a literacia da leitura em adultos análise diacrónica de processos de...
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Faculdade de Letras da Universidade do Porto
A literacia da leitura em adultos – análise diacrónica de processos de
(re)socialização num grupo de Educação e Formação de Adultos,
construído no feminino
Elisabete Correia Brito
Tese elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Sociologia
na especialidade das Desigualdades, Cultura e Território, sob a orientação da Professora
Doutora Natália Maria Azevedo Casqueira e coorientação do Professor Doutor João
Miguel Trancoso Vaz Teixeira Lopes
Parte II − Anexos
Porto
Setembro de 2012
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Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico (convertido pelo programa Lince).
Nas citações de obras portuguesas editadas antes da entrada em vigor do Acordo
Ortográfico mantém-se a grafia original, assim como em todos os documentos em anexo
entregues pela autora e os que foram redigidos por outrem antes da entrada em vigor do
referido Acordo.
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SUMÁRIO
Anexo 1A
Referencial dos cursos de Educação e Formação de Adultos – Nível Básico 10
Anexo 1B
Desenho curricular dos cursos EFA – certificação escolar de nível básico e certificação
profissional 11
Anexo 1C
Planos curriculares dos cursos de Educação e Formação de Adultos – percursos
formativos B1, B2, B1+B2, B3, B2+B3: referência em horas (a) 12
Anexo 1D
Referencial de formação dos cursos EFA – Percursos formativos S e S3, tipos A, B ou
C 13
Anexo 1E
Planos curriculares dos cursos EFA NS – dupla certificação 14
Anexo 4A
Exemplificação de ofícios e e-mail enviados aos atores institucionais 15
Anexo 4B
Guião de entrevista aos interlocutores institucionais – formadoras, mediadora e
coordenadoras 19
Anexo 4C
Grelha de categorias de análise – entrevista institucional a técnicos de formação:
mediadora, formadoras e coordenadoras 23
Anexo 4D
Guião de entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Soza Vagos 27
Anexo 4E
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6
Grelha de categorias de análise – entrevista institucional ao Presidente da Junta de
Freguesia de Soza 30
Anexo 4F
Guião de entrevista à Técnica Superior da Biblioteca Municipal de Ílhavo 32
Anexo 4G
Grelha de categorias de análise – entrevista institucional à Técnica Superior da
Biblioteca Municipal de Ílhavo 35
Anexo 4H
Guião de entrevista exploratória com um investigador da área da sociologia da leitura e
da literacia 37
Anexo 4I
Grelha de categorias de análise – entrevista exploratória com um investigador da área da
sociologia da leitura e da literacia 40
Anexo 4J
Mapa de entrevistas realizadas e não realizadas aos atores institucionais - 2010 42
Anexo 4K
Grelha com indicação da data, local e duração de entrevistas realizadas aos
interlocutores institucionais formadoras, mediadora e coordenadoras 43
Anexo 4L
Registos de observação da situação de entrevista aos interlocutores institucionais
Formadoras, mediadora e coordenadoras 44
Anexo 4M
Grelhas de excertos das entrevistas aos atores institucionais que integraram o curso EFA
B3 Ação Educativa de Soza formadoras, mediadora e coordenadoras 54
Anexo 4N
Grelha com indicação da data, local e duração das entrevistas realizadas aos
interlocutores institucionais locais 68
Anexo 4O
Registos de observação da situação de entrevista aos interlocutores institucionais 69
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7
Anexo 4P
Grelhas de excertos de entrevistas aos atores institucionais locais – Presidente da Junta
de Freguesia de Soza 73
Anexo 4Q
Grelhas de excertos de entrevistas aos atores institucionais locais – Técnica Superior de
Bibliotecas e Documentação de Ílhavo 79
Anexo 4R
Grelha com indicação da data, local e duração da entrevista exploratória com um
investigador da área da sociologia da leitura e da literacia 84
Anexo 4S
Registo de observação da situação de entrevista exploratória com um investigador da
área da sociologia da leitura e da literacia 85
Anexo 4T
Grelhas de excertos da entrevista exploratória com um investigador da área da
sociologia da leitura e da literacia 87
Anexo 4U
Registo de observação da consulta de documentação na Biblioteca Municipal de Vagos
92
Anexo 4V
Guião de entrevista ao grupo de mulheres do curso EFA B3, de Vagos 94
Anexo 4W
Grelha de categorias de análise das entrevistas ao grupo de mulheres do curso EFA B3,
de Vagos 102
Anexo 4X
Mapa de entrevistas individuais realizadas e não realizadas ao grupo - 2008 110
Anexo 4Y
Mapa de entrevistas individuais realizadas e não realizadas ao grupo – 2011 111
Anexo 4Z
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Grelha com menção da data, local e duração das entrevistas individuais realizadas com
ao grupo do curso EFA B3, de Vagos 112
Anexo 4AA
Registo de observação da situação de entrevista com o grupo de mulheres 114
Anexo 4AB
Registo de observação de visitas informais a alguns elementos do grupo 138
Anexo 4AC
Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –
trajetória familiar 146
Anexo 4AD
Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –
trajetória escolar 185
Anexo 4AE
Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –
trajetória profissional 218
Anexo 4AF
Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –
práticas de leitura 239
Anexo 4AG
Planificação do grupo focal 260
Anexo 4AH
Exemplificação do guia de orientação para anotações do Grupo focal 267
Anexo 4AI
Transcrição da mensagem de António Torrado 268
Anexo 4AJ
História do grupo 269
Anexo 4AK
Mapa de presenças/ ausências na sessão do grupo focal (2011-07-16) 296
file:///C:/Users/Elisabete/Desktop/para%20rever%20fase%20final/fn/Parte%20II_anexos_uv.docx%23_Toc335908246file:///C:/Users/Elisabete/Desktop/para%20rever%20fase%20final/fn/Parte%20II_anexos_uv.docx%23_Toc335908247
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Anexo 4AL
Registo de observação da situação do Grupo Focal 297
Anexo 4AM
Grelha com trechos dos discursos das intervenientes na sessão de grupo focal 302
Anexo 4AN
Registos da anotadora sobre a sessão do grupo focal 312
Anexo 6A
Quadro sinóptico de disposições ou competências do grupo (30.09.2011) 324
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Anexo 1A
Referencial dos cursos de Educação e Formação de Adultos – Nível Básico
Referencial de Competências-Chave
Áre
as
de
com
pet
ênci
as
– c
have
Níveis B1 B2 B3
Cidadania e
Empregabilidade
(CE)
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
50H
A
50H
B
50H
C
50H
D
Linguagem e
Comunicação
(LC)
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
25H
LEA
25H
LEB
50H
A
50H
B
50H
C
50H
D
50H
LEA
50H
LEB
Matemática para
a Vida (MV)
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
50H
A
50H
B
50H
C
50H
D
Tecnologias da
Informação e da
Comunicação
(TIC)
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
25H
A
25H
B
25H
C
25H
D
50H
A
50H
B
50H
C
50H
D
Formação
tecnológica
Unidades de forma-
ção de curta dura-
ção (pode incluir
formação prática
em contexto de
trabalho).
Unidades de formação de curta
duração (pode incluir formação
prática em contexto de
trabalho).
Unidades de formação de curta
duração.
Pode incluir formação prática
em contexto trabalho.
Fonte: Portaria n.º 817/2007; Portaria n.º 283/2011
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11
Anexo 1B
Desenho curricular dos cursos EFA – certificação escolar de nível básico e
certificação profissional
Percurso formativo
Nível de
desenvolvimento
Aprender com
autonomia
Formação de base Formação
tecnológica
Total
Básico 1 40h Entre 100h- 400h Entre 100h- 360h Entre 240h-
800h
Básico 2 40h Entre 100h- 450h Entre 100h- 360h Entre 240h-
850h
Básico 1+2 40h Entre 100h- 850h Entre 100h- 360h Entre 240h-
1250h
Básico 3/ nível 2 de
formação
profissional
40h Entre 100h- 900h Entre 100h-
1200h
Entre 240h-
2140h
Básico 2+3/ nível 2
de formação
profissional
40h Entre 100h- 1350h Entre 100h-
1200h
Entre 240h-
2590h
TEMAS DE VIDA
Fonte: Portaria n.º 817/2007.
