9 ano historia sociedade cidadania

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Anos finais do Ensino Fundamental Componente curricular: História 9 . º ano HISTÓRIA Alfredo Boulos Júnior Sociedade & Cidadania

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ISBN 978-85-20-00191-2

9.º

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Cidadania

Componente curricular: H

istória

Anos finais do Ensino FundamentalComponente curricular: História

9.ºano

HISTÓRIAAlfredo Boulos Júnior

S o c i e d a d e & C i d a d a n i a

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3.ª ediçãoSão Paulo, 2015

9 .ºanoHISTÓRIA

S o c i e d a d e & C i d a d a n i a

Anos finais do Ensino FundamentalComponente curricular: História

Alfredo Boulos JúniorDoutor em Educação (área de concentração:

História da Educação) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Mestre em Ciências (área de concentração: História Social) pela Universidade de São Paulo.

Lecionou na rede pública e particular e em cursinhos pré-vestibulares.

É autor de coleções paradidáticas.

Assessorou a Diretoria Técnica da Fundação para o Desenvolvimento da Educação – São Paulo.

Page 4: 9 ano historia sociedade cidadania

Copyright © Alfredo Boulos Júnior, 2015

Diretor editorial Lauri Cericato Gerente editorial Silvana Rossi Júlio Editora Natalia Taccetti Editores assistentes Nubia Andrade e Silva, Gabriel Careta Assessoria Priscila Manfrinati, Carolina Leite de Souza, Leonardo Klein, Thais Videira, Bruna Bazzoli Gerente de produção editorial Mariana Milani Coordenadora de produção Marcia Berne Coordenadora de arte Daniela Máximo Projeto gráfico Juliana Carvalho Capa Alexandre Santana de Paula Foto de capa Ron Nickel/Design Pics RF/Latinstock Editor de arte Fabiano dos Santos Mariano Diagramação Felipe Borba, Luana Alencar, Aparecida Pimentel Tratamento de imagens Eziquiel Racheti, Ana Isabela Pithan Maraschin Ilustrações e cartografia Mozart Couto, Manzi, Getúlio Delphim, Mario Pita, Rmatias, Alexandre Bueno, Allmaps, Renato Bassani, Studio Caparroz Coordenadora de preparação e revisão Lilian Semenichin Preparação Líder: Sônia Cervantes. Preparadoras: Claudia Anazawa, Fernanda

Rodrigues, Lucila Segóvia, Veridiana Maenaka Revisão Líder: Viviam Moreira. Revisores: Aline Araújo, Fernando Cardoso,

Lívia Perran, Rita Lopes Supervisora de iconografia Célia Rosa Iconografia Daniel Cymbalista, Graciela Naliati Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Boulos Júnior, AlfredoHistória sociedade & cidadania, 9o ano /Alfredo Boulos Júnior. — 3. ed. — São Paulo :FTD, 2015.

ISBN 978-85-20-00191-2 (aluno) ISBN 978-85-20-00192-9 (professor)

1. História (Ensino fundamental) I. Título.

15-04052 CDD-372.89

Índices para catálogo sistemático:1. História : Ensino fundamental 372.89

Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.Todos os direitos reservados à

Editora FTD S.A.Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo-SP

CEP 01326-010 – Tel. (11) 3598-6000Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

www.ftd.com.br E-mail: [email protected]

Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD S.A.CNPJ 61.186.490/0016-33

Avenida Antonio Bardella, 300Guarulhos-SP – CEP 07220-020

Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375

Em respeito ao meio ambiente, as folhasdeste livro foram produzidas com fibrasobtidas de árvores de florestas plantadas,com origem certificada.

Page 5: 9 ano historia sociedade cidadania

Caro aluno,

Quero lhe dizer algo que para mim é importante e por isso gostaria que você soubesse: para que este livro chegasse às suas mãos, foi necessário o trabalho e a dedicação de muitas pessoas: os profissionais do mundo do livro.

O autor é um deles. Sua tarefa é pesquisar e escrever o texto e as ativida-des, além de sugerir as imagens que ele gostaria que entrassem no livro. A essas páginas produzidas pelo autor damos o nome de originais.

O editor e seus assistentes leem e avaliam os originais. Em seguida, so-licitam ao autor que melhore ou corrija o que é preciso no texto. Por vezes, pedem que o autor refaça uma ou outra parte. Daí entram em cena outros trabalhadores do mundo do livro: os profissionais da Iconografia, da Arte, da Revisão e do Jurídico, entre outros.

Os profissionais da Iconografia pesquisam, selecionam, tratam e nego-ciam as imagens (fotografias, desenhos, gravuras, pinturas etc.) que serão aplicadas no livro. Algumas dessas imagens são os mapas, feitos por espe-cialistas (os cartógrafos), e desenhos baseados em pesquisas históricas, feitos por profissionais denominados ilustradores.

Os profissionais da Arte criam um projeto gráfico (planejamento visual da obra), preparam e tratam as imagens e diagramam o livro, isto é, dis-tribuem textos e imagens pelas páginas para que a leitura se torne mais compreensível e agradável.

Os profissionais da Preparação e Revisão corrigem palavras e frases, ajustam e padronizam o texto.

A equipe do Jurídico solicita a autorização legal para o uso de textos de outros autores e das imagens que irão compor o livro.

Todo esse trabalho é acompanhado pela Gerência Editorial. Em seguida, esse material todo, que é um arquivo digital, segue para a

gráfica, onde é transformado em livro por técnicos especializados do setor Gráfico. Depois de pronto, o livro chega às mãos da equipe de Divulgação, que o apresenta aos professores, personagens que dão vida ao livro, objeto ao mesmo tempo material e cultural.

Meu muito obrigado do fundo do coração a todos esses profissionais, sem os quais esta Coleção não existiria! E obrigado também a você, leitor.

O autor

APRESENTAÇÃO

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COMO ESTÁ ORGANIZADO SEU LIVRO?

PARA REFLETIRUma seção que traz textos estimulantes sobre os conteúdos estudados e propõe a discussão sobre esses temas.

DIALOGANDO...Desafios propostos ao longo do texto para discutir imagens, gráficos, tabelas e textos.

Para refletirDebatendo a privatização

A favor das privatizações

1. O dinheiro obtido com a venda das estatais seria usado para diminuir a dívida pública, que é paga por todos os cidadãos por meio dos impostos.

2. Nas empresas estatais os partidos políticos é que indicam os diretores, gerando corrupção e troca de favores.

3. A função do Estado não é administrar siderúrgicas, ferrovias e empresas de avia-ção, mas cuidar de educação, saúde e segurança pública.

4. Nas mãos da iniciativa privada, as empresas se tornariam mais eficientes e con-seguiriam oferecer à população bens e serviços de melhor qualidade.

Contra as privatizações1. O dinheiro das privatizações não

serviu para diminuir a dívida pública. Durante o governo FHC a dívida pública aumentou.

2. Com as privatizações, as tarifas dos serviços públicos (água, luz etc.) au-mentaram, prejudicando o consumidor.

3. A venda das estatais liquida parte preciosa do patrimônio brasileiro, provoca a desnacionalização da econo-mia e perda de soberania.

4. Com a privatização de empresas estratégicas, serviços como os de telefonia e de fornecimento de energia pioraram e ficaram mais caros.

Leilão de privatização da Vale do Rio Doce, em 24 de maio de 1997.

Manifestação popular na cidade do Rio de Janeiro contra a venda da Companhia Vale do Rio Doce, em 6 de maio de 1997.

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Dialogando...Conversem com os mais velhos sobre privatização de serviços em áreas como as de telefonia e energia elétrica e respondam:

a) Quais argumentos vocês acham mais convincentes?b) Qual a sua opinião sobre o assunto?

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ABERTURA DE CAPÍTULOAs aberturas dos capítulos propõem a discussão dos temas que serão trabalhados nas páginas seguintes.

Você é capaz de adivinhar de que país ou região são as jovens dessas fotografias? Você já re-parou que jovens de diversas partes do mundo consomem os mesmos refrigerantes, usam roupas e piercings semelhantes, se comunicam por meio de celulares e, por vezes, têm comportamentos bem parecidos? Efeitos da globalização? O que você sabe sobre a globalização? O que vem à sua mente quando você lê ou ouve essa palavra? Será que é um fenômeno recente ou antigo? Será um processo excludente, como dizem alguns, ou levará à construção de um mundo melhor para todos, como dizem outros?

Na figura 1, menina tirando uma selfie com a estátua do poeta Carlos Drummond de Andrade, Praia de Copacabana, 2014. Na figura 2, menina malinesa vendo fotografias em um celular entre as colegas, em Bamalo, Mali, 2008.Na figura 3, adolescentes japonesas tirando uma selfie, hábito comum entre os adolescentes de várias partes do mundo, em um parque em Kyoto, Japão, 2010.

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15 A NOVA ORDEM MUNDIAL

ABERTURADE UNIDADECada unidade é iniciada com uma abertura em pági-na dupla. Nessas aberturas são apresentados, por meio de imagens e textos, os te-mas que serão trabalhados.

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O texto a seguir é um trecho das orientações do Ministério Público do Paraná aos eleitores.

