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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA PARA PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS TIPO DOIS EM DROGARIAS: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
KAMILA RIBEIRO BRENTEGANI
Sinop-MT
2017/2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA PARA PORTADORES DE
DIABETES MELLITUS TIPO II EM DROGARIAS: UMA REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
KAMILA RIBEIRO BRENTEGANI
Projeto entregue como requisito obrigatório
da disciplina Trabalho de Curso III do Curso
de Farmácia da Universidade Federal de
Mato Grosso – UFMT, campus de Sinop, sob
a orientação do Professor (a): Rafaela Grassi
Zampieron.
Sinop-MT
2017/2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.
B839i Brentegani, Kamila Ribeiro.
A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA PARA PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO DOIS EM DROGARIAS: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA / Kamila Ribeiro Brentegani. -- 2017
36 f. : il. ; 30 cm.
Orientadora: Rafaela Grassi Zampieron. TCC (graduação em Farmácia) - Universidade Federal de
Mato Grosso, Instituto de Ciências da Saúde, Sinop, 2017. Inclui bibliografia.
1. Diabetes. 2. Atenção Farmacêutica.. 3. Diabetes Mellitus tipo dois. I. Título.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – ICS CURSO DE BACHARELADO EM FARMÁCIA
Dedico este trabalho à Deus, aos meus pais
Edilson e Salete, ao meu namorado Guilherme,
à minha orientadora Rafaela, aos meus amigos
e aos meus professores de graduação.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus pela vida, pelas pessoas que me cercam, pela sua bondade imensa e
por me inspirar todos os dias a ser uma pessoa melhor. Agradeço e sou grata por Deus estar em
toda parte, nos amando, guiando e amparando até quando não nos julgamos merecedores.
Aos meus pais Edilson e Salete por acreditarem em mim, por todo o amor, incentivo e
por entenderem e acolherem as minhas falhas.
Ao meu namorado Guilherme pelo apoio, por ser o meu maior incentivador e por
acreditar tanto na minha capacidade.
Agradeço imensamente à minha orientadora Rafaela, por ser um exemplo para todos os
seus alunos, especialmente para mim. Agradeço pela a sua competência, seu caráter, empenho,
por se doar ao próximo, por ser atenciosa, por acreditar em mim, por ser tão humana e paciente.
O seu auxílio e boa vontade foi imenso, assim como a minha admiração por você.
Aos meus amigos, principalmente os que conquistei durante esses anos de UFMT. Seja
na sala de aula ou no laboratório de bioquímica, onde fiz iniciação cientifica, todos vocês me
ajudaram dia após dia a superar cada obstáculo que a graduação impôs, me fazendo encarar o
processo com leveza, confiança e muito bom humor.
“A redefinição dos modelos de cuidados
prestados por farmacêuticos não irá acontecer se
nós simplesmente continuarmos fazendo o mesmo
que temos feito e investindo nossos escassos
recursos da mesma forma. É hora de sermos
ousados e contundentes em nossas ações.
Precisamos de uma revolução na maneira de
pensar a prática farmacêutica, que nos coloque na
vanguarda dos cuidados ao paciente. ”
Henri R Manasse
“Agradeço todas as dificuldades que
enfrentei; não fosse por elas, eu não teria
saído do lugar. As facilidades nos impedem
de caminhar. Mesmo as críticas nos
auxiliam muito. ”
Chico Xavier
RESUMO
BRENTEGANI. K. R. A IMPORTÂNCIA DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA PARA
PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II EM DROGARIAS: UMA
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. 2017. 36. Trabalho de Curso de Farmácia – Universidade
Federal de Mato Grosso, campus de Sinop.
Palavras-chave: Diabetes. Diabetes Mellitus tipo dois. Atenção Farmacêutica.
Tendo em vista que o diabetes é uma doença de alta prevalência no Brasil e de que seus
tratamentos inadequados geram complicações que resultam em uma diminuição da qualidade
de vida do paciente, mortes e gastos elevados, este trabalho analisa o estudo e a viabilidade do
desenvolvimento da atenção farmacêutica voltada para pacientes portadores de diabetes
mellitus tipo dois em drogarias. Ao investigar em meios eletrônicos e impressos as justificativas
para a viabilidade de se desenvolver a atenção farmacêutica de fato para esses pacientes o
trabalho pode, a cada dia, estimular o desenvolvimento nas farmácias e drogarias. Para tanto,
realizou-se uma revisão bibliográfica sobre o diabetes mellitus tipo dois, um estudo sobre a
atenção farmacêutica voltada para pacientes com diabetes e analisou-se os benefícios do
acompanhamento desses pacientes, assim como o estudo sobre diabetes, suas complicações,
custos para a saúde e tratamentos. Diante disso, verifica-se que educação em saúde é essencial
para o tratamento do diabético, e pelo fato do farmacêutico ser o profissional de saúde mais
acessível para a população favorece o cuidado do paciente diabético, podendo prover a
educação, cuidado contínuo ao paciente por meio da prestação de serviços farmacêuticos e
sendo um referencial no tratamento farmacológico. Promovendo assim, a valorização do
profissional farmacêutico e mostrando ao paciente o real papel das drogarias, o de
estabelecimento de saúde.