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Anexo 1C
Planos curriculares dos cursos de Educação e Formação de Adultos – percursos
formativos B1, B2, B1+B2, B3, B2+B3: referência em horas (a)
Percurso
formativo
Condições
mínimas de
acesso
Componentes de formação
Total Aprender com
autonomia
Formação de base
(b)
Formação
tecnológica (b)
Cursos EFA relativos ao 1.º ciclo do ensino básico
B1
1.º ciclo de
ensino básico
40
400
650
790
Curso EFA de nível 1 do quadro nacional de qualificações
B2 1.º ciclo do
ensino básico
40
(c) 450
350
840
B1+B2 < 1.º ciclo de
ensino básico
40
(c) 850
350
1240
Curso EFA de nível 2 do quadro nacional de qualificações
B3
2.º ciclo do
ensino básico
40
(c) 900
(*) (d) 1000
1970
B2+B3 1.º ciclo do
ensino básico
40
(c) 1350
(*) (d) 1000
2390
Cursos EFA relativos ao 1.º ciclo do ensino básico ou ao nível 1 ou ao nível 2 de qualificação do
quadro nacional de qualificações
Percurso
flexível a
partir de
processo
RVCC
< 1.º ciclo de
ensino básico
40
(c) (e) 1350
(*) (d) (e) 1000
(e)
Fonte: Portaria n.º 283/2011
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a) No caso de cursos EFA que sejam desenvolvidos apenas em função de uma das componentes de
formação, são consideradas as cargas horárias associadas especificamente à componente de formação de
base ou tecnológica, respectivamente, acrescidas do módulo Aprender com Autonomia.
b) A duração mínima da formação de base é de 100 horas, bem como a da formação tecnológica.
c) Inclusão obrigatória de uma língua estrangeira com carga horária máxima de 50 horas para o nível B2 e
de 100 horas para o nível B3.
d) Inclui, obrigatoriamente, pelo menos 120 horas de formação prática em contexto de trabalho, para os
adultos nas situações previstas no n.º 2 do artigo 11.º.
e) O número de horas é ajustado (em termos de duração) em resultado do processo RVCC, sempre que
aplicável.
*) Este limite pode ser ajustado, tendo em conta os referenciais constantes no Catálogo Nacional de
Qualificações.
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Anexo 1D
Referencial de formação dos cursos EFA – Percursos formativos S e S3, tipos A, B
ou C
Referencial de Competências-Chave
Form
açã
o d
e B
ase
Níveis Nível Secundário/ nível 3 de Formação
Cidadania e
Profissionalidade
(CP)
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
Cultura, Língua
e Comunicação
(CLC)
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
Sociedade,
Tecnologia e
Ciência (STC)
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFCD
50H
UFC
Formação
tecnológica
Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD)
Pode incluir formação em contexto de trabalho
Fonte: Portaria nº 283/2011, p. 4712.
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Anexo 1E
Planos curriculares dos cursos EFA NS – dupla certificação
Certificação escolar e profissional
Percurso
formativo
Condições
mínimas de
acesso
Componentes de formação
Formação
de base
Formação
tecnológica
*
Formação
prática em
contexto de
trabalho
PRA
Total
S3 – tipo A 9.º ano 550 1200 210 85 2045
S3 – tipo B 10.º ano 200 1200 210 70 1680
S3 – Tipo C 11.º ano 100 1200 210 65 1575
Percurso
flexível a
partir do
processo de
RVCC
< ou = 9.º
ano
550
1200
210
85
Ajustado em
resultado do
processo de
RVCC
Fonte: Portaria nº 283/2011, p. 4711.
*O limite de horas na formação tecnológica é ajustado de acordo com a carga horária dos referenciais
patentes no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)
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Anexo 4A
Exemplificação de ofícios e e-mail enviados aos atores institucionais
Exma. Sra. Vereadora
da Câmara Municipal de Vagos
Rua da Saudade
3840-420 Vagos
Data: 28 de Junho de 2010
Assunto: Colaboração da vereadora na realização do Projecto de Doutoramento sobre a literacia da
leitura em adultos
Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A
literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por
este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.
Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num
grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,
entre 2007/2008.
Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas exploratórias com
actores institucionais, neste caso concreto da autarquia e da vereação em causa, de modo a identificarmos
factores de promoção da literacia e da leitura que possam contribuir para a formação de políticas públicas
no concelho de Vagos.
Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. Interessa-nos
também, na fase actual, proceder à consulta de um conjunto de fontes de documentais relativamente a esta
temática. A sua colaboração é de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.
Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.
Contactos:
Email: [email protected]
Telemóvel: 964745961
Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores
cumprimentos.
O(A) Investigador (a)
(Dra. Elisabete Brito)
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Exma. Sra. Dra.
Coordenadora Pedagógica
Multiaveiro – Projectos e Investimentos – Lda.
Rua Cais dos Remadores Olímpicos (Antigo Cais de
São Roque), 75
3800 - 156 Aveiro
Data: 29 de Junho de 2010
Assunto: Colaboração da coordenadora pedagógica na realização do Projecto de Doutoramento sobre a
literacia da leitura em adultos
Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A
literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por
este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.
Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num
grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,
entre 2007/2008.
Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas de aprofundamento
com actores institucionais, neste caso concreto com actores que contactaram com o grupo em causa, de
modo a aprofundar e contextualizar a importância da acção institucional e explorar o caso concreto da
formação EFA, associada a trajectórias de aprendizagem da leitura.
Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. A sua colaboração é
de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.
Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.
Contactos:
Email: [email protected]
Telemóvel: 964745961
Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores
cumprimentos.
O(A) Investigador(a)
__________________________
(Dra. Elisabete Brito)
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Exma. Sra.
Bibliotecária Responsável da Biblioteca
Municipal de Ílhavo
Av. General Elmano Rocha - Alqueidão
3830-198 Ílhavo
Data: 29 de Junho de 2010
Assunto: Colaboração da bibliotecária responsável na realização do Projecto de Doutoramento sobre a
literacia da leitura em adultos
Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A
literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por
este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.
Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num
grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,
entre 2007/2008.
Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas de aprofundamento
com atores institucionais, neste caso concreto com actores que contactaram com o grupo em causa, de
modo a identificarmos factores de promoção da literacia e da leitura que possam contribuir para a
formação de políticas públicas.
Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. Interessa-nos
também, na fase actual, proceder à consulta de um conjunto de fontes de documentais relativamente a esta
temática. A sua colaboração é de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.
Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.
Contactos:
Email: [email protected]
Telemóvel: 964745961
Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores
cumprimentos.
O(A) Investigador(a)
_________________________
(Dra. Elisabete Brito)
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Exmo. Sr.
Presidente da Junta de Freguesia de Soza
Data: 23 de Setembro de 2010
Assunto: Colaboração do Sr. Presidente da Junta de Freguesia na realização do Projecto de
Doutoramento sobre a literacia da leitura em adultos
Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A
literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por
este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.
Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num
grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,
entre 2007/2008.
Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas de aprofundamento
com actores institucionais, neste caso concreto com actores que contactaram com o grupo em causa, de
modo a aprofundar e contextualizar a importância da acção institucional e explorar o caso concreto da
formação EFA, associada a trajectórias de aprendizagem da leitura. Importa também, neste caso em
particular, captar o discurso político e compreender, através desse mesmo discurso, a realidade da
freguesia supra mencionada.
Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. A sua colaboração é
de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.
Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.
Estarei disponível para qualquer informação adicional. Como tal, disponibilizo o contacto de e-
mail – [email protected] – e o número de telemóvel – 964745961.
Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores
cumprimentos.
