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criar mais valor com menos impacto
DEDICATED TO MAKING A DIFFERENCE
a eco-eficiência
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Conselho Empresarial para oDesenvolvimento Sustentável
Av. António Serpa, 23 - 2º Esq. Tel.: +351 217819001 E-mail: [email protected]
1050-026 Lisboa Fax.: +351 217956700 Internet: www.wbcsd.org
Portugal
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PrefácioEm 1991, o então Conselho Empresarial para o DesenvolvimentoSustentável procurava um conceito, talvez numa única palavra, quesintetizasse a finalidade dos negócios efectuados numa perspectiva dedesenvolvimento sustentável.
Não se encontrando tal conceito nos dicionários, decidimos criar umaexpressão nova. Após um concurso de ideias e muito desespero, surgiu-nosa expressão - eco-eficiência -, que, em termos simples, significa criar maisprodutos e serviços, com uma redução, tanto na utilização de recursos,como na produção de desperdícios e poluição.
Uma década mais tarde, o conceito de eco-eficiência está perfeitamentedisseminado. Acabei de efectuar uma pesquisa, utilizando um dos motoresde busca na internet e obtive 6.149 sites sobre a eco-eficiência. Hoje em dia,as universidades ensinam-no; as empresas de consultadoria debitam oserviço de ensinar como utilizá-lo; organizações, como a UNEP e a OCDEorganizam conferências sobre este tema. Tudo isto demonstra que o mundointeiro tem necessidade do conceito da eco-eficiência. Apraz-me saber quese trata de um conceito aberto, em expansão e evolução.
É gratificante constatar que grande parte do trabalho de criação edesenvolvimento deste conceito esteve nas mãos do World Business Councilfor Sustainable Development (WBCSD). Este relatório, em poucas páginas(por outras palavras, extremamente eco-eficiente), sintetiza uma década detrabalho do WBCSD sobre este tópico. Demonstra como o que começoupor ser um conceito, acabou por se tornar num instrumento para melhoraro desempenho empresarial. É a abordagem dos Sistemas de Medição daEco-eficiência (Eco-Efficiency Metrics) – ou seja, quantificar o conceito – que otorna útil para o mundo empresarial. Numa experiência-piloto com aduração de um ano em que se testaram os indicadores da eco-eficiência em23 empresas, este conceito passou o teste de adaptação à prática do mundoempresarial.
Neste momento, a eco-eficiência necessita de mais atenção por parte dosgovernos. O conceito é de tal modo óbvio, que poderia pensar-se que todasas empresas do mundo o adoptariam sem reservas. Utilizar menos daquiloque temos de pagar – como, por exemplo, recursos – e produzir menosdaquilo por que somos multados ou processados – como, por exemplo,poluição – e ganhar mais dinheiro! Certo? Nem sempre. Não se essesrecursos continuarem a ser subsidiados ou se a poluição não for punida. Daíque os governos tenham de encorajar as empresas a actuarem de formaeco-eficiente – principalmente tornando-as mais lucrativas.
Todos aqueles que contribuíram para a criação do conceito, desenvolvendoe testando os seus métodos de medição e demonstrando que é lucrativo,têm agora a grande oportunidade de forçar os governos a diminuiracentuadamente os desperdícios e a poluição e acabar de vez com subsídiosprejudiciais. O que deixará menos competitivos quaisquer concorrentesmais relaxados. O conceito de proveito mutúo (win-win) pode ser banal,mas continua a ser uma sensação excelente quando acontece connosco.
Stephan SchmidheinyPresidente Executivo da Anova AGVice-Presidente Executivo do WBCSD Agosto 2000
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IntroduçãoCom este relatório, o WBCSD publica o depoimento mais recente sobre a eco-eficiência. Sintetiza a evolução do conceito e apresenta os resultados da eco-eficiência, tanto dentro como fora dos negócios. Juntamente com o relatóriorecentemente publicado, Measuring Eco-Efficiency (Medir a Eco-Eficiência), o presentedocumento suplanta a literatura anterior do WBCSD sobre a eco-eficiência.
As empresas associadas do WBCSD estão já a aplicar o conceito de eco-eficiência nosseus negócios e muitos dos BCSD’s (Conselhos Empresariais para o DesenvolvimentoSustentável) nacionais estão a desenvolver programas para os seus associados.Esperamos que este relatório ajude a expandir ainda mais e a promover a marca daeco-eficiência.
Representantes de vários países e provenientes de diferentes sectores de negóciocontribuíram para as ideias constantes nestas páginas. Discussões contínuas,a partilha da aprendizagem e a comunicação de estudos de casos favoreceram oavanço da nossa concepção da eco-eficiência. Dois programas do WBCSD – Eco-Efficiency Metrics & Reporting (Sistemas de Medição e Comunicação da Eco-eficiência)e a European Eco-Efficiency Initiative (Iniciativa Europeia para a Eco-Eficiência – IEEE)– foram particularmente influenciadores no nosso modo de pensar nos últimos anos.
A IEEE é um programa conduzido pelo WBCSD em parceria com o European Partnersfor the Environment – EPE (Parceiros Europeus para o Ambiente), em Bruxelas. A IEEEtornou-se uma realidade, graças ao apoio financeiro da DG “Empresas” da ComissãoEuropeia e à participação e contribuição substancial de mais de 20 organizaçõesparceiras da IEEE em toda a Europa. Estas, juntamente com muitos outrosparticipantes nos nossos numerosos workshops e eventos, contribuíram para odesenvolvimento do nosso ideário sobre a eco-eficiência.
Uma equipa de “campiões”, no âmbito das nossas empresas associadas, dosConselhos Empresariais locais e dos parceiros da rede regional reviram o conceito eos rascunhos deste relatório. Aproveitamos para lhes agradecer os contributos e assugestões de melhoria.
Finalmente, os meus agradecimentos vão para Markus Lehni, que concebeu eescreveu este relatório. Nos últimos quatro anos, ele foi o gestor por excelência paraa eco-eficiência no WBCSD e liderou os nossos programas de Eco-Efficiency Metrics andReporting, o IEEE e a Sustainability through the Market (Sustentabilidade através doMercado), assim como outras actividades do WBCSD, relacionadas com questões degestão ambiental, tais como, Sustainability Reporting and Stakeholder Dialogue(A comunicação da Sustentabilidade e o Diálogo com os Grupos de Interesse noNegócio). Foi responsável pela disseminação das nossas mensagens sobre a eco-eficiência a muitos dos nossos associados, contribuindo para que um númerocrescente de empresas tenha adoptado a eco-eficiência e que esta tenha passado aser vista como um instrumento valioso em diversas partes do globo. Ao deixar asfunções que assumia no WBCSD, desejamos-lhe as maiores felicidades.
Espero que apreciem a leitura deste relatório e que façam bom uso das ideias esugestões nele contidas, contribuindo, assim, para o muito necessário progressorumo ao desenvolvimento sustentável.
Björn Stigson Presidente do WBCSD Outubro 2000
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setting the scene
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Índice
sumário
PRIMEIRO CAPÍTULO
adoptar a eco-eficiênciaUma ideia visionária que se generaliza
O que significa a eco-eficiência? • Indicadores para a sustentabilidade • Como se
desenvolveu a ideia • Respondendo aos cépticos • Eco-eficiência no sentido lato
SEGUNDO CAPÍTULO
criar mais valor com menos impactoComo tornar o desafio da sustentabilidade em oportunidades de
negócio
Porquê a eco-eficiência? • Os fundamentos do negócio • O que podem fazer as
empresas para melhorar? • Procurando oportunidades eco-eficientes • As empresas
dão a conhecer o seu sucesso • Um guia para comunicar o desempenho • Como
devem as empresas quantificar e comunicar a eco-eficiência
TERCEIRO CAPÍTULO
melhorar a qualidade de vida sem delapidaro nosso capital naturalComo podem os governos pôr a eco-eficiência ao serviço da
sociedade?
Porquê a eco-eficiência? • Fundamentos a nível macro • Acima a economia e a
qualidade de vida • Abaixo a utilização de recursos e a poluição • A Agenda política
da eco-eficiência • De que modo podem os governos medir a eco-eficiência • Planos
nacionais de acção para a eco-eficiência • A eco-eficiência e o desenvolvimento
macroeconómico
QUARTO CAPÍTULO
com criatividade e responsabilidadepartilhadaRumo a uma economia eco-eficiente
As 12 acções-chave para um futuro eco-eficiente
bibliografia
sobre o WBCSD
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sumário
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A eco-eficiência é uma filosofia degestão que encoraja o mundoempresarial a procurar melhoriasambientais que potenciem,paralelamente, benefícios económicos.Concentra-se em oportunidades denegócio e permite às empresastornarem-se mais responsáveis do pontode vista ambiental e mais lucrativas.Incentiva a inovação e, por conseguinte,o crescimento e a competitividade.
Tal como definida pelo WBCSD: “A eco-eficiência atinge-se através da oferta debens e serviços a preços competitivos,que, por um lado, satisfaçam asnecessidades humanas e contribuampara a qualidade de vida e, por outro,reduzam progressivamente o impactoecológico e a intensidade de utilizaçãode recursos ao longo do ciclo de vida,até atingirem um nível, que, pelomenos, respeite a capacidade desustentação estimada para o planetaTerra”. Em resumo, diz respeito àcriação de mais valor com menosimpacto.
É importante compreender que a eco-eficiência não se limita simplesmente afomentar melhorias da eficiência emhábitos e práticas já existentes, esta éuma visão demasiadamente limitada.Pelo contrário, a eco-eficiência deveriaestimular a criatividade e a inovação na
procura de novas formas de actuar. Aeco-eficiência também não se restringea áreas intrínsecas às empresas, comopor exemplo, a produção e a gestão daunidade fabril. Também é válida para asactividades a montante e a jusante deuma unidade fabril, envolvendo ascadeias de oferta e de valor do produto.Consequentemente, pode representarum enorme desafio para engenheiros doprocesso, departamento de compras,gestores de produtos, especialistas emmarketing e até para os departamentosfinanceiro e de controlo de gestão. Asoportunidades para a eco-eficiênciapodem ocorrer em qualquer estádio dociclo de vida de um produto.
No entanto, a eco-eficiência não ésuficiente por si só, porque, integrandosomente dois dos três pilares dasustentabilidade, a economia e aecologia, deixa o terceiro de fora do seuâmbito, o progresso social. A função domundo empresarial é satisfazer asnecessidades humanas e, por esse facto,ser recompensado com lucros; todavia,os negócios responsáveis têm tambémcomo objectivo melhorar a qualidade devida e esse é um dos aspectos dosignificado de se tornar maissustentável. O desafio é ser capaz de oconseguir, sem aumentar a utilizaçãoglobal dos recursos, que conduzirá aefeitos adversos ao ambiente.
ELEMENTOS-CHAVE DO CONCEITO ECO-EFICIÊNCIA
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sumário
A eco-eficiência é, antes de mais, um
conceito empresarial, porque se exprime
na linguagem dos negócios. Em termos
simples, afirma que tornar-se mais
eficiente faz todo o sentido em termos
empresariais. A eco-eficiência apela ao
tecido empresarial para atingir mais
valor, utilizando menos materiais e
energia e reduzindo as emissões. Aplica-
se a todos os sectores da empresa,
desde o marketing, o desenvolvimento
do produto até à produção ou
distribuição. Este conceito centra-se em
três objectivos latos:
1 Redução do consumo de
recursos: inclui minimizar a
utilização de energia, materiais,
água e solo, favorecendo a
reciclabilidade e a durabilidade
do produto e fechando o ciclo
dos materiais.
2 Redução do impacto na
natureza: inclui a minimização
das emissões gasosas, descargas
líquidas, eliminação de
desperdícios e a dispersão de
substâncias tóxicas, assim como
impulsionar a utilização
sustentável de recursos
renováveis.
3 Melhoria do valor do
produto ou serviço: o que
significa fornecer mais benefícios
aos clientes, através da
funcionalidade, flexibilidade e
modularidade do produto,
fornecendo serviços adicionais e
concentrando-se em vender as
necessidades funcionais de que,
de facto, os clientes necessitam, o
que levanta a possibilidade de o
cliente receber a mesma
necessidade funcional, com
menos materiais e menor
utilização de recursos.
Muitas empresas prosseguem ainda um
quarto objectivo, o da implementação
de um Sistema de Gestão Ambiental ou
de Sustentabilidade, integrado no
sistema existente de gestão do negócio,
de forma a impulsionar a abordagem da
eco-eficiência. Um Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) é uma forma de
assegurar que todos os riscos e
oportunidades relacionados com a
sustentabilidade são correctamente
identificados e eficientemente geridos.
