a literacia da leitura em adultos análise diacrónica de processos de...

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Faculdade de Letras da Universidade do Porto A literacia da leitura em adultos análise diacrónica de processos de (re)socialização num grupo de Educação e Formação de Adultos, construído no feminino Elisabete Correia Brito Tese elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Sociologia na especialidade das Desigualdades, Cultura e Território, sob a orientação da Professora Doutora Natália Maria Azevedo Casqueira e coorientação do Professor Doutor João Miguel Trancoso Vaz Teixeira Lopes Parte II − Anexos Porto Setembro de 2012

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  • Faculdade de Letras da Universidade do Porto

    A literacia da leitura em adultos – análise diacrónica de processos de

    (re)socialização num grupo de Educação e Formação de Adultos,

    construído no feminino

    Elisabete Correia Brito

    Tese elaborada para a obtenção do grau de Doutor em Sociologia

    na especialidade das Desigualdades, Cultura e Território, sob a orientação da Professora

    Doutora Natália Maria Azevedo Casqueira e coorientação do Professor Doutor João

    Miguel Trancoso Vaz Teixeira Lopes

    Parte II − Anexos

    Porto

    Setembro de 2012

  • Texto escrito conforme o Acordo Ortográfico (convertido pelo programa Lince).

    Nas citações de obras portuguesas editadas antes da entrada em vigor do Acordo

    Ortográfico mantém-se a grafia original, assim como em todos os documentos em anexo

    entregues pela autora e os que foram redigidos por outrem antes da entrada em vigor do

    referido Acordo.

  • 5

    SUMÁRIO

    Anexo 1A

    Referencial dos cursos de Educação e Formação de Adultos – Nível Básico 10

    Anexo 1B

    Desenho curricular dos cursos EFA – certificação escolar de nível básico e certificação

    profissional 11

    Anexo 1C

    Planos curriculares dos cursos de Educação e Formação de Adultos – percursos

    formativos B1, B2, B1+B2, B3, B2+B3: referência em horas (a) 12

    Anexo 1D

    Referencial de formação dos cursos EFA – Percursos formativos S e S3, tipos A, B ou

    C 13

    Anexo 1E

    Planos curriculares dos cursos EFA NS – dupla certificação 14

    Anexo 4A

    Exemplificação de ofícios e e-mail enviados aos atores institucionais 15

    Anexo 4B

    Guião de entrevista aos interlocutores institucionais – formadoras, mediadora e

    coordenadoras 19

    Anexo 4C

    Grelha de categorias de análise – entrevista institucional a técnicos de formação:

    mediadora, formadoras e coordenadoras 23

    Anexo 4D

    Guião de entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Soza Vagos 27

    Anexo 4E

  • 6

    Grelha de categorias de análise – entrevista institucional ao Presidente da Junta de

    Freguesia de Soza 30

    Anexo 4F

    Guião de entrevista à Técnica Superior da Biblioteca Municipal de Ílhavo 32

    Anexo 4G

    Grelha de categorias de análise – entrevista institucional à Técnica Superior da

    Biblioteca Municipal de Ílhavo 35

    Anexo 4H

    Guião de entrevista exploratória com um investigador da área da sociologia da leitura e

    da literacia 37

    Anexo 4I

    Grelha de categorias de análise – entrevista exploratória com um investigador da área da

    sociologia da leitura e da literacia 40

    Anexo 4J

    Mapa de entrevistas realizadas e não realizadas aos atores institucionais - 2010 42

    Anexo 4K

    Grelha com indicação da data, local e duração de entrevistas realizadas aos

    interlocutores institucionais formadoras, mediadora e coordenadoras 43

    Anexo 4L

    Registos de observação da situação de entrevista aos interlocutores institucionais

    Formadoras, mediadora e coordenadoras 44

    Anexo 4M

    Grelhas de excertos das entrevistas aos atores institucionais que integraram o curso EFA

    B3 Ação Educativa de Soza formadoras, mediadora e coordenadoras 54

    Anexo 4N

    Grelha com indicação da data, local e duração das entrevistas realizadas aos

    interlocutores institucionais locais 68

    Anexo 4O

    Registos de observação da situação de entrevista aos interlocutores institucionais 69

  • 7

    Anexo 4P

    Grelhas de excertos de entrevistas aos atores institucionais locais – Presidente da Junta

    de Freguesia de Soza 73

    Anexo 4Q

    Grelhas de excertos de entrevistas aos atores institucionais locais – Técnica Superior de

    Bibliotecas e Documentação de Ílhavo 79

    Anexo 4R

    Grelha com indicação da data, local e duração da entrevista exploratória com um

    investigador da área da sociologia da leitura e da literacia 84

    Anexo 4S

    Registo de observação da situação de entrevista exploratória com um investigador da

    área da sociologia da leitura e da literacia 85

    Anexo 4T

    Grelhas de excertos da entrevista exploratória com um investigador da área da

    sociologia da leitura e da literacia 87

    Anexo 4U

    Registo de observação da consulta de documentação na Biblioteca Municipal de Vagos

    92

    Anexo 4V

    Guião de entrevista ao grupo de mulheres do curso EFA B3, de Vagos 94

    Anexo 4W

    Grelha de categorias de análise das entrevistas ao grupo de mulheres do curso EFA B3,

    de Vagos 102

    Anexo 4X

    Mapa de entrevistas individuais realizadas e não realizadas ao grupo - 2008 110

    Anexo 4Y

    Mapa de entrevistas individuais realizadas e não realizadas ao grupo – 2011 111

    Anexo 4Z

  • 8

    Grelha com menção da data, local e duração das entrevistas individuais realizadas com

    ao grupo do curso EFA B3, de Vagos 112

    Anexo 4AA

    Registo de observação da situação de entrevista com o grupo de mulheres 114

    Anexo 4AB

    Registo de observação de visitas informais a alguns elementos do grupo 138

    Anexo 4AC

    Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –

    trajetória familiar 146

    Anexo 4AD

    Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –

    trajetória escolar 185

    Anexo 4AE

    Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –

    trajetória profissional 218

    Anexo 4AF

    Grelha de fragmentos das entrevistas de história de vida dos elementos do grupo –

    práticas de leitura 239

    Anexo 4AG

    Planificação do grupo focal 260

    Anexo 4AH

    Exemplificação do guia de orientação para anotações do Grupo focal 267

    Anexo 4AI

    Transcrição da mensagem de António Torrado 268

    Anexo 4AJ

    História do grupo 269

    Anexo 4AK

    Mapa de presenças/ ausências na sessão do grupo focal (2011-07-16) 296

    file:///C:/Users/Elisabete/Desktop/para%20rever%20fase%20final/fn/Parte%20II_anexos_uv.docx%23_Toc335908246file:///C:/Users/Elisabete/Desktop/para%20rever%20fase%20final/fn/Parte%20II_anexos_uv.docx%23_Toc335908247

  • 9

    Anexo 4AL

    Registo de observação da situação do Grupo Focal 297

    Anexo 4AM

    Grelha com trechos dos discursos das intervenientes na sessão de grupo focal 302

    Anexo 4AN

    Registos da anotadora sobre a sessão do grupo focal 312

    Anexo 6A

    Quadro sinóptico de disposições ou competências do grupo (30.09.2011) 324

  • 10

    Anexo 1A

    Referencial dos cursos de Educação e Formação de Adultos – Nível Básico

    Referencial de Competências-Chave

    Áre

    as

    de

    com

    pet

    ênci

    as

    – c

    have

    Níveis B1 B2 B3

    Cidadania e

    Empregabilidade

    (CE)

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    Linguagem e

    Comunicação

    (LC)

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    LEA

    25H

    LEB

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    50H

    LEA

    50H

    LEB

    Matemática para

    a Vida (MV)

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    Tecnologias da

    Informação e da

    Comunicação

    (TIC)

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    Formação

    tecnológica

    Unidades de forma-

    ção de curta dura-

    ção (pode incluir

    formação prática

    em contexto de

    trabalho).

    Unidades de formação de curta

    duração (pode incluir formação

    prática em contexto de

    trabalho).

    Unidades de formação de curta

    duração.

    Pode incluir formação prática

    em contexto trabalho.

    Fonte: Portaria n.º 817/2007; Portaria n.º 283/2011

  • 11

    Anexo 1B

    Desenho curricular dos cursos EFA – certificação escolar de nível básico e

    certificação profissional

    Percurso formativo

    Nível de

    desenvolvimento

    Aprender com

    autonomia

    Formação de base Formação

    tecnológica

    Total

    Básico 1 40h Entre 100h- 400h Entre 100h- 360h Entre 240h-

    800h

    Básico 2 40h Entre 100h- 450h Entre 100h- 360h Entre 240h-

    850h

    Básico 1+2 40h Entre 100h- 850h Entre 100h- 360h Entre 240h-

    1250h

    Básico 3/ nível 2 de

    formação

    profissional

    40h Entre 100h- 900h Entre 100h-

    1200h

    Entre 240h-

    2140h

    Básico 2+3/ nível 2

    de formação

    profissional

    40h Entre 100h- 1350h Entre 100h-

    1200h

    Entre 240h-

    2590h

    TEMAS DE VIDA

    Fonte: Portaria n.º 817/2007.

