade do ensino. Os professores necessitam ver neste
profissional, alguém que os ajudem a superar conflitos surgidos no cotidiano
escolar.
Tendo em vista que, os encontros de pessoas que almejam o sucesso e
a formação dos discentes, promoveram resultados significativos para uma
sociedade justa e digna.
Cabe ao supervisor, trabalhar com este intuito de estreitamento de
relações, onde o professor deva ser seu alvo principal, por se tratar de um
profissional que formará futuras consciências e humanizará futuras gerações.
18
CAPÍTULO II
Breve Histórico da Supervisão de Ensino no Brasil
Como cita Elma Corrêa de Lima no livro Supervisão Pedagógica
organizado por Mary Rangel (2008):
“A idéia da supervisão surgiu com a industrialização, tendo em vista a
melhoria quantitativa e qualitativa da produção, antes de ser assumida
pelo sistema educacional, em busca de um melhor desempenho da
escola em sua tarefa educativa.” (Rangel, 2008 p.69)
A função supervisora já se fazia presente desde as comunidades
primitivas, onde o modo de produção era coletivo, ou seja, os homens ainda
não estavam divididos em classes e produziam tudo em comum, assim se
educavam as gerações que iniciavam seu processo educacional.
Com a fixação do homem a terra, surgiram as propriedades privadas e a
divisão de classes: dominantes e dominados, o que dividiu também a educação
na antiguidade.
Surge a escola, que era chamada de lugar de ócio, onde só a classe
dominante podia freqüentar, pois a classe menos favorecida era educada pelo
trabalho.
O pedagogo, que era uma espécie de escravo subordinado ao rei na
época, conduzia o jovem até as assembléias, onde ocorriam as discussões que
envolviam pensamentos críticos, criativos, com valorização das experiências
dos anciões e outras atividades.
O conhecimento era limitado por esse profissional, que devia obediência
ao seu superior, algo que saísse dos padrões ideológicos deste, poderia ser
barrado pelo pedagogo.
19Então, no final desses séculos, nasce a Pedagogia como saber maior,
rigoroso e sistemático, deixando o pragmático de lado e passando a ser um
saber mais teórico que dá ao pedagogo-supervisor surgido da “Paidéia” uma
função além de escravo que somente acompanha, uma vez que este também
se transformou.
O supervisor, desta forma, poderia exercer com mais vigor a sua função
de “ fiscal” e “ vigia” do cumprimento dessa forma de acompanhar toda a rotina
daquele que se propõe fiscalizar.
Saindo da Idade Antiga e chegando a Idade Moderna, este profissional
acompanha a formação da sociedade capitalista e também o aparecimento da
burguesia e da indústria, com isso, surge a idéia do supervisor educacional,
com o papel e denominação de inspetor ou bedel, que era encarregado pela
ordem e pelo cumprimento das regras dessa sistematização.
Para Elma Corrêa Lima (2008) neste período a supervisão passou a
preocupar-se com o estabelecimento de padrões de comportamento bem
definidos e de critérios de aferição do rendimento escolar, visando à eficiência
do ensino.
No Brasil, em 1549, são iniciadas atividades educativas pelo jesuíta
Manoel da Nóbrega que formulou um plano de ensino em que se encontra a
função supervisora, sem se manifestar ainda a idéia de supervisão, surge uma
espécie de “vigia” da boa conduta e das regras da educação, como exemplo
temos o Ratio Studiorium, um plano de regras sobre as atividades educativas,
que regia o reitor, o prefeito de estudos (supervisor), os professores, as
disciplinas, as provas escritas, o bedel (auxiliar do prefeito de estudos, também
com a mesma função), os alunos, enfim, tudo era regido por este plano. No
qual o diretor era o reitor e o prefeito de estudos era seu assistente, a quem os
professores e alunos deveriam obedecer.
Percebe-se então que o supervisor já tinha alguma autoridade, mas
muito longe de uma autonomia. Em 1759, coma s Reformas Pombalinas, os
Jesuítas foram expulsos do Brasil, pois se entendia que estes eram muito
conservadores, visto que as mudanças já estavam acontecendo e os Jesuítas
insistiam em dominar o pensamento pedagógico da época.
20Com essa expulsão, um alvará foi criado, este previa o cargo de diretor
geral dos estudos e a designação de comissários, que exerciam a supervisão
envolvendo aspectos de direção, fiscalização, coordenação, inspeção e
orientação de ensino, estes seriam os comissários do diretor.
No período Imperial, mas precisamente em 15 de outubro de 1827, Dom
Pedro I em Assembléia Geral decretou a primeira lei da educação que instituiu
em todas as cidades, vilas e lugares mais populosos do Império, que houvesse
escolas de primeiras letras quantas fossem necessárias. Essa lei determinou
em seu artigo 5º que os estudos se realizassem seguindo um método chamado
de “Ensino Mútuo”, onde o professor atuava como docente e supervisor,
instruindo monitores (alunos mais avançados) para auxiliá-los na supervisão
das atividades dos demais alunos.
Por muito tempo, essa função supervisora se deu desta forma, mas
chegando a década de 20, ano de 1924, com o processo crescente de
industrialização e urbanização, aconteceram várias mudanças na sociedade e
na economia e passou a se exigir reformas na educação para que esta
acompanhasse as mudanças. Surgem assim, os técnicos em escolarização,
dentre eles o supervisor de ensino.
