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PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MARINA MENEZES
A IMPORTÂNCIA DAS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA
RIO DE JANEIRO - RJ 2013
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
MARINA MENEZES
A IMPORTÂNCIA DAS PRINCIPAIS FERRAMENTAS DA QUALIDADE NA INDÚSTRIA
Monografia apresentada como exigência do Curso de Pós-Graduação de Engenharia de Produção da UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS, como requisito para obtenção do Título de Especialista, sob a orientação do Prof. Ângelo Éder A. Collares, MSc
RIO DE JANEIRO - RJ 2013
MENEZES, Marina
A importância das ferramentas da qualidade na indústria / Marina Menezes. – Rio de
Janeiro, RJ, 2013.
Monografia (Especialização em Engenharia de Produção) – UCP
1. Ferramentas da qualidade e indústria. 2 Gestão da qualidade e processo industrial
3. As ferramentas da qualidade
FOLHA DE APROVAÇÃO
Aprovada em _______/________ / de 2013
BANCA EXAMINADORA
Profº ...................................................................
Profº...................................................................
Profª...................................................................
RESUMO
O objetivo deste estudo é demonstrar a importância da gestão da qualidade no
processo produtivo industrial. Pretende-se apontar a importância do uso das
ferramentas para uma boa gestão da qualidade. A sua eficácia junto ao processo
industrial é apresentada a partir dos resultados positivos de sua aplicação,
comprovando que um programa de gestão da qualidade não significa aumento de
custo para o processo industrial. Aponta-se como hipótese de estudo que muitas
vezes a falta de um controle da qualidade dos produtos em seu processo produtivo
gera prejuízo e compromete a credibilidade das indústrias.
Para realizar o presente estudo a metodologia da pesquisa orientou-se pela
pesquisa bibliográfica. A partir dos livros e artigos consultados, aponta-se uma forte
para uma forte importância e evolução das práticas e ferramentas da qualidade nos
processos produtivos industriais.
Palavras-chave: Qualidade, Gestão da Qualidade, Processo Produtivo, Indústria.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 06
CAPÍTULO I – AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE E A INDÚSTRIA ............ 09
1 O processo industrial...................................................................................... 09 2 Relação produtividade X qualidade ............................................................... 10 3 Desenvolvimento da relação .......................................................................... 11
CAPÍTULO II – GESTÃO DA QUALIDADE E PROCESSO INDUSTRIAL ........ 14
1 Planejamento estratégico ............................................................................... 14 2 Impactos financeiros....................................................................................... 15 3 Visão do cliente ............................................................................................... 18
CAPÍTULO III – AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE .................................... 20 1 Origem .............................................................................................................. 20 2 Conceito das ferramentas da qualidade ........................................................ 20 3 Impactos das ferramentas da qualidade no processo produtivo ............... 26 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 32
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Principais fontes de lucros provenientes da melhoria de qualidade ... 16
Figura 2 – A participação de mercado vista como um balde de água ................. 18
Figura 3 – Cinco medidas relacionadas com a perspectiva do cliente ................ 19
Figura 4 – Formas básicas de fluxograma........................................................... 21
Figura 5 – Exemplo fluxograma funcional............................................................ 22
Figura 6 – Exemplo folha de verificação .............................................................. 23
Figura 7 – Exemplo gráfico de Pareto ................................................................. 24
Figura 8 – Exemplo diagrama de causa e efeito ................................................. 24
Figura 9 – Exemplo histograma ........................................................................... 25
Figura 10 – Exemplo diagrama de dispersão ...................................................... 25
Figura 11 – Exemplo de carta de controle ........................................................... 26
Figura 12 – Exemplo ciclo PDCA de controle de processos ................................ 28
6
INTRODUÇÃO
Como término da Primeira Guerra Mundial as indústrias no mundo passaram
por um grande processo de revolução. O processo produtivo passou a ser de
fabricação em massa com a divisão dos processos da produção. Com isso, o
trabalhador perdeu o controle do produto final, ele não acompanhava mais a
produção do início ao fim; estava limitado a uma parcela da cadeia produtiva. Neste
momento a qualidade não era foco, o mais importante para os industriais era a
produtividade e o custo. Após a Segunda Guerra Mundial, final dos anos 1940, o
mundo iniciou uma era de avanços tecnológicos que fez com que a preocupação
pela qualidade começasse a desempenhar um papel mais significativo. O Japão foi
pioneiro em dar uma real importância à qualidade de seus produtos e processos
produtivos.
Nesta preocupação pela recuperação da imagem de seus produtos e serviços
os japoneses iniciaram um movimento que culminou com a consolidação da Gestão
pela Qualidade Total (GQT). Este trabalho iniciou, nos anos 1950, quando da visita
do consultor americano W. E. Deming em um seminário sobre o controle da
qualidade. Com o fortalecimento e desenvolvimento deste tipo de gestão o conceito
de que qualidade é importante e essencial surge para todos os industriais nos anos
de 1970, quando a indústria japonesa se torna extremamente competitiva diante das
indústrias americana e europeia.
Nos dias atuais, o tema qualidade já possui destaque na literatura
especializada. Todos da sociedade já atentaram para a sua importância,
principalmente as indústrias. No passado, o termo qualidade era apenas para referir-
se a características de produtos ou serviços em relação à satisfação do consumidor
ou cliente. Nos dias atuais, o conceito de qualidade vai muito além do produto final e
do consumidor. As indústrias entenderam que é necessário desenvolver uma gestão
de qualidade em todo o seu processo produtivo para enfim entregar ao seu
consumidor final um produto diferenciado e de qualidade.