LISTA DE QUADROS
Quadro 01 - Medicamentos antidiabéticos utilizados no tratamento do DM2..........................16
LISTA DE ABREVIATURAS
ADA – American Diabetes Association
AVC – Acidente Vascular Cerebral
CFF – Conselho Federal de Farmácia
CPF – Cadastro de Pessoas Físicas
DM – Diabetes Mellitus
DM1 – Diabetes Mellitus tipo um
DM2 – Diabetes Mellitus tipo dois
GLP-1 – Peptídeo semelhante a glucagon 1
HAS – Hipertensão Arterial Sistêmica
IDF – International Diabetes Federation
OMS – Organização Mundial da Saúde
PRM – Problemas Relacionados com Medicamentos
SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes
SGLT2 – Inibidores do co-transportador sódio-glicose 2
SUS – Sistema Único de Saúde
VIGITEL – Sistema de vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por
inquérito telefônico
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 13
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 14
2.1 DIABETES MELLITUS ........................................................................................................... 14
2.2 REGULAÇÃO DA GLICEMIA .............................................................................................. 15
2.3 ATENÇÃO FARMACÊUTICA .............................................................................................. 15
2.4 TRATAMENTO DO DM2........................................................................................................ 16
2.5 PROBLEMAS RELACIONADOS COM MEDICAMENTOS (PRMs) ........................ 18
2.6 PAPEL DO FARMACÊUTICO VOLTADO AO PACIENTE PORTADOR DE
DM2......................................................................................................................................................20
2.7 A DROGARIA COMO PROMOTORA DE EDUCAÇÃO EM DIABETES ............... 22
3. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 24
3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................................. 24
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 24
4. MÉTODOS .......................................................................................................................... 25
4.1 TIPO DE ESTUDO..................................................................................................................... 25
4.2 FONTES ........................................................................................................................................ 25
4.3 COLETA DE DADOS ............................................................................................................... 25
4.4 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO ................................................................ 26
4.5 ASPECTOS ÉTICOS ................................................................................................................. 26
5. DISCUSSÕES ..................................................................................................................... 27
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................. 29
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 30
13
1. INTRODUÇÃO
Conforme Bisson (2007) o Diabetes mellitus (DM) é uma doença de alta prevalência
em nosso país, e as estimativas epidemiológicas indicam que na próxima década os índices se
elevarão, levando a consequências como complicações que afetam diretamente a qualidade de
vida do portador.
O Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou o diabetes não insulinodependente se caracteriza
pela insuficiência da insulina e com presença de resistência à insulina (GOLAN, 2014). A
DM2 pode ser influenciada por fatores tais como: fatores genéticos, faixa etária, obesidade e
a resistência periférica à insulina. Suas alterações metabólicas têm caráter mais leve do que as
da DM1, porém, a longo prazo elas podem ser tão graves quanto (CLARK et al., 2013).
O tratamento incorreto pode levar a complicações desta doença, tais como, a
retinopatia, o pé diabético, nefropatia, infarto do miocárdio, os acidentes vasculares e as
infecções (GROSS, 1999).
De acordo com Silvia e Prando (2004) há na literatura muitos estudos para demonstrar
que a atenção farmacêutica e a farmacovigilância trouxeram ótimos resultados financeiros
assim como qualidade e maior adesão no tratamento.
Segundo Macedo et al. (2005), a importância em implantar o serviço de atenção
farmacêutica que atenda os portadores de diabetes é por esta doença ser um dos maiores
problemas de saúde pública, e também deixa o portador de DM susceptível aos problemas
relacionados a medicamentos (PRM’s), pela não orientação ou orientação inadequada quanto
ao uso racional de medicamentos, interações medicamentosas e informações sobre a doença
em si.
Neste sentido, este trabalho toma-se importante o desenvolvimento da atenção
farmacêutica voltada ao paciente diabético tipo 2 em drogarias, visando a prevenção de casos
da doença assim como a atuação do farmacêutico como maneira de evitar internações e
agravantes relacionados ao mal controle glicêmico ou desinformação sobre a doença.
14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 DIABETES MELLITUS
De acordo com Golan (2014) “a síndrome de diabetes mellitus resulta de um grupo
heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresentam hiperglicemia em comum”. Esta
hiperglicemia pode ser por ausência absoluta de insulina, o que caracteriza a DM1 ou
insulinodependente, ou pode ser a DM2 ou não insulinodependente, que se caracteriza pela
insuficiência da insulina e com presença de resistência à insulina.
É um distúrbio crônico metabólico caracterizado por concentrações de glicose
sanguínea elevadas, o que levará à hiperglicemia que ocorre devido a liberação de glicose pelo
fígado juntamente com a redução na captação de glicose pelo músculo esquelético e com
redução na síntese de glicogênio (RANG e DALE, 2012).
Conforme Bisson (2007) esta doença é de alta prevalência em nosso país e as estimativas
epidemiológicas indicam que na próxima década os índices se elevarão. E traz como
consequências complicações que afetam diretamente a qualidade de vida do portador.
