temas & reflexões ético jurídicos 15

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Esta obra é composta por cinco capítulos, abordando diversos temas jurídicos atuais, visando uma melhor compreensão do contexto em que os mesmos encontram-se inseridos.

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Temas & Reflexões ético-jurídicos

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São Paulo - 2016

Temas & Reflexões ético-jurídicos

CooRdenadoRes:José augusTo CoRRea filippo eduaRdo luiz sanTos CabeTTe

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Copyright © 2016 by Editora Baraúna SE Ltda.

Capa José Augusto Correa Filippo

Diagramação Felippe Scagion

Revisão Priscila Loiola

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

________________________________________________________________T278

Temas & reflexões ético-jurídicos / José Augusto Corrêa Filippo ... [et al.]; coordenação José Augusto Corrêa Filippo, Eduardo Luiz Santos Cabette. - 1. ed. - São Paulo: Baraúna, 2016.

ISBN 978-85-437-0535-4

1. Direitos fundamentais. 2. Ética judicial. I. Filippo, José Augusto Corrêa. II. Cabette, Eduardo Luiz Santos.

16-32436 CDU: 342.7________________________________________________________________19/04/2016 22/04/2016

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

DIREITOS CEDIDOS PARA ESTAEDIÇÃO À EDITORA BARAÚNA www.EditoraBarauna.com.br

Rua da Quitanda, 139 – 3º andarCEP 01012-010 – Centro – São Paulo – SPTel.: 11 3167.4261www.EditoraBarauna.com.br

Todos os direitos reservados.Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização da Editora e do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com a Editora.

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ApresentAção

A presente obra, que recebe o título de Temas e Reflexões Éticos Jurídicos, foi produzida por seis au-tores visando apresentar uma coletânea a qual objetiva oferecer um panorama geral de diversos temas jurídi-cos de interesse atual.

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Autores

José Augusto C. Filippo, Advogado, Mestre em Di-reito, Pós-Graduado em Direito Público e Direito de Fa-mília e Sucessões pela E.P.D/SP, além de possuir vários cursos jurídicos ESA/OAB/SP.

Eduardo Luiz Santos Cabette, Delegado de Polícia, Mestre em Direito, Pós-Graduado em Direito Penal e Criminologia, Professor de Direito Penal e Processo Pe-nal no Unisal/Lorena-SP.

Fernanda de Carvalho Lage, Advogada, Mestre em Direito Sociais Econômicos e Culturais pelo Cen-tro Salesiano Unisal/ Lorena- SP, com Pós-Graduação em Direito Tributário e Processo Tributário e Profes-sora de Direito do Centro Universitários Salesiano de São Paulo (Unisal/Lorena- SP).

Luiza Helena L. A. de Sá Sodero Toledo, Advogada, Mestre em Direito Sociais Econômicos e Culturais pelo Centro Salesiano Unisal/ Lorena- SP e Professora de Di-reito de Família e Sucessões (Unisal/Lorena- SP).

Marcius Tadeu Maciel Nahur, Delegado de Polícia, Mestre em Direito e Professor de Filosofia do Direito do

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Centro Universitários Salesiano de São Paulo (Unisal/ Lorena- SP).

Luiz Claudio Gonçalves Junior, Doutor em Educa-ção pela Universidade Metodista de Piracicaba/SP (UNI-MEP). Mestre em Direito (UNISAL). Pós-graduado em Estratégia de Meio Ambiente pela (FGV/RJ). Advogado e Professor da União Nacional das Instituições de Ensino Superior do Estado de São Paulo (UNIESP). Licenciado em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

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sumário

1 A AntropologiA e A éticA: o homem em perspectivA históricA, sistemáticA e fe-nomenológicA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

2 Biodireito e BioéticA: um diálogo entre slAvoj ZiZeK e jÜrgen hABermAs . . . . . . . .49

3 As cAvidAdes nAturAis suBterrâneAs como pAtrimônio histórico-culturAl e A suA tutelA jurídicA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .75

4 o direito e o cinemA - trAnsexuAlismo, direitos dA personAlidAde e A concre-tiZAção dA dignidAde dA pessoA humA-nA: umA Análise do temA à luZ do filme trAnsAméricA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115

5 A união estável e o concuBinAto . . . .167

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1A AntropologiA e A éticA: o homem em perspectivA históricA, sistemáticA e fenomenológicA

Marcius Tadeu Maciel Nahur

Sumário: Introdução. 1. Relações entre antropologia, filosofia e ciências. 2. A dimensão histórica das concepções do homem na filosofia ocidental. 3. Objeto e método da antropologia filosófica. 4. A dimensão sistemática da an-tropologia filosófica vaziana. 5. A dimensão ética do valor e da pessoa. Considerações finais. Referências.

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introdução

Um questionamento fundamental sobre o homem acompanhou a vasta investigação intelectual vaziana (de Henrique Cláudio de Lima Vaz). Não lhe passou desper-cebido, em suas inquietações especulativas, que o ser hu-mano, nas mais diversas manifestações culturais, sempre se defrontou com a questão primordial sobre si mesmo.

A antropologia filosófica é uma espécie de ponto referencial tanto de chegada, quanto de partida, para a compreensão do existir humano nas dimensões da sub-jetividade, da objetividade e da intersubjetividade, com abertura para a transcendência.