  • 12

    Anexo 1C

    Planos curriculares dos cursos de Educação e Formação de Adultos – percursos

    formativos B1, B2, B1+B2, B3, B2+B3: referência em horas (a)

    Percurso

    formativo

    Condições

    mínimas de

    acesso

    Componentes de formação

    Total Aprender com

    autonomia

    Formação de base

    (b)

    Formação

    tecnológica (b)

    Cursos EFA relativos ao 1.º ciclo do ensino básico

    B1

    1.º ciclo de

    ensino básico

    40

    400

    650

    790

    Curso EFA de nível 1 do quadro nacional de qualificações

    B2 1.º ciclo do

    ensino básico

    40

    (c) 450

    350

    840

    B1+B2 < 1.º ciclo de

    ensino básico

    40

    (c) 850

    350

    1240

    Curso EFA de nível 2 do quadro nacional de qualificações

    B3

    2.º ciclo do

    ensino básico

    40

    (c) 900

    (*) (d) 1000

    1970

    B2+B3 1.º ciclo do

    ensino básico

    40

    (c) 1350

    (*) (d) 1000

    2390

    Cursos EFA relativos ao 1.º ciclo do ensino básico ou ao nível 1 ou ao nível 2 de qualificação do

    quadro nacional de qualificações

    Percurso

    flexível a

    partir de

    processo

    RVCC

    < 1.º ciclo de

    ensino básico

    40

    (c) (e) 1350

    (*) (d) (e) 1000

    (e)

    Fonte: Portaria n.º 283/2011

  • 13

    a) No caso de cursos EFA que sejam desenvolvidos apenas em função de uma das componentes de

    formação, são consideradas as cargas horárias associadas especificamente à componente de formação de

    base ou tecnológica, respectivamente, acrescidas do módulo Aprender com Autonomia.

    b) A duração mínima da formação de base é de 100 horas, bem como a da formação tecnológica.

    c) Inclusão obrigatória de uma língua estrangeira com carga horária máxima de 50 horas para o nível B2 e

    de 100 horas para o nível B3.

    d) Inclui, obrigatoriamente, pelo menos 120 horas de formação prática em contexto de trabalho, para os

    adultos nas situações previstas no n.º 2 do artigo 11.º.

    e) O número de horas é ajustado (em termos de duração) em resultado do processo RVCC, sempre que

    aplicável.

    *) Este limite pode ser ajustado, tendo em conta os referenciais constantes no Catálogo Nacional de

    Qualificações.

  • 13

    Anexo 1D

    Referencial de formação dos cursos EFA – Percursos formativos S e S3, tipos A, B

    ou C

    Referencial de Competências-Chave

    Form

    açã

    o d

    e B

    ase

    Níveis Nível Secundário/ nível 3 de Formação

    Cidadania e

    Profissionalidade

    (CP)

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    Cultura, Língua

    e Comunicação

    (CLC)

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    Sociedade,

    Tecnologia e

    Ciência (STC)

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFC

    Formação

    tecnológica

    Unidades de Formação de Curta Duração (UFCD)

    Pode incluir formação em contexto de trabalho

    Fonte: Portaria nº 283/2011, p. 4712.

  • 14

    Anexo 1E

    Planos curriculares dos cursos EFA NS – dupla certificação

    Certificação escolar e profissional

    Percurso

    formativo

    Condições

    mínimas de

    acesso

    Componentes de formação

    Formação

    de base

    Formação

    tecnológica

    *

    Formação

    prática em

    contexto de

    trabalho

    PRA

    Total

    S3 – tipo A 9.º ano 550 1200 210 85 2045

    S3 – tipo B 10.º ano 200 1200 210 70 1680

    S3 – Tipo C 11.º ano 100 1200 210 65 1575

    Percurso

    flexível a

    partir do

    processo de

    RVCC

    < ou = 9.º

    ano

    550

    1200

    210

    85

    Ajustado em

    resultado do

    processo de

    RVCC

    Fonte: Portaria nº 283/2011, p. 4711.

    *O limite de horas na formação tecnológica é ajustado de acordo com a carga horária dos referenciais

    patentes no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)

  • 15

    Anexo 4A

    Exemplificação de ofícios e e-mail enviados aos atores institucionais

    Exma. Sra. Vereadora

    da Câmara Municipal de Vagos

    Rua da Saudade

    3840-420 Vagos

    Data: 28 de Junho de 2010

    Assunto: Colaboração da vereadora na realização do Projecto de Doutoramento sobre a literacia da

    leitura em adultos

    Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A

    literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por

    este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.

    Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num

    grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,

    entre 2007/2008.

    Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas exploratórias com

    actores institucionais, neste caso concreto da autarquia e da vereação em causa, de modo a identificarmos

    factores de promoção da literacia e da leitura que possam contribuir para a formação de políticas públicas

    no concelho de Vagos.

    Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. Interessa-nos

    também, na fase actual, proceder à consulta de um conjunto de fontes de documentais relativamente a esta

    temática. A sua colaboração é de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.

    Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.

    Contactos:

    Email: [email protected]

    Telemóvel: 964745961

    Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores

    cumprimentos.

    O(A) Investigador (a)

    (Dra. Elisabete Brito)

  • 16

    Exma. Sra. Dra.

    Coordenadora Pedagógica

    Multiaveiro – Projectos e Investimentos – Lda.

    Rua Cais dos Remadores Olímpicos (Antigo Cais de

    São Roque), 75

    3800 - 156 Aveiro

    Data: 29 de Junho de 2010

    Assunto: Colaboração da coordenadora pedagógica na realização do Projecto de Doutoramento sobre a

    literacia da leitura em adultos

    Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A

    literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por

    este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.

    Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num

    grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,

    entre 2007/2008.

    Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas de aprofundamento

    com actores institucionais, neste caso concreto com actores que contactaram com o grupo em causa, de

    modo a aprofundar e contextualizar a importância da acção institucional e explorar o caso concreto da

    formação EFA, associada a trajectórias de aprendizagem da leitura.

    Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. A sua colaboração é

    de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.

    Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.

    Contactos:

    Email: [email protected]

    Telemóvel: 964745961

    Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores

    cumprimentos.

    O(A) Investigador(a)

    __________________________

    (Dra. Elisabete Brito)

  • 17

    Exma. Sra.

    Bibliotecária Responsável da Biblioteca

    Municipal de Ílhavo

    Av. General Elmano Rocha - Alqueidão

    3830-198 Ílhavo

    Data: 29 de Junho de 2010

    Assunto: Colaboração da bibliotecária responsável na realização do Projecto de Doutoramento sobre a

    literacia da leitura em adultos

    Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A

    literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por

    este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.

    Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num

    grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,

    entre 2007/2008.

    Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas de aprofundamento

    com atores institucionais, neste caso concreto com actores que contactaram com o grupo em causa, de

    modo a identificarmos factores de promoção da literacia e da leitura que possam contribuir para a

    formação de políticas públicas.

    Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. Interessa-nos

    também, na fase actual, proceder à consulta de um conjunto de fontes de documentais relativamente a esta

    temática. A sua colaboração é de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.

    Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.

    Contactos:

    Email: [email protected]

    Telemóvel: 964745961

    Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores

    cumprimentos.

    O(A) Investigador(a)

    _________________________

    (Dra. Elisabete Brito)

  • 18

    Exmo. Sr.

    Presidente da Junta de Freguesia de Soza

    Data: 23 de Setembro de 2010

    Assunto: Colaboração do Sr. Presidente da Junta de Freguesia na realização do Projecto de

    Doutoramento sobre a literacia da leitura em adultos

    Na qualidade de investigadora e no âmbito do projecto de Doutoramento em Sociologia - A

    literacia da leitura em adultos -, da Faculdade de Letras da Fundação Universidade do Porto, venho, por

    este meio, solicitar a V/ colaboração para a prossecução deste projecto.

    Pretendemos com este estudo fazer uma análise diacrónica de processos de (re)socialização num

    grupo de mulheres que frequentou um curso de Educação e Formação de Adultos, no concelho de Vagos,

    entre 2007/2008.

    Na fase actual do projecto, interessa-nos realizar um conjunto de entrevistas de aprofundamento

    com actores institucionais, neste caso concreto com actores que contactaram com o grupo em causa, de

    modo a aprofundar e contextualizar a importância da acção institucional e explorar o caso concreto da

    formação EFA, associada a trajectórias de aprendizagem da leitura. Importa também, neste caso em

    particular, captar o discurso político e compreender, através desse mesmo discurso, a realidade da

    freguesia supra mencionada.

    Solicito, por isso, a V/ disponibilidade para a realização de uma entrevista. A sua colaboração é

    de todo imprescindível para o prosseguimento deste projecto.

    Certa do V/ interesse, agradeço, desde já, a disponibilidade e a colaboração dispensadas.

    Estarei disponível para qualquer informação adicional. Como tal, disponibilizo o contacto de e-

    mail – [email protected] – e o número de telemóvel – 964745961.

    Sem outro assunto de momento, e aguardando a V/ resposta, subscrevo-me com os melhores

    cumprimentos.

