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04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Opinião D. Manuel Linda14 - A semana de... Henrique Matos16 -Entrevista: D. Manuel Quintas28 - Dossier Diocese do Algarve

40- Internacional46 - Multimédia48 - Estante50 - Vaticano II52- Agenda54 - Por estes dias56 - Programação Religiosa57 - Minuto YouCat58 - Liturgia60 - Fundação AIS62 - Lusofonias64 -Opinião: Margarida Corsino

Foto da capa: Samuel Mendonça/Folha do DomingoFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Diretor daTelevisão doVaticano emPortugal[ver+]

PrémioGulbenkian2014 para SantoEgídio[ver+]

Israel/Palestina:aniquilação dooutro não é asolução[ver+]

Manuel Linda | Miguel Neto |AlbinoMartins | Carlos Oliveira | SamuelMendonçaManuel Barbosa | Paulo Aido PadreTony Neves | Eduardo Novo

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A fecundidade da terra está naspessoas

Paulo Rocha, Agência ECCLESIA

Férias, praia, regresso de emigrantes, encontrosa gerar imagens que não se esquecem; a criarinstantes que passam para molduras exibidas namemória principal muitas famílias, grupos oucomunidades. Entre quem sai e quem fica,acontecem após a ausência de um rosto aolongo de um ou mais anos e em episódios nãopoucas vezes anedóticos pela linguagem hibrida,mestiçagem de tradições e culturas ou a misturade hábitos do quotidiano de contextos de origense com os de destinos.Procurar um destino de férias, voltar ao seio danatalidade, descobrir tesouros em paisagensmilenares e tentar perceber o que de melhorpreenche o horizonte é um exercício sempredesafiante e possível de repetir vezes sem fim.

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Até para descobrir riquezas,produtos naturais que dão valor auma porção de terra e que mostrama sua fecundidade, a suacapacidade de dar fruto para quema habita e para quem por ela passa.Visitar lugares de encontro habitualou chegar à novidade de umalatitude não pode ser só apossibilidade admirar o que os olhoscontemplam e é dado pela natureza.Tem de ir além do que nasce,cresce, morre e volta a crescer pelaforça da terra, pelo sol quedesponta e a chuva que densifica.Milagre da Mãe Natureza que afísica, a química ou

ou as ciências biológicas nuncaalcançam plenamente e demonstrama força da Terra.Mas não podem ficar por aí osolhares descansados dos dias deverão. Porque não é na terra que seencontra o que de melhor dela sai,mas nas pessoas que a habitam. Oencontro com outras culturas ou oregresso ao ambiente natal, olhar odesconhecido ou percorrer espaçosque viram crescer pessoas efamílias é oportunidade com o quecada um tem de melhor, porque demais autêntico. Experiência destesdias como do encontro entre oazeite e a água!Há encontros com a energia de umaporção de terra, de umacomunidade ou um País que não secompreendem apenas com aclassificação botânica ou asestatísticas de desenvolvimento. Énecessário estar e ser com outraspessoas. Tanto em encontrosocasionais como nos reencontrosentre companheiros de outrostempos.As memórias podem exploram –apenas - o que de melhor cada umtem e foi capaz de colocar aoserviço de todos.Em férias, praia ou no encontro comquem regressa da emigração, faça-se a exibição de tudo o que seconstruiu, mostrem-se percursos devida, os frutos de uma geração ouum ano de trabalho qual festa dascolheitas, um verdadeiro “SãoMiguel” antecipado… Porque afecundidade da terra está nas 5

fecundidade da terra está naspessoas!

Voo MH17 da Malaysia Airlines caiu na Ucrânia, ao que tudo indica, atingidopor um míssil terra-ar vitimando 298 pessoas, 17.07.2014Foto da globalnews.ca

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“As nossas prioridades são oregresso dos nossos cidadãos, umainvestigação independente ejustiça”, primeiro-ministro holandês,Mark Rutte, sobre o acidente do vooMH17 da Malaysia Airlines, quevitimou 193 holandeses, Euronews,22.07.2014 "Há uma urgência de criar umaresposta política no campo daesquerda que assuma umadisponibilidade essencial emtorno da salvação do Estadosocial, daquilo que é a defesados valores democráticos e dacidadania social”, Ana Drago, quese desvinculou do Bloco deEsquerda, no final de uma sessãopública da associação FórumManifesto, Rádio Renascença,23.07.2014

"Fomos surpreendidos. Mas oque nós queríamos, acima detudo, era ajudar Timor-Lestepara que esta Cimeira fosse umsucesso, e Portugal deveria tersempre em mente no seucomportamento e nas suasatitudes quão importante era osucesso desta cimeira paraTimor", Cavaco Silva comentandoa chamada à mesa do presidenteda Guiné Equatorial, TeodoroOdiang, como membro de plenodireito desta organização, antesda aprovação formal da adesão,Diário Económico, 23.07.2014 "Fica a ideia de que a justiça atuarapidamente quando as pessoasdeixam de ser poderosas", RicardoCosta comentando a detenção deRicardo Salgado por envolvimentona operação Monte Branco,Expresso, 24.07.2014

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Diretor da televisão do Vaticanoem PortugalO diretor do Centro TelevisivoVaticano, padre Dario EdoardoViganò, vai estar em Portugal paraparticipar nas Jornadas Nacionaisde Comunicação Social, onde vaifalar sobre 'o poder das imagens' nopontificado do Papa Francisco.'O Papa Francisco e a cultura doencontro: o poder das imagens' é otema para a conferência que vaifazer na manhã do dia 26 desetembro de 2014, segundo dia dasJornadas de Comunicação Social,participando depois num debatecom os participantes sobre a mesmatemática, revela o programa dasJornadas.O padre Dario Edoardo Viganò,diretor do Centro Televisivo Vaticanodesde 2013, foi ordenado sacerdoteem Milão em 1987, tendo iniciado deseguida a investigação académicana área do cinema e do audiovisual,que o levou à lecionação e aotrabalho no setor, primeiro naDiocese de Milão e depois naConferência Episcopal Italiana.'Uma Rede de Pessoas' é o temadas Jornadas Nacionais

de Comunicação Social, quedecorrem em Fátima, na DomusCarmeli.Promovidas e coordenadas peloSecretariado Nacional dasComunicações Socais, as jornadasanalisam o tema proposto pelo PapaFrancisco para o Dia Mundial dasComunicações Sociais deste ano,debatendo-o também em duasmesas-redondas.'Jornalismo descartável:consequências empresariais eprofissionais' e 'Media e cultura deencontro' são os temas em análisena tarde do primeiro dia dasJornadas, 25 de setembro, porjornalistas, professoresuniversitários e peritos na área dascomunicações sociais.Ângela Silva , jornalista doExpresso, David Dinis, diretor dojornal digital Observador e EduardoCintra Torres, jornalista e professoruniversitário analisam o primeirotema em debate, 'Jornalismodescartável: consequênciasempresariais e profissionais', entreas 15h00 e as 16h30 do dia 25 desetembro.A temática 'Media e cultura

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de encontro' será apresentada,entre as 17h30 e as 19h30, pelopresidente da Comunidade Vida ePaz e professor universitárioHenrique Joaquim, pelo padre TiagoFreitas, diretor do Departamento deComunicações Sociais daArquidiocese de Braga, e oprovincial dos MissionáriosCombonianos, padre José Vieira.As Jornadas Nacionais deComunicação Social iniciam às14h30 do dia 25 de setembro com aapresentação do tema por

D. Pio Alves, presidente daComissão Episcopal da Cultura,Bens Culturais e ComunicaçõesSociais, de que faz parte oSecretariado que as promove.De acordo com o programa dasJornadas, o encontro deste ano vaiincluir o espaço 'M&M' (MostraMultimédia), onde se convidammeios de comunicação social,empresas e editoras a divulgaremas publicações, produtos e projetosmultimédia sobre o tema em debate.

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Comunidade de Santo Egídiorecebeu prémio Gulbenkian 2014

O presidente da Comunidade deSanto Egídio, Marco Impagliazzo,afirmou esta segunda-feira, emLisboa, que apesar dos conflitosarmados em diferentes pontos doglobo, cultiva a esperança de que a“paz é possível”.“A Paz é possível. Esta é aesperança que nós cultivamos.Temos de encontrar os caminhospara a concretizar, com paciência,reconstruindo as fraturas, criandouma interação que garantam ofuturo e mostrando que não hánada pior do que a guerra”, afirmou,Marco Impagliazzo ao receber oPrémio Internacional CalousteGulbenkian 2014.“O Prémio Calouste Gulbenkian, novalor de 250 mil euros, é atribuído auma instituição ou a uma pessoa,portuguesa ou estrangeira, que setenha distinguido na defesa dosvalores essenciais da condiçãohumana”, informa a FundaçãoCalouste Gulbenkian na sua páginada internet.

Para o antigo presidente daRepública a atribuição do PrémioCalouste Gulbenkian à Comunidadede Santo Egídio “traduz oreconhecimento internacional daimportante obra realizada emdezenas de países há quase meioséculo”, num momento em que os“conflitos armados” na Europa e noMédio Oriente aumentam.Artur Santos Silva, presidente daFundação Calouste Gulbenkian,frisou que a Comunidade de SantoEgídio “personifica o espírito do bemcomum”.

