9ª bienal - jornal tupinikim #5

8
INFORMATIVO OFICIAL DA 9ª BIENAL DA UNE 5 DE FEVEREIRO DE 2015 QUINTA-FEIRA – RIO DE JANEIRO, LAPA FUNDIçãO PROGRESSO WWW.BIENALDAUNE.ORG.BR Fotos: Vitor Vogel EM GERACAO Bienal reúne passado e presente do CUCA da UNE para projetar o futuro DE GERACAO

Upload: comunicacao-une

Post on 08-Apr-2016

224 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Jornal diário publicado durante a 9ª Bienal da União Nacional dos Estudantes, realizada de 1ª a 6 de fevereiro de 2015, no Rio de Janeiro.

TRANSCRIPT

Page 1: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

InformatIvo ofIcIal da 9ª BIenal da Une

5 de fevereIro de 2015QUInta-feIra – rIo de JaneIro, lapa

fUndIção progressowww.BIenaldaUne.org.Br

Foto

s: V

itor

Voge

l

EM G

EraC

aO

Bienal reúne passado e presente do CUCA da UNE para projetar o futuro DE GEraCaO

Page 2: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

Foto

: Jul

iana

Pim

enta

ExpEDiEntE

EQUipE 9a BiEnaL Da UnECoordenadora-geral: Patrícia MatosCoord. Projetos de Extensão: Bia MirandaCoord. de Audiovisual: Rodrigo MorelatoCoord. de Artes Cênicas: Kadu LimaCoord. de Música: Evandro MachadoCoord. de Literatura: Nínive AquinoCoord. de C&T: Phillipe PessoaCoord. de Artes Visuais: Bruno Bou

O “TUPINIKIM” é uma publicação da União Nacional dos EstudantesPresidenta da UNE: Virgínia BarrosDir. Comunicação da UNE: Thiago José

Jornalista responsável: Rafael Minoro (CR)Equipe: Artênius Daniel, Cristiane Tada, Larissa Scarpelli, Patricia Blumberg, Renata Bars, Tatiana Rodrigues, Thiago Guimarães e Yuri SalvadorFotografia: Vitor Vogel - FotografiaFotógrafos: Vitor Vogel, Juliana Pimenta e AF RodriguesProjeto gráfico: Fields Comunicação – fieldscomunicacao.com.brEndereço: Rua Vergueiro, nº 2485, bairro Vila Mariana, São Paulo/SP – Cep: 04101-200Telefone: +55 11 5539.2342

Fale com a UNE: [email protected] com a comunicação da UNE: [email protected] com a assessoria de imprensa da UNE: [email protected]

facebook.com/uneoficialtwitter.com/uneoficialyoutube.com/uneoficialinstagram: @uneoficialflickr.com/_une

A Bienal da UNE sempre foi um espaço de troca de saberes e de integração cultural, e cada vez mais o festival traz qualidade e diversidade a partir do que os participantes apresentam.

Fruto de um avanço social com base nos programas do gover-no federal nos últimos 12 anos, muitos dos manos e minas das periferias e adeptos das culturas urbanas estão tendo oportunidades legítimas de adentrar ao ensino superior.

Esse novo perfil de estudantes faz com que a dinâmica e a experiência nas faculdades mudem - não só pela estética e comportamento, mas pela contribuição de novos pensamen-tos e vivências que o povo da periferia está acostumado a pro-mover e desenvolver por meio da música, da linguagem e da harmonia de um povo que está acostumado a atuar de forma fraterna e coletiva.

As culturas de periferia como o hip hop e o funk deixam agora de ser apenas fonte de estudo e tema de mestrados e douto-rado. Seus verdadeiros atores passam a ser protagonistas de sua própria história, contribuindo diretamente para a formação social, cultural e política de um povo que tem muito a agregar ao futuro de uma nação diversa e promissora.

Todas as vozes dos guetos e vielas, descendo o morro até o as-falto, podem ecoar e fazer parte de importantes espaços como o do festival, e mostrar que para o universo da cultura não existe fronteira. Na verdade, “tamo junto e misturado”, assim como os tambores ancestrais africanos convocavam os zulus para os fes-tejos, nós convocamos todos para celebrar a 9ª Bienal da UNE.

Salve Nação! Juntos Somos Mais Fortes!

Beto TeoriaPresidente Nacional da Nação Hip Hop Brasil

5 de fevereiro

21hCultura revoluCionária urbanaPraça dos Arcos da Lapa

Gotam Cru e os Curingas vão descer os poucos mais de 60 km de serra que separam Petrópolis do Rio de Janei-ro para desembarcar ao lado dos Arcos da Lapa. Ali, no palco livre da 9ª Bienal da UNE, o grupo que vem se des-tacando no cenário nacional fará um show pesado que bebe na fonte do ragga, reggae, rap, samba e afrobeat.

O grupo apresentará músicas da mixtape “Gotamrid-dims”, além de surpresas. Por ser um projeto desen-volvido ao vivo, a banda tem como principal preocupação a experiência do público. Um dos vocalistas, o rapper DurangoKid, conversou com o TUPiNiKiM e disse que o público não vai se decepcionar. “Faremos uma homena-gem ao rap nacional”, adiantou.

