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ORGANIZAÇÃO DE SERVIÇOS DE MEDICINA DO TRABALHO NAS EMPRESAS

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Saúde do trabalho

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  • ORGANIZAO DE SERVIOS DE MEDICINA DO TRABALHO NAS

    EMPRESAS

  • 1 edio 19892 edio 2013

  • VICENTE PEDRO MARANO

    Mdico do trabalho Especialista pela AMB/ANAMTMembro da International Commission on Occupational Health

    Professor Assistente Colaborador da Disciplina de MedicinaOcupacional da Faculdade de Cincias Mdicas de Santos

    Ex-Conselheiro Regional em Segurana e Higiene do Trabalho para asAmricas da Organizao Internacional do Trabalho, OIT/CRSHT

    Ex-Diretor do Centro Latino-Americano deSegurana, Higiene e Medicina do Trabalho, OIT/CLASET

    Ex-Mdico Chefe da Diviso de Medicina do Trabalho da Mercedes Benz do Brasil

    ORGANIZAO DE SERVIOS DE MEDICINA DO TRABALHO NAS

    EMPRESAS

    2 edio

  • EDITORA LTDA.

    R

    ndice para catlogo sistemtico:

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

    Todos os direitos reservados

    Marano, Vicente PedroOrganizao de servios de medicina do trabalho

    nas empresas / Vicente Pedro Marano. 2. ed. So Paulo :LTr, 2013.

    Bibliografia1. Medicina do trabalho 2. Servios de sade -

    Administrao 3. Servios mdicos nas empresasI. Ttulo.

    13-02499 CDD-616.9803

    Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-001So Paulo, SP BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.brProduo Grfica e Editorao Eletrnica: RLUXProjeto de capa: FBIO GIGLIOImpresso: IMAGEM DIGITALAbril, 2013

    1. Medicina do trabalho 616.98032. Servios de medicina ocupacional 616.9803

    Verso impressa - LTr 4705.2 - ISBN 978-85-361-2487-2

    Verso digital - LTr 7547.9 - ISBN 978-85-361-2525-1

  • Agradecimentos

    Ao Professor Dr. Oswaldo Paulino,

    Professor Titular da Disciplina de Sade Ocupacional da

    Faculdade de Cincias Mdicas de Santos,

    a quem dedicamos este livro.

    Ao meu filho Reinaldo,

    pela eficiente colaborao

    na confeco dos modelos de croquis e formulrios.

  • 7Prefcio

    Este livro especialmente destinado aos profissionais mdicos que se dedicam prtica da Medicina Ocupacional, e que muitas vezes so convocados para organiz-la nas empresas. Da mesma forma, este livro pretende, antes de tudo, ser um manual prtico e no somente proporcionar conhecimentos tericos aos iniciantes nos cursos de Especializao para Mdicos do Trabalho e aos estudantes de Medicina que passam a ter os primeiros contatos com a Medicina Ocupacional.

    Convm assinalar que o xito dos programas de Medicina Ocupacional que se pretende desenvolver no interior de uma empresa depende muito da estrutura organizativa do Servio de Medicina do Trabalho de tal empresa. Uma precria estrutura tcnico-administrativa do Servio de Medicina do Trabalho impede ou leva ao total fracasso de qualquer de suas inmeras atribuies.

    Por isso, sem ter a inteno de fixar parmetros ou normas, pragmticas, o autor procura expor, com sistemtica e clareza, todos aqueles aspectos bsicos que considera importantes, para permitir racional organizao de Servios de Medicina do trabalho nas empresas.

    Nestas condies, o autor apresenta inicialmente, em algumas pginas, as mltiplas facetas que devem ser conhecidas e que nortearo o Mdico do Trabalho, permitindo o seu planejamento na organizao do Servio de Medicina do Trabalho no interior de uma empresa.

    Nos captulos posteriores so apresentados vrios exemplos e modelos de formulrios que podero servir de orientao para a organizao, para a escolha da planta fsica e para a aquisio dos equipamentos necessrios ao funcionamento do Servio de Medicina Ocupacional.

    Do mesmo modo transcrevemos tambm, como aditamento ao presente livro, as normas internacionais da Organizao Internacional do trabalho OIT relacionadas ao tema, e que regem e inspiram os pases do mundo cujos governos se dispem a proteger a sade de seus trabalhadores.