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Bispo do Porto deseja a canonizaçãodo “Pai Américo”O bispo do Porto pediu, estesábado, aos cristãos que rezassempara que a “beatificação ecanonização” do padre Américo sejauma realidade.No simpósio sobre «Padre Américo -Modelo de Caridade para os nossosdias» para celebrar o aniversário daObra da Rua, D. António Franciscodos Santos sublinhou na homilia dacelebração que o Padre Américo“partiu cedo demais” e não se sabe“quantas barreiras ele teve devencer”, mas ele “estava decidido!Havia uma força interior que oimpelia”.A Diocese do Porto viveu com“alegria e gratidão” este dia deaniversário da Obra Rua e “evocoucom devoção e emoção” a memóriado seu fundador, Padre AméricoMonteiro de Aguiar, que celebrou oaniversário da morte, no passadodia 16 deste mês.O Padre Américo percorreu “comoninguém as ruas mais pobres” dacidade do Porto e “lamentou-se detão tarde ter conhecido a alma dacidade, porque aqui encontrougenerosidade e carinho, que

nunca se cansou de agradecer”,afirmou D. António Francisco naCasa de Vilar.A cidade “nunca esqueceu o PaiAmérico” e a “estátua que lheergueu numa das praças maiores emais belas” do Porto, “as floresviçosas que pessoas anónimas emcada madrugada ali colocam e ocarinho e devoção dos olhares quediariamente com ele ali se cruzam”dizem que o Padre Américo serápara “sempre cidadão do Porto emodelo da alma cristã e solidária” dacidade, disse o prelado.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Encontro da Pastoral Social

Teresa Salgueiro

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O «pensamento único» éantidemocrático

D. Manuel LindaBispo das ForçasArmadas e Segurança

Pairam nos ares nuvens carregadas queprenunciam forte borrasca sobre a democracia.Importa estar de sobreaviso. E não esconder acabeça na areia quando os sintomas tornam adoença por demais evidente.Há dias, parece que o senhor Obama ficou muitofurioso porque um tribunal superior deu razão adois fortes grupos económicos que se recusaramdistribuir aos seus funcionários métodosanticoncepcionais e abortivos, «acção sublime» aque o Presidente queria obrigar todas asempresas. Há anos, o governo alemão planeavaobrigar os hospitais católicos à prática do abortoe esterilização. Por sua vez, o anterior governoespanhol, levou ao extremo esta fúria impositivado «pensamento único» e fez uma lei que, sefosse cumprida, mandaria para a prisão, pelomenos, cinquenta por cento da população,aquela parte que se recusa a pensar que ahomossexualidade e heterossexualidade éapenas uma questão de livre escolha ou que asuniões gay são iguaizinhas ao matrimónio de umhomem com uma mulher. E entre nós, nogoverno dessa altura, para servir o aborto «à lacarte», também se levantaram muitas vozes,advogando a revogação desse marcocivilizacional que é a objecção de consciência.

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Que motiva uma certa «esquerdacaviar» a recorrer à força da leipara impor taxativamente as suasconvicções, sem possibilidade dedivergências? Na prática, areminiscência da ideologia leninistae estalinista que advogava a«consciência imputada»: o«Presidium Supremo» pensava oque é bem e o que é mal e o partidoúnico seria uma “correia detransmissão” com o imperativo deretirar a “consciência burguesa” acada “indivíduo” e de lhe impor umaoutra consciência, a“revolucionária”. Ainda que fossenecessário recorrer ao contributoeficientíssimo do “Arquipélago deGulag” e proceder a uma simples«lavagem ao cérebro»… Masconhecemos bem o timbre e aqualidade da democracia de Leninee Estaline…Pois é. Ou concebemos a pessoacomo subjectividade auto-consistente que se manifesta emconsciência e liberdade ou

a reduzimos a uma peça damáquina social, substituível eintercambiável por um qualquerconstrutivismo social. O regime queresulta da primeira chama-sedemocracia; o fruto da segunda é aditadura ou tirania. Com todas asletras.Pessoalmente, eu vou pelairredutibilidade da pessoa aqualquer esquema de pensamentoou sistema de poder e ideologia. Porisso, defendo acerrimamente orespeito pelas convicções íntimas,sem o que a democracia se tornaum simulacro de si mesma. É queuma democracia sem conteúdos ficademasiadamente leve. Tão levecomo um balão com o qual ocandidato a ditador pode brincar à-vontade. Mas que se furafacilmente. E se esvazia.E parece que o balão, de facto, estáa perder ar. Já há muito que ademocracia deixou de ser social. Setambém abdicar de exprimir adignidade pessoal e colectiva dapessoa, que fica dela?

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MH17

Henrique MatosAgência ECCLESIA

A sigla carrega o drama de uma tragédia imensa.298 vidas humanas que, numa fração desegundo, se perderam nos céus da Ucrânia.Seres humanos alheios aos interesses de umconflito que se desenrolava no solo e que,naquele momento, cruzavam a muitos pés dealtitude. A malícia, a desorganização ou anegligência dos beligerantes quebrou a linha davida a estes passageiros. Foram sacrificados àinsensatez e á espiral da violência que asguerras estimulam na sua dinâmica deinsensibilidade. A tragédia tocou países que atéao momento olhavam a questão ucraniana comoum conflito regional que se desenrolava numageografia distante das suas fronteiras einteresses, porém, o trágico acontecimentoconferiu universalidade a uma guerra que hoje jánão cabe apenas nas ambições russas. Acomunidade internacional está perante o desafio.Ou se afirma coesa, na defesa da sensatez e dodireito internacional, ou acaba irremediavelmentevergada à barbárie e aos excessos dairracionalidade que é sempre a marca dospromotores da guerra. Francisco, repete-o deforma incessante nas suas aparições dominicais,a paz só se consegue com a paz, a violênciaapenas gera ódio e sofrimento num movimentocuja inversão se torna a cada passo mais difícil.O mundo ocidental parece ter adquirido comosólido e seguro, o longo período de paz que

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experimenta desde o final dasegunda guerra mundial. A bonançaprolongada convida a baixar asdefesas e as cautelas. Não sendodesejável viver na memóriaconstante dos fantasmas dopassado, ignorar a história tambémnão se tem revelado sensato. ARússia reclama a identidade culturaldos povos do leste da Ucrânia, avontade desses cidadãos seautodeterminarem numa soluçãoque ressuscita a dimensão soviéticade outrora. No meio desta tençãopolítica e militar, o disparo de ummíssil aviva a memória de umcentenário. Em 1914, o ArquiduqueFrancisco Fernando tombava sobos disparos de um nacionalista.Diante do tribunal, o autor dodisparo confessava: "Sou umnacionalista jugoslavo e

acredito na unificação de todos oseslavos do Sul sob qualquer formade estado que seja livre da Áustria".A investigação concluía que osdelírios nacionalistas serviam outrosinteresses, a consolidação dagrande Sérvia. Poderão ser apenascoincidências, ou a minha vontadede encaixar um drama de há cemanos numa tragédia com poucosdias mas, estou convencido que ahistória, para quem a conhece e lhedá valor, continua a ser umexcelente sistema de alarme para opresente. Cabe-nos a capacidadede impedir as suas dinâmicascíclicas, sabendo que os homens dehoje são feitos da mesma matéria ecarregam os mesmos sonhos eambições que os seusantepassados.

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Fotos: Samuel Mendonça / Folha do Domingo

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Entre a serra e o marD. Manuel Quintas é bispo da Diocese do Algarve deste 2004.Evangelizar e criar respostas sociais e pastorais que respondam àsnecessidades de quem permanece e de quem passa pelo sul de Portugalé a determinação da Diocese. Agência Ecclesia (AE) – D. ManuelQuintas está a completar 10 anosde presença no Algarve, à frentedesta diocese. Que balanço faz?D. Manuel Quintas (MQ) – Foram10 anos muito desafiantes eestimulantes. Desafiantes porquequem tem na Igreja a vocação

e a missão de anunciar o Evangelhoe testemunhar Cristo, cada dia, ésempre vivido como um desafio deanunciar sem sessar a pessoa deCristo e o Evangelho; e estimulantespelo testemunho, quer dos padresquer dos leigos mais comprometidose envolvidos - e são tantosfelizmente – constituem a força, oestímulo que o bispo recebe pararealizar a sua missão.Foram 10 anos bonitos, posso dizerassim, muito preenchidos, muitocheios.É curioso que quando saiu a minhanomeação para o Algarve, no ano2000 (primeiro estive como bispoauxiliar quatro anos de D. Manuel, lána minha aldeia, no nordeste transmontano, aprimeira vez que fui lá disseram-me:“Para o Algarve, que bom, vaispassar sempre o tempo em férias.Vais ter férias sempre.” Porque lá aideia que se faz, no norte, quandose fala em Algarve

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é férias. Portanto, o bispo vem paracá em férias.Foi um tempo muito gratificante, umtempo muito preenchido, como eudizia, também com algum tempo derepouso necessariamente mas foimuito preenchido, muito gratificante. AE – Quais são os desafios queidentifica no exercício do seuMinistério?MQ – O desafio primeiro é sempre oanúncio do Evangelho.Eu nunca tive a curiosidade de ir vera razão porque é que foi fundada a“Folha de Domingo” (jornal dadiocese), ver o primeiro editorial. Efui nestes dias, para ver o que éque estaria na origem disso e oprimeiro editorial certamente diziaisso. E fiquei muito feliz quando vi láque a razão e a motivação primeirafoi precisamente o anúncio doEvangelho, a realização da missãoda Igreja que é de sempre, que é decada dia, é de cada cristão. E esseé o desafio nos dias de hoje.No atual quinquénio de atividade eação pastoral nós fomos

inspirados pelo “ide e anunciai oEvangelho”. Esse apelo de Cristo,esse mandato de Cristo é sempreatual, nunca passa. E o Papa PauloVI sintetizou muito bem a missão daIgreja quando disse que a Igrejaexiste para evangelizar e é essa asua razão de ser, faz parte da suaidentidade mais profunda, comodizemos nós hoje, do seu ADN. Aodizermos a Igreja, dizemos cadacristão, cada batizado enaturalmente cada bispo, cadadiocese, cada Igreja diocesana.“Ide e anunciai o Evangelho” é ummandato renovado. Queremos portodos os nossos cristãos emmovimento, em ação. E este é oapelo do Papa Francisco quandoele - e muito bem - diz na suaexortação “não deixemos que nosroubem o sonho missionário”.Porque, de facto, no dia que a Igrejadeixar de ser missionária deixa deser Igreja.O segundo desafio é a dificuldadeem adequar a nossa vida de todosos dias, a vida pessoal, a vidafamiliar, a vida profissional, aosvalores do Evangelho.