Page 3: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

Criolo: ‘nao Sou artiSta, Sou uM eStuDante’

as batalhas de mcs, terreno que você conhece muito bem, foram um ponto alto nesta Bienal da Une. como vê o papel do freestyle como meio de expressão jovem?

É uma expressão de arte. Eu vivi 28 anos no rap, então para mim sempre foi algo forte, algo que fez parte da minha criação. Nosso cotidiano é isso.

a música “convoque seu Buda” é um chamado à ação e uma crítica ao “ativismo de sofá”?

Procuro falar nesta canção da importância de encontrar seu equilíbrio, porque nós vivemos uma guerra fria, uma guerra silenciosa. É importante você procurar o equilíbrio, relembrar que é capaz de construir coisas positivas.

você construiu reputação no rap, mas tem feito uma imersão cada vez maior na música brasileira, por gêneros como samba, afrobeat e reggae. pretende aprofundar esse caminho?

Não sei, a gente vai fazendo com naturalidade. É o coração que rege a gente. Ainda mais na arte: é ela que escolhe, é a música que escolhe.

o tema da Bienal da Une deste ano é #vozesdobrasil, que remete à diversidade das expressões. como o artista deve buscar o equilíbrio entre se fazer compreendido, ser literal, e deixar as mensagens abertas a reinterpretações?

Não sou artista, há tantas personalidades grandiosas no Brasil. Sou um estudante. Aqui é uma passagem, e nossa única certeza é a morte.

Há uma expectativa grande no rio e na Bienal para seu show do festival. o que vai levar?

Aguardem. Vou cantar música com o coração, e há essa oportunidade de poder cantar em praça pública no Rio, lugar de tanta gente talentosa. Esses jovens são nosso futuro - que tenham a mente limpa, que possam observar ao redor.

Foto

: Div

ulga

çãoCriolo construiu reputação na cena underground

do rap paulistano. Alçou voo com o álbum “Nó na Orelha” (2011) e aprimorou a guinada rumo a outros gêneros, como afrobeat e samba, no contundente Convoque seu Buda (2014).

Poeta urbano que alia crítica social e humor refina-do, ele rejeita o rótulo de artista e diz: ‘Sou um estu-dante’. O paulistano do Grajaú fecha nesta quinta (5) a série de shows do palco livre da 9ª Bienal da UNE, num dos momentos mais esperados do festival. Con-fira a ideia que Criolo trocou com o TUPINIKIM.

Page 4: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

UM passEiO pELaMais de 15 mil estudantes de todo o Brasil ocuparam a Lapa, no Rio de

Page 5: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

BiEnaL Das BiEnais

Fotos: Vitor Vogel, Juliana Pimenta, AF Rodrigues e Mídia NINJA

1.559 TRABALhos INsCRITos

203 TRABALhos sELECIoNADos

37 DEBATEs

18 oFICINAs

9 CoMUNIDADEs VIsITADAs No RIo

5 GRANDEs shows

Janeiro, para respirar arte e cultura em todas as suas dimensões

Page 6: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

Robert Rodrigues (21 anos), Paula Barroso (19) e ilana Rodrigues (19), da psicologia da UFPA (Universidade Federal do Pará), tiraram da estante da biblioteca da Bienal o livro Trans Performance, que reúne registros de apresentações do Oi Futuro. Busca-vam inspiração para sua companhia de teatro, que trabalha na linha do francês Antonin Artaud (1896-1948). “Quando a gente monta uma peça, a gente não quer que as pessoas en-tendam algo, mas sim que elas sin-tam algo, seja o que for”, disse Paula.

A angolana Domingas Pimentel, de 24 anos, cursa fi-sioterapia da UVA (Universidade Veiga de Almeida). Ela foi uma das protagonistas da luta dos ex-alunos da extinta Universidade Gama Filho (UGF) no caso do des-mantelamento do grupo Galileo, dono da UGF.

Garota de luta!

Maria Sineide Lima, de 53 anos, acabou de se formar em eventos no iTB (instituto Técnico de Brasília). Ela veio de Brasília para mostrar seu trabalho artesanal de minibonecas de pano. E até ensina sua arte em seu espaço na Praça das Amoreiras.

Quem quiser é só chegar!

Petrus Vieira, de 35 anos, é responsável pelos cartazes lambe-lambe que fazem da cenografia do festival um sucesso. Petrus herdou do avô a gráfica Fidalga, a única no país que produz manualmente cartazes em uma máquina alemã da década de 1920, com moldes de madeira.

Valeu, Petrus!

QUEM E QUEM?

tO na Lapa

zE BOQUinha

ˆ

Foto

s: Y

uri S

alva

dor

Os lambe-lambes da UNE fizeram tanto suces-so que até Caetano Veloso compartilhou uma foto de um dos cartazes no instagram. Espa-lhados pelas ruas do Rio e do Brasil, o lambe cita um trecho da música “Língua”, uma refe-rência ao tema da Bienal da UNE, #vozesdobrasil. Caetano, você é muito amor!

