a construção de um novo modelo de remuneração para a saúde … · 2011-06-16 · equipamentos...
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A construção de um novo modelo de remuneração para a saúde suplementar São Paulo, 26 de maio de 2011
Desafios da Saúde
• Pressão constante sobre os custos § Incorporação de novas tecnologias § Envelhecimento da população § Freqüência e duração dos tratamentos § Falta de racionalização dos recursos disponíveis
• Fragmentação da Assistência § Informação gerada em diversas fontes § Falta o “elo” da informação § Atenção não centrada no paciente
• Gestão da Doença • Aumento da expectativa dos beneficiários • Meio Ambiente
Desafios da Saúde
• Incentivos desalinhados § Os incentivos aos pagantes os
transforma em adversários dos pacientes e prestadores
§ Os incentivos aos pacientes desestimulam a sensibilidade em relação aos custos
§ Os incentivos aos prestadores estimulam o excesso de investimentos
§ O modelo de remuneração dos prestadores incentiva o aumento dos custos
Desafios da Saúde
• Modelo de Negócios é Falho § Informalidade (não contratualização)
§ Gestão da desconfiança
Dilema do Prisioneiro
• Dois suspeitos, A e B, são presos pela polícia. A polícia tem provas insuficientes para os condenar, mas, separando os prisioneiros, oferece a ambos o mesmo acordo: se um dos prisioneiros, confessando, testemunhar contra o outro e esse outro permanecer em silêncio, o que confessou sai livre enquanto o cúmplice silencioso cumpre 10 anos de sentença. Se ambos ficarem em silêncio, a polícia só pode condená-los a 6 meses de cadeia cada um. Se ambos traírem o comparsa, cada um leva 5 anos de cadeia. Cada prisioneiro faz a sua decisão sem saber que decisão o outro vai tomar, e nenhum tem certeza da decisão do outro. A questão que o dilema propõe é: o que vai acontecer? Como o prisioneiro vai reagir?
Galinha
• Chama-se "galinha" devido ao jogo de corridas de carros homónimo. Dois jogadores correm um contra o outro para uma aparente colisão frontal: o primeiro a desviar-se da trajectória é o galinha. Ambos os jogadores evitam o choque (cooperam) ou continuam com a trajectória (desertam).
Prestadores de Serviços
Alta Performance
Informação
Remuneração
Qualificação
Informação
Remuneração
Qualificação
Estrutura para Melhoria da Qualidade
• Medidas (Informação) § Prestadores conhecendo sua performance e realizar
comparações (benchmark)
• Capacidade/Conhecimento para Melhorar (Qualificação)
§ Prestadores sabendo como melhorar sua performance
• Alinhamento de incentivos para melhoria (Reconhecimento e Remuneração)
§ Prestadores motivados para melhorar
ISQua – The Commonwealth Fund
Qualidade dos Prestadores de Serviços
Programa de Qualificação
dos Prestadores de Serviços
Monitoramento de Indicadores de Qualidade
Rodada do Rio de Janeiro
• Tratou das diretrizes e dos rumos a serem adotados pelas operadoras e hospitais na implementação de sistemáticas de remuneração dos serviços prestados;
• Reuniões ocorreram nos dias 28/01/10, 26/02/10, 09/04/10, 07/05/10 e 11/06/10;
• ANS é facilitadora. Participaram: § ABRAMGE § ANAHP § CMB § CNS § FBH § FENASAÚDE § UNIDAS § UNIMED do Brasil
Contexto Atual
• Fee-for-service conta aberta;
• Neste modelo, todos os insumos e serviços são discriminados detalhadamente quando da apresentação da conta hospitalar à operadora;
• Grandes áreas administrativas para análise dessas contas nas Operadoras e Prestadores;
• Resumindo: o setor possui uma lógica de remuneração que privilegia uma relação de custo/benefício inadequada, com custos administrativos elevados e que não geram valor agregado na produção dos melhores resultados de saúde para os beneficiários.
Fatores Indutores da Mudança
• Custos de Transação Crescentes;
• Custo da Desconfiança;
• Distorção de Propósitos;
• Resolução CMED Nº 3;
• Necessidade de Mudanças Estruturais;
Premissas das Novas Sistemáticas
• Tangibilização dos Serviços;
• Sustentabilidade;
• Multiplicidade das Formas de Remuneração;
• Engajamento dos Médicos;
• Ajuste de Risco;
• Livre Concorrência;
• Remuneração por desempenho;
• Contratualização;
• Padronização.
Sistemáticas para a Saúde Suplementar
EventoHospitalar
Previsibilidadedos processosassistenciais
Diária Global
Pacote
Conta-aberta Aprimorada
Baixa
Alta
Evento Cirúrgico
Evento Clínico
EventoHospitalar
Previsibilidadedos processosassistenciais
Diária Global
Pacote
Conta-aberta Aprimorada
Baixa
Alta
Evento Cirúrgico
Evento Clínico
Assuntos para as rodadas seguintes
• Amplitude das informações, enviadas às OPS e, por sua vez, à ANS;
• Perfil da auditoria médica;
• Autorizações;
• Incorporação tecnológica;
• Critérios de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro;
• Definição de diretrizes clínicas baseadas em evidências científicas;
• Freqüência dos procedimentos;
• Extensão dos insumos sujeitos a padronização;
• Políticas de aquisição de materiais;
• Extensão/nível de detalhe de tabelas;
• Evolução dos custos x custo-efetividade; e
• Indicadores de desempenho.