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Ou seja, situa-se no “divórcio” entrea fé e a vida.Sabemos que isto é um percurso detoda a vida e de cada dia. Adificuldade de adequar a fé queprofessamos à vida que vivemos,iluminar a vida com a fé e vice-versaé um desafio envolvente eenglobante.E por outro lado, refiro o esforçoque todos estamos a fazer, não éapenas o bispo, os padres e todosos cristãos, para que uma dimensãosocial seja mais concretizada, sejamais visível

e esteja presente em tudo o quenós somos, como Igreja. Porque sedesligarmos a nossa vida eclesial,mesmo as celebrações, dadimensão social, da dimensão dacaridade, fica tudo no vazio, nosbons desejos. E não realizamosverdadeiramente a nossa missão,nem nos sentimos satisfeitos.Como é que nos podemos sentirsatisfeitos quando vemos situaçõesgritantes de pessoas que passamnecessidade, que se debatem comas consequências das situaçõesque vivemos

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que tarda em passar?

Queremos e pretendemos que estadimensão social esteja presentetambém nas nossas comunidadescristãs.É um “tripé”: a dimensão do anúnciodo Evangelho, que é a dimensãoprofética, em que os catequistas sãoa linha avançada; a dimensãocelebrativa, ligar a fé celebrada à féprofessada, à vida; e a dimensão dacaridade, a dimensão sociocaritativa que é o outro pé, que éessencial para que a Igreja estejatoda presente, em todas as suasdimensões, naquilo que somos,naquilo que fazemos, naquilo querealizamos. AE – O Algarve sente o agravar dacrise e a necessidade de prestarmais e melhores respostas sociais?MQ – Há acerca de três anosiniciamos anualmente doisencontros com todos os centrosparoquiais. E temos reunido sempreem diferentes centros sociais eparoquiais, permitindo umconhecimento recíproco. Verificamosque havia algum distanciamentoentre aquilo que é a razão de serdos centros paroquiais, a razãoporque a paróquia se uniu paraconstruir

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um centro social e paroquial eaquilo que estava a ser a prática oua integração nessa resposta pelosseus funcionários.Um centro social e paroquial éconstruído é para responder a umanecessidade. Não é um investimentode capital que se faz, antes pelocontrário. Diante da necessidade desuprir uma falha na comunidade, osparoquianos uniram-se e levarampara a frente a construção de umcentro social e paroquial, seja paraas crianças ou para os idos,também centros de dia.O centro social e paroquial étambém um lugar privilegiado parapropor o anúncio do Evangelho. Éessa a missão da Igreja! E estava ahaver algum “divórcio” , penso quepor falta de integração e apoio.Temos verificado, ao longo destesencontros, que existe umarecuperação até da alegria de servirnum centro social e paroquial.Mesmo as pessoas técnicas, que anível profissional não temos nada aapontar, mas faltava alguma coisa.Estes encontros têm dado outro

rosto aos centros sociais eparoquiais. Achávamos quepodíamos interromper, masdisseram-nos para fazer pelo menosum encontro por ano.Nós não trabalhamos sozinhos, aeste nível. Há tantas instituições desolidariedade social que não estãoligadas à Igreja e com as quais nóstrabalhamos em parceria, apoiando-nos mutuamente, conversando,servindo uns num dia da semana,outros noutra (por exemplorefeitórios sociais ou cantinassociais, mesmo aqui em Faro estãodivididos - Misericórdia, Cáritas, SãoPedro, a ordem terceiraFranciscana). Isto significa queapoiando-nos mutuamente,dividindo e distribuindo até o serviçopor todos torna-se mais fácilcorresponder às necessidades e irao encontro das necessidades. AE – Nota que neste momento oscasos ainda continuam a acorrer deforma gritante e com grandeintensidade?MQ – Sim. Mas parece-me que jánão surgem com aquela

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premência, com aquela urgência deoutra altura. Este serviço, noentanto, continua a ser necessário.Se nós deixássemos de realizar esteserviço, que realizamos tambémcom apoios que no vêm daSegurança Social, por exemplo ascantinas sociais, seria muito maupara muita gente. Não podemos demaneira nenhuma deixar de prestaresse serviço.É evidente que isto é a caridadeorganizada, a solidariedadeorganizada que é apenas umaspeto. Muito maior e maissignificativo é aquilo que cada umdeve e pode fazer dentro dos eupequeno meio atendendo àssituações de vizinhança, atendendoa situações conhecidas, no seu dia-a-dia, porque as instituições nãopodem substituir aquilo quecompete a cada um e aquilo que dizrespeito a cada um.A dimensão da caridade é algo quecompete a cada cristão, a cadabatizado. Existem as instituições demaneira organizada e estruturadaque atendem situações em que umsó seria muito difícil. Mas issotambém

só é possível com a ajuda de tantosvoluntários. Sobretudo nosrefeitórios sociais, tudo funcionacom o voluntariado. É uma maneiratambém das pessoas simples,individualmente, por vezes demaneira anónima reponderem ecorresponderem àquilo que é amissão de cada um e àquilo que é amissão da Igreja de maneiraparticular. AE – Nesta ocasião assinalaram-setambém os 100 anos da Folha deDomingo. Que desafios o jornalenfrente quando a imprensa escritavive o dilema entre o digital e opapel?MQ - Eu penso que a Folha deDomingo constituiu e continua aconstituir um instrumento muitoválido, ainda nos dias de hoje. Éevidente que tivemos de nosadequar aquilo que é a evoluçãodos tempos, a nível dos meios decomunicação social: deixou de sersemanário para ser quinzenário,sabendo que há uma edição onlineque está constantemente a seratualizada e o envio de newsletterpara aqueles que estão inscritos.Quando sai a Folha de Domingonão preciso de a ler porque

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já a li toda antes, já tiveoportunidade de a consultar, dereceber toda a informação, demaneira que eu passo as páginasmais para confirmar ou ver se háalgo de novo, alguma coisa quetenha surgido ou então releio algumartigo ou algum tema mais empormenor. E isto é muito bomporque assim conseguimos sejasatisfazer aqueles que ainda estãoligados ao papel, e são tantos, e ésobretudo para esses e por causadesses que existe ainda a ediçãoescrita.

Não sei até quando vamosconseguir porque não há, no meuentender, nenhum jornal parecidocom o nosso diocesano que sejarentável ou que se baste a simesmo. Temos que investir nele talcomo investimos em tantas outrascoisas, sabendo que não tiramos daiproveito económico. É uminvestimento a fundo perdido, mas éa própria diocese, são os próprioscristãos da diocese que patrocinamo jornal. Sem eles nãoconseguiríamos porque a Folha deDomingo não é rentável.

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E conseguimos satisfazer tambémaqueles que, já não precisando daedição escrita, estão ligados àinternet e podem consultar a ediçãoonline com muita frequência ereceber também as diversasinformações que traz, de âmbitoreligiosos, regional e nacional .Penso que conseguimos, com muitoe meritório esforço de quem está àfrente, tanto da Folha de Domingocomo da edição online,corresponder e usufruir:

Corresponder às necessidades deinformação e usufruir das novastecnologias da informação também. AE – Foi apresentado o novo rostoda diocese na internet. É umapresença que não é descurada e étrabalhada continuamente,reforçando em termos de conteúdose a nível visual. Que importância temessa presença?MQ – Para quem consulta a internetsabe que é importante um visualnovo. É como

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nós andarmos vestidos todos osdias com a mesma roupa ouencontrarmos alguém que traz todosos dias a mesma roupa. Sabemosque é apenas a aparecia exterior.Mas a aparência exterior do site émuito significativa porque o primeirocontacto pode ser atrativo, pode serum chamariz para depois chegaraos conteúdos, chegar à informaçãoque procura a todos os níveos. E defacto eu fiquei muito agradado coma notícia que iam apresentar o novorosto para o site da diocese,embora agora a informação passamuito pelas redes sociais, mesmoque nem todos tenham essapredisposição para as consultar. Épreciso servir em todos os meios…O importante é que a informaçãochegue a todos de acordo com avontade de cada um, com o gostode cada um, com a apetência decada um. AE – Não se pode falar do Algarvesem falar do turismo, dos muitosque visitam esta região. A diocesetem uma pastoral própria querecomenda algumas linhasorientadoras às comunidadescristãs na dimensão do turismo?MQ – Quando falamos em turismo eem Algarve sentimo-nos semprepequeninos!