O voto consciente é o caminho para melhorar o país– O eleitor deve procurar se informar sobre os principais problemas de sua co-

munidade, cidade, estado e país, para escolher o candidato que poderá efetivamente contribuir para a melhoria da realidade nas áreas de educação, saúde, segurança pú-blica, economia, transporte, emprego etc. Deve também valorizar os candidatos com propostas que contemplem as melhorias consideradas necessárias pelos cidadãos. [...]

– Também é importante acompanhar o noticiário e consultar o histórico dos seus candidatos, pois eles podem responder a processos judiciais ou estar envolvidos em denúncias de corrupção. O site da ONG Transparência Brasil é uma opção (http://www.excelencias.org.br/).

ELEIÇÕES: PASSADO E PRESENTE

Idoso e jovem votando nas eleições de 2014 no Rio de Janeiro (RJ).

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O texto e as imagens desta página dupla referem-se às eleições atuais; basta ver na página anterior imagens de voto secreto; um jovem de 16 anos indo às urnas; a urna eletrônica. Enfim, todas essas conquistas são relativamente recentes e fazem parte da democracia brasileira. Já a sujeira nas ruas resultante de propaganda política em época de eleições (veja na fotografia acima) é um problema a ser resolvido por esta mesma democracia.

Nesta unidade, vamos recuar no tempo e estudar, entre outros assuntos, as eleições no Brasil da Primeira República (1889–1930), que eram muito diferentes das atuais em vários pontos. Ao final desta unidade, volte a esta página dupla e compare as eleições daqueles tempos às de hoje, avaliando as mudanças e as permanências. A comparação é um importante exercício em História.

Propagandas de políticos sujam a calçada em frente a uma escola no Núcleo Bandeirante, cidade-satélite de Brasília, Distrito Federal, 2010.

Celso Junior/Estadão Conteúdo

– O eleitor também deve ficar atento ao que os postulantes a cada cargo podem sugerir ou prometer. Por exemplo, medidas em relação à inflação devem fazer parte das propostas de um candidato à presidência da República, mas não de um vereador. Este pode, por exemplo, abordar a educação municipal ou o transporte público. [...]

– Votar sem reflexão prévia e sem cuidado pode custar caro para o futuro do país, do estado ou do município, pois será necessário esperar mais quatro anos por outra oportunidade de trocar de representante. [...]

VOTO consciente: a importância de saber escolher bem os seus candidatos. Ministério Público do Estado do Paraná. Disponível em: <http://www.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=4793>. Acesso em: 20 jun. 2015.

PARA SABER MAISUm quadro que apresenta informações extras sobre os conteúdos dos capítulos trabalhados.

Para saber maisO Brasil na guerra

No início da guerra, o então presidente Getúlio Vargas, um político hábil e acostumado a tirar proveito das situações de conflito, manteve o Brasil neutro e conservou relações comerciais tanto com os alemães quanto com os norte-ameri-canos. Aos poucos, no entanto, foi se tornando cada vez mais difícil para o Brasil manter a neutralidade.

Em maio de 1941, o Brasil conseguiu que os Estados Unidos se com-prometessem a financiar parte da construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda (RJ), essencial ao crescimento da econo-mia brasileira. Em troca, o Brasil daria permissão para que os Estados Unidos ins-talassem bases aeronavais no Nordeste.

Enquanto isso, o Japão partiu para a conquista das colônias europeias e norte-americanas no Extremo Oriente (Campanha do Pacífico). Nessa campanha, iniciada em 1941, os japoneses con-quistaram Hong Kong (na China), Cingapura, (na Malásia), as Índias Orientais Holandesas, toda a Birmânia e quase todo o arquipélago das Filipinas, que em 1898 era controlado pelos norte-americanos.

Cartaz de propaganda japonês, 1941-45, em que se vê um samurai causando o afundamento de navios de guerra britânicos. Escola japonesa, (século XX).

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Populares manifestam-se a favor da entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em agosto de 1942.

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Integrando com...Nesta seção, a História e outras áreas do conhe-cimento se encontram, o que permite ampliar ou complemen-tar o que foi visto no capítulo.

4. Identifique a afirmativa ERRADA e corrija-a no caderno. Nos anos de 1970, uma crise agu-da começou a corroer a economia. Entre as razões da crise, cabe citar:

a) Os enormes gastos do governo soviético com a corrida armamentista e com o paga-mento de forças policiais usadas para reprimir a oposição.

b) A baixa produtividade da agricultura e da pecuária: a produção de cereais, carne e leite tornou-se insuficiente para alimentar a população soviética.

c) A falta de investimentos em tecnologia, sobretudo no campo da informática, das tele-comunicações e da microeletrônica.

d) A ineficiência e a corrupção da burocracia soviética que dirigia o Estado, e que vinha dos quadros do Partido Comunista Soviético.

e) A melhoria na qualidade dos serviços de educação, saúde e transporte.

II. Integrando com... Língua PortuguesaAo assumir o poder, em 1953, Nikita Krushchev (1953-1964) denunciou os crimes cometi-

dos por Stalin e suspendeu parcialmente a censura que pesava sobre a imprensa. Daí poemas como esse, de Yevgeny Yevtushenko, dado a público em 1966, puderam ser conhecidos. Leia-o com atenção.

Medo

O medo está morrendo aqui na Rússia,

como os fantasmas dos anos passados;

de vez em quando, no adro das igrejas,

ainda pede esmola qual mendiga.

Mas eu me lembro quando ele era forte

e sua falsidade triunfava.

Em cada andar dos prédios se esgueirava

sua sombra, em toda parte penetrando.

Tornava a todos nós obedientes;

nas coisas todas punha o seu selo:

fazia-nos gritar quando era a hora

de calar; e calar na vez do grito.

Isso tudo, hoje em dia, está distante.

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Yevgeny Yevtushenko (1932). Poeta, escritor, cineasta, roteirista, ensaísta e ator. Fotografia da década de 1960.

268

ATIVIDADESRetomandoQuestões variadas sobre os conteúdos dos capítulos para serem realizadas individual-mente ou em grupo. Uma forma de re-ver aquilo que foi estudado.

ATIVIDADES

I. Retomando1. Elabore em seu caderno uma ficha sobre as razões da Primeira Guerra Mundial completando

a coluna da direita.

Rivalidades imperialistas Exemplos:

Política de Alianças Os blocos oponentes:

Paz Armada O que era a paz armada?

2. Reveja o mapa da página 32 e a seguir responda.

a) Qual é o assunto do mapa?

b) Como os blocos estavam compostos?

c) Explique a legenda interna e relacione-a à política de alianças que antecedeu a guerra.

3. O cartaz ao lado foi feito entre 1914-1918; leia-o com atenção e, com base em seus co-nhecimentos de inglês e/ou o uso do dicio-nário, responda:

a) O que está escrito nele?

b) Que relação se pode estabelecer entre esse cartaz e o ambiente que antecedeu a Primeira Guerra Mundial?

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4. Observe com atenção as fontes 1, 2, 3 e 4 e responda ao que se pede.

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Mulheres na GuerraA Guerra mudou a situação das mulheres principalmente na Europa. Com os ho-

mens na frente de Batalha, elas assumiam seu lugar nas fábricas [...] e terminavam por exigir direitos e salários iguais. Na Grã-Bretanha, as mulheres que trabalhavam em fábricas de munições eram conhecidas como canários, por conta do tom amare-lado que sua pele adquiria em contato com os explosivos. [...]

As mulheres chegaram a participar diretamente da guerra. Na Rússia, o czar criou um batalhão feminino comandado por Maria Bochkavera que obteve sucesso contra os austríacos.

BRENER, Jaime. A Primeira Guerra Mundial. Retrospectiva do século XX. São Paulo: Ática, 2000. p. 34.

42

Leiturade imagemSeção que per-mite o estudo de imagens relacio-nadas aos temas dos capítulos.

Leitura e escrita de textosSeção que trabalha a leitura e a interpretação de diferentes gêneros textuais. Para completar o estudo dos temas, são propostas atividades de pesquisa ou escrita de um texto.

205

II. Leitura e escrita em Históriaa. Leitura de imagem

O cartum foi publicado no final da década de 1960 e faz parte de uma série intitulada Zeróis (um trocadilho com “heróis” e “zero”), publica-da nas décadas de 1960 e de 1970 no Jornal do Brasil (um dos maiores do Rio de Janeiro) e em revistas de diversas partes do mundo.

a) Você sabe quem são os personagens em primeiro plano?

b) E o personagem que está ao fundo, quem é?

c) Qual o significado do “Ho” na imagem?

d) O que está acontecendo na cena?

e) O que o artista pretendeu com este cartum?

f) Pesquise: quem produziu o Capitão América e por quê?

b. Leitura e escrita de textos

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VOZES DO PASSADO

O texto a seguir foi escrito pelo general vietnamita Vo Nguyen Giap, no início da guerra contra o domínio da França no Vietnã. Leia-o com atenção.