Implementar a eco-eficiência nos
processos de gestão de uma empresa é,
antes de mais e principalmente,
procurar oportunidades, as quais podem
ser encontradas nas seguintes quatro
áreas:
Em primeiro lugar, as empresas podem
efectuar a reengenharia dos seus
processos para reduzir o consumo de
recursos e da poluição e evitar riscos,
enquanto que poupam custos. Em
segundo lugar, ao cooperarem com
outras empresas, muitos negócios
encontraram formas criativas de
revalorizar os seus sub-produtos. Ao
lutar por desperdício-zero ou objectivos
cumpridos a 100 %, aperceberam-se de
que o chamado “desperdício” dos seus
processos pode ter valor para outra
empresa. Em terceiro lugar, as empresas
podem tornar-se mais eco-eficientes se
reconceberem os seus produtos. Em
quarto lugar, algumas empresas
inovadoras não só reconcebem os seus
produtos, como também procuram
outras formas de ir ao encontro das
necessidades dos clientes. Trabalham em
conjunto com os clientes ou outros
grupos de agentes económicos para
repensar os mercados e remodelar
completamente a procura e a oferta.
Hoje em dia, muitas das necessidades
dos clientes são satisfeitas numa base de
consumo intensivo de material e de
energia, todavia, há soluções diferentes
e melhores para o fazer.
A eco-eficiência resulta não apenas em
grandes empresas transnacionais, como
é o caso de várias associadas do
WBCSD, como também em pequenas e
médias empresas (PME’s). Do mesmo
modo, pode ser utilizada, tanto por
países em vias de desenvolvimento e
economicas emergentes, como por
nações industrializadas.
Os cinco exemplos descritos neste
relatório ilustram as três dimensões dos
objectivos da eco-eficiência e as quatro
áreas de oportunidades da eco-
eficiência. Demonstram igualmente o
efeito dos sistemas de gestão que
fundamentam as melhorias da eco-
eficiência.
O WBCSD explorou igualmente formas
de medir e comunicar o desempenho
global da eco-eficiência de uma
empresa, utilizando rácios da eco-
eficiência. As formas de colocar uma
marca de medição sobre a eco-eficiência
são objecto de outro relatório do
WBCSD, Measuring Eco-Efficiency
(Medir a Eco-eficiência), no qual é
apresentada uma abordagem, que pode
ser utilizada para medir o progresso
rumo à sustentabilidade económica e
ambiental. Essa abordagem é
suficientemente flexível para ser
aplicada e facilmente interpretada pelo
tecido empresarial, fornecendo um
conjunto comum de definições,
princípios e indicadores.
A AGENDA DE NEGÓCIOS PARA A ECO-EFICIÊNCIA
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O mundo empresarial não consegue
atingir sozinho a eco-eficiência, o
progresso exige caminhar para além das
acções internas de cada empresa; requer
uma cooperação estreita entre as
diversas partes interessadas. Necessita
da sociedade para criar um sistema
facilitador que permita às empresas e ao
conjunto dos mercados tornarem-se
mais eco-eficientes. Os governos
desempenham um papel muito
importante na criação destas condições.
Vários países e regiões promulgaram já
planos de acção nacional e regional,
com o objectivo de fomentar uma
sociedade sustentável e mais eco-
eficiente. Atingir um consenso alargado
sobre os indicadores principais para a
eco-eficiência e estabelecer objectivos
precisos são aspectos cruciais que
permitirão a transição para uma
economia eco-eficiente.
Os governos podem implementar uma
política que fomente o crescimento
económico e favoreça a redução da
utilização de recursos e evite a poluição,
com incentivos à eco-inovação. Tais
medidas políticas, para influenciar as
iniciativas empresariais para mais eco-
eficiência, podem incluir elementos,
como:
Identificar e eliminar subsídios
perversos
Interiorizar os custos ambientais
Mudar os impostos sobre o
trabalho e o lucro para a
utilização de recursos e poluição
Desenvolver e implementar
instrumentos económicos
Promover iniciativas voluntárias e
acordos negociados
O WBCSD, em cooperação com diversas
organizações, desde agentes
económicos até autoridades
governamentais, está a levar a cabo
diversos projectos, no sentido de tornar
a eco-eficiência num conceito político.
Em 1998, em parceria com o European
Partners for the Environment (Parceiros
Europeus para o Ambiente), apoiados
pela DG “Empresas” da Comissão
Europeia, o WBCSD lançou a European
Eco-Efficiency Initiative (Iniciativa
Europeia para a Eco-Eficiência). Durante
os dois primeiros anos, esta iniciativa
promoveu a compreensão e a utillização
da eco-eficiência em toda a Europa,
apoiando as iniciativas nacionais, assim
como a criação de planos de acção para
a eco-eficiência. Houve uma
concentração de esforços nos países da
Europa Central e de Leste, muitos dos
quais estão em processo de adesão à
União Europeia.
O WBCSD tem também uma longa
tradição de cooperação com as
organizações empresariais em países em
vias de desenvolvimento e economias
emergentes, particularmente através da
sua rede regional de 24 BCSD’s
nacionais e organizações parceiras,
perfazendo um total de mais de 800
empresas associadas na América Latina,
África Austral, Este e Sudeste Asiático e
Europa de Leste.
Os governos podem também quantificar
a eco-eficiência, podendo utilizá-la para
impulsionar a sustentabilidade do
desempenho de toda a economia. Os
factores 4 e 10 são objectivos da eco-
eficiência para a economia. Ao pedir
que o “aumento da previdência”, a
“redução da utilização da natureza” e o
“espaço ambiental” sejam distribuídos
de forma mais equitativa, estão a
estabelecer-se objectivos
macroeconómicos de eco-eficiência. As
empresas podem e devem contribuir
para atingir estes objectivos, mas
sozinhas não o conseguirão.
A European Environmental Agency - EEA
(Agência Europeia para o Ambiente)
adoptou indicadores de rácios da eco-
eficiência para países, requerendo um
absoluto e relativo “desligar do
crescimento da previdência da utilização
da natureza”. Pretende medir e
comparar sectores económicos e países
entre si, de acordo com o nível da eco-
eficiência e os progressos. A agência
apresentou um conjunto de
“Indicadores principais” com a intenção
de desenvolver uma base de dados para
os países europeus e sectores
económicos. Tanto a EEA como o
WBCSD estão a trabalhar, no sentido de
relacionar os indicadores principais para
as nações e os indicadores de aplicação
genérica para a comunicação
corporativa.
Os governos podem utilizar vários
incentivos para promover acções com
vista ao progresso e apoiar iniciativas
para o avanço da eco-eficiência –
premiando as empresas-líder e
pressionando as mais atrasadas.
Incentivos para recompensar a eco-
eficiência conduzirão a inovação na
direcção certa e criarão novos produtos
e serviços. A eco-eficiência cria mais
valor com menos recursos, através de
novas concepções dos produtos e
serviços e soluções inovadoras. As
empresas com maior sucesso serão
aquelas que estabelecerem objectivos
ambientais mais difíceis e os cumprirem
através de novas tecnologias e práticas.
A AGENDA POLÍTICA PARA A ECO-EFICIÊNCIA
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sumário
A eco-eficiência pode servir as empresas
como meio de desenvolver e
implementar com sucesso uma
estratégia de negócio em prol da
sustentabilidade. Esta estratégia
concentrar-se-á na inovação tecnológica
e social, responsabilização e
transparência, assim como na
cooperação com outros sectores da
sociedade, com vista a atingir os
objectivos estabelecidos.
A eco-eficiência pode apoiar os
governos a conceber uma estratégia
nacional para o desenvolvimento
sustentável, de forma similar à utilizada
pelo sector privado. Estabelecendo as
condicionantes do sistema que
incentivam a inovação e a transparência
e que permitem a partilha de
responsabilidades entre as diversas
partes interessadas, a eco-eficiência irá
alargar-se a toda a economia e
conduzirá o progresso rumo à
sustentabilidade. A economia
juntamente com a qualidade de vida
continuarão a crescer, enquanto que a
utilização dos recursos e a poluição
diminuirão.
Todos os sectores da sociedade
partilham a responsabilidade pelo
progresso. O tecido empresarial tem um
papel importante e aceita o desafio,
mas, similarmente, os governos e a
sociedade em geral têm de
desempenhar a parte que lhes cabe.
Neste relatório, o WBCSD propõe 12
planos de acção, que, se forem
adoptados pelas diversas partes
interessadas, ajudarão o mundo a
avançar rumo a um futuro eco-eficiente.
PERCURSO RUMO A UMA ECONOMIA ECO-EFICIENTE
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adoptar eco-eficiência
A eco-eficiência é uma filosofia de gestão que encoraja o mundo empresarial
a procurar melhorias ambientais que potenciem, paralelamente, benefícios
económicos. Concentra-se em oportunidades de negócio e permite às
empresas tornarem-se mais responsáveis do ponto de vista ambiental e mais
lucrativas. Incentiva a inovação e, por conseguinte, o crescimento e a
competitividade.
A eco-eficiência é também um objectivo para a sociedade em geral. É
recomendada por organizações intergovernamentais e adoptada por diversos
países como a política mais prometedora rumo ao desenvolvimento
sustentável.
Neste capítulo, explanaremos como o WBCSD e outros líderes de opinião
moldaram a eco-eficiência, como é possível alargá-la a um contexto mais vasto
e interrelacioná-la com outras abordagens, que visam o progresso através da
sustentabilidade.
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primeiro capítulo
Uma ideia visionária que se generaliza
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de utilização de recursos ao longodo ciclo de vida, até atingiremum nível, que, pelo menos,respeite a capacidade desustentação estimada para oplaneta Terra.”
Muito líderes de negócios, dentro e forado WBCSD, definem frequentemente aeco-eficiência como “criação de maisvalor com menos impacto” ou “fazer maiscom menos”. Especialistasacadémicos e pessoas que operam noterreno designam a eco-eficiência comoa síntese da “eficiência económica eambiental em paralelo”, em que oprefixo “eco” representa a economia e aecologia.
A OCDE designou a eco-eficiência como“a eficiência com a qual os recursosecológicos são utilizados ao serviço dasnecessidades humanas” e define-a comoum rácio de uma “saída” (o valor dosprodutos e serviços produzidos por umaempresa, sector ou economia, como umtodo), dividido pela “entrada” (a somadas pressões ambientais geradas pelaempresa, sector ou economia). AEuropean Environment Agency (AgênciaEuropeia para o Ambiente), quepretende utilizar os indicadores da eco-eficiência para quantificar o progressorumo à sustentabilidade a nível macro,define a eco-eficiência como “maisbem-estar a partir de menosnatureza” e afirma que isso é possívelatravés da separação da utilização derecursos e descargas poluentes dodesenvolvimento económico.
Contudo, a eco-eficiência não se limita aincrementar as melhorias da eficiêncianas práticas e nos hábitos existentes,esta é uma visão muito restrita. Pelocontrário, a eco-eficiência deveriaestimular a criatividade e a inovação naprocura de novas formas de actuar, nãose restringindo sequer às áreas noâmbito das empresas, tais como agestão fabril e da produção, porquetambém é válida para as actividades amontante e jusante da unidade fabril eenvolve as cadeias de oferta e de valordo produto. Consequentemente, podeconstituir um grande desafio para os
Antes da Cimeira da Terra, em 1992, noRio de Janeiro, solicitava-se ao mundoempresarial que contribuísse, porpalavras e actos, para odesenvolvimento sustentável. O mundoempresarial respondeu com apublicação do “Changing Course”(Mudança de Rumo), escrito porStephan Schmidheiny com o BusinessCouncil for Sustainable Development(BCSD). O objectivo do livro era mudara concepção de que a indústria é partedo problema da degradação ambientalpara a nova realidade de se tornarparte-chave da solução para asustentabilidade e desenvolvimentoglobal.
O livro procurou desenvolver umconceito, que, ao unir melhoriasambientais e económicas, pudesse “criarum negócio a partir do desafio dasustentabilidade”. Esse conceito foi aeco-eficiência. Desde então, esteconceito tem vindo a ser moldado edesenvolvido pelo WBCSD e por muitasoutras organizações. Mais importanteainda, foi ter sido possível demonstrar,através de centenas de exemplos, que éadaptável a empresas de todas asdimensões, em todos os sectoresindustriais e em todas as áreasgeográficas.
O “Changing Course” (Mudança deRumo) definiu as empresas eco-eficientes como sendo aquelas quecriam produtos e serviços mais úteis –por outras palavras, que acrescentammais valor -, reduzindoprogressivamente o consumo derecursos e a poluição.
Em 1993, no primeiro workshop,alargado a diversos grupos de interesses,sobre a eco-eficiência, os participantesacordaram a seguinte definição:
“A eco-eficiência atinge-se atravésda oferta de bens e serviços apreços competitivos, que, por umlado, satisfaçam as necessidadeshumanas e contribuam para aqualidade de vida e, por outro,reduzam progressivamente oimpacto ecológico e a intensidade
adoptar a eco-efficiency
“As empresas, que adoptam a eco-
eficiência, situam-se frequentemente
entre os líderes do sector a que
pertencem. Como o seu sucesso,
inevitável e constantemente, leva a que
muitas outras as imitem, a eco-eficiência
acabará por generalizar-se.”
FRANK W. BOSSHARDT
CONSULTOR DA ANOVA HOLDING AG
FUNDADOR DO PROGRAMA DA ECO-EFICIÊNCIA
DO WBCSD
O QUE SIGNIFICA A ECO-EFICIÊNCIA?
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primeiro capítulo
engenheiros de processo, departamentode compras, gestores de produto,especialistas de marketing e mesmopara os departamentos financeiro e decontrolo de gestão. Oportunidades paraa eco-eficiência podem emergir emqualquer ponto do ciclo de vida de umproduto.