    O(A) Investigador(a)

    ______________________________

    (Dra. Elisabete Brito)

  • 19

    Anexo 4B

    Guião de entrevista aos interlocutores institucionais – formadoras, mediadora e

    coordenadoras

    I. Caracterização sociográfica

    1. Sexo

    2. Idade

    3. Naturalidade

    4. Área de residência

    5. Nível de escolaridade

    6. Atividade profissional em exercício

    II. Educação e Formação de Adultos

    1. Papel nos cursos EFA:

    1.1.Tempo de trabalho com cursos EFA

    1.2.Tempo de desempenho de funções enquanto coordenadora pedagógica

    1.2.1. Papel desempenhado enquanto coordenadora pedagógica

    1.2.2. Zonas de trabalho

    1.2.3. Articulação com a coordenadora técnica

    1.3.Tempo de desempenho de funções de mediação

    1.3.1. Papel desempenhado enquanto mediadora

    1.4.Formador

    1.4.1. Módulos lecionados

    1.4.2. Conteúdos desenvolvidos e trabalhos pedidos

    1.4.3. Dificuldades associadas ao módulo

    1.4.4. Importância do módulo nestes cursos

    1.4.5. Articulação com outros módulos

    1.4.6. Módulos com uma maior articulação

    1.4.7. Conteúdos relacionados com esses módulos

    1.4.8. Adequação dessa articulação

    2. Seleção dos elementos do grupo que integrou o curso EFA B3 Ação

    Educativa 2007/2008

    2.1.Critérios de seleção do grupo

  • 20

    2.2.Carências identificadas nos elementos deste grupo

    2.3.Dificuldades identificadas à partida no grupo

    2.4.Seleção dos formadores da equipa formativa que trabalhou com este grupo

    2.5.Expectativas iniciais em relação ao grupo

    3. Grupo que integrou o curso EFA B3 Ação Educativa 2007/2008

    3.1.Dificuldades identificadas no grupo durante o processo de RVC

    3.2.Discrepâncias entre os elementos do grupo

    3.2.1. Carências no que diz respeito às práticas leitura

    3.2.1.1.Forma como influenciam o módulo

    3.3.Competências trabalhadas

    3.4.Trajetória do grupo ao longo do curso

    3.5.Trabalho da equipa formativa - articulação

    3.6.Expectativas iniciais em relação ao grupo

    4. Trabalho desenvolvido ao longo da formação pelo grupo

    4.1.Desenvolvimento de atividades de promoção da leitura neste curso,

    nomeadamente

    4.1.1. Chocoleitura

    4.1.2. Participação na atividade

    4.1.2.1.Interação do grupo

    4.1.2.2.Seleção do público

    4.1.2.3.Reações do público

    4.1.2.4.Coordenação do grupo

    4.1.2.5.Espaço físico de concretização da atividade

    4.1.2.6.Reações do grupo

    4.1.2.7.Resultados finais

    4.1.3. Centileia

    4.1.3.1.Reações do grupo

    4.1.3.2.Efeitos

    4.1.4. Visita bibliotecas

    4.1.4.1.Participação na atividade

    4.1.4.2. Interação do grupo

    4.1.4.3.Seleção do público

    4.1.4.4.Reações do público

    4.1.4.5.Coordenação do grupo

  • 21

    4.1.4.6.Espaço físico de concretização da atividade

    4.1.4.7.Reações do grupo

    4.1.4.8.Resultados finais

    4.1.5. Dramatizações

    4.1.5.1.Participação na atividade

    4.1.5.2.Interação do grupo

    4.1.5.3.Seleção do público

    4.1.5.4.Reações do público

    4.1.5.5.Coordenação do grupo

    4.1.5.6.Espaço físico de concretização da atividade

    4.1.5.7.Reações do grupo em diferentes fases

    4.1.5.8.Discrepâncias

    4.1.5.9.Dificuldades

    4.1.5.10. Resultados finais

    4.2.Recurso a atividades em torno da leitura nos módulos

    4.2.1. Relevância dada pelo módulo a esta temática nestes cursos

    4.2.2. Dificuldades no dia a dia da formação com este grupo

    4.3. Atividades integradoras

    4.4. Análise do que o grupo alcançou ao longo do curso

    5. Integração dos adultos que frequentaram o curso EFA B3 Ação Educativa –

    formação prática em contexto de trabalho

    5.1. Seleção das instituições para a formação prática em contexto de

    trabalho

    5.2. Recetividade das instituições

    5.3. Critérios de colocação destes adultos na formação prática em

    contexto de trabalho

    5.4. Localização das instituições

    5.5.Acompanhamento pela mediadora no decorrer da formação prática

    5.6.Mercado de trabalho após a conclusão da formação

    III. Biblioteca municipal enquanto promotora das políticas públicas de leitura

    1. Papel que as bibliotecas municipais a nível concelhio

    2. Papel e contributo da biblioteca municipal nestes cursos - relevância

  • 22

    3. Importância desta articulação para estes cursos

    4. Papel da biblioteca municipal nestes cursos – articulação com a biblioteca

    municipal de Ílhavo

    4.1.Benefícios desta articulação para as formandas

    4.2.Influência nos módulos

    4.3.Papel desta articulação enquanto fator para o desenvolvimento de

    competências exigidas

    4.4.Articulação entre as bibliotecas municipais e o trabalho em torno da

    promoção da leitura enquanto componente complementar para estes

    cursos

    5. Análise das atividades, desenvolvidas na biblioteca, em dois momentos distintos, no

    âmbito da promoção da leitura com este grupo

    5.1.Evolução

    5.2.À-vontade/ Estado de espírito

    5.3.Ambiente/ espaço físico

    5.4.Recetividade

    5.5.Adequação das atividades

    5.6.Pontos de melhoria

    Plano de observação

    Entrevistador

    Entrevistado

    Data

    Local

    Início

    Fim

    Observações

  • 23

    Anexo 4C

    Grelha de categorias de análise – entrevista institucional a técnicos de formação:

    mediadora, formadoras e coordenadoras

    Categoria Dimensão Indicador

    1.

    Ed

    uca

    ção e

    Form

    açã

    o d

    e A

    du

    ltos

    1.1. Equipa técnica: papel nos cursos EFA 1.1.1 Tempo de trabalho com cursos EFA

    1.1.2 Funções de coordenação/mediação

    1.1.2.1 Papel desempenhado

    1.1.2.2 Zonas de trabalho

    1.1.2.3 Articulação com coordenação técnica

    1.1.3 Formador

    1.1.3.1 Módulos lecionados

    1.1.3.2 Conteúdos desenvolvidos e trabalhos

    1.1.3.3 Dificuldades associadas ao módulo

    1.1.3.4 Importância do módulo nos cursos

    1.1.3.5 Articulação com outros módulos

    1.1.3.5.1 Módulos com maior articulação

    1.1.3.5.2 Conteúdos relacionados

    1.1.3.5.3 Adequação da articulação

  • 24

    Categoria Dimensão Indicador

    2.

    Cu

    rso E

    FA

    B3 A

    ção E

    du

    cati

    va

    2.1. Curso EFA B3 Ação Educativa:

    seleção dos elementos

    2.1.1 Critérios de seleção

    2.1.2 Carências identificadas

    2.1.3 Dificuldades identificadas

    2.1.4 Equipa formativa

    2.1.5 Expectativas inicias em relação ao grupo

    2.2. Curso EFA B3 Ação Educativa: o

    grupo

    2.2.1 Dificuldades no grupo durante RVCC

    2.2.2 Discrepâncias entre os elementos

    2.2.3 Carências de práticas de leitura

    2.2.3.1 Forma como influencia o módulo

    2.2.4 Competências trabalhadas

    2.2.5 Trajetória do grupo ao longo do curso

    2.2.6 Trabalho da equipa formativa: articulação

    2.2.7 Expectativas iniciais em relação grupo

    2.3 Trabalho desenvolvido pelo grupo: 2.3.1 Chocoleitura

    atividades de promoção da leitura 2.3.1.1 Participação na atividade

    2.3.1.2 Interação do grupo

    2.3.1.3 Seleção do público

    2.3.1.4 Reação do público

    2.3.1.5 Coordenação do grupo

    2.3.1.6 Espaço físico da atividade

    2.3.1.7 Reações do grupo

    2.3.1.8 Resultados finais

    2.3.2 Centileia

    2.3.2.1 Reações do grupo

    2.3.2.2 Efeitos

    2.3.3 Visita a bibliotecas

    2.3.3.1 Participação na atividade

    2.3.3.2 Interação do grupo

  • 25

    Categoria Dimensão Indicador

    2.

    Cu

    rso E

    FA

    B3 A

    ção

    Ed

    uca

    tiva

    2.3.3.3 Seleção do público

    2.3.3.4 Reação do público

    2.3.3.5 Coordenação do grupo

    2.3.3.6 Espaço físico da atividade

    2.3.3.7 Reações do grupo

    2.3.3.8 Resultados finais

    2.3.4 Dramatizações

    2.3.4.1 Participação na atividade

    2.3.4.2 Interação do grupo

    2.3.4.3 Seleção do público

    2.3.4.4 Reação do público

    2.3.4.5 Coordenação do grupo

    2.3.4.6 Espaço físico da atividade

    2.3.4.7 Reações do grupo

    2.3.4.8 Discrepâncias

    2.3.4.8 Dificuldades

    2.3.4.9 Resultados finais

    2.3.5 Atividades em torno da leitura nos

    módulos

    2.3.5.1 Relevância

    2.3.5.2 Dificuldades

    2.3.6 Atividades integradoras

    2.3.7 O que alcançou o grupo

    2.4. Formação prática em contexto de

    trabalho

    2.4.1 Seleção das instituições

    2.4.2 Recetividade das instituições

    2.4.3 Critérios de colocação do grupo na FPCT

    2.4.4 Localização das instituições

    2.4.5 Acompanhamento pela mediadora

    2.4.6 Mercado de trabalho após a conclusão

  • 26

    Categoria Dimensão Indicador

    3.