A DM2 pode ser influenciada por fatores tais como: fatores genéticos, faixa etária,
obesidade e a resistência periférica à insulina. Suas alterações metabólicas têm caráter mais
leve do que as da DM1, porém, a longo prazo elas podem ser tão graves quanto (CLARK et
al., 2013).
Não são todos os portadores de DM2 que administram insulina exógena e na maioria
das vezes são tratados apenas com os hipoglicemiantes orais e com dieta. Estes correspondem
cerca de 90% dos casos de diabetes (BISSON, 2007).
De acordo com Silva (2008), a glicose plasmática quando elevada após uma noite de
jejum é o padrão ouro para o diagnóstico da DM. Sendo o valor diagnóstico citado maior ou
igual a 126 mg/dL em pelo menos duas ocasiões ou em qualquer momento do dia superior a
200 mg/dL com sintomas clínicos.
O tratamento para a DM2 tem como objetivo manter os níveis de glicemia dentro da
faixa normal e evitar as complicações a longo prazo. Tanto a redução da massa corporal quanto
exercícios e uma dieta adequada diminuem as resistências à insulina, e podem corrigir a
hiperglicemia do DM2 (CLARK et al., 2013).
15
2.2 REGULAÇÃO DA GLICEMIA
A regulação da glicemia é feita principalmente pelo pâncreas. Guyton e Hall (2011),
explicam que o órgão, além das suas funções digestivas, secreta dois hormônios importantes,
sendo a insulina e o glucagon, que são cruciais para a regulação normal do metabolismo da
glicose, dos lipídios e das proteínas.
Dentre os hormônios reguladores a insulina é o hormônio hipoglicemiante e age como
controlador do metabolismo intermediário. Seu maior efeito é a redução dos níveis de glicose
no sangue. Sendo que o principal fator controlador da síntese e a secreção de insulina é a
concentração de glicose no sangue (RANG e DALE, 2012).
De acordo com Rang e Dale (2012, p. 376) “o glucagon eleva a glicemia e promove a
degradação da gordura e de proteínas”. Os autores trazem a concepção de que um dos principais
estímulos fisiológicos para a sua secreção é a concentração de aminoácidos no plasma, sendo
que uma refeição rica em proteínas será acompanhada por um aumento da secreção deste
hormônio. Conforme as concentrações de glicose e ácidos graxos são diminuídas, estimula-se
a secreção de glucagon.
2.3 ATENÇÃO FARMACÊUTICA
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia na Resolução nº 357/2001 a definição
de atenção farmacêutica se dá por:
Um conceito de prática profissional no qual o paciente é o principal beneficiário das ações do farmacêutico. A
atenção é o compêndio das atitudes, dos comportamentos, das inquietudes, dos valores éticos, das funções, dos
conhecimentos, das responsabilidades e das habilidades do farmacêutico na prestação da farmacoterapia, com
objetivo de alcançar resultados terapêuticos definidos na saúde e na quantidade de vida do paciente.
Ainda segundo esta resolução a assistência farmacêutica “é o conjunto de ações e
serviços que visam assegurar a assistência integral, a promoção, a proteção e a recuperação da
saúde nos estabelecimentos públicos ou privados, desempenhados pelo farmacêutico ou sob a
sua supervisão. ”
De acordo com Silvia e Prando (2004), muitos estudos realizados tanto no Brasil quanto
em outros países demonstram que a prática da assistência farmacêutica trouxe bons resultados
em relação aos custos, qualidade de vida e adesão ao tratamento para os pacientes.
Segundo Marques (2008), a atenção farmacêutica englobará as seguintes atividades:
16
• Dispensação ativa
• Formulação magistral
• Consulta farmacêutica ou Indicação Farmacêutica ou Atenção Farmacêutica em
Distúrbios Menores
• Educação sanitária
• Uso racional de medicamentos
• Farmacovigilância
• Seguimento do Tratamento Farmacológico
Stopirtis et al. (2008) afirma que: “os serviços farmacêuticos tradicionais concentram-
se na dispensação e na aquisição, armazenamento e controle de estoque de medicamentos. ”
O que reforça a importância da atenção farmacêutica e a importância da farmácia clínica.
Miller (1996) enquadra a farmácia clínica como uma área que lida com a atenção do
paciente, mas com o foco na farmacoterapia. Procura desenvolver a orientação ao paciente. O
farmacêutico clínico garantirá resultados apropriados e esperados para a farmacoterapia
(STOPIRTIS et al., 2008).
2.4 TRATAMENTO DO DM2
Quanto ao Tratamento não medicamentoso pode-se citar os hábitos de vida saudáveis,
os quais são essenciais no tratamento do diabetes, juntamente com um tratamento
farmacológico, ou não. É então fundamental manter uma alimentação adequada e atividade
física regular, evitar o tabagismo e excesso de álcool, assim como estabelecer metas de controle
de peso (GUSSO; LOPES, 2012).
Rang e Dale colaboradores (2012) destaca que o tratamento não medicamentoso é a
primeira estratégia no tratamento do diabetes (RANG; DALE, 2012).
O diabetes tipo 2 pode ser prevenido ou retardado com esse tratamento não
medicamentoso, principalmente pela perda de peso corporal e reeducação alimentar (ADA,
2002).
