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A 1ª fase da Regeneração (1851-1868) e
a crise do final dos anos 60
A Regeneração
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Finanças e economia – 1ª fase da Regeneração
A situação financeira vai-se agravando ao longo
dos anos 50 e 60 porque …
… a política de fomento material foi financiada, em
larga medida, por empréstimos, e o crescimento da economia nacional, lento,
dificultou os pagamentos.
A lentidão resulta em larga medida de características
estruturais do País.
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Recusa do intervencionismo
estatal
CAPITALISMO
LIBERAL
R. Francesa
R. Industrial
Articula-se com
Propriedade privada dos meios de produção e circulação – iniciativa
privadaInvestimen
toLucro
Caracteriza
-se por
Mercado como elemento regulador
Livre ConcorrênciaDivórcio entre salário e
posse dos meios de produção
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Quais as figuras políticas desta
primeira fase da Regeneração, com
responsabilidades no governo, e como
actuaram?
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Quem é quem – figuras públicas da Regeneração
Seriam os monarcas do liberalismo,
em Portugal, dotados de poder
político efectivo ou meras figuras
representativas?
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Poderes instituídos na Carta Constitucional de 1826 (com as alterações do Acto Adicional de 1852)
Poder Legislativo – pertencente às Cortes, assembleia bicamaral (Câmara dos Pares nomeada, Câmara dos Deputados eleita por sufrágio censitário);
Poder Executivo – pertencente aos Governos;
Poder Judicial – pertencente aos tribunais;
Poder Moderador – pertencente ao Rei.
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Direitos conferidos ao Monarca no âmbito do Poder Moderador
Direito exclusivo de nomear e demitir os governos;
Sancionar as leis aprovadas pelas Cortes, para que pudessem ser postas em execução;
Dissolver ou prolongar o funcionamento das Cortes antes ou para além do final da legislatura;
Nomear os membros do Conselho de Estado;
Nomear os Pares do Reino, sem número fixo.
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REGENERAÇÃO – OS GOVERNOS
O Rotativismo
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Os governos durante a primeira fase do Rotativismo (1851-1868)
• 1851 – 1856 – Presidente do Governo - Marechal Saldanha
Governo do Partido Regenerador
• 1856 – 1859 – Presidente do Governo – Duque de LouléGoverno do Partido Histórico
• 1859-1860 – Presidente do Governo – Duque da TerceiraGoverno do Partido Regenerador
• 1860 – 1864 – Presidente do Governo – Duque de Loulé Governo do Partido Histórico
• 1864 – 1865 – Presidente do Governo – Fontes P. de Melo
Governo do Partido Regenerador
• 1865 – 1868 – Presidente do Governo – Joaquim A. de Aguiar
Governo de Fusão
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O primeiro governo da Regeneração (1851-56) – P. Regenerador
Saldanha, o Presidente
Situações específicas:
- 1852 - publicação do
Código Penal;- início da construção
do primeiro troço de caminho-de-ferro em Portugal (Lisboa / Carregado)
- 1853 – primeiros selos postais;
- 1855-56 – crise agrícola provocando carestia, fomes e motins - exoneração do governo (em Junho)
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O segundo governo da Regeneração (1856-59) – P. Histórico
Duque de Loulé, o Presidente
Situações específicas:
- 1856 - inauguração da linha férrea Lisboa-Carregado (Outubro);- abolição da escravatura;- epidemia de cólera-morbus.
-1857 – questão da Barca Charles et Georges.
- epidemia de febre amarela.
-1858 - questão das Irmãs de Caridade;
- caminho –de- ferro até à Ponte da Asseca e primeira carreira de vapores para Angola;
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O terceiro governo da Regeneração (1859-60) – P. Regenerador
Duque da Terceira, o Presidente
Situações específicas
- a morte do Duque forçou a nomeação de outro presidente, Joaquim António de Aguiar.
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O quarto governo da Regeneração (1860-64) – P. Histórico
Duque de Loulé, o Presidente
Situações específicas:
- 1861- morte de d. Pedro V e os
“tumultos do Natal”- Exposição Industrial no
Porto;
- 1862 - acordo diplomático com a China, que reconhece a soberania portuguesa sobre Macau .
-1863 – Exposição Agro-Industrial de Braga;
- inaugurada a linha de Leste
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O quinto governo da Regeneração (1864-65) – P. Regenerador
Fontes Pereira de Melo, o Presidente
Situações específicas:
- 1864- primeiro
recenseamento sistemático de toda a população do Reino;
- o caminho – de – ferro chega a Gaia;
- criação em Lisboa do primeiro clube republicano português.