Diante de – felizmente - tanta genteque procura o Algarve paradescansar, repousar, retemperar asforças físicas, anímicas, espirituais atodos os níveis e ficamos muitofelizes! Eu próprio faço referências,nas eucaristias que celebro nasparóquias, a todos aqueles que alise encontram vindos de todos oslados. Primeiro manifesto alegria deos acolher, que eles se sintam bemcomo nas suas comunidadesparoquias. E o apelo que eu faço éque eles se sintam não apenas ausufruir da celebração da Eucaristiamas que deem também o seucontributo, aqueles que são leitores,aqueles que até cantam num grupocoral. E é muito gratificante passarpelo que verifiquei há dias emQuarteira: fui lá e era um grupocoral de Lisboa que estava a cantarna Eucaristia que eu presidi. Foiuma maravilha! O Grupo Coral doCoração de Jesus cantava, aspessoas de Quarteira tambémficaram agradados e sensibilizadospor terem alguém que veio àEucaristia e tal como na Eucaristiada sua paróquia ali cantou.Estive também noutra Eucaristiaonde um grupo de jovens de umaparóquia de Lisboa e animaram

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a Eucaristia, com violas, que aténem era celebrada numa igreja, massalão grande. Ali não há igreja, emVale do Lobo. E fiquei muitoagradado! Como é bom para nóssentirmo-nos enriquecidos nãoapenas com a presença física e aparticipação nas eucaristias, mascom o contributo que eles podemdar, tal como dão nas suasparóquias.Este acolhimento, também a estenível, é muito importante e é aprimeira recomendação quefazemos para quem vem e é aprimeira coisa que espera e desejade nós.Promover alguma iniciativa a nívelde lazer, é bem-vindo e é acolhido.Se for alguma conferência ouencontro, já é mais difícil porque aspessoas vêm de férias, pararepousar, para viver com os amigos,com os conhecidos ou com quemencontram. Participar em algumevento cultural ou musical épossível e, por isso, vamospromovendo sobre tudo na Sé, emFaro há sempre um concerto, umgrupo coral. É uma iniciativa bemacolhida porque as pessoas vêmpara a Eucaristia e depois ficampara o concerto que houver,

o que houver a nível cultural.També temos ido ao encontro dospedidos que nos têm feito decelebrarmos as eucaristias à noite,seja ao sábado seja ao domingo. Enoite adiantada, às 21h30, 22h00nalguns casos. O tempo está maisfresco e as pessoas não perdemuma parte do dia para irem àEucaristia, a nível de praia edescanso, usufruem do dia todo, dodomingo todo e depois, à noite vai àEucaristia com a família, já numambiente de descanso.É evidente que teríamos muitosoutros projetos a realizar, massentimo-nos muito pequeninosdiante de tanta necessidade ou detanto que seria bom propor, masnão temos capacidade para isso.Felizmente temos muitos padres quenos ajudam porque o número demissas aumenta no verão. Claro queos padres algarvios tambémprecisavam de ir a férias (eu digotirem férias noutra altura, noutro domês do ano, ou 15 dias num lado e15 no noutro, em que haja menosapelos a nível diocesano e nívelparoquial). No verão é muito difícilpara um padre algarvio ausentar-se

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da paróquia exatamente porqueaumenta o número de missas e ospedidos para confissões. Há padresque vêm passar férias e são tantosfelizmente e nos ajudam também nacelebração da eucaristia dominical. AE – Vai sendo também importanteo colocar determinadas partes daEucaristia noutras línguas, o inglês,o francês, no sentido também deintegrar mais aqueles que não falama nossa língua?MQ – Sim. Sobretudo nalgumasigrejas do litoral há missas eminglês. Há partes da missa em inglêse nomeadamente os

padres mais novos vão tendo já acapacidade de resposta a essenível.O inglês também é muito utilizadoem muitos casamentos.Seguramente que o Algarve é adiocese de Portugal em que há maiscasamentos estrangeiros, sãomuitos mesmo, creio que mais decem por ano. E são sobretudo essespadres mais jovens que aproveitamesse tempo não apenas paracelebrar o sacramento em si mesmomas também para anunciar oEvangelho, partilhar a fé, celebrarcom aqueles que chegam. É umsetor que procuramos

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desenvolver sempre mais no sentidoresponder, integrar aqueles que,sendo de outras línguas, outrasculturas desejam e precisam decelebrar a Eucaristia e celebrarconnosco também. AE – O Algarve tem sempre tambémesta dualidade, o litoral e a serra, ointerior onde estão muitos idosos.Há também muitas instituições,nomeadamente da Igreja atrabalhar na integração, noacompanhamento destas pessoasmais idosas e desapoiadas?MQ – Eu penso que a Igreja, mesmoque fechem tantas outasinstituições, estou a pensarsobretudo nas escolas, a Igrejamantém-se! Mesmo que não tenhaa vitalidade de outros temposporque faltam as crianças e faltamos jovens.Já visitei duas vezes a diocese todae também a serra algarvia ondeandei o ano passado, no concelhode Alcoutim. E aí, se antes aspessoas vinham à igreja ou àsescolas primárias transformadas emcapelas a seu pedido e por acordocom a câmara municipal, nalgunslugares devido à redução daspessoas

e aumento da idade dizem ao padreque já conseguem ir lá.Agora já não conseguem! E ospadres dizem: “E então se nósformos às vossas casas”? “Venham,venham”, dizem. Os padresreúnem.se então na casa deste,depois daquele. E muitas vezes éassim, sobretudo nos montes. Aspessoas juntam-se na casa de um eé ali que celebram a Eucaristia ouescutam Palavra. Temos de atendertambém a essa limitação mas pelomenos as pessoas sabem que háalguém que os visita, que está comeles, que até reza com eles. Agoranão é na igreja nem sequer na quefoi escola primária, mas na casa decada um.Quando fecha uma escola numafreguesia da serra algarvia significao princípio do fim. Depois oscorreios mais próximos tambémfecharam, agora são os centros desaúde que estão lá longe… Quandosabem que o padre vai lá, passa porlá, se não é todos os domingos écada quinze dias, mesmo durante asemana, está com eles, fala comeles, reúne-se nas casas deles, issoé para eles sinal

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de contorto, de vencer a solidão. Ede uma esperança cristã.A missão da Igreja passa tambémnecessariamente por ai, não apenasgrandes multidões, não apenasreunir em igrejas, mas também nascasas das pessoas, individualmente,algumas já sem possibilidades atéde saírem de casa.E este foi também um dos aspetosmais gratificantes nestes 10 anos:as visitas que eu fiz na serraalgarvia, testemunhando aproximidade entre as pessoas ecomo se defendem uma às

outras, como se protegem.Como elas têm a preocupação desaber se a pessoa hoje se levantoue saiu à rua.Há montes que fecham, existemcasas em que não está lá ninguém,talvez ao fim-de-semana.São estes os quadros da vida deuma diocese e de um bispo que sãomuitos estimulantes, que sãoigualmente gratificantes e que nosajudam a superar tantasdificuldades que fazem parte danossa vida.

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Turismo: unidade no trabalho,ponte para crescerSinergias: esta será a palavra-chave para perceber o trabalho quese tenta promover na Diocese doAlgarve no que toca à pastoral doTurismo.Promover a verdadeira identidadereligiosa e cultural algarvia, o seuimenso património (material eimaterial) é o grande objetivo, massem o estabelecimento de pontesentre diversas organizações eentidades, tal não será nuncapossível. Abrir portas, garantir quehá a rentabilização de recursos e oestabelecimento de metas comuns éde extrema importância, sobretudonum tempo em que só se ouve falarde contenção, de falta de verbas,de dificuldades. Investir nesta áreaé, pois, simultaneamente umanecessidade e uma forma muitopositiva de pôr a rendercapacidades e “talentos”.Neste sentido e tendo em vista estaperspetiva de trabalharcongregando vontades, tem-sevindo a desenvolver umametodologia de trabalho muitocaracterística na Diocese doAlgarve.

Se numa primeira fase a equipa daPastoral Diocesana do Turismotentou criar ferramentas e canais decomunicação com o público,nomeadamente criando um site euma conta de facebook – trabalhoque ainda prossegue, com a edição,em breve, de uma brochuradestinada aos turistas que nosvisitam e que dá a conhecer asparóquias, horários de eucaristias ealgum património -, neste momentotrabalha-se no desenvolvimento deprojetos comuns à Diocese e aoutras entidades, como a DireçãoRegional de Cultura do Algarve e aCCDR. Procura-se identificar igrejasde relevante interesse histórico-patrimonial e cooperativamenteestabelecer formas de promover oseu conhecimento junto dos turistas.Estas dinâmicas poderão abrirportas a um dos grandes objetivos acumprir nesta área: garantir aabertura dos templos, para que osmesmos possam ser visitados.Subsequentemente poder-se-áconseguir a interpretação dessesespaços, valorizando-os e,

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precisamente, garantindo que a jámencionada identidade que nos épeculiar possa ser dada a conhecer.Garantindo que há sinergias, ouseja, uma unidade no trabalho,garantimos que o tempo para aexecução dos projetos é menor eque o impacto dos mesmos é maior.Esta ideia vale, igualmente, para aprocura de recursos financeiros, jáque a busca de parceiros quepossam associar a sua identidadeàs ações que são promovidas nos

permite encontrar recursos que, deoutro modo, não teríamos e nosimpediriam de prosseguir.Partilhar, criar pontes e laços,promover a unidade: é esta, nofundo, a tarefa a que se propõe estaequipa e, assim, ao mesmo tempopõe em marcha um projeto maior –dar a conhecer a pessoa de Jesus eSua mensagem àqueles que nosvisitam e àqueles que trabalhamconnosco. E deste modo, criamospontes para crescer.