    Bib

    liote

    ca m

    un

    icip

    al

    enq

    uan

    to p

    rom

    oto

    ra d

    e p

    olí

    tica

    s p

    úb

    lica

    s d

    e l

    eitu

    ra

    3.1. Relação entre bibliotecas e cursos

    EFA

    3.1.1 Papel das bibliotecas a nível concelhio

    3.1.2 Papel e contributo da biblioteca nestes

    cursos

    3.1.3.Importância da articulação

    3.1.4 Articulação com a Biblioteca municipal

    de Ílhavo

    3.1.4.1 Benefícios para o grupo

    3.1.4.2 Influência nos módulos

    3.1.4.3 Papel da articulação para

    desenvolvimento de competências

    3.1.4.4 Articulação enquanto componente

    complementar nos cursos

    3.2. Atividades de leitura na biblioteca 3.2.1 Evolução

    3.2.2 À-vontade/ Estado de espírito

    3.2.3 Ambiente/ espaço físico

    3.2.4 Recetividade

    3.2.5 Adequação das atividades

    3.2.6 Pontos de melhoria

  • 27

    Anexo 4D

    Guião de entrevista ao Presidente da Junta de Freguesia de Soza Vagos

    I. Caracterização sociográfica

    1. Sexo

    2. Idade

    3. Naturalidade

    4. Área de residência

    5. Nível de escolaridade

    6. Atividade profissional em exercício

    7. Tempo de exercício em funções políticas

    II. População de freguesia de Soza

    1. Tendo em conta o tempo de exercício de funções enquanto Presidente de uma Junta

    de Freguesia, neste caso de Soza, tem tido um contacto mais direto com a população:

    1.1. Maiores necessidades identificadas

    1.2. Métodos de identificação dessas necessidades

    1.3. Meios da Junta de Freguesia para ultrapassar essas necessidades

    1.4. Iniciativas da parte da Junta de Freguesia, a nível cultural, em relação à

    população

    1.4.1. Adesão da população a essas iniciativas

    1.4.2. Espaços culturais existentes na freguesia

    1.4.3. Articulação com a Câmara Municipal

    III. Educação e Formação de Adultos

    1. Entre 2007/2008 a Junta de Freguesia acolheu um curso EFA B3 de Ação Educativa,

    do qual fizeram parte 13 mulheres

    1.1. Identificação de necessidades para a abertura de uma candidatura para

    este curso

    1.2. Motivos da concretização do curso na Junta de Freguesia

    1.3. Relação entre o Centro Social – entidade promotora – e a Junta de

    Freguesia

  • 28

    2. É também Presidente do Centro Social desta freguesia, que esteve envolvido na

    concretização deste curso enquanto entidade promotora, através da sua

    coordenadora técnica

    2.1. Vantagens para o centro com essa candidatura

    2.1.1. Benefícios detetados a piori

    2.1.2. Benefícios a posteriori

    3. Adequação do curso às necessidades da população da freguesia/ Vantagens para a

    freguesia

    4. Trabalho desenvolvido pelo grupo:

    4.1. Feedback

    4.2. Acompanhamento do grupo

    4.3. Impressões do grupo e do trabalho desenvolvido

    4.4. Contacto com a equipa pedagógica

    4.5. Correspondência entre as expectativas criadas e o trabalho desenvolvido

    em formação

    IV. Biblioteca municipal enquanto promotora das políticas públicas de leitura

    1. Tempo de sediação da biblioteca no Centro de Educação e Recreio

    1.1. Existência de parcerias entre a biblioteca e outras entidades/ organismos

    municipais para a concretização destas políticas de promoção da leitura

    1.2. Dinamização de eventos no concelho para a população

    1.2.1. Faixas etárias da população-alvo

    2. Projeto de construção das novas instalações da biblioteca municipal

    2.1. Opinião acerca do novo projeto

    2.2. Previsão da concretização do projeto

    2.3. Impasses para o atraso da construção destas novas instalações

    2.4. Benefícios da nova biblioteca para a população/ concelho

    3. Preocupações no que diz respeito à promoção da leitura relativamente à população do

    concelho

  • 29

    Plano de observação

    Entrevistador

    Entrevistado

    Data

    Local

    Início

    Fim

    Observações

  • 30

    Anexo 4E

    Grelha de categorias de análise – entrevista institucional ao Presidente da Junta de

    Freguesia de Soza

    Categoria Dimensão Indicador

    1.

    Pop

    ula

    ção:

    Fre

    gu

    esia

    de

    Soza

    1.1.Contacto com a população pelo cargo

    que ocupa

    1.1.1 Maiores necessidades identificadas

    1.1.2 Métodos de identificação das

    necessidades

    1.1.3 Meios para ultrapassar as necessidades

    1.1.4 Iniciativas da Junta de Freguesia a nível

    cultural

    1.1.5 Adesão da população

    1.1.6 Espaços culturais na freguesia

    1.1.7 Articulação com a Câmara Municipal

    2.

    Ed

    uca

    ção e

    Form

    açã

    o d

    e A

    du

    ltos

    2.1 Acolhimento do grupo na Junta de

    Freguesia

    2.1.1 Identificação das necessidades para

    abertura do curso

    2.1.2 Motivos de concretização na Junta de

    Freguesia

    2.1.3 Relação Centro Social/ Junta de

    Freguesia

    2.2 Centro Social enquanto entidade

    promotora do curso EFA B3 Ação Educativa 2.2.1 Vantagens da candidatura para o Centro

    2.2.2. Benefícios a piori

    2.2.3 Benefícios a posteriori

    2.2.4 Adequação do curso às necessidades da

    população

    2.3 Trabalho desenvolvido pelo grupo do

    curso EFA B3 Ação Educativa 2.3.1 Feedback

    2.3.2 Acompanhamento do grupo

    2.3.3 Impressões do grupo e do trabalho

    desenvolvido

    2.3.4 Contacto com a equipa pedagógica

    2.3.5 Expectativas criadas vs trabalho

    desenvolvido

  • 31

    Categoria Dimensão Indicador

    3.

    Bib

    liote

    ca M

    un

    icip

    al

    enq

    uan

    to p

    rom

    oto

    ra d

    e p

    olí

    tica

    s p

    úb

    lica

    s d

    e le

    itu

    ra

    3.1. Biblioteca/ Centro de Educação e

    Recreio 3.1.1 Tempo de sediação naquele espaço

    3.1.2 Parcerias entre biblioteca e outras

    entidades

    3.1.3 Dinamização de eventos no concelho

    3.1.4 Faixas etárias da população alvo

    3.2. Instalações da nova biblioteca municipal

    de Vagos 3.2.1 Visão do novo projeto

    3.2.2 Previsão da concretização do projeto

    3.2.3 Impasses no atraso da obra

    3.2.4 Benefícios para a população/ concelho

    3.3. Preocupações relativas à promoção da

    leitura no concelho

  • 32

    Anexo 4F

    Guião de entrevista à Técnica Superior da Biblioteca Municipal de Ílhavo

    I. Caracterização sociográfica

    1. Sexo

    2. Idade

    3. Naturalidade

    4. Área de residência

    5. Nível de escolaridade

    6. Atividade profissional em exercício

    II. Biblioteca municipal enquanto promotora das políticas públicas de leitura

    1. Data de abertura da Biblioteca ao público

    2. Missões da biblioteca municipal no concelho

    3. Prioridades da biblioteca

    4. Peculiaridades da biblioteca

    5. Serviços disponibilizados aos utilizadores

    6. Equipa técnica

    6.1.Estruturação da equipa

    6.2.Distribuição de pessoal

    7. Outras infraestruturas para a concretização dessas políticas de promoção da

    leitura

    8. Projetos desenvolvidos no tempo

    9. Papel desempenhado pelos técnicos desta biblioteca e a proximidade em relação

    à população do concelho

    10. Articulação entre a biblioteca e três pólos (Gafanha da Nazaré, do Carmo, da

    Encarnação)

    10.1. Assegurar de cada um dos pólos

    10.2. Atividades desenvolvidas em cada um dos pólos

    10.3. Públicos em cada um dos pólos

  • 33

    11. Interação com os CNO’s, nomeadamente com o CNO da Escola Secundária com

    3.º Ciclo do Ensino Básico de Gafanha da Nazaré

    12. Adesão dos utilizadores ou população em geral a iniciativas da Biblioteca

    Municipal

    12.1. Formas de obtenção de feedback às iniciativas desenvolvidas

    12.2. Relação com as bibliotecas escolares e formas de cooperação

    13. Preocupações da biblioteca com os utilizadores

    14. Nº de utilizadores atuais

    14.1. Idades dos utilizadores inscritos

    14.2. Relação entre o número de utilizadores inscritos e o número efetivo de

    utilizadores que recorre frequentemente à biblioteca

    15. Regulamento da Biblioteca, data de 12 de abril de 2006, – restrições

    15.1. Elementos presentes na elaboração do regulamento

    15.2. Atualizações ao Regulamento

    15.3. De acordo com o regulamento, no nº do artigo 5º (p.3), “poderão ter

    iguais direitos os utilizadores de outras bibliotecas e outros concelhos

    às quais a Biblioteca Municipal de Ílhavo se venha a associar, para esta

    e outras finalidades, de acordo com o que estiver expresso nos

    respetivos protocolos de cooperação”.

    15.3.1. Género de cooperação

    15.4. Forma de apresentação de sugestões

    15.5. “O cartão de utilizador tem uma validade de 5 anos, desde que se

    mantenham as condições de residência, trabalho ou estudo presentes à

    data de emissão, sendo validado anualmente”.