  • 8No adendo Diversos, o autor inclui o Cdigo de Conduta para o Mdico do Trabalho, recm aprovado e adotado pela Associao Nacional de Medicina do Trabalho ANAMT, bem como a relao dos Convnios e das Recomendaes da Organizao Internacional do Trabalho relativos a Segurana, Higiene e Medicina do trabalho.

    Finalmente, este livro no teria sido editado sem o apoio da LTr Editora, a qual agradecemos, e a dedicao e os esforos de todo seu pessoal tcnico, ao qual rendemos nossas homenagens.

    O autor

  • 9SUMRIOCaptulo 1

    Consideraes Gerais .....................................................................................131. Servios Mdicos nas Empresas Antecedentes .........................................13

    2. Situao do Servio de Medicina do Trabalho no organograma da Empresa ................................................................................................. 16

    3. Subordinao do Servio de Medicina do Trabalho na Empresa ................ 16

    4. Chefia do Servio de Medicina do Trabalho ............................................... 17

    5. Identificao e entrosamentos do Servio de Medicina do Trabalho junto aos diferentes setores da Empresa .....................................................18

    Captulo 2Instalao do Servio de Medicina do Trabalho ...........................................211. Planta Fsica ................................................................................................21

    2. Organizao e elaborao de normas ..........................................................23

    3. Elaborao de rotinas .................................................................................23

    4. Elaborao de Banco de Dados ...................................................................24

    5. Previso de pessoal mdico, paramdico e administrativo ..........................25

    6. Elaborao e confeco de formulrios .......................................................26

    7. Organizao de Arquivo Mdico .................................................................27

    7.1. Estabelecimento de fluxos ....................................................................28

    7.2. Assessoria e auditoria ...........................................................................29

    7.3. Clculo dos custos e da rentabilidade do Servio de Medicina do Trabalho ..........................................................29

    8. Equipamentos .............................................................................................29

    8.1. Moveis ..................................................................................................30

    8.2. Instrumental .........................................................................................33

    8.3. Medicamentos (injetveis e orais) .........................................................37

    8.4. Equipamentos auxiliares ........................................................................39

    Captulo 3Modelos de Formulrios ................................................................................461. Nutrio e Diettica ....................................................................................46

    2. Ficha auxiliar de controle mdico ................................................................ 47

    3. Controle de atendimentos odontolgicos ................................................... 48

  • 10

    4. Pronturio Clnico Individual (PCI) ............................................................... 49

    4a. Ficha auxiliar de controle mdico ................................................................ 50

    5. Comunicao para exame mdico peridico ............................................... 52

    6. Comunicao interna ..................................................................................53

    7. Controle do absentesmo ............................................................................ 54

    8. Controle do absentesmo (2o modelo) .......................................................... 55

    9. Ficha de oftalmologia .................................................................................. 56

    10. Registro de Exame Fsico ............................................................................57

    11. Ficha para Exame Mdico Admissional (EMA) ............................................58

    11a. Ficha Mdica Admissional EMA (2 modelo) ........................................62

    12. Ficha para Exame Mdico Peridico (EMP) .................................................63

    13. Relatrio mdico .......................................................................................65

    14. Boletim dirio dos atendimentos mdicos e de enfermagem .................... 67

    15. Servio do Censo Torcico .........................................................................68

    16. Controle mdico de pessoal exposto ao chumbo ...................................... 70

    17. Controle mdico de pessoal exposto ao benzeno ...................................... 72

    18. Controle mdico de pessoal exposto por arsnico .....................................73

    19. Controle mdico de pessoal exposto ao cdmio ........................................74

    20. Controle mdico de pessoal exposto ao mercrio .....................................75

    21. Registro de acidente do trabalho ..............................................................76

    22. Registro de acidente do trabalho (2 modelo) .......................................... 77

    23. Parecer sobre acidentes .............................................................................78

    24. Solicitao de exames subsidirios radiolgicos e endoscpicos ................79

    25. Solicitao de exames laboratoriais e Termo de Autorizao para o HIV ....80

    26. Ficha para encaminhamentos para exames clnicos especficos .................81

    27. Pedido de exames .....................................................................................83

    28. Controle de afastamentos .........................................................................84

    29. Controle para Exames Mdicos Peridicos .................................................85

    30. Pronturio clnico individual de otorrinolaringologia ..................................86

    31. Registro dirio das atividades de enfermagem ..........................................87

    32. Controle mdico de pessoal do setor de alimentao e afins ....................88

    33. Modelo oficial do formulrio para preenchimento do PPP .........................89

    34. Controle do presentesmo .........................................................................90

    35. Caractersticas e sintomas principais de alguns tipos de intoxicao alimentar segundo o perodo de incubao ..............................................91