De qualquer modo, a busca dessa compreensão não escapa àquela pergunta arquetipal a respeito de quem é o homem, uma indagação não só persistente, como ainda muito pertinente, para os tempos atuais, diante dos mais complexos dilemas da sociedade contemporânea.

Para enfrentar essa questão inevitável sobre o ho-mem, com todos os reflexos na vida hodierna, com base no pensamento antropológico-filosófico vaziano (de Henrique Cláudio Lima Vaz), é imperioso ter clareza de seu itinerário histórico e sistemático a respeito daquele sujeito-objeto (sujeito), qual seja, o próprio homem.

Desse modo, inicialmente, é necessário voltar às rela-ções possíveis entre antropologia, filosofia e ciência na busca de compreensão sobre esse homem na cultura ocidental.

Em seguida, especialmente, é imprescindível que se faça uma incursão pela parte histórica de sua antropolo-

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gia filosófica, percorrendo-se um itinerário da antiguida-de à contemporaneidade.

Após essa etapa, então, busca-se a delimitação fun-damental do objeto da antropologia filosófica e o delinea-mento dos métodos de se compreender esse sujeito-obje-to (sujeito), com destaque para a compreensão filosófica.

Na sequência, alcança-se a parte sistemática da an-tropologia filosófica vaziana (de Henrique Cláudio Lima Vaz), que busca uma visão integral do homem, a partir de categorias fundamentais de estrutura (corpo, psique e espírito), de relação (objetividade, intersubjetividade e transcendência) e de unidade (realização e pessoa).

Por fim, ingressa-se na chamada antropologia feno-menológica personalista e sua articulação com a dimen-são axiológica scheleriana (de Max Scheler), com desta-que para a retomada especial do sentimento do valor no mundo contemporâneo.

1 . relAções entre AntropologiA, filo-sofiA e ciênciAs

Fala-se da aurora da cultura ocidental, em torno do século VIII a.C., no antigo mundo helênico. Desde esses primórdios, a reflexão sobre o homem permanece no centro das mais variadas manifestações culturais. Em todas elas, com fulgurante evidência, emerge uma singu-laridade própria do homem: ele é um interrogante per-sistente de si mesmo. Trata-se de um contínuo processo

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de interiorização reflexiva da relação sujeito-objeto. Essa é uma característica antropológica indeclinável no curso civilizatório ocidental, cuja origem remonta aos já lon-gínquos tempos gregos.

Na etapa de transição do mito para a razão, em bus-ca da afirmação filosófica, especialmente, a interrogação sobre o homem torna-se o tema dominante, na época da sofística antiga, por volta do século V a.C., e, a partir de então, acompanha todo o desenvolvimento histórico do pensamento filosófico ocidental. A pergunta fundamental que essa relação antropológico-filosófica propõe é a seguin-te, precisamente: o que é o homem? (VAZ, 1991, p.9).

O homem não deixaria mais de ser um inquieto in-terrogador de si mesmo, em uma investigação reflexiva de seu mundo interior, por intermédio da qual ele promove sua abertura ao mundo exterior. Nessa relação sujeito--objeto (sujeito), nos domínios da antropologia filosófi-ca, o que se observa é a objetivação do homem, mas esse mesmo homem, enquanto objeto, conserva sua natureza de sujeito. Nesse sentido, a antropologia filosófica busca construir o discurso sobre o homem-objeto (epistemolo-gicamente), formalmente considerado como sujeito (on-tologicamente). (VAZ, 1991, p.20).

No entanto, essa mesma interrogação primordial so-bre o homem, desde os fins do século XVIII, encontrou--se com o rápido desenvolvimento das chamadas “ciên-cias do homem” e das “ciências da vida”, investigando mais a fundo o ser biológico do homem.

Agora, diante dos novos desdobramentos científi-cos, a situação da antropologia filosófica assume as carac-

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terísticas de verdadeira crise. Uma crise desdobrada em duas vertentes, a historicista e a metodológica.

A crise historicista é formada, no transcurso tempo, pelo transcurso das diversas imagens predominantes do homem na cultura ocidental. Já a crise metodológica é provocada pela fragmentação do objeto da antropologia filosófica nas múltiplas ciências do homem, não raras ve-zes apresentando peculiaridades epistemológicas de difí-cil conciliação. (VAZ, 1991, p.10).

Nos esforços de superação dessa crise, todos envol-vendo as concepções do homem, no desenvolvimento da civilização ocidental, tendências se manifestam desde o século passado. Elas podem ser reunidas em duas grandes linhas: o naturalismo e o culturalismo. O naturalismo professa um reducionismo mais ou menos estrito do fe-nômeno humano à natureza material como fonte última de sua explicação. O culturalismo acentua a originalidade da cultura em face da natureza, separando no homem o ser natural e o ser cultural. (VAZ, 1991, p. 10).

Dessa maneira, a resposta para a indagação sobre o que é o homem fica distendida entre os polos da natureza e da cultura. Cada um deles exerce poderosa atração so-bre os conceitos com os quais a antropologia filosófica se empenha para compreender o homem.

Essa situação problemática da concepção do homem, na civilização ocidental, ao menos, apresenta três tarefas fundamentais a serem cumprias pela antropologia filosó-fica. A primeira tarefa é a de elaboração de uma ideia do homem que, de um lado, considere os problemas e temas presentes ao longo da tradição filosófica e, de outro, as con-