As empresas podem usar a eco-eficiência como um elemento culturalintegrante das suas definições depolítica e missão. Podem igualmenteestabelecer objectivos da eco-eficiênciapara os seus sistemas ambientais ousistemas de gestão integrada. É tambémum instrumento útil para a monitoraçãoe comunicação do desempenho dasempresas e para facilitar a comunicaçãoe o diálogo com os grupos de interesseno negócio.
As oportunidades da eco-eficiência nãose limitam às empresas grandes einternacionais. As pequenas e médiasempresas (PME’s) e os micro-negócios
podem também beneficiar comsoluções eco-eficientes. Similarmente, asempresas de serviços podem utilizar oconceito na forma como fornecem osseus serviços e, desse modo, contribuirpara que os clientes se tornem tambémmais eco-eficientes.
Através do trabalho desenvolvido pelaOCDE, pelo US President’s Council forSustainable Development – PCSD(Conselho para o DesenvolvimentoSustentável do Presidente dos EstadosUnidos), pela Comissão Europeia e poroutras instituições governamentais, aeco-eficiência foi adoptada como umconceito para a política a nívelmacroeconómico para os paísesindustrializados, assim como para aseconomias em desenvolvimento,emergentes e em transição.
Melhorar a eco-eficiência não conduzautomaticamente à sustentabilidade.Melhorar simplesmente em termosrelativos (valor por impacto) pode ainda
significar um aumento geral do impactodas actividades e criar danos inaceitáveisou prejuízos irreversíveis. A EuropeanEnvironmental Agency (Agência Europeiapara o Ambiente) afirma que “reduçõesabsolutas na utilização da natureza e empressões ambientais associadas podemser necessárias para nos mantermosdentro dos limites da capacidade desuporte do planeta Terra, para que sejanecessária a separação, em termosabsolutos e relativos, entre ocrescimento do bem-estar e a utilizaçãoda natureza.”
O WBCSD e as empresas associadascontinuam a trabalhar nodesenvolvimento do conceito daeco-eficiência e encorajam activamentemais líderes de negócios a implementá-la nas suas organizações e maisideólogos políticos a adoptá-la. Defacto, a eco-eficiência é um “trabalhoem progresso” e continuará a sê-lo,porque na sua essência é um processodinâmico e não estático.
EmpresariadoResponsável
eco-eficiência
Produção Mais Limpa
Conformidade
AuditoriasEHS
ICCCharter
Estratégia deSustentabilidade
DesenvolvimentoSustentável
Agenda 21
Factor X
MarcaAmbiental
Instrum
entos
Económ
icos
Acord
os
Económ
icos
Legislação
de
Co
man
do
e Co
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loSUST
ENTA
BILI
DA
DE
TEMPO
NormasSGA
INDICADORES PARA A SUSTENTABILIDADE
Como mostram as setas horizontais nodiagrama de indicadores abaixo, asempresas começaram por lidar comproblemas de poluição através daCompliance Management (Gestão daConformidade). De seguida, passaram aevitar proactivamente a poluição através daCleaner Production (Produção Mais Limpa).
INDICADORES PARA A SUSTENTABILIDADE
A Eco-Efficiency (Eco-Eficiência) começoua contribuir, porque, pela primeira vez,estabeleceu a ligação entre melhoriasambientais e benefícios económicos. O passoseguinte é Responsible Entrepreneurship(Empresariado responsável), através doqual o sector privado pretende equilibraros três pilares da sustentabilidade (justiça
social, prosperidade económica ebalanço ecológico). Uma abordagemabrangente para a gestão empresarialsustentável deveria abarcar os quatroindicadores acima mencionados.
O mundo empresarial utilizou uma sériede instrumentos para implementar estesconceitos (cf. informação contida nosbalões redondos), incluindo auditorias aoAmbiente, Saúde e Segurança(Environment Health & Safety - EHS), a Carta Empresarial para oDesenvolvimento Sustentável da CâmaraInternacional do Comércio (BusinessCharter for Sustainable Development daInternational Chamber of Commerce – ICC)e as normas do Sistema de GestãoAmbiental - SGA (EnvironmentalManagement System – EMS), com origemnuma ideia preconizada pelo WBCSD.Hoje em dia, a gestão concentra-se nodesenvolvimento e implementação deuma estratégia de negócios, que englobeo imperativo da sustentabilidade.
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adoptar a eco-efficiency
Entretanto, têm também ocorridograndes progressos na agenda política.Em primeiro lugar, foi a ideia deDesenvolvimento Sustentável (cf. oprimeiro balão oval do diagrama), que,mais tarde, tornou-se num programamais concreto de acção com a Agenda21. Seguiu-se-lhe o chamado conceitoFactor X, requerendo objectivosquantificados no incremento da
eco-eficiência e na redução do impactona economia em geral. Um quarto passopoderá ser a noção de Marca Ambiental(Environmental Footprint), que argumentaque o espaço disponível para a actividadehumana é limitado e que deveria serdistribuído mais equitativamente.
Após os dias da Legislação de Comandoe Controlo (Command and Control)
Legislation), os ideólogos políticosresponderam de diversas formas,introduzindo notavelmente AcordosCorreguladores (CorregulatoryAgreements) e Incentivos Económicos(Economic Incentives) mais eficientes, paracomplementar ou, mesmo, substituir, aconfiança anterior na legislação (cf. setasverticais).
COMO SE DESENVOLVEU A IDEIA
IEm 1991, quando o BCSD utilizou, pelaprimeira vez, o termo “eco-eficiência”,era difícil prever como o conceito iriatornar-se importante. Todavia, em menosde dez anos, generalizou-se e saiu daesfera empresarial para a arena política.
O termo “eco-eficiência” foi, de facto,utilizado, pela primeira vez, em 1990,pelos investigadores, Schaltegger eSturm, na cidade de Basileia. Mas a ideiade que prevenir a poluição e evitardesperdícios traz benefícios financeiros,existia há já, pelo menos, 15 anos. Ofabricante americano de bens deconsumo, 3M, iniciou o programa de “APrevenção da Poluição Recompensa”(Pollution Prevention Pays – 3P’s), em1975, atingindo mais de 800 milhões deUSD em poupanças acumuladas noprimeiro ano, com mais de 4.000projectos “3P’s”. A Dow Chemicals,também com êxito, seguiu-lhe oexemplo com o programa “A Reduçãodos Desperdícios Recompensa Sempre”(Waste Reduction Always Pays – WRAP).
Através do Changing Course (Mudança deRumo), Stephan Schmidheiny e o BCSDretomaram este conceito e lançarammundialmente a eco-eficiência. Desdeentão, o WBCSD tem difundido a eco-eficiência como um conceito de negóciocrucial para trazer progresso corporativorumo à sustentabilidade e ajudou a quefosse adoptado por diversas empresas,primeiro na Europa e na América doNorte e Latina, alargando-se depois aoutros continentes.
O BCSD começou por convidar líderesempresariais e especialistas entre aspartes interessadas, académicos e
governos, para desenvolver o conceitonuma série de workshops sobre a eco-eficiência. Nessa primeira fase, os maiorespropulsores eram gestores e estrategascom uma visão virada para o futuro, noâmbito da 3M e da Dow. Entretanto,outras empresas contribuíram comestudos de casos, descrevendo aaplicação prática e as realizações da eco-eficiência. Foram os esforços contínuosde uma equipa de líderes dentro da DowChemicals e da 3M que tornarampossível que a eco-eficiência atingisse oponto de viragem de uma ideia brilhantepara um conceito exequível. Somenteuns anos depois do êxito do lançamentodo conceito, é que foi possível aoWBCSD apresentar todas as realizaçõesconcretizadas pelo tecido empresarial napublicação Eco-efficiency – The businesslink to sustainable development (Eco-eficiência – A ligação do mundoempresarial ao desenvolvimentosustentável), um livro didáctico sobre aeco-eficiência, da autoria de Livio DeSimone e Frank Popoff, e ainda o livroSignals of Change (Sinais de Mudança),o relatório de progresso da Conferênciadas Nações Unidas “Rio+5”.
Entretanto, a questão central passou dosaspectos operacionais da eco-eficiênciapara a eco-inovação e concepção para oambiente, encabeçada por “Driving Eco-Innovation” (Impulsionando a Eco-inovação) de Claude Fussler da DowEurope, a qual abriu ainda maisoportunidades para as empresasavançarem no seu desempenho eco-eficiente. Para muitas empresas, osprincipais efeitos no ambiente ocorreram,de facto, fora das suas fronteiras – tantoa montante, nas fases do processo de
criação da matéria-prima e do fornecimento,como a jusante nas fases de utilização doproduto ou de eliminação.
O WBCSD dirigiu também a sua mensagemaos mercados financeiros, pressionando-os para que se consciencializassem dovalor da eco-eficiência. Os resultados dotrabalho do WBCSD, para demonstrarque o desempenho ambiental é umfactor decisivo, foram publicados em1997 no relatório Environmental Performanceand Shareholder Value (DesempenhoAmbiental e o Valor para o Accionista).
Guiado pela máxima empresarial: “Só oque se mede, pode, de facto, ser feito”, oWBCSD explorou o sistema dequantificação da eco-eficiência.Desenvolveu os elementos necessários auma abordagem comum da comunicaçãodo desempenho corporativo, uma listade indicadores de valor e ambientais deaplicação genérica e uma forma deexpressar o desempenho com rácios daeco-eficiência. Com este trabalho, oWBCSD reuniu, pela primeira vez,orientações práticas, específicas para asempresas sobre como implementar aeco-eficiência, apresentando uminstrumento de medição da eco-eficiênciae comunicando o desempenho. Osresultados deste trabalho foram publicadosno relatório Measuring Eco-efficiency(Medir a Eco-eficiência), em Junho de 2000.
O WBCSD concluiu igualmente que olado negligenciado da moeda, o consumo,carecia de mais atenção. Nesse sentido,tem vindo a trabalhar, através doprograma Sustainability through theMarket – STM (Sustentabilidade atravésdo mercado), no sentido da adopção de
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primeiro capítulo
uma abordagem empresarial para oconsumo sustentável. As empresasassociadas do WBCSD têm como objectivotornar os mercados eco-eficientes, porexemplo: oferecendo soluções deprodutos e serviços com menos intensidadede recursos; fazendo alianças com aspartes interessadas; fornecendo informaçõesnecessárias aos consumidores, ajudando-os a comprar de forma mais responsável.
O mundo empresarial elevou a eco-eficiência a conceito político, com grandesucesso. Por exemplo, impelido pelosseus próprios membros, o Conselho parao Desenvolvimento Sustentável doPresidente dos Estados Unidos foi oprimeiro a recomendar a eco-eficiência
como uma abordagem útil para a acçãogovernativa. A Comissão para oDesenvolvimento Sustentável da OCDE,mais uma vez conduzida por líderes denegócios, adoptou a eco-eficiência comoo conceito mais promissor para oprogresso rumo à sustentabilidade eempenhou-se num vasto programa detrabalho sobre este tópico. Mais umavez, a Canadian Round Table on theEnvironment and the Economy – NRTEE(Mesa-redonda Canadiana para oAmbiente e a Economia), uma organizaçãode diversos agentes económicosinstitucionalizada, patrocinada pelogoverno canadiano, tem estado envolvidaem diversos projectos sobre indicadoresda eco-eficiência e reforma fiscal. Pela sua
parte, a Comissão Europeia refere a eco-eficiência no seu processo político,enquanto que a European EnvironmentAgency (Agência Europeia para o Ambiente)utiliza o conceito para definir e comunicaros indicadores macroeconómicos.
Acima de tudo, o WBCSD vê a eco-eficiência como avançando de “marcaregistada” para algo semelhante a“propriedade comum”. Um númerocrescente de empresas, organizações egovernos estão a utilizá-la e a interpretá-la para os seus próprios projectos ebenefícios. Acreditamos que todo esteconjunto de acções irá generalizar apresença da eco-eficiência no mundoempresarial e na política.
O que não é a eco-eficiência:
A eco-eficiência nunca pretendeu seruma panaceia para todos os males. Defacto, é importante recordar que a eco-eficiência:
● não é uma abordagem do tipo “tudoou nada”
● não é uma abordagem do tipo“ou/ou” mas de “e/e”
● não é a solução para todos osproblemas no percurso para asustentabilidade
● não é um sistema rígido● não é a estratégica individual de
alguém● não é um sistema de gestão● não é uma norma certificadora● não é um formato-tipo de
comunicação● não é um livro de culinária cheio de
receitas● não é qualquer coisa que se possa
retirar da prateleira e comprar ● não é uma garantia contra o
fracasso
RESPONDENDO AOS CÉPTICOS
Mas a eco-eficiência ainda nãoconquistou toda a gente.
Alguns queixam-se de que um aumentorelativo da eco-eficiência na empresa nãoé suficiente. Em vez disso, exigem umcorte radical na utilização dos recursos.Esta posição não considera um aspecto-chave da eco-eficiência – o facto destanão se limitar a atingir melhorias relativasna utilização de recursos e na prevençãoda poluição. Pelo contrário, a eco-eficiência prende-se, sobretudo, com ainovação e a capacidade de criar maisfuncionalidades ao produto ou serviço,contribuindo, assim, para a separaçãoentre o crescimento económico e autilização de recursos.