O(A) Investigador(a)
______________________________
(Dra. Elisabete Brito)
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Anexo 4B
Guião de entrevista aos interlocutores institucionais – formadoras, mediadora e
coordenadoras
I. Caracterização sociográfica
1. Sexo
2. Idade
3. Naturalidade
4. Área de residência
5. Nível de escolaridade
6. Atividade profissional em exercício
II. Educação e Formação de Adultos
1. Papel nos cursos EFA:
1.1.Tempo de trabalho com cursos EFA
1.2.Tempo de desempenho de funções enquanto coordenadora pedagógica
1.2.1. Papel desempenhado enquanto coordenadora pedagógica
1.2.2. Zonas de trabalho
1.2.3. Articulação com a coordenadora técnica
1.3.Tempo de desempenho de funções de mediação
1.3.1. Papel desempenhado enquanto mediadora
1.4.Formador
1.4.1. Módulos lecionados
1.4.2. Conteúdos desenvolvidos e trabalhos pedidos
1.4.3. Dificuldades associadas ao módulo
1.4.4. Importância do módulo nestes cursos
1.4.5. Articulação com outros módulos
1.4.6. Módulos com uma maior articulação
1.4.7. Conteúdos relacionados com esses módulos
1.4.8. Adequação dessa articulação
2. Seleção dos elementos do grupo que integrou o curso EFA B3 Ação
Educativa 2007/2008
2.1.Critérios de seleção do grupo
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20
2.2.Carências identificadas nos elementos deste grupo
2.3.Dificuldades identificadas à partida no grupo
2.4.Seleção dos formadores da equipa formativa que trabalhou com este grupo
2.5.Expectativas iniciais em relação ao grupo
3. Grupo que integrou o curso EFA B3 Ação Educativa 2007/2008
3.1.Dificuldades identificadas no grupo durante o processo de RVC
3.2.Discrepâncias entre os elementos do grupo
3.2.1. Carências no que diz respeito às práticas leitura
3.2.1.1.Forma como influenciam o módulo
3.3.Competências trabalhadas
3.4.Trajetória do grupo ao longo do curso
3.5.Trabalho da equipa formativa - articulação
3.6.Expectativas iniciais em relação ao grupo
4. Trabalho desenvolvido ao longo da formação pelo grupo
4.1.Desenvolvimento de atividades de promoção da leitura neste curso,
nomeadamente
4.1.1. Chocoleitura
4.1.2. Participação na atividade
4.1.2.1.Interação do grupo
4.1.2.2.Seleção do público
4.1.2.3.Reações do público
4.1.2.4.Coordenação do grupo
4.1.2.5.Espaço físico de concretização da atividade
4.1.2.6.Reações do grupo
4.1.2.7.Resultados finais
4.1.3. Centileia
4.1.3.1.Reações do grupo
4.1.3.2.Efeitos
4.1.4. Visita bibliotecas
4.1.4.1.Participação na atividade
4.1.4.2. Interação do grupo
4.1.4.3.Seleção do público
4.1.4.4.Reações do público
4.1.4.5.Coordenação do grupo
-
21
4.1.4.6.Espaço físico de concretização da atividade
4.1.4.7.Reações do grupo
4.1.4.8.Resultados finais
4.1.5. Dramatizações
4.1.5.1.Participação na atividade
4.1.5.2.Interação do grupo
4.1.5.3.Seleção do público
4.1.5.4.Reações do público
4.1.5.5.Coordenação do grupo
4.1.5.6.Espaço físico de concretização da atividade
4.1.5.7.Reações do grupo em diferentes fases
4.1.5.8.Discrepâncias
4.1.5.9.Dificuldades
4.1.5.10. Resultados finais
4.2.Recurso a atividades em torno da leitura nos módulos
4.2.1. Relevância dada pelo módulo a esta temática nestes cursos
4.2.2. Dificuldades no dia a dia da formação com este grupo
4.3. Atividades integradoras
4.4. Análise do que o grupo alcançou ao longo do curso
5. Integração dos adultos que frequentaram o curso EFA B3 Ação Educativa –
formação prática em contexto de trabalho
5.1. Seleção das instituições para a formação prática em contexto de
trabalho
5.2. Recetividade das instituições
5.3. Critérios de colocação destes adultos na formação prática em
contexto de trabalho
5.4. Localização das instituições
5.5.Acompanhamento pela mediadora no decorrer da formação prática
5.6.Mercado de trabalho após a conclusão da formação
III. Biblioteca municipal enquanto promotora das políticas públicas de leitura
1. Papel que as bibliotecas municipais a nível concelhio
2. Papel e contributo da biblioteca municipal nestes cursos - relevância
-
22
3. Importância desta articulação para estes cursos
4. Papel da biblioteca municipal nestes cursos – articulação com a biblioteca
municipal de Ílhavo
4.1.Benefícios desta articulação para as formandas
4.2.Influência nos módulos
4.3.Papel desta articulação enquanto fator para o desenvolvimento de
competências exigidas
4.4.Articulação entre as bibliotecas municipais e o trabalho em torno da
promoção da leitura enquanto componente complementar para estes
cursos
5. Análise das atividades, desenvolvidas na biblioteca, em dois momentos distintos, no
âmbito da promoção da leitura com este grupo
5.1.Evolução
5.2.À-vontade/ Estado de espírito
5.3.Ambiente/ espaço físico
5.4.Recetividade
5.5.Adequação das atividades
5.6.Pontos de melhoria
Plano de observação
Entrevistador
Entrevistado
Data
Local
Início
Fim
Observações
-
23
Anexo 4C
Grelha de categorias de análise – entrevista institucional a técnicos de formação:
mediadora, formadoras e coordenadoras
Categoria Dimensão Indicador
1.
Ed
uca
ção e
Form
açã
o d
e A
du
ltos
1.1. Equipa técnica: papel nos cursos EFA 1.1.1 Tempo de trabalho com cursos EFA
1.1.2 Funções de coordenação/mediação
1.1.2.1 Papel desempenhado
1.1.2.2 Zonas de trabalho
1.1.2.3 Articulação com coordenação técnica
1.1.3 Formador
1.1.3.1 Módulos lecionados
1.1.3.2 Conteúdos desenvolvidos e trabalhos
1.1.3.3 Dificuldades associadas ao módulo
1.1.3.4 Importância do módulo nos cursos
1.1.3.5 Articulação com outros módulos
1.1.3.5.1 Módulos com maior articulação
1.1.3.5.2 Conteúdos relacionados
1.1.3.5.3 Adequação da articulação
-
24
Categoria Dimensão Indicador
2.
Cu
rso E
FA
B3 A
ção E
du
cati
va
2.1. Curso EFA B3 Ação Educativa:
seleção dos elementos
2.1.1 Critérios de seleção
2.1.2 Carências identificadas
2.1.3 Dificuldades identificadas
2.1.4 Equipa formativa
2.1.5 Expectativas inicias em relação ao grupo
2.2. Curso EFA B3 Ação Educativa: o
grupo
2.2.1 Dificuldades no grupo durante RVCC
2.2.2 Discrepâncias entre os elementos
2.2.3 Carências de práticas de leitura
2.2.3.1 Forma como influencia o módulo
2.2.4 Competências trabalhadas
2.2.5 Trajetória do grupo ao longo do curso
2.2.6 Trabalho da equipa formativa: articulação
2.2.7 Expectativas iniciais em relação grupo
2.3 Trabalho desenvolvido pelo grupo: 2.3.1 Chocoleitura
atividades de promoção da leitura 2.3.1.1 Participação na atividade
2.3.1.2 Interação do grupo
2.3.1.3 Seleção do público
2.3.1.4 Reação do público
2.3.1.5 Coordenação do grupo
2.3.1.6 Espaço físico da atividade
2.3.1.7 Reações do grupo
2.3.1.8 Resultados finais
2.3.2 Centileia
2.3.2.1 Reações do grupo
2.3.2.2 Efeitos
2.3.3 Visita a bibliotecas
2.3.3.1 Participação na atividade
2.3.3.2 Interação do grupo
-
25
Categoria Dimensão Indicador
2.
Cu
rso E
FA
B3 A
ção
Ed
uca
tiva
2.3.3.3 Seleção do público
2.3.3.4 Reação do público
2.3.3.5 Coordenação do grupo
2.3.3.6 Espaço físico da atividade
2.3.3.7 Reações do grupo
2.3.3.8 Resultados finais
2.3.4 Dramatizações
2.3.4.1 Participação na atividade
2.3.4.2 Interação do grupo
2.3.4.3 Seleção do público
2.3.4.4 Reação do público
2.3.4.5 Coordenação do grupo
2.3.4.6 Espaço físico da atividade
2.3.4.7 Reações do grupo
2.3.4.8 Discrepâncias
2.3.4.8 Dificuldades
2.3.4.9 Resultados finais
2.3.5 Atividades em torno da leitura nos
módulos
2.3.5.1 Relevância
2.3.5.2 Dificuldades
2.3.6 Atividades integradoras
2.3.7 O que alcançou o grupo
2.4. Formação prática em contexto de
trabalho
2.4.1 Seleção das instituições
2.4.2 Recetividade das instituições
2.4.3 Critérios de colocação do grupo na FPCT
2.4.4 Localização das instituições
2.4.5 Acompanhamento pela mediadora
2.4.6 Mercado de trabalho após a conclusão
-
26
Categoria Dimensão Indicador
3.