O objetivo deste trabalho é apresentar as ferramentas básicas da qualidade e
sua importância no processo produtivo industrial. Ferramentas da qualidade são
técnicas estatísticas e gerenciais para auxiliar a obtenção, análise e organização das
informações na resolução de problemas. Essas ferramentas são de fácil utilização, o
7
que possibilita qualquer funcionário de uma indústria compreender e colocá-las em
prática. São elas:
1 – Fluxograma;
2 – Folha de verificação;
3 – Gráfico de Pareto;
4 – Diagrama de causa e efeito;
5 – Histograma;
6 – Diagrama de dispersão;
7 – Carta de controle.
No entanto, de nada adianta conhecer e mesmo dominar essas ferramentas
da qualidade se as pessoas não dominam bem o método PDCA (Plan, Do, Check,
Action). Este ciclo, PDCA, é um método gerencial para tomada de decisões afim de
garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência de uma organização. Ele
consiste em planejar (P), executar (D), verificar (V) e Agir (A).
A metodologia da pesquisa orientou-se pela pesquisa qualitativa usando a
pesquisa bibliográfica como base para a consulta. Nela o objetivo é demonstrar a
importância do tema tratado por meio de conceituação e discussão da literatura
especializada.
Esta pesquisa se justifica a partir do momento em que atualmente ainda
observamos muitas organizações, indústrias com problemas e dificuldades na
compreensão e aplicação da qualidade.
Aponta-se como hipótese de estudo que a falta de qualidade no processo
produtivo e no produto final de muitas indústrias está ligado á má ou falta de
aplicação das ferramentas de qualidade e da falta de desenvolvimento da cultura
gestão de qualidade.
A contribuição deste estudo é discutir a necessidade de sensibilizar as
indústrias e seus funcionários para o aprendizado e domínio das ferramentas da
qualidade para uma efetivamente realizar uma gestão de qualidade em que os
resultados serão observados por todos.
A monografia está estruturada em três capítulos, o primeiro capítulo irá
apresentar relação das ferramentas da qualidade e a indústria, abordando o
processo industrial, a relação de produtividade X qualidade e o desenvolvimento
desta relação. O segundo capítulo irá abordar a gestão da qualidade e o processo
industrial, demonstrando a importância de um planejamento estratégico, os impactos
8
financeiros e a visão do cliente. Por fim, no terceiro capítulo, abordar-se-á as
ferramentas da qualidade com sua origem, conceito e seus impactos no processo
produtivo industrial.
9
CAPÍTULO I
AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE E A INDÚSTRIA
1. O processo industrial
O espírito da qualidade está enraizado em nossa civilização, isto é possível
observar nos pintores da Renascença, nos artesãos do Século das Luzes, que
nunca cessaram em buscar em seus gestos, métodos e saber a excelência de seus
trabalhos. Nesse tempo, onde tudo se passava pelas mãos do homem, cria-se uma
busca permanente da qualidade pautada nas virtudes do belo, do bom, do
verdadeiro. A noção de qualidade torna-se sinônimo de trabalho bem feito, ou
melhor, de excelência.
Neste mesmo pensamento, é possível observa este cuidado com a excelência
do trabalho em todas as etapas evolutivas do processo de fabricação. Partindo de
um primeiro momento do processo de fabricação: o artesanato, tem-se a primeira
etapa de transformação das matérias-primas. Essa atividade é uma das mais
antigas na história da humanidade. Nela, o artesão realiza sozinho do início ao fim
todas as etapas de transformação da matéria-prima até o produto final, sem
nenhuma divisão do trabalho.
Depois, surgiram algumas máquinas simples e uma pequena divisão de
trabalho, surgindo, portanto, um segundo momento: a manufatura, caracterizada
pelo surgimento da figura do assalariado. Esse segundo momento marcou os
séculos XV e XVI – fim da Idade Média e início da Idade Moderna. Por fim, o mundo
passou por mais algumas revoluções que foram divisores de água no modo de vida
do Homem, o terceiro momento: as revoluções industriais.
O processo das três etapas da Revolução Industrial transformou o modo de
vida e organização do trabalho. Iniciado no século XVIII, e é possível afirmar que se
estendeu até o século XX, essa transformação possibilitou o processo de
desenvolvimento da atividade industrial como nunca visto antes. Pois, as
transformações representam não só uma mundialização, conectividade, das
relações capitalistas, mas também influenciam nas mudanças ocorridas na
organização do espaço geográfico entre as pessoas.
10
Deste modo, observar-se-á que a evolução do processo industrial, sobretudo
a Revolução Industrial, não questiona a acepção de qualidade que já havia na época
da Renascença, apenas ressalta a importância da produtividade.
2. Relação da produtividade X qualidade
Logo após, a primeira Revolução Industrial, surgiu a figura do administrador
nas fábricas. Este tinha a função de planejar e organizar os trabalhos. Na primeira
metade do século XX, o mundo conheceu o surgimento da Administração Científica
do Trabalho, com a característica da divisão e especialização do trabalho,
desenvolvida principalmente por Frederick Taylor, Henry Ford e Jule Fayol. Com
este pensamento o conceito e a ideia de produtividade ganharam importância no
cenário fabril.