Será a guerra entre um tigre e um elefante. Se acaso o tigre parar, o elefante o transpassará com suas poderosas presas: só que o tigre não vai parar; ele se esconde na selva durante o dia para só sair à noite; ele se lançará sobre o elefante e lhe arrancará o dorso por grandes nacos, depois desaparecerá e, lentamente, o elefante morrerá de exaustão e de hemorragia.

MAGNOLI, Demétrio. Guerras da Indochina. In: MAGNOLI, Demétrio (Org.). História das guerras. São Paulo: Contexto, 2006. p. 395.

a) Quem é o tigre e quem representa o elefante na fábula do general Giap? Como você chegou a esta conclusão?

b) Por que Giap terá escolhido o elefante e o tigre para caracterizar o confronto entre seu país e a França?

c) A que tática o general Giap está se referindo quando descreve o modo de lutar do tigre?

d) Essa tática mostrou-se eficiente em outra guerra travada pelos vietnamitas; explique.

Cruzando fontesUma seção que permiti-rá a você se aproximar do traba-lho de um historiador, por meio da análise e da comparação de diferen-tes fontes.

b. Cruzando fontes

1. Observe a charge e a tabela com atenção e a seguir responda:

Charge de Jal, 1986.

} Fonte 1 } Fonte 2

SILVA, Francisco C. T. da. Brasil, em direção ao século XXI.In: LINHARES, Maria Yedda (Org.). História Geral do Brasil.

9. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1990. p. 404.

Inflação anual (1985-1989)

Ano %

1985 237,7

1986 57,4

1987 365,7

1988 933,6

1989 1 764,8

a) Quem é o personagem central da charge?

b) Por que o médico pede que ele diga 3.333 em vez de 33?

c) O que o chargista está criticando?

d) O que se pode concluir observando a tabela?

e) De que forma o Plano Cruzado afetou a relação entre o povo e o governo?

f) Que relação se pode estabelecer entre a fonte 1 e a fonte 2?

Jal

1. Há indícios de que a foto é da década de 1970? Quais?

2. O que essa passeata de mulheres reivindica?

3. Em dupla: para a escritora feminista Simone de Beauvoir, a mulher não nasce obediente, pas-siva ou dependente: é a educação machista que a faz aceitar a dominação masculina. Vocês concordam com isso? Justifiquem.

4. Em dupla. Discutindo o presente: é comum ouvirmos a expressão: “só pode ser mulher” quando alguém faz uma “barbeiragem” no trânsito.

a) O que isso indica?

b) O que pode ser feito para mudar esse tipo de comportamento?

249

Você cidadão!Seção que permite a reflexão sobre temas como meio ambiente, ética e solidariedade. As atividades visam estimular e preparar o aluno para o exercício da cidadania.

III. Você cidadão!As nações participantes da Primeira Guerra Mundial utilizaram-se de cartazes como estes

com o objetivo de justificar seu envolvimento na guerra, conseguir dinheiro para suas campanhas militares e convencer os homens a se alistarem. Com esses objetivos, russos, franceses, ingleses, alemães e italianos investiram em uma ampla propaganda de guerra. Observe-os com atenção.

No cartaz lê-se “Voz vinda da França: compre títulos da Liberdade”. Isto é, compre títulos do governo para sustentar a guerra, c. 1918. Repare que atrás da personagem há cercas de arame farpado.

Pôster de propaganda alemã da Primeira Guerra Mundial estimulando a população a comprar títulos do governo para sustentar a guerra, 1915.

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a) O que há em comum nestes cartazes e em que são diferentes?

b) Qual era o público-alvo destes cartazes?

c) Quais eram os temas mais recorrentes nestes cartazes?

d) Apesar de as propagandas serem produzidas para incentivar e/ou sustentar a guerra, nos cartazes raramente aparecem cenas de guerra ou sofrimento; por que isto acontecia?

e) Em grupo: utilizando a linguagem publicitária, produzam um cartaz ou uma apresentação de slides com desenhos, pinturas ou fotos expressando a posição de vocês frente à guerra. Postem o trabalho do grupo no blog da turma.

45

Page 8: 9 ano historia sociedade cidadania

Pelos momentos de reflexão e debates que tivemos sobre historiografia e ensino de História, quero agradecer os seguintes colegas:

Agradeço também com especial carinho aos meus editores e a três mulheres, cujo apoio foi decisivo para o nascimento desta coleção: Suely Regina, Isaura Feliciano de Paula e Margarete do Rosário Lúcio.

O autor

Fábio Duarte Joly [Professor Doutor]

Cláudio Hiro [Professor Doutor]

Márcio Delgado [Professor Doutor]

Sebastião Leal Ferreira Vargas Neto [Professor Doutor]

Vanderlei Machado [Professor Doutor]

Regina Braz da Silva Santos Rocha [Professora Doutora]

Ana de Sena Tavares Bezerra [Professora Mestra]

Marco Túlio Vilela [Professor Mestre]

Maria Barjute Bacha [Professora Mestra]

Vanderlice de Souza Morangueira [Professora Mestra]

Eduardo Góes de Castro [Professor Mestre]

Luciana P. Magalhães de Castro [Professora Mestra]

Cândido Domingues Grangeiro [Professor Mestre]

Gláucia Borges Nunes [Professora Mestra]

Alexandre Coelho [Professor]

Augusto Cesar Nery de Lima [Professor]

Antônio Carlos Felix [Professor]

Antônio Carlos do Prado [Professor]

Augusto Bragança S. P. Rischitelil [Professor]

Cesar Mustafá Tanajura [Professor]

Clécio Rodrigues de Lima [Professor]

Daniel da Silva Assum [Professor]

Gecionny Souza [Professora]

Jorge Galdino [Professor]

José Augusto Carvalho Santos [Professor]

José Carvalho Rios [Professor]

Matheus Targino [Professor]

Murilo Mello [Professor]

Osmar Augusto Fick Júnior [Professor]

Rodolfo Augusto Bravo de Conto [Professor]

Udo Ingo Kunert [Professor]

Valdeir da Costa [Professor]

Dóris Margarete Assunção [Professora]

Maria Cristina Costa [Professora]

Marlúcia Naves Lemos [Professora]

Suzana C. Vargas [Professora]

José Clodomir Freire [Professor]

José Cleber Uchoa Gomes [Professor]

Francisco Waston Silva Souza [Professor]

Francisca Marcia Muniz Chaves [Professora]

Jorge Tales [Professor]

Marcos Luiz Treigher [Professor]

André Vinícius Bezerra Magalhães [Professor]

Marcio de Sousa Gurgel [Professor]

Michelle Arantes Pascoal [Professora]

Silvia Helena Ferreira [Professora]

Marília Serra Holanda Pinto [Professora]

Carlos José Ferreira de Souza [Professor]

Mardonio Cunha [Professor]

Joamir Souza [Professor]

Gabrielle Werenicz Alves [Professora]

Hudson de Oliveira e Silva [Professor]

Renato Dias Prado [Professor]

Juliana Aparecida Costa Silvestre [Professora]

OBRIGADO!

Page 9: 9 ano historia sociedade cidadania

BLOG DA TURMA

Ao longo da coleção propusemos várias atividades, entre as quais a confecção de um blog, uma alternativa para o desafio de mobilizar os alunos a produzirem e apresentarem uma pesquisa de maneira mais atraente. Sabemos que as novas gerações têm familiaridade com as tecnologias e as redes sociais; mas, se queremos utilizá-las para que os alunos aprendam mais e melhor, é importante combinar com eles algumas regras, a saber:

1. O blog deverá conter o nome da turma, da escola e do professor responsável; pertencerá, portanto, a um grupo definido e limitado de pessoas.

2. É necessário que o blog tenha uma proposta editorial, explicitada por um nome significativo e uma curta descrição de seus objetivos.

3. É importante revisar aquilo que é postado no blog, a fim de garantir a compreensão e a correção da mensagem (pode-se trabalhar em parceria com o professor de Língua Portuguesa).

4. Proceder a uma avaliação prévia das fotos, tabelas, gráficos, mapas e textos dos mais variados gêneros destinados ao blog.

5. Os alunos devem se organizar em grupos. Cada grupo será responsável por uma área de atuação; assim teremos:

a) EQUIPE DE PESQUISA, responsável por alimentar o blog com novos materiais, que serão transformados em produto com a ajuda dos demais grupos.

b) EQUIPE DE DESIGN, responsável pelos aspectos visuais, incluindo-se aí a diagramação, escolha das fontes de letra e cores, tipos e tamanho das imagens.

c) EQUIPE DE REDAÇÃO, responsável por receber e organizar os materiais a serem postados, padronizando-os e melhorando-os.

d) EQUIPE DE ICONOGRAFIA, responsável pela pesquisa e seleção de imagens (fotografias e ilustrações) e vídeos a serem postados.

e) EQUIPE DE PRODUÇÃO, responsável pela integração entre as equipes e também pelas questões técnicas de manutenção do blog.

f) EQUIPE DE JORNALISMO, responsável por entrevistas e cobertura dos assuntos abordados pelo blog, dentro e fora da escola.

É importante que o professor também faça o papel de editor, gerenciando, aprovando ou removendo os comentários feitos em cada postagem. Poderá haver um rodízio entre os grupos, de modo que todos os alunos possam vivenciar as várias funções.