Bib
liote
ca m
un
icip
al
enq
uan
to p
rom
oto
ra d
e p
olí
tica
s p
úb
lica
s d
e l
eitu
ra
3.1. Relação entre bibliotecas e cursos
EFA
3.1.1 Papel das bibliotecas a nível concelhio
3.1.2 Papel e contributo da biblioteca nestes
cursos
3.1.3.Importância da articulação
3.1.4 Articulação com a Biblioteca municipal
de Ílhavo
3.1.4.1 Benefícios para o grupo
3.1.4.2 Influência nos módulos
3.1.4.3 Papel da articulação para
desenvolvimento de competências
3.1.4.4 Articulação enquanto componente
complementar nos cursos
3.2. Atividades de leitura na biblioteca 3.2.1 Evolução
3.2.2 À-vontade/ Estado de espírito
3.2.3 Ambiente/ espaço físico
3.2.4 Recetividade
3.2.5 Adequação das atividades
3.2.6 Pontos de melhoria
-
27
Anexo 4D
Guião de entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Soza Vagos
I. Caracterização sociográfica
1. Sexo
2. Idade
3. Naturalidade
4. Área de residência
5. Nível de escolaridade
6. Atividade profissional em exercício
7. Tempo de exercício em funções políticas
II. População de freguesia de Soza
1. Tendo em conta o tempo de exercício de funções enquanto Presidente de uma Junta
de Freguesia, neste caso de Soza, tem tido um contacto mais direto com a população:
1.1. Maiores necessidades identificadas
1.2. Métodos de identificação dessas necessidades
1.3. Meios da Junta de Freguesia para ultrapassar essas necessidades
1.4. Iniciativas da parte da Junta de Freguesia, a nível cultural, em relação à
população
1.4.1. Adesão da população a essas iniciativas
1.4.2. Espaços culturais existentes na freguesia
1.4.3. Articulação com a Câmara Municipal
III. Educação e Formação de Adultos
1. Entre 2007/2008 a Junta de Freguesia acolheu um curso EFA B3 de Ação Educativa,
do qual fizeram parte 13 mulheres
1.1. Identificação de necessidades para a abertura de uma candidatura para
este curso
1.2. Motivos da concretização do curso na Junta de Freguesia
1.3. Relação entre o Centro Social – entidade promotora – e a Junta de
Freguesia
-
28
2. É também Presidente do Centro Social desta freguesia, que esteve envolvido na
concretização deste curso enquanto entidade promotora, através da sua
coordenadora técnica
2.1. Vantagens para o centro com essa candidatura
2.1.1. Benefícios detetados a piori
2.1.2. Benefícios a posteriori
3. Adequação do curso às necessidades da população da freguesia/ Vantagens para a
freguesia
4. Trabalho desenvolvido pelo grupo:
4.1. Feedback
4.2. Acompanhamento do grupo
4.3. Impressões do grupo e do trabalho desenvolvido
4.4. Contacto com a equipa pedagógica
4.5. Correspondência entre as expectativas criadas e o trabalho desenvolvido
em formação
IV. Biblioteca municipal enquanto promotora das políticas públicas de leitura
1. Tempo de sediação da biblioteca no Centro de Educação e Recreio
1.1. Existência de parcerias entre a biblioteca e outras entidades/ organismos
municipais para a concretização destas políticas de promoção da leitura
1.2. Dinamização de eventos no concelho para a população
1.2.1. Faixas etárias da população-alvo
2. Projeto de construção das novas instalações da biblioteca municipal
2.1. Opinião acerca do novo projeto
2.2. Previsão da concretização do projeto
2.3. Impasses para o atraso da construção destas novas instalações
2.4. Benefícios da nova biblioteca para a população/ concelho
3. Preocupações no que diz respeito à promoção da leitura relativamente à população do
concelho
-
29
Plano de observação
Entrevistador
Entrevistado
Data
Local
Início
Fim
Observações
-
30
Anexo 4E
Grelha de categorias de análise – entrevista institucional ao Presidente da Junta de
Freguesia de Soza
Categoria Dimensão Indicador
1.
Pop
ula
ção:
Fre
gu
esia
de
Soza
1.1.Contacto com a população pelo cargo
que ocupa
1.1.1 Maiores necessidades identificadas
1.1.2 Métodos de identificação das
necessidades
1.1.3 Meios para ultrapassar as necessidades
1.1.4 Iniciativas da Junta de Freguesia a nível
cultural
1.1.5 Adesão da população
1.1.6 Espaços culturais na freguesia
1.1.7 Articulação com a Câmara Municipal
2.
Ed
uca
ção e
Form
açã
o d
e A
du
ltos
2.1 Acolhimento do grupo na Junta de
Freguesia
2.1.1 Identificação das necessidades para
abertura do curso
2.1.2 Motivos de concretização na Junta de
Freguesia
2.1.3 Relação Centro Social/ Junta de
Freguesia
2.2 Centro Social enquanto entidade
promotora do curso EFA B3 Ação Educativa 2.2.1 Vantagens da candidatura para o Centro
2.2.2. Benefícios a piori
2.2.3 Benefícios a posteriori
2.2.4 Adequação do curso às necessidades da
população
2.3 Trabalho desenvolvido pelo grupo do
curso EFA B3 Ação Educativa 2.3.1 Feedback
2.3.2 Acompanhamento do grupo
2.3.3 Impressões do grupo e do trabalho
desenvolvido
2.3.4 Contacto com a equipa pedagógica
2.3.5 Expectativas criadas vs trabalho
desenvolvido
-
31
Categoria Dimensão Indicador
3.
Bib
liote
ca M
un
icip
al
enq
uan
to p
rom
oto
ra d
e p
olí
tica
s p
úb
lica
s d
e le
itu
ra
3.1. Biblioteca/ Centro de Educação e
Recreio 3.1.1 Tempo de sediação naquele espaço
3.1.2 Parcerias entre biblioteca e outras
entidades
3.1.3 Dinamização de eventos no concelho
3.1.4 Faixas etárias da população alvo
3.2. Instalações da nova biblioteca municipal
de Vagos 3.2.1 Visão do novo projeto
3.2.2 Previsão da concretização do projeto
3.2.3 Impasses no atraso da obra
3.2.4 Benefícios para a população/ concelho
3.3. Preocupações relativas à promoção da
leitura no concelho
-
32
Anexo 4F
Guião de entrevista à Técnica Superior da Biblioteca Municipal de Ílhavo
I. Caracterização sociográfica
1. Sexo
2. Idade
3. Naturalidade
4. Área de residência
5. Nível de escolaridade
6. Atividade profissional em exercício
II. Biblioteca municipal enquanto promotora das políticas públicas de leitura
1. Data de abertura da Biblioteca ao público
2. Missões da biblioteca municipal no concelho
3. Prioridades da biblioteca
4. Peculiaridades da biblioteca
5. Serviços disponibilizados aos utilizadores
6. Equipa técnica
6.1.Estruturação da equipa
6.2.Distribuição de pessoal
7. Outras infraestruturas para a concretização dessas políticas de promoção da
leitura
8. Projetos desenvolvidos no tempo
9. Papel desempenhado pelos técnicos desta biblioteca e a proximidade em relação
à população do concelho
10. Articulação entre a biblioteca e três pólos (Gafanha da Nazaré, do Carmo, da
Encarnação)
10.1. Assegurar de cada um dos pólos
10.2. Atividades desenvolvidas em cada um dos pólos
10.3. Públicos em cada um dos pólos
-
33
11. Interação com os CNO’s, nomeadamente com o CNO da Escola Secundária com
3.º Ciclo do Ensino Básico de Gafanha da Nazaré
12. Adesão dos utilizadores ou população em geral a iniciativas da Biblioteca
Municipal
12.1. Formas de obtenção de feedback às iniciativas desenvolvidas
12.2. Relação com as bibliotecas escolares e formas de cooperação
13. Preocupações da biblioteca com os utilizadores
14. Nº de utilizadores atuais
14.1. Idades dos utilizadores inscritos
14.2. Relação entre o número de utilizadores inscritos e o número efetivo de
utilizadores que recorre frequentemente à biblioteca
15. Regulamento da Biblioteca, data de 12 de abril de 2006, – restrições
15.1. Elementos presentes na elaboração do regulamento
15.2. Atualizações ao Regulamento
15.3. De acordo com o regulamento, no nº do artigo 5º (p.3), “poderão ter
iguais direitos os utilizadores de outras bibliotecas e outros concelhos
às quais a Biblioteca Municipal de Ílhavo se venha a associar, para esta
e outras finalidades, de acordo com o que estiver expresso nos
respetivos protocolos de cooperação”.
15.3.1. Género de cooperação
15.4. Forma de apresentação de sugestões
15.5. “O cartão de utilizador tem uma validade de 5 anos, desde que se
mantenham as condições de residência, trabalho ou estudo presentes à
data de emissão, sendo validado anualmente”.
15.5.1. Motivos dessa validade
III. Lugar que a promoção da leitura ocupa no concelho
1. Maiores necessidades da população do concelho/utilizadores da biblioteca
relativamente à leitura
1.1. Formas de identificação dessas necessidades
1.2. Por quem é feita essa identificação
1.3. Formas de combater essas necessidades
1.4. Redefinição dos projetos
-
34
2. Fatores de promoção da literacia e da leitura como contributo para a formação de
políticas públicas a nível concelhio
3. Ações de formação ou de sensibilização no âmbito da leitura
3.1.Tipo de públicos
3.2.Tipo de divulgação
IV. Abertura da biblioteca a utilizadores externos ao concelho
1. Abertura da biblioteca a um projeto desenvolvido em torno dos cursos EFA no
concelho vizinho
1.1. Burocracias a ultrapassar para esta abertura
1.2. Abertura esporádica ou abertura para outros púbicos
2. Atividades na biblioteca por esse grupo EFA
2.1. 1º Momento: Visita à biblioteca e hora do conto
2.2. 2º Momento: Dramatização de histórias
2.3. 3º Momento: Dramatização de histórias
3. Inscrição dos elementos desse grupo no final de 2007
3.1. Burocracias na inscrição
3.2. Recurso/utilização da biblioteca, entre finais de 2007 e 2010
3.3. Balanço da abertura ao exterior para novos utilizadores
Plano de observação
Entrevistador
Entrevistado
Data
Local
Início
Fim
Observações
-
35
Anexo 4G
Grelha de categorias de análise – entrevista institucional à Técnica Superior da
Biblioteca Municipal de Ílhavo
Categoria Dimensão Indicador
1.