A Pedagogia ganha uma nova roupagem e se transforma em uma
abordagem tecnicista, os cursos de Pedagogia são reformulados pelo parecer
nº 252/69 do Conselho Federal de Educação, que nessas circunstâncias ao
invés de formar o técnico em educação com várias funções, davam-nos
habilitações dentro do curso, como: administração, inspeção, supervisão e
orientação e o magistério de disciplinas profissionalizantes dos cursos normais
e um mestrado com habilitação em planejamento educacional.
Esse parecer, até então, foi a forma mais radical de profissionalizar a
função do supervisor educacional, contribuindo para o reconhecimento
profissional da atividade do supervisor no sistema de ensino, buscando dar a
esse profissional uma identidade própria com características que as
distinguisse das demais.
É chegada a conclusão a partir daí que o supervisor deveria assumir seu
papel político. A sua habilitação com a criação dos cursos de pedagogia os
21tornavam pedagogos, que faziam o curso e se tornavam educadores que
seguiam ainda um modelo ideológico, embora mais moderno. Percebe-se
então que a concepção havia mudado, mas a sua formação não, e esse
profissional estava longe dele próprio se ver como político, com identidade
própria, já que desde a sua origem ele sempre defendeu apenas os interesses
dos dominantes e não tinha poder algum de decisão.
Conforme cita Rangel no inciso IV:
“Em todas as escolas deverá ser garantida a igualdade de acesso para
alunos a uma base nacional comum, de maneira a legitimar a unidade e
a qualidade da ação pedagógica na diversidade nacional. A base comum
nacional e sua parte diversificada deverão integrar-se em torno de
paradigma curricular que vise a estabelecer a relação entre a educação
fundamental.” (Ferreira,2002,p.78-79)
Apesar de ainda existir muita negatividade dentro das escolas e muitas
vezes o supervisor ter que se deparar com situações de descrédito por parte da
equipe escolar, resistência e banalização do seu trabalho, ele tende a não
desistir porque já entendeu que é capaz de transformar, já se vê como político,
como um articulador e extrapola a esfera pedagógica, criando uma onda de
relacionamento mais estreito com os docentes, as famílias, a comunidade, o
sistema e outros elementos que possam se integrar a escola.
O Art. 64 da Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional – utiliza-se apenas das nomenclaturas inspeção, supervisão e
orientação educacional para referir-se ao profissional da educação atuante nas
funções de orientador e coordenador pedagógico.
A legislação atual atribui a este profissional a responsabilidade sobre a
formação continuada dos professores. Neste sentido, afim de contribuir
efetivamente com a qualificação do trabalho docente, colocam-se novos
desafios para este profissional de supervisão.
22Hoje, espera-se que o supervisor desenvolva um trabalho articulador,
que ofereça subsídios para novas políticas e novas formas de gestão a fim de
acompanhar as transformações ocasionadas nesta era de globalização dos
conhecimentos e da política mundial.
Nesse sentido, o supervisor educacional deve estar inserido no contexto
escolar, articulando novas práticas educativas, favorecendo o desenvolvimento
pleno de um currículo diferenciado que atenda às diferenças culturais e
pessoais e ainda contribuindo para a formação continuada do corpo docente,
visando ao seu crescimento profissional e à melhoria do processo ensino-
aprendizagem.
Como cita Rangel :
“Organizar o trabalho nas unidades escolares sob sua responsabilidade
constitui tarefa precípua, mas não exclusiva do supervisor escolar. Nem
o supervisor é o único responsável pela tarefa, nem a tarefa é a única
pela qual o supervisor deve responder.” (RANGEL, 2008, p. 91)
Até o momento, muito se discute sobre o papel destinado a esse
profissional e sua função nas escolas, uma vez que muitos autores, entre eles
Mary Rangel (2001, 2003), já propõem nova postura do profissional com o
objetivo de tirar a imagem fiscalizadora atribuída ao supervisor.
Um grande desafio que ainda enfrentado, era o fato da função
supervisora já ser reconhecida e mesmo assim não ser regulamentada, é
importante salientar, pois é muito comum confundir regulamentação
profissional com o reconhecimento da profissão e a garantia de direitos,
quando, na verdade, regulamentar significa impor limites, ordenar
competências, atribuições e fixar responsabilidades.
Mas com o intuito de regulamentar essa profissão o Senado aprovou, no
dia 18 de outubro de 2007, o projeto de lei oriundo da Câmara com o n°
132/05, que regulamentou a profissão de supervisor educacional. Os
profissionais que atuam no ramo, normalmente como supervisores,
23coordenadores ou orientadores pedagógicos, agora têm sua situação
regulamentada através desta lei.