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O sexto governo da Regeneração - Governo de Fusão (1865-67)
Joaquim António de Aguiar, o Presidente
Situações específicas:
- 1866 – construção do
Palácio de Cristal para a Exposição Internacional do Porto;
- inauguração dos serviços de telégrafo eléctrico.
- 1867- novo Código Civil
abolindo a pena de morte para os crimes civis.
- agravamento da crise económico- financeira e política;
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1867 – a conjuntura económica nacional ( Glória - Vasco Pulido Valente - 2012 – pág. 284 e seguintes)
Por causa de uma longa seca o ano agrícola de 1867 fora
um dos piores do século. Perderam-se quase totalmente as
colheitas de cereais no Alentejo, no Ribatejo, nas Beiras, e
em Trás-os-Montes. Mesmo a colheita de milho falhou em
todo o norte, com excepção de certas áreas do Minho. Por
outro lado, as vindimas, do Douro a Trás-os-Montes, da
Estremadura ao Ribatejo e ao Alentejo ficaram abaixo das
previsões mais pessimistas. O que a seca poupou, destruiu
o oídio, que alastrava por Portugal inteiro. Hortas, olivais e
pomares eram igualmente um espectáculo
“desgraçadíssimo”
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1717
As cidades naturalmente não escaparam. As exportações diminuíram.
A de vinho do Porto, por exemplo, baixou 50% entre Janeiro e
Outubro. A indústria têxtil quase parou. A quantidade de fretes e
passageiros nos caminhos-de-ferro estacionou o que nunca antes
sucedera. A isto juntava-se o crédito caro, com a taxa de juro a
oscilar pelos 8% e a dificuldade crescente do desconto de letras,
provocado pelos problemas internos, a crise financeira no Brasil e os
rumores de uma crise internacional , que abalara a banca de Paris. O
entesouramento da moeda metálica, sintoma clássico de falta de
confiança, reforçava a paralisia dos negócios.
(continuação)
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1818
(continuação)
As fábricas e oficinas que não faliram logo, ou reduziram os
salários, ou despediram pessoal, ou as duas coisas. Em Outubro,
altura tradicional de renovar os contratos de arrendamento, os
senhorios, coagidos pela inflação, exigiram aumentos
substanciais, que levaram milhares de famílias ao despejo. A
miséria urbana, que habitualmente não preocupava ou afligia
ninguém, era agora tão visível que até os jornais a comentavam.
Um órgão circunspecto da opinião radical achou mesmo
necessário condenar “a mania dos suicídios” e revelou que subira
“a procura de cabeças de fósforo”, um “veneno económico”
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1919
O governo não conseguira dominar o deficit ou consolidar a
dívida. (…) Para equilibrar o orçamento Fontes tomou medidas
que seriam a sua perda.
(…) Um esforço para disciplinar as confusas finanças dos
municípios e limitar a sua tendência para contrair dívidas, que o
Estado central depois pagava.
(…) Extinguiam-se quatro distritos: Portalegre, Santarém, Leiria
e Braga. E estabelecia-se um critério geral: não haveria
municípios com menos de 3000 fogos (…) o que implicava a
supressão de 178 dos 302 existentes. Suprimiam-se quase 1000
freguesias, em cerca de 3000.
(continuação)
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2020
(continuação)
No orçamento de 1867-1868, Fontes resolveu ir às do cabo:
partindo do razoável pressuposto de que esperar o equilíbrio
da fazenda pública só da redução das despesas era “uma
utopia” que nenhum “espírito prático aceitava”, avançou com
uma reforma fiscal para aumentar as receitas.
O orçamento de 1867-1868 extinguia os impostos municipais
sobre certos géneros (…) e substituía todos eles por um
imposto único de consumo, que passava a constituir receita
exclusiva do Estado. (…)
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2121
(continuação)
O novo imposto incidia sobre todos os géneros vendidos ao
público e não destinados ao estrangeiro. Mas não se aplicava
aos géneros vendidos por grosso para exportação ou revenda.
In Glória - Vasco Pulido Valente - 2012 –
pág. 284 e seguintes
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Os partidos políticos pré-existentes
Alterações políticas face à Fusão – fragmentação do espectro partidário e secundarização dos antigos partidos
Avilistas (apoiantes do
então Conde de Ávila)
Penicheiros (grupo liderado pelo Conde de
Peniche, Marquês de Angeja)
Reformistas (liderados pelo Bispo de Viseu, Alves Martins. Constituem-se
como partido em 1870)
Constituintes(grupo liderado
pelo jurisconsulto José Dias Ferreira)
Partido Histórico
(debilitado por cisões internas)
Partido Regenerador (conserva coesão
interna)