As pessoas com DM2 precisam de apoio para mudar seus estilos de vida e informação
de como realizar essas mudanças. Estratégias cognitivo-comportamentais que promovam
mudança de comportamento, adesão às recomendações e programas de educação em saúde que
visam o apoio ao autocuidado por parte do paciente fazem parte do tratamento do DM
(BRASIL, 2013).
Quando se aborda o tratamento medicamentoso do DM2 como o uso de antidiabéticos
17
orais (conforme apresentados no Quadro 01), este pode ser complementado com uma ou duas
doses de insulina basal, dependendo da evolução da doença.
CLASSE DE
MEDICAMENTO
MECANISMO
DE AÇÃO
CONTRAINDICAÇ
ÃO
EFEITOS
COLATERAIS
EFEITOS
BENÉFICOS
Sulfoniuréias Incrementam a
secreção
pancreática de
insulina
Gravidez,
insuficiência renal ou
hepática
Hipoglicemia
ganho ponderal
(clorpropamida
favorece o
aumento de peso
e não protege
contra
retinopatia)
-
Metiglinidas Incrementam a
secreção
pancreática de
insulina
Gravidez Hipoglicemia e
ganho ponderal
discreto
Redução do
espessamento
médio intimal
carotídeo
Biguanidas Reduzem a
produção hepática
de glicose
Gravidez,
insuficiências renal,
hepática, cardíaca,
pulmonar e acidose
grave
Desconforto
abdominal,
diarreia
Diminuição
de eventos
cardiovasculares
e de peso
Prevenção de
DM2
Melhora do
perfil lipídico
Inibidores da
Alfaglicosidase
Reduzem a
velocidade de
absorção de
glicídios
Gravidez Meteorismo,
flatulência e
diarreia
Diminuição de
eventos
cardiovasculares
Prevenção
de DM2 Melhora
do perfil
lipídico
Quadro 01 – Medicamentos antidiabéticos utilizados no tratamento do DM2
18
Glitazonas Aumentam a
utilização periférica
da glicose
Insuficiência
cardíaca classes
III e IV
Insuficiência
hepática Gravidez
Retenção
hídrica, anemia,
ganho ponderal,
insuficiência
cardíaca e
fraturas
Redução do espes-
samento médio intimal
carotídeo e da gordura
hepática
Melhora do perfil lipídico
Inibidores da
dpp-iv)
GlipTinas
Inibidores do
contra-transporte
sódio-glicose 2 nos
túbulos proximais
dos rins
Hipersensibilidad
e aos
componentes do
medicamento
Faringite,
infecção
urinária, náusea
e cefaleia
Aumento da massa de
células beta em modelos
animais
Efeito neutro no peso
corporal
Mimético e
análogo do
Glp-1
Inibidores do
contra-transporte
sódio-glicose 2 nos
túbulos proximais
dos rins
Hipersensibilidad
e aos
componentes do
medicamento
Hipoglicemia
principalmente
quando
associado a
secretagogos
Náusea, vômitos
e diarreia
Aumento da massa de
células beta em modelos
animais
Redução de peso e da
pressão arterial sistólica
Inibidores da
SGLT2
Inibidor de SGLT2
nos túbulos
proximais dos rins
Disfunção renal
moderada a grave
Infecção genital
e urinária
Poliúria
Perda de peso Redução de
PAS
Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (2014-2015)
O Ministério da Saúde financia seis medicamentos (Cloridrato de Metformina 500mg;
Cloridrato de Metformina 500mg de ação prolongada; Cloridrato de Metformina 850mg;
Glibenclamida 5mg; Insulina Humana 100 ui/mL; Insulina Humana Regular 100 ui/mL;),
liberados nas farmácias credenciadas. Para retirar esses medicamentos o paciente deve
apresentar um documento de identidade com foto, CPF e receita médica dentro do prazo de
validade (BRASIL, 2015).
2.5 PROBLEMAS RELACIONADOS COM MEDICAMENTOS (PRMs)
Cipolle et al. (1998) define PRMs como “todos os problemas de saúde que acontecem
(manifestado) ou é provável que aconteçam (não manifestado) em um paciente e que estejam
19
relacionados com seus medicamentos.”
E, segundo Marques (2008) “um PRM deve conter estes três requisitos: deve ser
percebido por qualquer membro da equipe de saúde, entre os quais está o próprio paciente,
deve ser indesejável e afetar a saúde do paciente”. Ainda neste estudo a autora diz que os
PRM’s podem ocorrer devido a vários fatores, como por exemplo, a administração incorreta,
a conservação inadequada, as contraindicações, a dose, posologia, duração do tratamento,
duplicidade do tratamento, erros na dispensação e prescrição, a não adesão ao tratamento, as
interações medicamentosas, e os outros problemas de saúde que afetam o tratamento como
problemas de saúde insuficientemente tratados.
Segundo Strand et al. (1990), os PRMs podem ser classificados como:
PRM 1: O paciente tem um estado de saúde que requer um medicamento que não está
recebendo.
PRM 2: O paciente tem um estado de saúde para o qual toma um medicamento errado.
PRM 3: O paciente tem um estado de saúde para o qual recebe uma dose baixa de medicamento.