Pe. Miguel Neto

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Que futuro para o interior?O exemplo de Cachopo (Algarve)Cachopo, freguesia rural doconcelho de Tavira, assiste hálargos anos ao êxodo da suapopulação jovem.Cachopo e tantas aldeias doPortugal rural, despovoa-se,enquanto a vontade política demoraem dar sinais de inverter o rumo,planeando de forma sustentada adescentralização, económica esocial, tomando medidas que levemà fixação efectiva dos que aquivivem e ainda sonham.É minha firme convicção que,apesar de algum desânimo, seconnosco criarem condições deinversão de rumo, somos capazesde orientar uma transformação deCachopo. Se, pelo contrário, nosdeixarmos dominar pela ideia deque a desertificação é inevitável,então perderemos o gosto e aalegria de aqui viver, adiaremos asmedidas de curto e médio prazo quese impõem, correndo todos nós orisco de nos vermos confrontadoscom problemas bem mais sérios nofuturo...Este é um povo crente, simples,

transparente, espontâneo, leal,sincero e generoso.A Igreja Católica não o abandona.Teve sempre a graça de ser por elaassistido, pois a dignidade daspessoas não se mede por dinheiro,nem pela posição social, nem pelacultura, nem sequer pela graça davida juvenil. Para sermos dignos denós mesmos, dos outros e dopróprio Deus, basta-nos ter umcoração puro, são, bem-intencionado e generoso para comtodos. E o Povo, simples, que aindamantém vivos os valores de umatradição familiar dignificante,conserva, no seu quotidiano, essecoração.É preciso manter, plenos de vida epujantes de virtude, os valoresdestes homens e mulheres de mãoscalejadas, que passaram a vida notrabalho duro do campo, sem ajudasda “civilização” e o confortooferecido pela evolução doprogresso social e económico. Nelesse encontra o verdadeiro rosto dohomem crente.Jamais esquecerei o trabalhomissionário (em família) que

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tenho a felicidade de manter comestas gentes ao longo de 24 anos,os dois últimos já como diáconopermanente. Vindo de Vila Real deSanto António, senti sempre neles oconforto, a estima, o respeito, aintimidade, a simplicidade, própriados homens e mulheres de boaestirpe.Passados todos estes anos, importamanter o horizonte na promoçãohumana e cristã dos que aquipermanecem. Estes necessitam queo amor de Deus

se faça presente, através da acçãocatequética, litúrgica e caritativa daIgreja e também através de gestoshumanos de generosidade e amordedicado.Oxalá consiga daqui a alguns anosafirmar, sem pretensão decomparações com o trabalhoapostólico de S. Paulo, dizer comoele: “Combati o bom combate…guardei a fé” (2Tim 4,6).

Diác. Albino Martins, Diocese do Algarve

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Cáritas Diocesana do Algarve“Em verdade vos digo: sempre quefizestes isto a um destes meusirmãos mais pequeninos, a mimmesmo o fizestes”

(Mt 25,40) Nascendo na década de 50 doséculo passado, por iniciativa doBispo D. Francisco Rendeiro, com aresponsabilidade de dar resposta àsinúmeras situações de pobreza, ede promover o exercício da açãosócio caritativa na Diocese doAlgarve, a Cáritas Diocesana, talcomo hoje, procurou responder aimperativos de caridade esolidariedade dando prioridade deintervenção às situações maisgraves de pobreza e exclusãosocial, tendo como fontefundamental de inspiração aDoutrina Social da Igreja e asorientações definidas no PlanoPastoral da Diocese.Animada por uma missãopermanente de ser Igreja pobre epara os pobres participa na vida emissão da Igreja local empenhando-se como elemento dinâmico eintegrador na pastoral de conjunto,promovendo a animação dascomunidades

paroquiais em ordem ao ministérioda caridade, alimentada por umaespiritualidade, chamada a construira ação sócio caritativa, como parteessencial na ação evangelizadorajuntamente com os ministérios daPalavra e da Liturgia.Consciente da atual realidade socialque se vive na sociedadeportuguesa, que tem arrastadomuitas famílias para situações deindefinição e instabilidade, trazendoconsigo um conjunto de acrescidasdificuldades, fragilizantes egeradoras de maior pobreza, aCáritas Diocesana do Algarve,enveredou por uma politica daqualidade em vários fatores chave,nomeadamente na oferta deserviços dinâmicos e atualizados, nafidelização dos problemas maissentidos por quem nos procura,traduzindo nos objetivos de cadaresposta social, uma vezestabelecidos os indicadores,atividades a desenvolver e recursosnecessários para atingir os objetivospropostos, procurando desta forma,melhorar

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a qualidade de vida dos utentes epromover a sua inclusão, assenteem compromissos eresponsabilidades mútuas, visandoa superação e prevenção dadependência ou emergência e oreforço da autonomia pessoal.Consciente da enorme fragilidadeem que vivem muitos dos nossosirmãos na Diocese, fustigada comum elevado nível de desemprego eonde os empregos sazonais sendouma realidade são mal

pagos, a Cáritas do Algarve, écorresponsável pela gestão doFundo Diocesano Social, serviço deAcão social da Igreja do Algarve, decaracter emergente, que procuradar resposta a situações desofrimento e necessidade causadaspela crise instalada junto dapopulação desempregada, dandoprioridade às situações de carênciamais grave. Tal objetivo só tem sidopossível através do aprofundamentoduma

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consciencialização da partilha debens, em todas as comunidadesparoquiais, fazendo crescer nelas aresponsabilidade caritativa e o seuempenho eclesial, na entreajuda deproximidade e motivando aspessoas vitimas de tal situação depobreza a tomar iniciativas deacordo com as suas reaiscapacidades sejam elas junto dospoderes públicos ou outrasentidades.Neste âmbito os esforços levados acabo ao longo de vários anos e como valioso contributo do nosso Bispo,D. Manuel Neto Quintas, tem sidopossível animar, criar e revitalizar osGrupos paroquiais

de Acão socio-caritativa nas váriascomunidades, procurando dotá-losde meios formativos e operacionaisque levem à prevenção/solução dosproblemas de maior gravidade,numa relação de maior proximidade.Centrada na espiritualidade cristãque lhe é própria, a Cáritas doAlgarve procura contribuir para apromoção da Acão social da Igrejano Algarve a partir da assunção deresponsabilidades inerentes àcomunidade cristã enquanto tal.

Carlos OliveiraPresidente Cáritas Algarve

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Um século de vida(s) e de históriaO jornal Folha do Domingo atingiuum século de vida e de história,constituindo uma das principaismemórias daquilo que aconteceu noAlgarve (e não só) nos últimos cemanos e, simultaneamente, uma dasprincipais vozes na defesa dosinteresses da região.Fundado pelo então cónegoMarcelino António Maria Franco,que viria a ser o único bispoalgarvio do Algarve, este periódicosurge na sequência da edição deum Boletim do Algarve que, nocontexto efervescente da PrimeiraRepública, denunciou o ambienteameaçador sobre o clero.Não obstante esse objetivo maisfocalizado no tempo, o destaque vaipara a coragem, determinação evisão implícitas à fundação de umórgão de comunicação que,inspirado pelo mandato de Jesus,ajudasse a entender a sociedade ea realidade na qual se insere aIgreja local à luz dos valorescristãos.Ao longo deste século de história, ojornal procurou não dispensar adimensão religiosa da leitura da vidae da sociedade, sem a qual elaficaria incompleta,

perdendo a sua integralidade. Folhado Domingo tem querido trazer aatualidade religiosa para a agendanoticiosa, pretendendo combater odesconhecimento e o preconceitosobre a religião, ajudando aesclarecer, descodificando.Quando nos propomos analisar oque foram estes cem anos há,então, dois binómios que seevidenciam no que respeita aquantos aqui trabalharam:esforço/dedicação e missão/serviço.Sentimo-nos muito pequenos dianteda responsabilidade de sermosrepresentantes e continuadores decem anos de vidas de sucessivasgerações de trabalhadores ecolaboradores – muitos já a viver aterceira parte da eternidade – queconstruíram este centenário,doando-lhe grande parte da suaexistência terrena, muitas vezes emsituações tão adversas como, porexemplo, a de sujeição a umacomissão de censura imposta peladitadura de um regime. Sentimo-nosassim muito pequenos diante dofacto de termos sido nós os

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agraciados a viver esta celebraçãoem funções na direção do jornal.Nesta ocasião de ação de graças,importa destacar o investimento dadiocese algarvia e o apoioincondicional dos oito bispos doAlgarve que em nós confiaram, nosacompanharam e nosimpulsionaram, mas também acraveira espiritual, intelectual ehumana de homens queconsagraram o melhor da suainteligência e vontade com

grandiosa dedicação e amor àcausa da imprensa nesta diocese.Um órgão de comunicação chegar acompletar cem anos de vida,passando por tempos deconstrangimento, de incerteza e demudança de vária ordem, é um feitonotável. Ainda que as condiçõesatuais sejam difíceis e muitas aslimitações provocadas pela reduçãode colaboradores dos últimos anos,importa realçar o esforço pela Igrejado

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Algarve para manter este serviçoque muito deve também aos leitorese anunciantes de hoje e de ontem.Neste tempo em que tudo parececondenado à efemeridade, o futuro,ainda que carregado de incerteza,deve ser olhado com prudência eserenidade mas também comesperança e determinação.Com muita atenção aos novos

códigos que se vão impondo comgrande velocidade nacontemporaneidade dacomunicação, continuemos a tentarcumprir esta missão de chegar aosleitores, honrando também aquelesque nos precederam.