    15.5.1. Motivos dessa validade

    III. Lugar que a promoção da leitura ocupa no concelho

    1. Maiores necessidades da população do concelho/utilizadores da biblioteca

    relativamente à leitura

    1.1. Formas de identificação dessas necessidades

    1.2. Por quem é feita essa identificação

    1.3. Formas de combater essas necessidades

    1.4. Redefinição dos projetos

  • 34

    2. Fatores de promoção da literacia e da leitura como contributo para a formação de

    políticas públicas a nível concelhio

    3. Ações de formação ou de sensibilização no âmbito da leitura

    3.1.Tipo de públicos

    3.2.Tipo de divulgação

    IV. Abertura da biblioteca a utilizadores externos ao concelho

    1. Abertura da biblioteca a um projeto desenvolvido em torno dos cursos EFA no

    concelho vizinho

    1.1. Burocracias a ultrapassar para esta abertura

    1.2. Abertura esporádica ou abertura para outros púbicos

    2. Atividades na biblioteca por esse grupo EFA

    2.1. 1º Momento: Visita à biblioteca e hora do conto

    2.2. 2º Momento: Dramatização de histórias

    2.3. 3º Momento: Dramatização de histórias

    3. Inscrição dos elementos desse grupo no final de 2007

    3.1. Burocracias na inscrição

    3.2. Recurso/utilização da biblioteca, entre finais de 2007 e 2010

    3.3. Balanço da abertura ao exterior para novos utilizadores

    Plano de observação

    Entrevistador

    Entrevistado

    Data

    Local

    Início

    Fim

    Observações

  • 35

    Anexo 4G

    Grelha de categorias de análise – entrevista institucional à Técnica Superior da

    Biblioteca Municipal de Ílhavo

    Categoria Dimensão Indicador

    1.

    Bib

    liote

    ca M

    un

    icip

    al

    e a p

    rom

    oçã

    o d

    a l

    eitu

    ra

    1.1. Espaço cultural e de

    promoção de políticas públicas

    de leitura

    1.1.1 Data de abertura ao público

    1.1.2 Missões da biblioteca

    1.1.3 Prioridades da biblioteca

    1.1.4 Peculiaridades da biblioteca

    1.1.5 Serviços disponibilizados

    1.1.6 Estruturação da equipa técnica

    1.1.6.1 Estruturação do pessoal

    1.1.7 Outras infraestruturas de apoio

    1.1.8 Projetos desenvolvidos no tempo

    1.1.9 Papel dos técnicos e a proximidade com a

    população

    1.1.10 Biblioteca e polos de leitura

    1.1.10.1 Assegurar dos polos

    1.1.102 Atividades desenvolvidas

    1.1.10.3 Públicos dos polos

    1.1.11 Interação com os CNO's

    1.1.12. Adesão dos utilizadores às iniciativas

    1.1.121 Formas de obtenção de feedback

    1.1.12.2 Relação com as bibliotecas escolares

    1.1.13 Preocupações com os utilizadores

  • 36

    Categoria Dimensão Indicador 2.

    Pop

    ula

    ção

    do c

    on

    celh

    o e

    a p

    rom

    oçã

    o d

    a l

    eitu

    ra

    1.2 Utilizadores e regulamento 1.2.1 Utilizadores inscritos

    1.2.1.1 Idades

    1.2.1.2 Relação: inscritos e efetivos

    1.2.2 Restrições do regulamento de 12-04-2006

    1.2.2.1 Feitura do regulamento

    1.2.2.2 Atualização

    1.2.2.3 Cooperação

    1.2.2.4 Forma de apresentação de sugestões

    1.2.2.5 Motivos da validade do cartão de utilizador

    2.1. Necessidades da população

    do concelho em relação à leitura

    2.1.1 Formas de identificação

    2.1.2 Por quem é feita a identificação

    2.1.3 Formas de combater necessidades

    2.1.4 Redefinição de projetos

    2.1.5 Fatores de promoção da literacia

    2.1.6 Ações de formação e sensibilização para a leitura

    2.1.6.1 Tipo de públicos

    2.1.6.2Tipo de divulgação

    3.

    Uti

    liza

    dore

    s e

    os

    curs

    os

    EF

    A

    3.1. Abertura ao curso EFA de

    Vagos

    3.1.1 Burocracias

    3.1.2 Abertura esporádica ou para outros públicos

    3.2.1 Visita à biblioteca e hora do conto: 1.º Momento

    3.2.2 Dramatização de histórias: 2.º Momento

    3.2.3 Dramatização de histórias: 3.º Momento

    3.3.1 Burocracias na inscrição

    3.3.2 Recurso/ utilização da biblioteca por estas

    mulheres (2007/2010)

    3.3.3 Balanço da abertura ao exterior/novos utilizadores

  • 37

    Anexo 4H

    Guião de entrevista exploratória com um investigador da área da sociologia da leitura

    e da literacia

    I. Caracterização sociográfica

    1. Sexo

    2. Idade

    3. Naturalidade

    4. Área de residência

    5. Nível de escolaridade

    6. Atividade profissional em exercício

    II. Literacia

    1. Fatores explicativos para os níveis de iliteracia em Portugal

    1.1. Crianças/ jovens

    1.2. Adultos

    2. Razões das desigualdades no domínio da literacia em Portugal

    3. De acordo com os vários estudos realizados nos últimos anos, os níveis de literacia

    da população adulta em Portugal continuam a ser preocupantes, nomeadamente no

    que diz respeito à leitura

    3.1. Soluções para ultrapassar estes índices e aproximarmo-nos dos índices europeus.

    3.2. Meios mais eficazes para fazer face a esta realidade

    4. Equipa do PIAAC – Programa Internacional para a Análise das Competências dos

    Adultos – programa de investigação internacional

    4.1.Contributos deste estudo para ultrapassar o panorama atual em Portugal

    4.2.Relação entre os níveis de literacia da população portuguesa e a economia do país;

    4.3.Principais diferenças entre este estudo e os anteriores

    4.4. PIAAC enquanto contributo para a tomada de consciência do trabalho desenvolvido

    últimos anos pelos profissionais

    5. Balanço do Plano Nacional de Leitura (PNL, 2006)

    5.1.Evolução desde a sua implementação

  • 38

    5.1.1. Impacto do PNL desde a sua implementação

    5.1.2. Resultados mais relevantes relativamente ao último ano

    5.1.3. Resultados globais, após 4 anos

    5.1.4. Medidas a equacionar e os resultados a melhorar, após esta avaliação

    5.1.5. Níveis de recetividade do PNL ao longo dos últimos 4 anos

    6. Projeto PNL e ANQ relativamente aos cursos de Educação de Adultos nos Centros

    Novas Oportunidades (CNO’s), em 2009

    6.1.Viabilidade do projeto

    6.2.Influência deste projeto sobre os adultos

    6.3.Situação dos adultos que não frequentam um CNO, mas frequentam um curso

    noutra instituição, sendo o CNO um mero centro de validação de competências

    6.3.1. Abrangência de todos os adultos, mesmo dos que não frequentam CNO’s

    6.4.Sensibilização por parte dos próprios profissionais para esta problemática da

    literacia e da promoção da leitura

    6.4.1. Formas motivação dos próprios formadores

    6.4.2. Situação dos 300 mil desempregados e a obrigatoriedade de formação

    III. Leitura

    1. Nos últimos anos ocorreu uma redefinição do conceito de leitura

    1.1. Formas de encarar, em termos sociais, essa redefinição do conceito de leitura

    1.2. As preocupações com a leitura começaram a alargar-se também aos adultos nos

    últimos anos, a partir da década de 90

    1.2.1. Resultados do trabalho que tem sido desenvolvido desde então

    1.2.2. Recetividade dos adultos para ultrapassar as dificuldades da literacia e da leitura.

    1.3. Papel das novas tecnologias relativamente à leitura e à literacia

    1.3.1. Conceito de hipertexto: motivação ou dispersão

    1.3.2. E-book ou livro em formato tradicional

    2. Influência das práticas de promoção da leitura na formação de identidades

    2.1 Papel das bibliotecas nos últimos anos junto das populações

  • 39

    Plano de observação

    Entrevistador

    Entrevistado

    Data

    Local

    Início

    Fim

    Observações

  • 40

    Anexo 4I

    Grelha de categorias de análise – entrevista exploratória com um investigador da área

    da sociologia da leitura e da literacia

    Categoria Dimensão Indicador

    1.

    Lit

    eraci

    a

    1.1. Fatores explicativos dos níveis de iliteracia 1.1.1 Crianças jovens

    1.1.2 Adultos

    1.2 Desigualdades de literacia em Portugal 1.2.1. Soluções

    1.2.2. Meios

    1.3. PIAAC 1.3.1 Contributos

    1.3.2 Relação entre níveis de literacia e a

    economia

    1.3.3 Diferenças em relação a estudos

    anteriores

    1.3.4 Tomada de consciência do trabalho dos

    profissionais

    1.4 Plano Nacional de Leitura 1.4.1 Evolução

    1.4.2 Impacto

    1.4.3 Resultados mais relevantes no último

    ano

    1.4.4 Resultados globais de 4 anos

    1.4.5 Medidas a equacionar e resultados a

    melhorar

    1.4.6 Níveis de recetividade

    1.5. Projeto conjunto PNL/ ANQ 1.5.2. Viabilidade do projeto

    1.5.3 Influência do projecto sobre os adultos

    1.5.4 Situação dos adultos externos aos CNO's

    1.5.5 Sensibilização dos profissionais para a

    problemática

    1.5.6 Formas de motivação dos formadores

    1.5.7 Obrigatoriedade da formação em

    desempregados

  • 41

    Categoria Dimensão Indicador 2.