Mas, antes de se adentrar no tema propriamente dito é importante deixar bem
claro o conceito de produtividade nos dias atuais. Segundo o dicionário Michaelis:
produtividade pro.du.ti.vi.da.de sf (produtivo+i+dade) 1 Qualidade ou estado de produtivo; faculdade de produzir. 2 Rendimento de uma atividade econômica em função de tempo, área, capital, pessoal e outros fatores de produção. 3 Fecundidade, fertilidade.
Partindo do significado atual fornecido pelo dicionário online Michaelis,
entender-se-á a evolução deste conceito. No passado, o elemento natureza estava
no coração da definição de produtividade. No entanto, o economista, Adam Smith,
substituiu a natureza como elemento-chave do conceito de pelo trabalho.
O fundador da ciência econômica discorre em seu raciocínio que o princípio
que propicia a produtividade é a organização social do trabalho. Neste sentido, o
homem que na Era do artesanato concebia o produto sozinho, hoje este homem da
produção, à serviço da máquina, se torna o principal responsável pela qualidade.
Assim a qualidade, tem uma nova definição e passa a ser a aptidão de um produto
ou de um serviço para satisfazer as necessidades dos utilizadores ao menor custo.
A qualidade, como já fora dito anteriormente, sempre foi uma preocupação da
humanidade. Com o acirramento da competição, como consequência da economia
globalizada, a questão da adequada abordagem no trato da qualidade passou a ser
uma questão de sobrevivência no mundo empresarial. Por isso, tão grande é a
preocupação para alinhar e harmonizar a qualidade com a produtividade. Afim de
11
que o serviço ou produto seja de qualidade, mas que também mantenha um preço
bastante competitivo no mercado face aos concorrentes.
3. Desenvolvimento da relação
Após ter sacrificado um pouco a importância da qualidade em prol da
produtividade as indústrias perceberam que era necessário realizar um trabalho em
conjunto entre esses dois conceitos. Levando em consideração a definição de
qualidade, segundo a NBR ISO 9000:2000, 3.1.1, de que ”qualidade é o grau no
qual um conjunto de características inerentes satisfaz a requisitos”, entende-se que
a melhoria da qualidade exerce forte influência sobre o bom desempenho da
produção e aumento dos lucros. As receitas podem ser incrementadas por melhores
vendas e por preços mais altos no mercado. Os custos, por sua vez, podem ser
reduzidos pela melhor eficiência, produtividade e uso do capital.
Por sua vez, o conceito de produtividade em termos econômicos, aquele
utilizado pelas indústrias, é aquilo que é a relação do que é produzido e os meios
empregados. Por isso, é comum associar a produtividade à eficiência e ao tempo –
quanto menor o tempo para obter o resultado pretendido, mais produtivo será.
Através da produtividade, é possível avaliar a capacidade de um sistema para
elaborar os produtos e o grau em que eles são aproveitados. A melhor produtividade
constitui uma maior rentabilidade. É nesse sentido que a gestão da qualidade
contribui para que uma empresa consiga aprimorar a sua produtividade.
Ao longo do século passado, vários foram os enfoques dados ao
gerenciamento da função qualidade nas organizações, tais como:
- Controle da Qualidade (desde 1900): consiste no desenvolvimento de
sistemas que monitoram o projeto, o processo de fabricação e assistência técnica de
um produto ou de um serviço.
- Controle Estatístico de Processos (1945): controle da qualidade
realizado utilizando-se técnicas estatísticas.
- Zero Defeito (1960): sistema de gestão da qualidade desenvolvido por
Philip Crosby.
- Círculos de Controle da Qualidade (1962): reunião de pessoas que
investigam problemas de qualidade, desenvolvido por Kaoru Ishikawa.
12
- Controle da Qualidade Total (1980): sistema de gestão empresarial
baseado na qualidade, abrangendo toda a organização, desenvolvido por Juran,
Kaoru Ishikawa e F. W. Deming.
- Qualidade Assegurada (1980): consiste em oferecer uma garantia ao
cliente, assegurando que o produto ou serviço oferecido é confiável.
- Sistema ISO 9000 (1987): sistema para a garantia da qualidade de
produtos e serviços.
Esses métodos de gerenciamento da qualidade permitiram o desenvolvimento
de ferramentas muito importantes para o controle e desenvolvimento da qualidade
nas indústrias. Entre elas, podem-se citar as 07 principais, que são:
1 – Fluxograma;
2 – Folha de verificação;
3 – Gráfico de Pareto;
4 – Diagrama de causa e efeito;
5 – Histograma;
6 – Diagrama de dispersão;
7 – Carta de controle.
Além dessas ferramentas que serão tratadas de forma mais aprofundadas
posteriormente, é importante ressaltar que existem diversas outras muito relevantes
para o desenvolvimento e controle da qualidade, entre elas: o FMEA (Failure mode
effect analysis), brainstorming e Análise da Satisfação do Cliente, Programa 5S.
O FMEA segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a
traduz como Análise dos Modos de Falha e seus Efeitos. Ainda de acordo com a
ABNT, o FMEA é um método que utiliza variáveis qualitativas para realizar uma
análise dos possíveis modos de falha que podem originar-se em componentes e
gerar um efeito sobre a função de todo o conjunto. Normalmente, é uma planilha
feita em excel devendo ter informações padrão para o cabeçalho de qualquer ficha.
