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A cadeia de distribuição de frutas no Brasil
Anita de Souza Dias GutierrezCentro de Qualidade em Horticultura da CEAGESP
Setembro de 2009
O Brasil em números
A agricultura em foco
O Brasil é grande!
– 5ª população mundial (193 milhões de habitantes)
– 5º maior território (47% da área da América do Sul)
– 8,5 milhões de km2 as– Latitudes +5º16'20" N e -33º44'32" S – Longitudes -34º45'54"L e -73º59'32" – Altitudes que variam entre 0 e 2.994 metros.
– PIB R$ 2,9 trilhões– Agropecuária R$ 163,5 bilhões– Indústria R$ 682,5 bilhões– Serviços R$1.595 bilhões
A população brasileira
– Composição etária– 0 a 15 anos de idade – 32%– 15 a 29 anos de idade – 28%– 30 a 59 anos de idade – 33%– 60 anos em diante – 7%
– Taxa de crescimento está caindo– População concentrada
– 18 grandes regiões metropolitanas – 70 milhões (37%)– 2 grandes regiões metropolitanas – 31 milhões (16%)
– 5.565 municípios – 26 estados brasileiros e um distrito federal
– Baixa densidade demográfica: 22 habitantes por km2
– Urbanização – 20% no Brasil e 7% em São Paulo
Fonte: IBRAF
Ocupação do território nacional
Não estão incluídas as áreas ocupadas com florestas, cidades, estradas.
*Sem florestas, rios, estradas, cidades
A produção agrícola brasileira
– 438 milhões de hectares
– 58 milhões de hectares – lavouras temporárias– 2,3 milhões de hectares – hortaliças– 35,5 bilhões de toneladas– R$ 10,4 bilhões
– 19 milhões de hectares – lavouras permanentes– 3 milhões de hectares – frutas– 42,2 milhões de toneladas– R$ 16,6 bilhões
Fonte: IBGE
O valor de produção das frutas e hortaliças
– R$ 96 bilhões – valor total da produção agrícola
Frutas e Hortaliças– 26% da produção agrícola brasileira– 29% da produção agrícola da região sudeste– 16% do valor da produção agrícola de São Paulo– 7% da área agrícola
Fonte: IBGE e IEA
O negócio de frutas e hortaliças frescas
– Agricultura é tecnologia. Horticultura é arte.– A Horticultura engloba a produção de frutas,
hortaliças, flores, plantas ornamentais– Pequenos cuidados fazem a diferença– Sobrevivência digna do pequeno produtor– Exige grandes investimentos– Produtor especializado
– Horticultura de produtos frescos – Produto perecível– Produção sazonal por região– Produtores pequenos
– A fruta que chega ao consumidor é o resultado de:– O capricho do produtor– A tecnologia empregada– A aptidão agrícola da região de plantio– A época de produção– O clima– Os cuidados para a conservação da sua
qualidade na pós-colheita– A sorte do produtor
– A qualidade é feita na roça.– A melhor tecnologia pós-colheita só consegue
preservar a sua qualidade.
– A segurança do alimento e a obediência à lei são obrigações do fornecedor!
– A melhoria do produto e a modernização dependem da premiação do melhor produto e do melhor produtor.– Raramente o produtor é recompensado pelo seu
esforço de modernização e de melhoria do seu produto.
– O distanciamento entre a agricultura e o consumidor cresce com a urbanização.– Não existe nem a nostalgia por um produto saboroso
Desafios
– A comercialização é uma corrida contra o tempo.– É grande a fragilidade comercial do produtor.– Não existe transparência na comercialização.– O produtor absorve o custo da ineficiência logística.– Inexistência de elo coordenador de cadeia
– Na cadeia de produção de grãos e de outros produtos agropecuários a indústria age como elo coordenador.
– Na cadeia de produtos hortícolas frescos o produtor precisa assumir o papel da indústria, para sobreviver com dignidade e garantir um futuro promissor.
– O atual estado de desorganização dessa cadeia faz com que a característica mais importante e comum a todos os seus elos seja a falta de confiança.