Bib
liote
ca M
un
icip
al
e a p
rom
oçã
o d
a l
eitu
ra
1.1. Espaço cultural e de
promoção de políticas públicas
de leitura
1.1.1 Data de abertura ao público
1.1.2 Missões da biblioteca
1.1.3 Prioridades da biblioteca
1.1.4 Peculiaridades da biblioteca
1.1.5 Serviços disponibilizados
1.1.6 Estruturação da equipa técnica
1.1.6.1 Estruturação do pessoal
1.1.7 Outras infraestruturas de apoio
1.1.8 Projetos desenvolvidos no tempo
1.1.9 Papel dos técnicos e a proximidade com a
população
1.1.10 Biblioteca e polos de leitura
1.1.10.1 Assegurar dos polos
1.1.102 Atividades desenvolvidas
1.1.10.3 Públicos dos polos
1.1.11 Interação com os CNO's
1.1.12. Adesão dos utilizadores às iniciativas
1.1.121 Formas de obtenção de feedback
1.1.12.2 Relação com as bibliotecas escolares
1.1.13 Preocupações com os utilizadores
-
36
Categoria Dimensão Indicador 2.
Pop
ula
ção
do c
on
celh
o e
a p
rom
oçã
o d
a l
eitu
ra
1.2 Utilizadores e regulamento 1.2.1 Utilizadores inscritos
1.2.1.1 Idades
1.2.1.2 Relação: inscritos e efetivos
1.2.2 Restrições do regulamento de 12-04-2006
1.2.2.1 Feitura do regulamento
1.2.2.2 Atualização
1.2.2.3 Cooperação
1.2.2.4 Forma de apresentação de sugestões
1.2.2.5 Motivos da validade do cartão de utilizador
2.1. Necessidades da população
do concelho em relação à leitura
2.1.1 Formas de identificação
2.1.2 Por quem é feita a identificação
2.1.3 Formas de combater necessidades
2.1.4 Redefinição de projetos
2.1.5 Fatores de promoção da literacia
2.1.6 Ações de formação e sensibilização para a leitura
2.1.6.1 Tipo de públicos
2.1.6.2Tipo de divulgação
3.
Uti
liza
dore
s e
os
curs
os
EF
A
3.1. Abertura ao curso EFA de
Vagos
3.1.1 Burocracias
3.1.2 Abertura esporádica ou para outros públicos
3.2.1 Visita à biblioteca e hora do conto: 1.º Momento
3.2.2 Dramatização de histórias: 2.º Momento
3.2.3 Dramatização de histórias: 3.º Momento
3.3.1 Burocracias na inscrição
3.3.2 Recurso/ utilização da biblioteca por estas
mulheres (2007/2010)
3.3.3 Balanço da abertura ao exterior/novos utilizadores
-
37
Anexo 4H
Guião de entrevista exploratória com um investigador da área da sociologia da leitura
e da literacia
I. Caracterização sociográfica
1. Sexo
2. Idade
3. Naturalidade
4. Área de residência
5. Nível de escolaridade
6. Atividade profissional em exercício
II. Literacia
1. Fatores explicativos para os níveis de iliteracia em Portugal
1.1. Crianças/ jovens
1.2. Adultos
2. Razões das desigualdades no domínio da literacia em Portugal
3. De acordo com os vários estudos realizados nos últimos anos, os níveis de literacia
da população adulta em Portugal continuam a ser preocupantes, nomeadamente no
que diz respeito à leitura
3.1. Soluções para ultrapassar estes índices e aproximarmo-nos dos índices europeus.
3.2. Meios mais eficazes para fazer face a esta realidade
4. Equipa do PIAAC – Programa Internacional para a Análise das Competências dos
Adultos – programa de investigação internacional
4.1.Contributos deste estudo para ultrapassar o panorama atual em Portugal
4.2.Relação entre os níveis de literacia da população portuguesa e a economia do país;
4.3.Principais diferenças entre este estudo e os anteriores
4.4. PIAAC enquanto contributo para a tomada de consciência do trabalho desenvolvido
últimos anos pelos profissionais
5. Balanço do Plano Nacional de Leitura (PNL, 2006)
5.1.Evolução desde a sua implementação
-
38
5.1.1. Impacto do PNL desde a sua implementação
5.1.2. Resultados mais relevantes relativamente ao último ano
5.1.3. Resultados globais, após 4 anos
5.1.4. Medidas a equacionar e os resultados a melhorar, após esta avaliação
5.1.5. Níveis de recetividade do PNL ao longo dos últimos 4 anos
6. Projeto PNL e ANQ relativamente aos cursos de Educação de Adultos nos Centros
Novas Oportunidades (CNO’s), em 2009
6.1.Viabilidade do projeto
6.2.Influência deste projeto sobre os adultos
6.3.Situação dos adultos que não frequentam um CNO, mas frequentam um curso
noutra instituição, sendo o CNO um mero centro de validação de competências
6.3.1. Abrangência de todos os adultos, mesmo dos que não frequentam CNO’s
6.4.Sensibilização por parte dos próprios profissionais para esta problemática da
literacia e da promoção da leitura
6.4.1. Formas motivação dos próprios formadores
6.4.2. Situação dos 300 mil desempregados e a obrigatoriedade de formação
III. Leitura
1. Nos últimos anos ocorreu uma redefinição do conceito de leitura
1.1. Formas de encarar, em termos sociais, essa redefinição do conceito de leitura
1.2. As preocupações com a leitura começaram a alargar-se também aos adultos nos
últimos anos, a partir da década de 90
1.2.1. Resultados do trabalho que tem sido desenvolvido desde então
1.2.2. Recetividade dos adultos para ultrapassar as dificuldades da literacia e da leitura.
1.3. Papel das novas tecnologias relativamente à leitura e à literacia
1.3.1. Conceito de hipertexto: motivação ou dispersão
1.3.2. E-book ou livro em formato tradicional
2. Influência das práticas de promoção da leitura na formação de identidades
2.1 Papel das bibliotecas nos últimos anos junto das populações
-
39
Plano de observação
Entrevistador
Entrevistado
Data
Local
Início
Fim
Observações
-
40
Anexo 4I
Grelha de categorias de análise – entrevista exploratória com um investigador da área
da sociologia da leitura e da literacia
Categoria Dimensão Indicador
1.
Lit
eraci
a
1.1. Fatores explicativos dos níveis de iliteracia 1.1.1 Crianças jovens
1.1.2 Adultos
1.2 Desigualdades de literacia em Portugal 1.2.1. Soluções
1.2.2. Meios
1.3. PIAAC 1.3.1 Contributos
1.3.2 Relação entre níveis de literacia e a
economia
1.3.3 Diferenças em relação a estudos
anteriores
1.3.4 Tomada de consciência do trabalho dos
profissionais
1.4 Plano Nacional de Leitura 1.4.1 Evolução
1.4.2 Impacto
1.4.3 Resultados mais relevantes no último
ano
1.4.4 Resultados globais de 4 anos
1.4.5 Medidas a equacionar e resultados a
melhorar
1.4.6 Níveis de recetividade
1.5. Projeto conjunto PNL/ ANQ 1.5.2. Viabilidade do projeto
1.5.3 Influência do projecto sobre os adultos
1.5.4 Situação dos adultos externos aos CNO's
1.5.5 Sensibilização dos profissionais para a
problemática
1.5.6 Formas de motivação dos formadores
1.5.7 Obrigatoriedade da formação em
desempregados
-
41
Categoria Dimensão Indicador 2.