Na sua justificação, o autor, o então deputado Federal Cezar Schirmer
se baseia e apresenta como razão para aprovação, a necessidade de
regulamentação das atividades de administração escolar, aos supervisores
educacionais, graduados em Pedagogia, com habilitação em Supervisão
Educacional ou Supervisão Escolar ou, ainda, pós-graduados nessas áreas, no
que dispõe a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394, de
1996), que, em seu art. 64, estabelece que:
“...a formação de profissionais de educação para administração,
planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a
educação básica, será feita em cursos de graduação em Pedagogia ou em
nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta
formação, a base comum nacional.” (matéria extraída do site:
www.senado.gov.br em dezembro de 2007)
Enfim, a dinâmica escolar, seu processo de desenvolvimento e atuação
no mundo estão hoje intimamente relacionados à atuação desse profissional,
não somente por uma questão de adaptação às mudanças do meio, mas pela
questão da evolução para acompanhar a realidade global no sentido de
preparar sua clientela para um novo paradigma, procura projetar as
necessidades do amanhã na figura do Supervisor Educacional.
A liderança educacional é um grande desafio para o supervisor, as
questões de conhecimentos teóricos e a rotina das Unidades de Ensino, são
demandas que o obrigam a elaborações de novas condutas. Os professores
por sua vez, são profissionais posicionados e suas exigências com quem os
coordenam naturalmente será maior.
Cabe ao supervisor manter um clima ameno e conciliatório, em que
todos devam ser orientados a interagirem com o coletivo. A escola, parte
importante da vida, é lugar de convívio, interação e construção de condutas de
24relações. O processo didático, relacional por sua natureza, tem como um de
seus temas especialmente significativos de estudos.
A escola tem de ser considerada como organização, e ao supervisor
compete assumir um papel renovador, conciliatório e transformador. A falta de
informação e o despreparo teórico podem levar tanto o supervisor como o
professor à queda de qualidade do ensino. Acredita-se que o Supervisor
Educacional ao trabalhar suas relações juntamente com o professor, está
contribuindo no processo de ensino-aprendizagem. Uma formação profissional
que assegure o desenvolvimento dos docentes enquanto cidadãos e
promovam aprendizagens em seus métodos pedagógicos.
Enfim, o grande desafio do supervisor é criar estratégias que permitam
visualizar as relações vivenciadas no espaço escolar, para que possa assim
criar meios que o tornem um ser relacional neste ambiente. E promover ainda
um vínculo com o coletivo de confiança e respeito dentre os profissionais
envolvidos.
25
Capítulo III
O Supervisor e sua Ação Integrada junto a Equipe Pedagógica
Fácil é constatar a complexidade do trabalho da Supervisão de Ensino
no espaço escolar. Diante do crescente número de alunos, apresentando
problemas vinculados a comportamentos que comprometem sua eficácia em
seu aprendizado, próprios de uma sociedade em crise de valores, trazendo
assim, para a escola toda a problemática para que esta resolva e aponte
soluções.
A escola por sua vez conta com uma legislação permissiva acatando
ações corretivas por parte dos dirigentes, falta do professor, descumprimento
de programas e planejamentos, intolerância nas relações professor – aluno,
onde por vezes o Supervisor é solicitado para encaminhar a negociação
garantindo assim o bom senso do gestor que se espera.
A falta de funcionários, agravando problemas que vão da limpeza do
prédio ao atendimento aos alunos e as constantes solicitações de retirada da
Direção para reuniões, nem sempre necessárias, atrapalham o bom
andamento do trabalho da Unidade Escolar.
Tudo isso, leva-nos a esquecer que existe uma rotina na escola a ser
cumprida, fundamental para a manutenção organizada da mesma. Cabe-lhe,
dessa forma dizer a importância da presença do Supervisor na escola
sistemática, auxiliando a Direção num permanente diálogo franco com vista a
conduzir-la para um trabalho transparente, tentando assim acertar.
Desta forma, a supervisão poderá, através da constante verificação,
auxiliar a todo o corpo administrativo, assim como aos coordenadores e
docentes garantindo assim a eficiência de seus resultados, apostando no
diálogo e na interação coletiva dos profissionais envolvidos, tendo assim seu
perfil gestor respaldado nas ações práticas e objetivas da função do supervisor.
26Segundo Regina Leite Garcia (2008), cita a importância da união das ações
práticas não só na escola, mas em toda Rede de Ensino:
“Acho que o grande passo inicial é a gente querer estar junto, não só
com aquele colega da escola, mas com todos os colegas da Rede. A
ação supervisora e orientadora se dá a partir do momento em que
partimos para um conhecimento maior do que temos, do que
pretendemos fazer com o que temos e sobretudo, por que fazemos.”
(Celestino jr.,2008,p.195)
É importante que o Supervisor observe com atenção o funcionamento
da Secretaria das Unidades de Ensino nos aspectos escriturais relativos à
movimentação de alunos, fichas avaliativas destes para uma correta
elaboração de seu histórico escolar, tendo também o preenchimento correto
dos documentos dos professores e sua vida funcional para garantir seus
direitos.
Toda essa rotina deve ser cerceada pelo Supervisor, dando um suporte
administrativo ao profissional da Secretaria. Preocupar-se com o constante
acompanhamento do Livro de ponto e do Diário de Classe dos professores. Em
relação ao diário dos professores, o Supervisor deve estar sempre atento em
lembrar-los da importância do correto preenchimento, para que não tenham
dificuldades, evitando a retificação ou ratificação do Conselho de Classe não
sonegando as informações à comunidade, que tem seu direito garantido pela
legislação.