    Lei

    tura

    2.1. Redefinição do conceito de leitura

    2.1.1 Forma de encarar, em termos sociais a

    redefinição

    2.2 Preocupações da leitura alargadas aos adultos 2.2.1 Resultados do trabalho desenvolvido

    2.2.2 Recetividade dos adultos

    2.3. Papel das novas tecnologias

    2.3.1 Hipertexto: dispersão ou motivação

    2.3.2 E-book ou livro em formato tradicional

    2.4 Práticas de promoção da leitura na formação

    de identidades

    2.4.1 Papel das bibliotecas junto das

    populações

  • 42

    Anexo 4J

    Mapa de entrevistas realizadas e não realizadas aos atores institucionais - 2010

    Atores

    Estado de concretização

    Data Realizadas

    Não

    realizadas

    Vereadora da Cultura da C.M. de Vagos X

    Vereadora da Educação da C.M. de Vagos X

    Presidente da Junta de Freguesia de Soza X 2010-09-27

    Técnica Superior de Bibliotecas e Documentação de Ílhavo X

    2010-10-25

    Mediadora X 2010-07-22

    Coordenadora técnica X 2010-07-14

    Coordenadora pedagógica X 2010-07-28

    Formadora de TIC X 2010-08-19

    Formadora de Inglês X 2010-09-25

    Formadora da componente tecnológica X 2010-07-08

    Sociólogo X 2010-11-25

  • 43

    Anexo 4K

    Grelha com indicação da data, local e duração de entrevistas realizadas aos

    interlocutores institucionais formadoras, mediadora e coordenadoras

    Interlocutores Data Local Duração Observações

    Coordenadora

    pedagógica do curso

    EFA B3 Ação

    Educativa entre

    2007/2008

    2010-07-

    28

    Multiaveiro

    92m

    Acumula a função de formadora e

    consultora de formação

    Coordenadora técnica

    do curso EFA B3 Ação

    Educativa entre

    2007/2008

    2010-07-

    14

    Centro

    Social de

    Soza

    80m

    Técnica de Serviço Social

    Mediadora do curso

    EFA B3 Ação

    Educativa entre

    2007/2008

    2010-07-

    22

    Domicílio da

    mediadora

    217 m

    Profissional de Reconhecimento,

    Validação de Competências no

    Programa das Novas Oportunidades

    Formadora de TIC do

    curso EFA B3 Ação

    Educativa entre

    2007/2008

    2010-08-

    19

    Domicílio da

    formadora

    53m

    Continua a exercer as funções de

    formadora de TIC

    Formadora de Inglês do

    curso EFA B3 Ação

    Educativa entre

    2007/2008

    2010-09-

    25

    Domicílio da

    formadora

    76m

    Continua a exercer as funções de

    formadora de Inglês

    Formadora da

    componente

    tecnológica do curso

    EFA B3 Ação

    Educativa entre

    2007/2008

    2010-07-

    08

    Domicílio da

    formadora

    135m

    Continua a trabalhar a componente

    tecnológica, com diferentes módulos

    em cursos EFA

  • 44

    Anexo 4L

    Registos de observação da situação de entrevista aos interlocutores institucionais

    Formadoras, mediadora e coordenadoras

    Ator institucional

    Data

    Local

    Duração

    Formadora da componente tecnológica

    2010-07-08

    Domicílio da formadora

    135 m (15h45 – 18h00)

    Observações

    A entrevista que anteriormente estava marcada para as 15h foi alterada para as 15h30 pela formadora

    duas horas antes, uma vez que a reunião que tinha no decorrer da manhã terminara mais tarde. Esta foi a

    primeira de uma série de entrevistas a atores institucionais que trabalharam de perto com o grupo EFA B3

    Ação Educativa, que decorreu no concelho de Vagos, entre 2007/2008.

    O dia estava quente, o sol aqueceu durante a viagem. Tentei descontrair um pouco, aumentando

    ligeiramente o volume do rádio. 10m antes da hora marcada Cheguei a casa dela. O caminho parecia bem

    mais curto do que da última vez que lá tinha estado. Tentei ligar-lhe, embora o portão estivesse aberto.

    Estava interrompido. Voltei a tentar. Entrei. Ela, entretanto, voltou a ligar para a chamada que tinha

    anteriormente – outra formadora. Sentamo-nos um pouco no hall enquanto ela resolvia alguns assuntos

    com a outra formadora. No quintal notava-se a presença da filhota dela. Embora estivesse tudo muito

    silencioso – só se ouviam os sons da natureza – havia imensos brinquedos espalhados – carrinhos,

    piscina, bonecos. Só mesmo com crianças em casa encontramos este cenário. A filhota de dois anos

    estava a dormir, por isso resolvemos aproveitar para iniciar logo a entrevista. Acabámos por ficar na sala,

    uma em frente à outra, para não fazer muito barulho, não fosse ela acordar.

    Como ela já sabia o tema do trabalho e aquilo que se pretendia desenvolver, falámos por breves minutos e

    sumariamente acerca dos temas da entrevista. Liguei a máquina de filmar. Iniciámos às 15h45m.

    Estávamos ambas relativamente descontraídas, embora a máquina inicialmente possa ter causado alguma

    estranheza. Como não era uma situação habitual senti-me um pouco nervosa e apreensiva também pela

    posição em que estava, mas aos poucos fomos descontraindo. A entrevista desenvolveu-se num ambiente

    informal, pela própria relação de à-vontade que construímos a nível profissional. Em algumas situações

    remetia para o trabalho conjunto que realizámos. Por várias vezes mexeu no cabelo, rabiscou no papel

    que tinha em cima da mesa, a caneta ia saltitando nas mãos, a mão passava pelo braço, sorriu e riu quando

    abordou algumas questões e atividades desenvolvidas pelo grupo em causa. O facto de ter trabalhado com

    esta formadora no âmbito da formação fez com que, embora tentasse evitar, interviesse mais do que

    pensara. Além disso, ela fez referência a essas situações, em algumas procurou esclarecer uma ou outra

    dúvida. A certa altura os nossos discursos sobrepunham-se, por interrupção de uma ou de outra.

    Pouco tempo depois de termos começado fomos interrompidas pela vizinha – miúda de 11 anos – que

    bateu à porta da cozinha e entrou logo a seguir em casa, sem que desse sequer tempo à nossa interlocutora

  • 45

    de responder. A porta da cozinha estava aberta e ela trazia um cão pequenino para mostrar. Minutos

    depois de ela ter saído retomámos. Não muito tempo depois a filha acordou. Foi buscá-la e deixou-a

    entretida com uns brinquedos. Porém, uma série de interrupções sucessivas da filha não nos deixaram

    avançar muito. Ela não gostava que a deixássemos sozinha e estivéssemos ali a conversar sem lhe dar

    atenção e por isso chorava. A entrevistada resolveu levar a filha a casa da vizinha para que pudéssemos

    continuar. Portanto, entre as 16h35 e as 17h foram mais as interrupções do que os momentos reais de

    entrevista. Daí a dificuldade de contar o tempo efetivo. Os 135 m em que andámos num para-arranca

    converteram-se em metade do tempo de entrevista real, sem interrupções. Importa salvaguardar que

    depois de ter desligado a máquina, após ter trabalhado o guião com ela, estivemos a conversar um pouco

    mais, de forma igualmente descontraída, acerca da posição dela enquanto formadora de algumas destas

    formandas noutro curso EFA, mas de nível secundário. Nessa altura voltei a ligar a máquina, uma vez que

    considerei estes dados relevantes para a temática e que não estavam contempladas a priori no guião e que

    valia a pena ter explorado um pouco mais, para se poder compreender o percurso destas mulheres.

    No final, já completamente off the record, dialogámos acerca do desenvolvimento da entrevista e

    apercebemo-nos que devíamos ter feito uma viagem no tempo para recordar e contextualizar um pouco

    situações do curso, antes de termos entrado propriamente na entrevista. Não obstante, havia a questão do

    tempo e do facto de a filha poder acordar. Contudo, mostrou total disponibilidade para continuar a

    colaborar com o projeto e agendarmos uma nova entrevista para dialogarmos sem tantas interrupções.

    Cá fora continuava tudo muito calmo – ouviam-se os sons dos sapos e de outros animais e um ou outro

    carro mais abaixo. O sol estava meio escondido e um vento tornava o ambiente já não tão acolhedor

    naquele final de tarde.

    Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).

  • 46

    Ator institucional

    Data

    Local

    Duração

    Coordenadora técnica do curso EFA B3 Ação Educativa

    2010-07-14

    Centro Social

    80 m (10h10 – 11h30)

    Observações

    O dia acordou encoberto. As nuvens sisudas teimavam em tornar aquele dia de verão mais tristonho, mas

    ainda assim estava agradável. O sol insistia em espreitar, mas as nuvens mais densas encobriam-no.

    Cheguei a Vagos 30 m antes da hora marcada. Por isso, em vez de ir diretamente para o Centro Social,

    optei por ir até ao centro de Vagos. Corria uma brisa suave. Tentei descontrair um pouco porque estava

    ansiosa, por motivos de outra ordem.

    Assim, 8 m antes das 10h cheguei ao Centro Social, onde funciona a creche da instituição. O edifício,

    com linhas simples e funcional, foi inaugurado em setembro de 2007. Quando entrei, estava apenas um

    dos funcionários na receção. A técnica estava no ATL (outro edifício da instituição, mais antigo). Por

    isso, sentei-me nas cadeiras que estavam mesmo ali ao lado. Das salas ouviam-se as vozes, mais

    estridentes ou mais fracas, das crianças. Mas, 5 m depois das 10h a nossa interlocutora chegou, com o

    mesmo sorriso, simpatia e boa disposição de sempre. Entrámos no gabinete. No gabinete, não muito

    grande, vários dossiers estavam distribuídos pelas estantes, algumas folhas em cima da mesa. No gabinete

    sentámo-nos frente a frente com uma mesa redonda no meio. Discutimos o modelo de conversa e

    mencionei de forma genérica os temas a abordar ao longo da entrevista.