Lei
tura
2.1. Redefinição do conceito de leitura
2.1.1 Forma de encarar, em termos sociais a
redefinição
2.2 Preocupações da leitura alargadas aos adultos 2.2.1 Resultados do trabalho desenvolvido
2.2.2 Recetividade dos adultos
2.3. Papel das novas tecnologias
2.3.1 Hipertexto: dispersão ou motivação
2.3.2 E-book ou livro em formato tradicional
2.4 Práticas de promoção da leitura na formação
de identidades
2.4.1 Papel das bibliotecas junto das
populações
-
42
Anexo 4J
Mapa de entrevistas realizadas e não realizadas aos atores institucionais - 2010
Atores
Estado de concretização
Data Realizadas
Não
realizadas
Vereadora da Cultura da C.M. de Vagos X
Vereadora da Educação da C.M. de Vagos X
Presidente da Junta de Freguesia de Soza X 2010-09-27
Técnica Superior de Bibliotecas e Documentação de Ílhavo X
2010-10-25
Mediadora X 2010-07-22
Coordenadora técnica X 2010-07-14
Coordenadora pedagógica X 2010-07-28
Formadora de TIC X 2010-08-19
Formadora de Inglês X 2010-09-25
Formadora da componente tecnológica X 2010-07-08
Sociólogo X 2010-11-25
-
43
Anexo 4K
Grelha com indicação da data, local e duração de entrevistas realizadas aos
interlocutores institucionais formadoras, mediadora e coordenadoras
Interlocutores Data Local Duração Observações
Coordenadora
pedagógica do curso
EFA B3 Ação
Educativa entre
2007/2008
2010-07-
28
Multiaveiro
92m
Acumula a função de formadora e
consultora de formação
Coordenadora técnica
do curso EFA B3 Ação
Educativa entre
2007/2008
2010-07-
14
Centro
Social de
Soza
80m
Técnica de Serviço Social
Mediadora do curso
EFA B3 Ação
Educativa entre
2007/2008
2010-07-
22
Domicílio da
mediadora
217 m
Profissional de Reconhecimento,
Validação de Competências no
Programa das Novas Oportunidades
Formadora de TIC do
curso EFA B3 Ação
Educativa entre
2007/2008
2010-08-
19
Domicílio da
formadora
53m
Continua a exercer as funções de
formadora de TIC
Formadora de Inglês do
curso EFA B3 Ação
Educativa entre
2007/2008
2010-09-
25
Domicílio da
formadora
76m
Continua a exercer as funções de
formadora de Inglês
Formadora da
componente
tecnológica do curso
EFA B3 Ação
Educativa entre
2007/2008
2010-07-
08
Domicílio da
formadora
135m
Continua a trabalhar a componente
tecnológica, com diferentes módulos
em cursos EFA
-
44
Anexo 4L
Registos de observação da situação de entrevista aos interlocutores institucionais
Formadoras, mediadora e coordenadoras
Ator institucional
Data
Local
Duração
Formadora da componente tecnológica
2010-07-08
Domicílio da formadora
135 m (15h45 – 18h00)
Observações
A entrevista que anteriormente estava marcada para as 15h foi alterada para as 15h30 pela formadora
duas horas antes, uma vez que a reunião que tinha no decorrer da manhã terminara mais tarde. Esta foi a
primeira de uma série de entrevistas a atores institucionais que trabalharam de perto com o grupo EFA B3
Ação Educativa, que decorreu no concelho de Vagos, entre 2007/2008.
O dia estava quente, o sol aqueceu durante a viagem. Tentei descontrair um pouco, aumentando
ligeiramente o volume do rádio. 10m antes da hora marcada Cheguei a casa dela. O caminho parecia bem
mais curto do que da última vez que lá tinha estado. Tentei ligar-lhe, embora o portão estivesse aberto.
Estava interrompido. Voltei a tentar. Entrei. Ela, entretanto, voltou a ligar para a chamada que tinha
anteriormente – outra formadora. Sentamo-nos um pouco no hall enquanto ela resolvia alguns assuntos
com a outra formadora. No quintal notava-se a presença da filhota dela. Embora estivesse tudo muito
silencioso – só se ouviam os sons da natureza – havia imensos brinquedos espalhados – carrinhos,
piscina, bonecos. Só mesmo com crianças em casa encontramos este cenário. A filhota de dois anos
estava a dormir, por isso resolvemos aproveitar para iniciar logo a entrevista. Acabámos por ficar na sala,
uma em frente à outra, para não fazer muito barulho, não fosse ela acordar.
Como ela já sabia o tema do trabalho e aquilo que se pretendia desenvolver, falámos por breves minutos e
sumariamente acerca dos temas da entrevista. Liguei a máquina de filmar. Iniciámos às 15h45m.
Estávamos ambas relativamente descontraídas, embora a máquina inicialmente possa ter causado alguma
estranheza. Como não era uma situação habitual senti-me um pouco nervosa e apreensiva também pela
posição em que estava, mas aos poucos fomos descontraindo. A entrevista desenvolveu-se num ambiente
informal, pela própria relação de à-vontade que construímos a nível profissional. Em algumas situações
remetia para o trabalho conjunto que realizámos. Por várias vezes mexeu no cabelo, rabiscou no papel
que tinha em cima da mesa, a caneta ia saltitando nas mãos, a mão passava pelo braço, sorriu e riu quando
abordou algumas questões e atividades desenvolvidas pelo grupo em causa. O facto de ter trabalhado com
esta formadora no âmbito da formação fez com que, embora tentasse evitar, interviesse mais do que
pensara. Além disso, ela fez referência a essas situações, em algumas procurou esclarecer uma ou outra
dúvida. A certa altura os nossos discursos sobrepunham-se, por interrupção de uma ou de outra.
Pouco tempo depois de termos começado fomos interrompidas pela vizinha – miúda de 11 anos – que
bateu à porta da cozinha e entrou logo a seguir em casa, sem que desse sequer tempo à nossa interlocutora
-
45
de responder. A porta da cozinha estava aberta e ela trazia um cão pequenino para mostrar. Minutos
depois de ela ter saído retomámos. Não muito tempo depois a filha acordou. Foi buscá-la e deixou-a
entretida com uns brinquedos. Porém, uma série de interrupções sucessivas da filha não nos deixaram
avançar muito. Ela não gostava que a deixássemos sozinha e estivéssemos ali a conversar sem lhe dar
atenção e por isso chorava. A entrevistada resolveu levar a filha a casa da vizinha para que pudéssemos
continuar. Portanto, entre as 16h35 e as 17h foram mais as interrupções do que os momentos reais de
entrevista. Daí a dificuldade de contar o tempo efetivo. Os 135 m em que andámos num para-arranca
converteram-se em metade do tempo de entrevista real, sem interrupções. Importa salvaguardar que
depois de ter desligado a máquina, após ter trabalhado o guião com ela, estivemos a conversar um pouco
mais, de forma igualmente descontraída, acerca da posição dela enquanto formadora de algumas destas
formandas noutro curso EFA, mas de nível secundário. Nessa altura voltei a ligar a máquina, uma vez que
considerei estes dados relevantes para a temática e que não estavam contempladas a priori no guião e que
valia a pena ter explorado um pouco mais, para se poder compreender o percurso destas mulheres.
No final, já completamente off the record, dialogámos acerca do desenvolvimento da entrevista e
apercebemo-nos que devíamos ter feito uma viagem no tempo para recordar e contextualizar um pouco
situações do curso, antes de termos entrado propriamente na entrevista. Não obstante, havia a questão do
tempo e do facto de a filha poder acordar. Contudo, mostrou total disponibilidade para continuar a
colaborar com o projeto e agendarmos uma nova entrevista para dialogarmos sem tantas interrupções.
Cá fora continuava tudo muito calmo – ouviam-se os sons dos sapos e de outros animais e um ou outro
carro mais abaixo. O sol estava meio escondido e um vento tornava o ambiente já não tão acolhedor
naquele final de tarde.
Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).
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46
Ator institucional
Data
Local
Duração
Coordenadora técnica do curso EFA B3 Ação Educativa
2010-07-14
Centro Social
80 m (10h10 – 11h30)
Observações
O dia acordou encoberto. As nuvens sisudas teimavam em tornar aquele dia de verão mais tristonho, mas
ainda assim estava agradável. O sol insistia em espreitar, mas as nuvens mais densas encobriam-no.
Cheguei a Vagos 30 m antes da hora marcada. Por isso, em vez de ir diretamente para o Centro Social,
optei por ir até ao centro de Vagos. Corria uma brisa suave. Tentei descontrair um pouco porque estava
ansiosa, por motivos de outra ordem.
Assim, 8 m antes das 10h cheguei ao Centro Social, onde funciona a creche da instituição. O edifício,
com linhas simples e funcional, foi inaugurado em setembro de 2007. Quando entrei, estava apenas um
dos funcionários na receção. A técnica estava no ATL (outro edifício da instituição, mais antigo). Por
isso, sentei-me nas cadeiras que estavam mesmo ali ao lado. Das salas ouviam-se as vozes, mais
estridentes ou mais fracas, das crianças. Mas, 5 m depois das 10h a nossa interlocutora chegou, com o
mesmo sorriso, simpatia e boa disposição de sempre. Entrámos no gabinete. No gabinete, não muito
grande, vários dossiers estavam distribuídos pelas estantes, algumas folhas em cima da mesa. No gabinete
sentámo-nos frente a frente com uma mesa redonda no meio. Discutimos o modelo de conversa e
mencionei de forma genérica os temas a abordar ao longo da entrevista.
A entrevista decorreu num ambiente informal e descontraído e a máquina de filmar não teve qualquer
interferência, tendo ficado mais desviada na mesa. Houve duas interrupções ao longo da entrevista, mas
apenas por breves momentos – chamadas que implicaram o respetivo atendimento. As vozes das crianças
que ouvi quando cheguei ao Centro mantinham-se, mas não perturbaram as condições de gravação nem
os nossos discursos.