PRM 4: O paciente tem um estado de saúde para o qual recebe uma dose elevada de
medicamento.
PRM 5: O paciente tem um estado de saúde resultante de uma reação adversa ao medicamento.
PRM 6: O paciente tem um estado de saúde resultante de uma interação.
PRM 7: O paciente tem um estado de saúde resultante de não tomar um medicamento prescrito.
PRM 8: O paciente tem um estado de saúde resultante do uso de um medicamento não indicado.
Entre os PRMs podem existir as interações medicamentosas, as quais segundo Stopirtis et
al. (2008), são “ações recíprocas dos componentes ativos dos medicamentos”. A partir desta
base, as interações medicamentosas podem ser benéficas se melhorarem a eficácia terapêutica
ou se diminuírem os efeitos adversos, e maléficas pois podem aumentar exageradamente os
efeitos farmacológicos dos princípios ativos, ou anulam parcialmente os efeitos terapêuticos,
total ou parcialmente, quando se antagonizam.
20
2.6 PAPEL DO FARMACÊUTICO VOLTADO AO PACIENTE PORTADOR
DE DM2
De acordo o IDF (2012), as complicações do diabetes causam alta morbimortalidade e
isso acarreta altos custos para os sistemas de saúde, sendo estimados gastos de 11,6 % do total
de gastos com atenção em saúde. E no Brasil, segundo a OMS, os custos variam de 2,5% a 15%
dos orçamentos anuais de Saúde (OMS, 2003). Por ser uma doença crônica que gera
importantes gastos com o seu tratamento para o governo, é uma doença capaz de impossibilitar
o indivíduo de trabalhar, tornando-o dependente de auxílio do governo. O diabetes pode trazer
problemas associados aos males que uma doença crônica pode trazer, as faltas de políticas de
prevenção ressaltam a importância do conhecimento do impacto que uma doença pode ter no
orçamento público (GUIDONI et al., 2009).
Schaan (2004) destaca que as complicações crônicas marcam o DM2, sendo
classificadas como complicações micro e macrovasculares. Estas complicações são
responsáveis por eventos como cegueira, amputações, perca de função e o comprometimento
da qualidade de vida do portador de DM. Por essa natureza crônica o DM se torna muito custoso
para o portador, para a sua família, para o sistema de saúde e acaba afetando a sociedade.
Estimativas do custo direto para o país são de aproximadamente de 3,9 bilhões de dólares,
enquanto na Argentina oscilam em torno de 0,8 bilhões e 2 bilhões para o México.
Um levantamento feito pelo Ministério da Saúde constatou que o número de internações
e óbitos por diabetes no SUS foi de 121.168 hospitalizações em 2008, totalizando 53 milhões
de reais por ano. Em 2011 esse número cresceu para mais de 125 mil e o valor anual de
internações foi de 65 milhões de reais (RIBEIRO, 2014), sendo os gastos por paciente em
tratamento ambulatorial pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de R$ 2.108,00 (SBD, 2016).
ADA (2008), destaca que os principais componentes de despesas hospitalares foram atribuídos
aos cuidados hospitalares, medicamentos para o diabetes e suprimentos, tratamento de
complicações e visitas ao consultório médico.
Um estudo realizado por PAULA (2014), no Centro Hiperdia Minas de Juiz de Fora –
MG, detecta que o tratamento do DM2 representou custos elevados para o SUS, sendo os
medicamentos os responsáveis pelos maiores custos.
Como relatado por Ferreira (2008), em um estudo realizado no município de Cuiabá –
Mato Grosso, com 7938 pacientes diabéticos, no qual a maioria tinha 40 anos ou mais, viu-se
que os adultos velhos (50,4%) e idosos (39,2%) correspondem a maior concentração de
diabéticos da cidade. Com relação às complicações: 81,3% apresentaram infarto, 5,9% outras
21
coronariopatias, 8,0% Acidente Vascular Cerebral (AVC), 4,3% pé diabético, 1,7% amputação
por pé-diabético e 9,9% eram nefropatas. O número de portadores de Diabetes Mellitus tipo 2
identificados nesse estudo foi de 5832 (73,5%). Nesse mesmo estudo, a autora enquadra que
98,0% dos gastos com internações por diabetes apresentaram complicações, agudas e crônicas,
e isso está diretamente relacionado com um controle glicêmico inadequado. Controles
glicêmicos adequados e detecção precoce da doença podem resultar na diminuição de gastos
com internações por diabetes.
Medidas de prevenção reduzem significativamente a morbimortalidade por diabetes,
por isso constituem prioridades para a saúde pública no mundo. Segundo o Ministério da
Saúde (2004) e a Sociedade Brasileira de Diabetes (2006), a prevenção pode ser realizada
mediante a identificação de indivíduos em risco (prevenção primária), identificação de casos
não diagnosticados (prevenção secundária) e pelo tratamento dos indivíduos já afetados pela
doença, visando prevenir complicações agudas e crônicas (prevenção terciária).