Outros preferiam denominá-la de “eco--eficácia” em vez de “eficiência”,sublinhando a importância da inovação.Acreditamos que está correctoconcentrarem-se em ir mais além do quesimplesmente melhorarem os processosexistentes. Mas isso faz-se, mudando osprocessos industriais, criando novosprodutos e mudando e influenciando osmercados com ideias novas e novas regras.
Há também a queixa de que utilizarmenos recursos por unidade deprodução falha na criação de progressorumo à sustentabilidade, se o número deunidades continuar a aumentar maisdepressa do que a ganhar em
produtividade de recursos. Os críticosmantêm que a incrementação demelhorias na eficiência distraem aatenção da necessidade de inovação paraatingir melhorias verdadeiras e mudançasde comportamento. Argumentando quea marca ambiental dos ricos édemasiadamente grande, eles exigem“suficiência”, em vez de eficiência. OWBCSD aceita a necessidade de reduzir apoluição e a degradação dos recursos,mas não concorda que a redução dosníveis de vida contribua para um mundomais equilibrado. Na nossa opinião, émais importante optar por uma maneiradiferente de viver que pode oferecer umaqualidade de vida melhor e mais bem-estar para todos, limitando-se a utilizaçãode recursos e a poluição até níveis aceitáveis.
Também há queixas de que a eco-eficiência não funcionará em economicaspobres, porque prevenir a poluição édemasiadamente caro e requer obrigaçãolegal e ajuda financeira substancial. OWBCSD demonstrou que esta visão estáerrada. Provámos que a eco-eficiênciaresulta, de facto, nos países em vias dedesenvolvimento e em transição. Asempresas, em particular, podem atingirgrandes melhorias em áreas onde osrecursos, anteriormente, não eramutilizados de forma eficiente.
Contudo, lucros provenientes dautilização eficiente dos recursos são
limitados. Somente quando tudo quantoé externo for interiorizado e quandoforem atribuídos os preços certos aosrecursos e à poluição, é que as melhoriasda eco-eficiência recompensarãototalmente. Os governos têm, porconseguinte, de assegurar que os custosexternos de utilização dos recursos sãoenglobados no respectivo preço, que amá atribuição de subsídios é eliminada eque aqueles que evitam a poluição sãorecompensados.
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adoptar a eco-efficiency
A eco-eficiência é o conceito-chave para
ajudar as empresas, indivíduos,
governos e outras organizações a
tornarem-se mais sustentáveis. Tal como
vimos anteriormente, reúne os
ingredientes essenciais – progresso
económico e ecológico – necessários
para a prosperidade económica,
enquanto utiliza os recursos de forma
mais eficiente e reduz as emissões de
substâncias prejudiciais ao ambiente. A
eco-eficiência foi denominada de zona
intermédia entre as duas questões de
fundo, economia e ambiente.
Contudo, a eco-eficiência por si só não
é suficiente, porque integra somente
dois dos três elementos da
sustentabilidade, a economica e a
ecologia, deixando de lado o terceiro, o
progresso social. O papel do mundo
empresarial é satisfazer as necessidades
humanas e, por esse facto, ser
recompensado com lucros. Mas os
negócios responsáveis têm também
como objectivo melhorar a qualidade de
vida, o que é parte integrante do
tornar-se sustentável. O desafio está em
conseguir atingir este objectivo, sem
aumentar a utilização total dos recursos
e ter um efeito adverso no ambiente.
A sustentabilidade só será atingida se o
mundo empresarial trabalhar em
conjunto com os governos e as partes
interessadas externas, tais como os
fornecedores, clientes, vizinhos e ONG’s,
partilhando a responsabilidade. Os
governos, por exemplo, podem
contribuir, formulando políticas
industriais e económicas, que
encoragem a eco-eficiência nos
negócios, assim como reduzam a
utilização de energia e recursos na
economia em geral.
O mundo empresarial não pode por si
só, nem assegurar oportunidades iguais
para a sociedade no seu conjunto, nem
garantir que a utilização dos recursos
naturais está “conforme a capacidade
de sustentação do planeta Terra”.
Todavia, pode contribuir para estas
metas através da eco-eficiência e do
empresariado responsável.
Como conceito a nível
macroeconómico, a eco-eficiência
abarca as questões críticas de forma
frontal. Os objectivos “Factor 4” e
“Factor 10” são alvos da eco-eficiência.
O Factor 4 significa “Duplicar o
rendimento com a utilização de recursos
divididos”, ou seja, mais valor com
impacto reduzido para toda a
economia, por outras palavras: eco-
eficiência. O Factor 10 significa um
aumento dez vezes superior na
eficiência dos recursos nas economias
desenvolvidas, reduzindo globalmente a
utilização total dos recursos naturais
dentro dos limites da capacidade de
renovação. O Factor 10 pede uma
separação absoluta, não só relativa, do
crescimento económico da utilização
dos recursos naturais.
Para muitos, a eco-eficiência é uma
entre muitas abordagens com um
objectivo similar: o de tornar o mundo
empresarial e a economia mais
sustentáveis. Contudo, a eco-eficiência
tem um número de características
únicas que a diferenciam e acrescentam
valor quando comparada a outros
conceitos.
Por exemplo, os negócios em fase de
implementação de Sistemas de Gestão
Ambiental (SGA’s) beneficiarão da
aplicação de ideias proactivas e
baseadas em oportunidades, o que é
fundamental para a adopção da eco-
eficiência. Ao procurar mais ganhos
decisivos para o negócio, assegurarão
que os SGA’s irão, de facto, conduzir a
melhorias. As normas de SGA, tais
como, EMAS e ISO 14000 e seguintes,
que o WBCSD ajudou a criar, podem
desempenhar um papel importante no
apoio das empresas rumo à eco-
eficiência e à sustentabilidade, mas têm
de ser vistas como um meio para atingir
um fim, e não como sendo o próprio
fim. Os SGA’s podem assegurar que os
riscos e as oportunidades são
identificados e geridos de forma
sistemática e eficiente, oferecendo às
organizações – negócios e outras – os
instrumentos para gerir e comunicar
claramente o desempenho e as
concretizações.
O programa Cleaner Production
(Produção mais limpa) da UNEP tem
muito em comum com a eco-eficiência.
Ambos os conceitos foram concebidos,
praticamente, em paralelo e continuam
a ser desenvolvidos através da troca de
conhecimentos e experiências. Em vez
de entrarem em conflito, reforçam-se
mutuamente. De facto, o WBCSD tem
uma parceria com a UNEP, cooperando
em diversos campos e co-publicando
dois relatórios sobre produção mais
limpa e eco-eficiência (Cleaner
Production e Eco-Efficiency).
Em síntese, a eco-eficiência é um
conceito com muito a oferecer. Pode ser
utilizada para uma diversidade de
finalidades e ser aplicada a vários níveis.
A ECO-EFICIÊNCIA NO SENTIDO LATO
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A eco-eficiência é, antes de mais, um conceito de negócio, porque assume a
linguagem empresarial. De forma simples, diz que tornar-se mais eficiente faz
sentido para o negócio.
A eco-eficiência avançou do estádio de se preocupar em poupar recursos e
prevenir a poluição para se tornar num impulsionador da inovação e da
competitividade em todos os tipos de negócios. Os mercados financeiros
começaram a reconhecer o valor da eco-eficiência, porque há provas cada vez
mais evidentes de que as empresas eco-eficientes têm um melhor
desempenho financeiro.
Neste capítulo explicaremos o que podem as empresas fazer para se tornarem
mais eco-eficientes – onde podem encontrar as oportunidades para
melhorarem. Exemplos de casos de sucesso de diferentes áreas demonstram
como a eco-eficiência funciona na prática.A forma como as empresas
quantificam e comunicam o desempenho geral da eco-eficiência completa o
quadro.
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segundo capítulo
Como tornar o desafio da sustentabilidade
em oportunidades de negócio
criarmais valor com menos impacto
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A eco-eficiência representa para o mundoempresarial a possibilidade de atingir maisvalor a partir de menos materiais eenergia e redução de emissões. Aplica-sea todas as áreas da empresa, desde omarketing ao desenvolvimento do produto,passando pela produção e a distribuição.
O WBCSD identificou sete elementos, queos negócios podem utilizar para melhorara eco-eficiência:
Redução da intensidade material;
Redução da intensidadeenergética;
Redução da dispersão desubstâncias tóxicas;
Aumento da reciclabilidade;
Optimização do uso de materiaisrenováveis;
Prolongamento do ciclo de vidado produto;
Aumento da intensidade doserviço.
Estes sete elementos podem ser vistoscomo correlacionados com trêsobjectivos alargados:
1. Redução do consumo de recursos:inclui a minimização da utilização deenergia, materiais, água e solo,englobando a reciclabilidade e adurabilidade do produto e fechando ociclo dos materiais.
2. Redução do impacto na natureza:inclui a minimização de emissõesgasosas, descargas líquidas, eliminaçãode desperdícios e dispersão desubstâncias tóxicas, assim como ofomento da utilização sustentável dosrecuros renováveis.
3. Aumentar o valor do produto ouserviço: significa beneficiar os clientesatravés da funcionalidade, flexibilidade emodularidade dos produtos, criandoserviços adicionais (tais como:manutenção, serviços de melhoria etroca), concentrando-se na venda dasnecessidades funcionais que os clientes,de facto, querem. Vender um serviço,em vez do produto em si, favorece apossibilidade de o cliente receber a
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Os fundamentos do negócio para a eco-eficiência são claros: a eco-eficiência fazsentido. Ser eficiente é sempre umaprioridade máxima para todas asempresas; mas se, ao mesmo tempo, seincluir a criação de valor económico, aredução do impacto no ambiente e aindaa utilização de recursos, o valoracrescentado aumenta substancialmente.
A questão da eco-eficiência aplica-se atodas as áreas de actividade no âmbitoda empresa – desde a eliminação deriscos e procura de poupanças adicionaisaté à identificação de oportunidades econcretização nos mercados.
Os mercados financeiros começaramtambém a ter em contas estes aspectosligados ao desempenho empresarial.
Analistas de estratégia empresarial estão
a seleccionar os “líderes e pioneiros dasustentabilidade”, porque sabem que asempresas, que desenvolveram aestratégia da sustentabilidade eimplementaram a eco-eficiência comoum conceito de negócio, ultrapassaramlargamente o desempenho da concorrência.
O WBCSD liderou o percurso de tornarmais visível a ligação entre a excelênciada eco-eficiência e o valor da empresapara os diversos grupos de interesse. Orelatório de 1997, EnvironmentalPerformance and Shareholder Value(Desempenho Ambiental e Valor para oAccionista) trata de forma abrangenteeste tema. Esse trabalho foi reforçadocom abordagens mais recentes, taiscomo a Sustainability Group Index da DowJones – DJSGI (Índice da Dow Jones doGrupo da Sustentabilidade).
“Tendo em consideração a natureza dosnossos negócios, fundámos a estratégiade desempenho a longo prazo para aeco-eficiência na Suez Lyonnaise desEaux. Este conceito alia acompetitividade e a criação de valorpara proteger o equilíbrio mundial efacilitar a nossa compreensão dosdesafios ambientais. Por esta razão, ocrescimento sustentável temobrigatoriamente de fazer parte daestratégia de negócio, estando integradoem todos os processso de tomada dedecisões e ser demonstrado através deacções concretas.”
THIERRY CHAMBOLLE
VICE-PRESIDENTE SÉNIOR – AMBIENTE E
TECNOLOGIA - SUEZ LYONNAISE DES EAUX
“A nossa experiência provou que asustentabilidade não exige sacrifício eprivação. Pelo contrário, significaexplorar as tecnologias mais recentes,reduzir desperdícios, reutilizar recursos,adoptar produções bem estruturadas emelhores práticas logísticas e concretizarinvestimentos sólidos em capacidadesprodutivas eficientes. De facto, a eco-eficiência e a sustentabilidade não sãoinócuas para um líder de mercado, estesconceitos são mais do que isso, porquepermitem uma vantagem realcompetitiva.”
PASQUALE PISTORIO,
PRESIDENTE E ADMINISTRADOR EXECUTIVO –
STMICROELECTRONICS
“O desafio do nosso negócio é distribuirvalor económico competitivo e, aomesmo tempo, operar de uma formaambientalmente sólida e responsável doponto de vista social. Acreditoveementemente que a excelência naabordagem ambiental e nas soluções, naresponsabilidade social e nodesempenho económico sãocomplementares e não conflituantes. Emperíodos de reestruturações substanciaise rápidas, a necessidade de apresentarprovas práticas destacomplementaridade está a tornar-se,progressivamente, mais importante.”
EGIL MYKLEBUST
PRESIDENTE E ADMINISTRADOR EXECUTIVO DA
NORSK HYDRO
criar mais valor com mais impacto
PORQUÊ A ECO-EFICIÊNCIA? OS FUNDAMENTOS DO NEGÓCIO
O QUE PODEM FAZER AS EMPRESAS PARA MELHORAR?