Ao longo da entrevista procurei que ela desenvolvesse o seu discurso, procurando igualmente ao longo da
mesma olhar para a entrevistada, sentada defronte de mim. Ela sorriu e riu abertamente quando abordou
algumas questões. Ficou mais séria quando lhe era colocada alguma questão, respondendo de forma
imediata. As mãos, em determinados momentos mexeram no rosto – nariz, pescoço -, no cabelo. Pela
forma informal como a entrevista se foi desenrolando acabei por evitar confrontar-me diretamente com o
guião que estava à minha frente. Consoante se foi tornando mais uma conversa o guião deixou de ser a
minha base. Pelo discurso da entrevistada, fui intervindo e colocando novas questões. A certa altura, os
nossos discursos sobrepunham-se, com a interrupção de uma ou de outra.
Depois de desligar a máquina de filmar e concluirmos a entrevista, conversámos ainda 10/15 m. Fomos
interrompidas por uma das funcionárias, que necessitava da presença da técnica noutra sala. A despedida
foi afável, como sempre, e a disponibilidade, verbalmente, mantém-se.
Saí do Centro quando faltava pouco para a hora de almoço. Estava um pouco mais quente, mas as nuvens
teimavam em permanecer densas. Apesar dessa teimosia para tirar um pouco de brilho ao dia, saí dali
com um grande sorriso.
Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).
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47
Ator institucional
Data
Local
Duração
Mediadora do curso EFA B3 Ação Educativa
2010-07-22
Domicílio da mediadora
217 m (10h40– 14h17)
Observações
Às 10h em ponto cheguei ao apartamento de Anadia. A porta de entrada estava aberta, subi. A campainha
não estava a funcionar, por isso só quase cerca de 8m depois é que ouvi barulho no apartamento, bati à
porta. Entrei e esperei na sala até que a nossa entrevistada acabasse de se arranjar. Na sala havia um sofá
maior e dois mais pequenos, uma lareira com fotografias e outras recordações, entre elas do curso e das
várias formações que deu. A secretária mostrava que tinha estado a trabalhar até tarde. O portátil estava
aberto, com redes sociais abertas, o que revela o contacto permanente com o trabalho mesmo estando de
baixa médica. Pela secretária estavam espalhadas folhas, dossiers, uma impressora. As estantes continham
livros, dossiers, encadernações. Numa mesa redonda ao lado estava um vidro com uma vela no meio e
algumas chávenas à volta. Revelava ser um espaço de convívio em simultâneo com espaço de trabalho. A
porta da varanda estava aberta, com a persiana aberta até meio. Àquela hora entrava uma ligeira brisa.
Ouviam-se vozes de crianças a brincarem. Mais abaixo e do outro lado da rua estava a Santa Casa da
Misericórdia. O sol raiava com mais energia. Subitamente ouviu-se o som estridente de um carro de
bombeiros que passou na rua.
Depois de fechar a porta da varanda para diminuir um pouco o barulho dos carros na rua, a mediadora
deitou-se no sofá, devido ao problema de saúde que a obriga a estar mais tempo com a perna esticada. Às
10h40 iniciámos e entrevista, que decorreu num ambiente informal e descontraído. Ao longo da entrevista
procurei que ela desenvolvesse o seu discurso de forma fluente e articulada, procurando igualmente ao
longo da mesma olhar para a entrevistada, sentada defronte de mim, o que fez com que ao longo de toda a
entrevista mantivéssemos o contacto visual. Ela sorriu e riu abertamente quando abordou algumas
questões. Ficou mais séria quando lhe era colocada alguma questão, respondendo de forma imediata.
Mudou de posição em alguns momentos, não deixando de estar deitada no sofá. As mãos foram
acompanhando o seu discurso, numa relação entre a linguagem verbal e a não verbal. Inicialmente parecia
ligeiramente mais retraída, quiçá pela presença da máquina de filmar, mas paulatinamente foi ficando
mais à-vontade. A interrupção pelo vibrar do telemóvel levou a que fizéssemos, após 99 m de entrevista,
uma pausa de 10m para um café e uma água. Nessa altura a máquina de filmar começou a dar sinais de
bateria fraca e aproveitei para ligar a máquina à corrente, para evitarmos outras interrupções. Pela forma
informal como a entrevista se foi desenvolvendo acabei por evitar confrontar-me diretamente com o guião
que estava à minha frente. Consoante se foi tornando mais uma conversa o guião deixou de ser a minha
base e foram surgindo outras questões que ela foi abordando e considerei pertinente desenvolver. Pelo
discurso da entrevistada, fui intervindo e colocando novas questões nos momentos em que considerei
serem pertinentes. A certa altura, os nossos discursos sobrepunham-se, com a interrupção de uma ou de
outra, procurando sempre que o tempo de discurso dela fosse superior ao das minhas intervenções, que
surgiram apenas para clarificar algumas questões.
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48
O diálogo e os temas foram surgindo tão naturalmente que nem sequer nos apercebemos do passar das
horas. No final mostrou-se, à semelhança de outras conversas com os atores institucionais deste curso,
disponível para continuar a colaborar com este projeto. Eram já 14h17 quando desliguei a máquina. Só aí
nos apercebemos que já estávamos com alguma fome, por isso, após 217 m de conversa, fomos almoçar
juntas à Cúria. Lá fora o vento fazia bulir as folhas das árvores, mas estava agradável porque fazia com
que o calor não fosse demasiado intenso.
Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).
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49
Ator institucional
Data
Local
Duração
Coordenadora pedagógica do curso EFA B3 Ação Educativa
2010-07-28
Multiaveiro
92 m (14h43 – 16h15)
Observações
O dia estava bastante quente. Em Aveiro, junto à ria, corria uma ligeira brisa, mas nem por isso estava
mais fresco. Mas à medida que me fui aproximando de Aveiro, o céu foi ficando mais encoberto pelo
fumo dos incêndios. Já em Aveiro deparei-me com as sirenes de vários carros de bombeiros que se iam
cruzando comigo no frenesim do trânsito. Depois de uma viagem entre Coimbra e Aveiro sob este calor,
cheguei a Aveiro completamente a pingar. Depois de estacionar, atravessei a ponte pedonal e fui até à
Multiaveiro. Nessa altura, dois barcos cruzavam-se na ria, ali mesmo em frente, com alguns turistas que
aproveitavam para tirar fotografias.
Às 14h20 cheguei à Multiaveiro, 10 m antes da hora combinada. Estava tudo muito calmo, em nada se
comparava com a agitação visível noutras alturas do ano. Na receção ligaram para a sala onde estava a
coordenadora pedagógica e ela pediu para subir para a sala de reuniões. Quando cheguei sentei-me para
recuperar um pouco o fôlego. Apesar da diferença de temperatura da rua para as instalações da
Multiaveiro, eu continuava literalmente a pingar. Na sala de reuniões, espaço exíguo, havia somente uma
mesa redonda com algumas cadeiras à volta e no canto, em frente à porta, um pequeno armário que tinha
em cima recordações de alguns cursos. Passado pouco tempo, ela veio ter comigo Cumprimentámo-nos
afavelmente como sempre. Sentámo-nos novamente, ao lado e ao mesmo tempo de frente uma para a
outra, e passados alguns minutos, ela entreabriu a porta porque estava um pouco abafado. Discutimos o
modelo de conversa. Como me tinha solicitado o envio, por e-mail, do guião da entrevista, não voltei e
repetir a informação, até porque já tínhamos falado sobre isso também em contactos anteriores por
telefone. Acabámos por ficar durante quase 30 m, a conversar sobre diferentes temas, mais ou menos
banais.
Às 14h43 iniciámos a entrevista, num ambiente informal, tal como já tinha acontecido com as entrevistas
anteriores com os atores institucionais ligados aos cursos EFA. Ao longo da entrevista procurei que ela
desenvolvesse o seu discurso de forma fluente e articulada, procurando igualmente ao longo da mesma
olhar para a entrevistada, sentada diante de mim, o que fez com que ao longo de toda a entrevista
mantivéssemos o contacto visual. Ela sorriu quando abordou algumas questões, mas manteve ao longo de
toda a entrevista o olhar calmo e sereno que a caracterizava. Diante dela, em cima da mesa, estava uma
folha impressa com o guião e uma caneta. Ia mexendo com as mãos com um bocado de cartolina que
servia também de leque, mas que foi sendo dobrado aos bocadinhos ao longo da entrevista e que no final
ficou mesmo em quadradinhos. A certa altura deparei-me com um diálogo acerca de algumas situações da
formação do curso em causa, para esclarecer e que foram o mote para ela dar novos exemplos ou
aprofundar o que tinha dito a piori. Contudo, apercebi-me, contrariamente às entrevistas anteriores, que
falou de forma mais genérica, não direcionado as suas respostas para este curso em concreto. Essa
situação ocorreu somente quando lhe foram colocadas questões mais particulares. Tal como aconteceu
-
50
nas entrevistas anteriores, não seguimos o guião na íntegra, pela própria fluidez do discurso. Pelo discurso
da entrevistada, fui intervindo e colocando novas questões nos momentos em que considerei serem
pertinentes. Assenti em determinadas alturas, intervim noutras. Durante a entrevista não houve qualquer
interrupção, embora tenhamos sentido o movimento de algumas pessoas na sala do lado e ouvido telefone
que tocou várias vezes, mas nada disto afetou o decorrer da entrevista.