A prevenção primária protege indivíduos suscetíveis de desenvolverem o DM e tem
impacto por reduzir ou retardar tanto a necessidade de atenção à saúde como a de tratar as
complicações do diabetes (FERREIRA et al., 2005; SIGAL et al., 2006). Atualmente, a
prevenção do DM1 necessita de estudos que a confirmem. As proposições mais aceitáveis
baseiam-se no estímulo ao aleitamento materno e em evitar a introdução do leite de vaca nos
primeiros 3 meses de vida da criança (SBD, 2006).
De acordo com Bisson (2007) a educação é essencial para o tratamento do diabético, sendo
direito e dever do mesmo e um dever dos responsáveis pela promoção da saúde. Este processo
deve envolver ações para motivar o paciente a mudar de hábitos para o bom controle metabólico
e consequentemente melhoria na qualidade de vida. Deve envolver o paciente, a família,
profissionais da saúde e a sociedade em geral, assim como o poder público e as entidades
privadas. Essa educação deve ser prática e adequada para cada idade, sexo, renda, tipo de
diabetes, complicações e devem ter objetivos e formas de avaliação definidos. O autor cita que
a educação do profissional da saúde deve ter a sensibilização e comprometimento no tratamento
do diabético, assim como conhecimentos básicos sobre o diabetes, métodos e técnicas para
facilitar e possibilitar o processo educacional e também a troca de experiências com outros
profissionais para que haja a melhora dos cuidados dispensados aos pacientes.
Sampaio et.al (2008) destaca que os trabalhos educativos realizados por profissionais
da saúde capacitados, para o autocuidado em DM contribuem para o melhor controle da
glicemia, sendo a educação em saúde ligada ao processo de promoção de saúde, de informar a
respeito da doença à população, na tentativa de melhorar a qualidade de vida da sociedade e
22
diminui os casos de pessoas com diabetes (BUSS, 2000; FERREIRA, M.L. S. et al., 2010).
Oliveira et al. (2005) enfocam que neste processo também há a importância da
assistência farmacêutica, na qual a atuação do farmacêutico incluirá uma série de
comportamentos, atitudes e habilidades na prestação da farmacoterapia. O objetivo intrínseco
será alcançar resultados eficientes e seguros e também informar sobre PRM’s, para contribuir
com a melhoria de vida para o paciente.
A atenção farmacêutica vem então para o farmacêutico desempenhar um papel
fundamental nas atividades de uso racional dos medicamentos (LYRA et al., 2006). O
farmacêutico é de extrema importância para prevenção de complicações e agravantes e do
acesso à educação em diabetes. O Diabetes mellitus se encontra em crescente prevalência, e o
bom manejo deste problema na atenção básica evita hospitalizações e mortes por complicações
cerebrovasculares e cardiovasculares (ALFRADIQUE, 2009). Sendo o DM e a hipertensão
arterial sistêmica (HAS) a primeira causa de mortalidade e de hospitalizações no SUS (ROSA,
2008).
Em um estudo realizado no município de Ribeirão Preto por REIS (2012) com 112
farmacêuticos, 70,5% dos participantes responderam que faziam à prática de atenção
farmacêutica nos estabelecimentos (farmácias e drogarias) onde trabalhavam, sendo que 78,8%
dos participantes não apresentaram um conhecimento razoável para a prática da atenção ao
paciente. Sendo assim, o farmacêutico deve estar cada vez mais ativo nas ações de prevenção
em saúde, por meio do aperfeiçoamento dos serviços oferecidos e fazendo com que os pacientes
melhorem os seus comportamentos com relação aos medicamentos (POSSAMAI e
DACOREGGIO, 2008).
Pelo fato do farmacêutico por ser o profissional de saúde mais acessível para a
população favorece o cuidado do paciente com DM, podendo prover a educação, cuidado
contínuo ao paciente e sendo um referencial no tratamento farmacológico quando necessário
(YOUNIS; CAMPBELL; SLACK, 2001).
2.7 A DROGARIA COMO PROMOTORA DE EDUCAÇÃO EM DIABETES
As farmácias e drogarias têm como um modelo de atendimento aos usuários de
medicamento o “princípio de orientação mínima”, que seguem etapas como: acolhida do
usuário, análise da prescrição, aconselhamento e finalização do atendimento, no qual o
farmacêutico deve estar certo de que o paciente entendeu as orientações recebidas
23
(CORDEIRO e LEITE, 2005). Por ser um serviço de dispensação, pode então se estruturar
para o apoio do paciente com doenças crônicas. Especialmente o diabetes por ser de alta
prevalência, gravidade e por possuir complicações se não adequadamente tratado (RIBEIRO
et al., 2008).
Como a dispensação orientada realizada pelo farmacêutico é um dos serviços que a
assistência farmacêutica proporciona, ela vai além do ato de dispensar o medicamento ao
usuário, essa é uma oportunidade de realizar ações informativas tanto a respeito da medicação
quanto informações sobre hábito de vida, e incentivo à adesão terapêutica (SANTOS, 2004).
A Resolução do CFF 585/2013 define como atribuições clínicas do farmacêutico “o
cuidado à saúde, nos âmbitos individual e coletivo” (Art. nº 7); “a comunicação e educação
em saúde” (Art. nº 8); e a “gestão da prática, produção e aplicação do conhecimento” (Art. nº
9). A Lei 13.021/14 classifica as farmácias e drogarias do Brasil como estabelecimentos de
saúde, podendo então se beneficiar dos serviços clínicos para agregar ao estabelecimento
(CFF, 2013).