Samuel MendonçaDiretor do jornal

"Folha do Domingo"

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Israel/Palestina: Comunidadeinternacional tem de impedir que asolução seja a «aniquilação do outro»O representante da Santa Sé nasNações Unidas, D. Silvano Tomasi,afirmou hoje que a comunidadeinternacional tem de envolver-se “asério” na resolução do conflito entreIsrael e a Palestina e impedir que asolução seja a “aniquilação dooutro”.“As consciências estão paralisadaspor um clima de violênciaprolongada, que procura impor umasolução através da aniquilação dooutro”, afirmou o arcebispo SilvanoTomasi na 21 ª Sessão Especial doConselho de Direitos Humanos dasNações Unidas.No debate sobre os direitoshumanos no Território PalestinoOcupado, incluindo JerusalémOriental, o representante da SantaSé assinalou que “torna-se umaresponsabilidade da comunidadeinternacional” envolver-se “a sériona busca da paz para ajudar aspartes neste conflito horrível chegara um entendimento”.“Como o número de pessoas

mortas, feridas, arrancados de suascasas, continua a aumentar noconflito entre Israel e alguns grupospalestinos, especialmente na Faixade Gaza, a voz da razão parecesubmerso pela explosão de armas”,disse o arcebispo Silvano Tomasi.O representante permanente daSanta Sé nas Nações Unidaslembrou que “cerca de setenta porcento dos palestinos mortos eramcivis inocentes” e que as injustiças ea violação dos direitos humanos,“especialmente o direito à vida e aviver em paz e segurança” renovamo “ódio e o ressentimento”.“A longo prazo pode não havervencedores, apenas maissofrimento”, acrescentou D. SilvanoTomasi que destacou o facto damaioria das vítimas serem civis eperante a lei humanitáriainternacional, “devem serprotegidas”.Em Genebra, o representantecatólico assinalou que o caminhopara o futuro deve

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ser feito pelo “reconhecimento” deuma “humanidade comum” erecordou as palavras do PapaFrancisco na sua peregrinação àTerra Santa, em Maio de 2014:“Chegou o momento para que todospossam encontrar a coragem paraserem generosos e criativos aoserviço do bem comum, a coragemde forjar uma paz que repousasobre o reconhecimento ao direitode dois Estados existirem e viveremem paz e segurança dentro defronteiras internacionalmentereconhecidas”.

“A violência só vai levar a maissofrimento, devastação e morte, evai impedir que a paz se torne umarealidade”, alertou D. SilvanoTomasi.Na sede das Nações Unidas naEuropa, o representante da SantaSé disse que os meios decomunicação social no conflito entreIsrael e a Palestina devem “informarde forma justa e imparcial” com oobjetivo de “facilitar odesenvolvimento de um diálogoimparcial que reconhece os direitos”e “respeita as preocupações dacomunidade internacional”.

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Lusofonia: Bispos de oito paísesdebatem a paz e o desenvolvimento

D. Gabriel Mbilingue, presidente daConferência Episcopal de Angola eSão Tomé e Príncipe (CEAST),afirmou esta segunda-feira, emLuanda, que o encontro de BispoLusófonos é uma ocasião para falarda paz e debater o desenvolvimentono país.XI Encontro de Presidentes dasConferências Episcopais de Paísesde Língua Oficial Portuguesadecorre em Luanda, Angola, entreos dias 21 e 28 de julho, em tornodo tema “O papel transformador doEvangelho na sociedade à luz daexortação apostólica ‘A alegria doEvangelho’”.Para o presidente da CEAST, o“melhor” que os católicos angolanostêm para partilhar neste encontrocom os bispos de outras igrejaslusófonas são 12 anos paz.“Isso é para nós móvito de grandealegria. Quando há partilha e decoisas boas, nada melhor do queisso. O que temos a partilhar comeles é a paz um certo

desenvolvimento que poderá edeverá ser orientado na linha doensinamento da Igreja”, afirmou D.Gabriel Mbilingue em declarações àRádio Vaticano.O presidente da CEAST indica quea conferência aberta, que decorreuesta quarta-feira reunindo cerca de300 pessoas na UniversidadeCatólica de Angola, foi uma ocasiãopara analisar o desenvolvimento emcurso em Angola à luz da exortaçãoapostólica do Papa Francisco.

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Papa recebe sudanesaque foi condenada à morte por sercristã

O Papa Francisco recebeu hoje asudanesa Meriam Ishag, com a suafamília, no Vaticano e agradeceu o“corajoso testemunho deperseverança na fé”, durante operíodo em que esteve presa comos filhos.O encontro entre o Papa Franciscoe a sudanesa cristã que estevepresa nos últimos meses, aconteceuna Casa de Santa Marta, informa aSala de Imprensa da Santa Sé.A reunião, que durou menos demeia hora, decorreu “num ambientecalmo e carinhoso” e o Papaagradeceu a Meriam Ishag e à suafamília o “corajoso testemunho deperseverança na fé”.Por sua vez, a sudanesa retribuiu e“agradeceu o grande apoio eincentivo” recebido pela oração doPapa e de muitos outros crentes epessoas de boa vontade.Meriam Ishag fez-se acompanharpelo marido Daniel Wani, cidadão doSudão do Sul e norte-americano, epelos dois filhos, o Martin com umano e meio, que também estevepreso com

a mãe, e a Maya, de apenas doismeses, que nasceu na prisão.O vice-ministro dos NegóciosEstrangeiros italiano, Lapo Pistelli,esteve no Sudão (África), estaquarta-feira, a concluir o processode libertação de Meriam Ishag, apósrecurso da sentença e pressão dacomunidade internacional, e aplanear a sua viagem para osEstados Unidos da América.

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial internacional nos últimos dias, sempre atualizadosem www.agencia.ecclesia.pt

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Santa Sé convida muçulmanos a esforço conjunto pela paz

Rostos de Timor

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Alunos da UCP distinguidosno Festival de Curtas de Vila doCondeJoão Niza, Ribeiro da Escola dasArtes da Universidade CatólicaPortuguesa do Porto, venceu acategoria “Take One” no Festival deCurtas de Vila do Conde com o filme“Manifesto dos Danados”.O filme “Manifesto dos Danados”, deJoão Niza Ribeiro, foi realizado nomestrado de Som e Imagem, daEscola das Artes, da UniversidadeCatólica Portuguesa no centroregional do Porto.“Depois desta vitória, e com osuporte deste prémio, a obra parteagora para festivais de cinemainternacionais”, informa ocomunicado recebido pela AgênciaECCLESIA.“Manifesto dos Danados” foiconsiderado o melhor filme venceua categoria “Take One”, dedicada afilmes de escolas, da 22ª edição doFestival de Curtas de Vila doConde.Segundo o comunicado, também ofilme “Fuligem” de

antigos alunos da Escola dasArtes da Católica Porto, foi premiadoneste festival.A obra de David Doutel e Vasco Sáconquistou o Prémio do Público“SPA – Sociedade Portuguesa deAutores” e o prémio “DigiMaster”,“atribuído ao melhor realizadorportuguês na competição nacionaldo certame”.

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Ciência Viva no Verão

www.cienciaviva.pt

Nesta época de férias, onde adisponibilidade é maior e o tempopara a família aumenta, o ideal serágozarmos esse período realizandoatividades de elevada qualidade,proporcionando momentos deentretenimento e cultura. Para tal,esta semana propomos uma visitaao sítio do projecto Ciência Viva, oqual comporta três grandes áreas:“um programa de apoio ao ensinoexperimental das ciências e àpromoção da educação científica naescola”; “uma rede nacional deCentros Ciência Viva, concebidoscomo espaços interactivos dedivulgação científica para apopulação” e ainda “campanhasnacionais de divulgação científica,estimulando o associativismocientífico e proporcionando àpopulação oportunidades deobservação de índole científica”. Édevido a esta última área queconvidamos a uma pesquisa poreste espaço virtual, isto porque, oprograma Ciência Viva no Verão,

é óptimo para se efectuar emfamília.Ao clicarmos no item “ciência noverão”, encontramos quatropropostas distintas, todas elasdisponíveis durante os meses deJulho a Setembro. Em “Engenhariano Verão”, somos convidados alevar “os amigos, a família e ir aoencontro dos engenheiros”,aproveitando “as férias paraconhecer de perto a engenharia e oseu impacto nas nossas vidas”. Naopção “Astronomia no Verão “,podemos aproveitar “as noites deVerão para conhecer melhor oUniverso, na companhia dosastrónomos” e efectuar“observações astronómicas,sessões de planetário e palestrasem todo o país”. Em “Geologia noVerão”, descobrimos “como osacontecimentos do passadomodelaram as paisagens de hoje eque seres vivos povoaram a Terra”.Já em “Biologia no Verão”,passamos das “plantas aos animais,dos fungos às bactérias”,conhecendo “a vida em estuários,praias, sapais e jardins”. Por últimoem “Faróis”, ficamos a

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conhecer “a história, o sistema defuncionamento e a importância dosfaróis para a navegação”. Em todasestas opções está disponível ummotor que nos permite pesquisarquando e onde é que cada uma daspropostas irá ocorrer.Apesar de somente aqui

destacarmos uma opção, neste sítiotemos ao dispor uma quantidadeenorme de projectos e propostasque se prolongam por todo o ano eque valem bem a pena seremparticipadas por todos.

Fernando Cassola Marques

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Pregões de Esperança

Nas mais variadas circunstâncias,tenho gritado mensagens de justiça.Fiz apelos de solidariedade e depaz, chamei à esperança.Alguém pensou que, dada aatualidade e a serenidades destasmensagens, elas não se deveriamperder.

Por isso, aqui ficam paracontinuarem a alertar, a incomodare, se possível, a transformar.Gostaria de me identificar semprecom elas, continuando a proclamá-as, em todo o lado e a toda a gente.(D. Manuel Martins)

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Antologia Polética“Deus como interrogação, assim sechama a antologia, porque Deusexiste, na poesia como na vida, emmodo interrogativo, mesmo paraquem tem fé. Esta não é umaantologia para crentes ou para não-crentes, é uma antologia de poesiaque dá

exemplos de um tema, de ummotivo, de uma obsessão, exemplosportugueses, numa época quetambém nos deu Claudel, Eliot, Luzi,Milosz, poetas com uma questão,com uma pergunta que nunca estárespondida”. (Prefácio).