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segundo capítulo
mesma necessidade funcional commenos materiais e recursos. Do mesmomodo, melhora as perspectivas defechar o ciclo dos materiais, porque aresponsabilidade e a propriedade e, porconseguinte, a preocupação pelautilização eficiente ficam do lado dofornecedor de serviços. Muitas empresas têm um quartoobjectivo, nomeadamente a
implementação de um Sistema deGestão Ambiental ou daSustentabilidade, integrado nos sistemasexistentes de gestão do negócio, paraimpulsionar a abordagem da eco-eficiência. Um Sistema de GestãoAmbiental (SGA) é um meio deassegurar que todos os riscos eoportunidades relacionados com asustentabilidade são identificados
correctamente e geridos de formaeficiente. A ISO 14000 e seguintes e aEMAS representam as abordagens maisrecentes para atingir a eco-eficiência.Outros instrumentos estratégicos podemtambém ser utilizados, tais como:Balanced Scorecard e Value BasedManagement (Cartão de PontuaçãoEquilibrado e Gestão Baseada no Valor).
fornecedores
PROCURANDO OPORTUNIDADES ECO-EFICIENTES
I & DCompras
Marketinge Vendas
Processode fabrico
Vizinhos(sector Industrial)
Clientes
Repensaros mercados
Reconcepçãodos produtos
Reengenhariados processos
Revalorizaçãodos sub-produtos
PROCURANDO OPORTUNIDADES ECO-EFICIENTES
O diagrama abaixo representa umavisão global sobre a eco-eficiência.Ajuda as empresas a identificar onde seencontram as oportunidades e quempoderá estar envolvido na exploraçãodestas, interna ou externamente. Sugereque haverá quatro áreas potenciaisfornecedoras de oportunidades paraaumentar a eco-eficiência:
Em primeiro lugar, as empresas podemfazer a reengenharia dos processos,para reduzir o consumo de recursos, apoluição e evitar riscos, ao mesmotempo que poupam custos. Aexperiência mostra que há diversaspossibilidades, algumas evidentes,outras menos óbvias. Invariavelmente,todos os colaboradores têm de estarenvolvidos na identificação deoportunidades e em fazer as mudançasnecessárias para as agarrar. Mudançasde processo podem também estarrelacionadas com a actividade do
fornecedor, assim como a distribuição, autilização dada pelos clientes ou aeliminação.
Em segundo lugar, ao cooperar comoutras empresas, muitos negóciosencontraram formas criativas derevalorizar os sub-produtos. Ao lutarpor desperdício-zero ou objectivoscumpridos a 100 %, aperceberam-se deque o chamado “desperdício” dos seusprocessos pode ter valor para outraempresa. Por vezes, na indústriaquímica, por exemplo, os sub-produtostornaram-se mesmo verdadeirosgeradores de dinheiro do processoprodutivo. Objectivos de desperdíciozero e sinergias com sub-produtosconduzem à utilização mais eficiente derecursos num processo e criam umbenefício financeiro adicional. Emresumo, são eco-eficientes, porquepermitem a criação de mais valor commenos recursos.
Os criadores de produtos e gestores decompras desempenham um papelfundamental na empresa, têm umainfluência não só ao nível dafuncionalidade do produto e do preço,como também um grande efeito noscustos e no impacto ambiental naprodução, manutenção do produto eeliminação. O que sugere a terceira áreade oportunidades para a eco-eficiência:as empresas podem tornar-se mais eco-eficientes ao reconceberem os seusprodutos. Produtos concebidos comregras de concepção ecológicas sãofrequentemente mais baratos deproduzir e utilizar. A sua concepçãomais pequena e simples, inclui umamenor variedade de materiais, sendomais facéis de desmontar parareciclagem. Por vezes, encerram umafuncionalidade maior, permitem umamelhor serventia e uma maiorpossibilidade de aperfeiçoamento. Dadoque podem fornecer um valoracrescentado aos utilizadores,minimizando a influência ambientalrelacionada com a utilização, sãoprodutos eco-eficientes.
Em quarto lugar, algumas empresasinovadoras, não só reconceberam oproduto, como também encontraramnovas formas de ir ao encontro dasnecessidades dos clientes ou doutraspartes interessadas, repensando osmercados e reformulando totalmente aprocura e a oferta. Hoje em dia, muitasdas necessidades dos clientes sãosatisfeitas com base na utilizaçãointensiva de material e energia. Noentanto, há formas diferentes emelhores de o fazer, por exemplo, emvez de vender um produto, fornecer um
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criar mais valor com mais impacto
serviço, em que a intensidade total dematerial e energia pode ser reduzida.Abrem-se, deste modo, oportunidadespara um novo crescimento económico emaior rendibilidade.
Tal como o diagrama deixa claro, todosos departamentos dentro da empresapodem contribuir para aumentar a eco-eficiência: processo de fabrico, compras,investigação e desenvolvimento, vendas,marketing, administração, todos têmum papel a desempenhar. Muitasempresas, reconhecendo esta situação,
integraram a eco-eficiência na estratégiaglobal do negócio. Aperceberam-se deque as oportunidades-chave da eco-eficiência não se limitam à unidadefabril, estendendo-se a toda a cadeia defornecimento, assim como à utilizaçãodos serviços e produtos. A eco-eficiênciatornou-se num propulsor da inovação edo progresso, um veículo que os ajuda aatingir os objectivos económicos eambientais a que se propuseram.
O WBCSD acredita que é deimportância vital que a gestão de topoadira ao conceito da eco-eficiência.Aquelas empresas, em que o conceitoentrou para a agenda do AdministradorExecutivo, conseguiram obterprogressos reais. O percurso ambientaldestas não se limitou a incrementaralgumas melhorias, em vez disso,começaram a utilizar a eco-eficiência emprodutos inovadores, novos serviços enuma mudança na estratégia donegócio rumo à sustentabilidade.
AS EMPRESAS DÃO A CONHECER O SEU SUCESSO
A eco-eficiência resulta não apenas emgrandes empresas transnacionais, comoé o caso de várias associadas doWBCSD, como também em pequenas emédias empresas (PME’s). Do mesmomodo, pode ser utilizada, tanto porpaíses em vias de desenvolvimento eeconomicas emergentes, como pornações industrializadas.
Nesta secção, apresentamos cincoexemplos ilustrativos de como a eco-eficiência funciona na prática. Porexiguidade de espaço, apresentam-sebreves sínteses. Casos maispormenorizados, juntamente com oscritérios que subjazem à escolha deestudos de caso da eco-eficiência, estãodisponíveis na selecção de estudos decaso sobre a eco-eficiência no site dainternet do WBCSD (www.wbcsd.org).
Os exemplos ilustram as três dimensõesdos objectivos da eco-eficiência e osquatro elementos das oportunidades daeco-eficiência. Mostram também oefeito dos sistemas de gestão, queapoiam as melhorias da eco-eficiência.
O grupo Lura, membro do BCSDCroatia, é a empresa leiteira líder naCroácia. Em 1997, a administraçãodecidiu atacar os efluentes líquidosprovenientes da unidade fabril daempresa Sirela, que eramdescarregados no sistema municipalde esgotos e tratados em conjuntocom os efluentes líquidos municipais.A Lura montou um projecto depurificação dos efluentes líquidos numsistema fechado em círculo, passou,de seguida, ao tratamento das lamas,em vez de pagar a sua eliminação etransformou-as num compostocomercial. O processo de purificaçãoproduz, hoje em dia, cerca de 7toneladas de lamas por dia. Ocomposto de grande qualidade é umamistura de lamas residuais, adubo,casca e serrim.
O investimento na eco-eficiênciademonstrou ser um bom negócio. Osbenefícios são um melhoramentosignificativo do desempenhoambiental da unidade, poupançasanuais em taxas de poluição deefluentes líquidos, que cobriram oscustos do investimento emequipamento em 18 meses e umalargamento do negócio. Resultadofinal? Novos ganhos, novas parcerias enovos postos de trabalho.
Fonte: Damir Brlek at Lura d. d. Zagreb andWBCSD; Eco-efficiency case study collection,www.wbcsd.org, 1998
“A roda foi a única coisa que não foireinventada”. Eis o título do relatórioda Volkswagen sobre o novoautomóvel de passageiros, Lupo 3LTDI. Em 1999, surgiu no mercadoum carro totalmente novo, o modeloLupo, com um consumo decombustível inferior a 3 litros aos100 Km. Foi concebido em nome daeco-eficiência e incorpora diversasinovações técnicas. De facto, aVolkswagen afirma que odesempenho é optimizado ao longode todo o seu ciclo de vida.
Não se trata unicamente do motordo Lupo ter emissões baixas e baixoconsumo de combustível, osautomóveis são construídos a partirde materiais reciclados, utilizandométodos de produção, queminimizam o desperdício e asemissões. Quando os carros atingemo fim de vida útil, a concepção doLupo apoia a segregação demateriais nos processos dedesmontagem e reciclagem. Paraalém disso, diz a Volkswagen, o carrooferece o que os clientes exigem: umbom desempenho na condução aum preço notavelmente baixo.
Fonte: Christiane von Finckenstein, VolkswagenAG, Wolfsburg e Relatório Ambiental daVolkswagen, www.volkswagen.de, 1999
Volkswagen Lupo, Alemanha:Concebido para sereco-eficiente
Lura, Croácia: Sub-produtoscontribuem para o aumento dorendimento do valor do negócio
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segundo capítulo
Desde 1997, os Swiss Federal Railways - SFR (Os
Caminhos-de-Ferro Federais da Suíça) têm cooperado
com a empresa de partilha de automóveis, Mobility,
com êxito. A partilha de automóveis é um serviço
inovador oferecido às pessoas, que frequentemente
querem utilizar um carro sem terem de comprar um.
Os carros da Mobility, estacionados em locais pré-
definidos, estão prontos a ser utilizados por clientes
registados, por um período de tempo previamente
acordado. O conceito de partilha permite às pessoas
beneficiarem da utilização de um automóvel de uma
forma mais eficiente do que se fossem proprietários.
Para além disso, os clientes da Mobility podem ter
sempre o carro certo, da dimensão certa, consoante a
necessidade do momento.
A Mobility tem mais de 1.300 automóveis, espalhados
por 330 comunidades em toda a Suíça, dos quais 250
centralizados em estações de caminhos-de-ferro. A
oferta combinada com a SBB é um passo em frente
relativamente ao valor dos serviços eco-eficientes.
Permite aos passageiros terem opções de mobillidade
específicas no ponto de chegada das suas viagens, em
quase todo o país. Os SBB oferecem estes serviços
combinados de mobilidade, a preços atractivos e
fornecem incentivos financeiros aos seus clientes, por
utilizarem o serviço de partilha de automóveis.
Os membros do serviço de partilha de automóveis
mudaram os seus comportamento em viagem, de uma
forma mensurável. Mais de dois terços das viagens são
feitas em transporte público. Por cliente de partilha de
automóvel, a percentagem de viagem por caminho-de-
ferro cresceu, em média, mais de 2.000 Km. Os
clientes activos deste serviço consomem menos de
metade da quantidade de combustível que consumiam
quando conduziam o seu próprio automóvel, e a
distância total, que viajavam, decresceu.
Hoje em dia, a Mobility tem mais de 34.000 clientes,
dos quais 12.000 são clientes habituais da SBB e
beneficiam de condições privilegiadas desta aliança.
Fonte: Séverine Wermeille, SBB AG Berna e Relatório Ambiental da SBB AG,1999
O produtor leiteiro italiano, Parmalat, é o líder de
mercado do leite UHT a nível global. Em Setúbal, no
sul de Portugal, a Parmalat é um produtor e
distribuidor local de vários produtos lácteos e sumos
de frutas. O sistema de gestão da qualidade e
ambiental da unidade de produção foram
recentemente certificados pela ISO 9002 e 14001.
A Parmalat participou - juntamente com nove outras
empresas da área de Setúbal - num programa local da
eco-eficiência, dirigido pelo INETI/CENDES, incluído
na European Eco-efficiency Initiative - EEEI (Iniciativa
Europeia para a Eco-eficiência) do WBCSD. Tanto a
Parmalat como as restantes empresas participantes,
analisaram sistematicamente as oportunidades para a
eco-eficiência nas suas operações e implementaram
medidas de tratamento de águas, redução de efluentes
líquidos e perdas de matérias-primas e energia, no que
foram bem sucedidas. Mais de 80 oportunidades para
uma produção mais limpa no processo produtivo, na
manutenção e no controlo de qualidade foram
identificadas, conduzindo a 58 medidas concretas de
adaptação dos processos e mudanças nos
procedimentos operacionais.
A Parmalat Portugal conseguiu reduzir a quantidade
de matéria-prima perdida de 2 para 1%. Reduziu a
quantidade de utilização de água para 4 m3/ m3 de
produto processado e a quantidade de efluentes
líquidos para 2,5 m3/m3. As poupanças anuais
excederam o investimento em mais do triplo.
O programa geral das 10 empresas (Parmalat Portugal,
ABB Alsthom Power, Tintas HEMPEL, Merloni
Electrodomésticos, Moinhos de Trigo de Setúbal,
Refrige, Rieter, Salus, SECIL Betão, SECIL Prébetão)
demonstrou claramente a utilidade do conceito da
eco-eficiência, não só a nível microeconómico, para as
próprias empresas, como contribuíram para o
desenvolvimento sustentável local (a nível
mesoeconómico).