Muitos farmacêuticos e farmácias pelo país cobram pelo serviço de acompanhamento
farmacoterapêutico, procedimentos e serviços prestados ao paciente. Serviços esses que
contribuem para o aumento das vendas de produtos, como por exemplo, farmácias com esse
serviço aumentaram em 110% a venda de aparelhos de pressão e em 80% os de dosagem de
glicemia capilar. Contribuem também para a fidelização do cliente que é beneficiado com
ações de promoção, educação em saúde e assistência à saúde, prevenindo doenças e
complicações, assim como auxiliando na recuperação da saúde, podendo esses serviços serem
uma cortesia ao cliente já fidelizado, ou terem os seus preços tabelados (SBFFC, 2017).
Como há um grande número de farmácias e drogarias no Brasil o paciente diabético
visita esses estabelecimentos com frequência, tendo mais contato com o farmacêutico do que
com o médico, o farmacêutico é a linha de frente no que se diz respeito ao tratamento da
doença. Esse paciente diabético possui o maior ticket médio do varejo, sendo cerca de R$
350,00 a R$ 1.500,00 reais por mês, pois visita a farmácia de três a oito vezes a mais que
outros pacientes não diabéticos (LENZI, 2016).
24
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVO GERAL
Analisar por meios eletrônicos e impressos com justificativas para a importância do
desenvolvimento da atenção farmacêutica voltada aos pacientes portadores de DM2 em
drogarias.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) realizar estudo sobre atenção farmacêutica voltada aos pacientes com DM2;
b) analisar os benefícios do acompanhamento dos pacientes com DM2;
c) discutir a importância que o profissional farmacêutico tem no acompanhamento e cuidado
para com o paciente diabético tipo dois em drogarias;
25
4. MÉTODOS
4.1 TIPO DE ESTUDO
O trabalho desenvolvido adotou conceitos de um estudo exploratório por uma pesquisa
bibliográfica, desenvolvida a partir de material já elaborado, como livros e artigos científicos
(GIL, 2008).
4.2 FONTES
Foram utilizadas as seguintes principais fontes que forneceram as justificativas para o
estudo proposto:
a) Artigos Científicos: Scientific Eletronic Library Online (Scielo), Pubmed, artigos de revistas
especializadas em atenção farmacêutica, dissertações e monografias, assim como a ferramenta
de busca de trabalhos científicos do Google Acadêmico.
b) Manuais da Sociedade Brasileira de Diabetes; Cadernos de Atenção Básica do Ministério da
Saúde; Revistas dos conselhos federais e regionais de farmácia, dentre outros.
c) Livros: Foram utilizados livros especializados em atenção farmacêutica, livros
especializados em Farmacologia e fisiologia médica, focando a busca por Diabetes Mellitus
tipo 2 e o papel do farmacêutico e das drogarias para com os portadores dessa doença.
4.3 COLETA DE DADOS
A coleta baseou-se nas seguintes etapas:
a) Leitura Exploratória (leitura rápida, com intuito de verificar se os trabalhos consultados
serão de interesse).
b) Leitura Seletiva (leitura aprofundada, em busca de dados de interesse).
c) Registro das informações (data, autores, resultados, discussões, revisão bibliográfica,
conclusão e introdução).
26
4.4 ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E DISCUSSÃO
Realizou-se leitura analítica objetivando a obtenção de informações que justifiquem o
desenvolvimento da atenção farmacêutica voltada para pacientes portadores de DM2 em
drogarias, assim como o estudo sobre diabetes e suas complicações, custos para a saúde e
tratamentos.
4.5 ASPECTOS ÉTICOS
Todos as fontes utilizadas neste trabalho foram devidamente referenciadas conforme as
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
27
3. DISCUSSÕES
O envelhecimento populacional, a prevalência de condições crônicas e o aumento do
uso contínuo de medicamentos, constituem os principais fatores associados à crise nos sistemas
de saúde (CFF, 2016). Segundo Ribeiro (2014), as hospitalizações por diabetes no Brasil
encontram-se crescentes, assim como os custos anuais com a doença. Ferreira (2008) destaca
que os controles glicêmicos adequados assim como a detecção precoce da doença podem
resultar na diminuição dos gastos por hospitalizações por diabetes.
Buss (2000) e Ferreira (2010) são unânimes em afirmar que a educação em saúde
quando ligada à promoção, informação e tentativa de melhorar a qualidade de vida da sociedade
em geral, diminui o caso de pessoas com o diabetes. Alfradique (2009) destaca que o
farmacêutico é essencial para a prevenção de complicações e agravantes e do acesso à educação
em diabetes, sendo que o bom manejo destes problemas evitam as hospitalizações e morte pelas
complicações do diabetes.