Produção
Consumo
O caminho da produção ao consumo
InsumosTecnologia
Transporte
Varejo
Serviço de Alimentação
Ceasa
Evolução do consumo no Brasil
– Participação das frutas e hortaliças frescas no gasto familiar com alimento (1987/2002) - IBGE– Em 1987: 22,16%– Em 2002: 18,70%
– Consumo doméstico per capita – IBGE (1996/2002):– Hortaliças – de 34 kg para 29 kg (-15%)– Frutas - de 34 kg para 38 kg (o mesmo de
1986)
O serviço de alimentação
– A alimentação fora do lar – Cresce 15% ao ano desde 2004– 25% do valor gasto com alimentação
– Empresas de refeição coletiva – 8,9 milhões de refeições por dia – 19% do custo– Mercado potencial – 40 milhões de refeições por dia
– Alimentação institucional do Estado de São Paulo– R$ 147 milhões– 11% dos gastos
– Alimentação Escolar no Brasil– 37 milhões de refeições por dia
O varejo
– Supermercados brasileiros – 73.695 lojas– 61% até 7 check-outs– 840 mil funcionários– R$ 124 bilhões– 80% dos alimentos
– Frutas e hortaliças– 9% do valor total dos alimentos– 19% do valor dos perecíveis
– Precisam do mix de frutas e hortaliças todos os dias
A ceasa
– CEAGESP – 1969 – Abastecimento e armazenagem no Estado de São Paulo
– SINAC – COBAL – Sistemas Nacional de Centrais de Abastecimento– 21 ceasas – 1972 a 1988– 34 mercados atacadistas nos principais aglomerados urbanos– Diretrizes nacionais
– Extinção do SINAC– Administração governos estaduais e municipais
– PROHORT – CONAB - 2005– Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro
– 50% da produção de frutas e hortaliças frescas do Brasil
Concentração nas ceasas
– 20 maiores ceasas – 4.361 mil toneladas de frutas– 4.242 mil toneladas de hortaliças
– 6 ceasas – 91 % das frutas e 88 % das hortaliças– Frutas: Ceasa de São Paulo (38%), Rio de Janeiro (19%),
Contagem (14%), Campinas (8%), Curitiba (8%) e Vitória (4%)
– Hortaliças: Ceasa de São Paulo (30%), Rio de Janeiro (21%), Contagem (16%), Campinas (7%), Curitiba (8%) e Vitória (6%)
Fonte: Prohort
A Ceasa de São Paulo
O caso do abacaxi
CEAGESP
- Empresa estatal do governo federal.- Rede de armazéns e de entrepostos de abastecimento.
Volume e valor comercializados nos entrepostos em 2008Toneladas R$
Frutas 1,97 milhões 2,38 bilhões
Legumes 975 mil 1,15 bilhões
Verduras 289 mil 237,9 milhões
Diversos 511 mil 541 milhões
Hortaliças total 1,77 milhões 3,71 bilhões
Flores 52 mil 212,1 milhões
Pescados 48 mil 221,3 milhões
Total 3,85 milhões 4,74 bilhões
Entreposto Terminal de São Paulo
12.000 t/dia1.500 municípios
A Ceasa de São Paulo
– 10.000 toneladas por dia– 50% das frutas e hortaliças das ceasas do Brasil– 1.500 municípios brasileiros – 25 dos 27 estados– 12 países– 700.000 m2
– 1.190 empresas atacadistas – frutas e hortaliças– 657 nas frutas e 433 nas hortaliças– Muito antigas – mais de 30 anos no negócio
– CEAGESP – – Administra a utilização, a segurança,obediência às
regras internas– Presta outros serviços de apoio
Serviços de apoio da CEAGESP
– Informação de mercado– Combate à inadimplência– Desenvolvimento de padrões de qualidade– Desenvolvimento de ferramentas de melhoria da
gestão pelo varejos e pelo serviço de alimentação
– Monitoramento de resíduo de agrotóxico– Apoio ao produtor na comercialização– Sensibilização e capacitação dos agentes de
produção e de comercialização e de estudantes e técnicos
O caso do abacaxi
VariedadesVariedades
– A produção de abacaxi cresce a cada ano;
– Em 2007 se todo o abacaxi fosse embalado seriam necessárias 178 milhões de caixas, com 10 frutos em cada caixa (Tipo 10);
– Os principais produtores são: Pará, Paraíba e Minas Gerais;
– Existe grande potencial de aumento da produção com a melhoria de tecnologia e de produtividade;
O abacaxi no BrasilO abacaxi no Brasil
PRODUÇÃO NACIONAL DE ABACAXI NOS ANOS DE 2003 A 2007 (Mil frutos) Fonte: IBGE
PRODUÇÃO DE ABACAXI DOS PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES NO ANO DE 2007 (Mil Frutos) Fonte: IBGE
ÁREA COLHIDA DE ABACAXI DOS PRINCIPAIS ESTADOS PRODUTORES NO ANO DE 2007 (ha) Fonte: IBGE
Abacaxi: da produção ao consumo
- Os agentes de comercialização e suas funções mudam com a região de produção e com o tamanho do produtor.
- A compreensão do mecanismo de comercialização e do papel de cada agente em cada local é imprescindível ao sucesso de programas de modernização.