Conta-aberta aprimorada
• Regras gerais para composição da conta hospitalar § Diária Hospitalar
— Apartamento/enfermaria — Unidade Intermediária/Semi-Intensiva
— UTI Adulto — UTI Infantil/pediátrico — UTI Neonatal — Hospital Dia — Diária de isolamento de apartamento, enfermaria ou para
transplante — Diária de isolamento de UTI adulto, infantil/pediátrico ou
neonatal — Diária de berçário
Diária Hospitalar Apartamento / Enfermaria
• Compreende: § Aposentos com móveis padronizados (cama, berço);
§ Roupa de cama e banho para o para o acompanhante (no caso de apartamento privativo com direito a acompanhante) conforme padrão interno;
§ Higienizações concorrente e terminal, incluindo materiais de uso na higiene e desinfecção do ambiente;
§ Dieta do paciente por via oral, exceto as dietas enterais industrializadas (via: sonda nasogástrica, gastrostomia, jejunostomia, ileostomia ou via oral) e suplementos especiais;
§ ...
Diária Hospitalar Apartamento / Enfermaria
• Não compreende: § Despesas do acompanhante (alimentação, telefonemas,
etc.);
§ Dietas industrializadas, por sonda, cateter ou via oral;
§ Enfermagem particular - que deverão ser cobradas diretamente do usuário;
§ Medicamentos;
§ Hemocomponentes e Hemoderivados;
§ Equipamentos e aparelhos para tratamento ou diagnóstico;
§ ...
Conta-aberta aprimorada
• Regras gerais para composição da conta hospitalar § Taxas de sala
— Taxa de sala de centro cirúrgico e obstétrico — Taxa de sala de endoscopia
— Taxa de sala de imobilização gessada — Taxa de sala de imobilização não gessada — Taxa de sala de quimioterapia ambulatorial — Taxa de sala de pequenos procedimentos
§ Outras taxas — Taxa de repouso em pronto-socorro — Taxa de sala de sessão de inalação
— Taxa de sala de hemodinâmica/angiografia e hemodiálise
Política de aquisição de OPME
• Resoluções do CFM
• Resoluções da ANS
• Manual de recepção de materiais
• Codificação padronizada
Metodologia para Migração de Margens
Natureza da Receita 2005 2006 2007 2008 2009
Diárias e Taxas 32,9% 31,7% 33,1% 30,3% 29,4%Insumos Hospitalares (1) 44,4% 44,8% 46,3% 48,6% 50,9%SADT 11,6% 12,0% 11,1% 12,6% 11,6%Outras de serviços 3,4% 3,0% 2,9% 2,5% 3,2%Outras operacionais 7,7% 8,5% 6,6% 6,0% 4,8%
Fonte: SINHA - ANAHP, 2009.
Evolução da Distribuição da Receita por Natureza (em %)
(1) Insumos Hospitalares incluem: materiais hospitalares, medicamentos e gases medicinais.
Conceito da Migração de Margens
• A migração de preços não é uma simples compensação da redução dos preços de materiais e/ou outros insumos, por uma aumento, na mesma proporção, dos valores de diárias e taxas;
• Considerando que os resultados (seja pelo conceito de Margem de Contribuição, ou Resultado Operacional) são muito diferentes em cada linha de receita/atividade do Hospital, o processo de migração pode ser conceituado como: § É o processo de redução dos preços de materiais e/ou
outros insumos, que é compensado por um aumento nos valores de diárias e taxas que mantenha a Margem de Contribuição ou Resultado Operacional do Hospital, no contrato com cada operadora de planos de saúde.
Reajuste dos Serviços
• O “Rumo” acordado indica, claramente, que as alterações nos modelos de remuneração terão, como conseqüência, alguma transferência de risco das operadoras para os hospitais;
• Portanto, em prol da sustentabilidade de todos os elos da cadeia de serviços do setor, é fundamental que os critérios e as regras de reajuste sejam contratualizadas e façam parte dos acordos de valores (tabelas compactas e preços fixos – pacotes e diárias globais).
Cronograma básico
Jul/2011 – Fim Rodada
de São Paulo
Dez/2011 – Fim Rodada de Pacotes e Diárias Globais
Dez/2012 – Fim Piloto
de implantação do modelo.
Considerações Finais
• Grupo de Trabalho teve impacto da CMED nº 3, mas já foi superado!;
• Apresentação de propostas no GT não gera obrigações contratuais imediatas entre as partes;
• GT é o local para debate de idéias, conta com a facilitação da ANS;
• É um modelo de boas práticas;
• Construção do futuro de setor: Alguém vai ficar de fora?
Muito obrigado!
Carlos Eduardo Figueiredo Gerente de Relações com Prestadores de Serviços
Diretoria de Desenvolvimento Setorial
(21) 2105-0386