Precisamos estar atentos no por que ou para que Supervisionar, sobre
isso, Nilda Alves, em sua obra Educação e Supervisão, nos lembra através do
texto escrito por Maria Violeta Villas Boas, que cita :
27
“Mais do que em qualquer outro domínio da atividade humana a
Supervisão em Educação se apresenta como um instrumento vital de
controle da qualidade do produto no que este conceito tem de mais
nobre. Por outras palavras, ela deve ser entendida como o ver crítico,
construtivo, vitaliza dor das ações educativas colocadas a serviço dos
indivíduos e dos grupos, tendo-se em vista seu desenvolvimento e
transformação para melhor” ( Alves, 2006,p. 63)
Muitos diretores mostram-se constrangidos com a presença dos
supervisores em suas Unidades e, às vezes, enfadados com as exigências de
alguns quanto a organização dos trabalhos pedagógicos e burocráticos,
tendendo a interpretá-los como interferência indevida e fiscalizadora.
Assim agindo, a equipe de Supervisão da Secretaria Municipal do
Município de São Gonçalo, constitui uma dimensão e um enfoque de atuação
que objetiva promover a organização, a mobilização e a articulação de todas as
condições materiais e humanas necessárias para garantir o avanço dos
processos sócio- educacionais das Unidades de Ensino deste Município.
Considera-se que estes processos devam ser orientados para a
promoção efetiva da aprendizagem dos alunos, de modo a formá-los sujeitos
atuantes, capazes de enfrentar com inovação os desafios da vida social.
Segundo Silva Junior (2008):
“De mensageiro oficial a articulador voluntário, o Supervisor iniciou seu
próprio caminho de renúncia. Orientado para controle, desorientou-se
com o cerco a que acabou submetido. Cerco teórico-político nas
universidades que propunham a extinção de seu processo de formação e
cerco prático-político nos movimentos de massa do professorado que
não conseguia ver no supervisor um companheiro comum de
jornada.”(Silva Jr,2008,p.94)
28O profissional de Supervisão dentre outras funções no espaço escolar
exerce vários comandos como: atuar com liderança, planejamento educacional,
desenvolver projetos, acompanhar os professores, assim como os pais e
alunos,elaboração de horário, plano de cursos das disciplinas, revisão de
provas, das avaliações e do rendimento escolar, coordenarem e estimular a
equipe de professores para manter o padrão dos processos e qualidade de
ensino, desenvolver o planejamento educacional junto a diretoria e o corpo
docente, executar atividades de elaboração e correção de provas, eventos e
atividades extras, Atuar como dinamizador do relacionamento da Unidade
Escolar e a comunidade, tendo assim um feedback necessário para manter o
processo dinâmico no ambiente escolar.
Portanto, administrar essa escola reflexiva é considerar a experiência,
utilizar-se da observação, sabendo que o aprendizado é um processo não
somente do aluno, mas de todo o coletivo.
Para estudar o processo de supervisionar temos de ter claramente
explicito o contexto em que sua ação se situa, pois, é a partir daí, que
poderemos repensar seu papel político e social. Desta forma, a construção de
uma nova realidade passa por um novo paradigma que deverá ser assumido
pelo Supervisor, legitimadas pela força de argumentação.
Como cita Naura Ferreira (2006):
“O objeto específico da Supervisão escolar em nível de escola é o
processo de ensino-aprendizagem. A abrangência desse processo inclui:
currículo, programas, planejamento, avaliação, métodos de ensino e
recuperação, sobre os quais se observam os procedimentos de
coordenação, com finalidade integrada, e orientação, nucleada no
estudo, nas trocas, no significado da práxis.” ( Ferreira,2006p.78)
29 Organizar um processo de formação de supervisores escolares
adequado às necessidades atuais da sociedade brasileira significa pensar uma
proposta de trabalho que se inicie pela consideração das aspirações e das
necessidades dos alunos e dos professores ao lado dos quais o futuro
supervisor vai construir sua prática profissional.
Verificamos que tanto o aspecto administrativo, quanto o aspecto
pedagógico, se manifestam duplamente em nossos sistemas escolares.
Supervisionar uma escola é orientar sua administração para a realização do
ensino.
O Supervisor trabalhando em conjunto com todos da comunidade
escolar, refletindo, analisando, tendo uma visão crítica da comunidade escolar,
como da sociedade, buscando a elaboração de uma nova visão de mundo,
sendo solidário, reconhecendo o indivíduo ser capaz de mudanças, que
transforma sua necessidade em liberdade, com certeza teremos um ensino
com liberdade.
A formação do supervisor comete-lhe a competência legal de atuar
como um elemento de articulação do dinamismo do projeto-técnico-pedagógico
da escola. Sua função precípua e irradiar energia estimuladora para a
manutenção de um clima participativo.
É função do Supervisor:
1. Assessorar à Direção Pedagógica quanto à metodologia do
ensino e prestar assistência didática aos docentes.
2. Conscientizar os docentes no sentido de que revejam sua postura
e atualizem-se para melhor exercerem sua função de agentes de
transformação no seu trabalho.
3. Desenvolver trabalhos que estejam voltados às questões
sociopolíticas, tendo em vista a realidade apresentada da
comunidade.