– Compra casca e nó– Atacadista - produtor– Bolsa de Comércio– Cooperativa de produtores– Corretor– Comprador local– Representante comercial
Aqui estão os exemplos mais comuns
O PEQUENO PRODUTOR E A COMPRA CASCA E NÓ
Região NordesteRegião Nordeste
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
Comprador Local
Comprador Local
Compra “casca e nó”
Compra “casca e nó”
- colheita
- carregamento
- agenciamento do frete
- negociação com atacadistas
- colheita
- carregamento
- agenciamento do frete
- negociação com atacadistas
AtacadistaAtacadista VarejoVarejo
- custeio do frete- custeio do frete
ATACADISTA-PRODUTOR
Atacadista-ProdutorAtacadista-Produtor
- plantio
-Colheita
-classificação
- transporte
- plantio
-Colheita
-classificação
- transporte
VarejoVarejo
Outros atacadosOutros atacados
Região Norte e NordesteRegião Norte e Nordeste
GRANDE PRODUTOR E BOLSA DE COMÉRCIO
Grande ProdutorGrande
Produtor
-Produção
- colheita
- embalagem
-Produção
- colheita
- embalagem
Bolsa de comércioBolsa de comércio
CorretorasCorretoras
- representação comercial do produtor, negociação
- representação comercial do produtor, negociação
negociaçãonegociaçãoAtacadistaAtacadista VarejoVarejo
1% taxa da mesa de
operações
4% do valor da transação
contratação de empresas para arbitragem, em caso de conflito comercial
contratação de empresas para arbitragem, em caso de conflito comercial
Informação de mercado
Região NordesteRegião Nordeste
COOPERATIVA DE PEQUENOS PRODUTORES E BOLSA DE COMÉRCIO
CooperativaCooperativa
-Estrutura física-Indução floral-Colheita-Embarque-Qualidade da classificação-Distribuição proporcional dos lucros
-Estrutura física-Indução floral-Colheita-Embarque-Qualidade da classificação-Distribuição proporcional dos lucros
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
Bolsa de comércioBolsa de comércio
CorretorasCorretoras
negociação
AtacadistaAtacadista
1%1%
1%1%
1%1%
4%4%
VarejoVarejo
Região NordesteRegião Nordeste
COOPERATIVACooperativa
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
-Estrutura física-Indução floral-Colheita-Embarque-Qualidade da classificação
-Estrutura física-Indução floral-Colheita-Embarque-Qualidade da classificação
Bolsa de ComércioBolsa de Comércio
Gerente comercial
AtacadistaAtacadista
RepresentanteRepresentante
VarejoVarejo
Região NordesteRegião Nordeste
GRANDE PRODUTOR – COMPRADOR LOCAL
PRODUTOR LOCAL E COMPRADOR LOCAL
ProdutorProdutor Comprador Local
Comprador Local AtacadistaAtacadista VarejoVarejo
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
Pequeno produtorPequeno produtor
Grande ProdutorGrande Produtor
AtacadistaAtacadista VarejoVarejo
Representante Comercial
Representante Comercial
Acompanha produtos, confere
qualidade, estabelece preço para atacado e
varejo
VarejoVarejo
Região Norte e NordesteRegião Norte e Nordeste
PRODUTOR E CORRETOR
ProdutorProdutor
-colheita
-carregamento CorretorCorretor
AtacadistaAtacadista
negociação
Comissão por kg de abacaxi
vendido
VarejoVarejo
VarejoVarejo
Estado de São Paulo
Estado de São Paulo
Área em hectares, número de produtores e área média por produtor das principais regiões produtoras
A existência de grupos organizados de produtores, na forma de associações ou cooperativas, facilita a ação de modernização do sistema de produção e das condições de comercialização.