    A entrevista decorreu num ambiente informal e descontraído e a máquina de filmar não teve qualquer

    interferência, tendo ficado mais desviada na mesa. Houve duas interrupções ao longo da entrevista, mas

    apenas por breves momentos – chamadas que implicaram o respetivo atendimento. As vozes das crianças

    que ouvi quando cheguei ao Centro mantinham-se, mas não perturbaram as condições de gravação nem

    os nossos discursos.

    Ao longo da entrevista procurei que ela desenvolvesse o seu discurso, procurando igualmente ao longo da

    mesma olhar para a entrevistada, sentada defronte de mim. Ela sorriu e riu abertamente quando abordou

    algumas questões. Ficou mais séria quando lhe era colocada alguma questão, respondendo de forma

    imediata. As mãos, em determinados momentos mexeram no rosto – nariz, pescoço -, no cabelo. Pela

    forma informal como a entrevista se foi desenrolando acabei por evitar confrontar-me diretamente com o

    guião que estava à minha frente. Consoante se foi tornando mais uma conversa o guião deixou de ser a

    minha base. Pelo discurso da entrevistada, fui intervindo e colocando novas questões. A certa altura, os

    nossos discursos sobrepunham-se, com a interrupção de uma ou de outra.

    Depois de desligar a máquina de filmar e concluirmos a entrevista, conversámos ainda 10/15 m. Fomos

    interrompidas por uma das funcionárias, que necessitava da presença da técnica noutra sala. A despedida

    foi afável, como sempre, e a disponibilidade, verbalmente, mantém-se.

    Saí do Centro quando faltava pouco para a hora de almoço. Estava um pouco mais quente, mas as nuvens

    teimavam em permanecer densas. Apesar dessa teimosia para tirar um pouco de brilho ao dia, saí dali

    com um grande sorriso.

    Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).

  • 47

    Ator institucional

    Data

    Local

    Duração

    Mediadora do curso EFA B3 Ação Educativa

    2010-07-22

    Domicílio da mediadora

    217 m (10h40– 14h17)

    Observações

    Às 10h em ponto cheguei ao apartamento de Anadia. A porta de entrada estava aberta, subi. A campainha

    não estava a funcionar, por isso só quase cerca de 8m depois é que ouvi barulho no apartamento, bati à

    porta. Entrei e esperei na sala até que a nossa entrevistada acabasse de se arranjar. Na sala havia um sofá

    maior e dois mais pequenos, uma lareira com fotografias e outras recordações, entre elas do curso e das

    várias formações que deu. A secretária mostrava que tinha estado a trabalhar até tarde. O portátil estava

    aberto, com redes sociais abertas, o que revela o contacto permanente com o trabalho mesmo estando de

    baixa médica. Pela secretária estavam espalhadas folhas, dossiers, uma impressora. As estantes continham

    livros, dossiers, encadernações. Numa mesa redonda ao lado estava um vidro com uma vela no meio e

    algumas chávenas à volta. Revelava ser um espaço de convívio em simultâneo com espaço de trabalho. A

    porta da varanda estava aberta, com a persiana aberta até meio. Àquela hora entrava uma ligeira brisa.

    Ouviam-se vozes de crianças a brincarem. Mais abaixo e do outro lado da rua estava a Santa Casa da

    Misericórdia. O sol raiava com mais energia. Subitamente ouviu-se o som estridente de um carro de

    bombeiros que passou na rua.

    Depois de fechar a porta da varanda para diminuir um pouco o barulho dos carros na rua, a mediadora

    deitou-se no sofá, devido ao problema de saúde que a obriga a estar mais tempo com a perna esticada. Às

    10h40 iniciámos e entrevista, que decorreu num ambiente informal e descontraído. Ao longo da entrevista

    procurei que ela desenvolvesse o seu discurso de forma fluente e articulada, procurando igualmente ao

    longo da mesma olhar para a entrevistada, sentada defronte de mim, o que fez com que ao longo de toda a

    entrevista mantivéssemos o contacto visual. Ela sorriu e riu abertamente quando abordou algumas

    questões. Ficou mais séria quando lhe era colocada alguma questão, respondendo de forma imediata.

    Mudou de posição em alguns momentos, não deixando de estar deitada no sofá. As mãos foram

    acompanhando o seu discurso, numa relação entre a linguagem verbal e a não verbal. Inicialmente parecia

    ligeiramente mais retraída, quiçá pela presença da máquina de filmar, mas paulatinamente foi ficando

    mais à-vontade. A interrupção pelo vibrar do telemóvel levou a que fizéssemos, após 99 m de entrevista,

    uma pausa de 10m para um café e uma água. Nessa altura a máquina de filmar começou a dar sinais de

    bateria fraca e aproveitei para ligar a máquina à corrente, para evitarmos outras interrupções. Pela forma

    informal como a entrevista se foi desenvolvendo acabei por evitar confrontar-me diretamente com o guião

    que estava à minha frente. Consoante se foi tornando mais uma conversa o guião deixou de ser a minha

    base e foram surgindo outras questões que ela foi abordando e considerei pertinente desenvolver. Pelo

    discurso da entrevistada, fui intervindo e colocando novas questões nos momentos em que considerei

    serem pertinentes. A certa altura, os nossos discursos sobrepunham-se, com a interrupção de uma ou de

    outra, procurando sempre que o tempo de discurso dela fosse superior ao das minhas intervenções, que

    surgiram apenas para clarificar algumas questões.

  • 48

    O diálogo e os temas foram surgindo tão naturalmente que nem sequer nos apercebemos do passar das

    horas. No final mostrou-se, à semelhança de outras conversas com os atores institucionais deste curso,

    disponível para continuar a colaborar com este projeto. Eram já 14h17 quando desliguei a máquina. Só aí

    nos apercebemos que já estávamos com alguma fome, por isso, após 217 m de conversa, fomos almoçar

    juntas à Cúria. Lá fora o vento fazia bulir as folhas das árvores, mas estava agradável porque fazia com

    que o calor não fosse demasiado intenso.

    Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).

  • 49

    Ator institucional

    Data

    Local

    Duração

    Coordenadora pedagógica do curso EFA B3 Ação Educativa

    2010-07-28

    Multiaveiro

    92 m (14h43 – 16h15)

    Observações

    O dia estava bastante quente. Em Aveiro, junto à ria, corria uma ligeira brisa, mas nem por isso estava

    mais fresco. Mas à medida que me fui aproximando de Aveiro, o céu foi ficando mais encoberto pelo

    fumo dos incêndios. Já em Aveiro deparei-me com as sirenes de vários carros de bombeiros que se iam

    cruzando comigo no frenesim do trânsito. Depois de uma viagem entre Coimbra e Aveiro sob este calor,

    cheguei a Aveiro completamente a pingar. Depois de estacionar, atravessei a ponte pedonal e fui até à

    Multiaveiro. Nessa altura, dois barcos cruzavam-se na ria, ali mesmo em frente, com alguns turistas que

    aproveitavam para tirar fotografias.

    Às 14h20 cheguei à Multiaveiro, 10 m antes da hora combinada. Estava tudo muito calmo, em nada se

    comparava com a agitação visível noutras alturas do ano. Na receção ligaram para a sala onde estava a

    coordenadora pedagógica e ela pediu para subir para a sala de reuniões. Quando cheguei sentei-me para

    recuperar um pouco o fôlego. Apesar da diferença de temperatura da rua para as instalações da

    Multiaveiro, eu continuava literalmente a pingar. Na sala de reuniões, espaço exíguo, havia somente uma

    mesa redonda com algumas cadeiras à volta e no canto, em frente à porta, um pequeno armário que tinha

    em cima recordações de alguns cursos. Passado pouco tempo, ela veio ter comigo Cumprimentámo-nos

    afavelmente como sempre. Sentámo-nos novamente, ao lado e ao mesmo tempo de frente uma para a

    outra, e passados alguns minutos, ela entreabriu a porta porque estava um pouco abafado. Discutimos o

    modelo de conversa. Como me tinha solicitado o envio, por e-mail, do guião da entrevista, não voltei e

    repetir a informação, até porque já tínhamos falado sobre isso também em contactos anteriores por

    telefone. Acabámos por ficar durante quase 30 m, a conversar sobre diferentes temas, mais ou menos

    banais.

    Às 14h43 iniciámos a entrevista, num ambiente informal, tal como já tinha acontecido com as entrevistas

    anteriores com os atores institucionais ligados aos cursos EFA. Ao longo da entrevista procurei que ela

    desenvolvesse o seu discurso de forma fluente e articulada, procurando igualmente ao longo da mesma

    olhar para a entrevistada, sentada diante de mim, o que fez com que ao longo de toda a entrevista

    mantivéssemos o contacto visual. Ela sorriu quando abordou algumas questões, mas manteve ao longo de

    toda a entrevista o olhar calmo e sereno que a caracterizava. Diante dela, em cima da mesa, estava uma

    folha impressa com o guião e uma caneta. Ia mexendo com as mãos com um bocado de cartolina que

    servia também de leque, mas que foi sendo dobrado aos bocadinhos ao longo da entrevista e que no final

    ficou mesmo em quadradinhos. A certa altura deparei-me com um diálogo acerca de algumas situações da

    formação do curso em causa, para esclarecer e que foram o mote para ela dar novos exemplos ou

    aprofundar o que tinha dito a piori. Contudo, apercebi-me, contrariamente às entrevistas anteriores, que

    falou de forma mais genérica, não direcionado as suas respostas para este curso em concreto. Essa

    situação ocorreu somente quando lhe foram colocadas questões mais particulares. Tal como aconteceu

  • 50

    nas entrevistas anteriores, não seguimos o guião na íntegra, pela própria fluidez do discurso. Pelo discurso

    da entrevistada, fui intervindo e colocando novas questões nos momentos em que considerei serem

    pertinentes. Assenti em determinadas alturas, intervim noutras. Durante a entrevista não houve qualquer

    interrupção, embora tenhamos sentido o movimento de algumas pessoas na sala do lado e ouvido telefone

    que tocou várias vezes, mas nada disto afetou o decorrer da entrevista.