Fonte: Constança Peneda ([email protected]),INETI/CENDES Lisboa, 1999
Parmalat, Portugal: Medidas de eco-eficiência
com poupanças excelentes
Partilha de Automóveis, Suíça: Um serviço ao
cliente com uma maior eficiência de recursos
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criar mais valor com mais impacto
Embora elucidativos, os exemplosanteriores não representam mais do queisso - são exemplos. Ao demonstraremcomo a eco-eficiência funciona, elesdemonstram unicamente uma imagemlimitada do desempenho de umaorganização ou de um negócio.
É por essa razão que o WBCSD explorouformas de medir e comunicar odesempenho global da eco-eficiência deuma empresa através de rácios da eco-eficiência. Formas de colocar uma marcade medição sobre a eco-eficiência estãopormenorizadas num relatórioindependente do WBCSD, MeasuringEco-efficiency - A guide to reportingcompany performance (Medir a Eco-eficiência - Um guia para comunicar odesempenho da empresa), publicadoem Junho de 2000, daí que nestefaçamos um breve sumário das suasrecomendações.
Nesse relatório o WBCSD apresenta umaabordagem, que pode ser utilizada paramedir o progresso rumo à sustentabilidadeeconómica e ambiental. A abordagem ésuficientemente flexível para serutilizada de forma alargada e facilmenteinterpretada por todo o tecidoempresarial, ao fornecer um conjuntocomum de definições, princípios eindicadores.
O conceito define dois tipos deindicadores capazes de ajudar asempresas a manterem flexível o sistemade comunicação. Permite, ao nívelinterno, uma tomada de decisões maiseficiente e respeita os requisitos daspartes interessadas. Em primeiro lugar,um número pequeno de indicadores foiidentificado como válido parapraticamente todos os negócios, são oschamados indicadores de aplicaçãogenérica, os quais são relevantes esujeitos a uma abordagem de mediçãocomum, embora não tendo o mesmograu de importância e valor para todasas empresas. Para cada um, tem dehaver um acordo internacionalgenericamente aceite de que: oindicador se relaciona com uma
preocupação ambiental global ou com ovalor do negócio; é relevante e significativopara praticamente todos os negócios; eque há, a nível global, métodos demedição estabelecidos e definições aceites.
Contudo, muitos indicadores são sãoaplicáveis a todas as empresas. Daí quesurja um segundo grupo, para serutilizado consoante as necessidades, sãoos designados por indicadoresespecíficos do negócio. Cada empresatem, por conseguinte, de avaliar o seupróprio negócio e determinar queindicadores específicos, para além dosde aplicação genérica, podem seraplicados e têm utilidade na gestão epara os grupos de interesse externos.
Diversos esforços estão a serconcentrados para harmonizar osindicadores sectoriais. A EuropeanChemicals Manufacturers Association -CEFIC (A Associação Europeia dosFabricantes do Sector Químico) assumiuum papel de liderança ao solicitar aosseus associados que produzam relatóriosharmonizados, utilizando os indicadoresacordados. Por exemplo, os bancossuíços e alemães estão a trabalhar nadefinição de indicadores de medição dodesempenho da eco-eficiência nosserviços bancários. Outros sectores estãoa segui-los. O WBCSD, que iniciouprojectos sectoriais para as indústriasmineiras, do cimento e dos transportes,quer que esses projectos trabalhem, nosentido de definirem os indicadores daeco-eficiência, relevantes para cadasector.
A eco-eficiência reúne as duas eco-dimensões, de economia e de ecologia,para relacionar o valor do produto ouserviço com a influência ambiental. Aeco-eficiência pode ser representadapelo seguinte rácio:
Valor do produto ou serviço
Influência ambiental
A Carvajal S. S. em Cali, Colômbia,
associada do BCSD Columbia, está
envolvida em diversas áreas de
negócio, em parceria com empresas
independentes, entre elas, as
empresas gráficas. Durante
décadas, a indústria das artes
gráficas utilizou solventes e agentes
de limpeza diversos. Embora tendo
excelentes qualidades de limpeza,
são também prejudiciais à saúde,
nocivos para o ambiente e
altamente inflamáveis ou, mesmo,
explosivos.
Durante muitos anos, a Carvajal
trabalhou com sucesso na
substituição destes solventes
tradicionais por outros igualmente
eficazes, mas menos perigosos e
nocivos para o ambiente. Hoje em
dia, a empresa praticamente
eliminou os solventes tóxicos dos
processos de impressão. Ao mesmo
tempo, reduziu fortemente as
despesas com agentes de limpeza -
o consumo total foi reduzido
aproximadamente em 60 % de
solventes derivados de água,
utilizados em vez dos anteriores
agentes inflamáveis, tendo reduzido
o impacto ambiental com sub-
produtos tóxicos em 75 %,
correspondendo a menos 130
toneladas de descargas de
poluentes por ano.
Carvajal demonstrou que as
soluções benéficas para o ambiente
não conflituam necessariamente
com a eficiência do custo e que é
possível reduzir o impacto
ambiental das empresas, reduzindo
os custos e aumentando a eficiência
das operações.
Fonte: Carmen Elena Orazco, Carvajal, Calí e oWBCSD Eco-efficiency case study collection,www.wbcsd.org, 1998
UM GUIA PARA MEDIR A ECO-EFICIÊNCIA Carvajal, Colômbia: Redução
do impacto com benefícios
notáveis
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segundo capítulo
Há diversas formas de calcular a eco-eficiência, utilizando este rácio básico.Tanto o valor do produto como o doserviço e a influência ambiental incluemdiferentes indicadores que não podemser fundidos num único número. As empresas necessitarão de escolherrácios da eco-eficiência que melhorsirvam o processo de comunicação e detomada de decisões. Cálculos específicosdependerão das necessidades individuaisdos órgãos de decisão. O valor e ainfluência ambiental podem também sermedidos por entidades diferentes, tal
como as linhas de produção, unidadesfabris ou corporações inteiras, assimcomo produtos únicos, segmentos demercado ou economias inteiras. Domesmo modo, os rácios da eco-eficiência podem ser calculados eutilizados para muitas destas entidades.O mesmo indicador pode não seadaptar a cada uma delas.O WBCSD recomenda que as empresasintegrem a informação da eco-eficiêncianos processos globais de tomada dedecisões e de comunicação.Internamente, deve fazer parte dos
sistemas de gestão de rotina;externamente, os indicadores da eco-eficiência podem ser comunicados nosrelatórios corporativos ambientais ou dasustentabilidade, como um doselementos integradores entre os trêspilares da sustentabilidade. Poderiamtambém ser incluídos nos relatóriosfinanceiros existentes, como umaextensão à comunicação puramentefinanceira.
Cinco elementos para os relatórios corporativos sobre a eco-eficiência
O WBCSD propõe que os seguintes cinco
elementos sejam incluídos em qualquer
relatório sobre a eco-eficiência da
empresa:
Perfil da organização Contextualização
da informação sobre a eco-eficiência,
incluindo o número de colaboradores,
segmentos do negócio, produtos principais
e alterações relevantes na estrutura da
empresa.
Perfil do valor indicadores da parte
relativa ao “valor” da abordagem do
WBCSD, incluindo informação financeira, a
quantidade dos produtos ou indicadores
funcionais para produtos específicos.
Perfil ambiental incluindo indicadores de
aplicação genérica de influência ambiental,
assim como indicadores específicos do
negócio relativos à criação e utilização do
produto/serviço.
Indicadores de eco-eficiência para além de
nos dois pontos anteriores se fornecer a
informação básica do “numerador” e do
“denominador” para estimar a eco-
eficiência, as empresas podem também
pretender apresentar cálculos para os
indicadores da eco-eficiência que
consideram mais relevantes e significativos
para o respectivo negócio.
Informação metodológica abrange a
abordagem utilizada na selecção de
indicadores, as metodologias de recolha de
dados e quaisquer limitações na utilização
dos dados.
COMO PODEM AS EMPRESAS QUANTIFICAR E COMUNICAR O SEU DESEMPENHO
Comunicar, tanto internamente para aadministração, como externamente paraas partes interessadas, é um elementoessencial para um sistema de gestãoeficiente. Relatórios de desempenhosobre os aspectos relevantes - financeiro,ambiental e social - facilitam a tomadade decisões. Preparar um relatório parao exterior pode ter o benefício acrescidode seleccionar a avaliação dodesempenho e os procedimentos derecolha de informação e, muitas vezes,força a empresa a estabelecer objectivosde melhorias. O WBCSD estevelargamente envolvido com diversosgrupos de interesses nodesenvolvimento de orientações sobre acomunicação do desempenho e dasustentabilidade e continua a trabalharneste assunto. Um novo projecto sobreComunicação da Sustentabilidade(Sustainability Reporting) iniciou-serecentemente.
As Directrizes da Comunicação daSustentabilidade (SustainabilityReporting Guidelines), publicadas emJunho de 2000 pelo Global ReportingInitiative - GRI (Iniciativa deComunicação Global), reflectem asituação desse trabalho em andamento.As directrizes solicitam às organizaçõespara comunicar o desempenhoambiental, económico e social. Pedemtambém uma declaração daadministração e informação a serincluída na estrutura da comunicaçãosobre a visão, estratégia, políticas e
organigramas e sistema de gestãorelativos à sustentabilidade. Um relatórioGRI não se destina a ser a soma de trêsrelatórios independentes sobre oselementos ambientais, económicos esociais da sustentabilidade. Pelocontrário, necessita de informação queinclua indicadores horizontais queconstruam uma ponte entre os trêselementos, assim como indicadoressistémicos que façam a ligação entre onível micro, o desempenho da empresa,e o nível macro, objectivos e limitesbiofísicos.
Ao fazer a ponte entre a ruptura dasustentabilidade ambiental e aeconómica, a eco-eficiência cria umelemento nuclear de comunicação dedesempenho da sustentabilidade. Osindicadores do rácio da eco-eficiênciapermitem às empresas caracterizar maiseficientemente esta importante “zonade desbaste” e avaliar o desempenhoem relação a ela. O que tornaimportante que as empresas forneçamos indicadores da eco-eficiênciajuntamente com os valores absolutos eos dados de influência ambiental. Os
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criar mais valor com mais impacto
utilizadores dos dados podem, então,avaliar o desempenho da empresa e oprogresso em relação a outrosintervenientes, assim como estimar arelevância do valor e do impacto emrelação ao impacto global da empresa.
Vinte e três empresas associadas doWBCSD participaram num exercício-piloto prático, utilizando indicadores daeco-eficiência e comunicação dodesempenho. Algumas envolveramelementos dos departamentos demarketing, financeiro, dedesenvolvimento do produto e daprodução nas actividades relacionadascom esta experiência. Após terminar afase do exercício-piloto, as empresasparticipantes continuaram a utilizar osindicadores da eco-eficiência nos seusprocedimentos e a incluir os perfis daeco-eficiência nos relatórios. Algumasalargaram a abordagem do teste daunidade fabril ou de negócio a toda acorporação. Acima de tudo, os
resultados dos estudos-pilotodemonstram que o conceito é válidopara todos os tipos e dimensões deempresas. Demonstraram igualmenteque os indicadores de “aplicaçãogenérica”, que o grupo seleccionou,assim como o perfil de comunicação eutilização dos rácios da eco-eficiência,abrangem um vasto leque de negóciose sectores geográficos.
O WBCSD apresenta no seu site dainternet a Performance Platform(Plataforma de Desempenho), quecontém exemplos de perfis da eco-eficiência. Estes perfis descrevem osdesempenhos das empresas comindicadores-chave de valor e ambientaise rácios da eco-eficiência. Os perfis sãoconstruídos a partir de um conjunto dedados uniformemente estruturadossobre o desempenho real da empresa eincluem uma selecçãoo de gráficos coma evolução, dados históricos e algunsobjectivos.
A compilação do WBCSD oferece àsempresas uma plataforma paraapresentarem o desempenho da eco-eficiência de uma forma facilmentecompreensível e claramente estruturada.Com uma ligação directa aos relatóriosambientais ou da sustentabilidade e aossites das empresas, é um sítio comdados pormenorizados e informações decontacto. O objectivo é mostrar comoas empresas podem comunicar odesempenho ambiental e económico ecomo o correlacionar. Os utilizadorespodem obter uma breve panorâmica docartão de pontuações da eco-eficiênciada empresa. Utilizando, várias vezes, osmesmos indicadores, permite-lhesdesenvolver um melhor pressentimentosobre o seu significado e interpretar osresultados do desempenho. Aplataforma permite também aosutilizadores comparar empresas similarese desenvolver valores médios sectoriais.
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O mundo empresarial não consegue atingir sozinho a eco-eficiência, o
progresso exige caminhar para além das fronteiras das empresas individuais;
requer uma cooperação estreita entre as partes interessadas. Necessita da
sociedade para criar um sistema facilitador que permita às empresas e ao
conjunto dos mercados tornarem-se mais eco-eficientes. Os governos
desempenham um papel muito importante na criação destas condições.
Vários países e regiões promulgaram já planos de acção nacional e regional,
com o objectivo de fomentar uma sociedade sustentável e mais eco-eficiente.