Grupos de produtores organizados nas maiores regiões produtoras de abacaxi: área e
produção
O abacaxi está mudandoO abacaxi está mudando
– Normas de classificação– Programa Brasileiro para a Modernização da
Horticultura– Regulamento Técnico de Identidade e
Qualidade do MAPA– Bolsa de Comércio de Pernambuco– Crescimento da oferta do Jupi– Queda na produção do abacaxi mineiro– Grandes empresas nacionais e multinacionais
– Plantio voltado para exportação– Novas variedades: MD-2, Imperial, Vitória,
Gomo de Mel.– Remessa de fruto já embalado da roça– Abacaxi diferenciado: caixa de papelão,
redinha em cada fruto– Aumento da venda do abacaxi pronto para
consumo – descascado ou picado– Perda de espaço do abacaxi Havaí para o
Pérola no mercado paulistano
Entrada de abacaxi na CEAGESP nos anos de 2002 a 2008 (Toneladas)
Entrada mensal de abacaxi na CEAGESP no ano de 2008 (Toneladas)
Meses
Entrada mensal de abacaxi Pérola na CEAGESP no ano de 2008
Meses
Entrada mensal de abacaxi Havaí na CEAGESP no ano de 2008
Relação da entrada mensal do abacaxi Havaí (toneladas) com a cotação de preços da CEAGESP (R$/Fruto) em 2008
R$ \
Fru
to
Relação da entrada mensal do abacaxi Pérola (toneladas) com a cotação de preços da CEAGESP (R$/Fruto) em 2008
R$ \
Fru
to
Sistemas de embalamento de abacaxi na CEAGESPSistemas de embalamento de abacaxi na CEAGESP
Cinco sistemas diferentes:1 - Transporte a granel e venda a granel2 - Transporte a granel e venda embalado
• Embalado na CEAGESP• Embalado pelo comprador (embalagem própria)• Embalado em barracões fora da CEAGESP
3 - Remessa embalado sem paletizar e sem refrigerar
• Com marca em cada fruto• Com proteção individual em cada fruto
4 - Remessa embalado e paletizado, sem refrigerar• Com marca em cada fruto• Com proteção individual em cada fruto
5 – Remessa embalado paletizado e refrigerado• Com marca em cada fruto• Com proteção individual em cada fruto
Transporte a granel e venda a granelTransporte a granel e venda a granel
- - DescargaDescarga
Transporte a granel e venda a granelTransporte a granel e venda a granel
Transporte interno no mercadoTransporte interno no mercado
Transporte a granel e venda a granelTransporte a granel e venda a granel
Armazenamento no atacadoArmazenamento no atacado
Transporte a granel e venda embaladoTransporte a granel e venda embalado
Seleção e embalamento na CEAGESPSeleção e embalamento na CEAGESP
Transporte a granel e venda embaladoTransporte a granel e venda embalado
Classificação e embalamento em cima do Classificação e embalamento em cima do caminhãocaminhão
Transporte a granel e venda embaladoTransporte a granel e venda embalado
A utilização da caixa A utilização da caixa plástica cresceu de plástica cresceu de 0% para 78% de 0% para 78% de 2004 a 2008.2004 a 2008.O abacaxi é O abacaxi é embalado em caixa embalado em caixa plásticas, por plásticas, por exigência dos exigência dos supermercados, que supermercados, que não aceitam mais a não aceitam mais a caixa de madeira ou caixa de madeira ou o abacaxi a granel.o abacaxi a granel.
Transporte a granel e venda embaladoTransporte a granel e venda embalado
Descarga Descarga
Transporte a granel e venda embaladoTransporte a granel e venda embalado
Armazenamento no Armazenamento no atacadistaatacadista
Embalado na produção Embalado na produção Sem paletização ou refrigeraçãoSem paletização ou refrigeração
ChegadaChegada
Embalado na produçãoEmbalado na produção Sem paletização ou refrigeraçãoSem paletização ou refrigeração
DescargaDescarga
Embalado na produção Embalado na produção Sem paletização ou refrigeraçãoSem paletização ou refrigeração
Armazenamento no Armazenamento no atacadistaatacadista
EEmbalado na produção mbalado na produção Sem paletização ou refrigeraçãoSem paletização ou refrigeração
Caixas amassadas durante transporte Caixas amassadas durante transporte rodoviáriorodoviário
Embalado na produção Embalado na produção Com paletização e sem refrigeração
Embalado na produção Embalado na produção Com paletização e sem refrigeraçãoCom paletização e sem refrigeração
TransporteTransporteDescargaDescarga
Embalado na produção – Embalado na produção – Com paletização e refrigeraçãoCom paletização e refrigeração
Abacaxi diferenciadoAbacaxi diferenciado
RedinhaRedinha
Etiqueta Etiqueta IndividualIndividual
– Grande substituição de embalagem de madeira por plástica, no sistema “granel – embalado no mercado”, por exigência dos supermercados;
– Em 2008 o abacaxi na CEAGESP exigiu a utilização de 4,4 milhões de caixas;
– Uma parte muito pequena do volume total continua no sistema “granel-granel”;
– Produtores e atacadistas estão investindo no embalamento na produção e na oferta de um abacaxi mais saboroso e diferenciado.
O abacaxi está mudando na Ceasa de São PauloO abacaxi está mudando na Ceasa de São Paulo
Anita de Souza Dias GutierrezCentro de Qualidade em HorticulturaCEAGESP – Companhia de Armazéns Gerais e Entrepostos de São Paulo11 36433825/ 27/ 90/ [email protected]