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II Concílio do Vaticano: Aexpectativa da primeira encíclica dePaulo VI

A expectativa que antecedeu a publicação daprimeira encíclica de Paulo VI, a 6 de agosto de1964, é talvez só comparável à surpresa que a sualeitura causou, surpresa que nasceu, não tanto dasafirmações do sucessor de João XXIII, mas docontraste entre o teor da «Ecclesiam Suam», e o da«Pacem in Terris» por exemplo.Foi de tal maneira “grande e impressionante” ocunho dado pelo Papa que convocou o II Concílio doVaticano à vida da Igreja e ao exercício do ministériopontifício, que a grande interrogação que muitaspessoas fizeram na altura era saber até que ponto secontinuava ou alterava a orientação de João XXIII.A primeira encíclica do Papa Paulo VI “não só éprofundamente diferente das encíclicas anteriorescomo tem um estilo tão próprio e até tão novo, quenão suporta facilmente uma comparação com outrasencíclicas”. (In: Boletim de Informação Pastoral; AnoVI; 1964; Outubro-Novembro; Nº 34).O padre jesuíta Robert Rouquette escreveu narevista «Études» que a «Ecclesiam Suam» era uma“encíclica verdadeiramente epistolar”. Paulo VIescreveu realmente uma carta, e não um tratado,carta essa que dirigiu, não só aos bispos, ao clero eaos fiéis, mas também a todos os homens de boavontade. “Mais exactamente, pela leitura da encíclica,diríamos que escreveu aos bispos uma carta aberta,para ser lida também por

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todos os homens”. (In: Boletim deInformação Pastoral; Ano VI; 1964;Outubro-Novembro; Nº 34)O estilo epistolar da «EcclesiamSuam» torna-se mais evidente nospequenos e numerosos apartes queo Papa Paulo VI dirige aos bisposem “tom de conselho, deadvertência ou de encorajamento”,nas frequentes alusões ao trabalhoque o II Concílio do Vaticano estavaa realizar e ao qual o Papa Montininão pretendia sobrepor-se.A impressão dominante que a leiturado texto deixa ao leitor é que setrata de uma «carta magna» daacção pastoral

da Igreja. Esta encíclica é defacto um escrito de circunstância,elaborado em vésperas da terceirasessão do II Concílio do Vaticano(1962-65). A «Ecclesiam Suam»,juntamente, com as decisões do IIConcílio do Vaticano estão na baseda futura Teologia Pastoral.Depois de uma introdução onde seresume todo o pensamento dePaulo VI, «Ecclesiam Suam»desenvolve três fases principais quese podem chamar: Dinâmicapastoral da Igreja;consciencialização; a reforma e odiálogo».

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julho 201425 de julho de 2014 *Viana do castelo - Ponte de Lima -Parque do Carvalhal - Encontrodiocesano dos avós e idosos *Braga - Auditório Vita - Sessão dociclo de cinema sobre «VisõesGenerativas do Humano». *Viseu - São Pedro do Sul - FestivalJota de música de inspiração cristã(25 a 27) *Fátima - A Comunidade Cristo deBetânia realiza o Festival de Artes eOração com um programa orientadopara a evangelização urbana (25 a27) *Fátima - Assembleia nacional dasOficinas de Oração (25 a 27) 26 de Julho de 2014 *Fátima - Encontro nacional daFamília Comboniana

*Itália – Caserta – O Papa vai fazeruma visita à localidade italiana deCaserta para reunir-se com acomunidade católica e encontrar-seem privado com o pastor evangélicoGiovanni Traettino. *Lamego - Casa de São José -Conselho Pastoral Diocesano *Braga - Visita guiada a obras deAndré Soares em Braga comEduardo Pires de Oliveira *Fátima - Santuário de Fátimaconvida os avós para uma jornadade oração no Dia Litúrgico de SantaAna e São Joaquim *Fátima - Museu de Arte Sacra eEtnologia - O Museu de Arte Sacra eEtnologia (MASE), dos Missionáriosda Consolata, em Fátima, vaipromover diversas atividades paraavós e netos que visitem juntos ainstituição *Fátima - Bênção e dedicação daDomus Mater Dei (Irmãs Escravasda Eucaristia e da Mãe de Deus) porD. António Couto, Bispo de Lamego.

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*Braga - Auditório Vita - Sessão dociclo «Música no Claustro» *Lisboa - Cascais – Cidadela -Summer School de Comunhão eDireito promovido pelo MovimentoFocolares (26 a 29) *Leiria - Seminário de Leiria -Encontro de reflexão teológica doMetanoia (movimento católico deprofissionais) com o tema «Viver oEvangelho a partir das periferias»(26 a 29) 27 de Julho de 2014 *Brasil – Fortaleza - Encerramentoda assembleia-geral daComunidade Shalom. *Inglaterra - Celebração do Dia daVida pelos fiéis ingleses, irlandeses,escoceses e galeses. *Viseu – Ribafeita - Inauguração domemorial da beata Rita Amada deJesus

28 de Julho de 2014 *Coimbra - Lousã - Senhora daPiedade - Campo de Férias parajovens (15 aos 18 anos) promovidopelo Secretariado da PastoralJuvenil da Diocese de Coimbra. (28a 03 de agosto) *Fátima - 40.º Encontro Nacional daPastoral Litúrgica sobre o tema«Creio na Comunhão dos Santos: oCulto dos Santos na Igreja» (28 a 01de agosto)

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Avós e netos vão ao museu

O Museu de Arte Sacra e Etnologia (MASE), dosMissionários da Consolata, em Fátima, vai promoverdiversas atividades para avós e netos que visitemjuntos, dia 26 deste mês, a instituição. Esta iniciativaestá integrada nas comemorações do «Dia dos Avós»,procurando com este projeto aproximar avós e netosatravés de uma visita diferente e agradável ao museu. Viver o Evangelho a partir das periferiasO Movimento Católico de Profissionais –Metanóia – realiza, deste sábado a terça-feira,um encontro de reflexão teológica subordinadoao tema «Viver o Evangelho a partir dasperiferias». Esta atividade que decorre noSeminário diocesano de Leiria tem comooradores Luís Maria Goicoechea, padre eteólogo do País Basco e Cori Casanova, médica eteóloga da Catalunha. O aprofundamento destatemática será feito com o pano de fundo daexortação apostólica do Papa Francisco, «AAlegria do Evangelho». «Terra Amada 2014» promove reabilitação dealdeiaA iniciativa «Terra Amada», promovida pelo curso dearquitetura da Universidade Católica Portuguesa - polode Viseu –, vai promover este ano a conservação e areabilitação da aldeia Vale de Papas. Através de açõesde voluntariado, cerca de 60 estudantes dearquitetura e engenharia civil vão estar até ao dia 3 deagosto, naquela aldeia da Diocese de Lamego com ointuito de reabilitar o “património vernacular” emelhorar “a qualidade de vida da população”.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h22Domingo, dia 27 de julho: Diocese do Algarve RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 28 - 50anos de sacerdócio docónego Rui Osório, padre ejornalista;Terça-feira, dia 29 -Informação e apresentaçãodo curso de Licenciatura emFilosofia, na UCP;Quarta-feira, dia 30 - Informação e apresentação dolivro "A Fé da Igreja", pelo padre João Lourenço;Quinta-feira, dia 31 - Informação e análise ànatalidade em Portugal;Sexta-feira, dia 1/8 - Apresentação da liturgia dedomingo pelo padre Armindo Vaz e frei José Nunes. Antena 1Domingo, dia 27 de julho, 06h00 - Dominicanos emPortugal. Comentário à atualidade com José ManuelSardica. Segunda a sexta-feira, 22h45 - 28/7 a 1/8 -Sugestões de leitura para tempos de férias.

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Que missão tem o Papa?

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Ano A – 17.º domingo do TempoComum Procurar otesouro dasabedoria

O cristão deve construir a sua vida sobre os valorespropostos por Jesus. É este o tom da liturgia deste17.º domingo do tempo comum, que nos convida arefletir nos valores e prioridades sobre os quaisfundamentamos a nossa existência.A primeira leitura apresenta-nos o exemplo deSalomão, rei de Israel, como modelo do homem sábio,que consegue perceber e escolher o que é importantee que não se deixa seduzir e alienar por valoresefémeros.A segunda leitura recorda-nos que seguir o caminhode Jesus é o valor mais alto, que deve sobrepor-se atodos os outros valores e propostas.No Evangelho, recorrendo à linguagem das parábolas,Jesus recomenda aos seus seguidores que façam doReino de Deus a sua prioridade fundamental. Todosos outros valores e interesses devem passar parasegundo plano, face ao supremo tesouro que é oReino.O tesouro escondido ou a pérola preciosa pode serhoje a sabedoria que dá sabor e sentido à nossa vida.Vem a propósito reler algumas palavras que o PapaFrancisco partilhou recentemente connosco sobreeste dom do Espírito que Salomão pede a Deus.«A sabedoria consiste na graça de poder ver tudo comos olhos de Deus: ver o mundo, as situações, asconjunturas e os problemas, tudo, com os olhos deDeus. Nisto consiste a sabedoria. Às vezes nós vemosa realidade segundo o nosso prazer, ou emconformidade com a situação do nosso coração, comamor ou com ódio, com inveja... Não, este não é oolhar de Deus. A sabedoria é aquilo que o

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Espírito Santo realiza em nós, a fimde vermos todas as realidades comos olhos de Deus. Este é o dom dasabedoria.E obviamente ele derivada intimidade com Deus, da relaçãoíntima que temos com Deus, danossa relação de filhos com o Pai. Equando mantemos esta relação, oEspírito Santo concede-nos o domda sabedoria. Quando estamos emcomunhão com o Senhor, é como seo Espírito Santo transfigurasse onosso coração, levando-o a sentirtoda a sua veemência e predileção».E assim termina o Papa Francisco:«Devemos pedir ao Senhor que nosconceda o Espírito Santo e nosconfira a dádiva da sabedoria,

daquela sapiência de Deus que nosensina a ver com os olhos de Deus,a sentir com o Coração de Deus e afalar com as palavras de Deus. Eassim, com esta sabedoria, vamosem frente, construamos a família,edifiquemos a Igreja santificando-nos a todos. Hoje peçamos a graçada sabedoria. E peçamo-la a NossaSenhora, que é a Sede dasabedoria, deste dom: que Ela nosconceda esta graça».Vivamos na sabedoria de Deus,procuremo-la sem cessar como otesouro escondido e a pérolapreciosa que dão valor e sentido anossa vida!

