9ª bienal - jornal tupinikim #4

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INFORMATIVO OFICIAL DA 9ª BIENAL DA UNE 4 DE FEVEREIRO DE 2015 QUARTA-FEIRA – RIO DE JANEIRO, LAPA FUNDIÇÃO PROGRESSO WWW.BIENALDAUNE.ORG.BR Fotos: Vitor Vogel NOS TRILHOS DA ARTE TERCEIRO DIA DA BIENAL DESTACA PRODUÇÃO CULTURAL ESTUDANTIL

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Jornal diário publicado durante a 9ª Bienal da União Nacional dos Estudantes, realizada de 1ª a 6 de fevereiro de 2015, no Rio de Janeiro.

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InformatIvo ofIcIal da 9ª BIenal da Une

4 de fevereIro de 2015QUarta-feIra – rIo de JaneIro, lapa

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Feira de Gastronomia e de LivrosNo primeiro andar da Fundição Progresso, no espaço carinho-samente chamado de Praça Amoreiras (uma homenagem a João Ubaldo Ribeiro), a 9ª Bienal da UNE realiza a sua feira de gastronomia e livros com pratos típicos de vários países e editoras convidadas. Lá, tem comida italiana, japonesa, árabe e de outros nações que fazem parte da culinária brasileira. O sucesso tem sido a feijoada, o yakisoba e o famoso suco verde. Já entre as editoras convidadas estão a Boitempo, Record, Casa Amarela e Multifoco.

BienaL do esporteTá rolando na Praça dos Arcos da Lapa o Festival universitário de esporte. Para quem trouxe o skate na mala, a dica é dar uma pas-sada por lá, onde também foi montada uma quadra de basquete e estruturas para a prática do slackline e de tecido circense.

artes visuaisEm cima da biblioteca que está no segundo andar da Fundição Progresso, uma galeria de artes foi montada para receber a mostra de Artes Visuais da 9ª Bienal, com as obras seleciona-das dos artistas universitários. Passe lá e dê uma conferida.

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eQUipe 9a Bienal da UneCoordenadora-geral: Patrícia MatosCoord. Projetos de Extensão: Bia MirandaCoord. de Audiovisual: Rodrigo MorelatoCoord. de Artes Cênicas: Kadu LimaCoord. de Música: Evandro MachadoCoord. de Literatura: Nínive AquinoCoord. de C&T: Phillipe PessoaCoord. de Artes Visuais: Bruno Bou

O “TUPINIKIM” é uma publicação da União Nacional dos EstudantesPresidenta da UNE: Virgínia BarrosDir. Comunicação da UNE: Thiago José

Jornalista responsável: Rafael Minoro (CR)Equipe: Artênius Daniel, Cristiane Tada, Larissa Scarpelli, Patricia Blumberg, Renata Bars, Tatiana Rodrigues, Thiago Guimarães e Yuri SalvadorFotografia: Vitor Vogel - FotografiaFotógrafos: Vitor Vogel, Juliana Pimenta e AF RodriguesProjeto gráfico: Fields Comunicação – fieldscomunicacao.com.brEndereço: Rua Vergueiro, nº 2485, bairro Vila Mariana, São Paulo/SP – Cep: 04101-200Telefone: +55 11 5539.2342

Fale com a UNE: [email protected] com a comunicação da UNE: [email protected] com a assessoria de imprensa da UNE: [email protected]

facebook.com/uneoficialtwitter.com/uneoficialyoutube.com/uneoficialinstagram: @uneoficialflickr.com/_une

cultura e movimento estudantil estão ligados desde os primórdios da UNE, na primeira década do século 20. Em 1937, a criação do Teatro do Estudante do Brasil, no Rio de Janeiro, promoveu a arte e o conhecimento para além das salas de aula. Esse mesmo espírito gerou o Centro Popular de Cultura (CPC da UNE) na década de 1960 e, mais recentemente, as Bienais da entidade e o Circuito Universitário de Cultura e Arte (CUCA).

Sempre foi um desafio, contudo, garantir o acesso da classe estudantil aos bens culturais. A meia-entrada dos estudantes em eventos culturais é uma reivindicação das entidades desde a década de 1960. A mobilização, porém, foi interrompida pela ditadura militar e pela perseguição à UNE. Nas décadas de 1980 e 1990, leis municipais e estaduais começaram a recuperar esse direito, mas o cenário tornou-se mais difícil com a promulgação, no governo FHC, da Medida Provisória 2208/2001.