O blog poderá ser também uma ferramenta de comunicação permanente, por meio da qual serão informadas as datas de avaliações, atividades de estudo do meio; visitas a museus, passeios, festivais, entre outros.

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Page 10: 9 ano historia sociedade cidadania

Unidade 1 | ELEIÇÕES: PASSADO E PRESENTE .............. 10

Capítulo 1 | Industrialização e imperialismo .......... 12Segunda fase da Revolução Industrial .................... 13O imperialismo ................................................... 15Teorias racistas do século XIX ............................... 16O imperialismo na África ...................................... 17A resistência africana .......................................... 20Partilha da Ásia .................................................. 23Japão, uma nova potência capitalista .................... 25Atividades ...................................................... 27

I. Retomando ............................................ 27II. Leitura e escrita em História ..................... 29

Capítulo 2 | A Primeira Guerra Mundial .................. 30Rivalidades imperialistas ................................... 31A paz armada .................................................. 32As fases da guerra ............................................ 33O saldo trágico da Primeira Guerra ...................... 39A Liga das Nações ............................................ 41Atividades ...................................................... 42

I. Retomando ............................................ 42II. Leitura e escrita em História ..................... 44III. Você cidadão! ......................................... 45

Capítulo 3 | A Revolução Russa ............................. 46A Rússia czarista .............................................. 47O processo revolucionário .................................. 53Atividades ...................................................... 58

I. Retomando ............................................ 58II. Leitura e escrita em História ..................... 59III. Integrando com... Arte ............................ 60IV. Você cidadão! .......................................... 60

Capítulo 4 | Primeira República: dominação ......... 62Oligarquias no poder ......................................... 63Indústria e operários na Primeira República .......... 70Atividades ...................................................... 74

I. Retomando ............................................ 74II. Leitura e escrita em História ..................... 76III. Você cidadão! ......................................... 77

Capítulo 5 | Primeira República: resistência ......... 78A Guerra de Canudos ......................................... 79A Guerra do Contestado ..................................... 80

O cangaço ....................................................... 84A Revolta da Vacina .......................................... 84A Revolta da Chibata ........................................ 86O movimento operário ...................................... 88Atividades ...................................................... 93

I. Retomando ............................................ 93II. Leitura e escrita em História ..................... 94III. Integrando com... Língua Portuguesa ......... 96IV. Você cidadão! ......................................... 97

Unidade 2 | POLÍTICA E PROPAGANDA DE MASSAS ....... 98

Capítulo 6 | A Grande Depressão, o fascismo e o nazismo ..................... 100

Os “anos felizes” ............................................. 101A Grande Depressão ......................................... 102O New Deal .................................................... 104A ascensão do fascismo italiano ........................ 106O nazismo na Alemanha ................................... 109O fascismo espanhol ........................................ 114Atividades ..................................................... 116

I. Retomando ........................................... 116II. Leitura e escrita em História .................... 119III. Você cidadão! ........................................ 119

Capítulo 7 | A Segunda Guerra Mundial ................. 121Céu de nuvens carregadas ................................. 122Atividades ..................................................... 132

I. Retomando ........................................... 132II. Leitura e escrita em História .................... 133III. Você cidadão! ........................................ 135

Capítulo 8 | A Era Vargas .................................... 136O tenentismo antes de 1930 ............................. 1371930: um marco na história do Brasil ................. 139Governo provisório .......................................... 141O Estado Novo ................................................ 146Atividades ..................................................... 151

I. Retomando ........................................... 151II. Leitura e escrita em História .................... 152III. Integrando com... Língua Portuguesa ........ 153

Unidade 3 | MOVIMENTOS SOCIAIS: PASSADO E PRESENTE ........... 154

Capítulo 9 | A Guerra Fria .................................... 156O mundo dividido ............................................ 157Encontros entre os vencedores .......................... 157A Organização das Nações Unidas ...................... 159Um mundo bipolarizado ................................... 160

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O Plano Marshall ............................................. 161Otan versus Pacto de Varsóvia ........................... 162A corrida armamentista .................................... 163A Guerra da Coreia .......................................... 164Perseguições e crimes contra a humanidade ........ 165Coexistência pacífica e corrida espacial .............. 166Bob Dylan, Beatles e Rolling Stones ................... 168Atividades ..................................................... 170

I. Retomando ........................................... 170II. Você cidadão! ........................................ 172

Capítulo 10 | Independências: África e Ásia .......... 173Independências .............................................. 174Ásia .............................................................. 177África ............................................................ 179Atividades ..................................................... 185

I. Retomando ........................................... 185II. Leitura e escrita em História .................... 187III. Você cidadão! ....................................... 188

Capítulo 11 | O socialismo real:China, Vietnã e Cuba ....................... 189

China: dominação e resistência ......................... 190O Vietnã ........................................................ 197Cuba ............................................................. 200Atividades ..................................................... 204

I. Retomando ........................................... 204II. Leitura e escrita em História .................... 205III. Você cidadão! ........................................ 206

Capítulo 12 | Brasil de 1945 a 1964:uma experiência democrática ......... 207

O Governo Dutra ............................................. 209O segundo governo Vargas ................................ 211Lott garante a posse de JK ............................... 213Governo Juscelino: “50 anos em 5” .................... 213O governo de Jânio Quadros .............................. 216Governo João Goulart ...................................... 218Atividades ..................................................... 222

I. Retomando ........................................... 222II. Leitura e escrita em História .................... 223III. Você cidadão! ........................................ 224

Capítulo 13 | Regime militar .............................. 225O governo do general Castelo Branco .................. 227Governo Costa e Silva ...................................... 230Governo Médici ............................................... 231Governo Geisel ............................................... 237Governo João Figueiredo .................................. 240Governo José Sarney ........................................ 243A Constituição Federal de 1988 ......................... 245

Atividades ..................................................... 246I. Retomando ........................................... 246II. Leitura e escrita em História .................... 248III. Integrando com... Matemática ................. 250IV. Você cidadão! ........................................ 251

Unidade 4 | ÉTICA NA POLÍTICA .............. 252

Capítulo 14 | O fim da URSS e a democratizaçãodo Leste Europeu ............................ 254

O governo Krushchev ....................................... 256O governo Brejnev ........................................... 256Gorbachev: reconstrução e transparência ............ 258Democratização no Leste Europeu ...................... 260Atividades ..................................................... 267

I. Retomando ........................................... 267II. Integrando com... Língua Portuguesa ........ 268III. Você cidadão! ........................................ 269

Capítulo 15 | A Nova Ordem Mundial .................... 270Globalização .................................................. 271Globalização e desemprego ............................... 279Protestos contra a globalização ......................... 281Um mundo multipolarizado ............................... 281Conflitos e tensões no mundo atual ................... 282Atividades ..................................................... 295

I. Retomando ........................................... 295II. Leitura e escrita em História .................... 297

Capítulo 16 | O Brasil naNova Ordem Mundial ...... 301

Governo Collor .............. 303Governo Itamar Franco ... 305GovernoFernando Henrique ........ 307O governo Lula ............. 310O governoDilma Rousseff ............. 317Povos indígenas hoje ..... 321Desafios ...................... 324Atividades ................... 326

I. Retomando ......... 326

II. Integrando com... Matemática ......... 328

III. Você cidadão! ...... 328

Bibliografia ............................................... 330

Mapas de apoio ......................................... 332

Juca Martins/Olhar Imagem

Page 12: 9 ano historia sociedade cidadania

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O texto a seguir é um trecho das orientações do Ministério Público do Paraná aos eleitores.

O voto consciente é o caminho para melhorar o país– O eleitor deve procurar se informar sobre os principais problemas de sua co-

munidade, cidade, estado e país, para escolher o candidato que poderá efetivamente contribuir para a melhoria da realidade nas áreas de educação, saúde, segurança pú-blica, economia, transporte, emprego etc. Deve também valorizar os candidatos com propostas que contemplem as melhorias consideradas necessárias pelos cidadãos. [...]

– Também é importante acompanhar o noticiário e consultar o histórico dos seus candidatos, pois eles podem responder a processos judiciais ou estar envolvidos em denúncias de corrupção. O site da ONG Transparência Brasil é uma opção (http://www.excelencias.org.br/).

ELEIÇÕES: PASSADO E PRESENTE

Idoso e jovem votando nas eleições de 2014 no Rio de Janeiro (RJ).

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Page 13: 9 ano historia sociedade cidadania

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O texto e as imagens desta página dupla referem-se às eleições atuais; basta ver na página anterior imagens de voto secreto; um jovem de 16 anos indo às urnas; a urna eletrônica. Enfim, todas essas conquistas são relativamente recentes e fazem parte da democracia brasileira. Já a sujeira nas ruas resultante de propaganda política em época de eleições (veja na fotografia acima) é um problema a ser resolvido por esta mesma democracia.

Nesta unidade, vamos recuar no tempo e estudar, entre outros assuntos, as eleições no Brasil da Primeira República (1889–1930), que eram muito diferentes das atuais em vários pontos. Ao final desta unidade, volte a esta página dupla e compare as eleições daqueles tempos às de hoje, avaliando as mudanças e as permanências. A comparação é um importante exercício em História.