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.org

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Trabalho missionário nas montanhas do Peru

O sorriso da Irmã UmbelinaFazem dezenas, centenas dequilómetros, muitas vezes a pé,apenas para ajudarem pessoasque vivem isoladas no cimo dasmontanhas. É uma missãoingrata, difícil, cansativa. Noentanto, estas irmãs estãosempre a sorrir Na região de Piura, no Peru, vivempessoas isoladas do resto domundo, em pequenos povoados quejuntam duas, três famílias quesobrevivem da pastorícia, de umaagricultura de subsistência, dequase nada. Por ali falta quasetudo: não há electricidade nem águapotável. Muito menos esgotos. Écomo se a sociedade se tivesseesquecido de que há pessoas quecontinuam a viver nas montanhas.Também não há estradas e muitasvezes quase não há caminhos.Nada disso, porém, é um problemapara as Missionárias de Jesus,Verbo e Vítima, uma congregaçãopontifícia fundada pelo MonsenhorFrederico Kaiser, em 1961.Para estas irmãs, que se vestem deazul e branco, quando

acabam as estradas asfaltadas ésinal de que começa o seu trabalho.A comunidade de Piura tem quatroirmãs. Uma delas é Umbelina deLima. Umbelina está sempre a sorrir.O seu rosto nunca revela o cansaçodas suas pernas quando vai serraacima ao encontro de algumafamília. Para ela não há impossíveis.Caminhos inóspitos, às vezescalcorreados debaixo de um tempoinclemente, cruzando riachos,pedras… Nada disso parece custarperante a certeza de que, lá emcima, há alguém que precisa dela. Ehá sempre. Estas irmãs fazemcompanhia aos que vivem sozinhosnas montanhas, ensinam a ler e aescrever, fazem de médicas e deenfermeiras, celebram a Liturgia daPalavra e repartem a comunhão. Décadas de pobrezaUmbelina de Lima conhece já ostrilhos da serra quase de olhosfechados. As suas viagens às vezesduram dias. Há sempre muitotrabalho para fazer.

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Elas são chamadas a resolverpequenas disputas, como se fossemo juiz da comarca, com a mesmafacilidade com que ajudam asmulheres no momento do parto, ouensinam as raparigas a cozinhar oua costurar. Sempre que se fazem aocaminho, estas irmãs estão acontrariar décadas de pobreza, deanalfabetismo, de isolamento. Talcomo a Irmã Umbelina, há, nestemomento, cerca de 400 irmãs cujamissão é ajudar os mais pobres noPeru, Argentina, Bolívia, Chile eParaguai. Tal como as famílias quesão ajudadas pela Irmã

Umbelina, estas Missionárias deJesus Verbo e Vítima são muitopobres. Por isso, são apoiadaspela Fundação AIS, pois o seutrabalho é insubstituível.Quando fundou a congregação,Monsenhor Frederico Kaiser disseuma frase que se revelou profética:“Não vos ofereço uma vida fácil nemcómoda, mas, em compensação,ofereço-vos uma vida incrivelmentefeliz.” Umbelina de Lima é a provadisso.

Paulo Aidowww.fundacao-ais.pt

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Pais e mães duas vezes

Tony Neves

Os Avós são dos mais ricos patrimónios dahumanidade. Quem os não conheceu perdeumuito. Quem os conheceu e já os viu partir, sentea dor da sua falta. Quem os tem, aproveite bemessa graça enorme.A ternura e a dedicação dos avós são imagensde marca que os netos não esquecem. Ter umaboa avó ou um bom avô é um capital que não sepode ignorar. Numa sociedade de famíliaalargada, os avós garantem a sabedoria dosantepassados e trazem para a comunidade efamília a experiência da sua idade avançada.São sempre referência obrigatória, aponto de sedizer que ‘quando morre um velho, enterra-seuma biblioteca’.Nas sociedades europeias, apostadas nasfamílias pequenas, o papel dos avós está a sermuito diversificado. Com a vontade das novasgerações viverem com muita autonomia, boaparte dos mais velhos acabam por viversozinhos. Enquanto têm condições pararesolverem os seus próprios problemas, não hágrandes dramas. Mas quando perdemautonomia, aí a situação complica-se econhecemos bem a tragédia dos milhares deidosos que vivem abandonados, terminando avida num mar de sofrimento e desilusão.Por outro lado, a crise que afeta a Europa trouxemuito desemprego e pobreza. Muitas famíliasperderam capacidade de pagar as suas contas.Assim, os mais velhos estão a ajudar os maisnovos a sobreviver com

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dignidade, apoiando-osfinanceiramente. E quando odinheiro não chega para creches einfantários, muitos avós passaram atomar conta dos netos, para alegriade todos e um respirar de alívio porparte dos pais. A crise, com todasas maldades que provoca, tem tidoeste aspeto positivo de aproximargerações e de voltar a dar aos avósa alegria de conviver com filhos enetos.Tenho sempre medo que, passada acrise económica, voltemos aopassado e enfiemos, mais uma vez,boa parte dos mais velhos em asilosou entrincheirados nas suas casas.

Seria bom que a história desselições de humanidade. A relaçãoconstante entre gerações é umganho para todos, traz riquezacivilizacional, gera patrimónioimaterial da humanidade. Que bomseria ver sempre avós, filhos e netosa partilhar a vida, oferecendo unsaos outros as riquezas que cadaidade tem.Saúdo os avós neste dia e peço-lhes que não deitem pela janela foratoda a riqueza de conhecimento eexperiência que ganharam ao longoda vida. Todos nós precisamos detestemunhos de vidas entreguesaos outros, através da família.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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Atraídos pelo braços abertosdo Cristo RedentorFérias. Tempo de parar...de ajustarritmos, de novos desafios…O tempo da mudança, é estagrande metáfora de nos darmosconta de que estamos sempre emcaminho, em direção a algo que nosestá a ser dado continuamente.O tempo que paramos para ajustaro rumo, ou até mesmo mudar dedireção é o tempo privilegiado paraficarmos mais atentos, para ver ossinais da perfeição, e o que épreciso para os ver é, como diriaMiguel Torga, “que os olhos nãopercam a virgindade original, e ocoração depois não hesite”.Contemplar estes sinais deperfeição e beleza é acreditar quetodos os dias nos tornamos maisconscientes do que somos e temos,e eis que surge o encontro. É dessefascínio divino, dessa maravilha doencontro que nasce a missão.Há um ano atrás, com a fogosidadeprópria da juventude, fé força edinamismo, vivíamos

o tempo intenso da JMJ Rio 2013que nos despertou e envolveu noscaminhos da Missão. Hoje damo-nosconta, que reforçou laços e ajudou afrutificar e fortificar as sementes queaí foram lançadas para a construçãode uma sociedade melhor. "Pormares já dantes navegados",sentimos a riqueza do espaço dediálogo, da fé, da cultura. Nãoesquecemos a LusoFesta, subimos,com a Mãe ao encontro do Filho, noSantuário do Cristo Redentor com agraça da celebração da Eucaristia.Agradecemos o carinho dacomunidade portuguesa.O Papa Francisco ao seu jeitointerpelativo, disse aos jovens que épreciso agir, tomar posição, fazerbarulho “ Quero que a Igreja saia àsruas” “espero que façais barulho,que vos façais ouvir nas dioceses …quero que nos defendamos de tudoo que é mundanismo, imobilismo,que nos defendamos do que écomodidade, de tudo o que é viverfechados em nós mesmos”. Tambémna comunidade

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da Varginha, o Papa pediu que nãodeixem entrar nos corações acultura do descartável, e insistiu“tenham coragem de ir contra acorrente e ser felizes”. Esta atitude“profética” de lutar por mudançasprofundas “ Não vos conformeis,mas transformai-vos” (cf Rm 12,2) eser feliz, irradia em nós o esplendorda Verdade e o fervor doEvangelho, masexige certamente um Plano de Açãoconcreto, o Papa Franciscoapresentou-o aos jovens ”comessas duas coisas tendes o Planode Ação, as Bem-Aventuranças eMateus 25”A JMJ Rio 2013, o seu legado, umprojeto missionário (missão a partirda opção pelos pobres, centrada napromoção e defesa da vida emfamília, em direção a uma culturaplena para todos os povos), e aforte provocação para uma culturado encontro, abrem portas paraoutros desafios da nossa pastoraljuvenil. E se na missão é muitoimportante reforçar a Família, esteano as III Jornadas da PastoralJuvenil e Jornadas

Missionárias que se realizam emFátima nos dias 20 e 21 deSetembro têm como tema “Família –um projeto” promovendo esse novodespertar missionário… Hoje, e neste tempo, jovem “não teconformes transforma-te. Bem-Aventurados, protagonistas damudança”.E eis que surge o inesperado…depois, é Deus a irradiar o calorque precisamos. "Ide e fazei discípulos" "Bota Fé"...

Pe. Eduardo Novo,Diretor do Departamento Nacional

da Pastoral Juvenil (DNPJ)

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