a educação nos maias

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A Educação n’Os Maias EDUCAÇÃO TRADICIONAL PORTUGUESA VS. EDUCAÇÃO INGLESA

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Education


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Page 1: A Educação nos Maias

A Educação n’Os MaiasEDUCAÇÃO TRADICIONAL PORTUGUESA VS. EDUCAÇÃO

INGLESA

Page 2: A Educação nos Maias

Realismo-NaturalismoEducação

Hereditariedade

Meio

Comportamento das personagens

Page 3: A Educação nos Maias

Modelos Educativos

Educação tradicional portuguesa

Educação inglesa

Pedro CarlosEusebiozinho

Page 4: A Educação nos Maias

Pedro da MaiaCaracterísticas da sua educação Elementos textuais

- Educado pelo Padre Vasques. Afonso “para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques, capelão do Conde de Runa.”

- Ensino de uma língua morta (latim) e da cartilha.

“O Vasques ensinava-lhe as declinações latinas, sobretudo a cartilha: e a face de Afonso da Maia cobria-se de tristeza.”.

-Ensino baseado no desenvolvimento da memorização.- Recurso à moral do catecismo e da devoção religiosa com a conceção punitiva do pecado.

“ - Quantos são os inimigos da alma? - Três. Mundo, Diabo e Carne…”

- Educado num ambiente isolado, desvalorização do contacto com a natureza.

“… lá fora, o menino, acostumado ao colo das criadas e aos recantos estofados, tinha medo do vento e das árvores…”

Page 5: A Educação nos Maias

Pedro da MaiaCaracterísticas da sua educação Elementos textuais

- Superproteção por parte da mãe. Situação 1:“Às vezes Afonso, indignado, vinha ao quarto, interrompia a doutrina, agarrava a mão de Pedrinho para o levar, correr com ele sob as árvores de Tamisa (…). Mas o menor esforço dele para arranjar o rapaz àqueles braços da mãe que o amoleciam, àquela cartilha mortal do Pedro Vasques – trazia logo à delicada senhora acessos de febre.”.Situação 2: “Afonso quisera-o mandar para Coimbra. Mas, à ideia de se separar do seu Pedro, a pobre senhora caíra de joelhos diante de Afonso, balbuciando e tremendo: e ele, naturalmente, lá cedeu.”.

Page 6: A Educação nos Maias

Pedro da Maia

Consequências do modelo

educativo que recebeu:

Devoção histérica pela mãe: - A promessa “de dormir durante um ano sobre as lajes do pátio”, feita após a morte da mãe.

As visitas diárias ao túmulo da mãe, carregado de “luto pesado”.

Período de vida “dissipada e turbulenta” caracterizado por distúrbios, pela boémia e pela estroinice.

Page 7: A Educação nos Maias

Consequências do modelo

educativo que recebeu:

O casamento apressado e falhado. “Toda essa noite Maria dormiu mal, na excitação vaga que lhe dava aquela ideia de um príncipe

entusiasta, conspirador, condenado à morte, ferido agora, por cima do seu quarto”

Incapacidade para resolver os problemas, facto que o leva ao suicídio.“Afonso encontrou seu filho morto, apertando uma pistola na mão.”

A mudança frequente de comportamentos e atitudes – instabilidade emocional da personagem.

“Ao fim de um ano de distúrbios no Marrare, de façanhas nas esperas de toiros, de cavalos esfalfados, de pateadas em S. Carlos, começaram a reaparecer as antigas crises de melancolia

nervosa…”

Pedro da Maia

Page 8: A Educação nos Maias

Carlos da Maia e EusebiozinhoEducação de Carlos Educação de Eusebiozinho

Educado por Brown, preceptor inglês. Educado pelo Abade Custódio.

Valorização do contacto com a Natureza.“… Correr, cair, trepar às árvores, molhar-se,

apanhar soalheiras,…”

Desvalorização do contacto com a Natureza “Passava os dias nas saias da titi…”

Aprendizagem de línguas vivas: o Inglês. Desprezo da cartilha e do conhecimento teórico.

“… É saber factos, noções, coisas úteis, coisas práticas…”

Aprendizagem de línguas mortas: o latim. Estudo da cartilha.

Submissão da vontade ao dever.“… Ainda é muito cedo, Brown, hoje é festa, não me

vou deitar! (…)- Carlos tenha a bondade de marchar já para a

cama!”