Às 16h15 a máquina desligou-se porque ficou sem bateria, mas não me preocupei porque já tínhamos
abordado, de uma forma geral, as questões que considerámos mais pertinentes para o tema. A partir desse
momento acabamos por conversar acerca de casos particulares de formandos e outras questões mais
gerais, mas sempre em torno da formação. Às 17h despedimo-nos, mais uma vez de forma afável. No
final mostrou-se, à semelhança de outras conversas com os atores institucionais deste curso, disponível
para continuar a colaborar com este projeto. Desci e, no andar de baixo, deparei-me com duas pessoas,
que cumprimentei de forma cordial. Saí para a rua. Corria uma ligeira brisa, mas continuava abafado e
quente. Na rua não se via muita gente. Duas senhoras, apesar do calor, faziam exercício físico, à sombra
de uma árvore. Dois senhores conversavam junto à ponte pedonal. Um barco passeava na ria, mas ia
praticamente vazio. Um final de tarde bastante quente, tal como vinha sendo habitual nos últimos dias,
mas mesmo assim tinha de regressar a Coimbra.
Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).
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51
Ator institucional
Data
Local
Duração
Formadora de TIC do curso EFA B3 Ação Educativa
2010-08-19
Domicílio da formadora
53m (16h30 – 17h23)
Observações
O dia, contrariamente às previsões meteorológicas, estava límpido e sem nuvens. Estava quente, embora
fosse uma temperatura normal para a época, contrariamente àquilo que vinha acontecendo nas últimas
semanas. Embora estivesse de férias, fiz um interregno para me encontrar com a formadora de TIC
(Tecnologias da Informação e Comunicação) do curso EFA B3 Ação Educativa, que também que estava
de férias. Setembro, como habitualmente, avizinhava-se um mês de retorno ao trabalho e horários mais
apertados. Por isso aproveitámos para nos reencontrarmos e realizarmos a entrevista.
Depois de me ter enviado as indicações do endereço através de SMS, cheguei lá às 15h20. À entrada de
Aveiro estava alguma confusão de trânsito, não propriamente para o centro da cidade, mas em direção das
praias. Quando cheguei à porta de entrada do prédio, aproveitei que uma senhora estava a entrar e entrei
com ela. Enquanto ela chamava o elevador, liguei à formadora para confirmar o andar. Subi. Toquei à
campainha e segundos depois ela veio abrir. Entrei e fui com ela até à varanda, não muito grande, para ela
terminar de fumar o cigarro.
Entretanto, entrámos para a sala. Na sala havia um sofá maior e dois mais pequenos, uma lareira e uma
mesa pequenina junto de um dos sofás. Na outra ponta da sala, que não era muito grande, estava uma
mesa cheia de livros e materiais de trabalho, juntamente com o portátil. Este espaço revelava ser em
simultâneo um espaço de convívio e de trabalho. Conciliando estes dois espaços, havia duas plantas, a do
conto já a esbarrar no teto e a virar ligeiramente. A gata Nina andava pela sala muito calmamente e à
vontade, sem se importar com as visitas, o que revela a relação da entrevistada com os animais, mesmo
residindo num apartamento. Depois de vaguear um pouco, deitou-se no sofá junto da dona e ali
permaneceu durante todo o nosso diálogo prévio e da entrevista. No chão estavam espalhados alguns
objetos – um rato miniatura, uma bola pequena, uma folha de papel amarrotada em forma de bola.
Antes de iniciarmos a entrevista acabámos por abordar outras questões acerca da formação que tínhamos
dado em conjunto e dos cursos com que ela estava a trabalhar naquele momento. Acabámos por ficar
sensivelmente 1h naquela conversa mais descontraída, até porque já não nos víamos há algum tempo. Às
16h30 liguei a máquina de filmar e começámos a entrevista, que decorreu num ambiente informal e
descontraído.
Ao longo da entrevista procurei que ela desenvolvesse o seu discurso de forma estruturada, procurando,
ao longo da mesma, olhar para a entrevistada, sentada defronte de mim. Não olhou em momento algum
diretamente para a máquina de filmar, foi fixando outros pontos daquele espaço. Ela sorriu e riu
abertamente quando abordou algumas questões. As mãos foram acompanhando o seu discurso. O único
som que se ouviu ao longo da entrevista foi o do comboio, em dois momentos distintos, não fosse o facto
de a estação ser na rua paralela ao apartamento. Depois de desligar a máquina de filmar e concluirmos a
entrevista, continuamos a conversar de outros temas. O dia lá fora continuava quente.
Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).
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52
Ator institucional
Data
Local
Duração
Formadora de Inglês do curso EFA B3 Ação Educativa
2010-09-25
Domicílio da formadora
76m (16h37-17h53)
Observações
O dia estava límpido, sem nuvens e o sol aquecia, embora não com a energia das últimas semanas.
Notava-se perfeitamente que este sol era de outono. De qualquer modo, estava uma tarde agradável. Eram
15h quando cheguei a Ílhavo. Estacionei e caminhei alguns metros até ao prédio onde morava a nossa
interlocutora. Neste espaço de tempo fui ouvindo o chilrear dos pássaros. Não andava muita gente na rua,
apenas um casal estava numa das varandas dos prédios contíguos. Dei-lhe um toque para o telemóvel, a
porta abriu-se e subi. Embora tivesse de subir apenas até ao 1º andar, acabei por ir de elevador. Quando a
porta do elevador se abriu no 1ºandar assustei-me porque apareceu subitamente o cão dela, que se atirou
logo a mim na brincadeira.
Entrámos para a sala, ligeiramente diferente em relação à última visita que lhe tinha feito. Nas paredes
estavam vários quadros, em cima de um dos móveis havia várias fotografias das filhotas. O parque das
gémeas estava encostado ao móvel. Lá dentro estavam vários brinquedos. A televisão encontrava-se
ligada, afinal ela estava a ver um dos filmes do Harry Potter. O sofá era mais espaçoso. Naquela altura as
filhotas ainda estavam a dormir, mas não demorou muito para que uma delas despertasse e nos fizesse
companhia, andando a gatinhar pela sala. Acabámos por nos sentarmos no sofá e conversar sobre uma
série de temas, que não propriamente o da entrevista.
Eram já 16h37 quando iniciámos a entrevista, até porque nem sequer nos tínhamos apercebido que tinha
passado tanto tempo desde que tinha chegado. Nessa altura já andavam as meninas a gatinhar pela sala.
Mesmo assim, sabendo, à partida, que poderíamos ter algumas interrupções pelo meio, resolvemos
começar. Não obstante, 5m depois de termos iniciado, fomos interrompidas pelo som da campainha.
Fizemos uma pequena pausa. Retomámos alguns minutos depois, desta vez apenas com o som de fundo
das vozes das meninas que estavam na cozinha com a avó. O telemóvel dela ainda tocou, mas acabou por
desligar a chamada e a mãe dela acabou por aparecer na sala para perguntar algo, mas foram interrupções
fugazes, que não justificaram a interrupção da gravação.
A entrevista decorreu num ambiente informal e descontraído. Ao longo da entrevista procurei que ela
desenvolvesse o seu discurso de forma natural e estruturada, procurando igualmente ao longo da mesma
olhar para a entrevistada, o que fez com que durante toda a entrevista mantivéssemos o contacto visual.
Ela sorriu e riu francamente quando abordou algumas questões. Ficou mais séria quando lhe era colocada
alguma questão, respondendo de forma instantânea. O facto de a entrevista estar a ser filmada não teve
qualquer interferência, afinal, a certa altura, os nossos discursos acabaram por se sobrepor, com a
interrupção de uma ou de outra, procurando sempre que o tempo de discurso dela fosse superior ao das
minhas intervenções, que surgiram apenas para clarificar algumas questões. Tal como aconteceu nas
entrevistas anteriores, não seguimos o guião na íntegra, pela própria fluência do discurso. Até porque
-
53
acabou por surgir um ou outro assunto que ela ia abordando e não era necessário repetir apenas porque
estava no guião. Outros temas foram surgindo pelo próprio discurso dela. As mãos foram acompanhando
o seu discurso, numa relação entre a linguagem verbal e a não-verbal. Sentada no sofá, foi mudando
ligeiramente de posição, ora numa posição mais direta, ora reclinando a cabeça mais para trás. A dada
altura, pelo tema que estava a abordar notei uma mudança no olhar, mais brilhante e ligeiramente
lacrimejante.
Às 17h53 acabámos por concluir a entrevista, tendo, contudo, ficado ainda mais 45m numa conversa
informal sobre vários temas. Quando saí, o tempo tinha mudado consideravelmente. O sol ainda não tinha
desaparecido, mas o vento era bastante mais frio, tornando-se desagradável. A temperatura era
completamente diferente daquela que tinha encontrado ao início da tarde.
Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).
-
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