4. Formar profissionais capacitados para estarem rompendo com as
teorias tecnicistas, reformulando a ação tecnicista, fragmentada
30do trabalho escolar, e buscando o trabalho coletivo na execução
das diversas funções dentro da escola.
5. Exercer um caráter conciliatório em cada conflito apresentado.
Muitas outras são também as funções da supervisão no espaço escolar,
destaquei estas, pelo fato de repensar o papel do supervisor como mediador
das ações nas Unidades de Ensino.
Em minhas visitas feitas nas escolas Municipais de São Gonçalo,
observei um distanciamento dos profissionais de educação com o Supervisor
que assessorava a sua Unidade Escolar. Ainda estamos distante de formar no
docente a idéia de aliado e suporte de seus problemas enfrentados em sala de
aula.
O estigma de supervisionar vistoriando, ainda se faz presente e aos
poucos alguns profissionais já rompem com esta imagem de repreensão e
fiscalização. A direção por sua vez procura estar por vezes mascarando
problemas para que sua escola tenha uma visão positiva diante do Supervisor.
Quanto a isso, cita Rangel (2006):
“Ao ressignificar e revalorizar a supervisão, reconceitua-se, de modo a
compreendê-la na sua ação de natureza educativa e portanto sócio-
pedagógica, no campo didático e curricular do seu trabalho, no seu
encaminhamento coordenador.”(Ferreira,2006,p.75)
O grupo de supervisores, só conseguirá desenvolver um trabalho com
essa dimensão de formação continuada se ele próprio exercitar a reflexão, a
crítica, o questionamento a respeito de seu trabalho de supervisão, em termos
da contribuição efetiva que ele está oi não oferecendo à constituição das
equipes de direção/coordenação da escola, para a democratização de uma
educação escolar de qualidade, para todos.
31Desta forma, o seu trabalho será recompensado pelo resultado de uma
escola onde o diálogo e o comprometimento com a educação são bases de
acesso a caminhos novos e promissores.
Tendo em vista que a Educação Progressista, em sua função primeira
do Supervisor é a de educador, necessário se faz que este seja um profissional
que tenha sua formação inicial como professor. É preciso analisar o mundo do
aluno para ter uma proximidade de sua realidade, ajudando-o a encontrar
meios para sua real significância como indivíduo e autor de sua própria história.
É grande o desafio do Supervisor em efetivar seu trabalho no âmbito da
ação coletiva. Além de ser uma questão de compromisso pessoal, é também
uma questão de formação, reformulando a ação tecnicista para uma ação
coletiva.
Sobre isso Silva Junior nos faz repensar:
“A multiciplicidade das tarefas pelas quais responde habitualmente o supervisor é, em realidade e parodoxalmente, a razão maior de sua dificuldade em compartilhar com os demais educadores a grande tarefa da organização coletiva do trabalho na escola pública.” (Silva jr,2008,p.9)
O Supervisor de ensino necessita estar sempre em contato com novas
idéias e atualizando-se, para que possa levar novas propostas aos docentes e
refletindo permanentemente sua ação de trabalho. Buscar incentivar a
capacitação dos profissionais de educação para que estes possam buscar um
crescimento em sua formação e a segurança do que ensinam aos discentes.
Procura criar momentos de conscientização da comunidade escolar,
como um todo, para o fato de que os problemas enfrentados no cotidiano
escolar não estão descolados da realidade social em que a escola está
inserida. Inclusive, pode fazer um trabalho de conscientização junto aos
professores no sentido de que revejam sua postura e atualizem-se para melhor
exercerem sua função de agentes de transformação neste contexto.
A ação educativa é uma questão de valorização de todos os
profissionais e de todos os alunos. No entanto, não somos capazes de
promover esta mudança no ambiente escolar.
32
A mudança necessita brotar no dia–dia escolar, em cada momento
oportuno surge à reconstrução de valores e paradigmas. O ambiente escolar
não é uma local isolado onde se promove aprendizagens, ela interage com o
mundo, e este nos dá material para refletirmos sobre o que ensinar e para que
ensinar. Quando refletirmos sobre ação educativa, reportamos ao compromisso
dos educadores com a educação ao alcance de todos.
Desta forma, a supervisão tem um papel político, pedagógico no espaço
escolar, devendo ser inovador, criativo e comprometido com o todo, exercendo
parcerias e motivando a interação do grupo. Auxiliando quanto à elaboração e
construção das propostas pedagógicas, facilitando o processo de ensino-
aprendizagem e melhoria da qualidade de ensino.
Assim, supervisores, diretores, coordenadores e docentes, poderão
estabelecer decisões compartilhadas no espaço escolar, prestigiando o diálogo
e uma relação horizontal.
Como cita Ferreira (2006):
“Quando a escola se abre e transpõe os seus muros, entra a
comunidade e com ela o cheiro de vida que a realidade de vidas em
geral apartadas da escola vem encharcar, enriquecendo o universo
cultural escolar. A escola vai se transformando num lugar de star, de
fazer e de criar junto, de dar e receber apoio.” (Nilda Alves,2006,p.137)
Enfim, o ato de Supervisionar só se dá quando o coletivo cresce em
conformidade com suas ações. Quebrar preconceitos e aceitar o novo é o
grande desafio que todos nós, profissionais de educação, buscamos em nosso
trabalho e respectivamente em nossas vidas.
