a comunicação como porcesso Ético
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Trabalho da disciplina de Metodologia do Trabalho Científico do curso de Comunicação Interna para Relacionamentos Estratégicos PUC Minas.TRANSCRIPT
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS
Programa de Pós-Graduação em Comunicação Interna para Relacionamentos Estratégicos
A COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO ÉTICO
Ana Paula Marum Cruz
Flaviane Ambrósio
Rafael Mariani
Ramon Xavier
Belo Horizonte 2011
Ana Paula Marum Cruz
Flaviane Ambrósio
Rafael Mariani
Ramon Xavier
A COMUNICAÇÃO COMO PROCESSO ÉTICO
Trabalho apresentado a disciplina de Metodologia
do Trabalho Científico, do Curso de
Comunicação Interna para Relacionamentos
Estratégicos da Pontifícia Universidade Católica
de Minas Gerais.
Orientador: Bernardo Monteiro de Castro
Belo Horizonte 2011
ÉTICA NAS COMUNICAÇÕES EMPRESARIAIS
O mundo dos negócios está cada vez mais competitivo, exigindo honestidade, confiança,
objetividade, transparência nas negociações e relação com os clientes internos (empregados) e
externos (parceiros, fornecedores, acionistas). A própria disputa mercadológica força a adoção
de comportamentos antes não observados pelas organizações. A “marca” do produto por si só,
já não basta para manter a empresa no mercado. É preciso um conjunto de ações para fazer
valer à pena.
O nível de exigência do público interno e externo extrapolou outros campos de atuação da
organização, inclusive da própria comunicação organizacional. Ela deixou de atuar nos
bastidores e passou a assumir o posto de “carro chefe” para as empresas que querem continuar
competitivas no mercado e atuam de forma ética e responsável. A “comunicação velha
guarda”, restrita a pequenas informações de pouca relevância e escrita em poucas linhas, sem
a devida preocupação com àqueles que a receberão, está sendo expurgada, abrindo acesso
para uma comunicação mais participativa, transparente, pautada nos princípios e valores da
organização.
A comunicação a partir de agora passa a ser uma via de mão dupla. Possibilita um diálogo ao
invés de reprimi-lo, apóia a liberdade de expressão ao invés de podá-la e canais de
comunicação são criados para que o empregado participe ativamente de questões do seu
interesse. Esse canal de comunicação extrapola os muros da organização e é levado para a
sociedade como um todo.
O motivo principal que faz com que uma empresa opte por uma comunicação ética não está
vinculado apenas a uma questão de bondade, mas, sobretudo à necessidade e às pressões de
origem interna e externa que contribuem decisivamente para essa nova postura
organizacional.
Segundo Matos (retirado do artigo que você enviou via e-mail), “as empresas que melhor se
espelham na ética são aquelas que se comunicam e promovem a comunicação interna e
externa como uma extensão dos seus princípios e valores”. Para o autor, uma empresa é
socialmente responsável quando vai além das obrigações legais e estatutárias. É a empresa
aberta à comunicação, ao diálogo e à busca de soluções para os problemas que afetam toda a
sociedade.
Para se obter uma comunicação como um processo ético, é necessário que a cultura da
organização tenha como base sólida princípios éticos. O código de ética adotado pela empresa
deve ser encarado como parte integrante das atividades desenvolvidas por todos os
empregados. Ele deve ser considerado como um norteador para os processos, assim,
proporciona e estabelece pontos que deverão ser adotados por todos.
É bem certo que ainda existem empresas onde os valores éticos são tratados como custo e
como conseqüência, todas as outras coisas voltadas ao bem-estar social ficam em segundo
plano, inclusive a comunicação.
EXEMPLOS DE ÉTICA NA COMUNICAÇÃO
Ford Motor Co.
Isso pode ser observado no caso “Ford XP”. No final dos anos 60, quando a demanda de
automóveis subcompactos cresceu, a Ford Motor Co. concebeu um carro leve que não deveria
custar mais que US$2.000,00 – o XP (nome fictício). Todavia seus testes de colisão traseira
revelaram sério defeito: a posição do tanque de combustível poderia causar incêndio de
explosão. No entanto, nada foi comunicado pelos engenheiros a Lee Iaccoca, presidente da
companhia, por medo de serem demitidos.