  • 11

    36. Encaminhamento para a Diviso de Percias Mdicas do INSS ...................92

    37. Comunicao para o uso obrigatrio de equipamentos de proteo individual ou para servios compatveis .....................................................93

    38. Exame de admisso/classificao para exame mdico se sade ................94

    39. Modelo de atestado de sade e capacidade funcional ..............................95

    40. Comunicao para aproveitamento de mo de obra em casos de acidentes de trabalho ..................................................................96

    41. Comunicao de acidentes do trabalho (CAT) ...........................................97

    42. Parecer das causas dos acidentes ..............................................................98

    43. Ficha de exame peridico de sade ...........................................................99

    44. Frmula para o clculo da rentabilidade mensal de Medicina do Trabalho .............................................................................100

    45. Frmula para o clculo do custo mensal da Medicina Assistencial ...........102

    46. Relatrio de inspees e levantamento dos centros de custo Roteiro ....................................................................................................103

    47. Modelo de planta fsica para um servio mdico para empresa de grande porte ...........................................................................................108

    48. Modelo de planta fsica para um servio mdico para empresa de mdio porte ............................................................................................109

    49. Modelo de planta fsica para um servio mdico para empresa de pequeno porte ou para ambulatrio regional ..........................................110

    50. Modelo de planta fsica para creche ........................................................111

    51. Mdulos para instalao de ambulatrio regional ou para frente de trabalho .............................................................................................113

    52. Modelo de ambulatrio mdico Sistema de mdulos removveis .........114

    53. Modelo de ficha para controle dos acidentes do trabalho por dia, hora, dia da semana e da regio do corpo afetada ................................115

    54. Frmulas para clculos estatsticos em Medicina do Trabalho (coeficientes ndices e Taxas) ...............................................................116

    55. Frmula para clculo do custo mensal dos acidentes do trabalho com afastamento e por regio do corpo afetada ....................................119

    56. Clculo do custo mensal dos acidentes do trabalho sem afastamento ....120

    Captulo 4Servio de Medicina do Trabalho ................................................................ 121

    1. Normas Internacionais referentes Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho (Organizao Internacional do Trabalho OIT) Recomendaes .......................................................................................121

  • 12

    2. Recomendaes n. 112 da OIT Servios de Medicina do Trabalho nos locais de trabalho ...............................................................................123

    3. Convnio n. 161 da OIT Sobre os Servios de Sade do Trabalho ....... 124

    4. Recomendao n. 171 da OIT Sobre Servios de Sade do Trabalho ...................................................................................................133

    5. Cdigo de Conduta para Mdicos do Trabalho .........................................141

    6. Normas Internacionais referentes Segurana, Higiene e Medicina do Trabalho (Organizao Internacional do Trabalho OIT) Convnios .................................................................................................142

    7. Portaria n. 12 do Ministrio do Trabalho, de 06/06/1983, que modifica a Portaria n. 3214 de junho de 1978 ........................................................144

    8. Sistema de Gesto em Medicina do Trabalho ...........................................147

    Captulo 5Atribuies do servio de medicina do trabalho nas empresas ................ 149

    Referncias Bibliogrficas ......................................................................... 151

  • 13

    Captulo 1Consideraes Gerais

    1. Servios Mdicos nas Empresas Antecedentes

    Em 1959, a Organizao Internacional do Trabalho OIT adota a Reco-mendao n. 112 relativa aos Servios Mdicos nas Empresas que constitui como fonte inspiradora para que os Pases-membros (1956) pudessem aplicar medidas, inclusive legais, para institurem a obrigatoriedade da manuteno de Servios Mdicos no interior das empresas. Constitui-se assim o primeiro documento internacional que descreve de modo concreto os princpios e as condies de atividades de um importante setor da Medicina Social (anexo 1).

    Mais recentemente (1985), a OIT adota uma nova norma internacional, o Convnio n. 161 e a correspondente Recomendao n. 171 (anexos 2 e 2a) relativa aos Servios de Sade no Trabalho que vem substituir a anterior Recomendao n. 112 (1959). Por seu intermdio, os Servios de Medicina do Trabalho passaram a denominar-se Servios de Sade no Trabalho SST onde se substitui a expresso Mdico do Trabalho por Pessoal dos Servios de Sade no Trabalho. Deixa-se claro, portanto, que o atual conceito de segurana e higiene do trabalho deve ser compreendido como uma atividade multiprofissional na qual a Medicina do Trabalho apenas um personagem nesse elenco de profissionais.