Atingir um consenso alargado sobre os indicadores principais para a eco-
eficiência e estabelecer objectivos precisos são aspectos cruciais que
permitirão a transição para uma economia eco-eficiente.
Este capítulo sintetiza os elementos-chave da agenda política para a eco-
eficiência, descrevendo a forma como os governos poderão desenvolver e
implementar planos de acção para a eco-eficiência, explicando como esta
pode ser quantificada a nível macro.
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terceiro capítulo
Como podem os governos pôr a
eco-eficiência ao serviço da sociedade?
melhorara qualidade de vida sem
delapidar o nosso capital natural
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Os fundamentos do governo para a eco-eficiência são a nível macro. A melhoriaambiental e a prosperidade económicasão ambas grandes prioridades emmuitos países a nível mundial: a eco-eficiência oferece a oportunidade decomplementar, e não contradizer, estesdois objectivos.
A eco-eficiência oferece igualmentebenefícios à sociedade em geral, e cada
vez mais, à medida que um númerocrescente de pessoas quer umavalorização do seu dinheiro no mercadoe, ao mesmo tempo, um ambientemelhor. Se os governos criarem ascondições do sistema, querecompensem a sustentabilidade, maisconsumidores comprarão produtos eco-eficientes e, finalmente, contribuirãopara uma economia mais sustentável.
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melhorar a qualidade de vida sem delapidar o nosso capital natural
“O progresso rumo à sustentabilidade e
à melhoria da qualidade ambiental
surgirá, sobretudo, de melhores políticas
económicas, influenciadas por objectivos
ambientais. A eco-eficiência é o conceito
que nos permite criar o tipo de
informação de que os governos
necessitam para ajudar a integrar os
objectivos ambientais nas políticas
económicas, por forma a conseguir-se a
separação da utilização da natureza do
crescimento económico, contribuindo,
assim, para um desenvolvimento mais
sustentável.”
DOMINGO JIMÉNEZ-BELTRÁN
ADMINISTRADOR DELEGADO
EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY
COPENHAGA
Acima a economia e a qualidade de vidaAbaixo a utilização de recursos e a poluição
ECONOMIAQUALIDADE DE VIDA
UTILIZAÇÃO DE RECURSOSE POLUIÇÃO
TEMPO
MEDIDAS E OBJECTIVOS GOVERNAMENTAIS
PORQUÊ A ECO-EFICIÊNCIA? FUNDAMENTOS A NÍVEL MACRO
ACIMA A ECONOMIA E A QUALIDADE DE VIDA · ABAIXO A UTILIZAÇÃO DE
RECURSOS E A POLUIÇÃO
O título acima referido poderia, muitobem, tornar-se a palavra de ordem paraa economia eco-eficiente.
As linhas contínuas no gráfico abaixoindicado mostram onde estamospresentemente situados. Dado ocrescimento económico, a qualidade devida melhorou, acompanhada, noentanto, pela utilização de recursos epoluição. A nossa posição é a de que,adoptando práticas eco-eficientes, épossível separar estas tendências, demodo a que, como mostram as linhas atracejado, a economia e a qualidade devida continuem a subir, enquanto que autilização de recursos e a poluiçãodecrescem. De facto, ao reduzir-se apressão sobre os recursos naturais e oambiente, ir-se-á optimizar a melhoria
da qualidade de vida, provocando umasubida muito mais acentuada do queaconteria com outro procedimento.
Por exemplo, as emissões de dióxidosulfúrico e a correspondente chuvaácida poderiam, em muitas zonas, serreduzidas para níveis aceitáveis, com aajuda de tecnologias avançadas. Ou,mais uma vez, o consumo total deenergia e as emissões de dióxidocarbónico daí resultantes poderiam, emmuitos países, crescer de forma menosacelerada do que a economia, se a eco-eficiência for tida em consideração.
Todavia, contrariamente a esta situação,nalgumas regiões, a qualidade de vidageral crescerá mais lentamente do que aeconomia ou, mesmo, tenderá a baixar,
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terceiro capítulo
por causa das crescentes pressõesambientais e sociais. Índices,recentemente desenvolvidos, sobre aqualidade de vida, que pretendemquantificar e medir esta relação,mostram claramente esta tendêncianegativa.
Para o futuro, os governos têm demanter ou melhorar a qualidade devida, permitindo-lhe que cresça quase apar com a prosperidade económica,
enquanto que a utilização de recursos ea poluição têm de ser separadas daeconomia. Há necessidade de encontrarformas de evitar futuros aumentos dapressão sobre o ambiente ou mesmoafastá-los para um nível, que a naturezapossa digerir e regenerar. Claro queambas as coisas estão claramenteinterrelacionadas. A redução da pressãosobre a natureza reduzirá também apressão em sentido descendente daqualidade de vida.
Por último, é necessário uma melhoriada qualidade de vida para todos ossectores da sociedade, acompanhadapor um ambiente natural intacto eequilibrado. Uma economia saudável eeco-eficiente poderia ser uma formacapaz de atingir ambas.
INDICADORES PARA A SUSTENTABILIDADE
Medidasgovernativas
IncentivosComo
separar?
Crescimentoeconómico
Utilização daNatureza
Emprego
Novosprodutos
Sucesso donegócio
Quota demercado
Prestaçãode servicos
Novascompetências
Visão denegócio
Estratégia daeco-eficiência
Competitividade
Conhecimento
Inovação
No capítulo 2, apresentámos a agendaempresarial para a eco-eficiência. Omundo empresarial tem, sem dúvida,muitas oportunidades para aumentar odesempenho da eco-eficiência e, poressa via, ajudar a separar a “utilizaçãoda natureza” do restante crescimentoeconómico. Contudo, o potencialpoderia ser, de facto, optimizado,através de medidas políticas, quereforcem as oportunidades da eco-eficiência detidas já pelo mundoempresarial. Uma agenda política destegénero é conduzida por forçasexteriores ao mundo dos negócios epreocupa-se com as condições daabordagem e com políticas estabelecidaspela sociedade para os negócios.
O gráfico abaixo descreve os canais, aolongo dos quais uma estratégia empresarialpara a eco-eficiência pode ajudar umadeterminada economia a separar a“utilização da natureza” e o crescimentoeconómico, demonstra também comoas medidas políticas podem optimizar aeficiência destes canais.
Com uma visão de um futuro maissustentável, os empreendedores podemimplementar uma estratégia da eco-eficiência que tenha como propulsor ainovação. A inovação acarreta novosprodutos e novas competências.Enquanto que os produtos novospodem conduzir a uma maiorcompetitividade e, desse modo, a um
aumento das quotas de mercado, asnovas competências aumentam oconhecimento e conduzem à criação deserviços adicionais. Ambos levam a umaumento da oferta de emprego e aosucesso empresarial, assegurando,assim, a prosperidade económica e obem-estar social.
Os governos, por seu lado, podemimplementar um política que fomente ocrescimento económico e favoreça aredução da utilização de recursos e evitea poluição, incentivando a eco-inovação. Estas medidas políticas, parainfluenciar as iniciativas empresariais afavor de mais eco-eficiência, podemincluir o seguinte:
Identificação e eliminação desubsídios perversos: Em muitospaíses, o comportamentoinsustentável ainda é apoiadocom subsídios. Estes devem serreduzidos e, depois, eliminados.
Interiorizar os custosambientais: Em vários sectoreseconómicos, custos consideráveiscausados pela poluição ambientale danos sociais continuam a nãoser incluídos no preço dosprodutos e serviços. Até se mudaresta situação, o mercadocontinuará a enviar os sinaiserrados e os poluidores não serãoincentivados a alterar ocomportamento e adaptar odesempenho dos seus produtos eprocessos.
A AGENDA POLÍTICA DA ECO-EFICIÊNCIA
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melhorar a qualidade de vida sem delapidar o nosso capital natural
Mudar os impostos sobre otrabalho e o lucro para autilização de recursos epoluição: para evitar efeitosdestrutivos na economia, asmudanças de impostos deveriamser implementadas de formaprevisível, evitando aumentos nobolo global de impostos.
Desenvolver e implementarinstrumentos económicos:Estes incluiriam o comércio deemissões, como um incentivopara as empresas implementaremas medidas da eco-eficiência.
Promover iniciativasvoluntárias e acordosnegociados: os governosdeveriam negociar acordos eapoiar iniciativas voluntáriasconcebidas para promover asustentabilidade, em particularcom os diversos sectores ou áreasde mercado.
Os governos podem tambémdesenvolver planos nacionais para tornaras suas economias mais eco-eficientes.Estes planos deverão incluir medidas eprogramas, envolvendo todos ossectores da sociedade.
PLANOS NACIONAIS DE ACÇÃO PARA A ECO-EFICIÊNCIA
Diversos países e regiões desenvolveramjá planos de acção nacionais e regionais,tendo obtido um progresso estrondoso.Enumeramos alguns exemplos, tendoconhecimento de que muitos paísescomeçaram a consciencializar-se sobreeste conceito.
No relatório de 1996, SustainableAmerica: A New Consensus (AméricaSustentável: Um Novo Consenso), oPresident’s Council for SustainableDevelopment – PCSD (Conselho para oDesenvolvimento Sustentável doPresidente dos Estados Unidos) fezdiversas recomendações para aconstrução de uma nova abordagem.Entre elas, constam sistemas de gestãobaseados no desempenho, uma políticaabrangente do produto, uma política demudança de impostos, subsídio àsreformas e a utilização de incentivos demercado.
Também em 1996, os Ministros doAmbiente da OCDE observaram que “aestratégia para melhorar a eco-eficiênciapode permitir à indústria, governos eorçamentos a separação das descargaspoluentes e utilização de recursos daactividade económica”. A OCDEinvestigou o potencial do conceito daeco-eficiência “à luz dos estudos, quesugerem que a melhoria da eficiência dofactor 10 é necessária e possível nospróximos 30 anos”. Os resultados forampublicados no relatório da OCDE de1998 sobre a eco-eficiência,recomendando o desenvolvimento e
utilização de rácios da eco-eficiênciacomo indicadores a nível macro. AOCDE identificou a inovação como omotor propulsor para melhorar a eco-eficiência e afirmou que a melhorestimulação era a concorrência forte, aatribuição de prémios de melhor factore incentivos reguladores, um processoefectivo de disseminar “a melhorprática” e a presença de um bom “climapara a inovação”.
A eco-eficiência tornou-se numelemento estratégico importante dapolítica da União Europeia rumo aodesenvolvimento económicosustentável. O Conselho da UniãoEuropeia pediu a integração dosaspectos ambientais (assim como dossociais) nas políticas económicas eindustriais da União. A EuropeanEnvironmental Agency - EEA (A AgênciaEuropeia para o Ambiente) utiliza a eco-eficiência, como o conceito-motor paraa definição dos indicadores dedesempenho nacional, e estabelece osobjectivos respectivos.
Diversos países europeus,particularmente no Norte, enquadraramno âmbito das políticas económicas eindustriais uma estrutura que desse maisapoio à produtividade, com maisrecursos e melhorias ambientais esociais. Os estados-membros da UniãoEuropeia, assim como países noutraspartes do globo, iniciaram a exploraçãode formas de utilizar a eco-eficiênciacomo conceito político.
O WBCSD, em cooperação com váriasorganizações de agentes económicos eórgãos governamentais, está aimplementar diversos projectos paraalargar o conceito da eco-eficiência aconceito político.
Sob a liderança da CanadianNational Round Table on theEnvironment and the Economy -NRTEE (Mesa Redonda Nacionalsobre o Ambiente e a Economia -Canadá), juntamente com oWBCSD, foram feitas as primeirastentativas de desenvolverindicadores da eco-eficiência paraa generalidade dos negócios.
Com os European Partners for theEnvironment - EPE (ParceirosEuropeus para o Ambiente),apoiados pelo DG “Empresas” (ex-DG III) da Comissão Europeia, oWBCSD lançou a European Eco-efficiency Initiative - EEEI(Iniciativa Europeia para a Eco-Eficiência) em 1998. Nos seus doisprimeiros anos, a iniciativa atingiuos seus objectivos de promover oentendimento da utilização daeco-eficiência em toda a Europa eapoiar e facilitar as iniciativasnacionais, assim como a criação deplanos de acção eco-eficientes.
O trabalho sobre a eco-eficiência,desenvolvido pelo WBCSD naEuropa, concentrou-se nos paísesda Europa Central e de Leste,
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terceiro capítulo
muitos dos quais estão noprocesso de adesão à UniãoEuropeia. Sob os auspícios daAarthus Business andEnvironment Initiative (ABEI) eem conjugação com o RegionalEnvironmental Center - REC(Centro Ambiental Regional), emBudapeste, o WBCSD está atrabalhar para tornar a eco-eficiência mais acessível e
implementá-la nos negócios e nosgovernos dos países da EuropaCentral e de Leste.
WBCSD mantém também atradição de cooperar com asorganizações empresariais empaíses em vias dedesenvolvimento e economiasemergentes, particularmenteatravés da sua rede regional de
30 BCSD’s nacionais eorganizações parceiras,perfazendo um total de mais de800 empresas associadas naAmérica Latina, África Austral,Leste e Sudeste Asiático e Europade Leste.