    Às 16h15 a máquina desligou-se porque ficou sem bateria, mas não me preocupei porque já tínhamos

    abordado, de uma forma geral, as questões que considerámos mais pertinentes para o tema. A partir desse

    momento acabamos por conversar acerca de casos particulares de formandos e outras questões mais

    gerais, mas sempre em torno da formação. Às 17h despedimo-nos, mais uma vez de forma afável. No

    final mostrou-se, à semelhança de outras conversas com os atores institucionais deste curso, disponível

    para continuar a colaborar com este projeto. Desci e, no andar de baixo, deparei-me com duas pessoas,

    que cumprimentei de forma cordial. Saí para a rua. Corria uma ligeira brisa, mas continuava abafado e

    quente. Na rua não se via muita gente. Duas senhoras, apesar do calor, faziam exercício físico, à sombra

    de uma árvore. Dois senhores conversavam junto à ponte pedonal. Um barco passeava na ria, mas ia

    praticamente vazio. Um final de tarde bastante quente, tal como vinha sendo habitual nos últimos dias,

    mas mesmo assim tinha de regressar a Coimbra.

    Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).

  • 51

    Ator institucional

    Data

    Local

    Duração

    Formadora de TIC do curso EFA B3 Ação Educativa

    2010-08-19

    Domicílio da formadora

    53m (16h30 – 17h23)

    Observações

    O dia, contrariamente às previsões meteorológicas, estava límpido e sem nuvens. Estava quente, embora

    fosse uma temperatura normal para a época, contrariamente àquilo que vinha acontecendo nas últimas

    semanas. Embora estivesse de férias, fiz um interregno para me encontrar com a formadora de TIC

    (Tecnologias da Informação e Comunicação) do curso EFA B3 Ação Educativa, que também que estava

    de férias. Setembro, como habitualmente, avizinhava-se um mês de retorno ao trabalho e horários mais

    apertados. Por isso aproveitámos para nos reencontrarmos e realizarmos a entrevista.

    Depois de me ter enviado as indicações do endereço através de SMS, cheguei lá às 15h20. À entrada de

    Aveiro estava alguma confusão de trânsito, não propriamente para o centro da cidade, mas em direção das

    praias. Quando cheguei à porta de entrada do prédio, aproveitei que uma senhora estava a entrar e entrei

    com ela. Enquanto ela chamava o elevador, liguei à formadora para confirmar o andar. Subi. Toquei à

    campainha e segundos depois ela veio abrir. Entrei e fui com ela até à varanda, não muito grande, para ela

    terminar de fumar o cigarro.

    Entretanto, entrámos para a sala. Na sala havia um sofá maior e dois mais pequenos, uma lareira e uma

    mesa pequenina junto de um dos sofás. Na outra ponta da sala, que não era muito grande, estava uma

    mesa cheia de livros e materiais de trabalho, juntamente com o portátil. Este espaço revelava ser em

    simultâneo um espaço de convívio e de trabalho. Conciliando estes dois espaços, havia duas plantas, a do

    conto já a esbarrar no teto e a virar ligeiramente. A gata Nina andava pela sala muito calmamente e à

    vontade, sem se importar com as visitas, o que revela a relação da entrevistada com os animais, mesmo

    residindo num apartamento. Depois de vaguear um pouco, deitou-se no sofá junto da dona e ali

    permaneceu durante todo o nosso diálogo prévio e da entrevista. No chão estavam espalhados alguns

    objetos – um rato miniatura, uma bola pequena, uma folha de papel amarrotada em forma de bola.

    Antes de iniciarmos a entrevista acabámos por abordar outras questões acerca da formação que tínhamos

    dado em conjunto e dos cursos com que ela estava a trabalhar naquele momento. Acabámos por ficar

    sensivelmente 1h naquela conversa mais descontraída, até porque já não nos víamos há algum tempo. Às

    16h30 liguei a máquina de filmar e começámos a entrevista, que decorreu num ambiente informal e

    descontraído.

    Ao longo da entrevista procurei que ela desenvolvesse o seu discurso de forma estruturada, procurando,

    ao longo da mesma, olhar para a entrevistada, sentada defronte de mim. Não olhou em momento algum

    diretamente para a máquina de filmar, foi fixando outros pontos daquele espaço. Ela sorriu e riu

    abertamente quando abordou algumas questões. As mãos foram acompanhando o seu discurso. O único

    som que se ouviu ao longo da entrevista foi o do comboio, em dois momentos distintos, não fosse o facto

    de a estação ser na rua paralela ao apartamento. Depois de desligar a máquina de filmar e concluirmos a

    entrevista, continuamos a conversar de outros temas. O dia lá fora continuava quente.

    Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).

  • 52

    Ator institucional

    Data

    Local

    Duração

    Formadora de Inglês do curso EFA B3 Ação Educativa

    2010-09-25

    Domicílio da formadora

    76m (16h37-17h53)

    Observações

    O dia estava límpido, sem nuvens e o sol aquecia, embora não com a energia das últimas semanas.

    Notava-se perfeitamente que este sol era de outono. De qualquer modo, estava uma tarde agradável. Eram

    15h quando cheguei a Ílhavo. Estacionei e caminhei alguns metros até ao prédio onde morava a nossa

    interlocutora. Neste espaço de tempo fui ouvindo o chilrear dos pássaros. Não andava muita gente na rua,

    apenas um casal estava numa das varandas dos prédios contíguos. Dei-lhe um toque para o telemóvel, a

    porta abriu-se e subi. Embora tivesse de subir apenas até ao 1º andar, acabei por ir de elevador. Quando a

    porta do elevador se abriu no 1ºandar assustei-me porque apareceu subitamente o cão dela, que se atirou

    logo a mim na brincadeira.

    Entrámos para a sala, ligeiramente diferente em relação à última visita que lhe tinha feito. Nas paredes

    estavam vários quadros, em cima de um dos móveis havia várias fotografias das filhotas. O parque das

    gémeas estava encostado ao móvel. Lá dentro estavam vários brinquedos. A televisão encontrava-se

    ligada, afinal ela estava a ver um dos filmes do Harry Potter. O sofá era mais espaçoso. Naquela altura as

    filhotas ainda estavam a dormir, mas não demorou muito para que uma delas despertasse e nos fizesse

    companhia, andando a gatinhar pela sala. Acabámos por nos sentarmos no sofá e conversar sobre uma

    série de temas, que não propriamente o da entrevista.

    Eram já 16h37 quando iniciámos a entrevista, até porque nem sequer nos tínhamos apercebido que tinha

    passado tanto tempo desde que tinha chegado. Nessa altura já andavam as meninas a gatinhar pela sala.

    Mesmo assim, sabendo, à partida, que poderíamos ter algumas interrupções pelo meio, resolvemos

    começar. Não obstante, 5m depois de termos iniciado, fomos interrompidas pelo som da campainha.

    Fizemos uma pequena pausa. Retomámos alguns minutos depois, desta vez apenas com o som de fundo

    das vozes das meninas que estavam na cozinha com a avó. O telemóvel dela ainda tocou, mas acabou por

    desligar a chamada e a mãe dela acabou por aparecer na sala para perguntar algo, mas foram interrupções

    fugazes, que não justificaram a interrupção da gravação.

    A entrevista decorreu num ambiente informal e descontraído. Ao longo da entrevista procurei que ela

    desenvolvesse o seu discurso de forma natural e estruturada, procurando igualmente ao longo da mesma

    olhar para a entrevistada, o que fez com que durante toda a entrevista mantivéssemos o contacto visual.

    Ela sorriu e riu francamente quando abordou algumas questões. Ficou mais séria quando lhe era colocada

    alguma questão, respondendo de forma instantânea. O facto de a entrevista estar a ser filmada não teve

    qualquer interferência, afinal, a certa altura, os nossos discursos acabaram por se sobrepor, com a

    interrupção de uma ou de outra, procurando sempre que o tempo de discurso dela fosse superior ao das

    minhas intervenções, que surgiram apenas para clarificar algumas questões. Tal como aconteceu nas

    entrevistas anteriores, não seguimos o guião na íntegra, pela própria fluência do discurso. Até porque

  • 53

    acabou por surgir um ou outro assunto que ela ia abordando e não era necessário repetir apenas porque

    estava no guião. Outros temas foram surgindo pelo próprio discurso dela. As mãos foram acompanhando

    o seu discurso, numa relação entre a linguagem verbal e a não-verbal. Sentada no sofá, foi mudando

    ligeiramente de posição, ora numa posição mais direta, ora reclinando a cabeça mais para trás. A dada

    altura, pelo tema que estava a abordar notei uma mudança no olhar, mais brilhante e ligeiramente

    lacrimejante.

    Às 17h53 acabámos por concluir a entrevista, tendo, contudo, ficado ainda mais 45m numa conversa

    informal sobre vários temas. Quando saí, o tempo tinha mudado consideravelmente. O sol ainda não tinha

    desaparecido, mas o vento era bastante mais frio, tornando-se desagradável. A temperatura era

    completamente diferente daquela que tinha encontrado ao início da tarde.

    Nota: Registos de observação realizados a partir da proposta de Azevedo (2007).

  • 54

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