De acordo com o Conselho Federal de Farmácia (2016), a gestão em saúde realizada
pelo farmacêutico é focada em uma doença ou condição específica, como por exemplo no caso
do DM2, e objetiva dar ao paciente os conhecimentos necessários para o seu empoderamento
no autocuidado. Em um estudo sobre a contribuição do farmacêutico nos sistemas de saúde
Chisholm-Burns et al. (2010), encontraram melhores soluções clínicas para os problemas de
saúde relacionados à segurança da farmacoterapia, tendo como resultado uma melhorIa no
controle do diabetes (diminuição dos valores de hemoglobina glicada, p<0,005) assim como a
redução da procura por emergência, de hospitalizações e tempo de hospitalizações, redução dos
eventos adversos causados por medicamentos, redução de IMC dos pacientes e de mortes.
Possamai e Dacoreggio (2008), enquadram que o farmacêutico tem o papel de fazer com
que os pacientes melhorem os seus comportamentos em relação aos medicamentos, assim como
deve estar ativo nas ações de prevenção em saúde por meio dos serviços oferecidos, onde de
acordo com a RDC nº 585/2013 do CFF (2013) o farmacêutico pode prestar cuidados,
comunicação e educação em saúde.
As drogarias são classificadas como estabelecimentos de saúde pela Lei 13.021/14
(CFF, 2013). Partindo desse conceito, Ribeiro (2008) argumenta que a drogaria pode se
estruturar para promover o acompanhamento dos pacientes diabéticos e isso se justifica pelo
diabetes mellitus ser de alta prevalência no Brasil e no mundo e por possuir complicações se
houver o mal manejo da doença.
Segundo Santos (2004), a dispensação orientada vai além do ato de dispensar o
28
medicamento ao usuário, ela é uma oportunidade de comunicação com do farmacêutico com o
paciente, realizando desde troca de informações sobre os medicamentos e hábitos de vida até o
incentivo à adesão terapêutica. Lenzi (2016), chama atenção para o fato do farmacêutico ser um
profissional importante no acompanhamento do diabético, aconselhando e educando, podendo
dar orientações dietéticas básicas, incentivar e orientar à prática de exercícios físicos e orientar
e acompanhar o tratamento farmacoterapêutico, com o intuito de controlar os níveis glicêmicos
do mesmo. Pinheiro (2016) explica que o paciente portador de diabetes tipo 2 precisa passar a
ver o farmacêutico como um profissional capacitado e qualificado para auxiliá-lo no controle
de sua doença.
As intervenções farmacêuticas podem promover o aumento da adesão ao usuário aos
tratamentos do DM2, motivando o paciente através do entendimento dos benefícios dessa
adesão (ZAMBRINI, 2010).
29
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos avaliados justificam e evidenciam a importância do desenvolvimento da
atenção farmacêutica voltada para pacientes portadores de diabetes tipo 2 em farmácias e
drogarias, buscando a promoção da saúde, assim como a prevenção e controle da doença.
Pelo fato do diabetes ser uma doença prevalente e pelo fato de seus números e gastos
em tratamentos com o passar dos anos só aumentarem, tanto no Brasil quanto no mundo, vê-se
a necessidade e emergência da diminuição dos casos de pessoas com diabetes do tipo 2 assim
como o controle glicêmico de pacientes já diagnosticados, buscando prevenir complicações a
longo prazo e promovendo melhorias de qualidade de vida do mesmo.
No caso da DM2 o adequado controle glicêmico pode ser feito por meio da redução da
massa corporal do paciente, com a realização de exercícios físicos e de dieta adequada, para
diminuir as resistências à insulina, podendo corrigir a hiperglicemia do DM2. Essas ações são
constituintes do tratamento não medicamentoso, que é a chave para o bom manejo da doença e
pode ser associado ou não à um tratamento medicamentoso, onde orientações e informações
sobre o bom uso dos medicamentos prescritos tendem a agregar e melhorar o tratamento em
geral.
O farmacêutico é o profissional que possui contato direto com a população e
especialmente contato direto com os portadores de doenças crônicas, que visitam os
estabelecimentos de saúde bem mais vezes do que os não portadores, principalmente o paciente
com diabetes mellitus. Esse profissional estando devidamente pronto e capacitado a prestar a
atenção farmacêutica na drogaria agrega em muito ao tratamento do diabético do tipo 2,
proporcionando uma terapia mais efetiva e trazendo resultado satisfatórios.
Os serviços farmacêuticos não só beneficiam o diabético, mas agregam à drogaria no
que se diz respeito ao aumento de vendas de produtos ocasionado pela fidelização e maior
frequência de visitas do paciente à farmácia e à sociedade e ao país, por reduzem gastos
causados por complicações, hospitalizações e mortes pela doença, que poderiam ser evitadas.
A Atenção Farmacêutica é eficaz na promoção de uma melhor qualidade de vida em
geral à população e traz a valorização do profissional farmacêutico. A farmácia clínica vêm
para gerar mais visibilidade a esse profissional, e os cuidados prestados à população podem
gerar uma diminuição de gastos nos sistemas de saúde, principalmente no âmbito do SUS.
É importante também realçar o real papel das farmácias e drogarias, que não são
somente estabelecimentos de dispensação de medicamentos e sim estabelecimentos de saúde,
com a prática da atenção farmacêutica voltada à melhoria da qualidade de vida da população.
30
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