O supervisor vive em constantes contradições, entre aquilo que pensa e
aquilo que o cotidiano apresenta, entre a sua teoria e a prática apresentada
33pelo contexto, este dilema o faz repensar sua relação com os demais
profissionais e buscar novas formas de atuação.
Esta relação entre supervisor e professor é marcada por um clima de
desconfiança, insegurança e medo. Quebrar este paradigma é dever deste
profissional compromissado em estabelecer um clima de diálogo, participação
e democracia.
Nesse esforço de nutrir boas relações, o supervisor vai estabelecendo
em cada setor a confiança e o estímulo a organização pautada no coletivo,
interagindo assim com todos os profissionais do ambiente escolar.
Como cita Alves (2006):
“No meu modo de entender, apenas por formalismo poderíamos propor,
para que a escola deixasse de ser produtora, que ela se tornasse
agência de formação revolucionária. Não seria aí que poderia se
concretizar o potencial transformador da educação escolar.” (Nilda Alves,
2006, p.18)
Considero ainda que as Unidades Escolares sejam sistemas abertos e
complexos em permanentes interações com o ambiente que os estimulam ou
condicionam. No processo de aprendizagem organizacional, a idéia de ordem
reguladora, contrapõe-se a inovação de uma aprendizagem cooperativa do
conjunto das pessoas na organização.
Desse modo se a escola, como organização, não quiser estagnar deve
interagir com as transformações diárias do contexto em que está inserida.
Cada momento vivido, novas mudanças ocorrem e o papel da escola é estar
conectada a tais ocorrências, sendo ela um local de construção de cultura e
aprendizagem.
Assim, cabe ao supervisor a necessidade urgente de rever sua prática e
o tipo de relacionamento que mantém com a instituição em que trabalha. Ainda
que esta complexidade da escola possa exigir um trabalho de equipe, o
34supervisor deve estar sempre revendo a forma como se relaciona e como
contribui para interação do coletivo.
É necessário que o supervisor contribua para a formulação coletiva de
projetos para os desafios propostos, revendo assim os vínculos implícitos em
toda sua prática educativa. Como a educação não é neutra, existem vínculos
entre as relações educativas, generalizando a melhor forma de atender os
interesses dominantes.
Assim procedendo, estaremos contribuindo para uma gestão de
qualidade, onde todos os envolvidos possam trabalhar para a conquista de
uma nova forma de educar.
Como cita Ferreira (2006):
“O que nos interessa, hoje, é falar sobre os sujeitos da educação e da
criação de um projeto político-pedagógico orgânico da escola. Não mais
defenderemos um espaço privado do qual seriam proprietários os
supervisores e supervisoras, uma gleba, os orientadores e orientadoras,
outro lugar/propriedade privada, ou os administradores e
administradoras, que ocupam o mais importante espaço do grande
condomínio escolar.” (Nilda Alves,2006,p.130)
O espaço escolar é de todos os envolvidos na educação. A sociedade
paga seus impostos para legitimar o direito a criança de educar-se, este
espaço pertence a todos, cabendo ao supervisor criar estratégias de auxílio e
assessoramento ao corpo docente e administrativo.
Saber que neste espaço se dá grandes construções coletivas, faz com
que o supervisor repense sua forma de atuação e colaboração.
35
Desta forma, o supervisor irá contribuir para a formação de docentes que
busquem as transformações e veja neste profissional um aliado de suas
funções pedagógicas.
É necessário que os professores estejam comprometidos com a equipe
pedagógica para elucidar todas as questões diárias. O supervisor não
conseguirá trabalhar sozinho necessita que todos busquem o mesmo ideal de
acertos, de resultados positivos. Os alunos chegam ao ambiente escolar
ansiosos de novos conhecimentos, se encontrarem um profissional apático e
desestimulado, isso incidirá sobre sua formação.
Desta forma o trabalho do supervisor, no atendimento aos docentes, não
pode ser meramente administrativo, por ser um trabalho que requer
envolvimento e comprometimento.
Em Rangel (2008), Medina comenta sobre este assunto:
“Acredito que o supervisor, por intermédio de atividades baseadas na
pesquisa do trabalho realizado no dia-a-dia da escola, identifica os
espaços que pode ocupar ao problematizar o trabalho do professor
regente de classe. Por ser o trabalho do professor o que se dá sentido
ao trabalho do supervisor, este não pode ser predeterminado ou
preanunciado como sendo necessário. O trabalho do supervisor está
tramado na ação do professor.”(Silva Jr e Rangel,2008,p.34)
O trabalho desenvolvido pelo supervisor está atrelado ao do professor, e
este por sua vez busca neste profissional o apoio em suas problemáticas
diárias. A escola precisa desta interação com as equipes pedagógicas para
administrar as demandas diárias.
36
Se estivermos voltados para uma educação que prestigie o
conhecimento científico e atenda as mudanças sociais vivenciadas pelos
alunos, estaremos oportunizando estes em manter-se no ambiente escolar e
tendo o prazer de estar nele.
O supervisor que busca em cada momento atualizar-se e se apropriar de
sua clientela de trabalho, estará contribuindo para uma efetiva gestão. Não
cabe mais fiscalizar meramente, conhecer o espaço escolar como um todo e os
profissionais que ali estão envolvidos, é a mais correta forma de estar inserido
como parte integrante do contexto escolar.