Brainstorm é uma atividade que serve para testar e explorar a capacidade
criativa de indivíduos ou de um determinado grupo. O termo é formado pela palavra
inglesa "brain" (cérebro) e "storm" (tempestade). A técnica propõe que um grupo de
pessoas se reúna e utilize seus pensamentos e ideias para que possa chegar a um
denominador comum, a fim de gerar ideias inovadoras que leve a um determinado
projeto adiante. Nenhuma ideia deve ser descartada ou julgada como errada ou
13
absurda, todas devem estar na compilação ou anotação de todas as ideias ocorridas
no processo, para depois evoluir até a solução final.
Para qualquer organização nos dias atuais a satisfação do cliente é uma
questão de sobrevivência, por isso, para utilizar a ferramenta de análise de
satisfação do cliente é primordial a obtenção de dados úteis e confiáveis. Por fim, o
Programa 5S, surgiu no Japão após a Segunda Guerra Mundial. O 5S ou House
Keeping é um conjunto de técnicas desenvolvidas inicialmente pelas donas-de-casa
japonesas para envolver todos os membros da família na administração e
organização do lar. Este conceito é muito importante a fim de conquistar a Qualidade
Total. Os 5S vêm das iniciais de suas palavras em japonês que querem dizer: Seiri
(seleção, classificação), Seiton (ordenação), Seiso (limpeza, zelo), Seiketsu (asseio,
higiene), Shitsuke (autodisciplina).
14
CAPÍTULO II
GESTÃO DA QUALIDADE E PROCESSO INDUSTRIAL
1. Planejamento estratégico
Muito se fala em Planejamento Estratégico (PE), e nas organizações de
maneira geral ainda se pode encontrar uma série de interpretações em relação a
esta ferramenta da administração. O Planejamento Estratégico, que se tornou o foco
de atenção da alta administração das empresas, volta-se para as medidas positivas
que uma empresa poderá tomar para enfrentar ameaças e aproveitar as
oportunidades encontradas em seu ambiente. Mas muitos, ainda podem se
perguntar o que seria planejamento estratégico?
Para melhor explicar o termo é importante entender o termo. A ideia de
estratégia é inata ao ser humano, desde a época dos homens da caverna quando se
pôs a caçar, pescar ou lutar para sua sobrevivência, a estratégia sempre esteve
presente como um plano antecipado do que fazer para ser bem-sucedido. Então,
pode-se afirmar que planejamento estratégico seria um processo com formulação de
objetivos para a seleção de programas de ação e para a sua execução, que leva
sempre em conta as condições internas e externas á empresa e sua evolução
esperada; cuidando também com as premissas básicas que a empresa deve
respeitar para que todo o processo tenha coerência e sustentação.
Em suma, conclui-se que planejamento estratégico prevê o futuro da
empresa, em relação ao longo prazo. De uma forma genérica, consiste em saber o
que deve ser executado e de que maneira deve ser executado. Este é crucial para o
sucesso da organização, e a responsabilidade deste planejamento assenta,
sobretudo, nos gestores de topo, dado o nível de decisões que é necessário tomar.
Entendido isto, muitos se perguntam: mas para quê planejar? O
planejamento é muito importante, principalmente, quando se tem a vontade de
mudar, progredir, desenvolver. No entanto, como fora dito anteriormente, toda
organização ou indústria nos dias atuais para sobreviver precisa de um plano para
manter-se competitiva no mercado. Além deste entendimento, eles compreenderam
que para poder competir no mercado é necessário ter qualidade; perceberam que
não era mais possível enganar o cliente ou improvisar em seus processos. Com
15
isso, o compromisso com as novas ideias, princípios e práticas da qualidade total foi
sendo assumido com grande rapidez pelas organizações e indústrias. Segundo Neto
(1996, p. 08).
“Toda organização deve ter como finalidade
fundamental o seu cliente, usuário, beneficiário e o seu
próprio desenvolvimento com melhoria da qualidade de vida
de seus integrantes. Sua missão e objetivos são condições
fundamentais para isso. Sem um desenvolvimento
continuado e efetivo, a organização não pode sobreviver. A
competição cada vez maior e a exigência crescente do seu
contexto assim determinam.”
2. Impactos financeiros
Durante muito tempo, as organizações associaram a melhoria da qualidade
ao aumento de custo dos produtos. No entanto, Deming, mostrou que isso não era
verdadeiro. Ele afirmava constantemente que ao aumentar a qualidade, aumenta-se
a produtividade. Assim o movimento pela Qualidade vem se tornando popular entre
as empresas, por uma simples razão: indícios sugerem que qualidade e lucro estão
ligados. A melhoria da qualidade pode conduzir ao lucro de várias maneiras. Suas
fontes primárias são: redução de custos provenientes da melhoria da eficiência,
aumento da retenção do cliente e atração de novos clientes (Figura 1).
A redução de custo proveniente da melhoria da eficiência está diretamente
ligada aos processos de melhoria para que se faça a coisa certa da primeira vez.
Deming e Juran em seus métodos de controle do processo conseguiram demonstrar
que ao detectar os problemas de qualidade logo no início do processo a economia
poderia chegar a 25 a 30% da receita de vendas em indústrias. A eliminação destes
desperdícios em custos pode ter um efeito considerável nos lucros da organização.