A medida foi uma reação dos setores conservadores ao enfrentamento do mo-vimento estudantil contra as políticas neoliberais. A partir disso, a identidade estudantil se perdeu com a infinidade de falsificações que essa desregula-mentação proporcionou. Assim a meia-entrada virou uma regra para todos, tanto para aqueles que apresentavam sua carteirinha como também para clientes de bancos, para quem doasse um quilo de alimento ou simplesmente apresentasse o panfleto do evento.

Na prática havia uma “lei para inglês ver”, pois quem paga a meia-entrada, na verdade, paga a inteira. E quem paga a inteira está, na realidade, pagando o dobro. Pesquisa recente revelou que, dentro da realidade brasileira, de cada dez jovens, cinco nunca foram ao cinema, sete nunca pisaram num teatro. A grande participação na Bienal - que reúne mais de 10 mil estudantes, sendo 3.000 co-tistas, estudantes do Prouni e Fies - mostra que essa realidade não ocorre por conta do desinteresse dos estudantes, mas sim porque o alto preço da bilhete-ria, mesmo com a falsa “meia”, torna-se insustentável para a juventude.

O cenário mudou com a importante vitória na aprovação da lei 12933/2013, que pela primeira vez regularizou o direito à meia entrada em todo o território nacio-nal, garantindo piso mínimo de 40% de ingressos. A lei surgiu da luta do movi-mento estudantil e representa a vitória de todas as entidades.

Com a nova lei, será possível organizar a meia-entrada em todo o país, resga-tando esse direito para todos os estudantes. É um sistema que promove, de fato, o direito à meia. A lei também acaba com a emissão indiscriminada de falsas carteiras de falsos estudantes e valoriza o verdadeiro movimento estudantil e suas lutas nas entidades estaduais, DCEs, CAs e DAs das universidades.

A conquista da meia-entrada integra o conjunto de lutas recentes da juventude brasileira, assim como o direito à educação, ao transporte e à saúde. O acesso à cultura é fundamental ao empoderamento dos estudantes e sua formação crí-tica, plural e cidadã. As vozes do brasil são as vozes dos que sonham, lutam e não desistem de seus direitos. A meia-entrada é um deles.

Bruno CorrêaTesoureiroUnião Nacional dos Estudantes

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- a democratização dos meios de comunicação no Brasil é pauta antiga, mas ainda não motivou grande mobilização no país. por que?

cYnara: É um tema difícil, ainda mais agora com um presidente da Câ-mara inimigo desse projeto. Devemos fazer ações parale-las, fortalecer uma mídia de esquerda, que ainda não existe no Brasil.

nassiF: A mídia teve certa legitimi-dade na redemo-cratização do país, mas a partir de 2005 ela passa a usar a intolerância como arma de chanta-gem e a favor de um grupo da sociedade e do poder financeiro. É preciso entender essa transição.

como está o termômetro da internet brasileira hoje, conservadora ou mais progressista?

cYnara: Sempre gosto de provocar os reaças. Outro dia postei que o lado irônico das redes sociais criadas pelo capitalismo é a sua grande utilidade para combater o ca-

deMoCratiZar as VoZes da Midia

pitalismo. É um espaço a ser ocupado constantemente.nassiF: A internet é um recorte da sociedade hoje, com virtudes e defeitos. Porém, entre os grandes perfis da rede estão os grupos da grande mídia. Há uma transfe-

rência de poder nas TVs e jornais para a internet e a pauta deles é incitar. Há uma radicalização de lado a lado sem mediação.

Qual deveria ser a relação do estado brasileiro com a chamada grande mídia?

cYnara: Deveria haver uma relação mais ampla com todos os veículos de comunicação. Seria importante

rever a publicidade concentrada nos grandes grupos.

nassiF: O governo não pode ser refém desses veícu-los. Há que se olhar melhor para a internet, porque lá estão outros formadores de opinião, indivíduos que multiplicam informações de forma mais crítica. Do outro lado estão órgãos de imprensa que atacam insti-tuições e pessoas.

uma conversa com jornalistas que ecoam suas mensagens para além da grande imprensa nacional

Os jornalistas Luiz Nassif (LN Online) e Cynara Menezes (Socialista Morena) são alguns dos nomes mais seguidos na internet brasileira. Eles passaram pela Bienal da UNE nesta terça (3) para debater a atuali-dade das vozes nos meios de comunicação do país e bateram uma bola com o tupiniKiM. Confira:

Fotos: Juliana Pimenta

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O chamado Lado C da Bienal da UNE leva os estudantes para conhecer um pouco mais da cultura e da história das sedes do festival.