DE QUE MODO PODEM OS GOVERNOS MEDIR A ECO-EFICIÊNCIA
O que dá resultado nos negócios, podetambém dar resultado nas economiasnacionais.
Quantificar problemas, estabelecerobjectivos e medir o progresso para osatingir, são também instrumentoseficientes de gestão para os governos.Valores quantitativos e indicadorespodem mostrar o que necessita de sermodificado e a que preço. Este génerode indicadores são importantes paramedir o progresso da conexão entre aacção governativa e a empresarial.
Juntos, o mundo empresarial e osgovernos podem estabelecer osobjectivos correctos e formularestratégias para os cumprir. Os governospodem estimular o progresso através dapromulgação de medidas legislativas,financeiras e técnicas, para criar osincentivos certos para encorajar erecompensar a inovação e a mudançano desempenho.
Os Factores 4 e 10 são objectivos daeco-eficiência para a economia emgeral. Ao pedir “aumento do bem-estar”
e “redução da utilização da natureza” eainda “espaço ambiental” para serdistribuído equitativamente, estão aestabelecer-se objectivosmacroeconómicos da eco-eficiência. Asempresas podem e têm de contribuirpara o cumprimento destes objectivos,mas não o podem fazer sozinhas.
A OCDE enumera as tendências eobjectivos dos indicadores de rácios daeco-eficiência, formulados como PIB porinfluência ambiental e relaciona-os comos objectivos dos Factores 4 e 10.Enquanto que o PIB (o numerador dorácio) cresce na maior parte dos paísesda OCDE, alguns valores da influênciaambiental (o denominador do rácio)estão a diminuir. Outros aspectosambientais estão também a aumentar,alguns a uma taxa superior à do PIB eoutros a uma taxa inferior.
A Agência Europeia para o Ambienteadoptou a produtividade ou indicadoresde rácio da eco-eficiência para os países,solicitando uma separação absoluta erelativa do crescimento da previdênciada utilização da natureza. Tem por
finalidade medir e comparar os diversossectores económicos e os países entre si,de acordo com a situação respectiva daeco-eficiência e melhorias. A agênciaanunciou um conjunto de “Indicadoresprincipais” com a intenção dedesenvolver uma base de dados para ospaíses europeus e sectores económicos.Tanto a Agência Europeia para oAmbiente como o WBCSD estão atrabalhar na comparação dosindicadores principais para as nações eos indicadores de aplicação genéricapara as comunicações empresariais.
Formular objectivos representa a chavedo progresso. O WBCSD propôsestabelecer objectivos macro-económicos como critérios de conversãoda sustentabilidade sob a forma deindicadores de rácio da eco-eficiência.Tal critério de conversão deveria,acreditamos, incluir objectivos para adesmaterialização, eficiência energéticae de água, redução de gases com efeitode estufa, criação de emprego ediminuir a pobreza.
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melhorar a qualidade de vida sem delapidar o nosso capital natural
A eco-eficiência não é um modelo paramanter o status quo. É uma prática deliderança para aqueles que queremmanter-se na frente, indo ao encontrodas necessidades futuras da sociedade eda disponibilidade dos recursos naturais,auscultando a opinião pública. Ao criara vantagem competitiva, apela àquelesque querem uma economia competitivae inovadora.
Quantificar a eco-eficiência comindicadores principais a nível macrooferece aos governos a possibilidade demedir o progresso em relação aobjectivos da eco-eficiência nacional esupranacional. O desempenho a nívelmacro será medido pelos dados dedesempenho de diversos sectores(indústria, famílias, agricultura, etc.) eempresas individuais.
Avaliar o desempenho em função deobjectivos permite aos governosdesenvolver e promulgar medidaspolíticas que acelerem o progresso rumoa esses objectivos. Os indicadores eprogramas, que permitem estasmedidas, representam os elementos-chave para o enquadramento políticoque promove a eco-eficiência e asustentabilidade.
Os governos podem utilizar váriosincentivos na promoção de acções emprol do progresso e apoiar iniciativaspara avançar com a eco-eficiência -recompensando as empresas liderantese pressionando as outras. Incentivospara recompensar a eco-eficiênciaconduzirão a inovação na direcção certae criarão novos produtos e serviços. Aeco-eficiência conduz a mais valor commenos recursos, através da recriação deprodutos e serviços e de novas soluções.As empresas mais bem sucedidas são asque estabelecem objectivos ambientaisdifíceis e cumprem-nos com a ajuda denovas tecnologias e práticas.
A eco-eficiência incentiva a aplicação deconhecimento novo à concepção desistemas complexos e cadeias de valor.Há uma oportunidade única das naçõesse influenciarem, se organizarem emrede e atingirem os diversos centros deexcelência, que emergiram já em muitasorganizações. O ensino, a investigação eo desenvolvimento criarão uma novavaga de criadores, especialistas emsistemas e empreendedores capazes deir ao encontro dos objectivos mundiaisde desenvolvimento.
A eco-eficiência criará também novosempregos, desde que se conjuguem ascondições de apoio aos investimentos,de competências empresariais e demercados favoráveis. Os objectivos daeco-eficiência e os acordos negociadosencorajarão o mundo empresarial aprosseguir por um caminho rumo à eco-eficiência. Iniciativas públicas decompras, que integrem os critérios daeco-eficiência acelerarão a procura edarão sinais claros do mercado. Ainformação ao consumidor, as normasrelativas à energia e água emactividades-chave como a habitação,agricultura, transportes e turismo criarãouma procura de fornecedores deserviços com soluções eco-eficientes.
A eco-eficiência criará uma vantagemcompetitiva para as empresas efomentará uma economia competitiva.Mais ainda, se for enquadrada nonúcleo da estratégia política para odesenvolvimento sustentável, irá actuarcomo um catalizador de esforçosprovenientes de todos os gruposinterssados.
A ECO-EFICIÊNCIA E O DESENVOLVIMENTO MACRO-ECONÓMICO
A eco-eficiência não é um modelo
para manter o status quo.
A eco-eficiência criará também
novos empregos, desde que se
conjuguem as condições de
apoio aos investimentos, de
competências empresariais e de
mercados favoráveis.
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A eco-eficiência pode servir as empresas como meio de desenvolver e
implementar com sucesso uma estratégia de negócio em prol da
sustentabilidade. Esta estratégia concentrar-se-á na inovação tecnológica e
social, responsabilização e transparência, assim como na cooperação com
outros sectores da sociedade, com vista a atingir os objectivos estabelecidos.
Do mesmo modo que serve o sector privado, a eco-eficiência pode apoiar os
governos a conceber uma estratégia nacional para o desenvolvimento
sustentável. Enquadrando as condições que incentivam a inovação e a
transparência e que permitem a partilha de responsabilidades entre as diversas
partes interessadas, a eco-eficiência irá optimizar toda a economia e conduzir o
progresso rumo à sustentabilidade.A economia, juntamente com a qualidade de
vida, continuarão a crescer, enquanto que a utilização dos recursos e a poluição
diminuirão.
Neste capítulo final, enumeraremos as acções-chave relativas a cada participante
envolvido. Se forem adoptadas por todos, estamos confiantes de que
atingiremos um desempenho mais eficiente do mundo empresarial, uma
economia mundial crescente e um futuro mais sustentável para o planeta.
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quarto capítulo
Rumo a uma economia eco-eficiente
com criatividadee responsabilidade partilhada
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Líderes Governamentais e funcionários públicos
1. Estabelecer metas macroeconómicas da eco-eficiência e critérios deconversão para o desenvolvimento sustentável.
2. Integrar medidas políticas para reforçar a eco-eficiência (por exemplo,através da eliminação de subsídios, interiorizando questões externas eefectuando mudanças na política tributária).
3. Trabalhar para mudar as regras e os sistemas das políticas internacionaispara o comércio, transacções financeiras, etc, como forma de apoiar umamaior produtividade de recursos e redução de emissões, assim comomelhorias das condições dos desprivilegiados.
Líderes da sociedade civil e Consumidores
4. Encorajar os consumidores a preferirem produtos e serviços eco-eficientes e mais sustentáveis
5. Apoiar as medidas políticas para criação das condições enquadradoras,que recompensam a eco-eficiência.
Docentes
6. Incluir a eco-eficiência e a sustentabilidade nos curriculos dos ensinossecundário e superior e utilizá-la em programas de investigação edesenvolvimento.
Analistas financeiros e investidores
7. Reconhecer e recompensar a eco-eficiência e a sustentabilidade comocritérios de investimento
8. Ajudar as empresas eco-eficientes e líderes da sustentabilidade acomunicar ao mercado financeiro o progresso e os benefícios relacionadoscom o negócio
9. Promover e utilizar instrumentos de avaliação e índices desustentabilidade para apoiar os mercados e ajudar a alargar oconhecimento sobre os benefícios da eco-eficiência
Líderes de Negócio
10. Integrar a eco-eficiência na estratégia de negócio, incluindo nasestratégias operacionais, de inovação do produto e marketing
11. Integrar a eco-eficiência na estratégia de negócio, incluindo nasestratégias operacionais, de inovação do produto e marketing
12. Apoiar as medidas políticas, que recompensam a eco-eficiência.
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com criatividade e responsabilidade partilhada
“Podemos estimar que a eco-eficiência
irá tornar-se no princípio económico
primordial no primeiro quartel do séc.
XXI. Em 2030, cerca de 8 mil milhões de
pessoas viverão neste planeta, 3 mil
milhões com o nível de vida actual dos
Europeus. Isto significará o quádruplo
dos bens e serviços, o que, sem um
aumento drástico da eco-eficiência,
poderá muito bem significar a
destruição do planeta. O aumento para
o factor 4 da eco-eficiência no âmbito
de uma geração é, por conseguinte, o
objectivo mais modesto que podemos
solicitar, para assegurar a capacidade
do planeta de sobreviver e conduzir a
um futuro sustentável.
Se os mundos empresarial e académico
utilizarem todo o seu potencial na
criatividade e na inovação, a sociedade
civil segui-los-á. Então os governos
poderão adoptar a mesma abordagem
e, finalmente, recompensar aqueles que
são arrojados e mais eficientes. A eco-
eficiência e o Factor 4 são as nossas
imagens de marca para esta visão.”
ERNST ULRICH VON WEIZSÄCKER,
PRESIDENTE DO INSTITUTE FOR CLIMATE, THE
ENVIRONMENT AND ENERGY DE WUPPERTAL
MEMBRO DO PARLAMENTO FEDERAL ALEMÃO
Toda a sociedade partilha aresponsabilidade pelo progresso. Omundo empresarial desempenha umpapel importante e aceita o desafio, masos governos e a sociedade civil têmtambém de assumir a sua quota-parte.
AS 12 ACÇÕES-CHAVE PARA UM FUTURO ECO-EFICIENTE
O WBCSD propõe 12 acções-chave,que, se forem adoptadas pelos diversosgrupos de interesses, contribuirão paraque o mundo avance rumo a um futuroeco-eficiente. Acreditamos que cadagrupo deveria proceder do seguintemodo:
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O World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) é uma coligação de150 empresas internacionais, que partilham o compromisso de protecção ambiental,equidade social e crescimento económico, ou seja, do desenvolvimento sustentável.Os membros associados provêm de 30 países e de mais de 20 sectores industriaiscimeiros. A organização beneficia ainda de uma sólida rede global de conselhosempresariais nacionais e regionais e organizações em parceria.
Em termos genéricos, o objectivo do WBCSD é fomentar uma cooperação próximaentre o mundo empresarial, os governos e todas as outras organizações preocupadascom o ambiente e o desenvolvimento sustentável. Procuramos encorajar a gestãoambiental de alto nível no mundo empresarial, mais especificamente, os nossosobjectivos são:
Liderança do negócio: ser líder do negócio e participar activamente na discussãode assuntos relacionados com o ambiente e o desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento de políticas: participar nas decisões políticas, de modo a criar oenquadramento que permite ao tecido empresarial contribuir eficazmente para odesenvolvimento sustentável.
Melhores práticas: demonstrar o progresso na gestão ambiental e de recursos nomundo empresarial e partilhar essas práticas de gestão com os outros associados.
Disseminação global: contribuir, através da rede global, para um futurosustentável das nações em vias de desenvolvimento e em transição.
AdvertênciaEste relatório é publicado em nome do WBCSD. Tal como outros relatórios doWBCSD, é o resultado de um esforço colectivo entre os membros do secretariado eexecutivos de diversas empresas associadas. Os rascunhos foram revistos por umvasto leque de associados, garantindo, assim, que o documento representa, emtermos genéricos, a opinião maioritária dos membros do WBCSD, não significando,no entanto, que todos os membros concordem com cada palavra expressa.
Encomenda de publicaçõesWBCSD, c/o E&Y Direct, PO BOX 6012, Fairfax House, Southfield Lane Tockwith,North Yorkshire YO26 7YU, UKTelef.: +44 1423 846 336 Fax: +44 1423 846 030 E-mail: [email protected] publicações estão disponíveis no website do WBCSD: http://www.wbcsd.org
Direitos de autor © World Business Council for Sustainable Development
2ª impressão, outubro 2001ISBN 2-940240-17-5
sobre o WBCSD
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