16
.
Figura 01 – Principais fontes de lucros provenientes da melhoria da qualidade
Fonte: RUST, p. 98
De acordo com FEIGENBAUN, expert em qualidade, os custos da qualidade
poderiam ser equiparados em importância a outras categorias de custos, como os
custos da mão de obra, custos de vendas ou custos da engenharia. Desse ponto
de vista, o custo da qualidade é o custo de se fazer as coisas de modo errado. O
objetivo do custeio da qualidade é fabricar um produto com alta qualidade ao menor
custo possível. O custo da qualidade tenta alcançar esse objetivo apurando os
custos das falhas de conformidade às especificações. Os principais geradores de
custos são peças defeituosas, produtos defeituosos, grandes quantidades de testes,
retrabalho e custos de manutenção e assistência técnica. Reduzir tais custos é meta
importante do custeio da qualidade. Os gastos ocorrem em quatro áreas
normalmente:
1 – Prevenção de problemas;
2 – Inspeção e avaliação para monitorar a qualidade constante;
3 – Falhas internas;
4 – Falhas externas;
QUALIDADE
Aumento da
Retenção de
Clientes
Custos
Menores
Atração de
Novos
Clientes
LUCROS
17
Os custos de prevenção normalmente são associados aos procedimentos
que evitam erros, tais como manutenção preventiva, planejamento do processo. Eles
são incididos para evitar defeitos. Do ponto de vista financeiro, são mais um
investimento do que uma despesa, embora muitos os tratem como despesas, são,
por assim, dizer, investimentos para evitar futuros custos.
Os custos de avaliação, também podem ser chamados de custos de
verificação, estão associados com a garantia de que o produto está de acordo com
as especificações, tais como, inspeções e testes de campo.
Custos de falhas internas são incorridos em virtude de falhas detectadas na
empresa, antes dos produtos serem liberados para os consumidores. Exemplos: o
retrabalho, sucata, tempo de paralização e descontos resultantes da qualidade
abaixo dos padrões estabelecidos.
Os custos de falhas externas são aqueles custos incorridos após os
produtos estarem com terceiros. Esses terceiros são os clientes diretos ou indiretos.
Sempre que ocorrerem custos com não conformidades após os produtos terem
deixado os ambiente interno da empresa, teremos os custos das falhas externas.
A segunda influência nos lucros é a retenção dos clientes. Para melhor
ilustrar a ideia utilizar-se-á o exemplo segundo Rust, 1994, figura 02: imagine um
balde e que a base de clientes de uma empresa seja a água dentro do balde. A
perda de clientes é semelhante a vazamentos no balde. Para substituir os clientes
perdidos é necessário atrair novos clientes. Mas para fazer o nível crescer, o fluxo
de entrada precisa ser maior que o fluxo de saída, causado pelo vazamento. Para
isso existem dois meios: ou a empresa “abre a torneira” procurando mais clientes de
forma mais agressiva ou toma medidas para tapar o vazamento, retendo assim os
seus clientes.
18
Figura 02 – A participação de mercado vista como um balde de água
Fonte: RUST, p. 100
No entanto, segundo pesquisas, conclui-se que reter e manter os clientes os
clientes é mais proveitoso para a empresa, primeiro porque é mais caro conquistar
novos clientes do que manter os antigos; segundo os clientes mais antigos tendem a
comprar mais e por fim servir um cliente familiar de maneira geral é uma tarefa mais
eficiente.
A terceira influência é a atração de novos clientes, esses novos clientes
podem surgir através da comunicação de marketing ou pelo boca-a-boca dos
clientes retidos. Esses clientes ficarão conhecendo o nível de qualidade dos
produtos oferecidos pela empresa e passarão por sua vez a adquiri-los.
3. Visão do cliente
“As empresas não podem mais esperar que um nível razoável de Qualidade
impressione clientes potenciais. A Qualidade é apenas o ingresso para o jogo”
Gomes (apud George, Stephen, 1992)
Na prática, a qualidade como fora visto até o presente momento, ou seja, em
conformidade com as especificações exclui um importante elemento do processo
decisório: o cliente seja ele interno ou externo. De nada adianta todo o controle de
19
qualidade feito e seguido se o cliente não consegue enxergar e compreender.
Portanto, é muito importante ter ampla compreensão da visão do cliente.
Kaplan e Norton (1996) definem cinco medidas relacionadas com a
perspectiva dos clientes, agrupadas numa cadeia formal de relações causa e efeito,
representadas na figura 03:
Figura 03 – Cinco medidas relacionadas com a perspectiva dos clientes
Fonte: Adaptado Kaplan e Norton, p. 84
PARTICIPAÇÃO
DE MERCADO
SATISFAÇÃO DOS
CLIENTES
LUCRATIVIDADE
DOS CLIENTES
RETENÇÃO DOS
CLIENTES
CAPTAÇÃO DOS
CLIENTES
20
CAPÍTULO III
AS FERRAMENTAS DA QUALIDADE
1. Origem
Até o presente momento, o trabalho expôs acerca da importância e impactos
da qualidade nas organizações. A partir de agora, serão apresentadas as
ferramentas da qualidade propriamente ditas. Desde a década de 1950, a sociedade
passa por uma verdadeira revolução e neste sentido a qualidade dos produtos e
serviços passou a ocupar um lugar de destaque. Vários estudos e discussões
adotaram a qualidade como tema e preocupação principal a fim de manter o negócio
das empresas.