Propagandas de políticos sujam a calçada em frente a uma escola no Núcleo Bandeirante, cidade-satélite de Brasília, Distrito Federal, 2010.

Celso Junior/Estadão Conteúdo

– O eleitor também deve ficar atento ao que os postulantes a cada cargo podem sugerir ou prometer. Por exemplo, medidas em relação à inflação devem fazer parte das propostas de um candidato à presidência da República, mas não de um vereador. Este pode, por exemplo, abordar a educação municipal ou o transporte público. [...]

– Votar sem reflexão prévia e sem cuidado pode custar caro para o futuro do país, do estado ou do município, pois será necessário esperar mais quatro anos por outra oportunidade de trocar de representante. [...]

Voto consciente: a importância de saber escolher bem os seus candidatos. Ministério Público do Estado do Paraná. Disponível em: <http://www.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=4793>. Acesso em: 20 jun. 2015.

Page 14: 9 ano historia sociedade cidadania

INDUSTRIALIZAÇÃO E IMPERIALISMO1

1903. Coleção particular. Foto: Hulton Archive/Getty Images

Observe esta charge com atenção. Quem são esses homens? Por que estão vestidos com essas “roupas” tão estranhas? O que isto pode sig-nificar? Por que será que P. Morgan é chamado de “Trust King”? Sabe o significado dessas palavras? O que o artista quis dizer com essa charge?

12

Page 15: 9 ano historia sociedade cidadania

Segunda fase da Revolução IndustrialAo longo do século XIX, na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, verificou-se

um grande desenvolvimento do capitalismo associado a uma forte aceleração in-dustrial. Essa fase da industrialização, conhecida também como Segunda Revolução Industrial, se caracterizou pela descoberta de novas tecnologias aplicadas na indús-tria, nos transportes e nas comunicações. Na indústria foram decisivas:

a) A descoberta em 1856 de um processo de fabricação do aço por Henry Bessemer. Com essa desco-berta, o aço, que é mais fácil de ser trabalhado e mais resistente do que o ferro, tornou-se também mais barato. Por isso passou a ser amplamente usado na indústria de armas, na construção civil e na fa-bricação de máquinas.

b) A invenção do dínamo (1870): um gerador de eletricidade que permi-te a transmissão de corrente elétri-ca a longas distâncias, a partir de usinas elétricas. A energia elétrica se utiliza da água e por isso é re-lativamente barata, o que permitiu seu uso em indústrias e residências; a invenção da lâmpada elétrica, em 1879, por Thomas Alva Edison foi decisiva para o uso residencial da eletricidade.

c) A invenção e o aperfeiçoamento do motor de combustão interna (década de 1870) permitiram o aproveitamento do petróleo e seus derivados (gasolina e diesel) como fonte de energia.

Nos transportes assistiu-se ao aumento progressivo das ferrovias e do uso da locomotiva e do barco a vapor no transporte de pessoas e mercadorias. Ao mesmo tempo, o aproveitamento do petróleo e seus derivados (gasolina e diesel) como fonte de energia permitiu a Henry Ford e a Karl Benz a construção dos primeiros automóveis (1890).

Cartaz elaborado por Georges Paul Leroux para a Exposição Universal de Paris organizada em 1900 para celebrar as conquistas do século XIX, como o uso do trem, do barco a vapor e da eletricidade. Este cartaz com uma mulher segurando uma “lua/globo” ajuda-nos a imaginar a importância que o advento da eletricidade teve para as pessoas daquela época.

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Nas comunicações ocorreram duas descobertas decisivas: a inven-ção do telégrafo por Samuel Morse, em 1836, e do telefone, em 1876, pelo italiano Antonio Santi Giuseppe Meucci (1808 -1896). Descobriu -se recentemente que Alexander Graham Bell comprou a patente de Meucci, o verdadeiro inventor.

Todo esse avanço tecnológico foi causa e efeito do desenvolvimen-to do capitalismo. Resultou da aplicação de capital em pesquisa cientí-fica e, ao mesmo tempo, provocou um enorme acúmulo de capitais em países da Europa, nos Estados Unidos e no Japão.

Carro elétrico de última geração com portas asas de gaivota apresentado, em 2012, em uma Exposição Internacional em Las Vegas, Estados Unidos.

Henry Ford (1863-1947) com seu primeiro carro e o carro de número dez milhões fabricado na sua indústria, 1924.

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À esquerda, vê-se Graham Bell na inauguração da primeira linha telefônica entre Nova York e Chicago, 1892. À direita, Antonio Meucci, o verdadeiro inventor do telefone. A invenção do telefone dinamizou as comunicações e facilitou os negócios.

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Page 17: 9 ano historia sociedade cidadania

A concentração de capitalCom o avanço da industrialização, a concorrência entre as grandes empresas au-

mentou muito. Para vencer a concorrência, o grande capitalista fazia uma guerra de preços: mantinha seus preços bem baixos por certo tempo até que seus concorrentes não aguentassem e falissem ou vendessem a empresa por um valor baixo.

Assim, aos poucos, as empresas mais fortes foram “engolindo” as mais fracas e, com isso, se formaram empresas gigantes ou associações de empresas, os trustes, os cartéis e as holdings.

Truste: associação de várias empresas numa única, que passa a dominar todas as fases da produção desde a obtenção da matéria-prima até a comercialização do produto.

Cartel: conjunto de empresas independentes que, para evitar os desgastes da concorrência, dividem o mercado entre si. Cada uma delas atua numa determinada área geográfica.

Holding: empresa nascida da associação de diversas empresas e que possui a maioria das ações de suas associadas.

Frequentemente as empresas pediam empréstimos aos bancos ou se associavam a eles a fim de aumentar seus negócios ou suportar a concorrência. Outras vezes os bancos e as indústrias se uniam formando uma só empresa.

O imperialismoA partir de 1870, as potências capitalistas como EUA, Grã-Bretanha, França e

Japão entraram numa disputa por colônias ou áreas de influência na Ásia, África e América Latina; essa expansão capitalista com o objetivo de dominação é chamada de imperialismo ou neocolonialismo.

Mas o que teria motivado essa corrida imperialista entre as grandes potências? O que elas buscavam em outras terras?

As grandes potências se voltaram para a África, Ásia, América e Oceania em busca de:

a) oportunidades de investimentos para seus capitais;

b) mercados produtores de matérias-primas (carvão, ferro, cobre);

c) mercados consumidores de produtos industrializados;

d) ouro e diamante existentes nas terras africanas;

e) terras e mão de obra para trabalhar na exploração mineral e nas plantações de café, cana-de-açúcar, amendoim, cacau e outras.

Ou seja, buscavam terras e pessoas para trabalharem por pouco dinheiro ou gratuitamente.

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Page 18: 9 ano historia sociedade cidadania

Os governos das grandes potências incentivavam a conquista de ter-ras e povos em outros continentes, e depois usavam essas ações imperia-listas para despertar o “orgulho nacional” entre os cidadãos do país.

Léon Rom (que aparece segurando o rifle) após uma caçada no Congo, no final do século XIX. Ele foi um soldado e se tornou comissário (representante do governo belga) no Congo.

Dialogando...A foto que você vê foi tirada no Congo Belga no final do sé-culo XIX. Observe-a com atenção.

a) Quem está em primeiro plano? E ao fundo?

b) O que a pose dos europeus sugere a você?

c) Por que os ele-fantes eram tão cobiçados pelos exploradores belgas?

Teorias racistas do século XIXPara justificar a dominação imperialista sobre outros povos, os euro-

peus desenvolveram um conjunto de teorias racistas. Essas teorias diziam basicamente que a “raça branca” era superior à “raça negra” e à “amarela” e que, na luta pela vida, somente as raças superiores sobreviveriam. Hoje não se aceita mais a existência de raças humanas e nem a superioridade de um povo sobre outro. Hoje se sabe que só existe uma raça: a raça hu-mana; e sabe-se também que nenhum povo é superior a outro.

No século XIX, porém, as teorias racistas foram consideradas cientí-ficas e justificaram a dominação imperialista na Ásia, África, América e Oceania. Por se considerarem superiores aos demais povos, os europeus diziam que tinham o dever de civilizá-los; isto é, de levar a eles o pro-gresso e os “bons” costumes. Em outras palavras, diziam ter uma missão civilizadora para com os “povos de cor”. Essa missão, segundo eles, era “o fardo do homem branco”.

Raças humanasConforme os cientistas

Sérgio D. J. Pena e Telma S. Birchal, não existem raças

humanas do ponto de vista genético ou biológico. Po-rém, esses mesmos autores concordam que o conceito de raça possui existência

social; daí deriva o racismo, ou seja, a transformação da diferença em desigualdade.

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Para refletirO texto a seguir é o trecho de

um discurso do ministro francês Jules Ferry (1832 ‑1893) no Parlamento de seu país.

As raças superiores têm um direito perante as raças inferiores. Há para elas um direito porque há um dever para elas. As raças superiores têm o dever de civilizar as inferiores.

MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia: a expansão do imperialismo europeu no século XIX. São Paulo: Atual, 1994. p. 14.

(História geral em documentos).

a) O que se pode concluir com base neste texto?

b) O que o autor do texto quis dizer com “o dever de civilizar”?

“A França levará ao Marrocos a civilização, a riqueza e a paz”. Le Petit Journal, de 1911. Nesta ilustração da capa de um jornal francês vê--se a França na forma de uma mulher grande e poderosa que distribui ouro (civilização) aos marroquinos, habitantes do norte da África.

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ProtetoradoPaís ou territó-rio com governo próprio, mas con-trolado por outro Estado no tocante à política externa e à segurança. Marrocos e Tunísia, por exemplo, foram protetorados fran-ceses na África.

O imperialismo na ÁfricaA partir de 1880, ocorre uma aceleração da corrida imperialista rumo à

Ásia, África e América. As potências da época avançam em busca de áreas ricas em matéria-prima, como ferro, cobre e carvão, necessários à indústria. Lançam-se sobre áreas onde pudessem investir, construir ferrovias e fornecer empréstimos a juros altos; partiam das feitorias do litoral para controlar terras e gentes do interior da África. Por meio de ataques e da pressão diplomática, as terras conquistadas são transformadas em colônias, protetorados, domínios ou áreas de influência.

Em 1880, 1/10 do território africano estava ocupado pelos europeus; em 1900 os europeus já tinham se apoderado de 9/10 da África.

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Page 20: 9 ano historia sociedade cidadania

Franceses onde hoje é a ArgéliaPor volta de 1830, os franceses começaram a conquistar as terras da

atual Argélia. Pouco tempo depois, assumiram o governo e obrigaram a po-pulação local a trabalhar para eles nas culturas de oliveiras, vinhas, frutas e legumes destinados à exportação. Muitos missionários e educadores se deslocaram para a África, a fim de transmitir a cultura ocidental, que eles julgavam ser superior às demais.

Além disso, a opressão francesa na Argélia se fez também através de leis que o Congresso argelino era praticamente obrigado a aprovar; exemplo disto é esta lei de 1908.

O Congresso, considerando que a instrução dos indígenas faz a Argélia correr um verdadeiro perigo tanto do ponto de vista eco-nômico quanto do ponto de vista do agrupamento francês, emite o voto de que a instrução primária dos indígenas seja suprimida.

MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia: a expansão do imperialismoeuropeu no século XIX. São Paulo: Atual, 1994. p. 25-26. (História geral em documentos).

Belgas na bacia do Rio CongoEm 1884, usando a força e a diplomacia, o rei Leopoldo II da Bélgica

conseguiu transformar o Congo, um território dezenas de vezes maior que a Bélgica, em uma propriedade particular dele. Propriedade que ele chamava de “Estado-livre do Congo”. Explorando a mão de obra africana, Leopoldo II

extraiu do Congo uma fortuna incalculável em borracha e marfim. A dominação do Congo converteu-se em um dos episódios mais

cruéis da História e envolveu a morte de cerca de 10 milhões de africanos.

As mulheres, crianças e idosos eram acorrentados e mantidos como reféns, enquanto os homens iam à floresta coletar borracha e marfim. Se eles não trou-xessem a quantidade estipulada, eram mortos a facadas ou tiros. Em 1903, o missionário batista A. E. Scrivener divulgou os horrores que ele havia presenciado no Congo. Diante disso, e sob pressão da opinião pública internacional, o rei Leopoldo II, da Bélgica, perdeu seu direito ao Congo, que pas-sou, então, a ser administrado pelo governo belga.

Dialogando...a) Qual é o signifi-

cado de “indíge-nas” no texto?

b) O que se pode concluir por esse documento?

BatistaSeguidor de uma das igre-jas de origem protestante;

nessa igreja o batismo só é ministrado aos adultos.

A charge de 1906 critica a exploração desenfreada exercida pelo rei Leopoldo II no Congo. Repare que uma grande serpente envolve um congolês e que a cabeça da serpente é a do rei Leopoldo II.

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Guerra santaSegundo o historiador Albert Hourani, a expressão guerra santa (jihad) quer dizer “esforço em favor de Alá”.

Britânicos na ÁfricaA Grã-Bretanha foi um dos países que lideraram a corrida pela

África. No Egito, os britânicos estabeleceram um protetorado aprovei-tando-se do endividamento do governo egípcio por ocasião da constru-ção do Canal de Suez, obra financiada por capitais franceses e egípcios.

No Sudão, os britânicos usaram a violência; os sudaneses, que pra-ticavam a religião muçulmana, reagiram travando com eles a chamada guerra santa. E, apesar de algumas vitórias expressivas, acabaram der-rotados graças à superioridade bélica dos britânicos. Além do Egito e do Sudão, a Inglaterra se apossou ainda de Uganda, da África Oriental (atual Quênia) e da Rodésia (atual Zimbábue), assim chamada em home-nagem ao explorador inglês Cecil Rhodes.

O empresário e político Cecil Rhodes, em charge de 1892.

Dialogando...A imagem que você vê é a de uma caricatura de Cecil Rhodes, feita no final do século XIX.

a) Como ele está vestido?

b) Que apetrechos leva consigo?

c) No que ele está pisando?

d) O que ele de-monstra com isso?

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Page 22: 9 ano historia sociedade cidadania

A resistência africanaOs africanos reagiram à dominação europeia de diversas formas, inclusive por

meio de inúmeras revoltas. Os principais motivos dessas revoltas foram:a) a perda de soberania por parte dos africanos;b) a exploração econômica;c) a imposição de hábitos ou modos de administração europeus.Um importante exemplo da resistência africana foi a Rebelião Ashanti, contra a

Grã-Bretanha.

A Rebelião Ashanti

Museu em homenagem à rainha africana Nana Yaa Asantewaa, que liderou a luta contra o domínio britânico nas terras de Ejisu, onde hoje é Gana. Fotografia de 2007.

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Veja o que uma historiadora diz sobre o assunto. Também extremamente significativa foi a Rebelião Ashanti na então

Costa do Ouro (atual Gana) que durou dez anos, de 1890 a 1900, em uma encarniçada luta contra o domínio britânico representado pelo governador Arnald Hodgson. [...] Ela decorreu da deposição de grande número de chefes tradicionais das chefias locais, por parte da burocracia colonial britânica [...].

Seguiu-se a nomeação de outros chefes locais designados que care-ciam de legitimidade perante a população. Por fim, o governo britânico exigiu que o seu representante se sentasse no Tamborete de Ouro, símbo-lo da alma ashanti e da sua sobrevivência como nação e, por isso, instru-mento de consagração da legitimidade dos seus chefes.

A indignação dos ashantis levou praticamente todos os “Estados” importantes a enfrentar os ingleses em inúmeras batalhas sangrentas debeladas só depois da prisão e deportação da líder, a rainha de Edweso, Nana Yaa Asantewaa, e de vários generais ashantis, em 1900.

HERNANDEZ, Leila Leite. A África na sala de aula: visita à história contemporânea. São Paulo: Selo Negro, 2005. p. 114-115.

EstadosOs ashanti esta-vam organizados

em várias uni-dades políticas

soberanas (che-faturas, reinos), que a autora do

texto denominou de Estados.

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Page 23: 9 ano historia sociedade cidadania

Portugueses, alemães e espanhóisPortugal, por sua vez, manteve a maior parte dos territórios conquistados nos

séculos XV e XVI, como os territórios onde hoje são a Guiné, Angola e Moçambique, São Tomé e Príncipe e as Ilhas do Cabo Verde.

A Alemanha entrou na corrida pela África quando boa parte do continente já es-tava sob o domínio inglês ou francês. A Alemanha conquistou duas colônias: a África do Sudoeste Alemão, banhada pelo Atlântico, e a África Oriental Alemã, banhada pelo Oceano Índico.

A Espanha conservou uma parte do Marrocos, o Marrocos espanhol.

A Conferência de BerlimA corrida imperialista gerou tensões que ameaçavam o equilíbrio de poder en-

tre as potências e a paz na Europa. Para evitar a guerra, as potências europeias se reuniram na Conferência de Berlim, na Alemanha, em 28 de fevereiro de 1885. Essa Conferência tinha por objetivo combinar regras para a livre navegação nos rios Congo e Níger e para a ocupação das terras do litoral africano. Reunidos na Conferência de Berlim, os representantes das potências europeias combinaram:

a) permitir a livre navegação e o livre comércio nas bacias dos rios Congo e Níger, duas importantes vias naturais de penetração no continente;

b) que uma nação europeia só teria direito a um território africano se comunicasse sua ocupação às demais nações e enviasse para a área uma au-toridade capaz de manter a ordem e de fazer respeitar os direitos de comércio e trânsito;

c) conceder direitos especiais de proteção aos missionários e exploradores europeus;

d) reconhecer o Estado Livre do Congo como propriedade particu-lar do rei Leopoldo II da Bélgi-ca. Esse território imenso serviu como Estado-tampão, separando as demais áreas ocupadas pelos europeus e assegurando a todos os direitos de navegação e comércio.