Caê laMbiDo Calor, que naDaRolou uma ideia certeira no alojamento da UFRJ. instalaram por lá uma piscina de plástico para quem quiser se refrescar entre uma atividade e outra. Essa piscina vai render história...

Page 7: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

Foto

: Míd

ia N

iJN

A

Ele chegou pela porta da frente e não quis se recolher na sala de convidados. Circulou pela Fundição Progresso para conhe-cer as mostras artísticas da 9ª Bienal da UNE. Logo estava entre batuques, confetes e fantasias do cortejo que levaria os mais de 500 jovens presentes ao encontro desta quarta-feira (4) com o ministro da Cultura do Brasil. Quem era ele? O próprio.

Juca Ferreira sinalizou na Bienal que conduzirá uma ges-tão aberta, democrática e de diálogo. Também defendeu a cultura como elemento fundamental ao processo de trans-formação social. “A cultura pode renovar nosso espírito democrático e mostrar ao mundo um país positivo e so-lidário”, declarou.

O bate-papo com o ministro se deu em formato di-nâmico, circular, com a colaboração de diversos mo-vimentos cultu-rais de juventude e cultura do país, entre eles o Fora do Eixo e a Nação Hip Hop Brasil.

jUCa Entra na rODa Da BiEnaLMinistro da Cultura prestigia evento da UNE e mostra proximidade com a juventude no festival

A presidenta da UNE, Vic Barros, deu o grande “salve” dos estudantes a Juca e agradeceu pela receptividade do ministro ao convite. “O próprio ministro sugeriu uma atividade nesse formato, em círculo entre os estudantes, para falar e, sobretudo, ouvir muito”, elogiou.

Juca enumerou desafios do setor cultural no próximo período, entre eles a reformulação da Lei Rouanet e dos mecanismos de financiamento, o fortalecimento da cul-tura popular, a implementação da Lei Cultura Viva e o crescimento da cultura digital.

Ele ouviu rei-vindicações dos grupos presentes e prometeu apoio aos estudantes na regulamenta-ção da meia-en-trada, que classi-ficou como “parte de uma política de democratiza-ção da cultura no Brasil”.

Vic Barros e Juca Ferreira à frente do corte-jo que antece-deu a conversa na Bienal

Foto

: Vito

r Vo

gel

Page 8: 9ª BIENAL - JORNAL TUPINIKIM #5

Como foi produzir a primeira Bienal da UNE, naquele já distante 1999, em Salvador? Quais eram os desafios dos estudantes que construíram o festival no Rio em 2001 e no Recife, em 2003? Quais as semelhanças e diferenças desta nona edição com a quinta, sexta, sétima? Nesta quarta-feira (4), os personagens da vida cultural da UNE nos últimos 15 anos se reuniram na 5ª Assembleia Nacional do CUCA, o Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE.

Ernesto Valença, Ana Petta, Tiago Alves, Luís Parras e Alexandre Santini são fundadores do CUCA. Foi com o o suor dessa galera que a rede permanente de cultura estudantil saiu do zero, em 2001, durante a 2ª Bienal.

“A gente queria fazer muito melhor do que tinha sido. Hoje, aqui na nona edição, vejo que nada foi em vão. Ter artistas que pensem o Brasil é uma necessidade nacional. Se não há no movimento estudantil um grupo de jovens que pensem cultura, não tem revolução de pensamento. Somos de gerações diferentes, não tínhamos internet, mas o tempo de pensar e criar dentro dos nossos corações continua o mesmo”, disse a atriz Ana Petta.

As histórias antigas renderam pano pra manga e motivaram boas risadas. Houve também um momento para discutir o futuro do movimento cultural universitário, principalmente diante da expectativa diante da nova gestão de Juca Ferreira no MinC. “Temos um compromisso de colocar a cultura na centralidade de um projeto de desenvolvimento para o Brasil. O CUCA é muito importante para articular esse espaço”, disse Alexandre Santini.

Após a roda de conversa, os fundadores do CUCA foram homenageados com pequenas estátuas de artistas contemporâneos. Vic Barros, presidenta da UNE, participou da saudação com um discurso emocionante: “A UNE é uma grande expressão do amor que a juventude tem pelo Brasil. É através da cultura que conseguimos passar um recado mais leve sobre a união e coragem, marcas tão presentes no movimento estudantil brasileiro. Que venham os novos cuqueiros para inundar nossa entidade”, conclamou Vic.

Encontro de gerações discute o passado e futuro do CUCA, o Circuito Universitário de Cultura e Arte da UNE

Relembrar o passado para construir o futuro: espaco da Travessa Antares, na Fundição, foi cenario de discussões sobre o CUCA da UNE

OUtras B i Ena is nEsta B i EnaL

os pioneiros do CUCA: da esq. para a dir: Alexandre santini, Tiago Alves, Luís Parras, Ana Petta e Ernesto Valença