Como alguns desses especialistas no assunto destacam-se Walter Shewart,
William E. Deming e Kaoru Ishikawa que desenvolveram o ajudaram a disseminar
algumas das técnicas conhecidas como as ferramentas básicas da qualidade que
permitem o maior controle dos processos ou melhorias na tomada de decisões.
Estas 07 ferramentas básicas (fluxograma, folha de verificação, gráfico de pareto,
diagrama de causa e efeito, histograma, diagrama de dispersão e carta de controle)
permitem identificar os problemas na maioria dos casos de ocorrência de erros.
2. Conceito
As ferramentas da qualidade são técnicas utilizadas com a finalidade de
definir, mensurar, analisar e propor soluções para os problemas que interferem no
bom desempenho dos processos de trabalho. O uso dessas ferramentas não é
complicado, mas é muito importante bem definir qual ferramenta será utilizada para
um determinado problema. Como será demonstrado a seguir cada ferramenta
possui um propósito e um impacto dentro do processo produtivo industrial.
Fluxograma: é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma
representação esquemática de um processo, muitas vezes feito através de gráficos
que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os elementos
que o compõem. Ele tem como finalidade identificar o caminho real e ideal para um
produto ou serviço com o objetivo de demonstrar os desvios. É uma ilustração
21
sequencial de todas as etapas de um processo, mostrando como cada etapa é
relacionada. O exemplo que será demonstrado refere-se a um fluxograma que pode
perfeitamente ser aplicado em processo de fabricação industrial. Importante
ressaltar que existem regras para o desenho de um fluxograma; as formas dos
fluxogramas possuem um significado. Será colocado, a seguir, uma legenda para
melhor compreensão. Ou seja, quando for visualizar um fluxograma cada forma
definida tem um significado e deve ser entendido como tal. Para bem compreender o
fluxograma do exemplo que será exposto deve ser levada em consideração a
legenda abaixo.
INÍCIO OU FIM DECISÃO PROCESSO
PROCESSO PRÉ DEFINIDO
CONECTOROPERAÇÃO
MANUAL
INFORMAÇÃO PREPARAÇÃODOCUMENTO
Figura 04 – Formas básicas de um fluxograma
Fonte: Adaptação Site Citisystem
O próximo exemplo ilustrado é um fluxograma funcional, ou seja, além de
mostrar o fluxo do processo, ele também mostra quais as pessoas ou grupo de
pessoas estão envolvidas em cada etapa. Para isso, as linhas verticais ou
horizontais representadas definem as fronteiras entre as responsabilidades. Neste
tipo de fluxograma pode-se observar como as pessoas se envolvem e se
relacionam.
22
N
S
OP
ER
AÇ
ÃO
EX
PE
DIÇ
ÃO
TR
AN
SP
OR
TA
DO
RA
INÍCIO
COLOCA O INSUMO NA MÁQUINA PARA A
PRODUÇÃO
INICIA A OPERAÇÃO DA MÁQUINA E A
PRODUÇÃO DO
PRODUTO DENTRO DA
ESPECIFICAÇÃO?
EMBALA O PRODUTO
ENVIA PARA O CLIENTE
FIM
DESCARTA O PRODUTO E ABRE UMA
OCORRÊNCIA DE NÃO
CONFORMIDADE
Figura 05 – Exemplo Fluxograma funcional
Fonte: Adaptação Site Citisystem
23
A folha de verificação é uma tabela ou planilha utilizada para facilitar a coleta
e análise de dados. O uso de folhas de verificação economiza tempo, eliminando o
trabalho de se desenhar figuras ou escrever números repetitivos. Normalmente, são
formulários planejados, nos quais os dados coletados são preenchidos de forma fácil
e concisa. Registram os dados dos itens a serem verificados, permitindo uma rápida
percepção da realidade e uma imediata interpretação da situação, ajudando a
diminuir erros e confusões.
No exemplo abaixo, a tabela exemplifica o funcionamento de uma folha de
verificação, utilizada para verificar se houve ocorrência ou não de alguns dos
defeitos mais comuns para uma peça que tenha sofrido um processo de
desmoldagem.
CARACTERÍSTICA LOTE 1 LOTE 2 LOTE 3 LOTE 4 LOTE 5 LOTE 6 LOTE 7 LOTE 8 LOTE 9 LOTE 10
MANCHAS
RUGOSIDADE
QUEBRA DURANTE A
EXTRAÇÃO
FALHAS DE INJEÇÃO
PROBLEMAS DE
SOLDAGEM
Figura 06 – Exemplo Folha de verificação
Fonte: Adaptação Site Cedet
O gráfico de Pareto é um gráfico em barras que ordena a frequência das
ocorrências, da maior para a menor, permitindo assim priorizar os problemas. Sua
maior utilidade é a de permitir uma fácil visualização e identificação das causas ou
dos problemas mais graves. Em outras palavras, ele permite identificar a causa
básica do problema.