Sucesso de inscrições nesta Bienal, o programa apresenta os estudantes a iniciativas que, com arte e cultura, fazem a diferença em suas comunidades.

Nesta terça (3) foi dia de acordar cedo e tomar ônibus rumo a diferentes locais do Rio de Janeiro.

Zirlene Lemos, 32 anos, aluna de relações públicas da UFMG, optou por conhecer projetos na favela da Maré, como o observatório de Favelas. “É minha quarta Bienal e o Lado C é meu momento favorito. Acabamos conhecendo partes das cidades que não entram no roteiro dos simples turistas.”

O pessoal também se dividiu entre teatro popular na cidade de deus, roda de jongo e bate-papo no Morro da Serrinha e Madureira e passeio pelos morros da Providência e Conceição, opção de Felipe Rodrigues, 19 anos, da geografia da UFRRJ.

“Integro um grupo de pesquisa que estuda uma ocupação feita no morro. Também é importante por tirar esse estigma de marginalização das favelas”. Quinta-feira (5) tem mais!

bienal deixa a lapa e se aventura por projetos culturais do rio de Janeiro

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Foto: AF Rodrigues

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estudantada escuta Jorge barbosa, um dos fundadores do observatório de Favelas, na Maré

pessoal do lado c em visita à cidade de deus, onde conheceram o trabalho do grupo os arteiros.

iMaGens do poVo para o poVo

Filho do complexo de favelas da Maré, Adriano Ro-drigues, 36 anos, registrou a visita dos estudantes da Bienal aos projetos de sua comunidade. AF Rodrigues, como é conhecido, integra o Imagens do Povo, centro de formação e inserção de fotógrafos populares no mercado de trabalho.

O Imagens do Povo foi criado dentro do Observatório de Favelas, organização de produção de conhecimento e estratégias para superação de desigualdades sociais. A mostra selecionada de Artes Visuais da 9ª Bienal contempla um painel da produção do Imagens do Povo.

“Queremos quebrar esse paradigma de beleza imposto de cima para baixo. Por que não mostrar a beleza do trabalhador, por exemplo?”, questiona Rodrigues.

a CUltUra QUe FaZ aConteCer

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Festival abre portas para o maior panorama da produção cultural estudantil de todas as regiões do brasil

Homenageado na bienal e pioneiro na divulgação científica, ildeu de castro Moreira faz discurso emocionado

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Bienal: VoCe teM FoMe de QUe?

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A 9ª Bienal da UNE mostra a que veio: apresentar o mais diverso panorama da produção cultural dos estudantes do Brasil. Com um recorde de trabalhos inscritos (1.559), o festival abrange a expressão de todos os Estados, rumo ao reconhecimento da dimensão cultural da educação. Veja um pouco do que rolou nesta terça (3) pelos corredores da Fundição Progresso:

deGrau ou JoGraL?As escadas da Fundição Progresso

surpreendem com frases, ideias, crônicas, poesia e contos dos 20 estudantes escolhidos

para a mostra de literatura. Já reparou?

som na caixaJacó Macaco agitou a mostra selecionada de música. Quatro bandas se apresentaram no Largo Taparaó. Quinta-feira (5) tem mais!

peLe pÉtaLaA estudante da UnB Clara Maria Matos foi uma das selecionadas para apresentar seu trabalho na 9ª Bienal da UNE. “Pele Pétala” é o nome da performance que mescla flores, leite e pele, apresentada nesta terça (2).

A mostra de Ciência e Tecnologia da 9ª Bienal da UNE prestou reverência a um dos maiores nomes da divulgação científica nacional, o físico e professor Ildeu de Castro Moreira. Ele foi lembrado pelo seu esforço em popularizar a ciência no Brasil.

“Seu engajamento social, inquietude e vontade de transformação são importantíssimas para o avanço da ciência e tecnologia no país’’, pontuou a presidenta da ANPG, Tamara Naiz.

Ildeu foi presenteado com a leitura de um cordel inspirado em sua carreira e também com a apresentação de um ator caracterizado como Albert Einstein.

“Fico orgulhoso em ser lembrado aqui na Bienal da UNE, um espaço que integra arte, cultura e ciência. Saio daqui com vontade de fazer cada vez mais’’, afirmou.