Gravura em madeira com base em desenho de Hermann Lüders (1836-1908). Ela representa uma sessão da Conferência de Berlim, chefiada por Bismarck. Repare que o artista representou um africano entre folhagens no canto inferior esquerdo; o que será que ele quis dizer com isso?

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Page 24: 9 ano historia sociedade cidadania

Portanto, a partilha da África não ocorreu na Conferência de Berlim como se tem dito. A África foi partilhada entre as potências europeias nos anos que se seguiram à Conferência de Berlim, por meio de acordos bilaterais entre elas. Entre 1885 e 1907, por exemplo, a Grã-Bretanha e a França concluíram entre si 249 acordos sobre a África Ocidental e Central. Os tratados bilaterais que se seguiram à Conferência de Berlim desenharam um novo mapa da África, concluído por volta de 1910.

Fonte: SERRYN, Pierre. Atlas Bordas Historique et Géographique. Paris: Bordas, 1998.

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Mar Mediterrâneo

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COSTADO OURO

SENEGAL

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GABÃO

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EUROPA

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ANGOLA

MOÇAMBIQUE

PROVÍNCIADO CABO

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0 975

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Áreas sob o domínio de:

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OCEANOÍNDICO

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SUDÃOANGLO-EGÍPCIO

ABISSÍNIA

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NIGÉRIA

CONGOBELGA

LIBÉRIA

RIO DEORO

Ilhas Canárias (ESP)

Ilha da Madeira (POR)

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ANGOLA

SUDOESTEAFRICANO

UNIÃOSUL-AFRICANA

RODÉSIAS

TANGANICA

ÁFRICAORIENTAL

ÁFRICAÁFRICAÁFRICAORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTALORIENTAL

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da Françada Grã-Bretanha

da Alemanhade Portugalda Bélgicada Espanhada ItáliaPaísesindependentes

Condomínio Anglo-Egípcio

Territórios

0 975

África por volta de 1910

Fontes: BARRACLOUGH, Geoffrey (Ed.). Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha da Manhã, 1995; CALDINI, V. e ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2009.

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Esse novo mapa (à esquerda) fixava fronteiras artificiais; mis-turava culturas e línguas diferen-tes e separava povos que tinham grande identidade cultural, o que contribuiu para a eclosão de guer-ras entre os próprios africanos; al-gumas delas se prolongaram até os nossos dias.

Entre 1880 e 1910, com exceção da Europa e da América, boa parte da Terra passou ao domínio de potências como Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália e Bélgica.

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22

Page 25: 9 ano historia sociedade cidadania

Partilha da ÁsiaA Ásia também foi alvo do imperialismo das po-

tências ocidentais.

Britânicos na ÍndiaOs britânicos aportaram no litoral da Índia pe-

la primeira vez no século XVII e, aos poucos, foram desalojando comerciantes de outros países europeus. Nessa época eles compravam dos indianos tecidos fi-nos, como a musselina, a mostarda e o cânhamo, e os revendiam na Europa com grande lucro.

Por volta de 1750, os ingleses se apossaram da Índia e aumentaram os impostos sobre os tecidos in-dianos, elevando com isso os seus preços; ao mesmo tempo, passaram a vender tecidos ingleses para os in-dianos. Consequentemente, a maioria das tecelagens indianas faliu, e a Índia, antes grande exportadora de tecidos, passou a comprá-los da Inglaterra. Além disso, a Índia passou a produzir grandes quantida-des de algodão para as fábricas inglesas de tecidos, deixando de produzir os alimentos necessários à sua grande população.

Os abusos das autoridades inglesas na Índia, o em-pobrecimento do povo e as sucessivas crises de fome no país provocaram uma rebelião contra a dominação inglesa: a Revolta dos Sipaios (1857); os ingleses, no entanto, fizeram uso de metralhadoras, canhões e esma-garam a revolta. A Inglaterra aproveitou-se disso para assumir diretamente o governo da Índia através de um vice-rei; anos depois a rainha Vitória, da Inglaterra, foi proclamada imperatriz da Índia.

Os lucros obtidos na Índia permitiam aos ingle-ses a construção de um amplo sistema ferroviário e de comunicações no país e o envio de milhões de libras para a Inglaterra, que usou parte do dinheiro para conquistar a Birmânia, a Nova Zelândia, a Austrália e parte da China, ampliando assim o seu Império.

Criado indiano serve chá a uma senhora inglesa, c. 1910-1930. Em todas as partes do mundo onde tiveram colônias, os ingleses manifestaram forte racismo. Isolavam-se dos nativos, embora usassem seus serviços no dia a dia. Por isso a relação entre eles e os indianos gerava, certamente, uma tensão constante. Nesta imagem, o que o gesto da senhora inglesa sugere a você?

Representação da Revolta dos Sipaios, de 1860, uma das raras imagens da resistência hindu ao imperialismo inglês.

CânhamoUma fibra têxtil com a qual se fabricavam os cabos e as velas das embarcações.

SipaiosNome dado aos soldados nacionalistas indianos que se engajaram na luta contra o domínio inglês.

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23

Page 26: 9 ano historia sociedade cidadania

Britânicos na ChinaQuando o europeu Marco Polo chegou à China, no século XIII, o Império Chinês era prati-

camente autossuficiente, não se interessando pelos produtos do Ocidente. Já os comerciantes europeus tinham enorme interesse na seda, no chá, nas porcelanas da China, produtos vendidos por altos preços na Europa. Assim, entre os séculos XIII e XVIII, o comércio entre os europeus e os chineses foi sempre favorável aos chineses.

Por volta de 1820, a situação se inverteu: a balança comercial tornou-se pela primeira vez fa-vorável aos europeus. É que os comerciantes britânicos passaram a obter enormes lucros com a venda de ópio para a China. A droga, que provoca forte dependência, era trazida das plantações inglesas na Índia. Embora o ópio fosse proibido na China, os traficantes ingleses vendiam naquele país quantida-des cada vez maiores dessa substância.

O ópio afetava a saúde do povo chinês, além de fazer com que muitas pessoas perdessem tudo o que tinham para poder comprar a droga. Lin Zexu, braço direito do imperador Daoguang, da dinastia Manchu, escreveu uma carta à rainha Vitória implorando-lhe que não permitisse um comércio tão prejudicial ao povo chinês. A rainha nada respondeu.

Os chineses resolveram agir: confiscaram e lançaram ao mar quase 1 400 to-neladas de ópio bruto, trazidas por navios ingleses até o porto de Cantão. A res-posta britânica foi a guerra. Alegando prejuízos à propriedade privada, o gover-

no da rainha Vitória mandou bombardear várias cidades chinesas. Foi a Guerra do Ópio (1839 a 1842), que terminou com a vitória dos ingleses.

A Grã-Bretanha se aproveitou da vi-tória na guerra para obter vantagens por meio do Tratado de Nanquim, assinado em 1842, com a China, um dos mais im-portantes da história desse país.

Ele estabelecia:

• a abertura de cinco portos na China para que os mercadores ingleses pudes-sem comerciar livremente;

• o pagamento aos ingleses de uma inde-nização de 21 milhões de dólares pela perda do ópio jogado ao mar e pelos pre-juízos causados pela guerra;

• o controle de Hong Kong pelos ingleses;• o direito dos britânicos de serem julga-

dos por suas próprias leis, caso come-tessem crime em território chinês.

Balançacomercial

É a diferença en-tre o valor total das exportações

e o valor total das importações que um país re-

aliza no decorrer de um ano.

Portos chineses abertos pelo Tratado de Nanquim (1842)

Fonte: SPENCE, Jonathan D. Em busca da China moderna: quatro séculos de história. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p. 170.

110°L

Wuhan

YangzhouNanquim

ChangshaChongqing

Hangzhou

Xangai

Ningbo

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Hong KongMacau

Pescadores

TaiwanCantão

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Ilha Zhoushan

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Rio Huai

Rio Yangzi

Rio Han

Rio Amarelo

Mar daChina

Oriental

Trópico de Câncer

0 200

Capitais

Cidades

Portos

Pelo Tratado de Nanquim, a China foi obrigada a abrir cinco portos aos mercadores ingleses; são eles: Xangai; Ningbo, Fuzhou, Xiamem e Cantão.

J I A N G S U

J I A N G S U

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24

Page 27: 9 ano historia sociedade cidadania

Japão, uma nova potência capitalista

Desde o início do século XIX, as nações ocidentais tentavam, sem sucesso, abrir os portos do Japão ao comércio internacional. Até que em 1853, com os canhões apontados para a baía de Tóquio, o oficial esta-dunidense Matthew Perry conseguiu a abertura de dois portos japoneses aos navios mercantes estadunidenses. Logo depois, a Grã-Bretanha, a Rússia e a Holanda pressionaram e também conseguiram a abertura dos portos japoneses para os seus navios.

A chegada da esquadra do Comodoro Perry a um porto do Japão em 1853. Repare a bandeira dos Estados Unidos.