24
Figura 07 – Exemplo Gráfico de Pareto
Fonte: Site - http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/386_4._ferramentas.pdf
O Diagrama de Causa e Efeito foi desenvolvido para representar a relação
entre o efeito e todas as possibilidades de causa que podem contribuir para esse
efeito. Também conhecido como Diagrama de Ishikawa, foi desenvolvido por Kaoru
Ishikawa, da Universidade de Tóquio, em 1943, onde foi utilizado para explicar para
o grupo de engenheiros da Kawasaki Steel Works como vários fatores podem ser
ordenados e relacionados. Tem como finalidade explorar e indicar todas as causas
possíveis de uma condição ou um problema específico.
CAUSAS EFEITO
INSUMOS
EQUIPAMENTOSCONDIÇÕESPESSOAS
MÉTODO MEDIDAS
OBJETIVO
Figura 08 – Exemplo Diagrama de Causa e Efeito
Fonte: Adaptado Werkema, p 43
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O histograma tem como finalidade mostrar a distribuição dos dados através
de um gráfico de barras indicando o número de unidades em cada categoria. Um
histograma é um gráfico de representação de uma série de dados.
Figura 09 – Exemplo de histograma
O Diagrama de Dispersão mostra o que acontece com uma variável quando
a outra muda, para testar possíveis relações de causa e efeito.
Figura 10 – Exemplo de diagrama de dispersão
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As Cartas de Controle são usadas para mostrar as tendências dos pontos de
observação em um período de tempo. Os limites de controle são calculados
aplicando-se fórmulas simples aos dados do processo. As cartas de controle podem
trabalhar tanto com dados por variável (mensuráveis) como com dados por atributo
(discretos).
Figura 11 – Exemplo de carta de controle
Fonte: Site - http://www.portalaction.com.br/content/2-gr%C3%A1ficos-ou-cartas-de-controle
3. Impactos das ferramentas no processo produtivo industrial
Na última parte do trabalho será demonstrado como essas ferramentas
impactam o processo produtivo industrial. Será analisada e exemplificada a ação
concreta de cada uma dessas ferramentas no dia-dia de um processo produtivo. Ao
longo deste do trabalho foi possível identificar que a não qualidade de um produto
será percebida pelo cliente como uma falha do produto, pois um ou mais requisitos
não foram assegurados. O responsável pela cadeia produtiva sabe que tal
ocorrência deve ser evitada e por isso, ele programa diversas ações para poder
detectar e segregar tais produtos identificando as falhas internas e realizando as
reparações necessárias.
Na resolução de problemas é necessário existir dentro da organização uma
metodologia com que todos os envolvidos tenham concordado. Assim evitará o caos
e será menor o risco de desmotivação dos colaboradores por não saberem o rumo
que seguirão. Há a metodologia dos 07 passos que é bastante simples e eficaz. Ela
consiste em identificar o problema e definir a ferramenta apropriada a ser utilizada
em 07 passos:
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Passo 1: definir o problema corretamente: é importante não tentar resolver o
problema mas somente identificá-lo;
Passo 2: recolher os dados para o estudo: é fundamental responder a
questões do tipo “como?”, “quem?”, “por quanto tempo?”, “onde?” e com essa
informação potenciar soluções e dar início ao passo seguinte.
Passo 3: gerar potenciais soluções: é determinante a listagem das
potenciais soluções, discutidas em Brainstorming, sem que qualquer ideia seja
retirada da discussão mesmo que pareça menos racional.
Passo 4: as soluções geradas no passo 3 começam a ganhar forma: devem
ser agrupadas em categorias, para identificar facilmente a importância e o valor de
cada uma para resolução do problema.
Passo 5: implementar as soluções: é fundamental que as ações necessárias
à implementação sejam reconhecidas e conduzidas pelos gestores e realizadas
pelos colaboradores, com a formação e o acompanhamento necessários à obtenção
dos resultados pretendidos.
Passo 6: reportar os resultados: é importante monitorizar e/ou medir as
melhorias e questionar a eficácia dos resultados.
Passo 7: adoptar a solução do problema: é relevante constatar melhorias
como retorno face ao investimento, na produtividade, na robustez dos processos, na
fiabilidade do produto, na utilização do tempo e recursos físicos e na fidelização e
satisfação do cliente.
O que acaba de ser demonstrado acima é exatamente como deve funcionar
uma forma de gerenciamento da qualidade por meio do Ciclo PDCA. De uma forma
mais simplificada segue um modelo:
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ACTION PLAN
CHECK DO
P
DC
A
ATUE NO PROCESSO EM FUNÇÃO DOS
RESULTADOSDETERMINE OS MÉTODOS PARA
ALCANÇAR AS METAS
DEFINA AS METAS
EDUQUE E TREINE
EXECUTE O TRABALHO
VERIFIQUE OS EFEITOS DO TRABALHO
EXECUTADO
Figura 12 – Ciclo PDCA de controle de processos
Fonte: Adaptado Werkema, p18
Este método gerencial de tomada de decisões garante o alcance das metas
necessárias à sobrevivência de uma organização. Suas 04 etapas são:
(P) Planejamento - Essa etapa consiste em estabelecer metas e estabelecer o
método para alcançar as metas propostas.
(D) Execução - Executar as tarefas exatamente como foi previsto na etapa de
planejamento e coletar dados que serão utilizados na próxima etapa de verificação
do processo. Na etapa de execução são essenciais educação e treinamento no
trabalho.
(C) Verificação - A partir dos dados coletados na execução, comparar o
resultado alcançado com a meta planejada.