37
Conclusão
Diante de tantas informações de autores renomados, das pesquisas e
entrevistas nas escolas Municipais do Município de São Gonçalo, concluo que
a ação supervisora deva ser repensada como uma nova pedagogia a ser
vislumbrada em seu caráter mediador, estando em conformidade com todo
corpo docente e discente das Unidades de Ensino.
Assumir um papel de mediador e transformador de todo o processo
pedagógico, contribuindo para que o ambiente escolar seja sempre um espaço
de pesquisa e transformação. A formação continuada dos profissionais de
educação deve estar sempre em conformidade com as ações propostas
efetivadas pelo Supervisor.
Ainda que o Supervisor tenha dificuldades em gerenciar suas propostas
nas escolas, a motivação de estar contribuindo para mediação entre a
Secretaria do Município e a organização do espaço escolar, fortalecendo assim
laços de contínua integração e dinamização das ações, facilitando assim seu
trabalho e de toda equipe pedagógica, dará ao Supervisor e educador a
certeza que antes de fiscalizar, precisamos conhecer e dar condições para que
o outro repense suas ações.
Enfim, o Supervisor de Ensino acompanha o processo pedagógico e
neste profissional, o professor ver a figura de referência para a elaboração do
seu projeto educacional. Para isso é necessários que o supervisor e os
docentes mantenham reuniões de debates permanentes e avaliações, para
revestirem estas relações entre docentes e especialistas.
Há de se percorrer um longo caminho de conquista neste processo
educacional, rompendo com os modelos já estabelecidos e incutidos neste
processo educativo. Mas, o que tornar agradável esta relação é a mudança de
mentalidade e construção coletiva do ensino-aprendizagem.
38
ANEXOS
Entrevistas para a conclusão da Monografia intitulada:
A mediação do supervisor na atuação docente.
1- Entrevistado (a): Carmen Lucia Pessôa.
Professora da Escola Municipal Zulmira /bairro Zumbi SG
Data da Entrevista: 12/01/2011
1-Descreva de forma sucinta, como atua o profissional de Supervisão de
Ensino no Município de São Gonçalo:
R: O supervisor pergunta como a educação escolar da unidade tem sido
desenvolvida, quais projetos e atividades estão sendo elaborados para ajudar
os alunos com dificuldades na aprendizagem, verifica diários, fichas de
avaliação individual dos alunos, passa informações recebidas em reuniões da
Secretaria de Educação, orienta e tira dúvidas do coordenador pedagógico,
visita o ambiente escolar, conversa com os professores e se for preciso
conversa até com alunos incentivando-os aos estudos.
2- Qual a sua opinião sobre a formação do Supervisor Educacional deste
Município?
R: Acredito ser uma boa formação, pois o supervisor tem de ter formação
acadêmica; o que falta a meu ver neste Município é um concurso para essa
função.
3-A burocracia escolar deve ser tratada de que forma pelo Supervisor?
R: A burocracia deve ser tratada pelo diretor, o que o supervisor pode realizar é
trocar idéias com a direção e coordenadores, e sugerir atitudes que ajudará na
administração escolar.
394-Qual a relação proposta do Supervisor com a Equipe Administrativa e
Pedagógica do Município de sua atuação?
R: Bem, irei abordar em relação à escola em que atuo, por ser uma equipe que
trabalha de forma integrada, a relação proposta do Supervisor é ótima, nós
conversamos, trocamos informações e o trabalho é desenvolvido de forma
prazerosa.
5-Qual a conclusão sobre a atuação do Supervisor de Ensino deste Município?
R: A atuação do Supervisor é muito importante, pois nos orienta e contribui
para o desenvolvimento do trabalho.
2- Entrevistado (a): Eneida Passos Guido de Oliveira
Coordenadora do Ensino Religioso da Secretaria Municipal de Educação - SG
Data da Entrevista: 19/ 01/ 2011
1-Descreva de forma sucinta, como atua o profissional de Supervisão de
Ensino no Município de São Gonçalo:
R: Na minha experiência como Secretária Escolar nos anos de 2005 a 2009, o
Supervisor atuava fazendo inspeção na documentação das Unidades
Escolares e fazendo acompanhamento da rotina escolar através de visitas
periódicas. Participava de alguns Conselhos de Classe e atuava de forma
muito discreta no projeto político pedagógico da Unidade Escolar.
Desempenhava um papel que se caracterizava bem mais pela inspeção do que
na participação da gestão escolar.
2- Qual a sua opinião sobre a formação do Supervisor Educacional deste
Município?
R: Desconheço a formação do quadro de supervisores, mas desde 1998 se
ocupa o cargo através de concurso público, cumprida a formação exigida por
lei. Semanalmente realizam na Secretaria de Educação reuniões para se
40debater organização e estratégias de trabalho. Creio que estes sejam aspectos
que aperfeiçoem o trabalho do Supervisor.
3-A burocracia escolar deve ser tratada de que forma pelo Supervisor?
R: A burocracia escolar deve ser tratada pelo Supervisor como por qualquer
outro que atue no processo educativo, como um instrumento a serviço do
pedagógico. Extraindo dela dados relevantes para leitura de processos e
resultados.