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Com o aumento das relações com o Ocidente, uma parte das lide-ranças japonesas passou a defender a incorporação dos avanços tecno-lógicos da Europa. Outra parte, porém, via essa modernização como uma submissão dos japoneses ao domínio estrangeiro. Isso levou à explosão de uma guerra civil vencida por aqueles que eram favoráveis à moderni-zação. Essa vitória enfraqueceu os senhores rurais (daimios) e fortaleceu o poder do imperador. No ano de 1868, o jovem imperador Mutsuhito anunciou uma política de “modernização” do país, dando início à cha-mada Era Meiji.

“Modernização”, para os japoneses, significava industrializar-se, absorvendo a tecnologia ocidental, mas sem abrir mão de sua cultu-ra tradicional. Neste processo de modernização acelerada verificou-se também uma concentração crescente de capital nas mãos de uns poucos grupos econômicos, como o Mitsubishi, o Yasuda Mitsui, entre outros.

25

Page 28: 9 ano historia sociedade cidadania

Diu (T.P.)

Damão (T.P.)

Karikal (T.F.)

Yanaon (T.F.)

Cantão Formosa (Taiwan)

FILIPINAS

INDONÉSIA

TERRA DOIMPERADORGUILHERME

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CHINA

COREIA

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ZELÂNDIA

ÁFRICA

ÁSIARÚSSIA

JAPÃO

Guam (EUA)

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Is. Nicobar

Is. Maldivas

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Is. Carolinas

IS. SALOMÃO

Is.Ellice

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Is. Tonga

Is. Norfolk

Samoa(EUA)

Is. GilbertNAURU

ILHASMARSHALL

Hong Kong (T.B.)Macau (T.P.)

Goa (T.P.)Pondichéri (T.F.)

Mahé (T.F.)

Áreas sob domínio

Britânico

Francês

Holandês

Português

Alemão

Japonês

Norte-americano

Russa

Britânica

Francesa

Áreas de dominação econômica

(T.B.) Território(s) sob domínio britânico

(T.F.) Território(s) sob domínio francês

(T.P.) Território(s) sob domínio português

120° L

OCEANOPACÍFICO

OCEANOÍNDICO

Equador0º

Trópico de Câncer

Trópico de Capricórnio

0 1200

Imagem representativa da modernização do Japão. Estrada de ferro de Takanawa, em 1880.

Fortalecidos, os japoneses também passaram a adotar uma política imperialista. Em 1894, por exemplo, o Japão entrou em guerra contra a China e, ao vencê-la, obrigou os chineses a pagar uma enorme indenização e a entregar a eles a ilha de Formosa (também conhecida como Taiwan).

Repare que não havia apenas países europeus entre os dominadores. Os Estados Unidos e o Japão também conquistaram territórios na Ásia e na Oceania.

Imperialismo: Ásia e Oceania (início do século XX)

Stud

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Fonte: BARRACLOUGH, Geoffrey (Ed.). Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha de S.Paulo, 1995. p. 256-257.

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OCEANOOCEANOOCEANOOCEANOPACÍFICO

26

Page 29: 9 ano historia sociedade cidadania

I. Retomando1. Observe a imagem ao lado com atenção.

a) O que ela mostra?

b) Quem ou o que esse personagem de cartola representa?

c) Qual é a mensagem transmitida pela charge?

d) Em que contexto essa charge foi publicada?

2. Analise as afirmações a seguir julgando-as: V (verdadeira) ou F (falsa). Em seguida, anote no caderno a alternativa correta.

I. A partir da segunda metade do século XIX, as grandes potências da época partiram para a conquista de territórios em outros continentes em busca de mercados produ-tores de matéria-prima e consumidores de industrializados. Esse processo é conhecido pelo nome de imperialismo.

II. Durante esse processo de expansão os europeus desenvolveram teorias que afirmavam a superioridade deles em relação a povos e culturas de outros continentes.

III. A “missão civilizadora” foi um esforço dos europeus no sentido de instruir e promover as populações afro-asiáticas.

IV. No final do século XIX a Inglaterra usou diferentes estratégias para exercer sua domi-nação na África e na Ásia.

a) V, V, F, V b) V, F, V, V c) F, V, F, V d) F, V, V, V

3. A charge ao lado foi publicada na época da disputa imperialista na África e refere-se à conquista belga do Congo.

a) Você sabe quem é o persona-gem criticado?

b) O que o artista está criticando?

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Page 30: 9 ano historia sociedade cidadania

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Ilhas Canárias (ESP)

Ilha da Madeira (POR)

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SUDOESTEAFRICANO

UNIÃOSUL-AFRICANA

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TANGANICA

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Cidade do Cabo

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LagosBingerville

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da França

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da Bélgica

da Espanha

da Itália

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Condomínio Anglo-Egípcio

Territórios

0 860

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ÁSIA

4. O trecho a seguir é da ata redigida na Conferência de Berlim (1885). Leia-o com atenção.

Querendo regular [...] as condições mais favoráveis ao desenvolvimento do co-mércio e da civilização em certas regiões da África, e assegurar a todos os povos as vantagens da livre navegação sobre os dois principais rios africanos que se lançam no Oceano Atlântico; [...] e preocupados [...] com os meios de crescimento do bem-estar moral e material das populações aborígenes, resolveram sob convite que lhes enviou o Governo Imperial Alemão [...] reunir para este fim uma Conferência em Berlim [...].

Os mesmos, munidos de plenos poderes [...], discutiram e adotaram:1o Uma Declaração referente à liberdade do comércio na Bacia do Congo, [...];2o Uma Declaração concernente ao tráfico dos escravos e às operações

que, por terra ou por mar, forneçam escravos para tráfico. [...]4o Uma Ata de Navegação do Congo [...];5o Uma Ata de Navegação do Níger [...];6o Uma Declaração introduzindo [...] regras uniformes referentes às ocupa-

ções que poderão no futuro realizar-se nas costas do continente africano. [...]

ATA geral redigida em Berlim em 26 de fevereiro de 1885. Disponível em:<www.casadehistoria.com.br/sites/default/files/conf_berlim.pdf>. Acesso em: 27 maio 2015.

a) Segundo o documento, quais eram os interesses das nações presentes na Conferência?b) Quais foram os desdobramentos para os africanos das “fronteiras artificiais” estabeleci-

das pela Conferência de Berlim?c) Ao ler os tópicos referentes à ata assinada pelas nações europeias, fica claro o interesse

dos países europeus na partilha e administração de áreas da África. Mas e em relação aos africanos? O que ficou decidido? Explique.

AborígeneIndígena;

nativo.

MunidoArmado.

ConcernenteRelativo; referente.

África por volta de 1910

Allm

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5. Observe o mapa com atenção.

a) Qual é o assunto do mapa?

b) Qual potência europeia possuía maior número de domínios na África da época?

c) Qual país europeu entre os listados na legenda do mapa possuía menor porção de terra na África?

d) Na África nesse período havia nações livres? Quais?

Fontes: BARRACLOUGH, Geoffrey (Ed.). Atlas da história do mundo. São Paulo: Folha da Manhã, 1995; CALDINI, V. e ÍSOLA, L. Atlas geográfico Saraiva. São Paulo: Saraiva, 2009.

28

Page 31: 9 ano historia sociedade cidadania

b. Leitura e escrita de textos

VOZES DO PASSADO

O texto a seguir é uma das muitas manifestações da resistência africana ao imperialismo europeu na África. Leia o que Wogobo, rei dos mossis, disse ao capitão francês Destenave, em 1895.

Sei que os brancos querem me matar para tomar o meu país, e, ainda assim, você insiste em que eles me ajudarão a organizá-lo. Por mim, acho que meu país está muito bem como está. Não preciso deles. Sei o que falta e o que desejo: tenho meus próprios mercadores; considere-se feliz por não mandar cortar-lhe a cabeça. Parta agora mesmo e, principalmente, não volte nunca mais.

DECLARACAO de Wogobo, o Moro Naba (rei dos Mossi) ao capitão Destenave, 1895. Disponível em: <www.fafich.ufmg.br/luarnaut/resistencia_primaria.pdf>. Acesso em: 27 maio 2015.

a) Quem fala e que posição ele ocupa na sociedade?

b) O que se pode concluir considerando o que está explícito no texto?

c) Retome o que você estudou neste capítulo e responda: por que os europeus consegui‑ram vencer a resistência africana e partilhar a África?

II. Leitura e escrita em Históriaa. Leitura de imagem

A imagem é uma litografia espanhola. Observe-a com atenção.

Litografia espanhola, século XIX. Na imagem está escrito: “A Astúcia e a Força pretendem dominar o mundo”.

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Imag

es a) Descreva a imagem levando em conta a postura e a vestimenta dos personagens e o que carregam consigo.

b) Observe o olhar e o gesto do conquistador loiro. Por qual região do globo ele está interessado?

c) O texto da imagem diz que “A Astúcia e a Força pretendem dominar o mundo”. Que objetos na imagem representam estes atributos?

d) Relacione a Astúcia e a Força, tal como repre‑sentadas na imagem, à dominação europeia na África e na Ásia.

MossiPovo que habitava as terras onde hoje é Burkina Faso, na costa ocidental da África.

29