    No obstante a Recomendao n. 112 da OIT no exigir de seus Estados- -membros que tal norma se integrasse na sua correspondente legislao, vrios pases (29) a adotaram, inclusive transformando-a em lei. Desta maneira e, a partir desta poca, tais Servios Mdicos comearam a ser implantados e a atuar no interior dos lugares de trabalho, apesar de o Comit Mixto OIT/OMS, nove anos antes (1950), ter emitido o conceito de Medicina do Trabalho tendo por base a definio de Sade Ocupacional, ou seja, manter e promover no mais alto grau de bem-estar fsico, psquico e social dos trabalhadores em todas as profisses e, ao mesmo tempo, enumera suas distintas funes que, em resumo, procura adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao trabalho.

    , pois, a especialidade mdica dirigida fundamentalmente para o trabalhador em seu local de trabalho.

  • 14

    Por sua vez, a American Board of Preventive Medicine define a Medicina do Trabalho como um campo especializado da Medicina relacionado com:

    a) a avaliao, manuteno, recuperao e melhoria da sade do trabalhador, mediante aplicao de princpios da Medicina Preven-tiva, cuidados mdicos de emergncia, reabilitao e medicina ambiental;

    b) a produo de uma produtiva e satisfatria integrao do trabalho com seu trabalho por meio da aplicao de princpios do comportamento humano;

    c) a ativa apreciao das necessidades e responsabilidades sociais, econ- micas e administrativas do trabalhador e da comunidade trabalhadora.

    Segundo informaes da Comisso de Expertos em aplicao de Convnios e Recomendaes da OIT publicado em 1970, os Servios de Medicina do Trabalho se estabeleceram em muitos pases, conforme os diversos mtodos preconizados pela Recomendao n. 112 (1959), isto , mediante leis, acordos coletivos ou qualquer outra via aprovada por autoridades competentes aps prvia consulta s organizaes de empregadores e de trabalhadores. Em outros pases, os Servios de Medicina do Trabalho se estabeleceram atendendo a mtodos que no foram previstos de modo correto na referida Recomendao, porm, sobre uma base puramente voluntria, principalmente por parte dos empregadores. Por exemplo, na ndia, algumas grandes empresas e as associaes de empregadores de diferentes atividades industriais criaram voluntariamente Servios de Medicina do Trabalho.

    Em Singapura e Hong Kong, no h obrigao de organizar Servios de Medicina Ocupacional; entretanto, os governos estimulam os empregadores a organizarem tais servios. Nos pases socialistas da Europa Oriental, a proteo da sade dos trabalhadores est garantida pelo Estado e integrada na organizao da Sade Pblica (Bulgria, Hungria, Polnia, Checoslovquia, Romnia e URSS). No EEUU e vrios pases da Europa Ocidental (Inglaterra, Portugal, Espanha, Frana, Alemanha Ocidental, Itlia, Sucia, Sua), a Medicina do Trabalho est integrada estrutura da empresa. Na Amrica Latina, raros so os pases que contemplam a obrigatoriedade de Servios de Medicina do Trabalho (Brasil, Chile, Mxico, Peru). Em Cuba, a Medicina Ocupacional est integrada Sade Pblica conforme modelo dos pases da esfera socialista.

    No obstante a contestao de alguns, nasce a partir de 1959 um novo ramo da Medicina que passa a ter foro de especialidade.

    Na maioria dos pases em desenvolvimento, os Servios de Medicina do Trabalho esto atualmente, nas empresas, demasiadamente ocupados em atividades no campo da medicina assistencial, em prejuzo da medicina

  • 15

    preventiva, apangio da Medicina Ocupacional, e cuja funo no sentido estrito da Recomendao n. 112 fundamentalmente preventiva. Por outro lado, as condies precrias e a falta de pessoal devidamente qualificado, fazem com que a exigncia de uma orientao exclusivamente preventiva desses servios parea pouco realista. Sem dvida, no se deveria conceber o rigoroso conceito de que a Medicina do Trabalho seja essencialmente preventiva. Levando-se em conta as exigncias particulares inerentes aos distintos ramos de atividade econmica, a gama de atividades dos Servios de Medicina do Trabalho pode ter um alcance geral em alguns casos ou especficos em outros.