4-Qual a relação proposta do Supervisor com a Equipe Administrativa e
Pedagógica do Município de sua atuação?
R: A relação proposta é essencialmente de acompanhamento do trabalho
administrativo.
5-Qual a conclusão sobre a atuação do Supervisor de Ensino deste Município?
R: Uma atuação que se restringe essencialmente a aspectos burocráticos com
um pequeno avanço em direção a uma atuação que abarque os aspectos
pedagógicos da escola como um todo.
3- Entrevistado (a): Amanda Borde
Supervisora SEMED/ SG
Data da Entrevista: 22/01/2011
1-Descreva de forma sucinta, como atua o profissional de Supervisão de
Ensino no Município de São Gonçalo:
R: O Supervisor Educacional no Município de São Gonçalo possui a
nomenclatura de Professor Supervisor Educacional atua com carga horária de
16 horas/aula e é lotado na Secretaria Municipal de Educação.
Este profissional faz o elo entre SEMED e Unidades Escolar, ele atua de
acordo com o Regimento Único da Rede Municipal de Educação, além de atuar
41no Conselho Municipal de Educação, na fiscalização e legalização das escolas
de Educação Infantil Particulares do Município.
2- Qual a sua opinião sobre a formação do Supervisor Educacional deste
Município?
R: O Supervisor é um profissional Concursado ou Enquadrado diante da Lei
008/2003 do Plano de cargos e Salários.
Todos possuem habilitação através da Graduação ou pós-graduação em
Supervisão Educacional. Eles realizam reuniões todas as segundas-feiras, para
debater assuntos referente a secretaria de educação e unidades escolares
diante da legislação educacional vigente.
3-A burocracia escolar deve ser tratada de que forma pelo Supervisor?
R: A organização documental da escola e a vida escolar dos nossos alunos
precisam ser vista como algo sério, não simplesmente como um papel sem
valor, pois são documentos que possuem registros que serão necessários para
toda a vida do cidadão; devendo ser valorizada. Por este motivo a burocracia
torna-se necessária, mas não exclusiva na atuação do Supervisor.
Hoje o supervisor não é mais visto como o burocrata, mas aquele profissional
que é um componente da escola e que atua em conjunto com os diversos
atores do universo escolar.
4-Qual a relação proposta do Supervisor com a Equipe Administrativa e
Pedagógica do Município de sua atuação?
R: A atuação administrativa e pedagógica acontece de forma harmoniosa e
necessária para o desenvolvimento da Unidade escolar
5-Qual a conclusão sobre a atuação do Supervisor de Ensino deste Município?
42R: O supervisor é um profissional que atua de forma harmoniosa e necessária
com as questões administrativas e pedagógicas para a eficácia na qualidade
da educação municipal.
4- Entrevistado (a): Janine de Souza Siqueira
Coordenadora de Educação Infantil SEMED/SG
Data da Entrevista: 23/01/2011
1-Descreva de forma sucinta, como atua o profissional de Supervisão de
Ensino no Município de São Gonçalo:
R: O Supervisor de São Gonçalo tem suas atribuições definidas de forma
pedagógica e administrativa pelo regimento do Município, entretanto a maioria
deles faz um papel fiscalizador.
2- Qual a sua opinião sobre a formação do Supervisor Educacional deste
Município?
R: A formação é adequada, se assim não o fosse creio que não estaria na
função, porém a formação não assegura a inovação de conhecimento e prática
sobre aquilo que já foi adquirido.
3-A burocracia escolar deve ser tratada de que forma pelo Supervisor?
R: Cada profissional deve ter sua postura mediante aquilo que acredita e
trabalha, definir pelo outro a postura que se deva tomar é perigoso, mas se eu
fosse supervisora essa burocracia que entendo como os papéis, que devem
também ser administrado, a melhor forma é resolve de forma coletiva com
todos os componentes da unidade escolar.
4-Qual a relação proposta do Supervisor com a Equipe Administrativa e
Pedagógica do Município de sua atuação?
R: A relação proposta é mais administrativa.
435-Qual a conclusão sobre a atuação do Supervisor de Ensino deste Município?
R: Vejo a atuação do supervisor não como uma atuação errada, mas limitada
dentro de sua função. Ele deveria ampliar mais seu olhar e ver que ele pode
atuar em muitas mais coisas dentro da escola.
44
Bibliografia
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Coletivo na Escola – 11ª Ed.- São Paulo: Cortez, 2006.p.18
FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Supervisão Educacional: Novas
exigências, Novos Conceitos, Novos Significados. In: RANGEL,
Mary (org). Supervisão Pedagógica. Princípios e Práticas. 8ª Ed. –
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47
ÍNDICE
Folha de Rosto 1
Agradecimento 2
Dedicatória 3
Resumo 4
Metodologia 5
Sumário 6
Introdução 7
Capítulo I- A Importância do Supervisor no Espaço Escolar 9
Capítulo II- Breve Histórico da Supervisão de Ensino
No Brasil 18
Capítulo III- O Supervisor e sua Ação Integrada
Junto a Equipe Pedagógica 25
Conclusão 37
Anexos 38
Bibliografia 44
Índice 47