Foto: Vitor Vogel

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A carioca Ana Luiza Rodrigues, 18 anos, cursa química no Instituto Federal do Rio de Janeiro e é fã do autor português José saramago. “Saramago é um mestre, seu modo de escrita é muito original. Não há nada que eu goste mais de ler.”

Frequentando a biblioteca da Bie-nal, ela mostra um de seus títulos preferidos: “História do Cerco de Lisboa”, de 1989. Conheça a biblio-teca da Bienal!

Estudante de ciências sociais da Unioeste (PR), Wesller do Nascimento, de 22 anos, está curtindo sua primeira Bienal. “Esse evento é uma forma de resistência da juventude. Aqui podemos mostrar que não somos só o futuro, mas que sabemos construir o presente.”

Vai com tudo, Wesller!

Edson de Santana, 27 anos, cursa segurança pública na UFF e se diz orgulhoso por receber o evento em sua cidade natal. “A Bienal no Rio nos faz pensar a cultura brasileira pelas identidades marginalizadas, como as de matriz africana e indígena. Vozes do Brasil também é dar voz a essas identidades.”

É isso aí, edson!

Ives Lima, 37 anos, cursa psicologia da FMU, em Sampa, e coordena a estrutura da comunicação da Bienal. “Trabalhamos numa realidade dinâmica com demandas urgentes. Esse corre-corre proporciona interação com o Rio e sua região central, ponto de encontro de culturas e alegrias na noite carioca”.

corre, ives, corre!

QUeM e QUeM?

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Rolou um momento muito legal no show da Pitty, na noite de segunda (2). Os amigos do Victor (de costas e camisa vermelha), aluno de geografia da UFRJ, deram uma força para a secundarista Letícia, 17, que é cadeirante, curtir o show de um ângulo especial. Com 82kg e 1,83m, Victor e os amigos deram conta do recado. “Achei muito lindo”, disse Deise, mãe da estudante.

cadeira cativa soLidária voando peLa BienaLQuem acompanha a Bienal nas redes já sacou umas imagens do alto que arrepiam e mostram toda a dimensão do festival. O piloto do drone do festival, que pode subir até 1 km, é o videomaker Victor de la Rosa, 23 anos, recém-formado em Imagem e Som pela UFSCar (SP). O aparelho tem controle por vídeo, quase como um Game Boy, e volta sozinho ao ponto de partida quando algo dá errado. Tudo pelos registros históricos da Bienal das Bienais!

Foto: Vitor Vogel

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Midia ninJa: inForMaCao eM aCao na Bienal

Os NINJAS são uma rede de comunicadores que produzem e distribuem informação em ação. Apostam na lógica colaborativa de criação e compartilhamento de conteúdo, característica da sociedade em rede, para realizar reportagens, documentários e investigações.

A pauta dos NINJAS está onde a luta social e a articulação das transformações culturais, políticas,

econômicas e ambientais se expressam. O grupo trabalha em parceria com a TV UNE (www.tvune.org.br) na 9ª Bienal.

São muitos porque neste novo tempo da informação, de redes conectadas às ruas, somos todos cidadãos multimídia, em busca de autonomia narrativa. Somos todos NINJA! Confira amostras do trabalho dos NINJAS no festival.

pitty pelas lentes ninJa o QG da galera na bienal

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FaCeBook

twitter

Yann Evanovick, ex-presidente da UBES, faz selfie com Bruno Correia e Patrique Lima

#BienaldaUNE

selFie do dia

Lucia Helena Ramos

Nós e Drummond... #BIENALDAUNE #BALALAICA

Kellyn Karoline

Poesia na escadaria. #BIENALDAUNE

Fábio Acm Morais

Fórum de Cultura do Rio de Janeiro rolando na Arena da #BIENALDAUNE #CULTURA #RIODEJANEIRO #UNE

Dilma Bolada @dilmabrGente, a Bienal da @UNEoficial está maravilhosa! Recomendo! Bjs#BienaldaUne

mateus.v @hsemmateusamor + respeito = arte na praça#bienaldaune #vozesdobrasil #Rio

instaGraM

psicoskull#BIENALDAUNE

toricavalcanteA UNE somos nós! #BIENALDAUNE

rafahhpontesDança afro em homenagem a Iemanjá, muito linda! #BIENALDAUNE #ATIVIDADECULTURAL

amigosss parçassss

#BienaldaUNE

Pedro Rocha @pedrinho_65Então, ta rolando a Bienal! Chega mais! #une #9bienal #vemquetem #lapa