    Se a empresa est situada em uma regio onde no existem mdicos e nem servios de sade pblica organizados, o Servio Mdico da empresa deveria se ocupar de todas as questes relativas sade dos trabalhadores e de seus familiares (Egito, ndia, Ir e Sri Lanka). Por outra parte, o exerccio da Medicina do Trabalho nas pequenas empresas representa em quase todos os pases um dos problemas mais difceis de se resolver. A dificuldade re-side fundamentalmente no reduzido nmero de trabalhadores por unidade de produo, na extraordinria variedade das atividades e na disperso geogrfica dos estabelecimentos. Os servios mdicos interempresas que se ocupariam de um determinado nmero de pequenas empresas ou a contribuio de um servio mdico pertencente a uma grande empresa situada na vizinhana, poderiam garantir a proteo da sade desses trabalhadores.

    A tentativa atual da OMS/OPS em integrar a sade ocupacional na rede dos servios de sade, qui, poderia contribuir para dar cobertura queles trabalhadores das pequenas empresas, particularmente daqueles que se dedicam agricultura.

    No Brasil, a obrigatoriedade legal das empresas manterem Servios de Medicina do Trabalho data de 1974, por determinao da Portaria n. 3.237, de 17 de julho de 1972, do Ministrio do Trabalho e Previdncia Social. Posteriormente, a referida Portaria foi modificada por outra de n. 3.089, de abril de 1973 e, mais tarde, em janeiro de 1976, revogada e aperfeioada por uma nova portaria de n. 3.460.

    Nesta ltima, est previsto tambm o pessoal mdico e paramdico necessrio para a execuo das atribuies de tais servios, tendo por base a gradao de cada empresa em funo dos riscos apresentados e do nmero de empregados que mantm, cujo quadro apresentaremos mais adiante.

    A partir de dezembro de 1977, entra em vigor a Lei n. 6.514 que altera todo o Captulo V do Ttulo II da Consolidao das Leis do Trabalho CLT relativo Segurana e Higiene do Trabalho, agora intitulado Da Segurana e da Medicina do Trabalho.

  • 16

    A lei deferiu competncia ao Ministrio do Trabalho para regulamentar, mediante portarias, numerosos assuntos compreendidos naquele Captulo.

    Assim, no uso dessa atribuio, o Ministrio do Trabalho baixou a Portaria n. 3.214, em 8 de junho de 1978, estabelecendo as chamadas Normas Regulamentadoras NR, em nmero de 28. Em relao Medicina do Trabalho, a NR-4 dimensiona o Servio Especializado em Medicina do Trabalho, e a NR-7 e anexos que trata sobre os exames mdicos (exame mdico admissional, peridico de sade e de demisso)(1).

    2. Situao do Servio de Medicina do Trabalho no organograma da Empresa

    Antes de se decidir a instalao e organizao de um Servio de Medicina Ocupacional numa empresa, mister se faz que a alta direo dessa mesma empresa manifeste a real inteno de instituir, na estrutura empresarial de sua organizao, uma poltica de preveno, cujos mecanismos devero ser dinmicos e funcionantes para que possam alcanar os objetivos desejados, ou seja, proteger a sade de seus trabalhadores, e no manter tal estrutura par to somente cumprir determinao legal.

    Obtido esse compromisso, resta-nos conseguir os recursos que obvia-mente sero concedidos, j que a empresa se dispe e est decidida a organizar e manter a estrutura mdica desejada.

    3. Subordinao do Servio de Medicina do Trabalho na Empresa

    Decidida a implantao do Servio Especializado de Medicina do Trabalho deve-se, a priori, definir-se a sua subordinao hierrquica no contexto da estrutura organizativa da empresa. Preconiza-se como ideal a vinculao do Servio de Medicina do Trabalho diretamente Gerncia, melhor ainda Presidncia da empresa, dado que muitas decises devem ser de efeito imediato e que seriam facilitadas por essa subordinao. Entretanto, na prtica, observamos que na maioria dos casos se intermedializa entre essa esperada subordinao outros setores, tais como o de Recursos Humanos, de Pessoal ou mesmo de Benefcios.

    Em outros casos, o Servio de Medicina Ocupacional hierarquicamente se subordina Gerncia de Relaes Industriais e, s vezes, Gerncia da Engenharia de Manuteno.

    De qualquer forma, o servio de Medicina do Trabalho dever ter acesso rpido e sem entraves aos escales superiores decisrios da empresa.

    (1) Modificada e ampliada pela Portaria n. 12 do MTb, de 06.06.1983 (Anexo 3).