Por incrível que pareça, a Ford argumentou com uma análise de custo-benefício (!): o tanque
inseguro poderia ocasionar a morte de 180 pessoas e ferir outras 180, além de incendiar 2.100
veículos. As indenizações seriam de US$200.000,00 por morte, US$67.000,00 por ferido e
US$700,00 por veículo, totalizando US$49,5 milhões a cada ano. Em contrapartida, as
alterações custariam US$137 milhões por ano. Implicitamente, portanto, seria mais barato
deixar os usuários queimarem.
Em 1978, quando três jovens mulheres morreram um XP que colidiu, a Ford foi acusada de
homicídio. Embora o tribunal tivesse afinal inocentado a montadora, jurados e público
ficaram abismados com o valor que ela dava à vida humana. No processo Grimshaw versus
Motor Company, em 1981, a Ford foi obrigada a pagar US$127 milhões, além de fazer um
recall dos veículos.
(ALONSO, et. alli. Curso de ética em administração. São Paulo: Atlas, 2006, p.158)
Apostila de MBA Gestão Estratégica de Pessoas, Centro Universitário UNA – professor
Alberto Cavalcante – disciplina “Ética nas relações de trabalho”.
Johnson & Johnson
No segundo exemplo, a empresa prioriza as pessoas, adota uma comunicação transparente
com o público interno e externo, embora assuma um prejuízo de milhões. É, portanto, uma
ética diferente da ética de interesse próprio.
Anos atrás, o óleo para bebês fabricado pela J&J era um produto de sucesso e também
amplamente utilizado por adultos e crianças para bronzeamento da pele sob o efeito da luz
solar. Naquela época, havia pouca consciência dos efeitos potencialmente prejudiciais desse
hábito.
O jovem Carl Spalding, promovido a gerente do produto na J&J, foi a sua primeira
apresentação no Comitê Executivo, cheio de animação e confiança. Ele tinha o que julgava
ser um novo conjunto de idéias para promover o produto, associadas ao conceito de
“bronzeado saudável”.
Mas, logo no início da apresentação, o presidente David Clare interrompeu Spalding,
motivado por uma conversa com um amigo médico em que este mencionara suspeitas sobre
eventuais efeitos prejudiciais do bronzeado a longo prazo: - O que você quer dizer com
“bronzeado saudável”? Você pode provar que é “saudável”?
Pego de surpresa, Spalding disse que nunca ouvira falar de problema de saúde nessa área. Foi-
lhe então sugerido que pesquisasse a questão antes de prosseguir com a campanha. A pesquisa
concluiu que a prova de que o óleo era prejudicial não era conclusiva, por outro lado, o
produto já era um clássico da J&J, com faturamento de US$ 10 milhões anuais.
O código de ética da J&J dizia: “Cremos que a nossa primeira responsabilidade é para com os
médicos, enfermeiras e pacientes, para com as mães e os pais e com tudo o que fazemos deve
ser da mais alta qualidade (...)”. Diante do dilema assim posto, Spalding resolveu propor ao
Comitê que se suspendesse de imediato a promoção do produto para bronzeamento, o que foi
aprovado. As vendas caíram US$ 5 milhões anuais, e mais tarde foi até suspensa a
comercialização do produto.
(ALONSO, et. alli. Curso de ética em administração. São Paulo: Atlas, 2006, p.158)
Apostila de MBA Gestão Estratégica de Pessoas, Centro Universitário UNA – professor
Alberto Cavalcante – disciplina “Ética nas relações de trabalho”.
BIBLIOGRAFIA
(ALONSO, et. alli. Curso de ética em administração. São Paulo: Atlas, 2006, p.158)
Apostila de MBA Gestão Estratégica de Pessoas, Centro Universitário UNA – professor
Alberto Cavalcante – disciplina “Ética nas relações de trabalho”.
Artigo ABERJE: Ética e Comunicação Empresarial. Disponível em
<http://www.aberje.com.br/novo/acoes_artigos_mais.asp?id=428> Acesso em 11 Mai. 2011