Submissão da vontade pela chantagem afetiva.“…. e a mamã prometeu-lhe que, se dissesse os

versinhos, dormia essa noite com ela…”

Page 9: A Educação nos Maias

Carlos da Maia e EusebiozinhoEducação de Carlos Educação de Eusebiozinho

Rigor, método e ordem“… não tinha a criança cinco anos já dormia num

quarto só, sem lamparina…”“É necessário método, é necessário método”

“O Carlos necessita ter um regime. De madrugada está já na quinta; almoça às sete; e janta à uma hora”

Superproteção“…levava ao colo o Eusebiozinho, que parecia um fardo escuro, abafado em mantas, com um xale

amarrado na cabeça”“…nunca o lavavam para o não constiparem”

Valorização da vitalidade e da força“Primeiro forrça! Forrça! Músculo…”

“…criar a saúde, a força e os seus hábitos, desenvolver exclusivamente o animal, armá-lo de

uma grande superioridade física.”

Valorização da memorização“Que memória! Que memória… É um prodígio!....”

“… a decorar versos, páginas inteiras do “Catecismo de Perseverança”...”

Page 10: A Educação nos Maias

Carlos da Maia e EusebiozinhoEm crianças:

Em adultos: (Após o sarau cultural, Carlos encontra Eusebiozinho e decidi confrontá-lo por este ter intervindo no episódio da Corneta do Diabo.)

“O Carlos não gosta dele (…). Havia uma procissão e o Eusebiozinho ia de anjo. (…) Em primeiro lugar ia-o matando porque embirra com anjos. (…) Imagine você o nosso terror, quando nos aparece o Eusebiozinho

aos berros pela titi, todo desfrisado, sem uma asa, (…). Enfim, um anjo depenado e sovado.”

“Mas, apenas sentiu na sua mão de forte aquela carne molenga e trémula, ressurgiu nele essa aversão nunca apagada – que já em pequeno o fazia saltar sobre o Eusebiozinho (…). O pobre viúvo, no meio das

lunetas negras que lhe voavam, do chapéu coberto de luto que lhe rolara nas lajes, dançava, escanifrado e desengonçado.”

Page 11: A Educação nos Maias

EusebiozinhoEm Sintra: É visto a almoçar com duas espanholas: “Era ele, o viúvo, acabando de almoçar, com duas raparigas espanholas.” “Cruges o chamou ainda, retendo-o mais um instante, enquanto satisfazia uma curiosidade: queria saber qual daquelas meninas era a “esposa do amigo Eusébio”.” “Assim interpelado, o viúvo encordoou, rosnou com uma voz morosa (…) que estava ali de passeio, não tinha esposa, e ambas aquelas meninas pertenciam ao amigo Palma…” Concha “atirou um murro à borda da mesa e, com os olhos chamejantes, desafiou Eusébio a que repetisse aquilo!” “Eusebiozinho, com um olhar ansioso e mudo, (…) lá partia a passos lentos pelo corredor a pedir perdão à Concha.”

Page 12: A Educação nos Maias

Carlos da MaiaEm Coimbra: Carlos mantém o entusiasmo inicial e a atração pela Medicina, pela “vida "a sério", prática e útil” - “atraíam-no agora estes lados militantes e heroicos da ciência.”. Começa a relacionar-se com dândis, filósofos, fidalgotes e revolucionários e começa a fazer esgrima e “whist sério”. Participa em serões, nos quais amigos de diferentes tendências discutiam sobre Arte, Literatura, Democracia, o Realismo, o Positivismo e a Metafísica. Carlos revela, assim, os primeiros traços de diletantismo e dandismo. O interesse pela medicina esmorece “… não tardou a deixar pelas mesas, com as folhas intactas, os seus expositores de medicina.”.

Page 13: A Educação nos Maias

Carlos da MaiaA ausência de motivações no meio (sociedade fútil, sem estímulos e de vida

boémia).

O estatuto económico que não lhe exigia qualquer esforço.

A paixão romântica que o seduziu.

Vida de ociosidade de Carlos e o sequente fracasso dos seus projetos de trabalho útil e produtivo.

Page 14: A Educação nos Maias

Carlos da MaiaFracasso amoroso

Pedro Carlos

Suicídio “Fatalismo muçulmano”

"Nada desejar e nada recear... Não se abandonar a uma esperança - nem a um desapontamento. Tudo aceitar, o que

vem e o que foge, com a tranquilidade com que se acolhem as naturais mudanças de dias agrestes e de dias suaves."