(A) Atuação Corretiva - Etapa que consiste em atuar no processo em função
dos resultados obtidos, adotando como padrão o plano proposto, caso a meta tenha
sido atingida ou agindo sobre as causas do não atingimento da meta, caso o plano
não tenha sido efetivo.
Mas para que seja possível entender o papel das ferramentas da qualidade
dentro do ciclo PDCA é importante destacar que a meta (resultado) é alcançada por
meio do método (PDCA). O mapa de raciocínio no ciclo do PDCA tem como objetivo
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de documentar a sequência de ideias para a solução do problema, mostrar o
caminho percorrido desde a definição da meta até a padronização das ações
efetivas.
Dentro da ação de planejar (P) do ciclo PDCA observar-se-á aos quatros
primeiros passos.
Passo 01: Definir o problema – o importante é basear-se em fatos e dados
para estar certo de que o que será analisado é o mais importante no momento para
a empresa.
Passo 02: Observação – Consiste no reconhecimento das características do
problema.
Passo 03: Análise – Consiste na descoberta das causas fundamentais do
problema que está sendo considerado.
Passo 04: Plano de ação – A fase de elaboração do plano de ação consiste
na concepção de um plano para bloquear as causas principais que tenham sido
identificadas na fase de análise, ou seja, consiste no estabelecimento das
contramedidas às causas principais.
Para auxiliar nessa avaliação, as ferramentas de qualidade listadas a seguir
podem ser úteis: folha de verificação, gráfico de Pareto, histograma, gráfico de
controle, diagrama de causa e efeito e diagrama de dispersão.
Dentro da ação de executar (D) do ciclo PDCA observar-se-á o quinto passo.
Passo 05: Execução – Consiste na implantação do plano de ação. Nesta fase
devem ser coletados dados que serão utilizados na fase seguinte, de verificação da
efetividade do bloqueio adotado. A ferramenta da qualidade que pode ser utilizadas
nesta fase é o gráfico de controle.
Dentro da ação de verificar (C) do ciclo PDCA observar-se-á o sexto passo.
Passo 06: Verificar – Consiste na confirmação da efetividade da ação de
bloqueio. Esta confirmação deve ser feita por meio do emprego dos dados coletados
antes e após a ação de bloqueio, os quais permitirão a comparação dos resultados.
Nesta fase, as ferramentas a seguir são especialmente importantes: gráfico de
Pareto, histograma e gráfico de controle.
Dentro da ação de atuar corretivamente (A) do ciclo PDCA observar-se-á o
último passo.
Passo 07: Padronização – A fase de padronização do PDCA consiste na
eliminação definitiva das causas influentes detectadas, ou seja, prevenção contra
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reaparecimento do problema. Nesta fase, o novo procedimento operacional deve ser
estabelecido ou o procedimento antigo deve ser revisto. Essas medidas significam
que a nova maneira de trabalhar deve ser adotada no dia a dia, com o objetivo de
manter o processo no novo patamar de desempenho que foi alcançado. Neste
sentido, são fundamentais a educação e o treinamento no trabalho e o
acompanhamento da utilização do padrão. Na fase de padronização, a ferramenta
mais utilizada é a folha de verificação.
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CONCLUSÃO
O desenvolvimento desse trabalho permitiu demonstrar que a utilização da
técnica do PDCA em conjunto com as ferramentas da qualidade, adequadamente
empregadas, pode levar as empresas a obter melhorias em seus processos
industriais, trazendo, como consequência, melhores resultados econômicos. O
assunto em questão tornou-se indispensável no meio industrial. Com a globalização
da economia mundial, as empresas se viram obrigadas a trabalhar na busca de
melhorias de seus resultados para capacitá-las a competir de maneira global e
consequentemente sobreviver nesse mercado.
Diante do que foi exposto, constatou-se que o problema estudado é de
extrema importância para o desenvolvimento e a perenidade das indústrias. Conclui-
se que uma indústria não pode mais ficar apenas focada na produtividade em à
custa da qualidade. O mercado atual exige um comportamento de qualidade.
Com isso, percebeu-se também o receio destas indústrias, no início, para
aplicar os programas de qualidade. Principalmente devido à ideia de que qualidade
era sinônimo de aumento de custo. No entanto, o desenvolvimento das ferramentas
gerenciais e de aplicação percebeu-se que a não qualidade é mais custosa que o
fato de não haver qualidade.
Em suma, conclui-se que ao aplicar o método gerencial do ciclo PDCA
associado às ferramentas básicas da qualidade como fora demonstrado em tela, as
indústrias têm somente o que ganhar. Pois, verificou-se a importância da aplicação
das Ferramentas da Qualidade e do ciclo PDCA, nas Soluções dos Problemas, onde
direciona a indústria ao TQC (Controle da Qualidade Total). Com isso é possível
também expandir estas ferramentas não só às empresas de fabricação, mas
também às empresas que buscam um Controle de Qualidade Total em seus
produtos ou serviços.
Considera-se importante que na Qualidade Total a identificação e solução de
problemas são feitos por meio de um método muito simples e que não só consiste
em solucionar o problema em sua origem, mais atuar como uma filosofia de forma
corrigir desvios de metas e objetivos a serem alcançados. A qualidade é um fator
determinante para as empresas em termos de custo no seu produto final e para isso
é necessário trabalho contínuo.
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